o museu como espaço de inclusão e acessibilidade. ana cristina alves

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Facu Do I An uldade de Letras da Universidade de Lisboa 1º Semestre 2008/2009 Introdução à Museologia ocente, Professor Doutor Fernando Grilo Trabalho de Investigação O MUSEU COMO ESPAÇO DE INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE AO PÚBLICO CEGO E DE BAIXA VISÃO Lisboa, 24 de Fevereiro de 2009 na Cristina Martins Vieira Alves, nº36928 2º Ano, História da Arte

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Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa 1 Semestre 2008/2009 Introduo Museologia Docente, Professor Doutor Fernando Grilo

Trabalho de InvestigaoO MUSEU COMO ESPAO DE INCLUSO E ACESSIBILIDADE AO PBLICO CEGO E DE BAIXA VISO

Lisboa, 24 de Fevereiro de 2009 Ana Cristina Martins Vieira Alves, n36928 2 Ano, Histria da Arte

O MUSEU COMO ESPAO DE INCLUSO E ACESSIBILIDADE AO PBLICO CEGO E DE BAIXA VISO

A mo arranca o tacto sua passividade receptiva e organiza-o para a experincia e para a aco. Henri Focillon

O horizonte prximo que nos limita aprende-se a ver com a ponta dos dedos. O horizonte longnquo que nos liberta o que se toca com o uso da palavra que nos permite v-lo e ultrapass-lo e com o falar que nos permite perceber o que ouvimos. Joo dos Santos

NDICE

Consideraes Preliminares..1 i. ii. iii. I. Nota Prvia1 Agradecimentos3 Lista de Siglas e Abreviaturas4 Deficincia Visual Uma Condio. No uma Excluso. Premente Necessidade de Mudana de Atitude da Sociedade Perante a Diferena ou Discriminao?5 Reflexo em Torno de Conceitos Sociais de Integrao no Espao Museolgico7 a. Incluso Pressupostos de uma Aco Inclusiva..7 b. Acessibilidade Fsica. Sensorial e Pedaggica..9 III. Paradigma Legislativo11 a. Nacional e suas Lacunas Jurdicas ...11 b. Comunitrio [Unio Europeia].12

II.

IV.

Educar os Sentidos Sistemas Alternativos ao da Viso Modalidades Sensoriais.13 a. Observar o Mundo com as Mos. A Funo do Tacto..13 b. A Audio14 c. O Olfacto.14

V.

Casos de Estudo Nacionais15 a. Museu Nacional do Azulejo As Mos Vem e os Olhos Escutam15 b. Museu do Oriente Oriente na Ponta dos Dedos17 c. Pavilho do Conhecimento Museu de Cincia.18

VI.

Casos Modelo Europeus.21 a. Museu do Louvre [Frana]..21 b. Cit des Sciences et de Lindustrie [Frana].21 c. Tate Modern [Inglaterra]..22

VII. VIII.

Concepo de Materiais Didcticos Original vs Rplica 23 Tecnologia Solues de Acessibilidade ao Acervo e Incluso no Espao Museolgico...24

Consideraes Finais e Concluses.26 Fontes e Referncias Bibliogrficas.28 Apndices

Consideraes Preliminares |1|

Consideraes Preliminares

i.

Nota Prvia

O presente trabalho, O Museu Como Espao de Incluso e Acessibilidade ao Pblico Cego e de Baixa Viso, pretende ser um estudo, elaborado com o essencial das prticas e desenvolvimento de projectos nacionais, passados e actuais de acessibilidade e incluso no contexto dos museus portugueses, orientado para este pblico especfico. Confrontando a nossa realidade nacional com casos modelo de museus europeus e reflectindo em torno de paradigmas e pressupostos de uma aco inclusiva do pblico com necessidades especiais na cultura. Tendo presente que a temtica por si s uma impossibilidade de sntese, pareceme fulcral centrar o estudo em trs pontos-chave e de interligao com as restantes reflexes e casos de estudo presentes neste trabalho para uma clara compreenso. Os pontos-chave so portanto, a estratgia, a aco/mtodo e a continuidade. A estratgia, um dos aspectos que considero ser o mais importante e no qual me debruarei, uma reflexo sobre as reais estratgias1 de incluso dos museus relativamente ao pblico deficiente, no caso concreto, de incluso e acessibilidade aos deficientes visuais no espao museolgico, seja ele de arte ou de cincia. Considerando que o museu deve facultar o regular acesso ao pblico e fomentar a democratizao da cultura, a promoo da pessoa e o desenvolvimento da sociedade2, o que impede que o Museu seja efectivamente acessvel a todos? E qual o real estado em termos de acessibilidade dos museus em Portugal?

Por estratgia, entendo um plano de aco delineado e aprovado pelas entidades governamentais em directa cooperao com as instituies museolgicas (funcionando este plano em hierarquia, no se pode esquecer que tal como os grandes museus europeus, Portugal tambm ele herdeiro de um museu nacional/estatal; e em boa medida o esprito do museu continua a ser este) e centros de cincia, com o pblico, com a comunidade, para que esta seja cada vez mais participativa e coesa. Para no existir, um museu e dois mundos dentro dele. Assumindo todos um compromisso de aco e especialmente de continuidade.2

1

Segundo a Lei-Quadro dos Museus Portugueses de 19 de Agosto de 2004, art. 3, b).

Consideraes Preliminares |2|

A aco/mtodo, um factor igualmente fulcral, responderia certamente a muitas destas questes. Em grande medida passaria pela realizao de estudos sobre a implementao de projectos, benefcios estimados e resultados reais obtidos aps a sua aplicao; que no caso das exposies de vora (ano 2004) e Caldas (2005-2006)3 embora se tenham realizado questionrios relativamente informao fornecida na exposio e elaborado um pequeno relatrio de oito pginas Projecto Museus e Acessibilidade Experincias de montagem de exposies acessveis, mas em geral adoptou-se uma atitude muito simplista no tendo existido uma avaliao cientfica dos benefcios e resultados reais obtidos aps estas duas experincias, que no foram replicadas (tornando-se experincias isoladas). Esta questo leva-nos ao terceiro ponto, a continuidade, isto , no ns ficarmos apenas pela iniciativa e implementar uma continuidade de trabalho para no tornar as iniciativas em casos isolados de experincias passadas. O que no fomenta a aproximao das pessoas com necessidades especiais do museu. Melhorar o acesso cultura, aos museus e suas coleces, por parte dos visitantes com necessidades especiais, constitui um objectivo essencial por todos partilhado4? O presente estudo ambiciona traar o perfil da situao actual da acessibilidade nos museus portugueses. Para tal, irei apresentar trs casos de estudo actuais, sendo um deles a mostra temporria e ainda patente do Museu do Oriente5, o projecto em fase de implementao As Mos Vem e os Olhos Escutam do Museu Nacional do Azulejo e a realidade de um museu de cincia, Pavilho do Conhecimento Cincia Viva, que em nada semelhante com um museu de arte ou de fundao e que partida no seu processo museolgico actua com os cinco sentidos. Irei posteriormente fazer um contra ponto com a vasta experiencia de sucesso que museus europeus como, o Museu do Louvre, Cit des Sciences et de Lindustrie e o Tate Modern nos oferecem.Museu de vora, Ncleo provisrio na Igreja de Santa Clara, em Agosto de 2004. E Museu de Cermica Rafael Bordalo Pinheiro e a Fbrica de Faianas das Caldas da Rainha patente de 2 de Julho de 2005 a 27 de Fevereiro de 2006. 4 Afirmao integrada em COLWELL, Peter; MENDES, Elisabete. Temas de Museologia, Museus e Acessibilidade, IPM, Lisboa, 2004, pp.5.5 3

Oriente na Ponta dos Dedos, inaugurada no passado dia 6 de Fevereiro, estar patente no espao do Lounge do Museu at ao prximo dia 4 de Maro.

Consideraes Preliminares |3|

ii.

Agradecimentos

Meus sinceros agradecimentos, Equipa do servio educativo do Museu Nacional do Azulejo, Dr. Constana Azevedo Lima, Dr. Teresa Abreu e Dr. Carla Fernandes, pela disponibilidade e ateno que me prestaram e possibilidade de reproduzir no presente trabalho fotografias de actividades realizadas pelo museu. Dr. Maria do Rosrio Azevedo, servio educativo do Museu Calouste Gulbenkian, pela simpatia, disponibilidade e amabilidade como me recebeu e acima de tudo pelas referncias que me indicou que foram fundamentais no processo de pesquisa. Dr. Natlia Correia Guedes e Dr. Sofia Lopes, Museu do Oriente, pela amabilidade dos breves esclarecimentos e pela possibilidade de estar presente na inaugurao da mostra Oriente na Ponta dos Dedos, no passado dia 6 de Fevereiro. Dr. Ftima Alves, Pavilho do Conhecimento, pela simpatia e abertura como me recebeu e acima de tudo pelo manancial de informao que me transmitiu, e que em muito se reflecte no trabalho. Shr. Peter Colwell, ACAPO, pela amabilidade de ter transmitido alguma da sua vasta experincia na rea da acessibilidade e da sua experincia em projectos de parceria com o IMC.

Consideraes Preliminares |4|

iii.

Lista de Siglas e Abreviaturas

Lista de Siglas e Abreviaturas: IMC - Instituto dos Museus e da Conservao. GAM - Grupo para a Acessibilidade nos Museus. ACAPO - Associao dos Cegos e Amblopes de Portugal. CPUC - Clube Portugus de Utilizadores de Co-Guia. PNPA - Plano Nacional de Promoo da Acessibilidade. SNRIPD - Secretariado Nacional de Reabilitao e Integrao das Pessoas com Deficincia. INR Instituto Nacional para a Reabilitao. PNAI - Plano Nacional de Aco para a Incluso. CEBV - Centro especializado em Baixa Viso. CNOD - Confederao Nacional dos Organismos de Deficientes. CNAD Cooperativa Nacional e Apoio a Deficientes. ECA - European Concept for Accessibility. ADP Associao de Defesa do Patrimnio de Mrtola. S.E. Servio Educativo

Deficincia Visual Uma Condio. No uma Excluso |5|

I.

Deficincia Visual Uma Condio. No uma Excluso. Premente Necessidade de Mudana de Atitude da Sociedade Perante a Diferena ou Discriminao?

No mbito das atitudes perante as necessidades especiais deve-se considerar como factor ainda existente na nossa sociedade, uma marginalizao da diferena o que se traduz na clara discriminao na situao mais simples, como desejar usufruir das actividades culturais colocadas disposio da nossa comunidade e no ter acesso como qualquer um de ns. Colocar-nos na pele [Apndice 1] de um cidado que tem direitos consagrados, portanto no se trata de uma questo institucional, talvez sim de uma abordagem governamental no sentido de efectivamente incluir uma minoria da populao na comunidade. Trata-se portanto de um contracenso, por um lado o discurso oficial dos museus considera que o patrimnio de facto de todos, e todos devero ter acesso a ele. Por outro, consideram que se trabalha em prol de um museu acessvel a todos os pblicos, pontualmente existindo actividades com diferentes pblicos com necessidades especiais, debatendo em seminrios boas prticas para a acessibilidade [Apndice 1.1]; mas a realidade que existe uma grande incongruncia, pois no existe uma estratgia forte e de compromisso por parte das direces dos museus para com estes pblicos, no se pode afirmar estamos acessveis e no desenvolver condies para essa acessibilidade. Receber pontualmente grupos com necessidades especiais, no torna os museus espaos acessveis e inclusivos. Se o pblico em geral necessita de ser educado, atrado e captado ao museu atravs de actividades vrias, de escolas, em famlia, exposies temporrias, workshops, seminrios, torna-se portanto ainda mais importante por meio dos servios educativos prestar um trabalho contnuo a este publico e assim fideliza-lo tal como o restante pblico. Ganhando assim a comunidade, o museu (que aumenta o numero de visitantes) e as pessoas com necessidades especiais que assim tornam-se activas e includas na sociedade.

Deficincia Visual Uma Condio. No uma Excluso |6|

O que significa no fundo ser deficiente? A questo no se coloca na deficincia, no caso concreto da deficincia visual (cegueira ou baixa viso), porque isso no se pode alterar; o que realmente propicia o sentir-se deficiente o facto de na excluso/marginalizao a pessoa no tem direito sua dignidade como cidado activo, portanto acaba por ser invisvel e no existir. Se no existe ento como poder a sociedade contar com as pessoas portadoras de uma determinada deficincia (cegueira, motora, auditiva, mental) e inclui-las na comunidade e meio onde reside? No folheto do ano de 2005 Como Ajudar um Cego6, Folhetos SNR, n. 4, o SNRIPD inicia proferindo a seguinte afirmao: Tem sido preocupao do Secretariado Nacional para a Reabilitao e Integrao das Pessoas com Deficincia proceder divulgao de orientaes que facilitem o relacionamento de todos os cidados com as pessoas portadoras de deficincias. Ora na prtica, ou melhor dizendo na teoria o INR no possui uma poltica cultural de acessibilidade, ou seja, promoveu algumas conferncias, promoveu o Guia do Jovem com Deficincia da Cmara Municipal de Lisboa da Diviso de Apoio Juvenil, o qual irei desenvolver no capitulo seguinte, Reflexo em Torno de Conceitos Sociais de Integrao no Espao Museolgico; mas a questo cultural que de resto se estende muitas vezes s associaes, acaba por no ser muito discutida. Discute-se muito a questo do emprego, sade e escola, ora no museu tambm se aprende, a escola no espao nico de aprendizagem. E portanto a cultura acaba por no ser discutida como o deveria. Igualmente no folheto Cultura, Desporto e Lazer, Benefcios para as Pessoas com Deficincia7, a cultura apenas mencionada uma vez, no ttulo do folheto. Existe pois uma premente necessidade de ns enquanto sociedade aprendermos a lidar com a diferena, respeitando a diversidade, inclui-la onde j deveria estar includa. No permitindo que existam dois mundos paralelos na mesma sociedade. E que esta realidade no passe para o universo cultural da rede nacional de museus portugueses.6

Folhetos SNR, n. 4, 2005. Folhetos SNR n 15, 2003.

7

Reflexo em Torno de Conceitos Sociais de Integrao no Espao Museolgico |7|

Augusto Deodato Guerreiro8, na sua monografia, estabelece cinco princpios pelos quais a sociedade em geral (normovisual) deve olhar os cegos: 1 So seres psiquicamente normais; 2 So indivduos que vivem a sua vida sem quaisquer desfalques na massa das suas Necessidades humanas; 3 So elementos sociais regularmente vlidos e teis; 4 So estruturas morais e mentais que no rompem o equilbrio entre o mundo subjectivo que as formas e as realidades objectivas em que se movem; 5 O que faz a sua infelicidade no a cegueira em si, mas o ambiente de compaixo ou indiferena que os rodeia, a falta de comunho afectiva entre eles e o meio () e, sobretudo, essa tendncia colectiva, manifestada por tanta forma, para os considerar como se fossem seres de espcie parte.

II.

Reflexo em Torno de Conceitos Sociais de Integrao no Espao Museolgico a) Incluso Pressupostos de uma Aco Inclusiva Uma poltica cultural de incluso deve incidir em trs pontos fulcrais:

estratgia, aco com mtodo e continuidade das prticas. Antes de consideramos que os museus so inclusivos, h que garantir uma srie de condies. A primeira condio dever ser a aposta e envolvimento dos funcionrios e especialmente das suas direces na concretizao de um plano estratgico que defina claramente as aces e objectivos a que determinado museu se prope. O compromisso dever surgir do topo da hierarquia da instituio para que as aces se tornem viveis. No caso de desinteresse da direco pela prtica inclusiva do pblico com necessidades especiais9, qualquer proposta ou prtica vinda de um plano inferior na hierarquia da instituio museolgica dificilmente se tornar realidade. pois fulcral incluir todos os colaboradores, funcionrios (desde os vigilantes, seguranas,GUERREIRO, Augusto Deodado. Para uma Nova Comunicao dos Sentidos, Contributos da Tecnologizao da Tiflografia para a Ampliao dos Processos Comunicacionais, Secretariado Nacional para a Reabilitao e Integrao das Pessoas com Deficincia, Lisboa, 2000, pp.59. Ser a realidade portuguesa nos muitos projectos que por desinteresse de quem tem o poder de fazer avanar projectos e distribuir as verbas e por considerar que esta tipologia de pblico minoritria no universo do pblico geral do museu, tornando a incluso num longo caminho ainda a percorrer.9

8

Reflexo em Torno de Conceitos Sociais de Integrao no Espao Museolgico |8|

tcnicos dos servios educativos), todos os departamentos e especialmente as direces dos museus, fundaes e centros de cincia. Seguidamente implementao de um plano estratgico fundamental, para que este seja colocado em prtica, uma aco metodolgica tendo em vista experincias e sucessos j implementados em que os seus benefcios estimados eresultados obtidos tenham j sido alvo de uma avaliao cientfica. A metodologia e

coordenao de uma poltica ou plano de aco so fundamentais para o seu sucesso e seguimento de qualquer prtica, caso contrrio no existir forma de avaliar erros que no devem de forma alguma voltar a ser cometidos em experiencias futuras; seria retornar estaca zero. na continuidade e seguimento de projectos iniciados que reside a grande problemtica em Portugal, isto , d-se os primeiros passos na incluso e acessibilidade nos espaos culturais, mas por factores vrios no se progride colocando em stand- by projectos que apenas tiveram a oportunidade de ser iniciados. No ter utilidade nenhuma iniciar um projecto sem o maturar e concluir e replicar em caso de sucesso. Factores polticos e econmicos, nomeadamente, falta de interesse, oramentos reduzidos; sendo que para a cultura em geral o financiamento por si reduzido. Muitas instituies embora com algum interesse nesta rea acabam por ter opes mais prementes e prioritrias na utilizao desses oramentos, como o caso, da prpria conservao dos edifcios onde os museus se encontram (muitos dos museus portugueses situam-se em antigos palcios, em que a sua funo no passava pela salvaguarda de objectos museolgicos), a prpria climatizao dos edifcios na conservao dos objectos que albergam, so questes que muitas vezes se colocam frente da questo da incluso e acessibilidade. Os pressupostos de uma aco inclusiva passaro pelo investimento humano, isto , pela formao e valorao dos profissionais dos espaos culturais. Trabalhar a acessibilidade fsica, sensorial adquirindo prticas actuais de pedagogia ser vantajoso no s para o pblico com necessidades especficas como tambm para o pblico em geral. Pois o ideal seria que estes pblicos coexistissem no mesmo espao, ou seja, que

Reflexo em Torno de Conceitos Sociais de Integrao no Espao Museolgico |9|

no existisse uma sala prpria para cegos por exemplo, os diagramas, rplicas e maquetas entre outros materiais fossem colocados no percurso normal do museu; porque desta forma estariam tambm a educar o pblico sem necessidades especiais e a divulgar este tipo de oferta por parte do museu.

b) Acessibilidade Fsica. Sensorial e Pedaggica A acessibilidade dos museus vai muito alm da questo arquitectnica, que obrigatria por lei [Apndice 2.3 Espaos Interiores Acessveis Caso Concreto, deficincia visual, fig.1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, e 9]. Nesta questo de acessibilidade fsica arquitectnica a abordagem governamental foi positiva e seria neste mesmo sentido na acessibilidade pedaggica, sensorial e fsica (no sentido de acesso ao acervo) que faria toda a diferena uma abordagem deste tipo, ou seja, governamental semelhana de pases europeus como a Frana, a Inglaterra, e o caso dos Estados Unidos que adoptaram uma legislao bastante firme e mantm uma atitude de empenho e efectivas prticas de dcadas de acessibilidade ao pblico com deficincia. No caso do pblico cego, torna-se importante que o museu no s esteja acessvel a ele, transmitindo o conhecimento aproveitando todos os sentidos, como tambm ao seu acompanhante (familiar, amigo, etc.) e ao co-guia (caso se faa acompanhar deste guia treinado). Salvo raras excepes ainda persiste o desconhecimento, mesmo em algumas instituies museolgicas, que o deficiente visual tem pleno direito de se fazer acompanhar de um co-guia em locais, transportes e estabelecimentos de acesso pblicos; que alis foi regulamento por decreto-lei no ano de 2007 10 [Apndice 3 Paradigma Legislativo Inclusivo Nacional]. No Brasil o instituto de Integrao Social e de Proteco da Cidadania, levou a cabo um projecto de sensibilizao no ano de 2002, Projecto Co-Guia de Cego, onde divulgaram atravs de cartazes publicitrios, um co-guia acompanhado de um

10

Decreto-lei n74/2007 de 27 de Maro. Ver Apndice 3 Paradigma Legislativo Inclusivo Nacional.

Reflexo em Torno de Conceitos Sociais de Integrao no Espao Museolgico |10|

slogan, Sou um co-guia treinado para conviver em locais pblicos. Juntos podemos dar uma lio de cidadania. Sejamos dceis!, sendo que as palavras co-guia, lio de cidadania e sejamos dceis!, encontram-se em destaque no slogan [Apndice 2 Co-Guia Uma lio de cidadania, fig.1, 2 e 4]. Em Portugal toda a informao referente utilizao do co-guia pode ser solicitada no CPUC (Clube Portugus de Utilizadores de Co-Guia), constituindo o seu Web site um manancial de informao e legislao [Apndice 2, fig.8]. Nos restantes pases, torna-se comum conviver no espao cultural11, onde o coguia visto como uma extenso do seu utilizador, pois um meio de orientao e no um simples animal de estimao [Apndice 2, fig.3, 5, 6, 7 e 9]. Outro elemento importante refere-se informao credvel sobre os apoios existentes no museu, para esse efeito adoptou-se simbologia especfica para cada deficincia e oferta relacionada com esta [Apndice 2.1 - Smbolos Internacionais de Acessibilidade na Deficincia Visual e O Modelo da Marca Francesa Tourisme & Handicap]. No que respeita deficincia visual, os quatro smbolos que indicam a acessibilidade [fig.1, 2, 3, 4 Apndice 2.1] traduzem a existncia de material impresso em braille, textos aumentados para visitantes de baixa viso, indicam que determinado espao encontra-se acessvel a cegos ou pessoas de baixa viso e a existncia de descrio udio (filme, tratando-se de um cinema ou vdeo, tratando-se de um vdeo expositivo de um museu). Em Frana acerca de oito anos foi criada a marca Tourisme & Handicap [fig.6 Apndice 2.1] esta formada por quatro pictogramas correspondentes a cada uma das deficincias [fig.7 e 9 Apndice 2.1] e consoante a acessibilidade e oferta real do espao cultural a essas deficincias assim ou no certificado a acessibilidade desse espao. Sendo que este processo levar a que se forme uma preocupao mais acesa por parte dos profissionais de cultura, j que se trata de uma classificao e de uma marca creditada por um organismo estatal.

11

Irei referir no Capitulo VI, no caso modelo do Tate Modern, o espao museolgico, no apenas como um museu,

mas um centro de lazer. Onde a entrada gratuita e se adoptou uma poltica de diversidade de pblicos,

tornando um espao cultural de convivncia de diversidade. Tal como a Cit des Sciences et de Lindustrie.

Reflexo em Torno de Conceitos Sociais de Integrao no Espao Museolgico |11|

No ano de 2005 foi apresentado publicamente O Guia do Jovem com Deficincia [Apndice 2.2 - Smbolos de Acessibilidade Adoptados Pelo Guia do Jovem] elaborado pela Diviso de Apoio Juvenil do Pelouro da Juventude da Cmara Municipal de Lisboa; embora se trate de uma iniciativa nobre, no seu interior surgem algumas incongruncias que se prendem com o smbolo adoptado para definir locais acessveis. Adaptando o smbolo internacional para a acessibilidade que se estabeleceu como prtica, usar apenas para indicar acesso a indivduos com mobilidade limitada, incluindo utilizadores de cadeira de rodas; para indicar o acesso de todas as deficincias quando estas tm smbolos especficos no me parece o mais apropriado. O problema reside no facto de nenhum dos dois smbolos e respectivas legendas (totalmente acessvel e parcialmente acessvel) indicarem, a quem este parcialmente acessvel se destina. uma informao pouco credvel e errada, pois em nenhuma parte do guia se esclarece a que pblico se encontra acessveis os espaos culturais e desportivos a que este smbolo atribudo. O que difere em muito da objectividade da marca Tourisme & Handicap criada no ano de 2001.

III.

Paradigma Legislativo a) Nacional e suas Lacunas Jurdicas

Desde da dcada de oitenta que existe no pas um diploma que regula o mecenato, actualmente encontra-se regulamentado no Decreto-lei n74/99 de 16 de Maro. Em termos de apoio aos museus, so as instituies bancrias e as seguradoras os melhores mecenas. Felizmente hoje em dia estas instituies apostam muito nesta actividade mecentica, pois em termos legais considerada mecenato cultural, trazendo vantagens fiscais e prestgio do ponto de vista social. O que poder ser vantajoso tambm para os museus na questo de arrecadar fundos para implementar as estratgias inclusivas. Seja na realizao de seminrios, workshops, materiais pedaggicos etc. Seria a unio perfeita, o mecenas cumpre as suas responsabilidades cvicas como entidade e o museu tem a possibilidade de desenvolver projectos.

Paradigma Legislativo |12|

Embora a legislao esteja consagrada, o problema que se coloca a sua implementao no terreno e o conhecimento efectivo dos direitos que cada cidado tem por direito. E quando considera que um direito lhe est a ser negado deve lutar pelo reconhecimento pblico dessa falta [Apndice 3 Paradigma Legislativo Inclusivo Nacional]. Na lei n47/2004 que aprova a Lei Quadro dos Museus nacionais, encontrase um vazio jurdico ao no se prever ou incluir uma prtica nacional de incluso para os pblicos com necessidades especiais. Sendo que o ano anterior, 2003, foi o Ano Europeu das Pessoas com Deficincia, onde se debateu bastante a responsabilidade inclusiva, trata-se de uma lacuna grave. Aps cinco anos do Ano Europeu das Pessoas com Deficincia, o Conselho de Ministros no passado ano 2008 elabora duas resolues estabelecendo o primeiro plano nacional de aco para a incluso (PNAI) e para a integrao das pessoas com deficincias e ou incapacidades, estabelecendo finalmente uma abordagem governamental na aco inclusiva.

b) Comunitrio [Unio Europeia] No ano 2001 surge um Programa de aco contra a discriminao 2001-2006, com o objectivo de incentivar medidas concretas na matria da luta contra a discriminao (raa, religio, deficincia, idade, orientao sexual) e completar as actividades, nomeadamente de carcter legislativo, da Unio Europeia (EU) e dos Estados-Membros. No Ano Europeu das Pessoas com Deficincia, em 2003, o principal objectivo deste ano europeu foi o de avanar com um programa poltico que aspirasse plena integrao das pessoas com deficincia em continuidade com um anterior programa de 2001, designado Rumo a uma Europa sem barreiras para as pessoas com deficincia. Em 2004 Aproveitando o impulso dado em 2003 pelo Ano Europeu das Pessoas com Deficincia, surge o Plano de Aco Europeu 2004-2010.

Educar os Sentidos Sistemas Alternativos ao da Viso Modalidades Sensoriais |13|

IV.

Educar os Sentidos Sistemas Alternativos ao da Viso Modalidades Sensoriais

Os sistemas sensoriais da pessoa cega, desde que escorreitos, bem treinados e necessariamente baseados em experincia ou experincias acumuladas, ampliam-lhe e refinam-lhe a capacidade e o domnio da informao sensorial, o que se traduz num substancial aumento da sensibilidade, da ateno (e at da intuio), da perceptibilidade do meio envolvente e, consequentemente, numa maior e melhor mobilidade para se orientar e interagir nesse mesmo ambiente, incrementando o imprescindvel desenvolvimento da sua psicomotricidade. Augusto Deodado Guerreiro12 a) Observar o Mundo com as Mos. A Funo do Tacto Para as pessoas que usam a viso, as sensaes tcteis pouco lhes significa, uma vez que os estmulos de natureza visual so preponderantes e imediatos, tornando-se no sentido principal de orientao espacial. O tacto caracteriza-se por ser uma modalidade sensorial de cariz analtico, atingindo o pormenor e o detalhe relativos aos atributos e propriedades dos objectos, como por exemplo o tipo de textura, peso, temperatura, espessura, relevo, rigidez, irregularidades e acentuaes na forma e dimenso.

b) A Audio O sentido mais importante para a pessoa cega, como fonte de informao acerca do que o rodeia. Fornecendo informaes fundamentais, como a localizao de objectos e lugares do meio onde se encontra e que produzam som naturalmente. Possibilitando mesmo estabelecer dimenses, atravs do eco produzido.

GUERREIRO, Augusto Deodado. Para uma Nova Comunicao dos Sentidos, Contributos da Tecnologizao da Tiflografia para a Ampliao dos Processos Comunicacionais, Secretariado Nacional para a Reabilitao e Integrao das Pessoas com Deficincia, Lisboa, 2000, pp.111.

12

Educar os Sentidos Sistemas Alternativos ao da Viso Modalidades Sensoriais |14|

Esta capacidade sensorial s poder ser adquirida por meio de uma educao e treino sensorial, pois contrariamente ao que se pensa, os sentidos tem de ser trabalhados, no so algo adquirido apenas porque fomos condicionados por uma deficincia sensorial. Quando bem trabalhado este sentido permite criar uma construo mental do que nos rodeia.

c) O Olfacto Na educao dos sistemas alternativos viso surgem experincias interessantes, o projecto O Jardim dos Aromas, em Mrtola no Monte do Vento, pretende no s trabalhar a memria dos aromas das plantas aromticas medicinais como um bom exemplo na incluso e acessibilidade ao pblico cego13 pelo investimento em materiais, como o livro Memria dos Aromas que oferecido aos visitantes cegos. Permitido assim conhecer na teoria as plantas, posteriormente, a experimentao passa pela estimulao do sentido do olfacto existindo uma placa em braille para auxiliar no processo de memorizao.

13

Embora no se deva criar situaes onde se iro limitar outros pblicos.

Casos de Estudo Nacionais |15|

V.

Casos de Estudo Nacionais

a) Museu Nacional do Azulejo As Mos Vem e os Olhos Escutam

O museu est presentemente em fase de implementao, que se prolonga a cerca de dois anos, do projecto co-financiado pelo POC [Apndice 4, fig.6], As Mos Vem e os Olhos Escutam. Pontualmente o museu realiza actividades dirigidas a este pblico especfico, foi o caso de Azulejos para os sentidos, a 18 de Maio de 2000, altura em que o museu adquiriu uma maior conscincia e comeou a trabalhar na acessibilidade e incluso. So datados dessa altura os jogos didcticos com azulejos em relevo [Apndice 4 - Museu Nacional do Azulejo. As Mos Vem e os Olhos Escutam fig.7 e 8] construdos pelo servio educativo, e experimentados em oficinas e atelis [Apndice 4, fig.9] aps a visita orientada com especial destaque para os painis relevados da coleco e desenhos relevados [Apndice 4, fig.11]. As visitas orientadas para pblicos com diferentes necessidades especiais so, sempre que possvel complementados com a realizao de uma oficina/ ateli de modelao14, no qual o resultado dessas modelaes em barro que so colocadas na parte superior do azulejo, quando colocadas no forno ficam fixas ao vidrado, dando origem aos quadros que se encontram na sala do servio educativo do museu [Apndice 4, fig.10]. A cor posteriormente aplicada pelo S.E. A razo que levou a que se realizasse as primeiras actividades com o pblico cego (Azulejos para os sentidos e Outros Olhares, 2000-2001) foi a conjugao da sensibilidade do museu para se tornar mais inclusivo e pblico que procurou o museu. No foi a primeira vez que receberam visitantes cegos, mas foi a partir deste momento que se comeou a realizar pontualmente actividades deste tipo, embora admitam que

14

No caso de se tratar de visitantes cegos. Ver Apndice 4 - Museu Nacional do Azulejo. As Mos Vem e os Olhos

Escutam fig.9 e 10.

Casos de Estudo Nacionais |16|

no realizam actividades todas as semanas, o museu considera-se empenhado neste novo Projecto. Presentemente nas salas de percurso livre o museu no tem nada especfico para visitantes cegos ou de baixa viso, aps a implementao do novo projecto iro disponibilizar cerca de quinze placas e rplicas [Apndice 4, Esquema 1] com legenda braille. A partir do esquema 1, acima referido, possvel criar uma imagem dos prottipos que se encontram na sala do S.E. O projecto foi coordenado com a ACAPO, que auxiliou na parte tcnica; sendo que as peas tem sido por eles testadas (por dois dos seus representantes), em reunies de cada vez que a oficina de cermica produz as peas relevadas. J aconteceu terem de realizar acertos nas peas, portanto fundamental ouvir o pblico que ir usufruir dessas mesmas peas, e inclui-lo no projecto. Pois partida, estamos logo condicionados pelo facto de vermos. Aquando da seleco das peas para reproduzir, procuraram as peas mais marcantes de cada poca, e procuraram junto das ceramistas reproduzi-las utilizando o mais possvel o relevo; sendo que existem peas que se tornam complicadas de serem reproduzidas, pela presena de muitos elementos representativos, torna-se complicado escolher o que se representar. o caso do painel da Anunciao com o anjo (cena do Prespio), onde se optou por salientar a estrutura arquitectnica que est figurada no painel, ou seja, opta-se por representar s uma parte do painel e chamar a ateno para o mais importante. Valorizar o que mais caracterstico em determinada poca e posteriormente explicar essa deciso na legenda. A elaborao dos textos para as legendas revelou-se uma tarefa difcil, isto porque estes textos teriam de ser reduzidos, no processo de converso para braille na impressora que o museu possui, uma folha A4 escrita convertida em trs folhas em braille. No podendo exceder o espao do suporte, a tarefa de sntese crucial. Depois h que ter em considerao conceitos abstractos; o que leva a que se faa de um texto outro texto sintetizando o primeiro, depois dessa sntese outra reduo para se conseguir sintetizar a informao de forma a coincidir com o espao do suporte.

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Existe a preocupao de no tornar demasiado denso o percurso; tactear as peas e maqueta, ler em braille e ouvir por meio de um vdeo de cerca de quinze minutos a histria do azulejo e do museu levar algum tempo, tornar esta experincia demasiado densa faria com que o interesse fosse diminuindo ao longo do percurso, portanto e um elemento a ter em considerao. A maqueta da reproduo da igreja da Madre de Deus [Apndice 4, fig.12] uma reproduo elaborada escala 1:30, tem a particularidade de tal como uma fotografia se tratasse, a incluso de um elemento humano, que permite ter a percepo da escala e dimenso do edifcio original. O vdeo que a cima mencionei ser passado na sala que se situa perto da entrada interior da igreja [Apndice 4, fig.13].

b) Museu do Oriente Oriente na Ponta dos Dedos

A mostra que se encontra patente no Museu da Fundao Oriente, com entrada gratuita, destina-se apenas ao pblico cego sendo organizada em colaborao com a Biblioteca Nacional, estando situada no Lounge do Museu no piso 0 [Apndice 5 - Fundao Oriente. Museu do Oriente Mostra Tctil, Oriente Na Ponta Dos Dedos, 6 de Fevereiro de 2009]. A actual mostra temporria que visa celebrar o bicentenrio de Louis Braille, um marco na acessibilidade por meio da tiflografia num contexto comunicacional peca pela incluso positiva que se prope ao considerar que o Lounge apenas estar disponvel (com a obrigatoriedade de marcao prvia) ao pblico cego e de baixa viso. Ora esta prtica incongruente, com a estratgia de incluso e participao activa que se pretende alcanar nos espaos culturais. No faz sentido excluir o pblico que v pelo facto de ver, ora, esta prtica ser em si mesma uma discriminao. O ideal ser juntar o mais possvel o pblico dito normal e o pblico com necessidades especiais (visuais, motoras, auditivas, mentais) e desta forma educar o pblico sem necessidades especiais, a viver na diversidade, isto , fomentar uma verdadeira incluso.

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A exposio conta com cerca de trinta peas originais, o ponto forte da mostra, provenientes da sia, ndia, Indonsia e Tailndia, pertencentes Coleco Kwok On que conta com um acervo vastssimo de treze mil objectos dos quais estes trinta foram seleccionados. A escolha dos objectos e montagem da exposio considerou com particular ateno o espao de movimentao entre objectos e pessoas espao para o objecto respirar, no ter demasiadas coisas volta para as pessoas o poderem observar. Por outro lado, o museu considerou que o ponto mais importante seria o de os objectos possurem formas acentuadas, de grandes dimenses tendo presente que por razo da conservao dos mesmos, no puderam incluir todos os objectos passveis de ser tocados e manipulados. O museu teve ento de encontrar um meio-termo no momento de decidir quais as peas a incluir e excluir na exposio temporria. A deciso final recaiu, sobre um primeiro conjunto constitudo por instrumentos musicais, marionetas e brinquedos; um segundo conjunto de objectos litrgicos, como um altar porttil em que a porta longa e desdobrvel, mscaras de divindades e esculturas. Encontram-se trajes minuciosamente bordados; um candelabro com cerca de um metro e sessenta de altura; um drago utilizado em festividades da Fundao oriundo de Macau; um terceiro conjunto com as divindades, as mscaras de Ganesh e Shiva; e a finalizar um objecto litrgico em madeira com cerca de um metro altura. As peas so acompanhadas por legendas em braille, existindo dossiers de texto aumentado com impresso das imagens das peas exposta. [Apndice 5 - Fundao Oriente. Museu do Oriente Mostra Tctil, Fig.4 Esquema expositivo da exposio Oriente na Ponta dos Dedos]

c) Pavilho do Conhecimento Museu de Cincia

O Pavilho do Conhecimento o nico museu nacional que tem a trabalhar a cem por cento no seu S.E. a nica tcnica de acessibilidade que existe na rede de museus, embora comparativamente com os restantes S.E. primeira vista nos parea a

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situao ideal, depressa nos apercebemos que de longo a situao ideal para se promover num museu, isto , uma pessoa para todas as deficincias torna-se incomportvel desenvolver um trabalho permanente de efectiva qualidade desejada, em especial por parte do profissional que desenvolve projectos e no os consegue colocar em prtica, seja por falta de verbas ou simplesmente por desinteresse da direco da instituio. Ftima Alves iniciou-se no ano de 1999 como tcnica do S.E. do Pavilho, sendo por essa altura, que comea a questionar a estratgia de acessibilidade e incluso dos pblicos com deficincia, visto que esse pblico procurava o Pavilho. Efectivamente foi Ftima Alves que procurou informao, estabeleceu contactos com pessoas do curso de reabilitao e educao especial, mas de facto a prtica um elemento fulcral nesta rea. Deste modo Ftima Alves procurou apreender o melhor que se implementa na Europa; em Frana, onde estagiou na Cit des Sciences et de Lindustrie e estabeleceu contactos, em Inglaterra tomou contacto directo com a poltica da diversidade de pblicos do Tate Modern, e na rea da acessibilidade em Portugal para alm de ser uma das grandes referncias tem sido uma profissional proactiva e de iniciativa. Da se compreende, que no 2003, aps um Seminrio no Pavilho, surja a ideia de formar um grupo de trabalho informal sobre o tema das acessibilidades nos museus, que iria dar origem ao GAM15. O GAM, Grupo de Acessibilidade nos Museus, um grupo de trabalho informal que surge pela necessidade de se estudar as acessibilidades por ser uma rea muito pouco desenvolvida, onde a literatura em portugus quase inexistente e onde muito falta fazer. constitudo essencialmente por S.E. dos museus; existe um correio electrnico de membros onde trocam informaes entre si, e mensalmente renemse. Embora a actividade do GAM no seja muito visvel, organizam anualmente um seminrio subordinado a uma temtica; o ltimo e terceiro seminrio anual realizado pelo grupo de trabalho foi Interculturalidade Museus e dilogos entre culturas, a 10 de Maro do passado ano.15

Que surge pelo empenho de Maria Vlachou e Ftima Alves.

Casos de Estudo Nacionais |20|

O Seminrio AO ALCANCE

DAS

MOS, INFORMAO TCTIL

NOS

MUSEUS

E

CENTROS

DE

CINCIA, que teve lugar no dia 29 de Setembro de 2008 no auditrio do Pavilho do Conhecimento - Cincia Viva, foi a ltima conferncia realizada em Portugal subordinada temtica da acessibilidade [Apndice 6 - Pavilho do Conhecimento Cincia Viva, fig.6]. Em grande parte o Seminrio foi pago com as receitas das inscries. O objectivo de Ftima Alves, aps o seminrio era o de desenvolver uma serie de materiais tcteis, mas a falta de apoio logrou o projecto. Uma das grandes limitaes do Pavilho a impossibilidade de uma mobilidade autnoma do visitante cego; possvel colocar a hiptese da passadeira, tal como na Cit des Sciences et de Lindustrie. Uma das solues proposta colocar nas bordas da sala os mdulos mais acessveis, o que permitiria uma visita mais autnoma. No entanto no existe ainda uma soluo para que o visitante cego ganhe autonomia no interior do museu [Apndice 6 - Pavilho do Conhecimento Cincia Viva, fig.4]. Actualmente Ftima Alves estabelece contactos com a Associao Mafalda16; Mafalda uma jovem de dezassete anos, cega de nascena que tal como qualquer outra(o) jovem da sua idade deseja participar activamente na sua comunidade. A ligao que se estabelecer com o Pavilho ser uma forma de outros jovens como a Mafalda e seus amigos, serem captados para o espao museolgico deste centro de cincia.

16

http://associacaomafalda.blogspot.com/

Casos Modelo Europeus |21|

VI.

Casos Modelo Europeus

a) Museu do Louvre [Frana] O louvre possui uma ala com cerca de oitenta metros quadrados, onde coloca disposio do pblico invisual peas reproduzidas em gesso ou resina acrlica; o espao encontra-se orientado para uma visita autnoma do pblico cego estando tambm aberto aos restantes visitantes do museu. No solo encontra-se uma linha relevada que orienta a deslocao no espao da ala tctil, com o auxlio de um corrimo que percorre o corredor da galeria. Existe udio descrio disponvel, materiais pedaggicos, como livro relevados, maquetas, actividades e atelis e curiosamente, o museu apenas detm a atribuio de trs tipos de deficincia na marca Tourisme & Handicap. A deficincia em falta, efectivamente a visual, pois para l da galeria tctil a acessibilidade ao pblico cego no efectiva, no conceito de acessibilidade francs no existe lugar para o parcialmente acessvel. [Apndice 8 - Museu do Louvre]

b) Cit des Sciences et de Lindustrie [Frana] Desde a sua fundao no ano de 1986, este museu e centro de cincia francs implementou no s uma poltica forte de acesso fsico, como tambm sensorial e de atendimento especializado. Com mais de duas dcadas de trabalho desenvolvido e de forma permanente, a Cit des Sciences et de l Industrie fraseando Ftima Alves talvez o museu mais acessvel, tanto ao nvel europeu como internacional.17 A entrada neste museu de cincia gratuita para os pblicos com necessidades especiais e seus acompanhantes. Tem a particularidade de na sua equipa dos servios de acessibilidade, que se organiza em quatro departamentos, funcionando no total com cerca de seis

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ALVES, Ftima. Cultura Acessvel s Pessoas Com Deficincia Nos Pases Vizinhos, ICOM Portugal, Informao

ICOM. PT Srie II, n3 DEZ 2008 FEV 2009, pp.4.

Casos Modelo Europeus |22|

profissionais, dos quais, um com deficincia visual e dois com deficincia auditiva18. Muito divergente do caso portugus, embora exista legislao que regulamente o sistema de cotas na incluso de pessoas deficientes na actividade profissional, o caso mais prximo que a nossa realidade nos oferece, o da Biblioteca Nacional, e no passado o do Pavilho do Conhecimento. A atribuio dos quatro tipos da marca Tourisme & Handicap atesta a total acessibilidade neste espao que s com um trabalho permanente de real compromisso o poder atingir. [Apndice 9 - Cit des Sciences et de lIndustrie de Paris] c) Tate Modern [Inglaterra] Instalado no ano 2000, o edifcio do Tate com os seus sete pisos encontra-se perfeitamente adequado para o pblico com deficincia; por todo o edifcio encontrase rampas, portas automticas, o piso plano, no existem degraus intransponveis. A acessibilidade do Tate vai muito alm do trabalho de acessibilidade arquitectnico, o museu estabeleceu uma verdadeira poltica de diversidade de pblicos, com o acrscimo da entrada para a exposio permanente ser gratuita. No apenas um museu, um centro de lazer. O museu est preparado para acolher todo tipo de pblico como a lei britnica exige. Tem disposio do pblico, udio guias, visitas tcteis, bancos portteis, cadeira de rodas e interpretao gestual. Estando incluindo na poltica britnica, em que se associa as verbas disponibilizadas ao aumento de pblico, isto , captar pblico para aumentar o oramento ao museu disponibilizado. [Apndice 10 - Tate Modern, Londres]

18

TOJAL, Amanda Pinto da Fonseca. Polticas Pblicas Culturais de Incluso de Pblicos Especiais em Museus, Escola

de Comunicaes e Artes da Universidade de So Paulo, So Paulo, 2007, pp.139.

Concepo de Materiais Didcticos Original vs Rplica |23 |

VII.

Concepo de Materiais Didcticos Original vs Rplica

Naturalmente estar perante um original torna-se uma experiencia interior emblemtica, mas se considerarmos que se trata de uma experincia passiva, estar apenas perante algo; usando predominantemente o sentido da viso, um sentido sensorial isolado. Consideramos imediatamente a seguir, que a rplica pode ser sinnimo de transmisso de sensaes e de reaco a elementos que a ns normovisuais nos escapam. Trabalhar com os sentidos certamente mais interessante e enriquecedor do que utilizar a viso isoladamente no s para o pblico cego mas tambm para o normovisual. Por um lado, compreensvel a posio de que s se dever mostrar originais, mas o argumento de que o toque tem de ser verdadeiro, no corresponde no meu entender totalmente realidade. Se no vejamos, grande parte do acervo dos museus no pode ser manipulado por razes bvias de conservao, da mesma forma que no ser indita a rplica de patrimnio. de domnio pblico o caso da reproduo da gruta de Altamira, que se deveu particularmente por razes de conservao; sendo que a gruta reproduzida acabou at por se tornar mais funcional que a original. Isto para no considerarmos que a rplica ser algo negativo; na impossibilidade de mostrar peas originais no deveremos tornar o acervo tambm ele numa barreira. A concepo de plantas, diagramas, representaes de pinturas em material tctil, maquetas onde os elementos arquitectnicos que compem os edifcios e incluem como no caso da maqueta da igreja da Madre de Deus, uma zona quadriculada que indica habilmente a presena de painis de azulejo [Apndice 4 - Museu Nacional do Azulejo. As Mos Vem e os Olhos Escutam Fig.12. Apndice 11 - Concepo de Materiais Didcticos e de Acessibilidade ao Acervo] so solues de acessibilidade ao acervo que no s se devem manter como desenvolver em cooperao com as novas tecnologias.

Concepo de Materiais Didcticos Original vs Rplica |24 |

A organizao no governamental norte americana Art Education For The Blind, desenvolveu seis volumes de um guia multisensorial (ver, ler, ouvir e tocar), Art History Though Touch and Sound, em formato Cd-rom que se faz acompanhar de um livro em cada volume digital, composto por diagramas tcteis das obras de arte mais marcantes de cada poca e estilo [Apndice 12 - Guia Multisensorial, atravs do som e do tacto Art History Though Touch And Sound, fig.1, 2, 3, e 4]. Os diagramas tm a particularidade de utilizarem um lxico de sete modelos padronizados, permitindo ao leitor adquirir um vocabulrio tctil, sendo que esta ferramenta no se restringe apenas aos deficientes visuais, Art Education For The Blind, considera o guia um instrumento til para estudantes e visitantes normovisuais.

VIII.

Tecnologia Solues de Acessibilidade ao Acervo e Incluso no Espao Museolgico

A tecnologia tornou-se numa parceira no que respeita acessibilidade real do acervo do museu; prova dada desse facto, a criao de um sistema de software para converso automtica de imagens digitais e animaes computacionais para udio, a que o autor Pedro Campos, aluno da Faculdade de Cincias da Universidade do Porto designou de sonificao.19 Esta inovao criada em Portugal encontra-se desenvolvida com detalhe na Tese de Mestrado de Pedro Campos do ano de 2007, tendo sido igualmente testada por cegos. Outra das inovaes nacionais com recurso tecnologia so as fotografias impressas em papel ZY-TEX 2, numa impressora ZY-FUSE20, que ao produzir relevo nas formas fotogrficas e contedo das imagens as torna passveis de serem tacteadas e interpretadas, tornando a fotografia digital acessvel sob um binmio (visual e tctil) acessvel a todo o pblico.

CAMPOS, Pedro. Sonificador de Imagens para Apoio a Utilizadores Invisuais, Departamento de Cincias de Computadores Faculdade de Cincias da Universidade do Porto, 2007.20

19

Material informtico possvel de ser adquirido por museus e centros de cincia.

Concepo de Materiais Didcticos Original vs Rplica |25|

Luz Tctil, foi a primeira exposio de material acessvel ao pblico cego que se realizou na Cidade de faro, integrada na Faro, Capital Nacional da Cultura no ano de 2005. Paulo Abrantes, o autor da exposio considera que esta nova linguagem fotogrfica permite um audaz exerccio de cidadania e serve para que todos tenham acesso arte e igualmente possam aceder livre interpretao da fotografia enquanto objecto artstico. O sucesso da mostra, levou a que mais uma vez e a semelhana com as trs exposies anteriores de Faro, se voltasse a replicar a exposio, levando-a alm fronteiras a Salamanca onde a imprensa espanhola deu bastante visibilidade. [Apndice 7 - Luz Tctil. Fotografias de Paulo Abrantes. Impresso de fotografias passveis de serem tacteadas] O espao fsico da exposio, bastante amplo sem barreiras fsicas [Apndice 7, fig.4] atesta a acessibilidade na forma expositiva como as fotografias se dispem. No solo, frente fotografia est colocada uma marca vermelha de relevo indicando ao pblico cego a localizao da imagem, que se identifica em legenda braille e alfabeto latino por baixo da mesma [Apndice7, fig.2]. A soluo ideal seria que os museus e os centros de cincia nacionais, em especial os servios educativos tivessem apetrechados de tecnologia inclusiva capaz de ultrapassar barreiras. Sabendo que os oramentos por vezes no permitem a simples aquisio de audio-guia, remeto-me apenas a uma sugesto. [Apndice 13 - Tecnologia Solues de Acessibilidade ao Acervo e Incluso no Espao Museolgico fig.1-9]

Consideraes Finais e Concluses |26|

Consideraes Finais e Concluses

Existe ainda um longo caminho para se percorrer em Portugal no que respeita acessibilidade e incluso na deficincia em geral. O ideal seria uma mobilizao das instituies museolgicas no seu todo, governamentais [institucionais], e no institucionais [associaes, instituies, escolas, grupos comunitrios etc.] e em conjunto estabelecer estratgias para aces conjuntas. Se trabalharem isoladamente dificilmente se chegar ao sucesso da incluso deste pblico especfico. Por outro lado, trabalhar estas questes no ser o suficiente, pois tal como o pblico em geral, este pblico tem tambm ele que ser seduzido e captado para o museu. No bastar pedir que as associaes, escolas ou centros venham ao museu, ter pois, de existir uma estratgia que os envolva, dai a necessria mobilizao de todos para esta temtica que ainda no existe, pelo menos na forma que deveria existir. Um oramento para a melhoria da acessibilidade que contempla as exposies e actividades de cada ano, assim como a formao necessria21 fraseando Ftima Alves, torna-se uma premissa indissocivel para o desenvolvimento e melhor recepo deste pblico que se situa em todas as faixas etrias, que no visita o museu sozinho, trs portanto acompanhante(s)22 e indirectamente precisar do apoio do museu. Existir sempre custos associados a este apoio, que vital e deveria por esta mesma razo ser considerado no oramento dos museus ligados ao Estado, dos museus pertencentes s fundaes e centros de cincia. At porque nesta rea especfica a formao dos tcnicos e colaboradores ter de ser contnua. Seguir o exemplo francs, e adoptar uma marca que contenha pictogramas correspondentes a cada uma das deficincias e consoante a acessibilidade real do espao cultural a essas deficincias assim ou no certificado a acessibilidade desse

ALVES, Ftima. Cultura Acessvel s Pessoas Com Deficincia Nos Pases Vizinhos, ICOM Portugal, Informao ICOM. PT Srie II, n3 DEZ 2008 FEV 2009, pp.3.22

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O que se torna vantajoso para o museu, atrair mais pblico, gerar participao da comunidade onde este se encontra inserido, tornar real o paradigma da nova museologia.

Consideraes Finais e Concluses |27|

espao; seria uma soluo bastante vivel que poria fim a designaes muito simplistas na qualificao de espaos culturais, como parcialmente acessveis23, no designando a quem se encontram acessveis. Pois utilizam como smbolo abrangente de mais que uma deficincia, o smbolo internacional para a acessibilidade onde representada uma cadeira de rodas [que deveria ser apenas usado para indicar acesso a indivduos com mobilidade limitada incluindo utilizadores de cadeira de rodas]. Como nota final, volto a fazer referncia ao grupo de trabalho do GAM24, embora seja um grupo informal, demonstra que o esprito de iniciativa por parte de alguns profissionais dos servios educativos dos museus portugueses especialmente de pessoas proactivas que no se deixam esmorecer, embora seja por vezes difcil trabalhar com poucos recursos (existindo apenas um tcnico para trabalhar todas as deficincias) e particularmente no dispor de um departamento de servio educativo que disponha de oito tcnicos, dois para cada deficincia como na Cit des Sciences et de Lindustrie. Considero, que no caso concreto do museu como espao de incluso e acessibilidade ao pblico com deficincia visual, voltando igualmente a referir que as experincias no replicadas, salvo a exposio de fotografia tctil de Paulo Abrantes que desde o ano de 2003 a 2008 foi replicada seis vezes em Portugal e Salamanca [Espanha], traduzem um cenrio pouco optimista na incluso e particularmente na mobilizao geral que deveria existir dentro da instituio museolgica e nas demais instituies.

Ver Apndice 2.2 - Smbolos de Acessibilidade Adoptados Pelo Guia do Jovem com Deficincia Elaborado Pela Diviso de Apoio Juvenil do Pelouro da Juventude da Cmara Municipal de Lisboa.24

23

Grupo para a Acessibilidade nos Museus.

Fontes e Referncias Bibliogrficas |28|

Fontes e Referncias Bibliogrficas

[Monografia] - GUERREIRO, Augusto Deodado. Para uma Nova Comunicao dos Sentidos, Contributos da Tecnologizao da Tiflografia para a Ampliao dos Processos Comunicacionais, Secretariado Nacional para a Reabilitao e Integrao das Pessoas com Deficincia, Lisboa, 2000. [Guias] - COLWELL, Peter; MENDES, Elisabete. Temas de Museologia, Museus e Acessibilidade, IPM, Lisboa, 2004.[pdf] - ECA European Concept for Accessibility. Technical Assistance Manual, Luxembourg, 2003. [pdf] - MAURCIO, Rui [coord.]. Guia do Jovem com Deficincia, ed. Cmara Municipal de Lisboa Diviso de Apoio Juvenil, colaborao SNRIPD Secretariado Nacional para a Reabilitao das Pessoas com Deficincia, Maro 2005. [pdf] - CNAD Cooperativa Nacional e Apoio a Deficientes. Turismo Acessvel, Turismo Para Todos, INR, 2003. -SOPHY-VRET, Sandrine [coord.]. Culture et Handicap Guide Pratique de LAccessibilit, Ministre de la Culture et de la Communication, 2007. [pdf] - Action for Blind People. Getting on, A Quick Reference Guide To Services for People with a Visual Impairment, Sixth Edition, United Kingdom, January 2009. [pdf] - [s.a.] Um Mundo de Ideias para Pessoas Deficientes Visuais de Todas as Idades, Blindkills inc., [s.a.]. [online] [Estudos] - DIAS, Maria Eduarda Pereira. Ver, No Ver e Conviver, Secretariado Nacional Para a Reabilitao e Integrao das Pessoas com Deficincia, Lisboa, 1995. [pdf] - The American Association of Museums. Everyones Welcome, the Americans with Disabilities Act and Museums, Washington, DC, 1998. [pdf] - LEONARD, Robin; Arlene R. Gordon Research Institute of Lighthouse International. Statistics on Vision Impairment: A Resource Manual, 5th edition, USA, April 2002. [pdf]

Fontes e Referncias Bibliogrficas |29|

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Fontes e Referncias Bibliogrficas |30|

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Publicada no Dirio da Repblica, I Srie A, n. 57/78, de 9 de Maro de 1978,mediante aviso do Ministrio dos Negcios Estrangeiros. [pdf] - Normas Sobre Igualdade De Oportunidades Para Pessoas Com Deficincia - Naes Unidas, Cadernos SNR n 3 Secretariado Nacional para a Reabilitao e Integrao das Pessoas com Deficincia, Lisboa, 1995. [pdf] - European Concept for Accessibility, March 1996. [pdf] - Decreto-lei n74/99 de 16 de Maro. Lei do Mecenato. [pdf] - Carta dos direitos Fundamentais da Unio Europeia, 2000. [pdf] - Resoluo ResAP (2001)3 - Para a plena cidadania das pessoas com deficincia atravs de novas tecnologias inclusivas - Integrao das pessoas com deficincia, Estrasburgo, Fevereiro 2002. [online] - Plano Nacional de Promoo da Acessibilidade (PNPA). [online] - Deciso do Conselho da Unio Europeia de 3 de Dezembro de 2001. Relativa ao Ano Europeu das Pessoas com Deficincia -2003. [pdf] - Lei n 47/2004 de 19 de Agosto. Lei-Quadro dos Museus Portugueses. [pdf] - Decreto-lei n163/2006 de 8 de Agosto. Promoo da acessibilidade a pessoas com necessidades especiais. [pdf] - Portaria n111/2007 de 24 de Janeiro. Ano Europeu de Igualdade de Oportunidades. [pdf] - Decreto-lei n 34/2007 de 15 de Fevereiro. Probe a discriminao em razo da deficincia. [pdf] - Decreto-lei n74/2007 de 27 de Maro. Consagrao do direito das pessoas com deficincia visual se acompanharem de co-guia. [pdf] - Resoluo do Conselho de Ministros n88/2008. I Plano de aco para a integrao das pessoas com deficincias e ou incapacidades. [pdf] - Resoluo do Conselho de Ministros n136/2008. Plano Nacional de aco para a incluso (PNAI). [pdf]

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[Associaes/Organizaes No Governamentais]http://www.acapo.pt http://www.gesta.org

http://www.apec.org.pt http://www.once.es

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http://www.cpuc.org.pt http://www.euroblind.org/ http://www.blindness.org http://www.lighthouse.org/medical/see/

http://www.actionforblindpeople.org.ukhttp://www.tourisme-handicaps.org

http://www.gag.org/resources/das.php.http://www.artbeyondsight.org http://www.handicap-international.org.uk http://www.braillenet.org/

[Grupos de Trabalho e Formao] http://www.gam.org.pthttp://www.mapadasideias.pt

[Turismo Cultural]http://be.franceguide.com/voyageurs/tourisme-et-handicaps/home.html?NodeID=193 http://www.handicap.monum.fr/fr/Visiteurs_mal_et_non-voyants/

http://www.cabracega.org/lisboa-sensorial [Culturais]http://www.artshub.co.uk http://pauloabrantes.wordpress.com/fotografia-tactil/

[Legislao]http://www.dre.pt/ http://eur-lex.europa.eu/pt/index.htm

Fontes e Referncias Bibliogrficas |33|

[Reabilitao e Tecnologia de Acessibilidade]http://www.cebv.pt http://electrosertec.pt/esert/index.php http://www.ataraxia.pt

[Projectos Institucionais]http://www.mpdft.gov.br/sicorde/caoguia.htm#inicio http://www.integradf.org.br

[Blogue]http://associacaomafalda.blogspot.com/

[Reportagens Televisivas Nacionais]http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?tvprog=23317&idpod=21978&formato=flv&pag=rec entes&escolha= http://pauloabrantes.multiply.com/video/item/4

Apndices

Lista de Apndices- Apndice 1 - Tabela - Graus de Deficincia Visual e Simulaes de diferentes perdas de viso. - Apndice 1.1 - Debates Actuais Cartazes - Apndice 2- Co-Guia Uma Lio de Cidadania. - Apndice 2.1 - Smbolos Internacionais de Acessibilidade na Deficincia Visual e O Modelo da Marca Francesa Tourisme & Handicap. - Apndice 2.2 - Smbolos de Acessibilidade Adoptados Pelo Guia do Jovem com Deficincia Elaborado Pela Diviso de Apoio Juvenil do Pelouro da Juventude da Cmara Municipal de Lisboa. - Apndice 2.3 - Espaos Interiores Acessveis Caso Concreto, deficincia Visual. - Apndice 3 - Paradigma Legislativo Inclusivo Nacional [legislao corrente em vigor]. - Apndice 4 - Museu Nacional do Azulejo. As Mos Vem e os Olhos Escutam. - Apndice 5 - Fundao Oriente. Museu do Oriente Mostra Tctil, Oriente Na Ponta Dos Dedos, 6 de Fevereiro de 2009. - Apndice 6 - Pavilho do Conhecimento Cincia Viva. - Apndice 7 - Luz Tctil. Fotografias de Paulo Abrantes. Impresso de fotografias passveis de serem tacteadas por quem no v e por quem v. - Apndice 8 - Museu do Louvre. - Apndice 9 - Cit des Sciences et de lIndustrie de Paris. - Apndice 10 - Tate Modern, Londres. - Apndice 11 - Concepo de Materiais Didcticos e de Acessibilidade ao Acervo. - Apndice 12 - Guia Multisensorial, atravs do som e do tacto - Art History Though Touch And Sound destinado ao pblico cego e de baixa viso e restante pblico normovisual.[Continuao do Apndice11] - Apndice 13 - Tecnologia Solues de Acessibilidade ao Acervo e Incluso no Espao Museolgico.

Apndice 1-Tabela - Graus de Deficincia Visual e Simulaes de diferentes perdas de viso.

Fig.1 Tabela graus de deficincia visual.

Categorias da viso

Grau da deficincia

Sinnimos e definies alternativas

Da ordem da viso normalViso Normal Nula

Da ordem da viso quase normalModerada

Ambliopia moderada Ambliopia grave: cegueira legal em alguns pases, contagem dos dedos at 6m ou menos. Ambliopia profunda ou cegueira moderada cegueira na CID - 9; contagem dos dedos a menos de 3mcontagem de dedos SOE. Cegueira grave ou quase total; contagem de dedos at 1m ou menos, ou movimentos das mos at 5m ou menos, ou movimento das mos SOE, ou percepo da luz. Ausncia da percepo da luz (APL) cegueira total (inclui ausncia de olho)

Ambliopia Grave

Profunda

Cegueira Quase total

Total

Fig.2 Simulaes de diferentes perdas de viso.

Ambliopia Grave

Viso Normal

Degenerao Macular

Glaucoma

Cegueira Total

Apndice 1.1 - Debates Actuais Cartazes.

Apndice 2- Co-Guia Uma Lio de Cidadania.

Fig.2 Logtipo, Instituto de Integrao Social e de Proteco da Cidadania. Fig.1 Logtipo,

Projecto Co-Guia de Cego.

Fig.3 Co-Guia na Exposio Descobrir o toque, Museu do Centro de Arte Moderna

Fig.4 Projecto Co-Guia de Cego, Campanha brasileira de sensibilizao presena de ces-guia em locais, transportes e estabelecimentos de guia acesso pblicos, com incio no ano de 2002.

Fig.5 Museu de Arte Moderna e Contempornea de Estrasburgo.

Fig.6 Biblioteca Alcazar, Marseille.

Fig.7 Museu do Louvre.

Fig.8 Logtipo da CPUC (Clube portugus de utilizadores de co co-guia).

Fig. 9 Ces-guia junto dos seus utilizadores.

Apndice 2.1 - Smbolos Internacionais de Acessibilidade na Deficincia Visual e O Modelo da Marca Francesa Tourisme & Handicap Handicap.

Legenda figuras: 1- Material impresso em braille disponvel. 2- Texto aumentado disponvel a cidados com baixa viso. 3- Acesso a cidados com baixa viso ou cegueira. 4- [Audio Description] descrio udio para vdeo e filme, disponvel a invisuais e amblopes.

Fig.1

Fig.2

Fig.3

Fig.4

Fig.5 Duas formas diferentes de representao do mesmo smbolo [udio-descrio] descrio]

Fig.6 Marca Tourisme & Handicap [Frana].

Fig.7 Consoante a oferta de acessibilidade da instituio aos diferentes pblicos com necessidades especiais; o lugar correspondente janela com o pictograma/smbolo preenchido. ;

Legenda Smbolos/pictogramas da marca Tourisme & Handicap representando as diferentes deficincias: 1- Deficientes motores. 2- Deficientes visuais. 3- Deficientes auditivos. 4- Deficientes mentais.

1

3

2

4

Fig.8 e 9 Detalhes imagens correspondentes a folhetos informativos da marca Tourisme & Handicap.

Apndice 2.2 - Smbolos de Acessibilidade Adoptados Pelo Guia do Jovem com Deficincia Elaborado Pela Diviso de Apoio Juvenil do Pelouro da Juventude da Cmara Municipal de Lisboa.

Fig.1 Smbolo Internacional para a acessibilidade. O smbolo da cadeira de rodas deve ser apenas usado para deve indicar acesso a indivduos com mobilidade limitada, incluindo utilizados de cadeira de rodas.

Smbolos Adoptados Pelo Guia do Jovem com Deficincia para identificar locais com acessibilidades:[utilizando o pictograma de deficincia motora]

Fig.2 Locais totalmente acessveis.

Fig.3 Locais parcialmente acessveis.

Fig.4 Marca francesa Tourisme & Handicap. Diferentes pictogramas/smbolos representando as deficincias. Cada pictograma corresponde a uma deficincia.

Apndice 2.3 - Espaos Interiores Acessveis Caso Concreto, deficincia Visual.

Acrscimos funcionais na construo arquitectnica dos museus:

Fig.1 Modificao de solo junto do pilar, de modo a alertar para uma barreira fsica. Mediateca Jos-Cabanis, Toulouse. Cabanis,

Fig.2 rea de modificao do solo, alertando para a modificao do espao fsico. No caso concreto, o aparecimento de obstculos fsicos. Fig.3 Linhas-guias, uma opo que se acresce passadeira. Casos Concreto in guias, iniciam- na entrada do -se edifcio.

Fig.4 Destaque em relevo no solo indicando o incio da escadaria. Cit des sciences et de lindustrie.

Fig.5 Destaque no solo indicando a escadaria, com degraus contrastados. Cit des sciences et de lindustrie.

Fig.6 Passadeira de orientao. Cit des sciences et de lindustrie.

Fig.7 Caracteres em braille nos comandos do elevador. Biblioteca de lAlcazar Marseille.

Situaes a se evitar no espao interior de um museu:

Fig.8 Situao A: Arquitectura preponderante.

Soluo: colocar uma barreira fsica de modo a afastar o visitante cego do risco imutvel da arquitectura do edifcio. E de forma que seja detectvel pela bengala. ela

Fig.9 Situao B: Minimizar o risco de barreiras fsicas.

Soluo: Baixar a altura do placar de modo a ser detectado antecipadamente como obstculo pela bengala.

Soluo: colocar o mais possvel e antecipadamente detectveis os objectos ou estruturas salientes das paredes. Para melhor percepo e orientao no espao.

Apndice 3 - Paradigma Legislativo Inclusivo Nacional Nacional.[legislao corrente em vigor]

2008

Resoluo do Conselho de Ministros n136/2008 Plano Nacional de aco para a incluso (PNAI). Resoluo do Conselho de Ministros n88/2008. I Plano de aco n88/2008. para a integrao das pessoas com deficincias e ou incapacidades.

2007

Portaria n111/2007 de 24 de Janeiro. Ano Europeu de Igualdade de Oportunidades Oportunidades. Decreto Decreto-lei n 34/2007 de 15 de Fevereiro. Probe a discriminao em razo da deficincia. Decreto n74/2007 de 27 de Maro. Consagrao do direito das Decreto-lei pessoas com deficincia visual se acompanharem de co-guia.

Decreto n163/2006 de 8 de Agosto. Promoo da acessibilidade Decreto-lei . a pessoas com necessidades especiais. 2006

Lacuna - Lei n 47/2004 de 19 de Agosto. Aprova a Lei Quadro dos Museus 2004 Portugueses. No prev ou inclui uma prtica nacional inclusiva para os pblicos com necessidades especiais.

Apndice 4 - Museu Nacional do Azulejo. As Mos Vem e os Olhos Escutam.

Fig.1 e 2 Entrada do Museu. Interior do claustro do antigo convento da Madre de Deus.

Fig.3, 4 e 5 Portal da igreja da Madre de Deus. Aspecto do interior da exposio permanente dos Sculos XV e XVI. E Jogo didctico em azulejo (anterior ao actual projecto).

Fig.6 Candidatura do Museu Nacional do Azulejo ao Programa Operacional da Cultura que se efectivou no ano de 2004. Designao do Projecto As Mos Vem e os Olhos Escutam; Concepo e produo de material didctico para invisuais.

Legenda: 1- Rplica tridimensional, para dar a ideia da esfera armilar. 2- Azulejo relevado com diferentes texturas do vidrado, ligao do azulejo. 3- Legenda em braille. 4- Suporte que ir ser colocado junto pea original.

1

2

.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..

3

4

Esquema 1 Projecto das placas e rplicas. Neste esquema a reproduo do azulejo da Esfera Armilar da sala do sculo XVI do museu. Inserido no Projecto em fase de implementao, As Mos Vem e os Olhos escutam.

Fig.7 e 8 Jogos didcticos em azulejo com relevo; formar um desenho (espcie de puzzle), e para formar pares, padres e reconhece-los. [Jogos anteriores ao actual projecto]

Fig.9 Atelis de modelao de barro que iro dar origem ao conjunto de azulejos que se seguem na fig.10.

Fig.10 Resultado das modelaes dos atelis com visitantes cegos. A cor foi posteriormente aplicada pelo servio educativo, local onde estes dois conjuntos se encontram afixados na parede.

Fig.11 Desenho em relevo. Produzido pelo servio educativo pela mquina de relevo adquirida atravs de um outro projecto co-financiado.

Fig.12 Maqueta escala 1:30. Reproduo da igreja da Madre de Deus. Pormenor da representao da pessoa que permite ao cego a percepo da escala e dimenso do edifcio original (tal como se de uma fotografia se tratasse).

Fig.13 Local onde o vdeo de certa de 15 minutos ir ser projectado. Situa-se perto da entrada interior da igreja Madre de Deus. O qual o pblico cego poder ouvir a histria do azulejo e do prprio museu.

Fig.14 Outros Olhares Visita que privilegiou o tacto em algumas peas do museu; azulejos relevados, talha dourada, pedra.

Apndice 5 - Fundao Orien Museu do Oriente Mostra Tctil, Oriente Na Ponta Oriente. Dos Dedos, 6 de Fevereiro de 2009.

Fig.1 Exterior do edifcio do Museu.

Fig.2 Interior do edifcio, piso 0, entrada do Museu.

Fig.3 Planta correspondente ao piso 0 do edifico do Museu do Oriente. Oriente.

Fig.4 Esquema expositivo da exposio Oriente na Ponta dos Dedos

Localizao do Lounge do museu

5 9 6

4

8

7

2 1 3

Entrada do espao Lounge

Legenda - esquema expositivo: : 1- Primeiro conjunto - instrumentos musicais, marionetas e brinquedos. 2- Segundo conjunto - objectos litrgicos, altar porttil, mscaras de divindades e esculturas. 3- Trajes. 4- Candelabro com cerca de um metro e sessenta de altura. 5- Drago utilizado em festividades oriundo de Macau. 6- Objecto litrgico em madeira com cerca de um metro altura. 7- Terceiro conjunto as divindades, mscaras de Ganesh e Shiva e esculturas 8- Objecto em lato e papel com formas acentuadas. 9- Dossiers com imagens e legendas aumentadas correspondentes coleco da exposio. correspondentes

Fig.5 Interior do Lounge do museu onde se encontra exposto Oriente Na Ponta dos Dedos Vista do Dedos. terceiro e primeiro conjunto de objectos a tactear pelos visitantes invisuais e de baixa viso. Antecipao da inaugura para oito meninas invisuais e de cegueira quase total do Convento inaugurao se dos Cardais horas antes da inaugurao oficial oficial.

Fig.6 e 7 Detalhes do segundo conjunto - mscaras de divindades, Ganesh e Shiva.

Legenda em braille da respectiva pea Embora as pea. legendas se encontrem soltas o que poder levar a um cenrio de troca de legendas entre as peas expostas vizinhas.

Fig.8 As visitantes tacteiam os objectos. A fruio da arte estabelece se pelo tacto, estabelece-se reconhecendo volumes, texturas dos materiais e formas acentuadas.

Fig.9 Legenda braille que se encontra em frente da pea e a acompanha, detalhe acompanha, detalhe.

Seis Exemplares da Exposio de Trinta Peas Originais Pertencentes Coleco Kwok On, Provenientes da China, ndia, Indonsia e Tailndia:

Fig.10 Gangsa permade (Metalofone).

Fig.11 Kavad (altar porttil).

Fig.12 Damar (Lamparina a leo).

Fig.13 Mscara de Ganesh.

Pea que se tornou um cone na divulgao do museu, passvel de ser tacteada na exposio.

Fig.14 Estatueta de Ganesh.

Fig.15 Estatueta de Krishna.

Apndice 6 - Pavilho do Conhecimento Cincia Viva.

Fig.1 e 2 Aspecto exterior do edifcio do Pavilho. Logo do Pavilho do Conhecimento Cincia Viva.

Fig.3 Mdulos expositivos interactivos - V, Faz, Aprende.

Fig. 4 Mapa. Disposio do espao fsico V, Faz, Aprende. Uma das grandes limitaes do Pavilho a mobilidade autnoma do visitante cego. Legenda: Uma das solues proposta pela Tcnica de Acessibilidades do Pavilho, Ftima Alves. Colocar nas bordas da sala os mdulos mais acessveis, o que permitiria uma visita mais autnoma.

Fig.5 Crianas experimentando os mdulos.

Fig.6 Cartaz do Seminrio AO ALCANCE DAS MOS, INFORMAO TCTIL NOS MUSEUS E CENTROS DE CINCIA, que teve lugar no dia 29 de Setembro de 2008 no auditrio do Pavilho do Conhecimento - Cincia Viva.

Apndice 7 - Luz Tctil. Fotografias de Paulo Abrantes. Impresso de fotografias passveis de serem tacteadas por quem no v e por quem v.

Fig.1 Detalhe do folheto da Exposio de Salamanca onde so retratadas as exposies anteriores, incluindo a exposio Luz Tctil (Museu Municipal de Faro, pela altura da realizao de Faro Capital Nacional da Cultura 2005).

Fig.2 Quatro amostras de Fotografias tcteis do autor. Modo expositivo das fotografias e sua legenda em braille e alfabeto latino.

Fig.3 Folhetos publicitrios da Exposio Mirada Tctil em Salamanca no ano de 2006.

Fig.4 Espao fsico da exposio, bastante amplo sem barreiras fsicas. Marcas vermelhas no solo indicam e orientam os visitantes cegos da localizao das fotografias a tactear. Fig.5 Recortes de imprensa escrita espanhola dando visibilidade exposio do autor portugus, que torna acessvel a todos ver o seu trabalho.

Fig.6 e 7 Outra perspectiva do espao expositivo. Continuao de recortes de imprensa escrita espanhola dando visibilidade exposio tctil.

Fig.8 Anuncio da exposio, conferncia e workshop A Fotografia Acessvel a Todos de Paulo Abrantes, promovida pelo municpio do Entroncamento no presente ano de 2009.

Apndice 8 - Museu do Louvre Louvre.

Fig.1 Aspecto exterior do Louvre.

Figuras 2 e 3 Galeria tctil do Museu, onde se apresentam rplicas de esculturas acompanhadas de aleria Museu, amostra utilizadas nos originais, forma de reconhecimento das texturas e volumes.

Figuras 4, 5 e 6 Galeria Tctil, onde se apresentam as rplicas hbeis a serem tacteadas.

Fig.7 e 8 Pblico cego tacteia peas na galeria. Fig.6 Presena de um co guia junto da sua co-guia utilizadora. Fig.9 Visitante cego tacteia o plano da galeria.

Fig. 10 Um Museu acessvel a todos. No seguimento da Marca francesa Tourisme & Handicap.

no Fig.11 Capa e pgina 16 do Guia de instrues para o pblico deficiente e seus acompanhantes [com ltima actualizao no ano 2008].

Apndice 9 - Cit des Sciences et de lIndustrie de Paris Paris.

Fig.1 Exterior do complexo da Cit des Sciences.

Fig.2 Guia informativo para deficientes visuais e seus acompanhantes, relativas s ofertas e actividades de acessibilidade do museu de cincia francs.

Fig.3 Maqueta tctil da Cit des Sciences et de lindustrie. Encontra-se na entrada do se museu e est acessvel a todos os pblicos.

Fig.4 e 5 Rplicas e reprodues tcteis, acompanhadas com legenda em braille e desenhos em relevo. Fig.5 reproduo do ouvido interno.

Fig.6, 7 e 8 Jogos Interactivos domin com camadas de peles de animais (representao tctil); Reproduo ampliada de formigas; e um mdulo de experimentao de odores.

Fig.9 Marca Tourisme & Handicap para os quatro tipos de deficincia, que for foram atribudos Cit des Sciences et de lindustrie e que atestam a acessibilidade total dos pblicos com necessidade especial neste espao cultural de cincia.

Fig.10, 11 e 12 Acrscimos arquitectnicos no espao fsico que comprovam o esforo de incluso e acessibilidade a todos os pblicos. Fig.10 e 11 relevos e acentuaes no solo indicando mudana no percurso. Fig.12 passadeira, forma de orientao e autonomia para o pblico com dfice visual.

Apndice 10 - Tate Modern, Londres Londres.

Fig.1 e 2 Edifcio do Tate Modern, antiga central de electricidade. Espao visivelmente amplo.

Fig.3 Aspecto de uma das galerias dos sete pisos existentes no Tate. Fig.4 Uma das obras do Tate que pode ser tocada pelos visitantes cegos, utilizando para esse efeito luvas.

Apndice 11 - Concepo de Materiais Didcticos e de Acessibilidade ao Acervo.

Legendas tcteis:

Fig.1 e 2 Duas tipologias de Legendas com introduo do braille. Fig.1 Estruturas hands hands-on do Museu Vitoria & Albert (Fonte, Ftima Alves, in Cultura Acessvel s Pessoas Com Deficincia Nos Pases Vizinhos, ICOM Portugal, Informao ICOM. PT S , Srie II, n3 DEZ 2008 FEV 2009 2009).

Plantas Tcteis com legendas braille braille:

Fig.3 e 4 Planta em braille e caracteres grandes colocada na entrada da bibliothque delAlcazar em Marselha. Planta em relevo do Castelo dAngers.

Reproduo de pinturas - quadros tcteis:

Fig.5 Reprodues tcteis de elementos contidos em pinturas.

Representaes tcteis :

Fig.6 e 7 Apresentao tctil de um ouvido interno, no museu de cincia Cit des Sciences et de lIndustrie. Material pedaggico destinado ao pblico cego das Grutas Combarelles aux Eyzies-de-tayac-Sireuil.

Maquetas:

Fig.8 Maqueta tctil, no museu de cincia Cit des Sciences et de lIndustrie.

Cit des sciences

Fig.9 Maqueta da Catedral de Clermont Clermont-Ferrand.

Maquette tactile

Fig.10 Maqueta presente na galeria tctil do Museu do Louvre; reproduo do Parthenon Parthenon. Fig.11 Maqueta da Igreja da Madre de Deus, Museu Nacional do Azulejo. Escala 1:30.

Objectos relevados:

Fig.12 Diagrama tctil da Torre Lanterna de La Rochelle. Fig.13 Galeria tctil, Museu do Louvre.

Apndice 12 - Guia Multisensorial, atravs do som e do tacto - Art History Though Touch And Sound destinado ao pblico cego e de baixa viso e restante pblico normovisual. viso[Seis volumes desenvolvidos pela Art Education For The Blind]

Fig.1 Capa de dois volumes em formato CD-ROM ROM do Guia Multisensorial Art History Though Touch And Sound [Programa Art Education For The Blind Blind].

Fig.2 Abrange trinta mil anos de arte visual, da Pr Historia Arte Contempornea. Pr-Historia

Fig.3 Exemplo do contedo do Guia multisensorial de Histria da Arte, atravs do som e do tacto [Programa Art Education For The Blind Blind].

Fig.4 Livro de diagramas tcteis (reprodues de obras de arte), que acompanha cada volume do guia. Os diagramas usam um lxico de sete modelos padronizados, permitindo ao leitor adquirir um vocabulrio tctil.

Exemplos de Diagramas e Representaes Tcteis e Detalhe dos Diferentes Padres Tcteis Utilizados

Fig.5 Esquema Padres Tcteis

Padres Tcteis Utilizados nos Diagramas e nas Representaes das Obras

Linha Vertical

Padro Cesto-Verga

Preenchimento Slido

Linha Horizontal

Slido spero

Pontos

Fig.6 Criao de Ado, Miguel ngelo. Tecto Capela Sistina.

Lado esquerdo: Criao de Ado, Miguel ngelo. Lado direito: Representao Tctil.

Fig.7 Diagrama Tctil do Parthenon. Inclui os smbolos de escala humana e seta de entrada do monumento.

Fig.8 Nighthawks, Hopper. Art Institute of Chicago.

Fig.8.1 Representao Tctil da pintura de Hopper, Nighthawks.

Fig.9 Martrio de S. Sebastio, de Gregrio Lopes, 1536-39. Museu Nacional de Arte Antiga.

Fig.9.1 Representao do Martrio de S. Sebastio, de Gregrio Lopes em relevo. Representao tctil.

Apndice 13 - Tecnologia Solues de Acessibilidade ao Acervo e Incluso no Espao Museolgico.Fig. 1 Ecrs ampliadores destinados a pessoas com baixa viso. Clearview+ amplia at 50 vezes mais.

Fig. 2 Leitura automaticamente em voz alta de textos, podendo ser exportados para leitor mp3 e iPod. textos,

Fig.3 Impressoras destinadas a produzir relevos, grficos tcteis, imagens e textos em relevo.

Fig.4 IVEO, sistema composto por um tabuleiro tctil e software de criao com descrio udio que acompanha as imagens; imprime em relevo.

Fig.5 Audioguias.

Fig.6 Um leitor de cdigo de barras com discrio udio.

Fig.7 Strix, tecnologia de ampliao varivel de 4 a 20 vezes mais num ecr TFT de 17 cm. Ideal para pblicos com baixa viso.

Fig.8 Compact+, uma mini-telelupa a cores com um ecr TFT panormico a cores de alta resoluo de 10 cm; Fornece trs nveis de ampliao (5vezes, 7vezes e 10 vezes mais).

Fig.9 PDA acessvel aos invisuais adaptado com software de acesso por voz ou Braille. E a opo de teclado Bluetooth normal ou Braille, EasyLink12 para introduo de dados. Este acessrio inclui uma linha braille de 12 clulas.