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Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume – nº 1 – 2015. O NÍVEL DE DIVULGAÇÃO DE ATIVOS BIOLÓGICOS E ESTOQUE: UM ESTUDO EM UM GRUPO DE EMPRESAS BRASILEIRAS Jéssica Aline da Silva Albuquerque 1 Prof. Msc. Ricardo Pereira Rios 2 RESUMO Ao analisar os demonstrativos financeiros das entidades, deve-se dar uma atenção especial às contas de estoque, pois elas dizem muito sobre sua liquidez e pode tornar-se um entrave no momento de decidir se é ou não viável investir nessa companhia. Com a necessidade de se obter informações detalhadas e objetivas em seus relatórios financeiros, nota-se a necessidade de evidenciar essas informações de forma clara e objetiva, atingindo uniformemente os diversos usuários das informações contidas nesses demonstrativos. Com o intuito de avaliar o cumprimento dos padrões de divulgação exigidos pelo CPC 16 – Estoques e CPC 29 – Ativos Biológicos, o presente estudo, por meio de uma pesquisa exploratória qualitativa e documental procurou atestar se os demonstrativos das companhias em questão cumprem as exigências estabelecidas. Constatou-se que as companhias analisadas atendem de forma satisfatória e objetiva aos critérios básicos para divulgação de seus estoques oriundos de ativos biológicos. Palavras-chave: Estoques, Ativos biológicos, Divulgação. INTRODUÇÃO É obrigação do profissional contábil proporcionar aos diversos usuários da Contabilidade (investidores, fisco, sindicatos, credores, instituições financeiras, entre outros) informações fidedignas acerca da situação patrimonial e financeira das 1 Bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de São Roque, 2015. 2 Mestre em Ciências Contábeis pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, Pós Graduado em Gestão Empresarial pela Universidade Nove de Julho, Bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de São Roque. Atua na área Contábil Tributária há 20 anos. Professor Universitário, atuando também como docente em cursos e palestras com temas voltados área contábil tributária há mais de 05 anos. Coordenador do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de São Roque. Co-autor do livro: "Normas e Práticas Contábeis: Uma introdução", obra premiada na categoria Livro de Contabilidade no "Troféu Cultura Econômica 2012" – Rio Grande do Sul.

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Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume – nº 1 – 2015.

O NÍVEL DE DIVULGAÇÃO DE ATIVOS BIOLÓGICOS E ESTOQUE:

UM ESTUDO EM UM GRUPO DE EMPRESAS BRASILEIRAS

Jéssica Aline da Silva Albuquerque1

Prof. Msc. Ricardo Pereira Rios2

RESUMO Ao analisar os demonstrativos financeiros das entidades, deve-se dar uma atenção especial às contas de estoque, pois elas dizem muito sobre sua liquidez e pode tornar-se um entrave no momento de decidir se é ou não viável investir nessa companhia. Com a necessidade de se obter informações detalhadas e objetivas em seus relatórios financeiros, nota-se a necessidade de evidenciar essas informações de forma clara e objetiva, atingindo uniformemente os diversos usuários das informações contidas nesses demonstrativos. Com o intuito de avaliar o cumprimento dos padrões de divulgação exigidos pelo CPC 16 – Estoques e CPC 29 – Ativos Biológicos, o presente estudo, por meio de uma pesquisa exploratória qualitativa e documental procurou atestar se os demonstrativos das companhias em questão cumprem as exigências estabelecidas. Constatou-se que as companhias analisadas atendem de forma satisfatória e objetiva aos critérios básicos para divulgação de seus estoques oriundos de ativos biológicos.

Palavras-chave: Estoques, Ativos biológicos, Divulgação.

INTRODUÇÃO

É obrigação do profissional contábil proporcionar aos diversos usuários da

Contabilidade (investidores, fisco, sindicatos, credores, instituições financeiras, entre

outros) informações fidedignas acerca da situação patrimonial e financeira das

1 Bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de São Roque, 2015.

2 Mestre em Ciências Contábeis pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, Pós Graduado em Gestão Empresarial pela Universidade Nove de Julho, Bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de São Roque. Atua na área Contábil Tributária há 20 anos. Professor Universitário, atuando também como docente em cursos e palestras com temas voltados área contábil tributária há mais de 05 anos. Coordenador do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de São Roque. Co-autor do livro: "Normas e Práticas Contábeis: Uma introdução", obra premiada na categoria Livro de Contabilidade no "Troféu Cultura Econômica 2012" – Rio Grande do Sul.

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empresas de um modo geral, salientando pontos de melhoria para que esses usuários

possam utilizá-las da melhor maneira possível.

Algumas informações, como por exemplo, estoques, que possuem diversas

variáveis como mensurações, critérios de valoração, entre outros pontos importantes,

devem obedecer a critérios de divulgação específicos para que se torne acessível e

de fácil entendimento. Isso também é valido para empresas que possuem estoques

derivados de ativos biológicos, atendendo a uma normativa diferenciada.

Diante desse cenário é possível afirmar que as grandes sociedades de capital

aberto que trabalham com ativos biológicos obedecem aos critérios básicos de

divulgação estabelecidos pelo CPC 16 (estoques) e pelo CPC 29 (ativos biológicos)

em seus demonstrativos financeiros?

A partir desse questionamento, pretende-se com o presente artigo contribuir a

respeito do tema que, por meio de análises preliminares, é um assunto relativamente

novo, de grande relevância, verificando se as empresas brasileiras que possuem

estoques oriundos de ativos biológicos obedecem aos critérios de divulgação

estabelecidos pelo CPC 29 – Ativos Biológicos – e consequentemente ao CPC 16 –

Estoques.

O objetivo geral do presente artigo é verificar se as empresas brasileiras de

capital aberto que trabalham com estoques oriundos de ativos biológicos atendem aos

critérios básicos de divulgação estabelecidos pelo CPC 16 e CPC 29. Os objetivos

específicos compreendem em levantar referencial teórico sobre o tema e realizar uma

pesquisa com coleta de dados por meio de análise dos demonstrativos contábeis

sociedades anônimas devidamente registradas na Comissão de Valores Mobiliários

(CVM).

A análise será realizada com base em demonstrativos contábeis dos exercícios

de 2009 a 2014 de quatro empresas, duas delas caracterizam-se pelo cultivo de

plantas e as demais tem como atividade fim a criação de animais para abate. O

método utilizado foi o dedutivo que, segundo Marconi & Lakatos (2003) é a pesquisa

que parte de pressupostos já estabelecidos anteriormente, exploratória qualitativa,

que segundo Gil (2002) apresenta características de empresas que possuem

estoques oriundos de ativos biológicos, além de documental, que segundo Marconi &

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Lakatos (2003) esse tipo de pesquisa compreende na coleta e análise de dados

baseados em documentos, escritos ou não.

1. REFERENCIAL TEÓRICO

A seguir apresenta-se o referencial teórico do presente artigo.

1.1. EVIDENCIAÇÃO (DISCLOSURE)

Com o intuito de convergir às práticas contábeis internacionais, a Nova

Estrutura Conceitual Básica Brasileira tem como meta, facilitar o acesso e o

entendimento dos usuários da contabilidade (são exemplos deles o Fisco,

investidores, funcionários, fornecedores, instituições financeiras, clientes, sindicatos e

sociedade em geral) aos relatórios econômico-financeiros através da padronização

dos demonstrativos contábeis, facilitando suas tomadas de decisões.

Iudícibus (2010) afirma que a evidenciação compreende todo o conjunto de

demonstrativos contábeis e elementos existentes, tornando acessível, clara e livre de

questionamentos informações acerca do patrimônio.

Hendriksen e Van Breda (1999) reforçam a importância da divulgação de

informações úteis (relevantes) como forma de contribuição ao processo racional de

tomada de decisão, fornecendo precisão e fidedignidade a respeito do patrimônio de

entidades públicas e privadas.

1.1.1. TIPOS DE EVIDENCIAÇÃO

Para Iudícibus (2010), por meio de diversos instrumentos, como os citados

abaixo, os relatórios contábeis tornam-se mais confiáveis a respeito da saúde

financeira das entidades.

- Informações entre parênteses: utilizadas para complementar os demonstrativos

contábeis com esclarecimentos curtos sobre títulos e subtítulos;

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- Notas explicativas: utilizadas no Brasil como principal forma de evidenciação, pois

devem acompanhar os demonstrativos contábeis. Elas podem conter informações

como políticas de distribuição de dividendos, critérios para valoração e mensuração

de estoques, depreciação de ativos imobilizados, critérios para cálculo de provisões

(entre elas a Crédito de Liquidação Duvidosa), variações cambiais, lançamentos e

ajustes diversos, entre outras informações relevantes que devam ser passadas para

os usuários;

- Quadros suplementares: considerados parte das notas explicativas, esses quadros

tem o objetivo de detalhar informações quantitativas sintetizadas nas demonstrações

contábeis.

- Parecer dos auditores independentes: é o documento que comprova a veracidade

das informações contidas nos demonstrativos contábeis. Iudícibus (2010) ainda

esclarece que nesses tipos de documentos é importante ressaltar pontos como

métodos contábeis aceitos e efeitos causado por adaptações ou desacordo com

princípios contábeis.

- Relatório da administração: é o canal de comunicação entre a alta administração e

os usuários da contabilidade. Nesse relatório estão contidas informações a respeito

do segmento e a posição perante os concorrentes, projetos internos (pesquisa e

desenvolvimento de novos produtos e serviços) e externos (investimentos de caráter

social), perspectivas e projeções de crescimento para os próximos anos, parceria

com outras empresas, aquisição de novos investimentos entre outras informações

consideradas relevantes pela administração. O mesmo autor afirma que, por não

serem auditadas, essas informações possuem caráter otimista e devem ser

encaradas com certa cautela por parte do usuário.

1.2. PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 16 – ESTOQUES

O objetivo desse pronunciamento contábil é estabelecer normas a respeito do

tratamento de estoques no Brasil, já adaptando conceitos e métodos de mensuração

às normas internacionais. Este pronunciamento não estabelece regras a respeito de

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estoques de construção civil (CPC 17), instrumentos financeiros (CPC 39) e ativos

Biológicos (CPC 29), que são tratados em pronunciamentos próprios.

1.2.1. CONCEITOS

O Comitê de Pronunciamento Contábil (CPC), por meio de seu Pronunciamento

Técnico CPC 16 (2009) define estoques como ativos mantidos para venda no decorrer

dos negócios, ativos em processo de produção ou mesmo suprimentos.

Estoques são ativos: (a) Mantidos para venda no curso normal dos negócios; (b) Em processo de produção para venda; ou (c) Na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados

no processo de produção ou na prestação de serviços. (CPC 16, 2009, item 6).

Reis e Marion (2013) complementam afirmando que estoques são ativos

derivados de compra ou produção com o objetivo de comercialização, abrangendo

matérias-primas, embalagens, produtos em elaboração (durante o processo

produtivo) e produtos acabados, que serão direcionados aos clientes.

O Pronunciamento Técnico CPC 16 (2009) ainda define valor realizável líquido

como o valor estimado de venda menos os custos para concretizá-la (margem de

lucratividade), além de valor justo, que é o valor em uma transação comercial entre

partes conhecedoras.

1.2.2. MENSURAÇÃO

Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 16 (2009), existem os seguintes

métodos de mensuração para estoques:

- Custo do estoque: composto por todos os gastos com aquisição, transformação e

possíveis beneficiamentos realizados antes da comercialização.

- Custo de aquisição dos estoques: composto pela soma de todos os gastos com

compra, tributos que incidem direta ou indiretamente sobre o produto, transporte e

seguro entre outros gastos deduzidos descontos comerciais e abatimentos;

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- Custo de transformação: aplica-se somente para indústrias e é composto por todos

os gastos com linhas de produção (custos diretos e indiretos) conforme os critérios

adotados pela empresa e que obedeçam aos regulamentos aceitáveis pelas Normas

Brasileiras de Contabilidade;

- Custo de estoque de prestador de serviços: compostos por todos os gastos com a

realização de serviços (para serviços em andamento, todos os custos diretos e

indiretos são considerados custos de produção). A norma ainda estabelece a não

utilização da margem de lucro nem gastos gerais não atribuíveis (geralmente inclusos

nos preços final dos serviços) como parte da composição do custo de produção.

- Outras formas de mensuração: compreende no custo padrão (estimativa para

fabricação ou revenda de um bem ou serviço) e método de varejo (custo utilizado por

empresas que comercializam grande variedade de itens com margens de contribuição

semelhantes).

1.2.3. CRITÉRIOS PARA VALORAÇÃO DE ESTOQUES

Segundo Reis e Marion (2013), o valor dos estoques é um importante indicador

de crescimento para a empresa, pois determina o tempo com que os estoques são

renovados e o impacto no resultado do exercício. Os autores ainda ressaltam a

importância de identificar detalhadamente os itens de estoques e controle para esses

itens.

Existem três tipos de valoração de estoque, porém a legislação contábil e fiscal

brasileira permite a pratica de somente duas delas. São eles:

- Último que entra, Primeiro que sai (UEPS) – Também conhecido por LIFO (Last In,

First Out), esse método de valoração de estoques, segundo Reis e Marion (2013),

caracteriza-se pelo cálculo do custo unitário tanto nas operações de entrada

(aquisição ou entrada de produto acabado) quanto nas operações de saída (seja por

venda ou transformação) dos itens que entraram por último no estoque,

permanecendo somente os itens com custo de aquisição e/ ou transformação mais

antigos. Ainda segundo o mesmo autor, a aplicação do CPC 16 (2009) e legislação

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tributária impossibilita a utilização desse método para mensuração de estoques por

questões de superavaliação.

- Primeiro que entra, Primeiro que Sai (PEPS) – também conhecido como FIFO (First

In, First Out), esse método de valoração de estoques, segundo o Pronunciamento

Técnico CPC 16, caracteriza-se pelo cálculo do custo unitário tanto nas operações de

entrada (aquisição ou entrada de produto acabado) quanto nas operações de saída

(seja por venda ou transformação) dos itens que entraram primeiro no estoque,

permanecendo somente os itens com custo de aquisição e/ ou transformação mais

recente. Indicado para empresas que trabalhem com produtos perecíveis, como por

exemplo, supermercados, hortifrúti, entre outros.

- Média Ponderada – Esse método de valoração de estoques, ainda segundo o

Pronunciamento Técnico CPC 16 (2009), compreende na alteração do custo unitário

com operações de entrada (aquisição ou entrada através de transferências de

produtos) e saída (seja por venda, transformação ou movimentação entre armazéns)

dos itens por meio de média ponderada, independente de qual entrar ou sair primeiro

do estoque.

1.2.4. DIVULGAÇÃO

O Pronunciamento Técnico CPC 16 (2009), dispõe sobre a divulgação das

seguintes informações a respeito de estoques:

- Políticas de mensuração de estoques;

- Critérios de valoração dos estoques;

- Total registrado em contas de estoques;

- Utilização do valor justo deduzidos os custos de venda;

- Total reconhecido no resultado do exercício (tanto em contas de custos como em

despesas);

- Total de ajustes com o objetivo de reduzir o valor dos estoques do período (tendo

como contrapartida o resultado do exercício)

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- Total de reversões e circunstâncias que geraram qualquer ajuste com o objetivo de

reduzir o valor dos estoques do período (tendo como contrapartida o resultado do

exercício);

- Total registrado como penhor de garantias de passivos.

- Informações a respeito de classificação de estoques (matéria-prima, produtos em

elaboração, produto acabado, uso e consumo, entre outros);

Essas informações podem ser divulgadas aos usuários dos serviços contábeis por

meio de notas explicativas e quadros suplementares, como forma de complemento

das demonstrações contábeis.

1.3. PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 29 – ATIVOS BIOLÓGICOS

O objetivo desse pronunciamento contábil é estabelecer normas a respeito do

tratamento de ativos biológicos e produtos agrícolas no Brasil, já adaptando conceitos

e métodos de mensuração às normas internacionais. A mesma regra não abrange os

seguintes tipos de estoques:

- Terras relacionadas com atividades agrícolas, tratados pelo Pronunciamento Técnico

CPC 27 (Ativo Imobilizado);

- Ativos intangíveis relacionados com atividades agrícolas, tratados pelo

Pronunciamento Técnico CPC 4 (Ativo Intangível).

1.3.1. CONCEITO

O Pronunciamento Técnico CPC 29 apresenta alguns conceitos para que as

empresas avaliem as condições nas quais se enquadram.

- Ativo Biológico: é todo ser, animal ou planta vivos, ou seja, todo e qualquer animal

ou planta que sejam utilizados como atividade principal de uma entidade.

- Atividade Agrícola: toda a atividade proveniente da transformação ou

comercialização de ativos biológicos.

- Transformação biológica: é o método de crescimento, alteração, produção e

reprodução que mudam de maneira quantitativa e qualitativa um ativo biológico.

O quadro abaixo apresenta alguns exemplos de ativos biológicos:

Quadro 1 – Exemplos de Ativos Biológicos

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ATIVOS BIOLÓGICOS PRODUTO ACRÍCOLA PRODUTOS RESULTANTES DO

PROCESSAMENTO APÓS A COLHEITA

Carneiros Lã Fio, Tapete

Árvore de uma plantação Madeira Madeira serrada, celulose.

Plantas

Algodão Fio de algodão, roupa.

Cana Colhida Açúcar, Álcool

Café Café limpo em grãos, moído, torrado.

Gado de Leite Leite Queijo.

Porcos Carcaça Salsicha, presunto.

Arbustos Folhas Chá, tabaco.

Videiras Uva Vinho.

Árvores frutíferas Frutas colhidas Fruta processada.

Fonte: Comissão de Valores Mobiliários (2009).

1.3.2. MENSURAÇÃO

Segundo o Pronunciamento Contábil CPC 29, o ativo biológico só pode ser

reconhecido desde que o mesmo atenda ao conceito de ativo, que segundo o

pronunciamento contábil CPC 00 é todo recurso controlado pela entidade, decorrente

de eventos passados a fim de proporcionar benefícios econômicos e financeiros

futuros, além de ser mensurado de forma clara e confiável.

A mensuração do valor justo ocorre sob as seguintes condições:

- Quando se agrupa os ativos e aplica-se atributos significativos reconhecidos pelo

mercado (como idade e qualidade por exemplo);

- Os ativos biológicos devem ser mensurados pelo valor justo subtraído as despesas

de comercialização que ocorrerem no período (aplicação do Pronunciamento Técnico

CPC 16);

- Não deve ser considerado valor justo valores que são comercializados em mercado

futuro;

- A entidade não deve somar ao valor justo de seus ativos biológicos estimativas de

fluxos de caixa futuros após colheitas;

- Somente são considerados como valor justo os custos apurados pela entidade

quando ocorrer o processo de transformação biológica;

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- Ganhos e perdas derivadas de qualquer alteração no valor justo (já subtraída as

despesas de comercialização) devem ser registradas no resultado do exercício;

- somente em casos onde o ativo biológico não pode ser mensurado com confiança,

ele pode ser reconhecido pelo seu custo subtraído qualquer valor de perda;

1.3.3. DIVULGAÇÃO

O Pronunciamento Técnico CPC 29 (2009) estabelece como obrigatória a

divulgação dos seguintes aspectos para os ativos biológicos com mensuração de seu

valor justo confiável:

- Ganhos ou perdas decorrentes da operação de transformação de ativos biológicos;

- Mudança do valor justo;

- Distinção dos grupos de ativos biológicos (os grupos de ativos biológicos podem ser

expostos por meio de notas explicativas ou quadros suplementares, conforme critério

mais adequado definido pela empresa);

- Distinção dos grupos de ativos biológicos que compõem os estoques de matérias-

primas, produtos em elaboração e produtos acabados;

- Natureza das atividades que compreende cada grupo de ativos biológicos;

- Produção do período;

- Total de ativos que são forma de garantia de passivos;

- Total de investimentos com desenvolvimento, aquisição de ativos biológicos e riscos

com ativos biológicos;

- Redução de colheitas;

- Aumento decorrente de operações de combinação de negócios;

- Variações cambiais de operações com moeda estrangeira desses ativos biológicos.

Para empresas que trabalham com os ativos biológicos que são mensurados

de forma confiável, além dos pontos acima, divulgar os seguintes pontos:

- Justificativa para não aplicação do valor justo como mensuração de ativos biológicos;

- Valor de Custo deduzido de perdas e depreciação.

2. METODOLOGIA

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Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume – nº 1 – 2015.

Para a presente pesquisa utilizou-se o método dedutivo que, segundo Marconi

& Lakatos (2003) é a pesquisa que parte de pressupostos já estabelecidos

anteriormente.

Também se caracteriza por ser exploratória qualitativa, que segundo Gil (2002)

é o tipo de pesquisa que visa aprimorar ideias e descobertas, e descritiva, que

segundo o mesmo autor (2002) compreende em descrever as características de um

determinado grupo, ou seja, apresentando as características de empresas que

possuem estoques oriundos de ativos biológicos.

A presente pesquisa também se caracteriza por seu caráter documental, que

segundo Marconi & Lakatos (2003) compreende a coleta e análise de dados baseados

em documentos, escritos ou não.

Quanto à abordagem, a pesquisa caracteriza-se também por seu caráter

qualitativo, pois os dados são analisados individualmente em relação à parâmetros

estabelecidos, não apresentando seus resultados de forma numérica.

A seleção das empresas de capital aberto foi feita de modo aleatório, buscando

peculiaridades das atividades de cada uma. Foram analisadas as demonstrações

financeiras de quatro empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo entre os

anos de 2009 a 2014.

Todas as empresas pertencem novo mercado, que são empresas que possuem

altos níveis de divulgação na Bolsa de Valores de São Paulo. Dos nove critérios de

divulgação exigidos pelos CPC 16 foram definidos seis deles de maior relevância para

a análise dos demonstrativos contábeis. Com relação ao CPC 29, dos onze critérios

de divulgação estabelecidos, foram definidos nove critérios de divulgação de maior

relevância para análise dos demonstrativos.

2.1. EMPRESAS ANALISADAS

2.1.1. BRF S/A

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Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume – nº 1 – 2015.

A BRF foi criada em 2009, a partir da associação entre a Sadia e a Perdigão.

Após o processo de fusão, finalizado em 2012, a empresa tornou-se uma das gigantes

do mercado alimentício mundial. Hoje, é uma das principais exportadoras de proteína

animal do planeta, com alimentos que chegam a mais de 110 países.

Com foco na criação, produção e abate de aves e suínos, industrialização e/ou

comercialização de carnes in-natura, produtos processados, massas, molhos,

maioneses, vegetais congelados e derivados de soja, entre os quais, destacam-se

frangos e perus inteiros, cortes de frangos, perus e suínos congelados, presuntos,

mortadelas, salsichas, linguiças e outros produtos defumados, hambúrgueres,

empanados, kibes e almôndegas, lasanhas, pizzas, pão de queijo, tortas e vegetais

congelados, margarinas, molhos e maioneses, farelo de soja e farinha de soja

refinada, bem como ração animal.

A BRF é uma sociedade anônima de capital aberto, listada no segmento Novo

Mercado da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (“BM&FBOVESPA”), sob o ticker

BRFS3 e na Bolsa de Valores de Nova Iorque (“NYSE”), sob o ticker BRFS, com sede

localizada na Rua Jorge Tzachel, nº 475, no Bairro Fazenda, na cidade de Itajaí, no

Estado de Santa Catarina.

2.1.2. SÃO MARTINHO S/A

O Grupo São Martinho teve início na Itália, no final do século XIX, quando

integrantes da família Ometto imigraram para o Brasil. No sítio Olaria montaram seu

primeiro engenho de cana-de-açúcar, em 1914. Já em 1932, na Fazenda Boa Vista,

região de Limeira, a família produziu açúcar pela primeira vez.

Em 1937, a Usina Iracema foi comprada em Iracemápolis, município localizado

no interior de São Paulo, e transformou-se em uma destilaria de álcool. Em 1946, a

usina passou a fabricar açúcar também. Três anos mais tarde, os Ometto adquiriram

a Usina São Martinho, situada na cidade de Pradópolis, distante cerca de 330

quilômetros de São Paulo, que se transformou em uma das maiores processadoras

de cana do mundo.

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Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume – nº 1 – 2015.

Possui quatro usinas em operação: São Martinho, em Pradópolis, na região de

Ribeirão Preto (SP); Iracema, em Iracemápolis, na região de Limeira (SP), Santa Cruz,

localizada em Américo Brasiliense (SP) e Boa Vista, em Quirinópolis, a 300

quilômetros de Goiânia (GO), esta última uma joint-venture com a Petrobras

Biocombustível.

A companhia também possui uma unidade para produção de ácido ribonucleico,

a Omtek, também localizada em Iracemápolis. O conceito de grupo empresarial foi

consolidado nos últimos anos com a padronização de uma marca. Isto ajudou a

fortalecer o desempenho, principalmente com a abertura do capital da companhia em

2007, buscando assim uma competitividade cada vez maior nos mercados em que

atua.

2.1.3. RENAR S/A

A Renar Maçãs S/A foi constituída em 1962 e tem como atividades

preponderantes o cultivo e a venda de maçãs, além da fruticultura. Atua, também, em

outras atividades como o florestamento e reflorestamento, produção de mudas e

sementes, apicultura, extrativismo vegetal de florestas nativas ou formadas,

industrialização de frutas, comércio, exportação e importação de frutas, verduras e

seus derivados, insumos e embalagens e a prestação de serviços nas áreas de

classificação e armazenagem de produtos vegetais.

São cerca de 750 hectares, ou 7,5 milhões de metros quadrados, de terras para

a produção de frutas, além da produção de terceiros, que recebem insumos agrícolas,

suporte financeiro e gestão de qualidade da Renar. A Companhia produz cerca de 40

mil toneladas maçãs por ano.

2.1.4. JBS S/A

A JBS é líder mundial em processamento de carne bovina, ovina e de aves, além

de ter uma forte participação na produção de carne suína. Com mais de 200 mil

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Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume – nº 1 – 2015.

colaboradores ao redor do mundo, a companhia possui 340 unidades de produção e

atua nas áreas de alimentos, couro, biodiesel, colágeno, embalagens metálicas e

produtos de limpeza.

No Brasil a companhia explora o segmento de abate, frigorificação de carne

bovina, industrialização de carnes, subprodutos de carnes e conservas, em 52

unidades industriais localizadas nos Estados do Acre, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas

Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Rio de Janeiro, Rondônia e São

Paulo.

A Companhia distribui seus produtos por meio de onze centros de distribuição,

localizados nos Estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco,

Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e no Distrito

Federal.

Fazem parte do grupo as empresas JBS Mercosul, JBS Foods, Bovinos JBS

USA, Aves JBS USA, Suínos JBS USA, Seara Alimentos Ltda, além de contar com as

marcas Friboi, Rezende, Pena Branca, Swift, Pilgrim’s Pride, Swift Premium, Swift

Confiança, Aspen Ridge, Pierce Chicken, Swift 1855, Swift Black, Turma da Mônica,

Wing Dings, La Herencia, Cabaña Las Lilas, LeBon, 5star, Gold Kist Farms, Country

Pride, Armour, Excelsior, Cedar River Farms, Plate, Wilson, Swift Premium, Tekitos,

Great Southern, Hot Hit e Texas Burger.

3. RESULTADOS

Os quadros abaixo foram elaborados com o intuito de verificar a forma pela qual

as companhias analisadas evidenciaram os principais critérios de divulgação

estabelecidos pelo pronunciamento técnico CPC 16 – Estoques. Nota-se que a

ferramenta de evidenciação mais utilizada é nota explicativa.

QUADRO 2: CRITÉRIOS PARA DIVULGAÇÃO DO PRONUNCIAMENTO CPC 16 - BRF S/A

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Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume – nº 1 – 2015.

2009 2010 2011 2012 2013 2014

EMPRESA: BRF FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

AUDITADA POR: KPMG KPMG KPMG ERNST & YOUNG

ERNST & YOUNG

ERNST & YOUNG

CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUES NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS

CRITÉRIOS PARA VALORAÇÃO DE ESTOQUES

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

TOTAL REGISTRADO EM CONTAS DE ESTOQUES

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

TOTAL RECONHECIDO NO RESULTADO DO EXERCÍCIO (CPV)

DRE DRE DRE DRE DRE DRE

TOTAL DE AJUSTES REALIZADOS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NÃO APLICA NÃO APLICA

TOTAL DE ESTOQUES USADOS COMO GARANTIA

NÃO OCORREU NÃO

OCORREU NÃO OCORREU

NÃO OCORREU

NÃO OCORREU NÃO

OCORREU

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados coletados

QUADRO 3: CRITÉRIOS PARA DIVULGAÇÃO DO PRONUNCIAMENTO CPC 16 - SÃO MARTINHO S/A

2009 2010 2011 2012 2013

EMPRESA: SÃO MARTINHO S/A FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

AUDITADA POR: DELOITTE PRICE PRICE PRICE PRICE

CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUES NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS

CRITÉRIOS PARA VALORAÇÃO DE ESTOQUES NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS

TOTAL REGISTRADO EM CONTAS DE ESTOQUES BALANÇO

PATRIMONIAL BALANÇO

PATRIMONIAL BALANÇO

PATRIMONIAL BALANÇO

PATRIMONIAL BALANÇO

PATRIMONIAL

TOTAL RECONHECIDO NO RESULTADO DO EXERCÍCIO (CPV)

DRE DRE DRE DRE DRE

TOTAL DE AJUSTES REALIZADOS NÃO APLICA NÃO APLICA NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS

TOTAL DE ESTOQUES USADOS COMO GARANTIA NOTAS

EXPLICATIVAS NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados coletados

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Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume – nº 1 – 2015.

QUADRO 4: CRITÉRIOS PARA DIVULGAÇÃO DO PRONUNCIAMENTO CPC 16 - RENAR S/A

2009 2010 2011 2012 2013 2014

EMPRESA: RENAR S/A FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

AUDITADA POR: RUSSELL

BEDFORD RUSSELL

BEDFORD BDO BDO BDO BDO

CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUES NOTA

EXPLICATIVAS NOTA

EXPLICATIVAS NOTA

EXPLICATIVAS NOTA

EXPLICATIVAS NOTA

EXPLICATIVAS NOTA

EXPLICATIVAS

CRITÉRIOS PARA VALORAÇÃO DE ESTOQUES

NOTA EXPLICATIVAS

NOTA EXPLICATIVAS

NOTA EXPLICATIVAS

NOTA EXPLICATIVAS

NOTA EXPLICATIVAS

NOTA EXPLICATIVAS

TOTAL REGISTRADO EM CONTAS DE ESTOQUES

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

TOTAL RECONHECIDO NO RESULTADO DO EXERCÍCIO (CPV)

DRE DRE DRE DRE DRE DRE

TOTAL DE AJUSTES REALIZADOS NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA

TOTAL DE ESTOQUES USADOS COMO GARANTIA

NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO

OCORREU

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados coletados

QUADRO 5: CRITÉRIOS PARA DIVULGAÇÃO DO PRONUNCIAMENTO CPC 16 - JBS S/A

2009 2010 2011 2012 2013 2014

EMPRESA: JBS S/A FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

AUDITADA POR: BDO BDO KPMG KPMG BDO BDO

CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUES NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS

CRITÉRIOS PARA VALORAÇÃO DE ESTOQUES

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

TOTAL REGISTRADO EM CONTAS DE ESTOQUES

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

TOTAL RECONHECIDO NO RESULTADO DO EXERCÍCIO (CPV)

DRE DRE DRE DRE DRE DRE

TOTAL DE AJUSTES REALIZADOS NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA

TOTAL DE ESTOQUES USADOS COMO GARANTIA

NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO

OCORREU NÃO

OCORREU NÃO

OCORREU

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados coletados

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Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume – nº 1 – 2015.

Os quadros abaixo foram elaborados também com o intuito de verificar a

aplicabilidade do CPC 29, mostrou que através das notas explicativas as companhias

conseguem maior liberdade para divulgar suas informações, utilizando também

quadros suplementares como forma de complemento.

QUADRO 6: CRITÉRIOS PARA DIVULGAÇÃO CPC 29 - BRF S/A

2009 2010 2011 2012 2013 2014

EMPRESA: BRF FORMA DE

APLICAÇÃO

FORMA DE

APLICAÇÃO

FORMA DE

APLICAÇÃO

FORMA DE

APLICAÇÃO

FORMA DE

APLICAÇÃO

FORMA DE

APLICAÇÃO

AUDITADA POR: KPMG KPMG KPMG ERNST & YOUNG ERNST & YOUNG ERNST &

YOUNG

GANHOS E PERDAS DA

TRANSFORMAÇÃO DE ATIVOS

BIOLÓGICOS

NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA

AJUSTE A VALOR JUSTO DE ATIVOS

BIOLÓGICOS NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA

DISTINÇÃO DOS GRUPOS DE

ATIVOS BIOLÓGICOS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NATUREZA DAS ATIVIDADES NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

PRODUÇÃO DO PERÍODO NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

TOTAL DE ATIVOS USADOS COMO

GARANTIA

NÃO

OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU

TOTAL DE INVESTIMENTOS EM

ATIVOS BIOLÓGIVOS NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA

REDUÇÃO DE COLHEITAS NÃO

OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados coletados

QUADRO 7: CRITÉRIOS PARA DIVULGAÇÃO CPC 29 - SÃO MARTINHO S/A

2009 2010 2011 2012 2013

EMPRESA: SÃO MARTINHO S/A FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

AUDITADA POR: DELOITTE PRICE PRICE PRICE PRICE

GANHOS E PERDAS DA TRANSFORMAÇÃO DE ATIVOS BIOLÓGICOS

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO

NÃO APLICA RELATÓRIO DA

ADMINISTRAÇÃO

AJUSTE A VALOR JUSTO DE ATIVOS BIOLÓGICOS

NÃO APLICA NÃO APLICA NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS

DISTINÇÃO DOS GRUPOS DE ATIVOS BIOLÓGICOS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

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Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume – nº 1 – 2015.

NATUREZA DAS ATIVIDADES NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS NOTAS

EXPLICATIVAS

PRODUÇÃO DO PERÍODO RELATÓRIO DA

ADMINISTRAÇÃO RELATÓRIO DA

ADMINISTRAÇÃO RELATÓRIO DA

ADMINISTRAÇÃO RELATÓRIO DA

ADMINISTRAÇÃO RELATÓRIO DA

ADMINISTRAÇÃO

TOTAL DE ATIVOS BIOLÓGICOS USADOS COMO GARANTIA

NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU

TOTAL DE INVESTIMENTOS EM ATIVOS BIOLÓGIVOS

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

REDUÇÃO DE COLHEITAS NÃO OCORREU RELATÓRIO DA

ADMINISTRAÇÃO NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados coletados

QUADRO 8: CRITÉRIOS PARA DIVULGAÇÃO CPC 29 - RENAR S/A

2009 2010 2011 2012 2013 2014

EMPRESA: RENAR S/A FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

FORMA DE APLICAÇÃO

AUDITADA POR: RUSSELL

BEDFORD BRASIL

RUSSELL BEDFORD

BRASIL BDO BDO BDO BDO

GANHOS E PERDAS DA TRANSFORMAÇÃO DE ATIVOS BIOLÓGICOS

NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA

AJUSTE A VALOR JUSTO DE ATIVOS BIOLÓGICOS

NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA

DISTINÇÃO DOS GRUPOS DE ATIVOS BIOLÓGICOS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTA EXPLICATIVAS

NOTA EXPLICATIVAS

NOTA EXPLICATIVAS

NOTA EXPLICATIVAS

NATUREZA DAS ATIVIDADES

RELATÓRIO DA

ADMINISTRAÇÃO

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

NOTAS EXPLICATIVAS

PRODUÇÃO DO PERÍODO NÃO APLICA RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇ

ÃO

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃ

O

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃ

O

TOTAL DE ATIVOS BIOLÓGICOS USADOS COMO GARANTIA

NÃO OCORREU

NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU

TOTAL DE INVESTIMENTOS EM ATIVOS BIOLÓGIVOS

NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA

REDUÇÃO DE COLHEITAS NÃO

OCORREU NÃO OCORREU

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO

NÃO OCORREU NÃO OCORREU

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados coletados

QUADRO 9: CRITÉRIOS PARA DIVULGAÇÃO CPC 29 - JBS S/A

2009 2010 2011 2012 2013 2014

EMPRESA: JBS S/A FORMA DE

APLICAÇÃO

FORMA DE

APLICAÇÃO

FORMA DE

APLICAÇÃO

FORMA DE

APLICAÇÃO

FORMA DE

APLICAÇÃO

FORMA DE

APLICAÇÃO

AUDITADA POR: BDO BDO KPMG KPMG BDO BDO

GANHOS E PERDAS DA

TRANSFORMAÇÃO DE ATIVOS

BIOLÓGICOS

NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA

AJUSTE A VALOR JUSTO DE

ATIVOS BIOLÓGICOS NÃO APLICA

NOTAS

EXPLICATIVAS NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA NÃO APLICA

DISTINÇÃO DOS GRUPOS DE

ATIVOS BIOLÓGICOS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

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Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume – nº 1 – 2015.

NATUREZA DAS ATIVIDADES NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

NOTAS

EXPLICATIVAS

PRODUÇÃO DO PERÍODO NÃO APLICA RELATÓRIO DA

ADMINISTRAÇÃO

RELATÓRIO DA

ADMINISTRAÇÃO

RELATÓRIO DA

ADMINISTRAÇÃO

RELATÓRIO DA

ADMINISTRAÇÃO

RELATÓRIO DA

ADMINISTRAÇÃO

TOTAL DE ATIVOS BIOLÓGICOS

USADOS COMO GARANTIA

NÃO

OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU

TOTAL DE INVESTIMENTOS EM

ATIVOS BIOLÓGIVOS NÃO APLICA

BALANÇO

PATRIMONIAL NÃO APLICA NÃO APLICA

BALANÇO

PATRIMONIAL

BALANÇO

PATRIMONIAL

REDUÇÃO DE COLHEITAS NÃO

OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU NÃO OCORREU

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados coletados

Com base nos quadros acima foi elaborado um ranking com os maiores

percentuais de aplicabilidade dos critérios estabelecidos pelo CPC 16 e pelo CPC 29.

O cálculo dos percentuais exibidos no ranking abaixo foi feitos da seguinte forma:

TOTAL DE CRITÉRIOS APLICADOS X 100

TOTAL DE CRITÉRIOS ANALISADOS

QUADRO 10: RANKING DE APLICABILIDADE

ANO EMPRESA % DE

APLICABILIDADE CPC 16

ANO EMPRESA % DE

APLICABILIDADE CPC 29

2009 BRF S/A 100% 2009 SÃO MARTINHO S/A 88%

2009 JBS S/A 83% 2009 BRF S/A 50%

2009 RENAR S/A 83% 2009 JBS S/A 50%

2009 SÃO MARTINHO S/A 83% 2009 RENAR S/A 50%

2010 BRF S/A 100% 2010 JBS S/A 88%

2010 JBS S/A 83% 2010 SÃO MARTINHO S/A 88%

2010 RENAR S/A 83% 2010 RENAR S/A 63%

2010 SÃO MARTINHO S/A 67% 2010 BRF S/A 50%

2011 BRF S/A 100% 2011 SÃO MARTINHO S/A 100%

2011 JBS S/A 83% 2011 JBS S/A 63%

2011 RENAR S/A 83% 2011 RENAR S/A 63%

2011 SÃO MARTINHO S/A 83% 2011 BRF S/A 50%

2012 BRF S/A 100% 2012 SÃO MARTINHO S/A 88%

2012 JBS S/A 83% 2012 BRF S/A 63%

2012 RENAR S/A 83% 2012 JBS S/A 63%

2012 SÃO MARTINHO S/A 83% 2012 RENAR S/A 63%

2013 BRF S/A 83% 2013 SÃO MARTINHO S/A 100%

2013 JBS S/A 83% 2013 JBS S/A 75%

2013 RENAR S/A 83% 2013 BRF S/A 63%

2013 SÃO MARTINHO S/A 83% 2013 RENAR S/A 63%

2014 BRF S/A 83% 2014 JBS S/A 75%

2014 JBS S/A 83% 2014 BRF S/A 63%

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Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume – nº 1 – 2015.

2014 RENAR S/A 83% 2014 RENAR S/A 63%

2014 SÃO MARTINHO S/A 0% 2014 SÃO MARTINHO S/A 0%

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados coletados

No caso da companhia São Martinho S/A não foi possível concluir a análise do

exercício de 2014, pois seus demonstrativos anuais ainda não haviam sido divulgados

até a data de conclusão desse estudo. Pode-se considerar com base nos quadros

acima que as empresas, de um modo geral, apresentam de forma clara e objetiva os

critérios básicos de divulgação estabelecidos pelo pronunciamento técnico CPC 16 –

Estoques.

Os ajustes apresentados pelas companhias São Martinho e BRF referem-se às

adequações dos demonstrativos financeiros às normas internacionais de

contabilidade. Os demais ajustes mencionados nos relatórios são decorrentes de

operações com combinação de negócios e consolidação de demonstrativos contábeis.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo procurou verificar se as grandes sociedades de capital aberto

que trabalham com estoques oriundos de ativos biológicos obedecem aos critérios

básicos de divulgação estabelecidos pelo CPC 16 (estoques) e pelo CPC 29 (ativos

biológicos) em seus demonstrativos financeiros.

Por meio das análises pode-se perceber que a principal ferramenta de

divulgação usada pelas companhias é a nota explicativa, pois ela pode detalhar

informações sintetizadas.

Analisando separadamente o critério “ganhos e perdas da transformação de

ativos biológicos” presente nos quadros 5, 6, 7 e 8 observa-se que nem todas as

companhias mencionam esses tipos de ganho em seus demonstrativos.

Em relação ao critério “produção do período”, as empresas São Martinho, JBS

e BRF mencionam a informação por meio do relatório da administração, somente a

empresa Renar não menciona em nenhum momento a produção anual.

Em seu relatório da administração, a São Martinho S/A menciona políticas de

reaproveitamento das sobras e desperdícios ocorridos no processo de moagem da

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Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume – nº 1 – 2015.

cana de açúcar, que caracteriza o ganho no processo produtivo, porém não

quantificada esses ganhos dentro do período.

Com relação à aplicação dos demais critérios básicos de divulgação

estabelecidos pelo pronunciamento técnico CPC 29, considera-se que as companhias

BRF S/A, São Martinho S/A e JBS S/A atendem de forma satisfatória e objetiva aos

métodos exigidos pela norma.

Já a companhia Renar S/A atende de maneira satisfatória os requisitos básicos

estabelecidos CPC 16, mas não atende de forma detalhada aos critérios básicos

exigidos pelo CPC 29.

REFERÊNCIAS

BRF S/A. Disponível em <http://ri.brf-global.com/default_pt.asp?idioma=0&conta=28> Acesso em 4 de abr. 2015. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM). Deliberação CVM Nº 575, de 05/06/2009: Aprova o pronunciamento técnico CPC 16 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata de estoques. Disponível em: < http://www.cvm.gov.br/port/infos/sumario-deli575.pdf >. Acesso em: 24 out. 2014. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM). Deliberação CVM nº 596, de 15/09/2009: Aprova o pronunciamento técnico CPC 29 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata de ativo biológico e produto agrícola. Disponível em: < http://www.cvm.gov.br/port/snc/deli596.pdf>. Acesso em: 24 out. 2014. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico CPC 00 (R1) Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. Disponível em: < http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf> COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1) Estoques. Disponível em: < http://www.CPCorg.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=47>. Acesso em: 24 out. 2014. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico CPC 29: Ativo Biológico e Produto Agrícola. Disponível em: <http://www.CPCorg.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=60 >. Acesso em: 24 out. 2014.

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