o palácio rio branco - história ead

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO HISTÓRIA - LICENCIATURA ANDREYANE LUCAS E SOUZA PALÁCIO RIO BRANCO

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Page 1: O palácio Rio Branco - história ead

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOHISTÓRIA - LICENCIATURA

ANDREYANE LUCAS E SOUZA

PALÁCIO RIO BRANCO

Rio Branco2010

Page 2: O palácio Rio Branco - história ead

ANDREYANE LUCAS E SOUZA

PALÁCIO RIO BRANCO

Trabalho apresentado ao Curso de HISTÓRIA - LICENCIATURA da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS.

Prof. Dirceu Casa Grande Junior

Rio Branco

2010

Page 3: O palácio Rio Branco - história ead

Introdução

O trabalho que virá a ser apresentado contará um pouco da história do

Palácio Rio Branco. Ele faz parte da memória dos acreanos porque já foi o único lugar

de lazer da cidade vinculado a praça a sua frente. Era o grande projeto do governador

Hugo Carneiro, pois queria que fosse o mais majestoso edifício e que estivesse no

patamar das construções das outras cidades brasileiras. Contarei um pouco das

dimensões, história e fatos do monumento.

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O PALÁCIO RIO BRANCO

O Palácio do governo, hoje chamado de Palácio Rio Branco foi

idealizado no governo de Hugo Carneiro, localizado no centro da cidade de Rio Branco

no Acre, sendo este de alvenaria. O início de sua construção foi no ano de 1930,

inaugurado tempos depois, porém o termino de sua construção foi no ano de 1948.

Para a construção, a priori foi contratado o arquiteto Antonio Dias Ribeiro, contudo, o

governador Hugo Carneiro depois solicitou um arquiteto de origem alemã Alberto

Massler com intuito de construir um edifício que demonstrasse o poderio de seu

governo.

Hugo Ribeiro Carneiro no seu segundo aniversário administrativo

desejando dar ao Acre um ar de modernidade, querendo fazer um “Acre definitivo”,

iniciou o processo de construção do Palácio, que hoje é museu e patrimônio histórico

cultural acreano.

Características principais

Em uma área de polígono irregular medindo 4.752,68m² o palácio

localiza-se no centro da cidade. Medindo de frente 38,25m, lado esquerdo 125,10m,

fundos 37,40m e o lado direito a mesma medida, o palácio possui dois pavimentos

totalizando uma área 999.91m². Sua infra e super estrutura de concreto armado em

conjunto com alvenaria de várias espessuras, revestidas de cimento e areia.

Em relação à sua forma é notória sua beleza. Com elementos de

composição clássica, tem influência da arquitetura eclética e de movimentos que

antecederam a ela. O edifício contém todas as características de um palacete, com

forte influência do movimento estético denominado Art Debico, que influenciou muito

toda a produção arquitetônica do país no período de 1920 a 1940. É interessante e

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lindo, há nele vários detalhes fascinantes e em sua fachada quatro colunas muito belas

da ordem jônica.

Um pouco de história

O palácio faz parte da história, situado na cidade que se transformara

na capital acreana. Em 1904 o Acre se torna brasileiro e o departamento do alto acre

que era antes um seringal (Empreza) as margens rio acre, lado direito, o da gameleira.

Em 1909, o prefeito departamental que era Gabino Besouro resolveu levar a cidade

para a outra margem do rio, pois lá não alagava, quis até chamar a cidade de Penápolis

em homenagem ao presidente da época.

Devido aos problemas políticos, briga entre os déspotas dos outros

departamentos, o Alto acre, e a então Penápolis ficou sendo a capital do território do

acre por ter a liderança política do território fez-se necessário que este tivesse uma

sede administrativa do Departamental sendo feita no lado esquerdo.

Logo, o paraense Hugo Ribeiro Carneiro seria o governador da cidade

que neste momento já se chamava Rio Branco, ele não gostava muito da situação

urbanística da cidade, pois era tudo feito de madeira que para ele tinha uma conotação

lugar de ruínas de caráter transitório pelo fato de a madeira não durar tempo.

No seu segundo aniversário de posse do governo, em comemoração

resolveu construir uma sede administrativa que fosse símbolo de orgulho e poder,

podemos verificar isso no jornal do Acre de junho de 1929 que falava do lançamento da

pedra fundamental do governo

“Será um monumento que honrará não só as gerações

contemporâneas como servirá no futuro, aqueles que aqui viverem possam verificar que

no Acre, apesar de todas as dificuldades pode se levar a efeitos construções sólidas e

belas...”

Nota-se que não era de bom agrado o fato das construções e prédios

serem de madeira, e quem não gostava muito disto era o governador Hugo Carneiro no

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seu relatório sobre a nova sede administrativa, que seria um palácio, ele dizia que seu

governo “Não podia continuar a guardar seus preciosos arquivos neste pardieiro em

ruínas...”

Assim descrevia a sede de madeira que se encontrava em estava em

estado degrado. Em outro trecho diz “estamos a construir um acre definitivo, um Acre

de alvenaria...”

Hugo queria fazer o mais belo palácio que dignificasse seu governo,

contratou um arquiteto de origem alemã, para que fizesse o mais belo edifício “o

arquiteto, no hábil traçado do projeto inspirou-se na arquitetura grega buscando

principalmente seguir o estilo grave e majestoso da ordem jônica... um apurado

conjunto de riqueza e simplicidade de estilo e a parte central apoiada em quatro

majestosas colunas terminadas em capitéis de fino traçado...”.

Vinculado ao palácio estava à praça a sua frente onde teria um belo

jardim de extensão de 160 metros, na época, um moderno jardim, que serviria de realce

para o palácio. A cidade Rio Branco iria se tornar a mais bela de todo o território

acreano.

Hugo ao construir o palácio do governo, fez com que olarias, serrarias e

oficinas mecânicas fossem construídas na cidade para as construções de alvenaria,

mais como principal objeto, a construção do palácio.

Era perceptível que o Palácio era o grande investimento do governador

Hugo Carneiro.

Em maio de 1930, a antiga estrutura administrativa do governo foi

abaixo se transferindo para o prédio do quartel de força militar todas as atividades e a

partir de março de 1930 deram-se início a construção do palácio, com operários

trabalhando 24 horas. Em 15 de junho de 1930, antes de Hugo Carneiro deixar o

governo foi inaugurado o Palácio Rio Branco, onde não estava totalmente pronto e

ainda não tinha o nome oficial de José Maria da Silva Paranhos, O Barão do Rio

Branco, “Deus termino das fronteiras do acre”, que somente recebeu o nome

oficialmente de Palácio Rio Branco em 07 de setembro de 1943, em sessão solene no

salão de honrado palácio.

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O palácio Rio Branco, além de ter sido finalmente e totalmente

concluído em 1948, a sua beleza ficou bastante valorizado com a reforma da praça que

neste momento se chamava Eurico Gaspar Dutra.

O palácio era o local em que os governadores moravam, nele também

se encontravam o gabinete e a secretaria do vice-governador, gabinetes civis, sala de

exposição, salão nobre no pavimento superior, gabinete das secretarias dentre outros

ambientes.

Vale ressaltar, que os fundos para a construção do palácio se deram

pelos prósperos ciclos da borracha.

Por muito tempo os lugares em volta do palácio se tornoram lugar de

lazer do povo acreano. O palácio foi tombado patrimônio histórico cultural do acre,

depois de um projeto de restauração, pois ao longo de sua história sofreu muitas

modificações e deixou de ser cuidado por alguns governantes, que acarretou a sua

deteriorização. Atualmente ele serve somente para visitação, sendo um museu que

conta a história, relembra a memória e a cultura do povo acreano.

Acontecimentos no palácio

ACIDENTE: SOLDADO DISPARA CANHÃO CONTRA PALÁCIO

Um tiro de canhão, disparado acidentalmente por dois soldados do

quarto Batalhão Especial de Fronteira, atingiu, domingo à noite, o gabinete de

despachos do governador Nabor Junior e feriu seis pessoas que se encontravam em

volta do canhão. Segundo relato feito ontem pelo Comandante do 4 BEF Coronel Athos

Eichler Cardoso, eram 19:30h quando um soldado, que não estava de serviço municiou

o canhão, exposto numa amostra que o Batalhão instalara atrás do palácio do governo,

para explicar à namorada como funcionava. Outro soldado aproximou-se da arma e, de

acordo com as explicações do coronel, não se sabe ainda como, disparou.

O projétil - uma granada não explosiva anti-carro, de 500 gramas e 60

centímetros, atravessou a parede do gabinete do governador, localizado no segundo

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pavimento, perfurou o forro, provocando vários estragos. Seis pessoas de duas famílias

que estavam mais próximas sofreram queimaduras no rosto (21 de agosto de 1984,

Folha do Acre).

CORRERIA NO PALACIO ALARME SOBRE UMA “BOMBA”

-Alô? É do palácio do governo?

-Sim.

-Mira! Dentro de meia hora explodir uma bomba ali!

Por conta deste telefonema anônimo, recebido pelo telefonista de

plantão, as 8:30h o Palácio Rio Branco foi evacuado e interditado ontem de manhã,

durante uma horas, para que agentes da polícia federal rastreassem a suposta

existência de uma bomba. Segundo o telefonista, a voz era de um homem com forte

sotaque espanhol.

Imediatamente, ele deu o alarme e todos os funcionários que

começaram a sair do palácio, alguns apavorados, outros mais calmos. O governador

Nabor Junior, que estava no seu gabinete de trabalho, também saiu e foi despachar na

residência oficial. Em seguida, chegaram agentes da polícia federal que interditaram o

local e vasculharam todas as dependências do palácio. Neste espaço de tempo, a

guarda do palácio impediu a entrada de qualquer pessoa.

Nada, porém, foi encontrado e as 09h30min o palácio foi fraqueado,

ordenou que todos inclusive funcionários, que passassem pela portaria deveriam ser

identificados com carteira de identidade ou outro documento, medida que deverá

vigorar daqui por diante. (19 de novembro de 1983, Folha do Acre).

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Conclusão

Ao fazer este trabalho percebi como o historiador deve fazer o seu

trabalho e como somos chamados a fazer a história. Sendo exemplos do que os

historiadores da corrente historiográfica nova história apresentavam que ao fazermos a

história não devemos apenas fazer copiar dos documentos da forma a qual eles se

encontram, mais ter um diálogo com ele e ver se ele é realmente daquela forma ou se

foi feito com o intuito de idealizar algo, pois o historiador deve sempre fazer a escolha

daquilo que vai falar do documento.

É notória a relação que os governantes têm para mudar a história e a

memória de sua sociedade, pois ao falar do Palácio Rio Branco veja que nele foi

empregada uma arquitetura greco-romana, o que leva a população, que estava

inicialmente criando um novo território brasileiro, a ter esta cultura como a mais bela.

Poderia ser bastante diferente.

Enfim, o Palácio Rio Branco fez parte da história e memória dos

acreanos e vimos que gerações mais antigas o fizeram com o intuito de ser um

monumento de orgulho.

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REFERÊNCIAS

Autos do Processo do Palácio Rio Branco e Conselho do Patrimônio histórico e

cultural do Estado do Acre - Patrimônio histórico cultural do acre Fundação de Cultura

e Comunicação Elias Mansuor

http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/index.php?

option=com_content&view=article&id=113:sese-da-evolu-urbana-de-rio-

branco&catid=47:marcos-vinicius

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