“o momento é de construção e de resistência democrática” · para ser ouvido, como a voz da...

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Edição 645 - 21.10.2016 Informativo eletrônico semanal do mandato raças à dinâmica do encontro de pessoas interessadas na história políti- ca recente do Brasil e que lotaram o auditório do Sindicato dos Bancários em Porto Alegre, na segunda-feira (17), produziu-se mais um conteúdo especi- al, que poderia ser agregado, como ca- pítulo extra, ao livro “É Golpe, sim! Terceiro turno sem urnas, o ataque aos direitos sociais e o entreguismo”, de autoria do deputado Adão Villaverde. Na reflexão necessária para a obri- gatória reorganização da esquerda di- ante dos graves retrocessos de um go- verno ilegítimo com suas ramificações e rebatimentos em estados e municípi- os, o mandato do parlamentar realizou o pré-lançamento do livro organizado pela Editora Sulina, com a brilhante e consistente participação do ex-minis- tro da Justiça e da AGU, José Eduardo Cardozo, notabilizado pela qualidade da defesa da presidenta Dilma Rousseff no processo de impeachment ocorrido no Congresso, no golpe de 2016 “O momento é de construção e de resistência democrática” “Foi uma aula de direito e cidada- nia”, definiu Villaverde sobre a exposi- ção detalhada de Cardozo complementada, ainda, com sua dispo- sição de responder questionamentos dos participantes da noite. Em um posicionamento que classi- fica como rigoroso, Cardozo disse que “não há a menor base jurídica para pri- são preventiva de Lula” em alusão à ma- nifestação de Villaverde. O deputado havia se referido a um artigo do jorna- lista Breno Altman defendendo a resis- tência de Lula a uma eventual prisão sem sair do Brasil, mas advertiu que não se deve descartar qualquer saída, como o exílio, diante do atual regime de exceção no Brasil. O ideal, no en- tanto, seria arregimentar os movimen- tos sociais e resistir aqui, no país. Para Cardozo, a carta do juiz de Curitiba repreendendo a Folha de S. Paulo por não ter censurado a publica- ção de artigo “Desvendando Moro”, de Rogério de Cerqueira Leite, criticando suas ações intempestivas, é uma peri- gosa mostra do cerceamento da liber- dade de opinião a quem se expressa contra o golpe, que pode se instalar no país daqui para a frente. “As pessoas já têm medo de falar e isto é um brutal retrocesso na democracia”, considerou. Segundo Cardozo, os tribunais inter- nacionais, a quem Dilma ainda pode re- correr contra a ilegalidade do golpe, nor- malmente só apreciam demandas depois que forem esgotadas todas as ações no país de origem. E existe ação impetrada no STF pelo advogado da presidenta. “Este momento crítico que vivemos não deve ser de expiação, mas de cons- trução”, propôs Cardozo. “A esquerda precisa superar divergências e se unir porque a retomada da extrema direita, com intolerância própria do fascismo, está acontecendo em todo o mundo”. “Há manifestações espontâneas com um vigoroso apoio, de vário setores, ao ‘Fora, Temer’”, constata Cardozo em suas andanças pelo país. G A esquerda precisa superar divergências e se unir porque a retomada da extrema direita, com intolerância própria do fascismo, está acontecendo em todo o mundo - José Eduardo Cardozo João Paulo Hassen de Jesus

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Edição 645 - 21.10.2016Informativo eletrônico semanal do mandato

raças à dinâmica do encontro depessoas interessadas na história políti-ca recente do Brasil e que lotaram oauditório do Sindicato dos Bancários emPorto Alegre, na segunda-feira (17),produziu-se mais um conteúdo especi-al, que poderia ser agregado, como ca-pítulo extra, ao livro “É Golpe, sim!Terceiro turno sem urnas, o ataque aosdireitos sociais e o entreguismo”, deautoria do deputado Adão Villaverde.

Na reflexão necessária para a obri-gatória reorganização da esquerda di-ante dos graves retrocessos de um go-verno ilegítimo com suas ramificaçõese rebatimentos em estados e municípi-os, o mandato do parlamentar realizouo pré-lançamento do livro organizadopela Editora Sulina, com a brilhante econsistente participação do ex-minis-tro da Justiça e da AGU, José EduardoCardozo, notabilizado pela qualidade dadefesa da presidenta Dilma Rousseff noprocesso de impeachment ocorrido noCongresso, no golpe de 2016

“O momento é de construçãoe de resistência democrática”

“Foi uma aula de direito e cidada-nia”, definiu Villaverde sobre a exposi-ção detalhada de Cardozocomplementada, ainda, com sua dispo-sição de responder questionamentos dosparticipantes da noite.

Em um posicionamento que classi-fica como rigoroso, Cardozo disse que“não há a menor base jurídica para pri-são preventiva de Lula” em alusão à ma-nifestação de Villaverde. O deputadohavia se referido a um artigo do jorna-lista Breno Altman defendendo a resis-tência de Lula a uma eventual prisãosem sair do Brasil, mas advertiu quenão se deve descartar qualquer saída,como o exílio, diante do atual regimede exceção no Brasil. O ideal, no en-tanto, seria arregimentar os movimen-tos sociais e resistir aqui, no país.

Para Cardozo, a carta do juiz deCuritiba repreendendo a Folha de S.Paulo por não ter censurado a publica-ção de artigo “Desvendando Moro”, deRogério de Cerqueira Leite, criticando

suas ações intempestivas, é uma peri-gosa mostra do cerceamento da liber-dade de opinião a quem se expressacontra o golpe, que pode se instalar nopaís daqui para a frente. “As pessoasjá têm medo de falar e isto é um brutalretrocesso na democracia”, considerou.

Segundo Cardozo, os tribunais inter-nacionais, a quem Dilma ainda pode re-correr contra a ilegalidade do golpe, nor-malmente só apreciam demandas depoisque forem esgotadas todas as ações nopaís de origem. E existe ação impetradano STF pelo advogado da presidenta.

“Este momento crítico que vivemosnão deve ser de expiação, mas de cons-trução”, propôs Cardozo. “A esquerdaprecisa superar divergências e se unirporque a retomada da extrema direita,com intolerância própria do fascismo,está acontecendo em todo o mundo”.

“Há manifestações espontâneas comum vigoroso apoio, de vário setores,ao ‘Fora, Temer’”, constata Cardozo emsuas andanças pelo país.

G

A esquerdaprecisa superardivergências e seunir porque aretomada daextrema direita,com intolerânciaprópria do fascismo,está acontecendoem todo o mundo

- José Eduardo Cardozo

João

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us

É GOLPE, SIM!

02

Foi um golpe

escandaloso, afirma

José Eduardo Cardozo

m um ambiente de normalidade de-mocrática no país, uma afirmação pú-blica do advogado da legitimapresidenta eleita pela maioria nas ur-nas, no tom acima enunciado, seriamanchete espalhada aos quatro cantosdo Brasil por uma mídia isenta e impar-cial.

Entretanto, na anormalidade atualda usurpação do poder pelo vice-presi-dente interino, com um sistema de co-municação comercial privada que pres-ta contas aos patrocinadores, acima dosleitores, esta forte definição do ex-mi-nistro da Justiça e Advogado-Geral daUnião, José Eduardo Cardozo, está res-

trita à imprensa alternativa, ao alcan-ce das redes sociais e dos privilegiadosparticipantes do pré-lançamento do li-vro “É Golpe, sim! Terceiro turno semurnas, o ataque aos direitos sociais e oentreguismo”, de autoria de AdãoVillaverde, ocorrido na segunda-feira(17), à noite, no lotado auditório doSindicato dos Bancários de Porto Alegre.

Cardozo não é nenhum radical; an-tes é um legalista, crédulo nas institui-ções nacionais as quais ele ainda re-corre, buscando as instâncias superio-res do Judiciário (inclusive fora do Bra-sil, na Corte Interamericana de Direi-tos Humanos) para tentar reverter a

decisão política da maioria de ocasiãodos congressistas que autorizaram aruptura democrática que culminou noimpeachment de Dilma.

Por isso, sua didática palestra, ge-nerosa em detalhes do organograma dogolpe e dos dilemas da estratégia jurí-dica de defesa da presidenta, soou sin-gela, sincera e verdadeira.

Cardozo revelou tantos desvios ju-rídicos e criações oportunistas com apa-rência de legalidade cometidas ao lon-go do processo com ares de surrealismoque, recentemente, em uma palestrapara estudantes de Direito um aluno fi-cou tão impressionado que questionou,

E

João Paulo Hassen de Jesus

03

É GOLPE, SIM!

Para o ex-governador Olívio Dutra o livro de Villaverde é importantepara a educação e o debate necessários para a formação política que o PTprecisa buscar. “O livro é uma frente de luta pois a crise que passamosnão será resolvida em 2018. Precisamos ouvir e aprender com os movi-mentos sociais, com os jovens, ler, estudar, conversar com o povo organi-zado e até com o povo desorganizado, sentir a pressão debaixo para cimapara uma reconstrução que se impõe.

No evento do Sindicato dos Bancários, Olívio disse que se houvesseencontros com esta mesma dimensão, a toda semana, ele compareceriaem todos para afirmar que a corrupção não é um discurso da direita.“Precisamos fazer pipocar iniciativas como esta”, exortou.

A corrupção não é discurso da direita, diz Olívio

um a um, todos os atos da defesa.A todas as dúvidas do jovem,

Cardozo explicava a iniciativa que to-mara e revelava respostas semprefrustrante das autoridades a que re-corria, no campo do Judiciário. Até queo estudante apresentou-lhe, então, apergunta final:

– Se toda lógica construída pelas le-gislações pode ser destruída e despre-zada deste modo, porque, ministro,devo continuar estudando Direito?

O ministro respondeu, talvez semcontemplar a expectativa do aprendiz,que a função do defensor, quando o juiz,

de antemão, já condenou o réu, é gri-tar para que sua voz seja ouvida forada sala da audiência. Para que a pala-vra do juiz não seja a única propagada.

Se Dilma já estava condenada pelacampanha golpista antes do seu julga-mento, Cardozo diz que tratou de gri-tar para fora da Câmara e do Senadopara ser ouvido, como a voz dapresidenta, para ecoar a denúncia dogolpe além dos muros de Brasília.

O resultado, na contabilidade dele,é que muitos parlamentares admitiramque não havia mesmo crime de respon-sabilidade que justificasse o

impeachment de Dilma noregime presidencialista,onde, neste caso, semfato grave, os mandatossão renovados apenas nasurnas.

“A ruptura democrática no presi-dencialismo, sem um fato gravíssimocomprovado contra o governante, é umescândalo. E, como diz o título do li-vro, ‘É um Golpe, sim!’”, pontuou ele.“E é esta palavra, golpe, é a que maisirrita os conservadores. Não há nadaque incomode mais que a verdade re-velada quando se quer escondê-la”.

Registros do pré-lançamento

A presidenta do CPERS Sindicato, Helenir Schurer, expressou sua apro-vação ao registro histórico que o livro de Villaverde realiza sustentandouma versão diferente da narrativa hegemônica das elites. “A história éinvariavelmente escrita pelos vencedores, em ambiente onde a mídiasempre vence”, assinalou ela, observando que roubaram 54 milhões devotos dos brasileiros ao golpearem Dilma. “Fora Temer e leve junto, detroco, sua cria Sartori”, encerrou.

A cria de Temer

É GOLPE, SIM!

04

O caminho que o neto do ex-presidente João Goulart vai per-correr é o mesmo de Dilma Rousseff, ao ingressar no PT. Comorevelou Villaverde publicamente, provocando uma acolhida commuitos aplausos, João Goulart Neto (de camisa branca na foto àesquerda), irmão de Christopher, decidiu filiar-se ao Partido dosTrabalhadores.

Rumo ao PT

Um assistente da palestra inscreveu-se como Pedro, de São Borja,para questionar Cardozo. Quando usou a palavra informou que levariaum exemplar do livro para um menino de 11 anos, que já leu todos osvolumes da biblioteca de sua escola e que desafia a cautela e o temordos seus professores dizendo que houve um golpe de estado no Brasil.

Ao menino de São Borja

Cardozo contou, bem-humorado, que na fase de defesa no Senado,machucou o tendão e manquitolava ao chegar no prédio. Um jornalistapiadista cravou: “Defesa de Dilma arrasta-se”. Cardozo teve que explicaraos políticos o que acontecera. O parlamentar, fazendeiro conservadorRonaldo Caiado, que é médico, apressou-se em oferecer seus préstimos.Mais rápido ainda, Cardozo rebateu o perigoso ultradireitista: “Não, obri-gado!

Não, obrigado

Porque mistérios Eduardo Cunha (preso no último dia 20) dominava mais de uma cen-tena de parlamentares na Câmara Federal transformando-se ele sozinho na importânciade uma sigla inteira?

Seria por seu carisma? Ou sua beleza?, indagou ironizando Cardozo, sob risos da plateia.

A beleza de Cunha

05

É GOLPE, SIM!

O título de um filme nacional de sucesso serviu de mote para umparticipante do evento identificado como Pablo perguntar a Cardozosobre um eventual retorno de Dilma à presidência.

“Há uns 20 dias ingressamos com nossa última ação no STF que estácom o ministro Teori. São mais de 500 páginas para ele examinar. Tam-bém entramos na Corte interamericana de Direitos Humanos que devedemorar mais para dar um parecer. Mas seguimos confiando na Justiçae nas jurisprudências que existem”.

Quando ela volta?

Cardozo não se fez de rogado para atender muitos pedidos para queautografasse o livro de Villaverde, junto com o autor.

A assinatura do defensor da presidenta não é só compatível com oconteúdo do livro, que contém a integra da defesa da Dilma no Senado,

como também serve de recordação da dimensão deste histórico even-to do mandato parlamentar do deputado petista.

Lembrança com autógrafo

06

ARTIGO

O Golpe de 2016 no Brasil, umregistro histórico obrigatório*

ADÃO VILLAVERDE**

livro “É Golpe, sim! Terceiro turnosem urnas, o ataque aos direitos sociaise o entreguismo”, que começou a circu-lar nesta segunda-feira (17), em pré lan-çamento valorizado por palestra do ex-ministro da Justiça, José EduardoCardozo, no Sindicato dos Bancários, emPorto Alegre, é uma obrigação históricana minha trajetória da militância demo-crata e de esquerda que eu trilho desdeo movimento estudantil.

O

É, por evidente, uma elaboraçãosem frívola neutralidade, com o viés in-transigente da defesa do Estado Cons-titucional do Direito e comprometidocom as conquistas dos trabalhadoresbrasileiros, novamente penalizados coma PEC 241 de autoria do ilegítimo go-verno sem votos, que preserva os maisricos e violenta os mais pobres. A nar-rativa histórica dos considerados ‘ven-cidos’ sempre padece da legitimidadeoficial formalizada no banquete dos vi-toriosos, como demonstraram, em ale-goria apropriada, Temer e mais de 200convivas em um jantar festivo no dia9/10, em Brasília.

Mas invariavelmente o tempo se en-carrega de cotejar interpretações e, namaioria das vezes, a verdade manipu-lada aparece menos turva, punindo se-veramente quem se achava imune aojulgamento público da traição.

O ataque contra a presidenta DilmaRousseff no dia 31 de agosto de 2016de oposicionistas inconformados com aderrota nas urnas para mais de 54,5

milhões de eleitores, acertou de mor-te, também, a democracia. E mais ain-da, alvejou o Estado Constitucional deDireito, mirando as conquistas sociais,trabalhistas e previdenciárias, que sãouma ameaça à concepção políticaneoliberal, cuja visão diverge radical-mente do programa eleito. Querendocom isso consolidar, ainda que de for-ma ilegítima, ilegal e à revelia da Cons-tituição, u m projeto e um mandatáriogolpista sem a chancela das urnas.

De novo, como em 1954,com a mor-te de Getúlio, em 1961 com a Legalida-de de Brizola e em 1964 com o golpeem Jango, o temor e os interesses daCasa Grande se impuseram à inquieta-ção perigosa da senzala beneficiária deconquistas e de cada vez mais direitossociais. Novamente, e desta vez com aruidosa algaravia midiática das elites,entronava-se um governo ilegítimo deTemer que usurpa o poder, cercado decolaboradores suspeitos de corrupção.

A presidenta denunciou o golpismoem pleno Senado, no dia 29 de agosto,na sessão que durou cerca de 14 horas,em que ela defendeu, de forma brava,honrada e pessoalmente, o mandato quelhe foi conferido pelo povo. Diante dossenadores, algozes e apoiadores, Dilmaencarou, corajosamente, o plenáriolotado – com a presença do ex-presi-dente Lula e do músico Chico Buarque,entre outros que lhe prestaram respei-tosa solidariedade.

A presidenta destacou que ali, na-quele cenário parlamentar, julgava-sea democracia, rasgava-se a Constitui-ção e praticava-se, sim, sem dúvidaalguma, um golpe de Estado. Dilma des-moralizou, mais uma vez, as teorias deque cometeu crimes de responsabilida-de, forçando os arautos do golpe a re-fugiarem-se em teses igualmente“estapafúrdias e grotescas”, na defi-nição do professor de Sociologia e Polí-tica Aldo Fornazieri. Quais sejam, asde que o impeachment é “eminente-mente político dependendo da vontadepolítica dos congressistas e de que deveter respaldo na mobilização da socie-dade. Na realidade, a natureza do gol-

Leia mais em https://goo.gl/AKvyV2

*Artigo publicado no jornal eletrônico Sul21

em 18 de outubro de 2016

**Professor, engenheiro e deputado estadual

(PT-RS)

Talvez pior que o de 1964com toda sua brutalidadebélica. Este golpe tem sua

rudeza disfarçada naretórica engravatada e

de punhos de rendacongressual, mas é tão letal

quanto a tortura doscalabouços, o assassínio demilitantes sociais e a mortede resistentes democratas.

pe está no fato de que ele é praticadopor autoridades e funcionários públicose que sua essência consiste na violaçãoda Constituição.”

Os próprios técnicos do Se-nado concluíram que a

presidenta não é responsá-vel por decretos. E não

houve descumprimento dameta fiscal. Sem crime de

responsabilidade, oimpeachment é golpe, sim,

repita-se para sempre

O fundamento do impeachmentdeve ser jurídico. Mas não houve peda-ladas, que sequer constituem conceitojurídico estabelecido em algum docu-mento. Não houve incompatibilidadeentre os decretos suplementares e ocontingenciamento orçamentário. Ospróprios técnicos do Senado concluíramque a presidenta não é responsável pordecretos. E não houve descumprimentoda meta fiscal. Sem crime de respon-sabilidade, o impeachment é golpe, sim,repita-se para sempre. É um golpe par-lamentar, jurídico, midiático, empresa-rial e com suporte dos interesses inter-nacionais.

Talvez pior que o de 1964 com todasua brutalidade bélica. Este golpe temsua rudeza disfarçada na retóricaengravatada e de punhos de rendacongressual, mas é tão letal quanto atortura dos calabouços, o assassínio demilitantes sociais e a morte de resis-tentes democratas.

07

ARTIGO

Por quequerem mecondenar*

LULA**

m mais de 40 anos de atuação públi-ca, minha vida pessoal foi permanente-mente vasculhada -pelos órgãos de se-gurança, pelos adversários políticos, pelaimprensa. Por lutar pela liberdade deorganização dos trabalhadores, chegueia ser preso, condenado como subversi-vo pela infame Lei de Segurança Nacio-nal da ditadura. Mas jamais encontra-ram um ato desonesto de minha parte.

Sei o que fiz antes, durante e depoisde ter sido presidente. Nunca fiz nadailegal, nada que pudesse manchar a mi-nha história. Governei o Brasil com se-riedade e dedicação, porque sabia queum trabalhador não podia falhar na Pre-sidência. As falsas acusações que melançaram não visavam exatamente aminha pessoa, mas o projeto político quesempre representei: de um Brasil maisjusto, com oportunidades para todos.

Às vésperas de completar 71 anos,vejo meu nome no centro de uma ver-dadeira caçada judicial. Devassaramminhas contas pessoais, as de minhaesposa e de meus filhos; grampearammeus telefonemas e divulgaram o con-teúdo; invadiram minha casa e condu-ziram-me à força para depor, sem mo-tivo razoável e sem base legal. Estão àprocura de um crime, para me acusar,mas não encontraram e nem vão en-contrar.

Desde que essa caçada começou, nacampanha presidencial de 2014, percor-ro os caminhos da Justiça sem abrirmão de minha agenda. Continuo via-

jando pelo país, ao encontro dos sindi-catos, dos movimentos sociais, dospartidos, para debater e defender o pro-jeto de transformação do Brasil. Nãoparei para me lamentar e nem desistida luta por igualdade e justiça social.

Nestes encontros renovo minha féno povo brasileiro e no futuro do país.Constato que está viva na memória denossa gente cada conquista alcançadanos governos do PT: o Bolsa Família, oLuz Para Todos, o Minha Casa, MinhaVida, o novo Pronaf (Programa Nacionalde Fortalecimento da Agricultura Fami-liar), o Programa de Aquisição de Ali-mentos, a valorização dos salários -emconjunto, proporcionaram a maior as-censão social de todos os tempos.

Nossa gente não esquecerá dos mi-lhões de jovens pobres e negros que ti-veram acesso ao ensino superior. Vairesistir aos retrocessos porque o Brasilquer mais, e não menos direitos.

Não posso me calar, porém, diante dosabusos cometidos por agentes do Estadoque usam a lei como instrumento de per-seguição política. Basta observar a retafinal das eleições municipais para cons-tatar a caçada ao PT: a aceitação de umadenúncia contra mim, cinco dias depoisde apresentada, e a prisão de dois ex-ministros de meu governo foram episó-dios espetaculosos que certamente inter-feriram no resultado do pleito.

Jamais pratiquei, autorizei ou mebeneficiei de atos ilícitos na Petrobrasou em qualquer outro setor do gover-no. Desde a campanha eleitoral de 2014,trabalha-se a narrativa de ser o PT nãomais partido, mas uma “organizaçãocriminosa”, e eu o chefe dessa organi-zação. Essa ideia foi martelada semdescanso por manchetes, capas de re-vista, rádio e televisão. Precisa ser pro-vada à força, já que “não há fatos, masconvicções”.

Não descarto que meus acusadoresacreditem nessa tese maliciosa, talvezjulgando os demais por seu próprio có-digo moral. Mas salta aos olhos atémesmo a desproporção entre osbilionários desvios investigados e o queapontam como suposto butim do “che-fe”, evidenciando a falácia do enredo.

Percebo, também, uma perigosa ig-norância de agentes da lei quanto aofuncionamento do governo e das insti-tuições. Cheguei a essa conclusão nosdepoimentos que prestei a delegados epromotores que não sabiam como fun-ciona um governo de coalizão, comotramita uma medida provisória, como

Leia mais em https://goo.gl/SbQ1JJ

*Artigo inicialmente publicado no jornal “Fo-

lha de S. Paulo”, no dia 18 de outubro de 2016)

**Ex-presidente do Brasil

E

Jamais pratiquei, autorizeiou me beneficiei de atos ilí-

citos na Petrobras ou emqualquer outro setor do go-verno. Desde a campanhaeleitoral de 2014, trabalha-

se a narrativa de ser o PT nãomais partido, mas uma “or-ganização criminosa”, e euo chefe dessa organização

se procede numa licitação, como se dáa análise e aprovação, colegiada e téc-nica, de financiamentos em um bancopúblico, como o BNDES.

De resto, nesses depoimentos, nadase perguntou de objetivo sobre as hi-póteses da acusação. Tenho mesmo aimpressão de que não passaram de ri-tos burocráticos vazios, para cumpriretapas e atender às formalidades doprocesso. Definitivamente, não servi-ram ao exercício concreto do direito dedefesa.

A leviandade, a despropor-ção e a falta de base legal

das denúncias surpreendeme causam indignação, bem

como a sofreguidão comque são processadas em

juízo. Não mais se importamcom fatos, provas, normas

do processo.

Passados dois anos de operações,sempre vazadas com estardalhaço, nãoconseguiram encontrar nada capaz devincular meu nome aos desvios inves-tigados. Nenhum centavo não declara-do em minhas contas, nenhuma empre-sa de fachada, nenhuma conta secreta.

Há 20 anos moro no mesmo aparta-mento em São Bernardo. Entre as de-zenas de réus delatores, nenhum disseque tratou de algo ilegal ou desonestocomigo, a despeito da insistência dosagentes públicos para que o façam, atémesmo como condição para obter be-nefícios.

A leviandade, a desproporção e afalta de base legal das denúncias sur-preendem e causam indignação, bemcomo a sofreguidão com que são pro-cessadas em juízo. Não mais se impor-tam com fatos, provas, normas do pro-cesso. Denunciam e processam por meraconvicção -é grave que as instânciassuperiores e os órgãos de controle fun-cional não tomem providências contraos abusos.

08

ARTIGO

Grandeza e tragédia do Direito na prisão de Lula*

ocorro-me, novamente, de WalterBenjamim para procurar entender o pre-sente. Paira nas redes a notícia de maisuma violência contra o Estado de Direi-to da Constituição de 88, que seria co-metida pelo juiz Moro. Desta feita pro-movendo uma prisão desnecessária,espetaculosa e arbitrária, contra o Pre-sidente Lula, dando sequência às de-formações processuais e materiais, quetransformaram a operação “Lava Jato”num instrumento político do rentismoglobal, que visa desmontar as conquis-tas sociais dos Governos Lula, que me-lhoraram a vida de milhões de famíliaspobres e remediadas deste país de clas-ses dominantes escravocratas e intole-rantes.

O Estado de Direito que conseguenaturalizar a derrubada de umaPresidenta sem crime e destruir as ba-ses sociais do pacto constitucional, atra-vés de uma Proposta de Emenda queanula -no tempo e no espaço- os funda-mentos da sua Constituição política,comprova a assertiva de Benjamim deque “não existe nenhum documento dacivilização, que não seja -ao mesmotempo- um documento de barbárie.” OEstado de Direito que funcione deve ser,sempre, portanto, um primor de enge-nharia jurídica, que organiza os confli-tos, rompe correlação de forças e ab-sorve conquistas do pensamento huma-no, tanto para chancelar a humilhaçãoe exploração, como para libertar e re-sistir.

A PEC 241 é um desses documentoshistóricos que revela estasambiguidades. É medida que está pre-vista no próprio tecido constitucional danação, de cujo conteúdo tanto podemser extraídos protocolos civilizatórios,como instrumentos legalizadores deuma pilhagem. Não é novidade para nin-guém que a expressão “Estado de Di-reito”, seja como conceito da Teoria doDireito, seja como momento prático deorganização da sociedade, abriga sem-pre aquela dupla possibilidade.

Foi também por dentro do Estado deDireito – nos países capitalistas avan-çados – que foi construída a riquezaocidental parasitária (na “pilhagem”colonial escravista) através de um “gi-gantesco arco de produção de econo-

TARSO GENRO**

mias externas legalizadas”. Estas for-mas de produzir e viver é que permiti-ram que o capitalismo seja o monstrobifronte que ele é, nos dias de hoje,pois também por dentro deste Estadoforam constitucionalizados os direitosfundamentais, vicejaram as políticas deDireitos Humanos e o direito à ampladefesa, que Moro não teme em desres-peitar

A socialdemocracia foi civilizatória,

O Estado de Direito quefuncione deve ser, sempre,

portanto, um primor deengenharia jurídica, que

organiza os conflitos, rompecorrelação de forças eabsorve conquistas do

pensamento humano, tantopara chancelar a

humilhação e exploração,como para libertar e resistir

o “ajuste” liberal é pilhagem. Mas am-bos contém um e o outro. Asocialdemocracia só foi possível peloacúmulo, nas metrópoles, de um exce-dente colonial extraído pela pilhagem,justificada pelo Direito em todos osperíodos, inclusive na vigência dos seusEstados Sociais mais completos. O ajus-te liberal como pilhagem, por seu tur-no, opera nos dias que correm pelamanipulação da dívida pública, que per-mitiu ao capital financeiro sequestraro Estado e assim proceder por meios“civilizados”: por intermédio do Direi-to nas votações do Parlamento, combi-nadas com uma espetacular manipula-ção da informação, ficou dispensada aviolência física direta dos períodos co-loniais e neocoloniais.

Essa é, pois, a grandeza e a miséria doDireito que, na sua expressão estatal -emqualquer regime político- contém sempreaquela dupla possibilidade, de barbárie e ci-vilização. Sua essência não é, pois,metafísica, pois o Direito é sempre um mo-vimento dentro ou fora do que a ordem for-mal do Estado prevê, ora como “exceção”,ora dentro das “regras”. E o faz pelas deci-sões judiciais, pelos pactos políticos na so-

ciedade, as interpretações da administra-ção, as votações no Parlamento, que ora pri-vilegiam o polo principalmente civilizador doDireito, ora seu conteúdo “bárbaro” de do-minação. A legalização da tortura – reconhe-cida pelo Estado americano fora do seu ter-ritório- é barbárie; os acordos de Paz, naColômbia, são civilizatórios. Ambos teriampoucas possibilidades de acolhimento nosenso comum, todavia, se não estivessempresentes pelo menos como possibilidade noDireito do Estado.

Os boatos que surgiram, recentemen-te, sobre a iminente prisão do ex-PresidenteLula -que ainda pode se realizar – mostramque a ordem jurídica democrática do paísé prisioneira de um impasse. Ela estátensionada pela exceção e pela hipnoseudenista (promovida por uma parte do Ju-diciário, do Ministério Público e da direitamidiática) de um lado, e o temor – de outrolado – de que a reação popular à rupturados precários limites do Estado de Direito,seja capaz de abalar a “Lava Jato”.

Os boatos que surgiram,recentemente, sobre a imi-

nente prisão do ex-Presidente Lula -que aindapode se realizar – mostram

que a ordem jurídicademocrática do país é

prisioneira de um impasse

Esta, já se caracterizou, aliás, nãocomo um instrumento de luta contra acorrupção, desejado pelas pessoas ho-nestas de todos os partidos do país, mascomo um perigoso processo de exceção,que demoniza especialmente o PT, paraimpor ao país um ajuste antissocial eantinacional, já em curso, administra-do por uma Confederação de Investiga-dos e Denunciados.

S

Leia mais em https://goo.gl/0Z0dP0

*Artigo publicado no jornal eletrônico Sul21

em 17 de outubro de 2016

**Tarso Genro foi Governador do Estado do Rio

Grande do Sul, prefeito de Porto Alegre, Mi-

nistro da Justiça, Ministro da Educação e Mi-

nistro das Relações Institucionais do Brasil.

09

PORTO ALEGRE

epresentando a AssembleiaLegislativa no workshop sobre o proje-to do 4º Distrito de Inovação de PortoAlegre, o deputado estadual AdãoVillaverde (PT) ressaltou que arevitalização da região é importantepara a dinamização de vários setoresde inovação envolvidos na chamada‘economia criativa’.

No evento, na tarde desta sexta-fei-ra (21) no Tecnopuc, na Pontifícia Uni-versidade Católica (PUC RS), o parla-mentar também lembrou que esse pro-cesso de revitalização já vem de tem-po e só foi possível devido à união deforças d poder público, das universida-des, dos centros de pesquisas, da áreacientífica e técnica para atrair setoresintensivos em tecnologia e inovação.

O projeto do 4º Distrito é umaparceria entre a PUCRS, a UFRGS ea prefeitura de Porto Alegre e nas-ceu da necessidade de revitalizaráreas vazias e inutilizadas da capi-tal gaúcha. A ideia central do pro-

Revitalizar o 4º Distrito de Inovação dará equilíbriourbano e dinamismo econômico para a cidade

grama é criar propostas para o cres-cimento econômico e social da cida-de, com foco nas áreas da tecnologiae inovação, governança, urbanismo,Smart Cities, desenvolvimento sus-tentável, educação e ciência e cul-tura, proteção do patrimônio histó-rico e resiliência urbana.

A atividade contou com a partici-pação do espanhol Josep Piqué, queé presidente da Associação Interna-

cional de Parques Científicos e Áreasde Inovação (Iasp) e idealizador doprojeto 22@Barcelona, que resultouno modelo Smart City, hoje reconhe-cido por empresas de todo o mundo euma referência para o projeto emPorto Alegre; e de Benamy Turkienicz,coordenador do Núcleo de TecnologiaUrbana da UFRGS; e do representan-te da prefeitura da capital, JorgeTonetto, que coordenado o projeto.

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NÃO À PEC 241 E A MP 746

a tarde de quarta-feira (19), o de-putado estadual Adão Villaverde (PT)participou do ato realizado por estudan-tes e servidores dos 12 campi do Insti-tuto Federal do Rio Grande do Sul(IFRS), que se mobilizam contra a PEC

Estudantes e servidores do IFRS se mobilizam na defesados serviços e das instituições públicas de qualidade

N 241 e a Medida Provisória 746, dereformulação do ensino médio.

Para o parlamentar, ambas as iniciati-vas do ilegítimo e golpista governo Temerfragilizam os serviços públicos e as insti-tuições, penalizando toda a sociedade.

“A PEC 241 aprofunda o golpe contraa democracia, que culminou com o afas-tamento da legítima presidenta DilmaRousseff, traída por Temer, por Cunha,por uma maioria parlamentar, por seto-res do judiciário, do empresariado e damídia. A proposta enfraquece as conquis-tas e os direitos sociais e trabalhistasespecialmente os obtidos nos últimosanos. Este projeto nefasto que congelaos investimentos para áreas essenciaiscomo saúde e educação é um enormeretrocesso que penaliza os trabalhado-res brasileiros e prejudica diretamentea população mais pobre”, afirma ele.

Durante o ato, que ocorreu noPlenarinho da Assembleia Legislativa,professores, estudantes e representan-tes de diversos campi do IFRS se reve-zaram para criticar a PEC 241 e a MP746 e pedir ajuda da AssembleiaLegislativa gaúcha na mobilização con-tra estes enormes retrocessos.

LEI ANTICALOTE

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o palestrar no XXII Congresso Esta-dual dos Trabalhadores em SegurançaPrivada do RS, o deputado estadual AdãoVillaverde reforçou a importância do PL96/2015, conhecido como Lei Anticalote.Proposto pelo parlamentar no ano pas-sado após diversas reuniões com o Sin-dicato dos Vigilantes do Sul, o projeto,que tem o apoio da Federação dos Vigi-lantes, tem o objetivo de proteger osdireitos dos trabalhadores terceirizadosdas atividades meios, como, por exem-plo, vigilantes, profissionais de limpe-za, ascensoristas, que muitas vezes sãovítimas dos intermediários maus pa-trões. O PL propõe que, seja deposita-do em conta vinculada, de banco públi-co oficial, os percentuais dos benefíci-os referentes a férias, 13º salário, INSSe multa do FGTS, evitando, assim, queas empresas terceirizadoras deixem depagar os funcionários, aplicando o ca-lote nos seus trabalhadores por má fé,incompetências dos gestores, por falên-cia ou simples desaparecimento daempresa.

Segundo o parlamentar os depósitosserão efetuados em conta-corrente vin-culada, aberta em nome da empresa ebloqueada para movimentação. “Para aliberação dos recursos, a empresa teráque comprovar, por meio de documen-tos, a destinação para o pagamento deindenizações trabalhistas”, frisou. Aproposta determina também que a mo-vimentação da conta poderá ser acom-panhada pelos trabalhadores envolvidos

Deputado destaca que PL 96/2015 protegedireitos dos trabalhadores terceirizados e o Estado

e que o seu saldo total só será liberadoà empresa no momento do encerramen-to do contrato com o Poder Público,mediante declaração de quitação dasindenizações trabalhistas, emitida pelodo sindicato da categoria corresponden-te aos serviços contratados.

Durante a palestra, Villaverde tam-bém falou que a mobilização da cate-goria dos vigilantes junto aos deputa-dos da Comissão de Constituição e Jus-tiça e à Casa Civil é fundamental paraagilizar a aprovação do projeto.

Villaverde lembrou, ainda, que o PLfoi inspirado em um projeto similar emvigor desde 2014 na Bahia pela deputa-da petista Maria Del Carmen Fidalgo."Trata-se de uma importante

proteçãoaos trabalhadores que, fre-quentemente, são vítimas de calotes,e ao Estado, que vem sendo obrigado apagar duas vezes pelo mesmo serviço,uma vez que já há jurisprudência queconsidera o Poder Público devedor soli-dário quando a empresa contratada dei-xa de arcar com suas obrigações”.

A palestra, que ocorreu na tarde des-ta quinta-feira (20) no Hotel Ritter, nocentro de Porto Alegre, também contoucom a presença do presidente Federa-ção Profissional dos Trabalhadores emSegurança Privada do RS, Claudiomir daSilva Brum; e do presidente da Confe-deração Nacional dos Trabalhadores deSegurança Privada (Contrasp), João So-ares.

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o participar de palestra promovida pelo Sindicato dos Vigilantes doSul sobre prevenção do câncer de mama neste Outubro Rosa, na manhãde sábado (15), o deputado estadual Adão Villaverde apresentou o proje-to de lei 213/2016 que estabelece que empresas prestadoras de serviçosnas áreas de segurança, vigilância e transporte de valores contratadaspelo poder público reservem percentual mínimo de 20% das vagas para acontratação de mulheres. O PL foi protocolado na Assembleia Legislativana sexta-feira (14) e, segundo o parlamentar, tem o objetivo de eliminara histórica desigualdade de oportunidades e incentivar a inserção demulheres numa área tradicionalmente ocupada por homens. De acordocom o Sindivigilantes do Sul, dos 3079 associados da entidade, apenas 360 são mulheres. O presidente do Sindivigilantes doSul, Loreni Dias, agradeceu todo o apoio e o empenho do deputado Villaverde na defesa dos direitos dos trabalhadores. Entreos presentes, Maria Helena, do Semapi, e Mariza Abrão, diretora do Sindicato.

Projeto fixa cota de 20% paramulheres vigilantes no setor público

PL 213/2016

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TRIBUTO

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AGENDE-SE

particularmente triste epesaroso para o mandato dodeputado Adão Villaverde aperda irreparável de seu va-loroso ex-assessor comunitá-rio Oli Borges Flores, que con-tribuiu, significativamente,na qualificação e na amplia-ção das relações da repre-sentação parlamentar em Ca-noas, em 2005 e 2010.

Ex-vereador pelo PTcanoense, Oli morreu aos 59anos, na segunda-feira (17),“após lutar contra doençagrave”, conforme notadivulgada pela prefeitura deCanoas, onde o prefeito JairoJorge decretou lutou oficialde três dias.

Oli atuou como vereadorentre 2001 e 2004. Cincoanos depois, assumiu a dire-toria das Relações Comuni-tárias, responsável pelo OP

Adeus ao companheiro Oli Borges

É Canoas em 2013,onde permaneceuaté se afastar porproblemas de saúde,em 2015.

Teve atuaçãomarcada pela lutadas causas sociais.Participou de ocupa-ções como as da Ge-túlio Vargas, da VilaNatal e da União dosOperários e tinhaforte militância nasc o m u n i d a d e seclesiais de base daIgreja Católica(Cebs). Além disso,fundou a comunida-de Jesus Operário.Também atuou na valorização da cultura popular com a criaçãodo Terno de Reis Santo Operário.

Oli deixou a esposa, os filhos Raquel e Rodrigo e dois netos, aquem expressamos nossos sentimentos de pêsames e solidarieda-de nesta hora difícil de dor e luto.