o objectivo de desenvolvimento sustentável 13: acção ... · e na organização social. afectaram...
TRANSCRIPT
Engª Quite DJATA
Secretária de Estado do Ambiente
O Objectivo de DesenvolvimentoSustentável 13:
Acção contra a Alteração Global do Clima
Bissau, 7 de Dezembro de 2018
Plano de Apresentação
1. Definição do ODS 13 (ONU)2. Contexto Internacional e
Regional3. Contexto Nacional –
Vulnerabilidade4. Contexto Nacional – Adaptação5. Contexto Nacional – Mitigação6. Dificuldades e
Constrangimentos7. Perspectivas
1.Definição do ODS 13 (segundo a ONU)
Objectivo 13. Adoptar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e seus impactos
13.1 Reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos relacionados o clima e às catástrofes naturais em todos os países;
13.2 Integrar medidas da alteração do clima nas políticas, estratégias e planeamentos nacionais;
13.3 Melhorar a educação, aumentar a consciencialização e a capacidade humana e institucional sobre a mitigação, adaptação, redução de impacto e estabelecer o alerta precoce da mudança do clima.
…
1.Definição do ODS 13 (cont.)
13.a Implementar o compromisso assumido pelos paísesdesenvolvidos Partes da Convenção Quadro das NaçõesUnidas sobre as Alterações Climáticas (CQNUAC/UNFCCC)para a meta de mobilizar conjuntamente 100 bilhões deDólares Americanos/ano a partir de 2020, de todas as fontes,para atender às necessidades dos Países emDesenvolvimento, no contexto das ações de Adaptação,Mitigação significativas e Transparência na implementação, eoperacionalizar plenamente o Fundo Verde para o Clima pormeio da sua capitalização o mais cedo possível;
13.b Promover mecanismos para a criação de capacidades para o planeamento relacionado com as alterações climáticas e à gestão eficaz nos Países Menos Desenvolvidos, inclusive com foco em mulheres, jovens, comunidades locais e marginalizadas.
2. Contexto Internacional e Regional
• Nas últimas décadas, as alterações climáticas constituíramuma ameaça ao desenvolvimento social e económico dasNações, devido aos seus impactos nos sistemas produtivose na organização social. Afectaram numerosas populaçõese contribuíram para os maiores danos e perdas.
• Na Ásia e Pacífico, as catástrofes naturais foram, e são,altamente destrutivas, mas também os são na África aocorrência de extensos períodos de seca intensa,inundações, degradação de recursos naturais (solos,florestas, água, etc.) e doenças (principalmente de origemhídrica).
• A variabilidade climática e os impactos imediatos defenómenos extremos são também de difícil previsão. ...
2. Contexto Internacional e Regional(cont.)
• As emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEEs)continuaram a aumentar, com países na Ásia e noPacífico a serem responsáveis por mais de metade dasemissões globais.
• Não obstante a África representar uma parte ínfimadas emissões (aprox. 4%), ela continua a sofrer commaior gravidade as consequências do aquecimentoglobal. Por razões de fraco poder económico econhecimentos técnicos e tecnológicos para fazer faceas alterações climáticas (fonte: IPCC).
Emissões globais de GEEs, em 2015
3. Contexto Nacional - Vulnerabilidade
❑ Na última década, tem-se registado o recrudescimentoanual de tempestades e ventos fortes, acompanhados deinundações, que têm afectado com gravidade o sistemaprodutivo tradicional (essencialmente baseado naagricultura) e a organização social.
✓Resultados de campanhas agrícolas têm demonstradoredução significativa de produção, devido aos impactosde eventos extremos no sistema produtivo - p.e. perdade 30% da produção em 2017 (MADR/FAO).
✓Aumento de numero de doentes atendidos porcomplicações diarreicas em 2017 (MINSAP/OMS,2017).
✓Destruição de quase 300 habitações em todo o país naestação chuvosa de 2018 (Protecção Civil, 2018).
✓Mais de 1.500 agregados directamente afectados pelascalamidades naturais (Protecção Civil, 2018). …
3. Contexto Nacional - Vulnerabilidade(cont.)
❑ De modo geral, no país, continua a:
✓Registar-se a tendência irregular das chuvas, comsignificativo desfasamento espácio-temporal;
✓Verificar-se a erosão permanente das zonas costeiras,que se encontram abaixo do nível médio do mar (-5metros), engendrando processos contínuos dedegradação de solos férteis para a actividade agrária;
✓Registar-se o aumento da temperatura média, comamplitudes térmicas significativas de +2°C;
✓Verificar-se a degradação da qualidade da águapotável, sobretudo nas ilhas e na zona costeira, devidoà salinização.
4. Contexto Nacional - Adaptação
❑A adaptação continua a ser a estratégia para se fazer faceàs alterações climáticas. No caso guineense, ela éorientada para iniciativas (políticas, institucionais,legislativas, comunitárias) e acções físicas (hard) doterreno, visando o reforço da resiliência dos ecossistemasnaturais vulneráveis, incluindo as comunidades, e suacapacidade de adaptação. Assim:
✓Foi preparado o Plano de Acção Nacional deAdaptação (PANA, 2006), de onde nasceram 11projectos de adaptação rápida e imediata aos efeitosnefastos das Alterações Climáticas, dos quais 1 teveimplementação, beneficiando o sector dos recursoshídricos, agrário (agricultura, florestas, pecuária,pescas) e zona costeira, nas temáticas dabiodiversidade e luta contra a degradação de solos.
…
4. Contexto Nacional – Adaptação(cont.)
✓ O reforço das capacidades é uma componentefundamental de todas estas iniciativas.
✓ Ao mesmo tempo, esforço demainstreaming/Integração/conjungação foi realizadonalguns sectores, no sentido de assegurar aintegração de medidas da alteração do clima naspolíticas, estratégias e planeamentos nacionais.
❑ Presentemente, está em curso a elaboração do Planode Acção Nacional de Adaptação de meio e longoprazos (PAN) com a ajuda dos ParceirosInternacionais.
❑ Projecto Resiliência as Alterações Climáticas na zonaleste do país demonstrou as Boas Práticas agrícola ede gestão de água;
❑ Construiu represas visando a captação earmazenamento das águas pluviais para pequenasagriculturas e bebedouro para o gado
5. Contexto Nacional – Mitigação
▪ Como visto atrás, a África é o menor contribuinte do balançodas emissões globais, quadro no qual as emissões da Guiné-Bissau são praticamente desprezíveis. Contudo, devido aosengajamentos decorrentes da Convenção e de Protocolossubsequentes, os Países Não-Anexo I têm a obrigação decontribuir no esforço global de redução de GEEs. Nestecontexto, foram:
✓Elaboradas as Contribuições Previstas NacionalmenteDeterminantes (CPND/INDC), de apoio às negociaçõesinternacionais que conduziram ao Acordo de Paris sobre oNovo Regime Climático em 2015. O sector agroflorestal e deenergia assumiram destaque no INDC, não só pelo seu papelna mitigação como também adaptação (efeito de co-benefícios).
…
5. Contexto Nacional – Mitigação(cont.)
✓Implementados alguns projectos de mitigação no Sector deEnergia (energias renováveis e eficiência energética), como sãoo caso de:
i. Projecto de promoção de investimentos de pequena emédia escala em tecnologias de energias renováveis noSector de Energia da Guiné-Bissau, com financiamentode 1,7 Musd do Fundo Global para o Ambiente(FGA/GEF) e implementação da ONUDI e MEIRN (OBS.: aactual Conferência realiza-se no âmbito do programade actividades deste projecto).
ii. (Em preparação) Projecto de promoção de acesso aosserviços de energia moderna através de mini-redes etecnologias bioenergéticas de baixo carbono nascomunidades florestais da GB. Financiamento do GEF(2,9 Musd) com uma importante contribuição do PNUD(~ 1 Musd). …
5. Contexto Nacional – Mitigação(cont.)
iii. Programa das Pequenas Subvenções (PPS/SGP),destinadas ao financiamento de iniciativas de autoria daSociedade Civil (ONGs, associações e organizaçõescomunitárias de base), no qual as Energias Renováveisocupam parte importante da estratégia de redução dadegradação de ecossistemas, melhoramento das paisagensnaturais e reforço dos sistemas alimentares e qualidade devida das comunidades. Este ano, o programa, gerido peloPNUD, viu o seu financiamento reforçado pelo Governo,com uma subvenção de quase 1 Musd para os próximos 4anos, orientado prioritariamente para financiar iniciativasenvolvendo a promoção e valorização das potencialidadeslocais em energias renováveis.
5. Contexto Nacional – Mitigação(cont.)
iv. As 5 acções contra as alterações climaticasimplementadas/praticadas actualmente na Guiné-Bissau:
• Projecto CARBOVEG-GB que estimou a capacidade dearmazenamento e de sumidouro da vegetação florestal daGuiné-Bissau, permitindo o país criar a sua baseline nosector florestal para participar no mercado do carbono;
• Plantações de mangal nas diferentes localidades litorais doPaís,
• Utilização cada vez mais das terras de Bas-fonds emdeterremento da pratica de shifting cultivation (M’pam-pam),
• Projectos de implantação de sistemas de energia solar nascomunidades rurais,
• Construção da barragem hidroelectrica no quadro daOMWG, entre outros
6. Dificuldades e Constrangimentos
• Não definição das prioridades nacionais relativamenteaos ODS e de uma Estratégia para o DS.
• Insuficiência de recursos humanos qualificados(planeamento, estatísticas, gestão de recursosfiduciários e relações públicas/internacionais) e demeios materiais;
• Fraca capacidade interna de autofinanciamento(simbolismo dos orçamentos) vis-a-vis asnecessidades globais de financiamento da mitigação (~700 Musd, segundo INDC e SE4All, 2015) e daadaptação ($$$ Musd – será determinado na próximarevisão de INDC, em 2019-2020);
• Dificuldades na mobilização e sustentação deparcerias efectivas de longo prazo.
7. Perspectivas
1) O início de implementação do Acordo de Paris nassuas diferentes modalidades, implicará a reconversãoe transição da economia actual caracterizada poruma elevada intensidade energética (consumoelevado de biomassa e combustíveis fósseis) parauma economia verde/limpa precursora dodesenvolvimento sustentável. Favorizará aimplementação das prioridades consubstanciadasnas INDC, (sector de energia e AFOLU), porconseguinte, os planos de acção para a energiasustentável (PANER, PANEE e Agenda SE4All).
2) No mesmo contexto, a implementação dos futurosplanos PAN e NAMAS será viabilizada.
3) A conjugação destas perspectivas com os desígnios eplaneamentos nas áreas focais da conservação dabiodiversidade e de luta contra a seca edesertificação (degradação de solos), permitirá aconsecução das metas do ODS 13.
7. Perspectivas: (cont.)
Vugarização das seguintes acções como medidasde adaptação e mitigação às alterações climatica:
• Plantações de mangal nas diferentes localidades dolitoral do País com vista a aumentar a capacidade desumidouro do país, protecção costeira contra a erosão,bem como meio de suporte da vida marinha.
• Vulgarização de boas práticas de adaptação á nívelnacional, como por exemplo: a construção de represaspara a captação e armazenamento de águas pluviaispara a pequena agricultura e embeberramento do gado
• Utilização das terras de Bas-fonds em deterremento dadesflorestação.
• Ampla utilização de paneis solares nas comunidadesrurais e vulgarização de técnicas de fogões melhorados.
Muito Obrigadapela atenção!