o mundo obeso e as reducoes do futuro

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1 O Mundo Obeso e as Reduções do Futuro 1. Gordura 2. Classificação 3. Obesidade no Mundo 4. O Espaçotempo do Gordo 5. Tolerância 6. Complacência e Autocomplacência 7. Intolerância 8. O Mundo Mais Lindo 9. Recondução 10. Reconstrução Vitória, quinta-feira, 23 de abril de 2009. José Augusto Gava.

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a comilança geral dos 2 % de superabastados resultou em grandes danos ao mundo, o que será pago logo adiante

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O Mundo Obeso e as Reduções do Futuro

1. Gordura 2. Classificação

3. Obesidade no Mundo 4. O Espaçotempo do Gordo

5. Tolerância 6. Complacência e Autocomplacência

7. Intolerância 8. O Mundo Mais Lindo

9. Recondução 10. Reconstrução

Vitória, quinta-feira, 23 de abril de 2009. José Augusto Gava.

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Capítulo 1 Gordura

Quão gordo o mundo está? Segundo dizem os franceses têm o peso “ideal”, não são nem gordos

nem magros, sabem se alimentar; pode ser que os europeus, principalmente os nórdicos, tenham aprendido a lição e agora cuidem de sua alimentação porque já não sofrem as pressões de serem os líderes do mundo, tendo desaparecido a URSS que com os EUA criavam uma disputa superpotente, pairando ameaçadoramente sobre o continente como guarda-chuva atômico (isso de proteção de guarda-chuva contra bombas atômicas não existe, é só propaganda!).

POLÍTICA DE SUPERPOTÊNCIAS

EUA

(gerava um nervosismo imenso depois de 1945, até 1991 e mais adiante, desde esta data com as bombas remanescentes da ex-URSS permanecendo em poder dos estados decaídos da CEI Comunidade dos Estados Independentes) – agora, pela primeira vez em milênios, os europeus estão em paz.

EUROPA URSS

oeste centro leste

Para manter-se magro nada melhor que estar calmo.

OBESIDADE

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1. as pessoas gordas deverão fazer regime (ou por questões de saúde ou em razão da crise, que será alimentar também);

AS REDUÇÕES DO FUTURO

2. haverá fortíssimo conflito moral entre os obesos e os famélicos do mundo;

3. as operações de “redução de estômago” cobrarão uma quantidade de vítimas fatais;

4. o futuro diminuirá em tamanho (e em possibilidades); 5. outras devastações.

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A GORDURA DO MUNDO (interpretação dos dados da ONU em 2008) EM TERMOS DE RIQUEZA

FAMÉLICOS

(nem sempre os gordos são ricos, nem vice-versa; mas existirem os excessos leva a outros excessos)

EQUILIBRADOS HIPERDIMENSIONADOS MISERÁVEIS MÉDIOS RICOS 50 % de todos 48 % de todos 2 % de todos 1 % das rendas 49 % das rendas 50 % das rendas

20 ‰ 1.020 ‰ (perto de 1,000) 25.000 ‰ 1/1 50/1 1.250/1

ÍNDICE DE TENSÃO (os da direita divididos pelo da esquerda)

Como já disse na cartilha Deus Não Dá GPS às Cobras o fosso tremendo, a distância imensa, a grande altura entre uns e outros cria uma PROPENSÃO A MOVIMENTO como no vácuo, na eletricidade, na gravidade e assim por diante e, postos os transientes ou adequações, na Psicologia também.

Capítulo 2 Classificação

Enquanto a malignidade passada e presente empurrou 98 % da

população para uma vida menos ou mais estritamente controlada (desses, 48 %, pouco menos de metade, são médios; para os restantes 50 %, metade de toda a gente, a vida é uma dificuldade só: são os miseráveis). Como temos hoje (para contas “redondas”) 6,8 bilhões de habitantes, metade disso dá 3,4 bilhões ou 840 milhões de famílias de quatro pessoas: em 840 milhões de lares miseráveis a vida é uma disputa diária e em outros 800 milhões de médios é uma luta mensal.

O MAPA DAS DISPUTAS

(de todas as manchas urbanas, retirar apenas os que estiverem na condição 1.020 ‰ ou 25.000 ‰, restando em vermelho todos os que estão em perigo de subumanização: os mapas abaixo não serve, são apenas ilustrativos)

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Evolução da mancha urbana de São Paulo (só não mostra os excluídos).

CLASSE E AS CLASSES E AS CLASSES DE PROBLEMAS

CLASSE D CLASSE C CLASSE B CLASSE A miseráveis tampão-baixo pelego tampão-alto ricos

1/54 1/5 = 1/625 (a 1/1.250)

3 1/5 = 1/125 (a 1/625)

2 1/5 = 1/25 (a 1/125)

1 1/5 = 1/5 (a 1/25)

0 = 1/1 = 1 (a 1/5)

Fundo do “posso?”: uns, pouco acima da linha mínima de humanização, e outros

vivendo como semi-deuses. A guerra de UNS com OUTROS.

Uns Caetano Veloso

Uns vão Uns tão Uns são Uns dão Uns não

Uns hão de Uns pés

Uns mãos Uns cabeça

Uns só coração

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Uns amam Uns andam

Uns avançam Uns também

Uns cem Uns sem Uns vêm Uns têm

Uns nada têm Uns mal Uns bem

Uns nada além Nunca estão todos

Uns bichos Uns deuses

Uns azuis Uns quase iguais

Uns menos Uns mais

Uns médios Uns por demais Uns masculinos Uns femininos

Uns assim Uns meus Uns teus

Uns ateus Uns filhos de Deus

Uns dizem fim Uns dizem sim

E não há outros Um precipício foi cavado e uma crise (movimentação caótica) foi

criada; crise é sempre descolamento dos objetos, neste caso, os objetos psicológicos extremos sendo os ricos e os miseráveis. Uma separação tão extrema, com tal voltagem psicológica ou condensação ou adensamento, só está pedindo uma prateoria coerente para lançar tudo que foi criado no fogo.

Os ricos, com sua ganância irrefreável criaram a classificação e a crucificação dos miseráveis. Enquanto ainda se pensava, pelo menos até a bolha estourar, haver solução - porque o futuro existia, tudo bem -, os miseráveis foram tolerando, mas quando for anunciado não haver mais futuro eles se rebelarão, capitaneados pelos médios, médio-altos ou ricos dissidentes, que são sempre os revolucionários (estes NUNCA saem dos pobres e miseráveis, no primeiro momento de invenção, naquela V0

Naturalmente nenhuma coisa traz só benefícios, com eles vem os danos. No caso da “reduções sócio-econômicas” drásticas (e não por longo e atento aprendizado) os danos também ocorrerão. Quando os psicólogos-economistas e os psicólogos-sociólogos, para não dizer os geo-historiadores e outros propuserem as

das revoluções).

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mudanças dolorosas no futuro, na ânsia de resolver eles não esclarecerão os malefícios. Em todo caso, haverá privação DEPOIS DA COMILANÇA: ricos serão privados. Pobres serem privados já é do cotidiano deles, mas os ricos, ah, isso vai ser mesmo de doer!

Capítulo 3 Obesidade no Mundo

NÃO SABEREMOS SE CHEGAMOS AO LIMITE, A MENOS QUE COMECE A “DAR PARA TRÁS” (como diz o povo, ao regredir, com gente morrendo aos milhões)

Palestra de abertura traz panorama sobre degradação ambiental e suas conseqüências para o Planeta

Foto:

Eduardo Coelho

O analista ambiental Luis Afredo fala sobre as principais causas e conseqüências da degradação ambiental na atualidade

Cerca de 100 acadêmicos de Licenciatura em Biologia da UniEVANGÉLICA e outras IES participam da I Jornada Científica de Estudos Biológicos, que teve início nesta

segunda-feira (dia 29), às 19h no Salão Nobre Richard Edward Senn. Na palestra de abertura, o analista ambiental Luis Alfredo Costa Freitas, do Instituto Chico Mendes

de Conservação da Biodiversidade, ligado ao Ministério do Meio Ambiente, apresentou de forma detalhada as principais causas e conseqüências do atual

cenário de degradação ambiental sobre o planeta. Participaram da solenidade de abertura a Pró-Reitora Acadêmica da

UniEVANGÉLICA, professora Ana Lucy Macedo dos Santos; a Superintendente do Instituto Superior de Educação, professora Eide Brasil e a Diretora do Curso de

Biologia, professora Mirley Luciene Santos. Abrindo a programação, uma apresentação musical do Projeto Criar e Tocar emocionou os participantes. A Pró-Reitora Acadêmica ressaltou que a Jornada, por meio do tema central

escolhido para as discussões (Saúde, Educação e Meio Ambiente), se alinha e reflete uma preocupação da missão institucional de formar cidadãos, transcendendo a

formação técnica e metodológica ao promover o engajamento dos mesmos com a responsabilidade de uma atuação política comprometida com o desenvolvimento

sustentável. Segundo ela, “temos que considerar que nossos egressos de Licenciatura em Biologia vão formar crianças e adolescentes, e dessa forma eles precisam contribuir para a construção de uma nova consciência da preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável do meio ambiente e da sociedade”,

destaca.

Segundo a Diretora do Curso de Biologia, professora Mirley Luciene Santos, o objetivo da Jornada é despertar nos acadêmicos a importância dos três temas que

permeiam a atuação profissional dos biólogos: “Queremos trazer aos alunos

O evento

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momentos de atualização dos conhecimentos nessas áreas tão pertinentes para a Biologia, pois enquanto educadores, o licenciado em Biologia trabalha diretamente

com a saúde e com as questões ambientais”, afirma a diretora. Rafael de Sá Batista é acadêmico do segundo período do

curso, considera que os mini-cursos proporcionam um despertamento sobre o

trabalho do educador ambiental, que segundo ele “é o profissional responsável pelo futuro da vida, que leve para a frente

um novo modo racional de pensar e agir no mundo”, enfatiza o aluno. Confira a

programação dos mini-cursos clicando aqui. Sobre a importância do evento para a

atuação dos futuros biólogos, o palestrante Luis Alfredo Freitas enfatiza que,

atualmente, o conhecimento da Biologia tem a oportunidade de assumir uma

utilidade maior, fazendo do profissional um gestor ambiental, capaz de compreender

como funcionam os ecossistemas em co-evolução com a construção cultural da humanidade. De acordo com ele, “o biólogo pode e deve falar em nome da

natureza, pois ele conhece como funcionam os ecossistemas, não de acordo com as leis de mercado, mas numa evolução cíclica da vida”, defende o biólogo,

psicólogo e especialista em Planejamento Territorial.

Um Planeta Doente Durante a palestra, Luis Alfredo estabeleceu uma comparação com a Teoria de

Gaia, em que o Planeta Terra está vivo e, mais ainda, exerce a função de abrigar, proteger e manter todas as formas de vida. A questão é que, mesmo vivo, o

Planeta está “doente”. A partir de tal metáfora, o palestrante apresentou as várias causas dos males sofridos pela natureza e pela sociedade em decorrência, colocando a desertificação como um dos tipos mais graves de degradação

ambiental, causando mudanças ambientais e climáticas que acarretam, dentre outras coisas, a perda da fertilidade do solo e da qualidade de vida da população,

que não tem de onde tirar os recursos necessários à qualidade de vida. O analista ambiental ressaltou como grande causa dos quadros de degradação o

modelo urbano-industrial de civilização dominante na atualidade, baseado na idéia de progresso como máxima exploração da natureza, seus recursos e formas de

vida (inclusive humana) para obter poder econômico e político para uma pequena parcela da população que não se responsabiliza pelas conseqüências causadas pela

degradação de suas atividades: aumento da temperatura global, desequilíbrios climáticos, desmatamento e erosão, queimadas, desaparecimento de espécies,

assoreamento dos rios, destruição das matas ciliares, inundações, enchentes, secas e outros problemas. Como caminhos a serem trilhados para a solução desses

mares, o palestrante apontou como pilar o trabalho de conscientização por parte dos profissionais e cidadãos engajados na defesa da vida, para a partir daí tornar

possível uma sensibilização coletiva da população sobre os rumos da nossa civilização e do planeta em que vivemos.

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Sexta-feira, Janeiro 16, 2009 A TERRA CHEGOU AO SEU LIMITE...

GAIA ESTÁ DOENTE...

PRECISAMOS TRATAR COM AMOR E CUIDADO A NOSSA TERRA MÃE PRECISAMOS HONRAR PACHA MAMA, NANA A NOSSA GRANDE MÃE!

Salvar o Planeta é entrar em sintonia com a Natureza Mãe e respeitar os seus limites...A terra está esgotada. Os Homens já destruíram o suficiente do nosso

Planeta e continuam impunes a matar os seus semelhantes EM GUERRAS ABSOLETAS E SANGRETAS EM NOME DE DEUS peranta a hipocrisia dos Estados do

Mundo inteiro e dos Governos de todos os países. Nenhum país teve força ou vontade de impedir esta selvajaria de um poderoso exército que ataca uma

população inocente e mata crianças nos seus abrigos e escolas e destrói o ed. da ONU com a ajuda alimentar...

PARA ONDE IREMOS SE O HOMEM CONTINUAR A DESTRUIR A TERRA? Neste momento não há um só País ou Governo no Mundo inteiro digno de crédito

ou de respeito! Não há líderes nem papas ou homens de senso economistas ou cientistas que possam criar algo a partir do domínio e da força, a partir da

destruição sistemática da Terra. Querer salvar o Sistema capitalista, a sua economia e os seus Bancos é não querer ver o óbvio e é querer continuar a destruir a terra e os seus recursos em favor de poucos com sacrifício de milhões de seres humanos.

Israel será a partir de agora um país nazi tão cruel e déspota como o foi a Alemanha de Hitler. E esta é a grande lição que temos de aprender. Israel está

perto de cometer o maior holocausto da história da humanidade. O que prova que Não há homens bons nem salvadores, não há Deus do lado da guerra nem do lado

das economias que exploram e produzem bombas atómicas. "Repetimos: os limites do capitalismo são os limites da Terra. Já encostamos nestes limites tanto

da Terra quanto do capitalismo. A continuar seremos destruídos por Gaia pois ela, no processo evolucionário, sempre elimina aquelas espécies que de forma persistente e continuada ameaçam a todas as demais. ós, homo sapiens e

demens, nos fizemos, na dura expressão do grande biólogo E. Wilson, o Satã da Terra, quando nossa vocação era o de sermos seu cuidador, guardião e anjo bom. Para onde iremos? Nem o Papa nem o Dalai Lama, nem Barack Obama nem muito

menos os economistas nos poderão apontar uma solução. Mas pelo menos podemos indicar uma direção. Se esta estiver certa, o caminho poderá fazer

curvas, subir e descer e até conhecer atalhos, esta direção nos levará a uma terra na qual os seres humanos podem ainda viver humananente e tratar com cuidado,

com compaixão e com amor a Terra, Pacha Mama, Nana e nossa Grande Mãe. Devemos fazer de tudo para que o atual caos não seja destrutivo mas criativo. Então sobrevivemos com o mesmo destino da Terra, a única casa comum que

temos para morar." http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15488

COPIADO DE: http://wwwjaneladaalma.blogspot.com/ Publicada por Rosa Leonor

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A crise é sintoma de doença, não é a doença mesmo; as temperaturas elevam porque TUDO está doente – só que, em 476, em 1453, em 1789 eram porções e agora em 1991 passou a ser a totalidade do planeta, porque bem ou mal globalizamos . A crise traz uma febre alta, muito alta ou altíssima, neste caso com as convulsões de praxe.

POSITIVISMO E NEGATIVISMO

NEGATIVISMO

(são pólos dos pares polares oposto-complementares: a vinda de um traz logo em seguida o outro)

REGIÃO DE EQUILÍBRIO

POSITIVISMO

MATERIALISMO IDEALISMO CONSUMISMO OTIMISMO

MESQUINHARIA LIBERALISMO tudo é passado PRESENTE tudo é futuro

No extremo do extremo o negativismo pode chegar ao niilismo, a negação de tudo, a prostração mais absoluta.

Evidentemente a gordura é um sinal, um sintoma, uma indicação buscando reflexão: ela indica uma pessoa incapaz de por si só se curar, uma pessoa de complacência com os outros e de autocomplacência consigo: alguém que é tolerante em excesso, defensora do liberalismo, da superafirmação da liberdade, da libertinagem.

2 % com 50 % das rendas A PIRÂMIDE INVERTIDA DA GEOMETRIA BURGUESA

48 % com 49 % das rendas

50 % com 1 % das rendas

A pirâmide de acumulação, todinha, apoiada nos “de baixo”. Esse foi o cúmulo da crueldade inventada pelos capitalistas.

Capítulo 4

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O Espaçotempo do Gordo

A auto-complacência do gordo/obeso pelo lado de dentro corresponde a complacência do lado de fora, tibieza moral, e sobre tal complacência os aproveitadores se apóiam para aproveitar. O gordo/obeso não pode correr, não pode subir escadas depressa, não pode se exercitar, e tal corpo se transforma em mente, pois os pares polares andam juntos, mesmo quando extremizados, o resultado palpável disso sendo uma mente tíbia, morna, lenta, cheia de pachorra ou despreocupação para com os outros e para com o mundo. O mesmo acontece com o prozac e seus derivados, por exemplo, o fluxene, quando a pessoa “leva na flauta” os problemas, evitando enfrentá-los.

VARRENDO PARA DEBAIXO DO TAPETE

(os problemas são estocados para o futuro; eventualmente o futuro chega para alguém: os filhos e os netos pagam as contas dos pais e avôs)

1. Políticos em operação.

2. Varrendo para dentro do corpo.

3. Uma hora o futuro chega para

cobrar as impertinências.

4. O resultado é este (famílias

enterradas).

1. o ratinho que atrapalhava; O CRESCIMENTO DOS PROBLEMAS

2. levou ao gato; 3. que levou ao cachorro; 4. que levou ao leão; 5. e de repente a pessoa tem dentro de casa um elefante, só porque

não teve coragem de enfrentar o problema menor (não pense que é só você, também sou assim: ninguém nos ensinou coisas úteis na escola, por exemplo, como resolver problemas quando ainda são pequenos).

Para sustentar tanto corpo o gordo precisa de espaço enorme (para plantações, para gado e para tudo) em casa e fora dela; porque é lento, o seu

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tempo de realização é muito grande – com isso o espaçotempo do gordo torna-se grande em tudo e o dos demais é comprimido. Neste mundo-Terra, 48 % trabalham para si (com 49 % das rendas) e 50 % (miseráveis) trabalham para 2 % (ricos), na proporção de 25 indivíduos miseráveis para cada indivíduo rico.

Esse foi o mundo construído pelos capitalistas. E que, por sinal, está ruindo neste exato momento.

Capítulo 5 Tolerância

EXCESSO DE TOLERÂNCIA

1. dez mandamentos;

(leva ao liberalismo: segundo este, qualquer um é livre para fazer qualquer coisa; no entanto, segundo a religião, não é, porque existem os graus de liberdade, começando nas proibições totais que são os 10 mandamentos até os pecados veniais, passando pelos pecados mortais, os que levam à morte)

2. sete pecados mortais; 3. pecados veniais. É FÁCIL EXPLICAR OS PARES

intolerância (esquerda)

(o primeiro par, ou absoluto, coloca os extremos; depois disso os extremos dos extremos podem também parear)

média tolerância (direita) 50 % nem uma nem outra 50 %

falta (esquerda da direita)

TOLERÂNCIA (não quer dizer que tudo será

relevado ou que tudo será tolerado, pelo

contrário).

excesso (direita da direita)

TOLERÂNCIA ZERO (poço sem fundo)

LIBERALISMO (poço sem fundo)

Esquerda e direita se

encontrando como prece.

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Haver falta é o mesmo que haver excesso, diz o modelo. Haver demasiado é o mesmo que haver carência. Nem pela porta larga demais (que gerará do outro lado a estreita

demais), nem pela porta apertada demais (que do outro lado aceitará os exageros): comedimento e alegria constituem o caminho, como disse Cristo de outro modo.

Tolerância, como a caridade e a confiança, é uma virtude: é o excesso de tolerância, assim como o excesso de intolerância, que envenena tudo. A intolerância não é má: o que é má é a intolerância má: como se poderia ser tolerante com os pedófilos e os estupradores? Assim, tolerância-intolerância formam um par e quando em equilíbrio levam o mundo adiante em boa forma.

O que o modelo colocou distintamente é isto: que as coisas e as pessoas não são boas ou más por si mesmas, mas por seus produtos, pelo que fazem e como fazem, pelo modo como fazem.

Capítulo 6 Complacência e Autocomplacência

COMPLACÊNCIA

Complacência: s. f. 1. Ato ou efeito de comprazer. 2. Benevolência, condescendência.

complacência Significado de complacência

s.f. Disposição de atender aos desejos de outrem para agradar. Tolerância, benevolência, condescendência.

Sinônimos de complacência

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Complacência: benevolência, benignidade, comprazimento e condescendência Definição de complacência

Classe gramatical de complacência: Substantivo feminino Separação das silabas de complacência: com-pla-cên-cia

Possui 12 letras Possui as vogais: a e i o

Possui as consoantes: c l m n p Complacência escrita ao contrário: aicnêcalpmoc

Na numerologia complacência é o número 5 Citação com complacência

A polidez nem sempre inspira a bondade, a equidade, a complacência, a gratidão; mas, pelo menos, dá-lhes a aparência e faz aparecer o homem por fora como

deveria ser por dentro. -- Jean de La Bruyère

Os 60 anos que foram de 1945 - fim da IIª Guerra Mundial, foram de extrema complacência (principalmente em virtude dos 23 anos de 1945 a 1968, maio de 1968; exceto pela Guerra da Coréia e a Crise dos Mísseis de Cuba) - a 2005 foram anos de desarme geral: as pessoas passaram a relevar tudo, querendo “gozar a vida”, carpe diem.

ANOS MARAVILHOSOS E TERRÍVEIS

1945

(benefícios e culpas de duas gerações)

2005

Nessa faixa as pessoas se tornaram irresponsáveis consigo e com os outros, razão pela qual apareceram os pais-e-mães de rua, consumo destrambelhado de drogas (no caminho de casa no ônibus dois rapazes comentavam abertamente o “abastecimento” de terceiro), a loucura com as bebidas e o sexo, todo gênero de desacerto.

Tornamo-nos complacentes com o ambiente, os de fora, porque em primeiro lugar tornamo-nos autocomplacentes conosco, com as pessoas, os de dentro: conosco, com a família, com o grupo, com a empresa. Tudo ou quase tudo era permitido, tudo ou quase tudo nos permitimos.

Como o mundo é um sistema fechado com algum grau de elasticidade, esticou enquanto pôde e agora está retornando para cobrar o passado ao futuro.

AS REDUÇÕES DO ESTÔMAGO NO FUTURO

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Simpsons perdem a casa por causa da crise financeira nos EUA - 09 de março de 2009

Família Simpson perde a casa por conta da crise

econômica. Em uma paródia sobre a crise econômica mundial, a

família Simpson perde a casa por falta de pagamento da hipoteca. Isso aconteceu no último episódio da série

exibido nos Estados Unidos. No episódio, a família recebe uma carta na qual é comunicada que sua hipoteca mudou

para um tipo variável, um dia após terem feito uma festança de Carnaval financiada com um crédito

conseguido com o imóvel. A casa da família acaba nas mãos de Ned Flanders, o comportado vizinho de Homer Simpson, que aluga o

imóvel aos antigos proprietários para não deixá-los na rua. Entenda a crise bancária nos EUA Artigo publicado em 03/10/2008

A Casa dos Representantes dos EUA (Câmara dos Deputados) havia rejeitado uma proposta do governo de criar um pacote de US$ 700 bilhões para ajudar o setor

financeiro americano. A decisão tem potencial poderia dar fôlego renovado a uma crise que já tem mais de um ano e não dá sinais de que esteja perto do fim.

Bancos de diversos ramos - investimentos, varejo, hipotecas -, nos EUA e em outros países, já sofreram prejuízos bilionários e em alguns casos fecharam desde agosto

do ano passado. O pacote do governo, rejeitado na segunda-feira (29/09), foi o último de uma série de passos dados pelo governo nesse período, de cortes de juros

a um pacote de US$ 168 bilhões para estimular a economia, na tentativa de evitar que a crise financeira se torne uma crise econômica.

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A raiz do problema está no mercado imobiliário. Observe:

“Boom" imobiliário

O mercado imobiliário americano passou por uma fase de expansão acelerada logo depois da crise das empresas "pontocom", em 2001. O Federal Reserve (Fed, o BC

americano) passou a reduzir sua taxa de juros, a fim de baratear empréstimos e financiamentos e encorajar consumidores e empresas a voltarem a gastar.

O setor imobiliário se aproveitou desse momento de juros baixos: a demanda por imóveis cresceu, atraindo compradores. Em 2003, por exemplo, os juros do Fed

chegaram a cair para 1% ao ano --menor taxa desde o fim dos anos 50. Em 2005, o "boom" no mercado imobiliário já estava avançado; comprar uma casa (ou mais de uma) tornou-se um bom negócio, não só para quem queria adquirir a

casa própria, mas também para quem procurava em que investir. Também cresceu a procura por novas hipotecas, a fim de usar o dinheiro do financiamento para quitar

dívidas e consumir. As companhias hipotecárias descobriram nessa época um nicho ainda a ser

explorado no mercado: o de clientes do segmento "subprime", caracterizados, de modo geral, pela baixa renda, por vezes com histórico de inadimplência e com dificuldade de comprovar renda. O segmento "subprime", assim caracterizado,

representa um risco maior de inadimplência que os de outras categorias de crédito. mas justamente por ser de maior risco, as taxas de retorno são bem mais altas.

A promessa de retornos altos atraiu gestores de fundos e bancos, que compram esses títulos "subprime" das companhias hipotecárias e permitem que uma nova quantia em dinheiro seja emprestada, antes mesmo do primeiro empréstimo ser

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pago. Um outro gestor, interessado no alto retorno envolvido com esse tipo de papel, pode comprar o título adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando

uma cadeia de venda de títulos. Porém, se a ponta (o tomador) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de não-recebimento por parte dos compradores dos títulos. O resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os "subprime", o que

termina por gerar uma crise de liquidez (retração de crédito). Após atingir um pico em 2006, os preços dos imóveis, no entanto, passaram a cair:

os juros do Fed, que vinham subindo desde 2004, encareceram o crédito e afastaram compradores; com isso, a oferta começou a superar a demanda e, desde

então, o que se viu foi uma espiral descendente no valor dos imóveis. Com os juros altos, a inadimplência aumentou e o temor de novos calotes fez o crédito sofrer uma desaceleração expressiva no país como um todo. Sem oferta

suficiente de crédito, a economia dos EUA desaqueceu. Com menos liquidez (dinheiro disponível), menos se compra, menos as empresas lucram e menos

pessoas são contratadas. No mundo da globalização financeira, créditos gerados nos EUA podem ser

convertidos em ativos que vão render juros para investidores na Europa e outras partes do mundo. Por isso o pessimismo influencia os mercados globais.

Primeiros efeitos

Esse era o cenário quando o o BNP Paribas Investment Partners --divisão do banco francês BNP Paribas-- congelou, em agosto do ano passado, cerca de 2 bilhões de

euros dos fundos Parvest Dynamic ABS, o BNP Paribas ABS Euribor e o BNP Paribas ABS Eonia. A alegação do banco era de preocupações sobre o crédito "subprime"

nos EUA. Diante dessa medida, o mercado imobiliário reagiu com pânico. Gigantes do setor

hipotecário, como a American Home Mortgage (AHM), uma das 10 maiores empresa do setor de crédito imobiliário e hipotecas dos EUA, pediu concordata. A

Countrywide Financial, outra gigante do setor, teve de ser comprada pelo Bank of America.

Citigroup, UBS, Bear Stearns e outros grupos financeiros de escala global perderam bilhões com os papéis ligados a hipotecas "subprime".

Um ano depois

A crise, longe de perder fôlego, teve suas forças renovadas desde o início deste mês: as gigantes hipotecárias americanas Fannie Mae e Freddie Mac deram sinais de

que poderiam quebrar. Com quase a metade dos US$ 12 trilhões em empréstimos para a habitação nos EUA em seus registros, o Departamento do Tesouro interveio

para evitar o pior: anunciou uma ajuda de até US$ 200 bilhões. O Lehman Brothers, no entanto, foi deixado à própria sorte: afetado pelas perdas com a crise dos "subprime", o banco viu malograrem tentativas de encontrar um

comprador e de levantar fundos junto a outras instituições privadas para tocar suas operações financeiras. Mesmo o governo negou um empréstimo. No último dia 15, a

solução encontrada pelo banco foi pedir concordata. Ao fim do Lehman se seguiram a venda do Merrill Lynch ao Bank of America; a ajuda

de US$ 85 bilhões à seguradora AIG, também sob risco de quebrar por falta de fontes de captação de empréstimos a quebra do banco do segmento de

empréstimos em poupança ("savings & loans") Washington Mutual (WaMu) --no

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que, segundo analistas, foi a maior falência de um banco nos Estados Unidos--; e, hoje, foi anunciada a venda do Wachovia ao Citigroup.

A venda ao Citigroup foi feita com assistência da FDIC (Corporação Federal de Seguro de Depósito, na sigla em inglês, órgão do governo que garante operações

do setor bancário americano), que irá absorver as perdas do Wachovia acima de US$ 42 bilhões. Além disso o órgão do governo receberá US$ 12 bilhões em ações e

garantias do Citigroup. Os problemas do Wachovia têm boa parte de sua origem na aquisição da companhia hipotecária Golden West Financial em 2006, por cerca de US$ 25 bilhões, quando o

mercado imobiliário ainda estava em um momento de euforia. Com a compra, o Wachovia assumiu US$ 122 bilhões em hipotecas do tipo 'Pick-A-Payment', na qual a

Golden West era especialista. Nessa modalidade, os mutuários tinham permissão para deixar de fazer alguns pagamentos.

Combate

O pacote de estímulo aprovado em fevereiro surtiu algum efeito, com o envio de cheques de restituições aos contribuintes. O dinheiro extra favoreceu os gastos dos

consumidores entre abril e julho, o que se refletiu nos dados do PIB (Produto Interno Bruto): no segundo trimestre, a economia cresceu 2,8% (ligeiramente menor

que os 3,3% em um cálculo prévio). Analistas dizem, no entanto, que, sem o benefício do dinheiro extra, nos próximos trimestres o desempenho econômico

americano deverá ser inferior. O pacote rejeitado, de US$ 700 bilhões, foi outra iniciativa para evitar que a crise

financeira contamine a economia. O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, e a Casa Branca, manifestaram desapontamento com a rejeição. Paulson disse que é

preciso "chegar a um texto que todos possam aprovar" e de "um plano que funcione, o mais rápido possível".

Já o porta-voz da Casa Branca Tony Fratto reconheceu que "não há dúvidas de que o país está enfrentando uma crise difícil". Horas antes, o presidente dos EUA,

George W. Bush, pediu mais uma vez a aprovação do pacote, o que aconteceu já aconteceu. "Votar essa lei é votar na prevenção de danos econômicos a vocês e às

suas comunidades", afirmou. Bush ainda havia afirmado que, apesar da aprovação do pacote de ajuda, a

economia americana ainda deverá sentir o impacto da crise "por algum tempo". "No longo prazo, os EUA vão superar os desafios e continuar a ser a maior

economia do mundo", afirmou.

COMO A CRISE PODE AFETAR O BRASIL

Menos crédito Uma das principais vias de contágio da crise internacional se dá por meio da falta de

crédito. Com a crise atual, há menos dinheiro no mercado e bancos em todo o mundo estão mais cautelosos, têm diminuído seus empréstimos e cobrado mais

caro por eles. Na opinião do economista Nathan Blanche, da consultoria Tendências, é nessa área

que está o maior perigo para a economia brasileira no médio e longo prazo. “As empresas devem conseguir continuar rolando suas dívidas, mas o mercado está

mais difícil e algumas devem inclusive optar por não buscar dinheiro novo”, afirma ele.

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Atualmente a dívida externa brasileira é da ordem de US$ 200 bilhões, sendo que a maior parte está na mão de empresas privadas. Mas o valor que vence até o final de

2008 é bem menor – em torno de US$ 15 bilhões. Para especialistas, as empresas que quiserem renovar essas dívidas terão que arcar com taxas mais altas de juros. Os bancos brasileiros também já estão encontrando taxas muito altas para tomar

empréstimos no exterior. A expectativa é que essa situação afete o crescimento do crédito no Brasil, de forma geral, e a capacidade de investimento das empresas, em

particular. A falta de crédito internacional também pode afetar empresas estrangeiras que planejam fazer investimos diretos no Brasil.

A dúvida entre os especialistas é a intensidade desse enxugamento do crédito. O governo brasileiro tem se mostrado preocupado com o assunto e afirma que

poderá criar alternativas de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outros bancos públicos.

Bolsa

Apesar disso, a queda nas bolsas afeta a economia real por pelo menos duas vias: quem investiu na bolsa tem menos dinheiro para gastar, e as empresas têm que

procurar outras fontes de financiamento. A Bovespa conta com cerca de 500 mil investidores como pessoas físicas. Além disso, houve uma grande queda de IPOs, os lançamentos iniciais de ações das

empresas. Em 2007, foram lançadas na Bovespa 64 novas empresas. Até setembro de 2008, tinham ocorrido apenas quatro IPOs.

A Bovespa tem sofrido sucessivas quedas e nos primeiros nove meses do ano já havia acumulado perdas da ordem de 25% (com a volatilidade, esses valores têm

mudado muito rapidamente). O impacto dessas quedas na economia em geral é limitado pelo tamanho da bolsa

brasileira. Apesar do crescimento dos últimos anos, a Bovespa ainda tem um número relativamente pequeno de empresas, com 397 companhias listadas. A Bolsa

de Valores de Nova York, por exemplo, tem 2.365. Além disso, embora o montante de dinheiro negociado na bolsa brasileira seja alto,

há uma grande concentração em grandes empresas como a Petrobras e a Vale. Apenas essas duas empresas têm representado em média 40% do valor negociado

na Bovespa neste ano.

Dólar Após quedas recordes da moeda americana em julho, o dólar voltou a se valorizar de forma crescente a partir de agosto de 2008. Mas qual o impacto dessa subida?

Por um lado, o dólar mais forte pode, caso a alta se sustente, ajudar os exportadores a se tornarem mais competitivos, o que é celebrado por vários

empresários e economistas. Por outro, a alta pode atrapalhar no combate a inflação. Segundo cálculos da

consultoria Tendências, cada variação de dez pontos percentuais no dólar tende a gerar um ponto percentual de elevação trimestral do índice de inflação IPCA. Desde

o começo de 2008 até meados de setembro, a alta acumulada do dólar estava variando entre 5% e 6%. Essa alta, avaliam especialistas, pode pesar na avaliação do

Banco Central sobre a subida dos juros.

Comércio exterior Nos últimos cinco anos, o Brasil tem tido grandes superávits na balança comercial

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(exportações maiores do que as importações) e um aumento crescente dos valores vendidos no exterior. Segundo dados do Banco Central, as exportações saltaram de

US$ 73 bilhões, em 2003, para US$ 160 bilhões, no ano passado. Em 2006, o Brasil teve um superávit recorde de mais de US$ 46 bilhões.

Uma parte desse aumento se deve à subida dos preços dos produtos brasileiros no externo e não à venda de mais produtos. Agora o preço das commodities agrícolas

e minerais, grande responsáveis pela melhora nos valores, estão caindo. Além da queda dos valores, existe a expectativa de que o crescimento mundial

diminua, especialmente em 2009, o que deve significar menos comércio internacional e o risco de uma redução das exportações brasileiras.

Por outro lado, a desvalorização do real pode tornar os produtos brasileiros mais competitivos e derrubar as importações.

Apesar das mudanças no cenário internacional, o governo brasileiro tem mantido suas estimativas para 2008, com um forte aumento das exportações, na casa dos

US$ 190 bilhões, e um superávit comercial de mais de US$ 20 bilhões. A dúvida entre os economistas é como ficarão as contas em 2009. Para a maioria dos analistas, o fiel da balança será o desempenho das economias emergentes,

especialmente a da China e a da Índia.

Exportações e a economia real Se as exportações ou o valor das commodities caírem muito, as principais afetados

serão as empresas exportadores. O impacto sobre o restante da economia é limitado pelo fato de o país ser relativamente fechado: o setor exportador responde

por cerca de 14% do PIB. Além disso, o Brasil vende para muitos países diferentes e tem uma pauta diversificada, com produtos manufaturados representando mais de

50% das vendas. Outro aspecto positivo para o Brasil é que o mercado interno brasileiro está

aquecido e tende a absorver pelo menos parte de uma eventual queda de produtos exportados.

Uma queda ou desaceleração nas exportações é visto como um risco maior porque pode afetar o equilíbrio das contas externas. O risco maior seria para 2009. A

expectativa oficial para 2008 é que Brasil tenha que cobrir um buraco de US$ 24 bilhões nas contas externas – o que deverá ser feito pela soma entre o superávit

comercial e os investimentos externos no país. Para 2009, a previsão é que o rombo passará dos US$ 30 bilhões.

Alguns economistas já fazem avaliações bastante pessimistas, apostando que o superávit brasileiro poderia cair abaixo dos US$ 5 bilhões no ano que vem. Isso

tornaria a economia mais dependente de investimentos externos para fechar suas contas e mais vulnerável.

Para o governo, a expectativa de que os investimentos estrangeiros serão mantidos e reservas internacionais de mais de US$ 200 bilhões garantem que o Brasil não

sofra grandes riscos no médio prazo.

Crescimento Um dos poucos consensos entre os economistas em meio à atual crise é que a

economia brasileira deve diminuir seu ritmo de crescimento. Para Antônio Madeira, da consultoria MCM, mesmo com todas as mudanças, o PIB brasileiro deve subir por

volta de 5,5% em 2008. Para 2009, ele acredita que esse número deve ficar entre 3,8% e 3,5%.

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Os números variam um pouco dependendo da fonte, mas a grande maioria dos analistas trabalha com faixas parecidas.

O motivo da queda é que mesmo que o Brasil não seja muito atingido pela crise externa, as diferentes fontes de contaminação devem contribuir para derrubar a

atividade econômica. Além disso, o próprio BC brasileiro está com uma política de aumentos de juros com o objetivo de reduzir o crescimento no ano que vem.

Fontes: BBC Brasil | Jornal Folha de S. Paulo

Capítulo 7

Intolerância

À tolerância excessiva sobrevém a intolerância excessiva, a contração de todo tipo, inclusive da moral e dos direitos das “minorias” (mulheres, negros, jovens e idosos, povos do terceiro mundo, doentes, todos mesmo).

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OSCILAÇÃO ESQUERDA-DIREITA

QUEM ESTÁ “POR CIMA” E QUEM ESTÁ “POR BAIXO” TROCAM DE POSIÇÃO.

Sobrevém os conflitos de que as guerras são apenas os conflitos políticos que se antes internacionais, serão futuramente mundiais: a intolerância é a explosão de inaceitação das tolerâncias alheias, dos “outros”, que somos todos – alguém critica minhas tolerâncias como intolerâncias e vice-versa.

Capítulo 8 O Mundo Mais Lindo

MIL CASTELOS O CAPITALISMO FEZ (mas, na prática, mil castelos significa mil condomínios e cuidados, mil jardineiros ou mais, milhares de quartos, uma trabalheira danada PARA ALGUÉM)

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Fascinação Charlie Chaplin

Os sonhos mais lindos sonhei

De quimeras mil um castelo ergui E no teu olhar

Tonto de emoção Com sofreguidão Mil venturas previ

O teu corpo é luz, sedução Poema divino cheio de esplendor

Teu sorriso prende, inebria, entontece És fascinação, amor

Os sonhos mais lindos sonhei De quimeras mil um castelo ergui

E no teu olhar Tonto de emoção Com sofreguidão Mil venturas previ

O teu corpo é luz, sedução Poema divino cheio de esplendor

Teu sorriso prende, inebria, entontece És fascinação, amor

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Fotos representando quem olha de fora olha como dono, não como empregados:

quem paga pelo desprazer do prazer, se a soma é zero? A FABRICAÇÃO DA GUERRA E DOS GUERREIROS

MISERÁVEIS

(a ONU publicou as estatísticas que tenho retrabalhado)

MÉDIOS (ainda seriam subdivididos

em D, C, B)

RICOS

50 % dos indivíduos 48 % restantes 2 % dos indivíduos 1 % das rendas 49 % remanescentes 50 % das rendas

20 ‰ 1.020 ‰ 25.000 ‰

É só as classes médias (que tem ao mesmo

tempo lazer e dinheiro para ler e pensar)

fazerem o transbordo entre a fome e a

oportunidade de comer:

As fomes mais fortes que temos são as mentais, quais sejam as de beleza e ordem; as corporais, fomes biológicas, são triviais, embora disparem as outras enquanto desculpas consistentes.

É bem evidente que o mundo obeso será reduzido ou por vontade própria (interna, dos ricos; mas nisso não creio) ou por vontade imprópria (externa, dos miseráveis, no que acredito).

Capítulo 9 Recondução

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CAMA ELÁSTICA

Quantos são necessários para sustentar

tão poucos!

(quando a gente olha, é em geral pelo gosto da criança, quer dizer, do usuário, pai e mãe entre outros, FINALMENTE, dos proprietários – mas ninguém repara no plástico indo para o fundo, nos miseráveis que suportam a força e o peso)

A felicidade é tão bacana...

É tudo tão lindinho quando é para nós...

O pai de Sidarta ainda o fecha dentro da

jaula, mas um dia o garoto vai se deparar com a fome, a velhice e a

morte. GORDOS E EX-GORDOS

(emagrecer não proporciona os mesmos resultados que engordar): a face-forma do mundo não vai ser, nem parecer tão bonita depois das reduções.

Somando todas as doenças ligadas a superalimentação (câncer pelas

químicas, remédios de controle e cirurgias cardíacas, tratamento de ansiedade)

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individual e das pessoas, e todas as malignidades do mundo obeso, quanto estamos pagando pelas distâncias interpessoais e interambientais, pelas diferenças, pela complacência e pela autocomplacência?

Quanto nos custará reconduzir o mundo até a cura corporal e a sanidade mental nas décadas do porvir?

Capítulo 10 Reconstrução

A RECONSTRUÇÃO DAS PESSOAMBIENTES

A) RECONSTRUÇÃO DAS PESSOAS:

(não é só dos indivíduos, do “homem novo” de Marx, é de todos estes)

1. reconstrução dos indivíduos; 2. reconstrução das famílias; 3. reconstrução dos grupos; 4. reconstrução das empresas;

B) 5. reconstrução das cidades-municípios;

RECONSTRUÇÃO DOS AMBIENTES:

6. reconstrução dos estados; 7. reconstrução das nações (depois dessa crise); 8. construção do mundo (após essa globalização fajuta e furada).

Para construir ou reconstruir algo com alguma competência, de modo a fazer durar a obra, é preciso ter certo conhecimento mínimo ou irá ruir; como já disse tantas vezes, é psicologia-p.3, neste caso 8 psicologias.

FAZENDO O QUATRO DUAS VEZES50 %, da esquerda para

a direita: encontro

(exige o dobro de equilíbrio) no centro, 100 % para cima 50 %, da direita para a

esquerda: encontro

Alguém fez e todos vamos ter de pagar: CLASSE (três grupos) USUFRUTO RELATIVO

Os ricos: 25.000 ‰ 96,1 % Os médios: 1.020 ‰ 3,9 % Os miseráveis: 20 ‰ 0,0 %

Como disse Luís Fernando Veríssimo, “vocês não são primeiros em tudo?”, agora que paguem a conta nesta proporção de 96 em cada 100 e de 4 em cada 100.

O festim debochado acabou e agora vem a conta. Serra, sexta-feira, 28 de agosto de 2009. José Augusto Gava.

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ANEXO Capítulo 1

O CUSTO DA OBESIDADE A OBESIDADE

Doença dispendiosa, de alto risco, crónica e reincidente; esta doença afecta milhões de pessoas

em todo o mundo, inclusive crianças. Embora não seja nova, ela assume agora proporções epidémicas e está a aumentar exageradamente. Esta tendência é, sem dúvida, alarmante em

virtude das doenças associadas à obesidade.

A obesidade é... Excesso de gordura corpórea.

Doença crónica multifactorial e que requer tratamento médico. Consequência do excesso de ingestão de gordura proveniente dos alimentos.

Doença epidémica. É condição associada, sem dúvida a outras doenças e à diminuição da qualidade de vida.

Significativa grande responsabilidade pelos custos do sistema de saúde.

O que é ser Obeso Ser obeso é ter uma doença crónica ocasionada por um excesso de gordura corpórea. A obesidade é identificada quando há um desequilíbrio energético, ou seja, a energia ingerida (a quantidade de calorias que nós ingerimos) é maior do que a energia dispendida (número de calorias usadas pelo

nosso metabolismo, durante actividade física e na formação de calor) por um longo período de tempo. De acordo com as tabelas da Metropolitan Insurance Life Company (Nova York, EUA), uma pessoa é considerada obesa quando seu peso for no mínimo 20% maior do que o considerado ideal

para sua altura. Será que eu sou obeso?

Durante muito tempo, a medicina procurou um padrão de cálculo que pudesse ser utilizado em todo o mundo e que permitisse identificar, da melhor forma possível, o ponto a partir do qual uma pessoa pode ser considerada com sobrepeso e obesa. Existe uma série de medidas de peso, porém o Índice da Massa Corporal (IMC), atendendo à sua facilidade de interpretação, é hoje aceite como padrão de medida internacional. A sua forma de cálculo é a divisão do peso (em kg) da pessoa pela

sua altura, elevada ao quadrado (em m²).

CATEGORIA

IMC

Abaixo do Peso

Abaixo de 20

Peso Normal

20 - 24,9

Sobrepeso

25,0 - 29,9

Obeso

30,0 - 39,9

Obeso Mórbido

Distribuição Regional de Gordura Embora o total de gordura no nosso corpo seja importante, é mais relevante ainda, saber onde ela está localizada. A gordura depositada na região abdominal (andróide) acarreta mais riscos à saúde

do que se ela estiver concentrada em outra parte do corpo, como região dos quadris e coxas (ginóide). Uma medida que é comum ser usada na prática médica para avaliar os risco de saúde é a

Relação Cintura:Quadril.

40 e acima

Mulheres com cintura: Homens com cintura:

quadril > 0,80 = Risco quadril > 1,00 = Risco

Muitos especialistas utilizam, conjuntamente, os métodos IMC e cintura:quadril, para avaliar com mais segurança os risco de saúde do paciente. Cabe destacar, que outros autores têm aceite que a simples circunferência abdominal maior que 95 cm é representativa de risco elevado de doenças.

Outras formas de medir o peso Medir a gordura corpórea serve para avaliar o risco de doenças relacionadas a ela e, para os

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pacientes obesos, determinar se é necessário iniciar um tratamento, qual será e por quanto tempo. Dentre as medidas destacam-se:

Técnicas laboratoriais para medição da gordura corpórea (como a Tomografia Comptorizada) Técnicas não-laboratoriais para medição da gordura corpórea (medições das pregas cutâneas e

teste de bio-impedância)

Causas da Obesidade A sociedade constantemente discrimina a pessoa obesa, como se ela fosse a única responsável por seu estado. Mas isso não condiz com a realidade. Na verdade, o obeso nada mais é do que vítima de

uma série de factores orgânicos, ambientais e psicossociais que têm implicações fortes para o controle da doença, caracterizada pelo excesso de gordura corpórea. Considerar isoladamente um ou outro factor não é o ideal, quando o objectivo é perder peso e manter-se dentro desse controle.

Sendo assim, precisamos analisar todo o contexto, agindo sobre cada um dos pontos que interferem no sucesso dos programas de reeducação alimentar e de mudança de comportamento.

Factores Orgânicos Muito se fala que algumas pessoas têm maior ou menor predisposição a ganhar peso,

independente de factores ambientais e psicossociais. Mas será que isso é verdade? A genética exerce tal influência sobre as pessoas, quando falamos de obesidade? Sim, em grande parte. Estudos demonstram que filhos de pais obesos apresentam uma maior predisposição de se

tornarem obesos. Pesquisadores descobriram que a herança genética da gordura intra-abdominal excessiva pode ser de 60% ou mais, embora ainda não se saiba o nível exacto do risco de se tornar

obeso, se os pais sofrem desse problema. A obesidade e os tipos de genes

Para compreender melhor essa relação, vale a pena lembrar que os seres humanos possuem 23 pares de cromossomas e que em cada um deles há milhões de genes, que determinam as

características herdadas pelos pais. Excepto os cromossomas que estabelecem o sexo, cada pessoa terá duas cópias de cada cromossoma, onde se conclui que terá também duas cópias de cada gene. Quando falamos de obesidade, duas categorias estão envolvidas na modulação genética, os genes necessários e os de susceptibilidade. Os primeiros referem-se aos genes que causam a obesidade, representados por um número bastante restrito de síndromes genéticas raras, como as síndromes de Bardet-Biedl, de Prader-Willi e de Lawrence-Moon, que incluem essa doença em características

que são sua marca registada. Já os de susceptibilidade, aumentam o risco dela ocorrer. Obesidade é uma doença poligenética, ou seja, causada por genes que trabalham juntos, cada um exercendo um

pequeno efeito na quantidade e distribuição da gordura corpórea. Factores relativos ao sexo

O armazenamento da gordura corpórea está relacionado ao sexo. Nas mulheres, acredita-se que a tendência esteja associada à sua capacidade de ter filhos. Após a puberdade, as mulheres abrem seu apetite para gorduras, muito mais do que os homens, sem contar que quaisquer calorias em

excesso ingeridas pelas mulheres tenham muito mais hipóteses de serem utilizadas para o aumento da gordura corpórea. Para os homens, essa relação não ocorre da mesma maneira, pois o excesso

de calorias têm mais probalidades de serem canalizadas para a produção de proteínas. Factores psicossociais da obesidade

De uma maneira igualmente severa, as pressões psicossociais atingem o obeso com a mesma ou maior intensidade do que as doenças associadas. O estigma do obeso se alimentar excessivamente em resposta a sentimentos negativos, como frustração, tristeza ou insegurança, está a mudar; pelo menos um pouco. Em muitos países industrializados ocidentais a obesidade é ainda um estado físico

que carrega um estigma de preconceito. As pessoas obesas são geralmente consideradas não atraentes fisicamente e possuidoras de uma série de falhas de carácter. Recentemente, a

psicopatologia nos indivíduos obesos tem mudado. Já existe forte tendência por parte da classe médica de entender a obesidade como sendo consequência - e não a causa - do preconceito e da

discriminação a que as pessoas com sobrepeso estão sujeitas. A psicopatologia da obesidade

A teoria psicogénica da obesidade sustentou, por bom período, que a obesidade resultava de um distúrbio emocional na qual a ingestão de alimento, particularmente a ingestão excessiva de

carboidratos e gordura, aliviava a ansiedade e a depressão. Assim, o médico transferia a responsabilidade do fracasso no tratamento ao paciente, já que a origem da doença residia em

perturbações emocionais, o que, subentendia-se, de responsabilidade do paciente. Problemas velhos conhecidos

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• Não iniciar tratamento • Abandono do tratamento • Fracasso na perda de peso

• Depressão • Recuperação de peso após o tratamento

Mudando os paradigmas: novas explicações dos problemas da obesidade surgiram, como explicações biológicas convincentes sobre a etiologia da obesidade; avaliações sistemáticas da

natureza e extensão dos problemas psicológicos das pessoas obesas; apreciação de até que grau a maioria dos problemas emocionais são causados pelo preconceito e pela discriminação

experimentada pelos obesos. Distúrbios da alimentação

Bulimia A Bulimia é um distúrbio alimentar caracterizado por episódios de ataques de fome seguidos

imediatamente por vómitos auto-induzidos, depressão e pensamentos auto-depreciativos. Ela ocorre mais frequentemente em pessoas jovens entre 14 e 30 anos. A Bulimia ocorre em pessoas

obesas e de peso normal e sua prevalência está a aumentar, porém, apenas 5% dos obesos são bolímicos.

Distúrbio do Comer Compulsivo O distúrbio do comer compulsivo (Binge Eating Disorder - BED) é uma condição psicológica

reconhecida, e que ocorre com maior frequência em obesos. O indivíduo alimenta-se descontroladamente, consome grande quantidade de comida por um período curto de tempo,

bastante maior do que o necessário para a maioria das pessoas, e é acompanhada de uma sensação de falta de controle. O ataque de fome (compulsão) incide em aproximadamente 30% das pessoas

obesas que procuram auxílio médico. A principal característica é a ocorrência de episódios de compulsão descontrolada, predominantemente, no final da tarde ou durante a noite. Observou-se

que as pessoas obesas que sofrem do distúrbio do comer compulsivo têm maiores mudanças de humor e mais psicopatologias do que os obesos que não sofrem deste distúrbio. Ainda as pessoas

obesas que sofrem do distúrbio do comer compulsivo têm também maior probabilidade de abandonar tratamentos comportamentais de controle de peso.

Sociedade: difícil convivência Entre tanta discriminação e preconceito, é muito difícil manter uma auto-imagem positiva, sem depressão e outras perturbações. Estudos realizados mostram que os indivíduos obesos podem

parecer "alegres e despreocupados no convívio social, mas sofrem com sentimentos de inferioridade, são dependentes, passivos e têm profunda necessidade de serem amados". O desprezo ao obeso e a preocupação com a magreza começam na infância. A maioria de nós sabe que o obeso é alvo de preconceito e discriminação, mas poucos percebem até onde isto chega. A discriminação contra

pessoas obesas é tão generalizada quanto o preconceito. Estatísticas mostraram que as pessoas obesas apresentam menor probabilidade de completar o mesmo número de anos escolares, de

serem aceitas em escolas de prestígio e ingressar em profissões desejáveis. O problema não termina com a Universidade. As pessoas obesas enfrentam discriminação ao procurar emprego e no ambiente de trabalho, onde encontram dificuldade de colocação no mercado de trabalho. Estudos apontaram que empregadores consideram indivíduos com peso excessivo menos desejáveis para

contratação do que indivíduos com peso normal, mesmo quando acreditam que os dois grupos possuem as mesmas habilidades.

Conceitos de Biologia em relação às gorduras O papel das células

O corpo humano é formado por mais de 75 trilhões de células, unidades microscópicas, mas que contêm estruturas complexas que desempenham funções vitais. Para isso, elas precisam de energia, que provém das calorias absorvidas na alimentação. Dentro desse rol gigantesco de

células, algumas são especializadas, desenvolvendo actividades específicas, como as células de absorção e as células gordurosas (adipócitos), imprescindíveis para a digestão e o armazenamento

da gordura, respectivamente. Células de absorção

Uma vez terminada a digestão dos alimentos, estes são absorvidos pelo organismo. No caso das gorduras, esse processo é feito no interior do intestino delgado, que apresenta protuberâncias

minúsculas, chamadas de vilosidades, que participam da absorção dos nutrientes. Há também as microvilosidades, que são protuberâncias muito diminutas que contribuem para o transporte dos

nutrientes, como as gorduras, da luz do intestino para a corrente sanguínea.

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Células gordurosas São chamadas de células gordurosas ou adipócitos, aquelas que armazenam gorduras dentro do

corpo e as liberam quando for necessário. A energia é armazenada na forma de triglicerideos, que são moléculas de lipídios compostas basicamente por gordura.

As células gordurosas armazenam energia na forma de triglicerídeos Distribuição anatómica da gordura

Em pessoas com peso normal, a maior parte do tecido adiposo está localizado sob a pele, actuando como protector contra a perda de calor, o que é chamada de gordura subcutânea. Os indivíduos com sobrepeso ou obesos, além da gordura subcutânea, carregam tecido adiposo na região abdominal, o

que representa uma importante reserva de energia, chamada de tecido adiposo visceral, mas que contribui para muitas das doenças associadas à obesidade.

Maçãs ou peras Quando o tecido adiposo se acumula predominantemente na região abdominal, há um predomínio da gordura visceral e diz-se que a pessoa apresenta obesidade do tipo andróide ou tipo "maçã". Se

a tendência é acumular gordura na região dos quadris e coxas, a obesidade é classificada como ginóide ou tipo "pera". (Ver Distribuição Regional de Gordura em "O que é ser obeso")

Gordura subcutânea + tecido adiposo visceral = gordura abdominal

Observe-se no espelho com atenção e identifique a qual grupo a que o(a) senhor(a) pertence. Cabe lembrar que as pessoas com o perfil em formato de maçã têm mais facilidade de desenvolver outras

doenças, como problemas cardiovasculares, pois a gordura visceral, ao contrário da subcutânea, dirige-se directamente para o fígado antes de circular até os músculos, podendo causar resistência à insulina, levando à hiperinsulinémia, que são níveis elevados de insulina, aumentando assim o risco

de diabetes mellitus tipo II, hipertensão e doenças cardiovasculares. Balanço Energético

Entende-se por ganho de peso, o acumulo de gordura corpórea, ou seja, quando uma pessoa ingere uma quantidade maior de calorias do que a que ela vai gastar em sua actividade física diária, dando origem a um equilíbrio energético positivo. A obesidade ocorre exactamente quando a ingestão da

energia excedeu o seu gasto por um longo período de tempo. Podemos definir então, três fases do ganho de peso:

Etapa ideal ? quando a ingestão de energia equivale ao gasto, mantendo o peso inalterado. Fase dinâmica ? a ingestão de energia é maior que o gasto, levando ao aumento do peso, em um

processo que pode durar anos, se a pessoa continuamente tenta perder peso. Obesidade estática ? ocorre quando a ingestão de energia e o seu gasto se igualam, mas num nível mais alto do que antes. Ao tentar perder o excesso de peso, a pessoa depara-se com um problema

que antes não havia, que é a diminuição do índice metabólico (isto é, do gasto de energia do corpo), visto que o organismo tenta manter seu novo peso.

Taxa Metabólica ou Termogénese O total de energia ingerida por uma pessoa é composta de todos os alimentos e dos líquidos com

valor calórico que ela consome. Já a energia gasta pode ser dividida em três tópicos:

Índice Metabólico Basal (IMB) - que é a energia gasta para a manutenção da vida Termogénese da dieta - aumento no IMB necessário para a digestão

Actividade física

A actividade física para uma pessoa que é relativamente sedentária pode contribuir com 20 a 30% do total diário de dispêndio de energia, enquanto que para aquela que é muito ativa fisicamente, essa

contribuição gira em torno de 40 a 50%. Factores Ambientais

Excluindo a propensão genética, alguns factores ambientais podem frustrar as tentativas de manter um programa de controle do peso. A modernização é um deles, com toda a gama de recursos

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tecnológicos que, se por um lado possibilitam mais conforto, acabam por reforçar o sedentarismo. Por outro lado, a grande avalanche de produtos saborosos e fáceis de confeccionar, bastante acessíveis e económicos, que bombardeados a todo instante na sociedade, seja em revistas,

televisão ou out-doors, numa simulação tão perfeita de suas qualidades, que é quase possível sentir o cheiro e o gosto apenas em ver as imagens. Outros aspectos típicos da vida nas grandes

metrópoles exercem considerável influência nesse processo rumo à obesidade. É certo que a população urbana é mais alta e mais pesada, totalizando um IMC maior do que o encontrado na

população rural, que pelas próprias características profissionais, movimenta-se e exercita-se diariamente. Seja qual for a opção, perder peso exige uma real mudança de comportamento e nos

hábitos alimentares, para reverter um quadro que acaba por se tornar estável e que só contribui para o aumento do problema.

Obesidade no Mundo O mundo vive hoje a epidemia da obesidade, uma doença que cresce em proporções alarmantes.

Apesar dos poucos dados epidemiológicos disponíveis, a maioria dos países desenvolvidos já identificou o problema e estão, juntos, dimensionando a eclosão desta doença.

Estimativa da prevalência geral do sobrepeso e da obesidade em vários países

Nos Estados Unidos, a prevalência da obesidade dobrou nos últimos 20 anos. Hoje, 30% da população tem sobrepeso, 15% são obesos e cerca de 3% obesos com muito risco. Na Europa, apesar

de números mais "leves", a tendência apresenta-se a mesma. Ela só perde para o fumo, como propulsora de doenças e mortes prematuras. A obesidade faz mortes. Estima-se que, nos Estados

Unidos, a obesidade e demais doenças associadas matam 300 mil pessoas/ano.

Mortes/ano nos Estados Unidos (em milhares) que poderiam ser evitadas com prevenção

e/ou tratamento. Obesidade em homens e mulheres

Destacamos aqui alguns países, que hoje reúnem dados sobre obesidade, nos quais podemos observar que os homens compreendem a maioria dos casos de obesos e obesos de risco (IMC acima

de 30).

A Organização Mundial da Saúde reúne informações económicas, psicossociais e de saúde que

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reafirmam a problemática: caminhamos para uma epidemia assustadora no século XXI! Segundo ela, quase 10% dos orçamentos de saúde em países ocidentais estão hoje relacionados à obesidade.

A transição alimentar Os padrões nutricionais sofrem alterações a cada século, resultando em mudanças na dieta dos

indivíduos, correlacionando também modificações económicas, sociais, demográficas e relacionadas à saúde. O século XX foi marcado por uma dieta rica em gorduras (principalmente as de origem animal), açúcar e alimentos refinados, e reduzida em carbohidratos complexos e fibras. Segundo pesquisadores, o predomínio desta dieta tem contribuído para o aumento da obesidade,

em conjunto ao declínio progressivo da atividade física dos indivíduos.

Obesidade pode aumentar 50% em 10 anos no mundo 22 de setembro de 2005

A quantidade de pessoas com obesidade ou excesso de peso poderá aumentar 50% até o ano 2015 se

a tendência atual persistir, o que aumentará o risco de doenças cardiovasculares. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mais de um bilhão de pessoas no mundo têm excesso de peso e esse número poderá chegar a 1,5 bilhão antes de 2015, advertiu a OMS, que lembrou que no domingo será celebrado o Dia Mundial do

Coração. O excesso de peso e a obesidade são importantes fatores de risco para doenças cardiovasculares,

que são a primeira causa de morte no mundo (17 milhões de óbitos por ano). Durante muito tempo considerados problemas de países ricos, o excesso de peso e a obesidade "literalmente explodem"

nos países pobres, destacou a OMS, acrescentando que esta evolução está vinculada ao aumento de consumo de calorias por dia e à maior ingestão de sal, gordura e açúcar.

Outro fator é a diminuição da atividade física causada por tarefas profissionais sedentárias e meios de transporte motorizados.

Mais de 75% das mulheres com mais de 30 anos têm excesso de peso em países como o México, África do Sul, Egito, Malta, Barbados, Turquia e Estados Unidos. As estimativas são similares para os

homens, com 75% de argentinos, alemães, gregos, britânicos, kuwaitianos e neozelandeses com excesso ponderal.

O excesso de peso é um fator de risco maior nas cardiopatias, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e outras doenças crônicas. "Aproximadamente 80% das doenças cardíacas, ataques cerebrais (AVCs) e diabetes tipo 2, e 40% dos cânceres poderiam ser evitados com um regime

alimentar saudável, atividade física regular e a não-utilização do tabaco", reforçou Robert Beaglehole, especialista da OMS.

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A obesidade infantil também já apresenta dimensões sinistras. Segundo a OMS, existem 17,6 milhões de crianças obesas no mundo inteiro com idade inferior a cinco anos.

A maior autoridade de saúde dos Estados Unidos, o Surgeon General afirma que desde 1980 o número de crianças obesas dobrou e o de adolescentes triplicou no país.

Saúde Obesidade já é considerada epidemia mundial

Mais de um bilhão de pessoas sofre com o excesso de peso

O mundo está mais gordo. Já faz tempo que a obesidade deixou de ser um problema meramente de ordem estética e foi alçado para a categoria de doença crônica. De acordo com os números da

Organização Mundial da Saúde (OMS) são mais de um bilhão de adultos com excesso de peso no ano de 2000.

Desse grupo, pelo menos 300 milhões são obesos contra 200 milhões em 1995. A situação é tão alarmante que doença já até ganhou estatus de epidemia. A estimativa é que em 2030 o mal

aumente 70% nos Estados Unidos, 50% na Inglaterra e 30% no Brasil. Por aqui, uma pesquisa realizada pelo IBGE identificou que, pelo menos, 38 milhões de brasileiros são obesos. A ala masculina é a mais afetada somando 41% dessa farta fatia da população.

Uma pesquisa realizada pelo Albert Einstein Medicina Diagnóstica com quatro mil executivos entre 2004 e 2006, revelou que 71% dos homens estavam acima do peso contra 26% das mulheres.

Nenhuma faixa-etária está livre do mal.

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Embora o fator genético contribua para desenvolver esse mal, as principais causas da doença ainda recaem sobre o consumo crescente de comidas com alto valor calórico, ricas em gorduras saturadas

e açúcares, além de atividade física reduzida, ou seja, sedentarismo.(aprenda a escolher bons alimentos para suas refeições)

O padrão de medida para definir de uma pessoa é obesa ou não é ter um Índice de Massa Corporal (IMCI igual ou superior a 30 kg/m²). O índice é definido pelo cálculo do peso da pessoa em

quilogramas dividido pela sua estatura em metros quadrado , explica o clínico geral Flávio Dantas, da Unifesp.(faça uma avaliação nutricional grátis e veja seu peso ideal)

A doença alcança três níveis de gravidade. O primeiro deles, tomando-se como base o IMC, quem está com mais de 15 quilos já é considerado obeso. Nesse caso, uma dieta orientada e exercícios

praticados regularmente funcionam para aplacar a doença , diz Flávio. (exercícios para fazer em casa substituem a academia) O segundo estágio é a obesidade mórbida, que abrange as pessoas que se

encontram com 30 quilos a mais. Esse grupo apresenta outras doenças e não emagrece o suficiente com tratamento. Já a

superobesidade atinge pessoas que pesam 50 quilos extras e, muitas vezes, não saem mais da cama nem fazem tarefas simples, como amarrar os sapatos.

Um estudo publicado na revista científica BMC Public Health concluiu que os sobreviventes do acidente na usina nuclear de Chernobyl, em 1986, e das bombas atômicas que atingiram Hiroshima e

Nagasaki, em 1945, sofrem conseqüências parecidas ou até menores do que quem vive em áreas poluídas, fuma ou é obeso. (confira todos os males que

o cigarro causa) De acordo com o autor da pesquisa, Jim T. Smith, pessoas que fumaram a vida inteira podem ter dez anos a menos de vida por causa do vício, enquanto que obesos, aos 35 anos, em grau elevado (com

um IMC acima de 40) pode morrer de quatro a dez anos antes. Já os sobreviventes das bombas atômicas do Japão, que estavam num raio de 1,5 quilômetro do epicentro da explosão, têm a

expectativa de vida reduzida em 2,6 anos, em média. Assustador não? E não é para menos. A obesidade por si só desencadeia uma série de conseqüências nefastas ao organismo. Os casos mais graves que podem levar à morte estão distribuídos em quatro

categorias: doenças cardiovasculares, doenças como o diabetes (destrinçamos todos os detalhes dessa doença crônica), associadas à resistência de insulina; certos tipos de câncer, como o de

intestino, e doenças da vesícula biliar. A probabilidade de desenvolver hipertensão e diabetes aumenta sensivelmente quando o paciente

engorda , explica o Dantas, da Unifesp. A OMS calcula que, aproximadamente, 90% das pessoas com diabetes tipo 2 são obesas ou têm

excesso de peso. Ter um IMC acima do ideal contribui para cerca de 58% do diabetes, 21% das cardiopatias isquêmicas e entre 8% e 42% de determinados tipos de câncer, como os de mama, cólon,

próstata, endométrio, rins e vesícula biliar. No rol dos problemas de saúde considerados não fatais estão os problemas respiratórios,

musculares e esqueléticos crônicos, doenças de pele, depressão e infertilidade. Nas mulheres, o excesso de gordura na barriga pode provocar o surgimento de ovários micropolicísticos, principal causa de baixa fertilidade (controle a ação dos seus hormônios). O IMC elevado também colabora para o aparecimento da osteoartrite ou artrose, principal causa para a incapacitação dos adultos.

A doença promove um desgaste das cartilagens que ficam entre os ossos e que serviam para protegê-los do atrito natural. As principais regiões afetadas são as articulações da coluna vertebral, dos joelhos e das mãos. Os sintomas incluem dor ao subir ou descer escada, rigidez e dor na virilha.

A Obesidade no mundo A obesidade mórbida pode ser causada por uma série de fatores, todos eles estão sendo estudados

e analisados pela comunidade científica internacional. HEREDITARIEDADE

O excesso de gordura corporal pode ter caráter hereditário por deficiência ou falha da molécula leptina, que controla a quebra e a utilização da gordura no corpo das pessoas.

HORMÔNIOS Alterações hormonais provocam ganho de peso. Algumas doenças como hipotireoidismo, ovários policísticos e outras são responsáveis por grandes alterações hormonais, sem contar as alterações

fisiológicas como a puberdade, gravidez, menopausa e andropausa. MEDICAMENTOS

Não são poucos os medicamentos que produzem um ganho de peso considerável no indivíduo. Principalmente na utilização de anti-histamínicos, anticoncepcionais e antidepressivos.

EMOCIONAIS

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Ansiedade e depressão provocam compulsão por comida e, conseqüentemente, ganho excessivo de peso.

HÁBITOS Hábitos familiares adquiridos durante a vida - "beliscar" a todo o momento, lanches fora de hora,

frituras e doces em excesso - fazem qualquer pessoa ganhar peso incontrolavelmente. Somando-se a isso uma vida sedentária e estressante, alimentação diária em "fast foods" e a falta de alimentos

saudáveis, compõem o cenário ideal para o ganho de peso. Fonte: www.ccogastro.com.br

Capítulo 2

OPERAÇÃO DE REDUÇÃO DO ESTÔMAGO, BALÃO DENTRO DO ESTÔMAGO E OUTRAS SOLUÇÕES

05/08/2009 - 10:41

Cirurgia de redução do estômago

Luciana Steca, 28 anos, fez a cirurgia com 21 anos. “Cheguei a emagrecer 60 quilos e pesar 59 quilos.

As cirurgias de redução de estômago têm se mostrado como ótimas opções para pessoas consideradas obesas

Entre os vários modelos, o mais comum é o Bypass gastrojejunal, também conhecida como Fobi-Capella. Considerada uma cirurgia mista, ela combina a redução do estômago com um grau de

desvio do intestino delgado e apresenta baixos índices de mortalidade. “O estômago fica com 5% do tamanho original, em torno de 5 a 6 cm, com capacidade de uma xícara

média de leite. É feita uma bolsa gástrica nova, o estômago é separado em dois por um anel de silicone e o lado maior é inutilizado”, explica o gastroenterologista José Carlos Pareja, especialista

em cirurgia da obesidade e cirurgia digestiva.

“Esse lado que ficou inutilizado é onde fica o hormônio grelina, o famoso hormônio da fome. Ele é o responsável pela saciedade, aquela vontade de comer doces, chocolates e guloseimas, que se dá

principalmente nas mulheres. Quando é feita a cirurgia de redução do estômago, a pessoa perde de 60 a 70% da fome, por isso pode comer menos que não sentirá a mesma fome de antes”, continua o

especialista. Esse tipo de operação diminui definitivamente a fome nos pacientes, que com um novo estômago pequeno, ingerem uma quantidade muito menor de calorias, levando a uma perda média de 35 a

40% do peso inicial. Depois deste período, o organismo se defende e a pessoa pode ganhar em média 10% do peso mínimo que ela alcançou. Geralmente, o processo de emagrecimento leva dois

anos e se estabiliza.

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Hoje estou com 74 quilos. A família do meu pai sempre teve problemas de obesidade. Cheguei a fazer dietas, mas não emagrecia a mesma quantidade. Além disso sempre engordava tudo de

novo”, conta. A instrumentadora de São Paulo conta que fazer a cirurgia foi um passo muito importante em sua

vida. “Tudo mudou, até a relação com minha família e com meus amigos. Não queria ficar dependente de remédio a vida inteira, mas tem que ter muita força de vontade. No pós-operatório, são 30 dias só à base de líquido. É preciso acompanhamento psicológico, tanto antes, como depois.

Mudar totalmente os hábitos de vida acaba-se tornando necessário”, complementa. “Não é a comida que engorda a pessoa. O que engorda é a mania de beliscar o tempo todo:

bolachinha, biscoitinho, etc. As pessoas que têm mais problemas, solitárias e deprimidas, usam a comida como apoio ou fuga, principalmente as mulheres”, acrescenta Pareja.

As cirurgias de redução do estômago são indicadas para quem tem índice de massa corpórea acima de 35, diabéticos, hipertensos e pessoas com problemas pulmonares. Segundo o

gastroenterologista, a gravidade da obesidade é a gordura visceral, aquela que fica em volta da barriga. As pessoas que mostram mais gordura na região do bumbum e da coxa têm menos chances de contraírem problemas de saúde. Esse tipo de gordura é a última a ser queimada, para desespero

de algumas mulheres. A idade mínima para passar por esta operação, pela lei, é de 18 anos, mas casos mais graves, como diabetes e hipertensão permitem que a cirurgia seja feita em pessoas mais novas. Em crianças, se

faz cirurgias intermediárias, que só mexem no estômago, com uma espécie de banda. Quando forem mais velhas, faz-se a operação normal.

No Brasil, são feitas 25 mil operações de redução do estômago por ano, considerando que existem de dois a três milhões, de obesos com indicação a cirurgia. O índice de morte dessa cirurgia é de 0,5

a 1%. Esses índices são muito menores se considerarmos a mortalidade decorrente da obesidade mórbida em 10 a 15 anos, nos doentes não operados.

Helena Dias Agência MBPress Fonte: CyberDiet

Cirurgia de redução de estômago eleva expectativa de vida Publicado em Divulgação científica

14 de setembro de 2007 Cirurgia bariátrica realizada em Minas Gerais tem resultados equiparados a médias nacional e

internacional, tanto para perda de peso quanto para melhora das doenças associadas, mas especialistas não recomendam como principal opção para questões estéticas

Pesquisa de doutorado, realizada com 193 pacientes com até cinco anos de pós-operatório da cirurgia de redução de estômago (Bypass gástrico ou cirurgia de Capella), que é

autorizada pelo Ministério da Saúde para atendimento pelo SUS, comprovou a eficiência da cirurgia em Minas Gerais, equiparável aos grandes centros mundiais.

Desenvolvida no Hospital das Clínicas da UFMG, a pesquisa, que avaliou indivíduos operados entre 1998 e 2005, também comprovou que a perda de peso e a melhora das

doenças associadas foram semelhantes à média nacional, com exceção da anemia.

A conclusão é de Maria de Fátima Haueisen Sander Diniz (foto), professora do

Departamento de Clínica Medica da Faculdade de Medicina da UFMG (CLM), em sua tese “Aspectos clínicos e metabólicos de pacientes obesos do Sistema Único de Saúde

submetidos a operação de Capella no Hospital das Clínicas da UFMG”, defendida em agosto, dentro do Programa de Pós-graduação em Clínica Médica da Faculdade de

Medicina da UFMG, orientada pela professora Valéria Maria de Azeredo Passos (CLM).

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Segundo a pesquisadora, os melhores resultados quanto à perda de peso foram observados até o segundo ano de seguimento. Depois desse período, há tendência de

readquirir peso, pois, geralmente, há maior tolerância à ingestão de quantidade maior de alimentos.

“Entre 50 pacientes que completaram cinco anos da operação, houve, entre o segundo e o quinto ano, reaquisição de peso de 8,1 ± 5,7 kg, o que significou redução significativa da

percentagem do excesso de peso perdido”, explica. O controle da hipertensão nos dois primeiros anos foi mais significativo. Passado esse

período, a doença tende a voltar, porém, com quadro clínico menos intenso do que no pré-operatório.

“Com a perda significativa de peso, também houve considerável redução da prevalência dos problemas associados à obesidade (as chamadas comorbidades, como diabetes,

colesterol, triglicérides e ácido úrico elevados) até o quinto ano de acompanhamento dos indivíduos”, afirma Maria de Fátima.

DEFICIÊNCIAS Se comparados os resultados com os de outros países, houve aumento dos casos de deficiência de proteína e de anemia. A autora interpreta que isso possa ser reflexo de

influências de contextos sócio-econômicos e culturais, os quais não foram pesquisados. “O acesso aos alimentos e escolhas alimentares individuais, por exemplo, não foram

avaliados”, diz. Esses fatores talvez possam explicar a maior mortalidade. A média da mortalidade nos

casos estudados foi de 4,1%, até o primeiro ano de pós-operatório, enquanto a mundial é inferior a 2%.

Segundo a autora, a mortalidade não foi tão diferente do registrado em outros lugares no Brasil e até em outros centros mundiais. “Um estudo realizado no HC de São Paulo, por

exemplo, registrou mortalidade de 3,1%. A mortalidade de pacientes do Medicare, equivalente ao SUS nos Estados Unidos, foi de 4,6%”, afirma.

“Outras causas que levam à diferença de resultados talvez sejam as características da população, com elevado Índice de Massa Corpórea (IMC) e presença de muitas doenças

associadas, no pré-operatório”, declara Diniz, segundo quem a média do IMC dos pacientes antes da cirurgia foi de 52,7kg/m2, que é considerado superobesidade em

pessoas adultas. “Esse pode ser um dos fatores que levou à alta mortalidade”, esclarece.

As doenças associadas também podem ter contribuído. Dos pacientes acompanhados, 63,2% possuíam hipertensão arterial, 23,8% apresentavam quadro de diabetes mellitus e

5,2% tinham anemia antes da cirurgia.

E engana-se quem pensa que a cirurgia tenha objetivos estéticos. “Ela é realizada para reduzir a mortalidade, já que a obesidade grave reduz a expectativa de vida,

principalmente em pessoas mais jovens”, alerta a autora, para quem é necessário desmistificar a idéia de que a cirurgia é mágica. “Tem que haver responsabilidade por parte

do paciente. O milagre não é só a cirurgia, e sim a possibilidade de mudar hábitos”,

DESMISTIFICANDO A MÁGICA Segundo a orientadora do estudo, professora Valéria Passos, aproximadamente 12% da

população adulta brasileira é obesa. Estima-se em 0,7% a prevalência de obesidade mórbida na população urbana das grandes capitais brasileiras, o que equivale a aproximadamente

322.000 obesos mórbidos. “A cirurgia não pode ser encarada como solução milagrosa de emagrecimento. O paciente deve ter em mente a importância da mudança de hábitos no pós-operatório, para que se

evite o ganho de peso”, completa a orientadora. A autora, por outro lado, destaca que, para grau mais elevado de obesidade, na maioria

das vezes, o tratamento clínico é ineficaz, mesmo por médio e longo prazo. “Há limitações causadas pela obesidade grave. É muito difícil, por exemplo, a pessoa praticar exercícios

físicos. A cirurgia torna-se, muitas vezes, a melhor solução”, afirma.

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resume. CUIDADOS NO PÓS-OPERATÓRIO

Ambas chamam a atenção para o fato de que o tratamento do obeso mórbido é um trabalho em equipe desde a fase pré-operatória, continuando no pós-operatório. “Além do

cirurgião, há profissionais de diversas áreas envolvidos: endocrinologia, nutrição, psicologia, psiquiatria, neurologia, entre outros”, afirma Diniz.

Ela garante, porém, que a maior parte do sucesso depende do paciente. “Sem o comprometimento e acompanhamento adequados, outros problemas podem surgir, como deficiências nutricionais e alcoolismo, ou retornar. Quando se readquire peso a tendência é

o reaparecimento das doenças associadas à obesidade”, reforça. Fazem parte das recomendações pós-cirúrgicas a prática de atividades físicas, a continuidade de dieta

estabelecida pelo nutricionista, acompanhamento psicológico e o uso contínuo de polivitamínicos. Há ainda necessidade de consultas periódicas e reuniões mensais de

nutrição. “É uma pena que a maioria não se envolvam adequadamente e só retornem ao consultório quando há algum problema”, lamenta. “Não é uma questão de manter peso, e

sim, de manter saúde”, conclui Diniz, otimista. SERVIÇO

Tese de Doutorado Aspectos clínicos e metabólicos de pacientes obesos do Sistema Único de Saúde submetidos

à operação de Capella no Hospital das Clínicas da UFMG Programa de Pós-graduação em Clínica Médica Autora: Maria de Fátima Haueisen Sander Diniz

Banca Examinadora: Profa. Valéria Maria de Azeredo Passos (Orientadora). Profª. Ana Lúcia Cândido. Prof. Paulo Roberto Savassi Rocha. Profª. Isabela Martins Bensenor

(USP). Prof . Joel Faintuch (USP). Data da Defesa: 2 de agosto de 2007

Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG Redação e foto: Mariana Pires - Estudantes de Jornalismo

[email protected] - (31) 3248 9651 Redução do estômago pode causar danos neurológicos.

Cientistas americanos sugerem que um número significativo de pacientes submetidos a cirurgias de perda de peso desenvolve danos no nervo periférico.

A equipe de pesquisadores da Mayo Clinic, no estado de Minnesota, afirma que os

pacientes entrevistados para o estudo reclamaram de dores, sensação de dormência e fraqueza.

Eles acreditam que os danos à saúde surgidos após operações de redução de estômago são causados por má nutrição, uma vez que o corpo se torna menos capaz de absorver os

nutrientes. O estudo se concentrou nos casos de operação para redução de estômago e para

colocação de marca-passo gástrico. Mas para os pesquisadores, o problema pode ser evitado caso o paciente se submeta a

uma dieta adequada antes e depois da cirurgia. O neurologista Jim Dyck, que participou da pesquisa, diz que o risco de danos no nervo

periférico existem: "Os médicos e o público em geral precisam saber que há complicações de ordem neurológica e que isso é uma conseqüência freqüente da cirurgia", afirmou. "Não estou dizendo que as pessoas não devem se submeter à operação, mas que sim

existe um risco neurológico e que um acompanhamento adequado é importante", aconselhou Dyck.

Segundo os cientistas, 16% dos pacientes que passaram pela cirurgia de redução de estômago desenvolveram problemas neurológicos. Alguns tiveram que usar cadeira de

rodas após sentirem dormência nos pés, dores fortes e fraqueza.

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Domingo, 7 de Junho de 2009 Os perigos na cirurgia de redução de estômago

Hoje levanto esta questão voltada à área da saúde, para escrever no meu blog. Como

não sou médico e nem tenho nenhuma formação ligada à área da medicina, escreverei de forma simples, sem aprofundamentos e com toda a leiguice de alguém que se

aventura a falar numa área que não é a sua. Por que quero chamar atenção sobre os perigos na cirurgia de redução de estômago? Porque neste domingo, foi sepultado no cemitério municipal de Criciúma, o irmão de

uma amiga minha, com apenas 35 anos de idade. Obs: Não vou citar o nome dele e nem o dela, porque acho chato expor sem pedir permissão, ainda mais num momento

difícil como este. (Obs 2: meu blog nem é muito acessado, pra causar uma "super exposição", mas sabe como é com o Google hoje em dia né? Com um nome, se acha

coisas em qualquer site). Este irmão da minha amiga, com apenas 35 anos de idade (como falei), se submeteu a

uma cirurgia de redução do estômago num hospital da cidade. Depois da cirurgia, chegou a ter alta e foi para a casa. Passado uns dias, o estômago começou a sofrer

uma espécie de rejeição. Foi para o hospital e ficou em coma induzido. Sofrendo dias nesta agonia, neste final de semana ele sofreu três paradas cardíacas e veio a falecer.

Que Deus conforte os familiares dele! O caso trágico do irmão desta minha amiga, não foi o primeiro e nem será o último

numa cirurgia de redução de estômago. Aqui contei a história com simplicidade, sem ser detalhista e nem passar nomes científicos do que aconteceu com o paciente. Um

médico cirurgião se (por acidente) chega a ler este meu texto no blog, vai falar mal até a minha mãe, pois um leigo não deveria falar sobre assuntos que não domina e que,

exigem certa complexidade para entender. Tudo bem, não tiro a razão. O alerta que faço aos poucos leitores que passam por aqui e que, talvez pensem em

fazer esta cirurgia, é que tomem cuidado. Está certo que toda cirurgia é um risco e que, hoje em dia, a medicina se modernizou muito. Mas fiquem atentos que por mais

moderno que a medicina pode estar, ela não reduz os riscos desta cirurgia e nem está preparada para retirar um paciente na reta da morte e confortar a família. Consulte

bem o seu médico especialista e faça questão de esclarecer bem sobre todos os riscos que estarás correndo numa cirurgia deste porte. Logo abaixo, coloco os benefícios e

riscos retirados do site Boa Saúde, do UOL. Benefícios e riscos

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Logo após a cirurgia, a maioria das pessoas perde peso rapidamente e mantém essa

perda por 18 a 24 meses após o procedimento. Embora a maioria das pessoas readquira 5% a 10% do peso perdido, muitas mantêm a perda de peso a longo prazo em

cerca de 45 Kg. Além disso, a cirurgia melhora a maior parte das condições relacionadas à obesidade, como por exemplo o diabetes tipo 2.

Quanto maior a extensão do desvio intestinal, maior será o risco de complicações e deficiências nutricionais. Pessoas com maior alteração no processo normal de digestão irão necessitar de maior monitoramento e uso por toda a vida de alimentos especiais,

suplementos, e medicações. Um risco comum das operações restritivas são os vômitos, que são causados quando o estômago, agora menor, é excessivamente preenchido por alimentos mal mastigados..

Em menos de 1% de todos os casos, infecção ou morte devido a complicações pode ocorrer.

Além dos riscos da cirurgia restritiva, as operações disabsortivas também podem levar a um grande risco de deficiências nutricionais. Isso ocorre porque o alimento não

passará mais pelo duodeno e jejuno (as primeiras partes do intestino), onde a maior parte de ferro e cálcio são absorvidos. Aproximadamente 30% das pessoas que são

submetidas à cirurgia para perda de peso desenvolvem deficiências nutricionais como anemia, osteoporose, e doença metabólica óssea. Essas deficiências usualmente

podem ser evitadas se as vitaminas e minerais forem ingeridos adequadamente para cada caso.

Dez a 20% das pessoas que se submeteram à cirurgia para perda de peso necessitaram de outras operações para corrigir complicações. Hérnia abdominal tem sido a

complicação mais comum que requer cirurgia posterior, mas as técnicas laparoscópicas (em que se realizam pequenos orifícios no abdome e opera-se por meio de vídeo) parecem ter solucionado esse problema. As pessoas com mais de 160 Kg ou que já

tenham feito alguma cirurgia abdominal não são boas candidatas para a laparoscopia. Outras complicações incluem náuseas, fraqueza, sudorese, debilidade e diarréias após a alimentação, principalmente com a ingestão de açúcares, devido ao rápido trânsito

dos alimentos pelo intestino delgado. Ocorre também um aumento no risco de desenvolver pedras na vesícula devido a perda rápida e substancial de peso. Além disso, para mulheres em idade fértil, a

gravidez deve ser evitada até que a perda de peso se torne estável porque a rápida perda de peso e as deficiências nutricionais podem causar danos para o

desenvolvimento do feto.

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Capítulo 3

Há mais obesos do que desnutridos no mundo, diz cientista agosto 15, 2006

Para combater o problema, o pesquisador americano Barry Popkin, da Universidade da Carolina do Norte, sugere a criação de um

OBESOS E DESNUTRIDOS

imposto sobre calorias, ou seja, usar preços da comida como instrumento de controle de dietas, para

"Por exemplo, poderíamos

estimular hábitos alimentares mais saudáveis.

cobrar dinheiro por cada caloria ou refrigerantes ou refresco de frutas que fosse consumido, as pessoas teriam que consumir menos. (Folha)

Há mais obesos do que desnutridos no mundo, diz cientista da BBC Brasil

O pesquisador americano Barry Popkin, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, afirmou que o número de obesos já ultrapassou o número de

subnutridos no mundo. Em um seminário da Associação Internacional dos Economistas Agrários na Austrália,

Popkin disse que o número de pessoas acima do peso já passa de um bilhão, enquanto os subnutridos são cerca de 800 milhões.

Para combater o problema, ele sugere a criação de um imposto sobre calorias, ou seja, usar preços da comida como instrumento de controle de dietas, para estimular

hábitos alimentares mais saudáveis. "Por exemplo, poderíamos cobrar dinheiro por cada caloria ou refrigerantes ou refresco de frutas que fosse consumido, as pessoas teriam que consumir menos.

"Ou subsidiarmos a produção de frutas, legumes e verduras, para as pessoas consumirem mais delas e terem uma dieta mais saudável."

"Regra global" O estudioso acusou todos os países, tanto ricos como pobres, de falhar no combate à obesidade e culpou as mudanças nos hábitos alimentares e a falta de exercícios físicos

pelo problema. "A obesidade é a regra global, e a subnutrição, embora ainda seja importante em alguns países e em grupos localizados em muitos outros, não é mais uma doença

dominante", afirmou o cientista americano.

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Para ele, o "fardo da obesidade", com suas doenças associadas, também está sendo passado dos ricos para os pobres, não só em áreas urbanas, como em áreas rurais.

A China seria um exemplo típico do problema, onde houve uma grande mudança nos hábitos alimentares da população, que deixou de lado uma dieta baseada em cereais

para uma de produtos animais e óleos vegetais. Paralelamente, houve uma queda na atividade física dos chineses e aumentos no uso

de transporte motorizado e no número de horas passado diante da televisão, segundo Popkin.

O professor americano diz ainda que os governos precisam trabalhar em estratégias melhores para combater o problema.

Japão A idéia de subsidiar dietas mais saudáveis já conta com o apoio do professor da

Universidade de Minnesota Benjamim Senauer, autor de um estudo que compara os estilos de vida dos Estados Unidos, que têm uma alta taxa de obesidade, com os do

Japão – onde o problema é pequeno. "A família média japonesa gasta quase um quarto da sua renda em comida,

comparado a apenas 14% nos Estados Unidos", disse Senauer. Para ele, já que um imposto sobre a comida para reduzir a obesidade nos Estados

Unidos dificilmente seria aceito, poderia haver uma redução nos subsídios à agricultura que levam aos baixos preços dos alimentos no país.

No entanto, outros fatores, como o exercício físico, também desempenham um papel importante.

"As cidades japonesas são baseadas em um transporte público eficiente e caminhadas. O americano médio vai para o trabalho e ao supermercado de carro, e caminha o

mínimo possível", disse Senauer. O estudioso afirma que já é evidente que esses problemas já estão acontecendo também nos países em desenvolvimento, que "também têm graves problemas".

Para os especialistas, caso a obesidade não seja combatida logo, os casos de problemas que ela acarreta, como diabetes e doenças cardiovasculares, vão aumentar

rapidamente.

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Obesidade Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Obesidade, nediez ou pimelose (tecnicamente, do grego pimelē = gordura e ose = processo mórbido) é uma doença na qual a reserva natural de gordura aumenta até o ponto em que passa a estar associada a certos problemas de saúde ou ao aumento da

taxa de mortalidade.

Apesar de se tratar de uma condição clínica individual, é vista, cada vez mais, como um sério e crescente problema de saúde pública: o excesso de peso predispõe o organismo a uma série de doenças, em particular doença cardiovascular, diabetes mellitus tipo 2,

apnéia do sono e osteoartrite.

A obesidade pode ser definida em termos absolutos e relativos. Na prática, a obesidade é avaliada em termos absolutos pelo IMC (

Classificação

índice de massa corporal) e também pela sua distribuição na circunferência da cintura ou pela razão entre as circunferências da

cintura e do quadril. Além disso, a presença de obesidade deve ser avaliada enquanto fator de risco cardiovascular e outras condições médicas que podem aumentar o risco

de complicações. IMC

IMC, ou índice de massa corporal, é um método simples e amplamente difundido de se medir a gordura corporal. A medida foi desenvolvida na Bélgica pelo estatístico e

antropometrista, Adolphe Quételet.[1] É calculado dividindo o peso do indivíduo em quilos pelo quadrado de sua altura em metros.

Equação: IMC = kg / mOnde

2 kg é o peso do indivíduo em quilogramas e m é sua altura em metros.

As atuais definições estabelecem a seguinte convenção de valores, acordada em 1997 e publicada em 2000:[2]

IMC Classificação

< 18.5 Abaixo do peso

18.5–24.9 Peso normal

25.0–29.9 Sobrepeso

30.0–34.9 Obesidade grau I

35.0–39.9 Obesidade grau II

> 40.0 Obesidade grau III

Obesidade

Classificação e recursos externos

Silhuetas representando corpo saudável, com sobrepeso e obeso.

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44

CID-10 E66.

CID-9 278

DiseasesDB 9099

MedlinePlus 003101

eMedicine med/1653

Em analíses clínicas, médicos levam em consideração raça, etnicidade, massa muscular,

idade, sexo e outros fatores que podem influenciar a interpretação do índice. O IMC superestima a gordura corporal em indivíduos muito musculosos e pode subestimá-la

naqueles que tiveram perda de massa corporal (ex. idosos). Para crianças e adolescentes, também se utiliza o IMC, observando-se os percentuais para idade e

sexo, como critério de adiposidade. Há uma grande variedade de critérios para definir sobrepeso e obesidade na infância, o que dificulta as comparações entre os estudos de

prevalência . O critério mais utilizado atualmente é aquele sugerido em 2000 pelo Center for Disease Control (CDC)3 quando, revisando suas tabelas de crescimento que

datam de 1977, incluiu as tabelas de IMC para indivíduos de 2 a 19 anos de idade, e recomendou a utilização dos termos “risco de sobrepeso” para aqueles com IMC para idade e sexo em percentuais > 85 e o termo “sobrepeso” para aqueles com IMC para

idade e sexo em percentuais > 95. Na prática clinica, tais termos foram substituídos por sobrepeso e obesidade, respectivamente. Procura-se encontrar um índice de pontos de

corte de IMC que possa mostrar continuidade desde a infância à idade adulta, com o objetivo de correlacionar a obesidade e comorbidades nestas diferentes faixas etárias.

Nesse sentido, o estudo realizado por Cole et al (2000)4, em seis países (Inglaterra, Brasil, Hong Kong, Cingapura, Holanda e EUA), tem sido aceito e recomendado pelo

IOTF para estudos epidemiológicos populacionais. Os autores desenvolveram pontos de corte para sobrepeso e obesidade, a partir da correlação entre os percentuais de

IMC > 85 e > 95 para idade e sexo na faixa etária pediátrica que, aos 18 anos, correspondem aos pontos de corte para sobrepeso (> 25 kg/m²) e obesidade (> 30

kg/m²) na faixa etária adulta.

O IMC não distingue entre diferentes tipos de Circunferência da cintura

adiposidade, alguns dos quais podem estar mais associados a doença cardiovascular. Estudos mais recentes dos diferentes tipos de tecido adiposo têm demonstrado, por exemplo, que a obesidade central (em forma de maçã, tipicamente masculina) tem uma correlação muito superior à doença

cardiovascular que o IMC por si só. A circunferência absoluta (>102 cm para homens e >88 cm para mulheres) e o índice

cintura-quadril (>0.9 para homens e >0.85 para mulheres) são, ambos, utilizados como medidas da obesidade central.

Uma maneira alternativa de determinar obesidade é medindo a porcentagem de gordura corpórea. Médicos e cientistas, em geral, concordam que homens com mais de

25% de gordura e mulheres com mais de 30% de gordura são obesos. Porém, é difícil medir a gordura corporal com precisão. O método mais aceito é a pesagem do indivíduo debaixo d'água, mas só é possível em laboratórios especializados que

dispõem do equipamento. Os dois métodos mais simples são o teste da dobra, no qual a

Medição de gordura corpórea

pele do abdómen é pinçada e medida para determinar a grossura da camada de gordura subcutânea; e o teste de impedância bioelétrica, que só pode ser realizado em clínicas especializadas e não deve ser feito com freqüência. Outras formas de medir a

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45

gordura corporal incluem a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.

A presença de fatores de risco e outras doenças também é utilizada no diagnóstico da obesidade.

Fatores de risco e co-morbidades

Arteriosclerose coronariana, diabetes mellitus tipo 2 e apnéia do sono representam ameaças à vida do paciente que indicariam a urgência de tratamento

clínico da obesidade.

Um grande número de condições médicas e psicológicas estão associadas à obesidade. São categorizadas como sendo originadas por aumento da massa de gordura

(

Impacto na saúde

osteoartrite, apnéia do sono obstrutiva e estigma social) ou pelo aumento no número de células adiposas (diabetes, câncer, doença cardiovascular e hepatite).

Enquanto a obesidade tem diversas implicações para a saúde, o sobrepeso não está associado a um aumento na taxa de mortalidade ou morbidade.

Causas e mecanismos .

Pesquisadores já concluíram que o aumento da incidência de obesidade em sociedades ocidentais nos últimos 25 anos do século XX teve como principais causas o consumo

excessivo de nutrientes combinado com crescente

Estilo de vida

sedentarismo. Embora informações sobre o conteúdo nutricional dos alimentos esteja bastante

disponível nas embalagens dos alimentos, na internet, em consultórios médicos e em escolas, é evidente que o consumo excessivo de alimentos continua sendo um

problema. Devido a diversos fatores sociológicos, o consumo médio de calorias quase quadruplicou entre 1977 e 1995.

Porém, a dieta, por si só, não explica o significativo aumento nas taxas de obesidade em boa parte do mundo industrializado nos anos recentes. Um estilo de vida cada vez mais sedentário teve um papel importante. Outros fatores que podem ter contribuído para esse aumento -- ainda que sua ligação direta com a obesidade não seja tão bem

estabelecida -- o estresse da vida moderna e sono insuficiente.

Como tantas condições médicas, o desequilíbrio metabólico que resulta em obesidade é fruto da combinação, tanto de fatores ambientais quanto genéticos.

Genética

Polimorfismos em diversos genes que controlam apetite e metabolismo predispõem à obesidade, mas

a condição requer a disponibilidade de calorias em quantidade suficiente, e talvez outros fatores, para se desenvolver plenamente. Diversas condições genéticas que têm a obesidade como sintoma já foram identificadas (tais como Síndrome de Prader-Willi,

Síndrome de Bardet-Biedl, síndrome de MOMO e mutações dos receptores de leptina e melanocortina), mas mutações genéticas só foram identificadas em cerca de 5% das

pessoas obesas. Embora se acredite que grande parte dos genes causadores estejam por ser identificados, é provável que boa parte da obesidade resulte da interação entre

diversos genes e que fatores não-genéticos também sejam importantes.

Determinadas doenças físicas e mentais e algumas substâncias farmacêuticas podem predispor à obesidade. Além da cura dessas situações poder diminuir a obesidade, a

presença de sobrepeso pode agravar a gestão de outras. Males físicos que aumentam o risco de desenvolvimento de obesidade incluem diversas síndromes congênitas (acima

mencionadas),

Doenças

hipotiroidismo, Síndrome de Cushing e deficiência do hormônio do crescimento.

Certas enfermidades psicológicas também podem aumentar o risco de desenvolvimento de obesidade, especificamente disfunções alimentares como bulimia

nervosa.

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O principal tratamento para a obesidade é a redução da gordura corporal por meio de adequação da

Tratamento

dieta e aumento do exercício físico. Programas de dieta e exercício produzem perda media de aproximadamente 8% da massa total (excluindo os que não concluem os programas). Nem todos ficam satisfeitos com esses resultados, mas até a

perda de 5% da massa pode contribuir significativamente para a saúde. Mais difícil do que perder peso, é manter o peso reduzido. Entre oitenta e cinco e

noventa e cinco por cento, daqueles que perdem 10% ou mais de sua massa corporal, recuperam todo o peso perdido em dois a cinco anos. O corpo tem sistemas que

mantêm sua homeostase em certos pontos fixos, incluindo peso. Existem cinco recomendações para o tratamento clínico da obesidade:

1. Pessoas com IMC acima de 30 devem ser iniciadas num programa de dieta de redução calórica, exercício e outras intervenções comportamentais e

estabelecer objetivos realístas de perda de peso. 2. Se os objetivos não forem alcançados, terapia farmacêutica pode ser oferecida.

O paciente deve ser informado da possibilidade de efeitos colaterais e da inexistência de dados sobre a segurança e eficácia de tais medicamentos no

longo prazo. 3. Terapia farmacêutica pode incluir sibutramina, orlistat, fentermina,

dietilpropiona, fluoxetina e bupropiona. Para casos mais severos de obesidade, medicamentos mais fortes como anfetaminas e metanfetaminas podem ser

usadas seletivamente(somente após consulta prévia ao seu medico responsável)

4. Pacientes com IMC acima de 40 que não alcançam seus objetivos de perda de peso (com ou sem medicamentos) e que desenvolvem outras condições

derivadas da obesidade, podem receber indicação para realizarem cirurgia bariátrica. O paciente deve ser informado dos riscos e potenciais complicações.

5. Nesses casos, a cirurgia deve ser realizada em centros que realizam grande número desses procedimentos já que as evidências indicam que pacientes de cirurgiões que os realizam com freqüência tendem a ter menos complicações

no pós-cirúrgico.

Segundo um estudo realizado pela

Epidemiologia A obesidade caracteriza-se também como um problema de natureza estética e

psicológica, além de ser um grande risco para a saúde. OMS, cerca de 300 milhões de pessoas atualmente

são obesas. Nauru, ilha no Pacífico apresenta os maiores problemas de obesidade (80% de sua população sofre de obesidade, sendo que o país onde há mais subnutrição é a Somália, onde 75,02% da população passa fome). Países como Barbados, EUA, Brasil

também sofrem de sérios problemas com uma população acima do peso. Nos últimos vinte anos, a América Latina tem atravessado transição epidemiológica, demográfica e

nutricional, refletindo em mudanças relacionadas à nutrição. Nessa população, tais alterações estão bem caracterizadas pelos levantamentos que demonstram a

passagem da maior ocorrência de desnutrição para a maior ocorrência de obesidade Dá-se a esse fenômeno a denominação de Transição Nutricional 5.

De acordo com estudos do No Brasil

IBGE, está aumentando o número de pessoas obesas. As pesquisas indicam que há cerca de 17 milhões de obesos no Brasil, o que representa

9,6% da população. Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS, há 300 milhões de obesos no mundo e, destes, um terço está nos países em desenvolvimento. A OMS

considera a obesidade um dos dez principais problemas de saúde pública do mundo, classificando-a como epidemia.

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Ver também • obesidade mórbida

• índice de massa corporal • metabolismo

• gordura • alimento

• exercício físico Notas e referências

1. ↑ Quetelet LAJ. (1871). Antropométrie ou Mesure des Différences Facultés de l'Homme. Brussels: Musquardt.

2. ↑ World Health Organization Technical report series 894: "Obesity: preventing and managing the global epidemic.". Geneva: World Health Organization, 2000.

PDF. ISBN 92-4-120894-5. Halpern, Alfredo. Obesidade São Paulo: Editora Contexto, 1998. ISBN 8-57-244064-X

• Organização Mundial da Sáude. Obesidade: prevenindo e controlando a epidemia global São Paulo: Editora Roca, 2004. ISBN 8-57-241499-1

• National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES). 2000 CDC Growth Charts: United States. www.cdc.gov/growthcharts.

• Cole TJ, Bellizzi MC, Flegal km, Dietz WH. Establishing a standard definition for child overweight and obesity worldwide: international survey. Br. Med. J. 2000;

320: 1–6. • Monteiro CA, Mondini L, Souza ALM, Popkin B. Da desnutrição para a

obesidade: a transição nutricional no Brasil. In: Monteiro CA, organizador. Velhos e Novos Males da Saúde no Brasil: a evolução do país e suas doenças.

2.ed. rev. e aumentada.- São Paulo: Hucitec, Nupens/USP; 2000. p. 247-55.

EUA: o país dos obesos em 2010

Os Estados Unidos se tornarão, a partir de 2010, um país onde mais da metade da população adulta será obesa e viverá menos que seus pais, segundo projeções sobre

este mal que já é considerado uma epidemia. Ao ritmo atual, 68 milhões de americanos serão obesos em sete anos, ou seja, 40% da população, e a marca dos 50% poderá ser superada em uma década, de acordo com as estatísticas apresentadas esta semana

pelo Centro de Controle de Doenças (CCE), ligado ao governo federal. Segundo outro estudo, divulgado na quarta-feira, a reboque do excesso de peso vem o

diabetes, com a previsão de pelo menos um em cada três americanos nascidos em 2000 afetados pela doença na idade adulta (33% dos homens e 38% das mulheres).

O doutor K.M. Venkat Narayan, do CCE, destacou que "o número de pessoas diabéticas nos Estados Unidos aumentará 165% entre 2000 e 2050", após uma alta de 40% entre

1990 e 1999. Como conseqüência desta tendência, disseram especialistas, a nova geração de americanos viverá, pela primeira vez na história moderna, menos que seus

pais. O diabetes reduz fortemente a expectativa de vida. "Por exemplo, estimamos que uma pessoa diagnosticada com 40 anos, perderá 11,6 anos de vida se for homem (...) e 14,3

anos se for mulher", disse Narayan. "A comida e a atividade física que damos a nossos filhos são uma receita para a

obesidade", disse a professora Kelly Brownell, diretora do centro de estudos sobre a alimentação da Universidade de Yale.

Atualmente, 31% dos americanos são obesos, com um peso que supera em pelo menos 15 quilos a massa corporal considerada ideal. Mas é preciso buscar nos extremos o

aspecto mais dramático da epidemia, diante do aumento considerável da obesidade

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mórbida. Segundo os últimos números disponíveis, que datam de 2000, a obesidade mórbida

(homem adulto, cujo excesso de peso é de pelo menos 40 quilos) aumentou duas vezes mais rápido que a proporção de americanos simplesmente obesos, passando de um em

200, em 1986, para um em 50, em 2000. Mais rápido ainda é o aumento da obesidade extrema ou super-obesidade, que se

refere às pessoas cujo excesso de peso se aproxima ou supera os 70 quilos. O grupo de americanos afetado pela super-obesidade passou de um em 2000, em 1986, para um

em 400 no ano 2000. Neste grupo, um homem médio com 1,77 metro pesa 169 kg. "Estes resultados têm enormes conseqüências para o sistema de saúde do país, devido

ao custo dos tratamentos contra o diabetes, a hipertensão e outros problemas crônicos, várias vezes superior entre as pessoas afetadas pela obesidade grave em

relação às pessoas cuja obesidade é moderada", explicou Roland Sturm, economista do centro de estudos Rand, que dirigiu um estudo sobre a obesidade grave.

Um terço das pessoas que sofrem de super-obesidade já sofria de excesso de peso na infância, segundo um estudo das universidades de Purdue e do Arizona, demonstrando

a urgência da educação dos mais jovens. A obesidade é a causa de 300 mil mortes por ano nos Estados Unidos e o custo anual do tratamento vinculado a problemas de peso chega a US$ 117 bilhões. O excesso de

peso está no centro das preocupações dos americanos. Três livros de dietas estão entre os cinco primeiros títulos de auto-ajuda na lista de best-sellers do jornal New York

Times.

AFP - Todos os direitos de reprodução e representação reservados. Clique aqui para

limitações e restrições ao uso. Brasil é o 88º país mais obeso do mundo

22 de fevereiro de 2007 • 14h32 • atualizado às 17h10 O ranking avaliou a porcentagem de pessoas adultas (com mais de 15 anos)

consideradas obesas e acima do peso pela classificação da OMS. Segundo essa classificação, são consideradas acima do peso as pessoas com índice de massa corporal

(IMC, uma relação entre o peso e a altura) acima de 25, enquanto aqueles com um índice superior a 30 são considerados obesos.

Dieta e cultura Oito entre os dez países com maior incidência de pessoas acima do peso ou obesas são

ilhas do Oceano Pacífico. Dietas ricas em gordura e uma cultura que valoriza a obesidade como sinal de beleza e riqueza são vistos como fatores que influenciam esse resultado. Nauru, onde 94,5% da população adulta tem IMC superior a 25, é o país mais

obeso do mundo, segundo o ranking da Forbes, seguido por Micronésia (91,1%), Ilhas Cook (90,9%), Tonga (90,8%), Niue (81,7%), Samoa (80,4%) e Palau (78,4%).

O oitavo país mais obeso do mundo, pela lista, é o Kuwait (74,2% da população com IMC superior a 25), seguido dos Estados Unidos (74,1%), que, por ter uma população de 300

milhões, supera os demais em número absoluto de pessoas acima do peso e obesas. Com uma população de 1,3 bilhão, a China é o país com a maior quantidade de pessoas acima do peso em números absolutos, apesar de ter apenas 28,9% da população nessa

condição e ocupar a 148ª posição no ranking. No Brasil, a proporção de adultos com IMC superior a 25 é de 50,5%, segundo os dados da OMS.

Na outra ponta do ranking, os países com a menor proporção de pessoas acima do peso ou obesas são Eritréia (4,4%), Etiópia (5,6%), Bangladesh (6,1%), Vietnã (6,4%) e Sri Lanka (7,4%). Segundo a OMS, há 1,6 bilhão de pessoas adultas acima do peso em todo

o mundo, sendo que 400 milhões destes são considerados obesos.

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Capítulo 5 Tolerância

Tolerância Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A tolerância, do latim tolerare (sustentar, suportar), é um termo que define o grau de aceitação diante de um elemento contrário a uma regra moral, cultural,

civil ou física. Do ponto de vista da sociedade, a tolerância define a capacidade de uma pessoa ou grupo social de aceitar, noutra pessoa ou grupo social, uma atitude diferente

das que são a norma no seu próprio grupo. Numa concepção moderna é também a atitude pessoal e comunitária face a valores diferentes daqueles adotados pelo

grupo de pertença original. O conceito de tolerância se aplica em diversos domínios:

Tolerância social: atitude de uma pessoa ou de um grupo social diante daquilo que é diferente de seus valores morais ou de suas normas.

• Tolerância civil: discrepância entre a legislação e sua aplicação e impunidade.

• Tolerância segundo Locke : «parar de combater o que não se pode mudar». • Tolerância religiosa: atitude respeitosa e convivial diante das confissões de

fé diferentes da sua. • Tolerância técnica: margem de erro aceitável (ver Tolerância (engenharia)),

ou capacidade de resistência a uma força externa. • Tolerância: em gestão de riscos constitui o nível de risco aceitável

normalmente definido por critérios pré-estabelecidos. • "Há, sempre, um limite além do qual a tolerância deixa de ser virtude".

- There is however a limit at which forbearance ceases to be a virtue - "Observations" (1769) in "The Works of Edmund Burke" - Vol. I Página 102, de

Edmund Burke - Publicado por George Dearborn, 1834 • "A tolerância

- Toleration is good for all, or it is good for none. ou é boa para todos, ou não é boa para ninguém".

- "The Works of the Right Honourable Edmund Burke"; Por Edmund Burke; Publicado por Wells and Lilly, 1826, página 325

• " A tolerância está intimamente ligada à paciência – ambas se combinam na ação e apóia –se no respeito e na consideração ao proceder alheio."

- Carlos Bernardo González Pecotche • "O respeito e a tolerância

-

mútua propiciam os acercamentos e atenuam as diferenças."

Carlos Bernardo González Pecotche • "A árvore nascente aguarda-te a bondade e a tolerância para que te possa

ofertar os próprios frutos em tempo certo." - Chico Xavier

• "Não me deterei diante de nada, seguirei o caminho até o fim, farei todo o

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esforço possível. conversarei com amigos e com inimigos também, para apoiar a causa do Líbano e de seu povo - a causa da paz, da tolerância e da igualdade entre

os homens". - Amin Gemayel; Os Gemayel, Coleção Os Grandes Líderes - Nova Cultural

• " Meu apelo por uma revolução espiritual não é um apelo por uma revolução religiosa. Considero que a espiritualidade esteja relacionada com aquelas

qualidades do espírito humano - tais como amor e compaixão, paciência, tolerância, capacidade de perdoar, contentamento, noção de responsabilidade,

noção de harmonia - que trazem felicidade tanto para a própria pessoa quanto para os outros. É por isso que às vezes digo que talvez se possa dispensar a religião. O

que não se pode dispensar são essas qualidades espirituais básicas." - Tenzin Gyatso

• "Nesse grande movimento regenerador, o Espiritismo tem um papel considerável, não o Espiritismo ridículo, inventado por uma crítica trocista, mas o

Espiritismo filosófico, tal qual o compreende quem quer que se dê a pena de procurar a amêndoa dentro da casca. (...) Não diz Fora do Espiritismo não há

salvação, mas, como Cristo, Fora da caridade não há salvação, princípio de união, de tolerância, que ligará os homens num sentimento comum de fraternidade, em vez de os dividir em seitas inimigas. Por este outro princípio, Não há fé inabalável senão aquela que pode olhar a razão face a face em todas as idades da humanidade, destrói o império da fé cega, que aniquila a razão e da obediência passiva que embrutece;

emancipa a inteligência do homem e levanta a sua moral." - Allan Kardec; 1866

• "A ciência moderna realmente deve estimular em todos nós uma humildade perante a imensidão do inexplorado e a tolerância por hipóteses malucas."

- Modern science should indeed arouse in all of us a humility before the immensity of the unexplored and a tolerance for crazy hypotheses

- Martin Gardner citado em "Psychology in today's world " - Página 354, de Stanley Milgram - Educational Associates, 1975 - 387 páginas

• "Tolerância é paciência concentrada." - Thomas Carlyle

• "Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses

professores". - Khalil Gibran

• "A tolerância é a filha da dúvida" - Erich Maria Remarque; Fonte: "Arco de Triunfo"

• "O resultado mais elevado da instrução é a tolerância. É o espírito que conserva o melhor que todos os homens pensam."

- Helen Keller; Otimismo (1903) • "Não devemos aceitar sem qualificação o princípio de tolerar os intolerantes

senão corremos o risco de destruição de nós próprios e da própria atitude de tolerância-

." Karl Popper

• "A primeira lei da natureza é a tolerância; já que temos todos uma porção de erros e fraquezas."

- Voltaire • "A tolerância é a melhor religião."

- Victor Hugo

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• "[...] creio no governo do povo pelo povo; creio, porém, que o governo do povo pelo povo tem a base da sua legitimidade na cultura da inteligência nacional pelo desenvolvimento nacional do ensino, para o qual as maiores liberalidades do

Tesouro constituirão sempre o mais reprodutivo emprego da riqueza pública; creio na tribuna sem fúrias e na imprensa sem restrições, porque creio no poder da razão

e da verdade; creio na moderação e na tolerância, no progresso e na tradição, no respeito e na disciplina, na impotência fatal dos incompetentes e no valor

insuprível das capacidades." - Ruy Barbosa

O Limite e a Tolerância

Rogério Lacaz-Ruiz Prof. Dr FZEA/USP [email protected]

Anne Pierre de Oliveira Acadêmica da FMVZ/USP [email protected]

Viviane Scholtz Acadêmica da FMVZ/USP

[email protected] Nelson Haruo Anzai

Pós-Graduando da FMVZ/USP [email protected]

Os maldizentes, como os mentirosos, acabam por não merecer crédito, ainda

mesmo dizendo verdades. A maledicência é uma ocupação e lenitivo para os descontentes.

(Marquês de Maricá)

Introdução Tudo que é "perfeito" tem limites impostos pelo seu próprio ser ou estado de

"perfeição": um ser que manifeste as suas qualidades não o pode fazer sempre em todos os aspectos. O imperfeito, além de não manifestar sua potencialidade,

quando o faz, pode fazê-lo de modo a não preencher as características do seu ser. O homem é um ser social e possui uma individualidade. Não é perfeito e portanto,

sob diversos aspectos, limitado. Precisa viver consigo mesmo e com os outros, porém, as leis pessoais não são as mesmas que as sociais. Pelo valor que é a

individualidade, alguns homens são melhores em certos aspectos; outros, em outros, e assim a sociedade se completa e a vida social é possível. Mas a moeda tem outra face e o fato das pessoas diferirem em tantos aspectos pode gerar atritos de

valores. Os limites das pessoas também são diferentes. Neste ponto começa o limite entre o pessoal e o social. Existem situações que podem ser ignoradas,

passíveis de serem aceitas, em prol da sociedade, do bem comum. Mas o limite não é fixo, pode variar muito: toleramos algo numa manhã, mas se o mesmo assunto for apresentado à noite..., passa dos limites. Quereríamos que este limite fosse

mais elástico, e de certo modo o é. O limite da tolerância tem por um lado a manutenção da individualidade e por outro a inclusão do individual no social. Se

isto não ocorrer, alguns perdem sua individualidade e outros são excluídos e preferem se isolar do convívio social.

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Neste conviver, o homem percebe que seus sonhos nem sempre são realidades quando se analisa na perspectiva do tempo. A certeza da morte o incomoda, seja pelo desejo de realizar-se, de deixar uma contribuição para a sociedade, ou pelo

nihilismo teórico-prático em que muitos podem mergulhar. Nossa liberdade é o preço da nossa existência, segundo Rodríguez-Rosado (1976).

Existimos como seres humanos livres. Se não tivéssemos liberdade, nossa existência com certeza não seria da mesma forma. Seríamos outros seres,

incapazes de optar, pois nosso protocolo seria rígido. Ao optar, por exemplo, entre ficar em casa estudando ou sair com os amigos para descansar, em qualquer um

dos casos, mostraremos que somos livres - e responsáveis -, mas pagaremos o preço da nossa livre decisão. Cada ser humano pode optar, e ao escolher exclui

algo. E todas as nossas ações podem ser vistas por terceiros, que nos rotulam em função das nossas ações. Existimos e somos, mas nem sempre gostamos de ser rotulados pelos nossos defeitos, modos etc. Algumas pessoas possuem defeitos

mais evidentes, que se manifestam no convívio social. A semelhança de uma verruga negra e grande na ponta do nariz; caso estivesse escondida em outra parte do corpo, chamaria menos a atenção. Assim são nossos defeitos. Muitas vezes eles

são evidentes, outras não. A mente humana por vezes tende a caricaturizar em função dos traços ou atitudes

negativas daqueles que nos cercam. Melhor seria ver os aspectos positivos dos outros: é mais fácil ensinar algo do que fazer alguém esquecer alguma coisa. Assim,

poderíamos afirmar que a primeira impressão é a mais forte. Mas as pessoas mudam, por conta própria ou com a ajuda de terceiros. E no processo de mudança

se percebe, por um lado, um limite pessoal; por outro, uma tolerância social. No final de cada interrelação, ambas as partes são capazes de exibir um estado

superior ao anterior. É sobre estes pontos que iremos tecer algumas considerações.

A tolerância A palavra tolerância provem do latim tolerantia, que por sua vez procede de tolero, e significa suportar um peso ou a constância em suportar algo. Teve no passado, e com sentido negativo, a função de designar as atitudes permissivas por parte das

autoridades diante de atitudes sociais impróprias ou erradas. Hoje em dia, pode ser considerada uma virtude e se apresenta como algo positivo. Esta é uma atitude

social ou individual que nos leva não somente a reconhecer nos demais o direito a ter opiniões diferentes, mas também de as difundir e manifestar pública ou

privadamente(1). Tomás de Aquino diz que a tolerância é o mesmo que a paciência(2). E a paciência é

justamente o bom humor ou o amor que nos faz suportar as coisas ruins ou desagradáveis. Ao tratar do tema da justiça, o Aquinate também nos indica que "a paciência - ou tolerância - é perfeita nas suas obras, no que respeita ao sofrimento

dos males, em relação aos quais ela não só exclui a justa vingança, que a justiça também exclui; nem só o ódio, como a caridade; nem só a ira, como a mansidão,

mas também a tristeza desordenada, raiz de todos os males que acabamos de enumerar. E por isso, é mais perfeita e maior, porque, na matéria em questão, extirpa a raiz. Mas não é, absolutamente falando, mais perfeita que as outras

virtudes, porque a fortaleza não suporta os sofrimentos sem se perturbar, o que também o faz a paciência, mas também os afronta, quando necessário. Por isso,

quem é forte é paciente, mas não, vice-versa. Pois a paciência é parte da fortaleza."(3)

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A diferença de abordagem, seja ela histórica ou dentro dos diferentes campos das ciências particulares, nos permite observar que dentro das humanidades, a

tolerância diz respeito ao ser humano ou a sociedade, enquanto que nas ciências exatas, está baseada em leis físico-químicas e biológicas. Alguns exemplos ilustram

o uso da palavra (in)tolerância ao longo dos séculos. No final do séc. XVI, muito se falou de tolerância religiosa, eclesiástica ou teológica. Hoje em dia também se tolera - pacientemente - em pontos que não são essenciais de uma determinada doutrina mesmo que seja em detrimento da mesma, mas para

uma melhor convivência social(4). No passado (desde meados do séc. XIX), maison de tolérance(5) era a casa ou zona

de prostituição: muitos toleram esses locais, procurando evitar, assim, a disseminação desses costumes em toda sociedade.

Na medicina, a palavra "tolerância" é utilizada para significar a aptidão do organismo para suportar a ação de um medicamento, um agente químico ou físico.

Desta forma, as diferentes espécies toleram de diferentes modos os microrganismos: alguns adoecem e morrem, a outros nada ocorre. Os níveis de

tolerância à radiação têm tal limite... Tecnicamente, a tolerância é o limite do desvio admitido dentro das características exatas de um objeto fabricado ou de um

produto e as características previstas. Não são todos que suportam os medicamentos, e algo que está fora das normas algumas vezes pode ser tolerado.

E assim pode se falar também de suportar fisicamente ou mentalmente algo pesado; em tolerar erros gramaticais; assim, podemos descer um degrau,

recebendo o conhecimento neste nível, o qual é mais tolerável; algo pode ser tolerável, inclusive indiferente, aceitável: "o almoço foi bastante tolerável". Até mesmo dentro da ecologia Odum (1953) no seu livro Fundamentos de Ecologia

coloca exemplos de limites de tolerância dentro da natureza(6). Dentro das leis físicas, o universo tende a se desorganizar. Por outro lado, tudo que

está vivo, tende a se organizar. Mas o homem, sendo livre, pode "ajudar" a desorganizar o mundo. Como num processo de tentativa e erro, as pessoas buscam

soluções para viver consigo mesmo e com as demais. Às vezes parece que temos na mão um saco cheio de bolas, que tentamos arremessar e colocá-las dentro de

um buraco distante. De modo simplista, dizemos que podemos acertar ou não, mas na prática, as coisas não ocorrem bem assim. O acerto aparece como uma vitória.

Foram centenas de arremessos, e um acerto! Tolerar é aceitar os limites, é na realidade ser paciente. A paciência é justamente aceitar o desagradável, com bom

humor. Também na literatura universal, existem alguns provérbios que nos recordam a

tolerância. Tolérance n’est pas quittance(7), que poderíamos traduzir por: "Tolerância não é liberdade total...". Numa pequena cidade do interior, um deficiente físico, sem

pernas, perambulava pela cidade com auxílio das duas mãos e o apoio do tronco. Durante anos, no seu trajeto, era debochado por um homem que dizia: - Vai gastar

o... Um dia ele perdeu a paciência e matou o importunador. Na justiça, o aleijado foi duramente atacado, e tido como assassino cruel. O advogado, ao iniciar a defesa, falou durante dez minutos elogiando a qualidade de cada membro do júri, até que o juiz interrompeu: - Se o senhor não iniciar a defesa, não permitirei que prossiga. Sabiamente, o advogado respondeu: - Meritíssimo, se o senhor não agüentou dez

minutos de elogios, imagine a situação do réu que suportou anos de insultos... Nestes casos, pode valer o provérbio: "Não seja intolerante a menos que você se

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confronte com a intolerância"(8). Quanto à tolerância, costumamos atuar, como diz o provérbio, "com dois pesos e

duas medidas": tendemos a ser muito complacentes com os desvios de nossa conduta (e isto quando os reconhecemos...) e implacáveis com os outros: não lhes

damos o tempo necessário para mudar. De fato, abandonar um mau costume e atuar de modo completamente oposto é uma tarefa que exige esforço e pode

durar meses ou anos... E, quanto aos outros, exigimos que tudo ocorra no mesmo instante, esquecendo que as coisas têm seu ritmo natural. Um feijão demora para

germinar, crescer, florir, dar a vagem... e nós às vezes somos semelhantes às crianças, que deixam o feijão no algodão do pires com água, e no dia seguinte se

decepcionam com a ausência de vagens. Para viver, deixar viver(9). O que leva duas pessoas a entrarem em discórdia? A invasão do direito alheio, o

ultrapassar o limite de tolerância, a incapacidade de compreensão mútua ou própria, a falta de empatia, a nossa própria natureza, o nosso temperamento.

Somos limitados, e isto se manifesta também no modo tosco com que nos relacionamos muitas vezes com as pessoas.

A distância que existe entre as pessoas, em parte é criada por cada um. Às vezes percebemos que com alguns, já num primeiro momento, se consegue chegar perto, e falar sem gritar ou mandar mensageiros, mas nem sempre é assim. É

preciso usar a inteligência, para encontrar o caminho da comunicação entre as pessoas. Inteligência e vontade de querer se comunicar... ou não.

Os limites Nossas limitações são patentes. Não somos o que queremos, não fazemos tudo

que sonhamos, não temos o dom de estar onde desejamos. Dentro destes limites é que nos movemos. Conhecer os limites pessoais e os dos outros - pois somos seres

que não se repetem - é uma tarefa que dura toda a vida. O limite também não é algo estático, as pessoas mudam. Logo, o sistema de comunicação entre as

pessoas é algo dinâmico e tem suas "leis" próprias, que cabe a cada um descobrir em cada momento. Em vez de gastar tempo reclamando que não existe

comunicação, poderemos empregá-lo, verificando como estabelecer esta relação. Por outro lado, quando as pessoas se aproximam, uma tem em relação a outra uma

expectativa. Na prática existe também um pré-conceito, mas por ora, vale a pena refletir sobre a expectativa.

Expectativa Nossas atividades estão inseridas no contexto da expectativa. Spes em latim,

significa tanto esperança como expectativa de algo feliz. Um novo emprego, um novo trabalho, uma nova amizade geram expectativas. Alguns defendem a postura de não ter expectativa de nada, e assim, o que ocorrer de bom nos fará felizes. Mas

isto não condiz com a etimologia da palavra. Temos esperança de que se agirmos de um modo, seremos felizes. Se nos relacionamos com alguém, é porque

precisamos deste alguém, ou gostamos de estar com ele. Quando um aluno se aproxima do professor para pedir um estágio, ambos têm uma expectativa. Explicitar estas expectativas um ao outro, evita a decepção. O

combinado não sai caro, reza o ditado popular. Desta forma se evitaria a conhecida antropofagia...

A antropofagia nos une, quando os interesses pessoais têm a possibilidade de serem supridos pelas habilidades alheias. Agumas vezes o aluno apenas quer uma

bolsa, ou aprender uma técnica, publicar um trabalho, decidir sua vida profissional; ou talvez ele esteja querendo ficar no estágio uma semana, um mês, um ano... sua

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vida toda. E como iremos saber se não perguntarmos? O professor também espera algo do aluno. Às vezes de modo possessivo, outras vezes de modo diferente,

como mão de obra. Pode pensar também num talento para vida acadêmica, e se por um lado vê um discípulo, não pode deixar de encobrir as dificuldades pelas quais irá passar. Mas isto tudo, não passa de dúvidas. Um tem expectativa do

outro, e nada mais lógico e razoável que exista um diálogo entre ambos, antes de iniciar as atividades. Alguém tem expectativa de alguém, mas ninguém não tem

expectativa de ninguém... E os outros são para nós alguém... ou ninguém?! Compreensão

Compreender cada um como é, acaba sendo o melhor modo de interagir. As vezes as pessoas precisam de peixe, outras vezes, precisam de trabalho educativo sobre

a pesca, e sempre atenção externa de outras pessoas. Todos precisamos de cúmplices em nossas atividades.

Compreender, querer, perdoar. Esta tríade resume bem o relacionamento humano ideal. Da cultura popular somos capazes de lembrar: "Deus perdoa sempre, os homens de vez em quando, a natureza nunca" ou "Errar é humano, perdoar é

divino". O perdão absoluto é divino. Nós podemos ter o ideal de perdoar, mas nem sempre conseguimos, como na terrível fórmula: "Perdoar, eu perdôo; mas

esquecer, não esqueço...". O erro das pessoas leva às vezes a conseqüências sérias para um perdão imediato.

A reação pessoal ou social contra aquele que errou, pode ser irasciva, vingativa, punitiva. Mas o que se quer mesmo, é que aquele que errou, e com isto de certa forma agrediu, reconheça e mude. Talvez precise sofrer as conseqüências do seu

ato para merecer o perdão. Não reconhecer o próprio erro ou de certa forma encobri-lo já consiste em parte da pena, por não se adequar com a verdade.

Perdoar antes porém, abre uma porta honrosa para o agressor, que não precisa gastar tempo se justificando. Aqui vale mais uma definição do ser humano: aquele

que é capaz de se desculpar e justificar em todos os seus atos, mas que ficaria envergonhado de manifestar esta desculpa ou justificativa em voz alta para outros.

Sim, as desculpas que damos a nós mesmos para fazer coisas erradas, não convencem...

O castigo piora o ruim e melhora o bom, e como o bom deve ser melhorado, não se deve evitar o castigo. Mas, o ruim? Não merece o castigo, ou além do castigo precisa de algo para melhorar? Talvez precise também da compreensão... As pessoas aprendem também pelos erros, próprios ou alheios, históricos ou do

presente. Quanto maior o erro, piores as conseqüências, e menores as chances de errar de novo. A evidência do erro para a sociedade mexe com os brios daquele

que errou. A compreensão não pode ser confundida com a cumplicidade no erro; a cumplicidade está associada ao desejo de ser solidário com a pessoa que errou e disposição de ajuda para reverter esta situação. Esta aventura de compreender

implica num compromisso. O amigo, é aquela pessoa que apesar de conhecermos perfeitamente como é, continua sendo amigo ou: "O amigo é o amigo do amigo".

O perdão, pode ser imediato ou não, com consequências ou sem elas. Ora, o tempo é apenas uma convenção, mas nem por isto deixa de existir... As pessoas, como o

bom vinho, melhoram com o tempo ou, para continuar remetendo a provérbios: "O tempo é o melhor remédio". As pessoas, como já dissemos, buscam sempre uma justificativa para os seus atos, e também para perdoar. Em todos estes casos, é

difícil ter a medida, pois a pena deve ser proporcional a ofensa, e o ofendido mostra que é grande, perdoando. As leis positivas neste sentido são como que a

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segurança da sociedade, na tentativa de se estabelecer uma medida; um verdadeiro protocolo social a ser atingido.

Sintonia Uma rádio que está sintonizada, pode ser escutada sem ruídos, interferências.

Escutar é um ato humano que reflete uma disposição interior. Peter Drucker dizia que "o verdadeiro comunicador é o receptor". Escutar é permitir o diálogo. A prática medieval de dialogar num debate, merece ser lembrada. Enquanto um

falava, o outro era obrigado a escutar, pois antes de colocar seu ponto de vista, era obrigado a repetir a idéia do primeiro - com sua expressa aprovação - antes de

colocar a sua resposta. Alguns têm o defeito quase físico de não escutar e a partir deste ponto seguem as discórdias. Essencial, importante e acidental

Uma classificação das realidades pode incluir estas três divisões: essencial, importante e acidental. Talvez exista desacordo no que incluir em cada item.

Pensar antes de discutir se aquilo é essencial ou importante ou acidental, em muito reduziria as discussões. Usar a inteligência para identificar exatamente onde se pretende chegar, também é uma forma de diminuir os problemas. Seja na via direta, não "criando" problemas, seja indiretamente, pela compreensão das

realidades limitadas. "Humildade não faz mal" - esta máxima popular, ajuda a retratar mais uma vez a

dificuldade que temos de enxergar o mundo real. Por um lado, temos esta deficiência, e por outro temos a teimosia de justificar os atos errados. Se o diálogo amigo nos faz ver o erro, nada melhor que reconhecer. A humildade é a verdade...

e a humildade não faz mal! Ignorância e preconceito

As pessoas muitas vezes não atuam de modo errado por má fé, e sim por ignorância. Com certeza fariam de modo distinto, se soubessem como fazer. Esta

tarefa não tem fim, e questionar-se sobre o empenho pessoal de diminuir o nível de ignorância, nos faria no mínimo reconhecedores da dívida social que carregamos.

Aprendemos tanto, e por este motivo somos capazes de questionar as deficiências. Não são os professores e pais os únicos interessados. Ninguém dá o que não tem, e

por isto sempre temos algo que dar a outrem, e assim diminuir a ignorância. Outro ponto é o preconceito... O preconceito gera um prejuízo (e também um

prejuízo). Uma idéia pré-concebida cria uma barreira para compreender a realidade. Uma pessoa que não queira ouvir, ver ou escutar, tem muitas vezes o

preconceito de não aceitar que os outros possam pensar de modo diferente. Considerações finais

A incapacidade pessoal provada, leva a ressaltar os possíveis limites alheios em vez de reconhecer os próprios.

No convívio social, a tolerância com os demais, clama por uma interação. Ou se ajuda, ou se atrapalha. A indiferença explica mas não resolve.

Mas a quem ajudar? E como ajudar? Castiga o bom e ele melhorará, castiga o ruim e ele piorará. Ou É melhor ensinar a pescar que dar o peixe. Como resolver situações

pontuais, sem levar em conta o princípio da subsidiariedade? Se ajuda quem precisa, até que ela tenha condições de independência para aquele tipo de ajuda.

Assim se respeita a autonomia, se exerce a autoridade, se compreende o verdadeiro valor da humildade.

As crianças mimadas representam um problema para a sociedade. As pessoas precisam de afetividade, mas mimar é dar mais do que elas realmente precisam.

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Com certeza, a tolerância e sua medida requerem um salutar e apaixonante exercício de análise e síntese. Esta é a postura de quem quer simplificar as coisas

para ter o tempo livre, ou o ócio tão necessário em nossos dias. Tolerância zero, é um tipo de lei social, que não permite o erro sem punição. Isto é

levar em conta, que as pessoas são boas... Castiga o bom e ele irá melhorar... Mas o homem não é bom por natureza. Ele pode se fazer bom, se tem disposição de ser,

pois o homem é um ser axiotrópico. Não ter tolerância com qualquer tipo de erro, de certa forma ajuda a resgatar o que

é próprio da personalidade humana: participação, unicidade, autonomia, protagonismo, liberdade, responsabilidade, consciência, silêncio, provisoriedade e religião. Höffner (1983). Cada uma das características do ser humano poderiam ser

exploradas neste estudo, mas o protagonismo talvez seja o que mais atenção mereça. Somos sujeitos do nosso pensar, agir e omitir. Nossos atos assumem um caráter irrevogável do nosso eu. Podemos arrepender-nos, mas não nos desfazer nossos atos(10). E numa sociedade onde tudo é socialmente aceito, tudo acaba

sendo tolerado. As pessoas perdem a noção do que é certo ou errado. A inteligência deixa de discernir, e a vontade fica fraca para agir. As pessoas prezam o

que lhes é caro, e o dinheiro é caro a todos. Assim multar é uma forma de obrigar as pessoas a refletirem sobre si mesmas e a sociedade. Isto não é um direito, é uma

tolerância(11). Quem não vive como pensa, acaba pensando como vive. Aprender a observar a

realidade do ser pessoal e do ser social é a melhor forma de compreender o limite que existe nas coisas e nas pessoas. Caso contrário, gastar-se-ia tempo moendo água, encontrando defeitos onde existem apenas características. Com certeza

assim, seremos mais tolerantes com os outros e conosco próprios. Para finalizar, vale a pena recordar os ensinamentos de Sócrates, recolhidos por

Reale & Antiseri (1990) "A felicidade não pode vir das coisas exteriores, do corpo, mas somente da alma, porque esta e só esta é a sua essência. E a alma é feliz

quando é ordenada, ou seja, virtuosa. Diz Sócrates: Para mim quem é virtuoso, seja homem ou mulher, é feliz, ao passo que o injusto e malvado é infeliz. Assim como a doença e a dor física são desordens do corpo, a saúde da alma é a ordem da alma -

e esta ordem espiritual ou harmônica interior é a felicidade"(p. 92). Referências Bibliográficas

Le Petit Robert Dictionnaire de la Langue Française. [en CD-ROM] Liris Interactive : Paris, 1996.

The Oxford English Dictionary 2ed. [on CD-ROM] Oxford : Oxford Univ. Press, 1992. Höffner, J. Christliche Gessellschaftslehre. Verlag Butzon & Becker. 1983.

Maloux, M. Dictionnaire des proverbs sentences et maximes. Paris: Larousse, 1986. p.516.

Morató, J.C.; Riu, A.M. Diccionario de filosofía en CD-ROM. Barcelona: Editorial Herder. 1996.

Reale, G.; Antiseri, D. História da filosofia. vol. I. São Paulo : Paulus, 1990. p.92. Rodríguez-Rosado, J.J. La aventura de existir. Pamplona : Eunsa, 1976.

1. "En principio, la idea de tolerancia como actitud social razonada filosóficamente, tiene un origen religioso: surge a partir de los primeros años de la reforma

protestante, hacia los siglos XVI-XVII, cuando la autoridad política se enfrenta al hecho de que los súbditos no aceptan la religión oficial; a los tiempos de unidad

religiosa, en que domina la concordia doctrinal entre el «imperio» y el «sacerdocio», suceden tiempos en que se impone el principio de cuius regio, eius religio, decidido

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como derecho de los príncipes -ius reformandi- en la paz de Augsburgo (1555) y en la de Westfalia (1648). Con la afirmación, al mismo tiempo, de la libertad de

conciencia, por parte de los teóricos reformados, y el creciente influjo de ideas humanistas que favorecen la autonomía de los asuntos que se consideran

humanos, se llega a la separación práctica de Iglesia y Estado y, pronto, a la justificación teórica de la misma. Aparecen múltiples argumentaciones a favor de la

separación y de la libertad de conciencia: se insiste en que la fe se ha de practicar de forma voluntaria; que la verdad no ha de imponerse por la fuerza, sino por sí

misma; que la persecución no está de acuerdo con la caridad cristiana, etc. No fue de poca importancia la insistencia de determinadas «sectas» religiosas,

comunidades religiosas separadas de las confesiones dominantes, que difundieron de forma más organizada la idea de que la Iglesia ha de ser una asociación de pertenencia voluntaria. (...) La defensa filosófica de la tolerancia, a partir de la

segunda mitad del s. XVII, toma sus argumentos, a favor de la libertad de conciencia, de la naturaleza racional del hombre y de principios de la ley natural, e

insiste en que la libertad de creencias y costumbres forma parte del derecho natural y se distingue claramente entre ley civil y ley divina." (cf. Morató & Riu,

1996). 2. Tolerantia vero est idem quod patientia (cf. Sent. ds. 33 q. 3 a. 3 c).

3. Summa Theologica. Thomae Aquinatis (I-II, 66, 4). 4. Daí derivam as expressões tolérance civile, marge de tolérance etc. (cf. Le Petit

Robert Dictionnaire de la Langue Française, 1996) 5. Cf. Le Petit Robert Dictionnaire de la Langue Française, 1996.

6. "Trees give way to grassland as the amount of available water drops below the limits of tolerance for forests" (cit. por The Oxford English Dictionary, "tolerance",

1992). . J.Heywood, Proverbs in the English Tongue [1546], In: Maloux (1986), p.516.

. N’ayez d’intolerance que vis-à-vis de l’intolérance. Provérbio francês - Hippolyte Taine, [1828-1893], In: Maloux (1986), p.516.

. Pour vivre, laisser vivre. Provérbio espanhol - Balthasar Gracián, Oraculo manual, 192. [1647], in Maloux (1986), p.516.

. Cf. Lacaz-Ruiz (1998) Projeto provérbios para escolas de primeiro e segundo graus. Mandruvá : São Paulo, 1998. p.55-60.

. Ce n’est pas un droit, c’est une tolérance. (cf. Le Petit Robert Dictionnaire de la Langue Française, 1996).