o observatÓrio nacional e o morro do castelo · 2019-08-14 · o morro do castelo está associado...
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A Investigação do Processo de Padronização da Hora Legal no País a Partir de Um Conjunto
de Documentos Administrativos do Período de 1909 a 1918
EDUARDO DA SILVA LEITÃO* & SELMA JUNQUEIRA**1
INTRODUÇÃO
O Fundo da Hora Legal Brasileira (FHLB) e o projeto de pesquisa Inventário Analítico
da Hora Legal Brasileira foram criados a partir da necessidade de identificação, organização e
catalogação do acervo bibliográfico e documental, que estavam guardados na Divisão do
Serviço da Hora (DISHO) do Observatório Nacional (ON), por muitas décadas. O acervo
possui documentos dos séculos XIX e XX que estão em processo de classificação e
compreendem parte da história institucional.
Esta comunicação apresenta uma investigação que visa desenvolver novas
interpretações das atividades mantidas pelo serviço da hora, a partir da análise de fontes
documentais extraídas de diversos repositórios. O trabalho abrange o período entre 1909 e
1918, durante o qual ocorreram mudanças essenciais na organização do instituto e na
determinação da hora oficial no Brasil.
Além dos documentos preservados no FHLB, foram pesquisados documentos na
biblioteca do Observatório Nacional, no Arquivo de História da Ciência do Museu de
Astronomia e Ciências Afins (MAST), no website da Biblioteca Nacional, no website da
Câmara dos Deputados, na biblioteca do Clube de Engenharia e no Centro de História e
Documentação Diplomática (CHDD). Neste último, foi consultado o inventário do Arquivo
Histórico do Itamaraty no Rio de Janeiro.
Nosso estudo buscou compreender o ambiente de pesquisa (no antigo Morro do
Castelo, onde eram realizadas as observações astronômicas), as denominações das atividades
do corpo de funcionários, as providências para aprimorar a determinação horária, os aspectos
administrativos das atividades mantidas pelo observatório, as associações com outras
instituições visando à modernização do serviço e a mudança de sede devido aos problemas
estruturais enfrentados.
Discutimos a necessidade da padronização horária no Brasil, a participação do
Observatório nas Conferências Internacionais da Hora (1912, 1913), a regulamentação da
1 * OBSERVATÓRIO NACIONAL, geógrafo; ** OBSERVATÓRIO NACIONAL, doutora em Astrofísica
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emissão de sinais horários por radiotelegrafia e as aquisições de novos instrumentos
científicos astronômicos. Investigamos as características instrumentais necessárias à
determinação horária, bem como a importância da regulagem dos instrumentos utilizados no
serviço. Por fim, destacamos a construção do Pavilhão Luís Cruls, no Morro de São Januário,
ocorrida em pleno período de transição entre os dois sítios.
O OBSERVATÓRIO NACIONAL E O MORRO DO CASTELO
O Morro do Castelo está associado à fundação da cidade do Rio de Janeiro, menções
sobre sua existência surgiram a partir da segunda metade do século XVI e remetem à gênese
do núcleo urbano localizado no centro e próximo à Baía de Guanabara. A colina ocupava um
ponto privilegiado e era, na época, murada e fortificada em sua entrada. Juntamente com os
Morros de São Bento, de Santo Antônio, da Conceição e incluindo toda área plana do entorno
constituía a localização do núcleo populacional central do Rio de Janeiro colonial.
A observação astronômica no Brasil teve relevância no Morro do Castelo, como
demonstram relatos de observações em 1730. Nesta localidade os jesuítas montaram um
observatório em seu colégio. Já em 1781, os astrônomos portugueses Bento Sanches d’Horta
e Oliveira Barbosa, em expedição ao Brasil, instalaram uma estação de observação
astronômica, meteorológica e de magnetismo terrestre para execução de atividades de caráter
científico. Somente em 1827, o Ministério do Império autorizou a criação de um observatório
astronômico e iniciou sua busca por um local adequado. (Barreto, 1987: 16, 17, 24). O
primeiro regulamento do Observatório foi aprovado em 1846, quando a instituição recebeu a
denominação de Imperial Observatório do Rio de Janeiro. Neste momento o Observatório
transferiu sua sede (período compreendido de 1846 e 1850) para o Morro do Castelo
ocupando parte de uma antiga igreja jesuíta. Em 1888, o instituto tornou a ser denominado
Observatório do Rio de Janeiro, então subordinado ao Ministério da Guerra.
Em 23 de julho de 1909, em ofício, o diretor Henrique Morize ressaltou serem
imprescindíveis e urgentes providências para melhorias do instituto em três questões pontuais:
edifício, trabalho e pessoal. Ele observou que o ex-Presidente da República, Afonso Pena, se
comprometeu a regularizar a situação do Observatório, levando em consideração as carências
na estrutura da sede. (MAST, Fundo do Observatório Nacional, 1909).
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Neste ano, o instituto passou à responsabilidade da recém-criada Diretoria de
Meteorologia e Astronomia subordinada do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio,
sendo renomeado, Observatório Nacional (ON), de acordo com o Decreto n° 7.672 de 18 de
novembro de 1909. Tal processo consolidou o ON como a instituição responsável pelo serviço
da hora no Rio de Janeiro, pois regulava os cronômetros dos serviços públicos, determinava a
hora pelo uso das pêndulas e transmitia diariamente o sinal do meio dia à Repartição Geral
dos Telégrafos e à Estrada de Ferro Central do Brasil. O planejamento das atividades está
descrito no ofício, emitido por Henrique Morize em 23 de julho de 1909:
Os actuaes trabalhos da determinação da hora, dos estudos sobre melhores e mais
modernos methodos para a latitude e a hora, observações equatoriais dos cometas e
outros astros, determinações das posições geographicas de pontos importantes do
paiz, observações meteorologicas e climatológicas mais uteis á agricultura e das
pesquizas relativas á physica do globo, determinações relativas á constante solar, á
intensidade da iluminação natural, á marcha da variação do potencial elétrico do
ar, ao registro automatico dos phenomenos magneticos e sismologicos. (MAST,
Fundo do Observatório Nacional, 1909)
Para realizar tais projetos, o instituto contava, neste período, com um diretor, dois
astrônomos, quatro assistentes, um secretário-bibliotecário, um encarregado da hora, um
coadjuvante, um artista mecânico, um ajudante mecânico, um porteiro, três guardas manobras
e um servente. Esses funcionários enfrentavam dificuldades, pois faltava espaço para abrigar
os instrumentos científicos que chegavam do exterior e para executar o planejamento
proposto, uma vez que o estado desgastado da sede não fornecia os meios necessários à
prática das atividades.
As reclamações a cerca das condições físicas das instalações do ON eram recorrentes e
foram mencionadas por outras direções que antecederam Henrique Morize. As salas eram
desfavoráveis à prática de observações astronômicas, uma vez que a complexidade dos
trabalhos exigia ambiente amplo e adequado para alocação e manuseio dos instrumentos
científicos. Já em 1873, sob a direção de Emmanuel Liais, constam relatos do quanto à
inadequação dos ambientes dificultava o cálculo das coordenadas geográficas. Os móveis não
eram adaptados ao serviço, a cúpula ineficiente, a biblioteca e o arquivo apresentavam
condições nada convenientes. (Morize, 1987: 69)
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O jornal O Paiz registrou, em matéria de primeira página, os motivos para a mudança
da sede do ON:
Por ora, resistem ao tempo as paredes da igreja nova que os jesuitas, expulsos pelo
Marquez de Pombal, não puderam concluir. Seria sumptuoso e vastissimo como uma
basilica esse templo: attestam-no as muralhas que formam a cruz romana, tão
sólida e de taes proporções, que sobre ellas se fez o Observatório Nacional.
E esse mesmo Observatório, que, com a sua equatorial voltada sempre para os
astros e todos os seus complicados e preciosos aparelhos, é a única flor da sciencia
e de civilização que ainda em ti viceja, ó colina, será breve mudado para outro
logar.
Então, nada mais serás do que um morro sordido, com tuberculosos, com casebres
repellentes e uma população miseravel, permanentemente ameaçado pelo
arrazamento-crime que os próprios jornaes serão capazes de reclamar como
medida de hygiene e de segurança publica. E não faltarão nunca terríveis fazedores
de negocios que, convertendo-te em aterro, pretendam realizar lucros pingues. (O
Paiz Jornal Independente, político, literário e noticioso. Anno XXVIII
– n°10529. Rio de Janeiro, terça feira, 5 de agosto de 1913) 2
Devido às especificidades das atividades propostas pelo Observatório e as
deficiências apresentadas pela localidade, a direção iniciou estudos de sítios com melhores
condições. Surgiu a possibilidade de construir um observatório astronômico na Ilha do Rijo,
localizado na baía de Guanabara, dedicado a executar exclusivamente as atividades do serviço
da hora do ON. Tal assunto é mencionado no ofício do diretor Morize, em 3 de fevereiro de
1910:
O Assistente de 1° classe desta Repartição Snr. Capitão Tenente Manoel Ferreira da
Gama, incumbido de estudar as condições technicas da Ilha do Rijo como sede de
um observatório astronômico para determinação da hora.
Associando-me aos conceitos por ele expressos, apenas tenho de acrescentar que, a
querer aproveitar o actual pilar, convem substituir a respectiva salinha por outra
mais ampla, de secção rectangular e fenda tendo pelo menos de 50 a 60c/m de
abertura. O instrumento empregado, conquanto bom, é antigo e incomodo, por ser
diffícil e perigoso de inverter e seria altamente conveniente fosse substituído por
2 Disponível em http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=178691_04&pasta=ano%20191&pesq= .
Acesso dia 17 de maio de 2019.
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outro acotovelado ou não, com dispositivo mecânico de inversão. (MAST, Fundo
do Observatório Nacional, 1910)
As atividades de determinação e disseminação dos sinais horários compreendiam a
guarda e regulagem dos cronômetros de marinha, harmonização e regulagem das pêndulas,
determinação do sinal do meio dia e difusão da hora civil por meio do “balão da hora”,
constituído por um dispositivo, acionado ao meio dia em uma torre elevada, instalado no
terraço do Observatório. O ON fornecia, também, a hora para embarcações que chegavam ao
porto da cidade do Rio de Janeiro, uma vez que o ajuste dos cronômetros era imprescindível
para viagens em alto mar e a hora local permitia o acerto dos instrumentos náuticos, a serem
utilizados na realização dos cálculos de longitude, durante as viagens de prosseguimento ou
de retorno.
Ainda neste mesmo ano, Henrique Morize, em ofício enviado ao chefe da seção
técnica do ON, Francisco Bhering, em 1 de abril de 1910, indicou materiais e instrumentos
necessários para a construção do pequeno observatório da Ilha do Rijo:
Casa meridiana 3x0 m e 3x7, com telhas movel paredes de madeira, um instrumento
de passagens acotovelado do constructor Heyde, de Dresden, n° 34, com abertura
de 61 mm, distância focal de 65 mm e amplificação de 54 a 76 vezes. 1500 marcos;
base de ferro fundido para correção do azimuth. 250 marcos; pilar de alvenaria
com uma placa de mármore de dimensões 50x40 cm, dois cronômetros do
constructor Leroy, de Paris, sendo uma de tempo médio e outro de tempo sideral, a
1500 francos cada um e acessórios como mesa, cadeira, lanternas e etc. Em resumo,
com cinco lentes, esse material, posto no Rio de janeiro, ficará um pequeno, mas
bom observatório capaz de dar a hora com 1 a 2 décimos de precisão. (MAST,
Fundo do Observatório Nacional, 1910)
A busca pelo aperfeiçoamento das atividades fez com que o Observatório se
aproximasse do Clube de Engenharia, o qual emitiu uma documentação, em 16 de junho de
1910, destinada ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, com o objetivo de
pressionar o Governo Federal a liberar verba para a transferência do ON para um local amplo
e adequado, reforçando a urgência da criação de uma nova sede. O ofício apresentava as
condições ideais para “a prática da astronomia nacional não estar em posição inferior aos
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vizinhos da América do Sul e de outras nações”. (MAST, Fundo do Observatório Nacional,
1910). Uma cópia da referida documentação foi enviada ao ON.
O estado crítico em que se encontrava o imóvel do instituto ficou mais grave em fins
do ano de 1910, com o desmoronamento de uma das janelas do térreo na sala da biblioteca.
No local havia muitas escavações por conta de uma lenda que sugeria a existência de um
tesouro escondido sob o Morro do Castelo. O diretor ressaltou o fato em ofício ao Ministro,
em 14 de outubro de 1910, alertando para o quanto estas práticas prejudicavam os alicerces do
edifício, levando ao aparecimento de fendas decorrentes da movimentação das paredes.
(MAST, Fundo do Observatório Nacional, 1910).
A busca por uma nova sede ganhou impulso na gestão do Ministro da Agricultura,
Indústria e Comércio, Pedro de Toledo, que autorizou Henrique Morize a procurar na capital
terreno com condições para abrigar a nova sede do ON. Para tal houve “cooperação de
professores da Escola Politécnica, formando uma comissão que examinaria 31
estabelecimentos a partir de critérios previamente definidos” (Morize, 1987:144, 145). Além
desta cooperação, contribuíram para o avanço das idéias dois decretos emitidos pelo
Congresso Nacional (N°2315, de 27 de dezembro de 1910 e N°8462 de 27 de dezembro de
1910) que, em linhas gerais, liberaram créditos do tesouro nacional para a aquisição
pretendida.
Em 7 de julho de 1911, em ofício enviado ao Ministro Pedro de Toledo, o Diretor
informou sobre o resultado da escolha do sítio, o Morro de São Januário tinha sido o
escolhido. O documento revelou as metas e objetivos para a realização do projeto. Para o
serviço da hora foram solicitados instrumentos científicos importados para sincronização dos
relógios e distribuição da hora, usando verba do instituto e recursos concedidos através do
decreto N°8462. (MAST, Fundo do Observatório Nacional, 1911)
Neste período, o Observatório centralizou esforços para a mudança ao Morro de São
Januário e iniciativas, a cerca da construção de outro observatório na Ilha do Rijo, não foram
mais mencionadas. No entanto, era sabido que nesta ilha já existia um observatório para uso
privativo do Ministério da Marinha, onde até 1909 os cronômetros do ON eram regulados por
um oficial, que desempenhava também a função de encarregado da hora. Porém,
aparentemente, o projeto de expansão deste observatório não foi executado por conta da
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decisão de transferência do Observatório do Morro do Castelo para sua nova sede, no Morro
de São Januário.
A HORA LEGAL BRASILEIRA, AS CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS DA HORA
DE 1912/1913 E A EMISSÃO HORÁRIA VIA RADIOTELEGRAFIA
Em discurso proferido pelo Capitão Tenente da Armada, Radler de Aquino, quando de
sua posse como sócio efetivo do Instituto Histórico Geográfico e Etnográfico Brasileiro, o
oficial explicitou a necessidade de o Brasil apresentar uma proposta para a hora oficial
brasileira, pois existiam muitas dificuldades logísticas e operacionais devido a não
padronização da hora no país. Citando inconvenientes ocorridos no território nacional, o autor
apresentou o panorama de outras nações frente a semelhante processo.
A necessidade de um sistema horário nacional, rastreado ao padrão de tempo
internacional, adquiriu uma importância crescente à medida que se estendiam rapidamente as
estradas de ferro, os telégrafos terrestres e submarinos, o comércio internacional, as atividades
científicas, diplomáticas e sociais dentro do contexto de modernização vigente, conforme se
deduz:
Ainda mais, a questão da hora é simplesmente uma parte da questão proveniente da
necessidade de um primeiro meridiano básico, de onde sejam contadas as
longitudes. Até o presente 90% das cartas e mappas do mundo são baseados no
meridiano de Greenwich, e é da maxima importancia, na navegação e na geografia,
que as cartas, mapas, roteiros e avisos aos navegantes contém as longitudes deste
meridiano, exactamente como se faz com as latitudes que são contadas do equador.
Até ha pouco quasi todos os paizes civilisados empregavam a hora média do
meridiano de suas capitaes, tal e qual se pratica ainda entre nós, que nem siquer
possuimos hora legal no sentido estricto da palavra.
Conjuntamente com a hora do Rio de Janeiro, fornecida pelo Balão diariamente
(salvo domingos e feriados) e empregada nas estações telegraphicas do Governo
Federal, encontramos pelo nosso vasto território as mais horas variadas e
disparatadas, bastando, para citar o que se vê na cidade de São Paulo, onde na
Estrada de Ferro Central do Brazil utilisa nos seus horários a hora média do rio de
Janeiro, e as estradas de ferro paulistas, a hora média local cuja differença é de
cerca de 14 minutos. (Aquino, 1912:5)
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A questão da hora legal no Brasil era bastante confusa e causava transtornos em todo
território nacional, pois o meridiano padrão não estava ainda definido. No entanto, em quase
todos os outros países já havia sido adotado o Meridiano de Greenwich (Inglaterra). O Brasil
acompanhava as decisões da França que, por questões políticas e divergências com a
Inglaterra, não adotara até então aquele meridiano padrão. O ofício de 16 de agosto de 1912
apresenta o convite que o Brasil recebeu da França e de outras 15 nações, para participar das
Conferências Internacionais da Hora, realizadas em outubro de 1912 e em outubro de 1913,
ambas em Paris, França.
A Legação francesa apresentou ao Ministro das Relações Exteriores, a quem foi
encaminhado o ofício, a conveniência destas conferências internacionais, que tinham por
principal objetivo estabelecer normas visando à instalação das condições ideais à transmissão
da hora pelo telégrafo sem fio. Tal prática já estava bem estabelecida na Europa e nos Estados
Unidos da América, impondo maior qualidade e precisão na conservação da hora, tanto para
embarcações marítimas, quanto para locais sem ligação telegráfica comum. Os representantes
brasileiros, escalados para representar o país nestas conferências, foram Nuno Alves Duarte
da Silva, chefe da seção de meteorologia e física do globo, e Francisco Bhering, que já se
encontrava na Europa, para representar o ON e o Brasil no Congresso Internacional
Radiotelegráfico, em Londres. (MAST, Fundo do Observatório Nacional, 1912).
Para a realização do projeto de transmissão de sinais horários, via radiotelegrafia, era
necessária a cooperação do Observatório com a Repartição Geral de Telégrafos, objeto de
tratativas anteriores, que por dificuldades administrativas não fora concretizada, embora o ON
já possuísse um relógio padrão, idêntico ao utilizado em Paris, o qual neste período já poderia
alimentar a estação radiotelegráfica do Morro da Babilônia e realizar as emissões via
radiotelegrafia.
Devido a diversos compromissos nacionais, o diretor não participou da Conferência
Internacional da Hora realizada, no período de 15 a 23 de outubro de 1912, na França.
Entretanto, Morize produziu um documento, com instruções a Nuno Alves Duarte Silva,
salientando os principais pontos a serem abordados pela comitiva brasileira. Esta Conferência
Internacional da Hora estabeleceu quais os meios apropriados para a transmissão da hora por
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telégrafo sem fio que supririam as necessidades da navegação, trabalhos geográficos,
sismográficos e meteorológicos.
A tecnologia da disseminação de sinais horários por radiotelegrafia permitia maior
alcance do sinal com rapidez e precisão. A França tinha interesse na difusão desta técnica
entre as nações signatárias. Com o término da Conferência Internacional da Hora de 1912 e os
consequentes debates realizados a partir das experiências das transmissões de sinais horários
por telégrafo sem fio em Paris e em outros países, o diretor Henrique Morize emitiu um ofício
em 22 de janeiro de 1913 que, entre outros aspectos, elucidava os interesses dos franceses:
As sessões realizadas sob a presidência do Senhor Bigourdan vice diretor do
Observatorio de Paris e Presidente do Bureau des Longitudes deram lugar a
decisões, uma de caráter científico e outra administrativa que em resumo são as
seguintes:
Haverá em Paris um ofício internacional das horas, mantido pelos estados
adherentes, e incumbido do estudo das questões técnicas relativos ao desempenho
das demais decisões tomadas, fazendo dele parte um representante do Brasil.
Decidiu que a hora escolhida fosse a internacional ou de Greenwich, (cuja adoção
no Brasil ainda depende de um projeto de lei existente no Senado).
Os sinais transmitidos serão de 2 ordens: a) sinais horários comuns, tendo como fim
satisfazer as necessidades da navegação, da meteorologia, do magnetismo terrestre,
da sismologia, dos telegraphos, das vias férreas, das administrações públicas e dos
relojoeiros, e b) sinais horários científicos, para usos astronômicos e geodésicos,
cujo fim principal consiste em unificar a hora precisa em todo o globo. (MAST,
Fundo do Observatório Nacional, 1913).
Neste período, o Observatório vinha recebendo diversos volumes provenientes do
porto do Rio de Janeiro com instrumentos científicos procedentes da Europa, tanto para
equipar sua nova sede, quanto para o projeto discutido na Conferência Internacional. O diretor
pretendia colocar em operação o plano de determinação e disseminação da hora universal. No
ON, foi elaborada, então, uma organização para o serviço de transmissão radiotelegráfica da
hora, tendo como referência o meridiano internacional de Greenwich com auxílio das estações
Fernando de Noronha (PE), Cabo de São Thomé (RJ) e Barra do Rio Grande (RS).
Para seguir as deliberações exigidas na Conferência Internacional da Hora de 1912 o
ON precisaria investir em materiais, instrumentos científicos e funcionários capacitados para
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desempenhar as funções. Quando posta, em prática, a transmissão da hora via radiotelegrafia
disseminaria a hora a grandes distâncias e a diversas embarcações. Como demonstra o ofício
de 22 de janeiro de 1913:
Conforme ainda me informou ainda o Senhor Dr. Bhering, além do centro de
Noronha, deverão ser acrescentadas a do Rio, que transmitirá os sinais pelas
estações radiotelegráficas da Babilônia e do Cabo de São Tomé, e o centro do Rio
Grande do Sul, onde a hora determinada pelo Observatório Regional de Porto
Alegre (Escola de Engenharia) será enviada pela estação que vai ser construída na
barra do Rio Grande. Por esta forma todo o litoral do Brasil e grande parte do
continente gozarão do benefício da recepção da hora exata. (MAST, Fundo do
Observatório Nacional, 1913).
A determinação da hora ficaria sob a responsabilidade do ON e a transmissão por
radiotelegrafia estaria a encargo da Repartição Geral dos Telégrafos, tal como citado no ofício
de 22 de janeiro de 1913:
Com o fim de evitar os erros causados pela intervenção do operador na expedição
dos sinais ficou decidido que esta seria efetuada por um dispositivo automático
sincronizado por um relógio padrão. O construtor que mais está indicado para se
incumbir da fabricação do delicado aparelho é o Senhor L. Leroy que já produziu os
que com êxito constante servem até hoje na Torre Eiffel de Paris. E a esta parte que
se refere a circular enviada a informar, devendo esperar a recepção das condições
de preço para poder fazer as necessárias encomendas, de dois aparelhos completos,
sendo um para o Observatório Nacional e outro para Fernando de Noronha.
(MAST, Fundo do Observatório Nacional, 1913).
O Congresso Nacional, em 18 de junho de 1913, aprovou o Decreto n°2784, que
determinou a hora legal no Brasil e tornou o Observatório Nacional responsável pelo serviço
da hora e por sua disseminação no território nacional. O país reconheceu, então, o Meridiano
de Greenwich como referencial para a longitude e adotou quatro fusos horários atendendo as
diversas demandas nacionais (Luz & Vergara, 2015:8).
Em ofício, emitido por Morize em 29 de outubro de 1913, foi citada a possibilidade de
instalação de uma estação radiotelegráfica na Ilha do Governador no Rio de Janeiro. Esta
decisão decorreu das discussões realizadas durante a 2a. Conferência Internacional da Hora
ocorrida na França, em outubro de 1913. Para a transmissão de sinais horários o Brasil deveria
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adotar uma frequência de sinais conforme aquela estabelecida em Paris. Neste sentido, foi
solicitado ao Ministério da Marinha que a referida estação fosse disponibilizada para o
Observatório Nacional duas vezes ao dia, uma vez que a Ilha era espaço mantido sob a
responsabilidade da Marinha. (MAST, Fundo do Observatório Nacional, 1913)
A hora legal no Brasil entra em operação em primeiro de janeiro de 1914 e em ofício,
emitido no dia anterior, o diretor tratou do assunto com o diretor da Repartição Geral dos
Telégrafos:
Em resposta a vosso officio de hontem datado, relativo á passagem da hora antiga
para a legal, tenho a honra de declarar-vos que de 1° de janeiro em diante ser-vos-
á, diariamente, transmitindo o signal ás 12 horas de tempo legal. Entretanto, além
deste, poderão vos ser fornecidos tantos signais da hora média, quantos forem
exigidos pelos funccionarios dessa Repartição, com os quaes terei muito gosto em
entrar em accordo, de maneira a assegurar a distribuição correcta da hora pelos
Estados. (MAST, Fundo do Observatório Nacional, 1913).
O Observatório necessitava de maior interlocução com a Repartição Geral dos
Telégrafos e, assim, a partir de 1914, intensificou os diálogos sobre a montagem de uma linha
dupla para conexão dos instrumentos científicos instalados no Observatório com a estação
radiotelegráfica que estava em construção na Ilha do Governador.
Na Conferência Internacional da Hora de 1913, ficou estabelecido que as nações
signatárias deveriam pagar uma taxa anual à França, para criação do Ofício Internacional das
Horas e sua manutenção. No Brasil, o ON, como instituição responsável pela determinação da
hora legal no país, passou a arcar com o pagamento desta contribuição. O Diretor, em ofício
de 23 de outubro de 1914, tratou sobre esse e outros assuntos, relacionados aos compromissos
firmados em Paris, com o Diretor Geral de Contabilidade do Ministério da Agricultura,
Indústria e Comércio:
Pelos estatutos que foram assignados em outubro do anno proximo, ficou assentado
que os Estados signatários pagarão uma annuidade, destinada ao custeio do
escriptorio central internacional, a qual é proporcional no valor de 2000 francos
annuaes. A única estação a installar, para a qual o compromisso é positivo é a de
Fernando de Noronha, as demais Rio de Janeiro e Rio Grande, apenas foram
aceitas por pedido verbal e por que a sua fundação, considerada muito util em
pouca despeza importaria. Para a estação do Rio, estou já aparelhado, faltando
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apenas a permissão para effectuar a ligação entre o Observatório e a Estação de
Telegraphia Sem Fio na Ilha do Governador, ligação que foi solicitada pelo Snr.
Ministro da Marinha e depende agora de solução do Snr. Ministro de Agricultura.
(MAST, Fundo do Observatório Nacional, 1914)
Foram emitidos inúmeros ofícios e travados diversos diálogos interinstitucionais entre
o Ministério da Marinha, Observatório Nacional e a Repartição Geral dos Telégrafos, porém
não houve tempo hábil para que a Estação Radiotelegráfica na Ilha do Governador ficasse
pronta ainda em 1914.
No Decreto n°11508, de 4 Março de 1915, consta a aprovação do regulamento da
Diretoria de Meteorologia e Astronomia, com destaque para o Artigo 5°, que tratou da criação
de uma Estação Horária Radiotelegráfica para a transmissão de sinais aos navegantes, aos
engenheiros e aos geógrafos, conforme previsto nas Conferências Internacionais da Hora de
1912 e 1913. Deste mesmo decreto destacamos o artigo 15° que tratou das competências
profissionais. (BRASIL, 1915):
Art. 15. Ao chefe da seção de astronomia e geodesia compete:
?1?Fazer executar pelos assistentes da seção, e de conformidade com as
instruções do director, as observações astronomicas e geodesicas necessarias,
tendo especialmente em vista:
a) o signal diario da hora, de accordo com as deliberações do Congresso da
Hora;
b) a photographia diaria do disco solar;
c) a determinação diaria da hora por observações meridianas e a regulamentação dos pendulos e chronometros existentes no Observatorio Nacional;
d) a determinação da posição geographica dos pontos que, a juizo do director,
forem considerados mais importantes para a organização do mappa da Republica;
e) as observações meridianas e equatoriaes de estrellas, planetas e cometas;
f) a confecção de um annuario contendo todos os dados astronomicos uteis ao
publico e aos engenheiros em serviço no campo.3
A DETERMINAÇÃO HORÁRIA E AS OBSERVAÇÕES ASTRONÔMICAS
A determinação da hora e sua correção por observações astronômicas dependem do
movimento de rotação da Terra tal que, o estabelecimento da hora local se refere ao plano
meridiano local do observador, variando em função da localização deste observador. Os astros
empregados nesta determinação provêm de catálogos de estrelas. Além da observação dos
astros catalogados, era necessário conhecer a marcha das pêndulas, que necessitavam ser
3 Disponível em http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-11508-4-marco-1915-502747-
republicacao-97749-pe.html . Acesso dia 28 de junho de 2019.
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continuamente reguladas. As condições físicas dos instrumentos que realizavam as
observações meridianas influenciavam os cálculos tal que, em adição, era necessário que estes
instrumentos fossem mantidos em condições ideais de temperatura e pressão. Barroso Júnior e
Junqueira (2013) descrevem estes procedimentos:
O plano meridiano local, plano vertical que contém o Norte e o Sul do horizonte e o
zênite, é um plano de simetria dos movimentos estelares entre os lados leste e oeste,
em primeira aproximação. Observar um astro (estrela) de coordenadas conhecidas
cruzando esse plano (passagem meridiana) permite, após decorridas 24 horas
siderais (período de rotação da Terra), acertar diretamente o andamento de uma
pêndula sideral, por exemplo. Normalmente observavam-se muitas estrelas de
catálogo numa mesma noite e se obtinha então a média das horas de passagem de
todas as observações, o que permitia conhecer com razoável precisão a diferença
entre a hora admitida certa (pela observação das estrelas) e a da pêndula utilizada,
o chamado estado da pêndula. (Barroso Júnior & Junqueira, 2013: 314 ).
As pêndulas regularmente eram enviadas a casas especializadas (Norris e Nardin) para
passar por processos de limpeza e manutenção, onde eram desmontadas e os óleos eram
renovados. Elas ficavam em observação e, então, era efetuada a regulagem. No período
investigado estavam em operação dois tipos de pêndulas: as de tempo sideral e tempo médio.
(ON, Fundo da Hora Legal Brasileira, 1913-1914).
Em um periódico do ON, encontramos as definições que permitem compreender a
diferença entre estes instrumentos:
O dia astronômico que, como vimos, começa e termina ao meio-dia, chama-se
especialmente dia solar verdadeiro. A sua irregularidade, devida ao movimento
aparente mais ou menos variado do sol, deu logar á creação necessária de uma
nova espécie de dia, dotada de uma duração invariável. Este dia artificial é
considerado como devido ao movimento uniforme de um sol imaginário, chamado
sol médio, que percorre o equador ao mesmo tempo em que o sol real ou verdadeiro
percorre a eclíptica. O dia médio constitue a principal unidade do tempo médio, o
qual deve ser marcado pelos relógios communs, cujos movimentos se approximam
mais ou menos deste sol imaginário. Além destas duas sortes de dias, foi instituído
ainda o dia sideral, que designa o intervallo comprehendido entre duas passagens
consecutivas do Ponto Vernal pelo meridiano. O seu valor, expresso em tempo
médio, é de 23h 56m 4s, approximadamente, e o seu uso é especialmente
consagrado á astronomia. (Anuário do Observatório Nacional, 1915)
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O PAVILHÃO LUÍS CRULS
A complexidade da determinação da hora dependia de uma localização que suprisse
todas as necessidades de acomodação e garantisse a estabilidade dos instrumentos científicos,
que eram bastante sensíveis. Definida a mudança do ON para a nova sede, um antigo
funcionário, ex-diretor interino do ON, Luiz da Rocha Miranda, se propôs a construir o
edifício do serviço da hora no campus do Morro de São Januário. O edifício dispunha de um
subsolo necessário para garantir melhor controle de temperatura e pressão, onde foram
construídos pilares fincados na rocha, para acomodação das pêndulas e cronômetros. O ofício
de 15 de maio de 1917 trata sobre o assunto:
Tenho a subida honra de levar a vosso conhecimento que o Snr. Dr. Luiz da Rocha
Miranda, o qual foi eximio 1° astrônomo, por muitos anos, n’esta Repartição
quando éra o Observatório Astronomico, conhecedor das suas necessidades e
querendo contribuir a apressar a sua transferência para novo terreno do Morro de
São Januário, gentilmente se me offereceu para mandar ali construir, á expensas
suas, um pavilhão com as mais modernas comodidades necessarias para o serviço
da hóra e a guarda dos respectivos pendulos e cronometros. (MAST, Fundo do
Observatório Nacional, 1917)
Em um ofício emitido pelo diretor Morize, no dia 20 de julho de 1918, tomamos
conhecimento de que foi apenas em 1° de junho de 1918 que as transmissões de sinais
horários foram feitas a partir desta estação, duas vezes ao dia, às 11 horas e às 21 horas, e que
chegavam, durante o dia, até o porto da Bahia. A prática desta transmissão seguia o método
aplicado pelo Observatório de Paris na Torre Eiffel, utilizando o transmissor horário Leroy-
Brillié e uma pêndula Leroy, contendo um acertador magnético, também do construtor Leroy,
conforme o referido ofício. O Pavilhão Luís Cruls, só foi inaugurado em 15 de junho de 1918
e, a partir de então, passou a ser sede do serviço da hora no ON. (MAST, Fundo do
Observatório Nacional, 1918).
CONCLUSÃO
Este trabalho investigou as atividades relacionadas ao serviço da hora do ON a partir
de fontes documentais que compreendem o período de 1909 a 1918. Foram analisadas as
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condições precárias em que se encontrava a sede do Observatório no Morro do Castelo, as
quais dificultavam o exercício das atividades de determinação e disseminação de sinais
horários. Cooperações com diversas instituições nacionais colaboraram para que o instituto
encontrasse novo terreno com melhores condições. Neste processo, o Brasil organizou seu
sistema horário, adequando este ao padrão internacional, para o que contribuíram as reflexões
e diretrizes estabelecidas pelas Conferências Internacionais da Hora de 1912 e 1913,
realizadas em Paris. Em junho de 1918 foi, finalmente, inaugurado o Pavilhão Luiz Cruls, no
Morro de São Januário, a nova sede do serviço da hora do Observatório Nacional.
REFERÊNCIAS
Fontes
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http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-11508-4-marco-1915-502747-
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