o mito do desenvolvimento econômico
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O Mito do Desenvolvimento EconômicoTRANSCRIPT
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~
C els o Furtado
M ITO DO DESENVOLVIMENTO
ECON6MICO
(texto extraído da primeira parte de O
M ito
do
D es envolvimento Econômico , Paz e Ter ra, 1974)
f f i
PA I l. ILi{ { :\
Coleçã o Leitura
A,
. . . . •
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© paz e Terra
Editores respomáveis : Christine Rôhrig e Maria Elisa Cevasco
E d i çã o d e t e xto :
Thaís Nicoleti de Camargo
P~ ,.odllfão
Grefica:
Karia Halbe
C ap a:
Isabel Carballo
Dados Inrernacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira, do Livro, SP,Brasil)
Furtado, Celso, 1920-
O Mito do desenvolvimento econômico / Celso
Furtado. - Rio de Janeiro : Paz e Terra, 1996.
(Coleção Cultura)
ISBN 85-219-0213-1
I, Desenvolvimento econômico 2. Produção (Teoria
econômica) 1. Título. lI. Série.
96-2147
CDD-338.09
J ndices para catálogo sistemático:
1. Desenvolvimento econômico 338.09
EDITORA PAZ E TERRA S.A.
Rua do Triunfo, 177
01212-010 - São Paulo - SP
Tel.:
(OU)
223-6522
Rua Dias Ferreira nO417 - Loja Parte
22431-050 - Rio de Janeiro - RJ
Te .: (021) 259-8946
Conselh o e ditorial:
Celso Furtado
Fernando Gasparian
Roberro Schwarz
Rosa Freire D'Aguiar
1996
.Irnpresso no Brasil
P rin te d in Br az il
SUMÁRIO
I. A
profecia do colapso ~.~ ~ .
7
A evolução estrutural do sistema capitalista........ 15
\. As grandes empresas nas novas relações
centro-periferia 43
Opções dos países periféricos ~ ,
67
U mito do desenvolvimento econômico .
79
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;
1
A PROFECIA DE COLAPSO
Os mitos têm exercido uma inegável influência so-
hn -
a mente dos homens que se empenham em compre-
1'lItlcr a realidade social. Do
bon sClIIVClge,
com q.ue sonhou
J { ousseau, à idéia milenar do desaparecimento do Esta-
.111,crn Marx, do princípio
populacional
de
Malthus à
•ourcpção walrasiana do equilíbrio geral, os cientistas
li
I,IIS têm sempre buscado apoio em algum
postulado
I nr.uzudo num sistema de valores que raramente che-
11111cxplicirar, o mito congrega um conjunto de hi-
1,,11.:ws que não podem ser testadas. Contudo essa não é
1i11111
di culdade
maior, pois o
trabalho
analítico se rea-
li I I' ll 11m nível muito mais próximo da realidade. A
111111,1111I'incipal do mito é orientar, num plano inruiti-
I 1Iunvrrução daquilo que
Schumperer
chamou de
vi-
.10
1'1()(
('SSO
social, sem a qual o trabalho analítico
1 0 1 , ,
1101uulqucr sentido. Assim, os mitos operam como
lIii~1111'rluminarn o campo de percepção do cientista
111 1111111 indo-I he ter uma visão clara de certos pro-
1I11L1~I II.1d,1V('I'
de
outros, ao mesmo tempo em que
hfllli
1'1'111'1II a c onforto intelectual, pois as discrimina-
7
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ções valorativas que realiza surgem no seu espfritocorno
um
reflexo
da realidade objetiva.'
A literatura sobre desenvolvimento econômico do
último quarto de século nos dá um exemplo meridiano
desse papel diretor dos mitos nas ciências sociais: pelo
menos
90%
do que aí encontramos se funda na idéia, qu
se dá por evidente, segundo a qual o desenvolvim ento econõ
mico,
tal qual vem sendo praticado pelos países que lidera
rarn a revolução industrial, pode ser universalizado. Mai
precisamente: pretende-se que os padrões de consumo d
minoria da humanidade, que atualmente vive nos paíse
altamente industrializados, são acessíveis às grandes mas
sas de população em rápida expansão que formam o
cha
mado Terceiro Mundo. Essa idéia constitui, segurament
uma prolongação do mito do
prog resso ,
elemento essenci
na ideologia diretora da revolução burguesa, dentro d
qual se criou a atual sociedade industrial.
Com o campo de visão da realidade delimitado
essa idéia diretora, os economistas passaram a dedicar
melhor de sua imaginação a conceber complexos esquem
do processo de acumulação de capital no qual o impu
dinâmico é dado pelo progresso tecnológico, enteléq
concebida fora de qualquer contexto social. Pouca ou
nhuma atenção foi dada às consequências, no plano cult'
ral, de urncrescimenro exponencial do estoque de capi
As-grandes metrópoles modernas, com seu ar irrespirãv
8
crescente criminalidade, deterioração dos serviços públicos,
ruga da juventude na anticultura, surgiram como um pesa-
(Ido no sonho de progresso linear em que se embalavam os
I
eóricos
do crescimento. Menos atenção ainda se havia dado
dO
impacto no meio físico de um sistema de decisões cujos
objerivos últimos são satisfazer interesses provados. Daí a
uritação causada entre muitos economistas pelo estudo T he
tnmts to G rounb ,
preparado por um grupo interdisciplinar,
110M.I.T., para o chamado Clube de Roma.?
Não se necessita concordar com todos os aspectos
1111'1dológicos desse estudo, e menos ainda com suas con-
, hl1lÍt'S,para perceber a importância fundamental que tem.
1,1',1\'11\I ele foram trazidos para o primeiro plano da dis-
'11'.-.;111roblemas cruciais que os economistas do desen-
, \ 1111(-llrOconômico trataram sempre de deixar na som-
'-li ,LI primeira vez dispomos de um conjunto-de dados
,, ',(111IIVOS de aspectos fundamentais da estrutura e
I. IPII1I'I~tendências gerais daquilo que se começa a
cha-
1101,~IHII'll1aconômico planetário, Mais ainda: dispo-
,,' 01, 11111onjunro de informações que nos permitem
1IIIItI,II,dgllll'las questões de fundo relacionadas com o
..111111
II~
luunados países subdesenvolvidos.
, 11111'1 dt a prática: de construção de modelos re-
1111111\111\llI cst rurura e do funcionamento a curto
11;\' 1I1,lIld.,\ronjuntos de atividades econômicas não
I 1 I ih 1/1111111111'('lltlbi It éon om iq ue dos fisiocratas fran-
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ceses e as matrizes de Leontieff decorreram dois séculos
.
'
durante osquais algo se aprendeu sobre a interdependênci
das atividades econômicas. No último quarto de século:
foram elaborados complexos modelos de economias nacio
nais de dimensões relativamente reduzidas, mas arnpl
mente abertas ao mundo exterior, como a da Holanda, o
de amplas dimensões e mais autocenrradas, como a d
Estados Unidos.
O
conhecimento analítico ptoporcion
do por esses modelos permitiu formular hipóteses sobre
comportamento a mais longo prazo de certas 'variávei
particularmente da demanda de produtos considerados
valor estratégico pelo governo dos Estados Unidos. ~
estudos puseram em evidência o fato de que a econom
--nãrte-americana tende a ser crescente mente dependente.
~c~s não renováveis produzidos fora do país. E es
seguramente, uma conclusão de grande importância, q
está na base da política de crescente abertura da econo
dos Estados Unidos e de fortalecimento das grandes e
presas capazes de promover a exploração de recursos na
rais em escala planetária. As projeções a mais longo
p
feitas no quadro analítico a que acabamos de nos refe:
baseiam-se implicitamente na idéia de que a fronteira
terna do sistema é ilimitada. O conceito de reservas di
micas, função do volume de investimentos programad
de hipóteses sobre o progresso das técnicas, serve
tranquilizar os espíritos mais indagadores. Como a po
.
m de defesa dos recursos não reprodutíveis compete aos go-
v emos e não às empresas que os exploram, e co~o as infQE-
maçõese a.c~pa.::idadepara ~r:~~las estão princi~~nte
com as empresas, o problema tende a ser perdido de v~
A
lmportâncla do estuclo feftZ p-;:rao CIube de Roma
dl'riva exatamente do fato de que nele foi abandonada a
lupórese de um sistema aberto no que concerne a fronteira
.IIIS recursos naturais. Não se encontra aí qualquer' preo-
• Ilpil<;iiocom respeito à crescente 'dependência dos países
di .un enre industrializados vis-à-vis dos recursos naturais
.1 11 ,
.k-mais países, e muito menos com as consequências
,.,11,1
vstcs últimos do uso predatório pelos primeiros de
I i ,
1((
ur sos .
A novidade está em que o sistema pôde ser
, •• 1,11.111
em escala planetária, numa primeira aproxima-
i., 1111que se refere aos recursos não renováveis. Uma vez
11 0, 11 (I sistema, os autores do estudo formularam-se a
1111111'
quesrão:
que
aconrecerã
se o desenvolv im en to e co nô-
1
1011
',\ ()
qual e~tão sendo mobilizados todos os povos --
I I
I, I 1,\, c
I\('gar cfetivamen te a concret.íZãf:~ se as
',11 11I1'I1I:1S'
de vida-dos povos ricos chegarem efetiva:
, I 1 I1 1 1
v('rsalizar-s'e?Ã respo~ pergunta é da-
I ' llg
iidades: se' tal acontecesse, ~são sobre
11/ ' '' ', lI,io
r('novávCi:seapolu~rne.iD alll'Qj~,ü~
' 1.1, /111
ordem (ou, alternativamente, o custo do con-
c I . 1 I
dlll,.io
scriã tã o eTevãcTõ)
lieõS istemã
econô-
, 11 11 111 .11. l'lltf<lria necessaria.meIl..t.eem
ÇõIãõ;;:;---
10
1 1
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Antes de considerar que significado real cabe atri
buir a' essa profecia, convém abordar um problema mai
geral, que o homem moderno tem tratado de eludir. Refi
ro-me ao caráter predatório do frocesso de civilizaçã
particularmente da variante desse processo engendrada pe
revolução industrial. 1 \. evidência à qual não podemos e
capar é que em nossa civilização a criação dS f,a Jor ecoa
mico provoca, na grande maioria dos casos, process
.-:--
irreversíveis de de radação do mundo físico. O economi
ta imita o seu campo de o servaçao a processos parciai
pretendendo ignorar que esses processos provocam cre
cenres modificações no mundo físico.
3
A maioria
deh
transforma energia livre ou disponível, sobre a qual o h
mem tem perfeito comando, em energia não disponív
Demais das conseqüências de natureza diretamente e
nômica, esse processo provoca elevação da temperat
média de certas áreas do planeta cujas conseqüências a
longo prazo dificilmente poderiam ser exageradas.
atitude 'ingênua consiste em imaginar que problemas de;
ordem serão solucionados necessariamente pelo progre
recnológico, como se a atual aceleração do progre
tecnológico não estivesse contribuindo para agravá-
Não se trata de especular se teorica m en te a ciência e a
r é
ca capacitam o homem para solucionar este ou aquele
blema criado por nossa civilização. Trata-se apenas de
conhecer que o que chamamos de criação de valor econô
It'm
como contrapartida processos irreversíveis no mundo
((sico,cujas conseqüências tratamos de ignorar. Convém não
IlC'rclerde vista que na civilização industrial o futuro está
'111
grande parte condicionado por decisões que já foram
uunadas no passado e/ou que estão sendo tomadas no pre-
111(' em função de um curto horizonte temporaL:\. medi;:
I,1 ,t'm que avança a acumulação de capital, maior é ~
11 ,'rclt'peiiaêii'C.íãéntre o futuro e o passado. Conseqüenre-
li' '111(', aume~taJa inéwia do sistema, e as cop;~çõesde rumo
111 11.111 1 -se
mãlSTentas ou exigem maior esforço:.-
l3
2
' 1'11
propósito abordar aqui a episternologia das ciências soei-
11(_ · 1, I )dlhey , sabemos que as ciências sociais cresceram no meio
I,
i
rill lil .I VIII,, (cf. Wilhelm Dilrhey, lnt rod uction /'étude des sci ence s
, I N , 1<) 012 ,1'.34 ). E Max Weber d~monstrou claramente como
1' 1'111111 '11111111 a explicação compreensiva e a compreensão
111 111 1- ' IIII~processos sociais. O mito introduz no espírito um ele-
111, 11 1 I 1111nudor que perturba o'aro de compreensão, o qual consis-
11111
I
\lVl'lwr,
('I
captar por interpretação o sentido ou o conjun-
1111 ,11 I V II '1' ' 1(' rem em vista (cf. Max Weber, Economte et
Sociéte,
1'1
I
I
I, I', H),Veja-se também J . Freund, L e s
théories
e le s
sciences
1 1 11_, I
li I.
I 1I
Ml'lldIllVH,
Dcnnis L. Meadows, jorgen Randers, William
1I.I'i i 111 111 ,
lir Ltmlt
til
Grounb
Nova York, 1972. -E, para a
Imll ,
\VI 1
1
1111 '1( '1', \\ 'Io rld D ynami cs,
Carnbridge, Mass., 1971.
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; . Um
dos poucos economistas que se têm preocupado seriamente co
esse problema, o professor Georgescu-Roegen, nos diz: Alguns econo
mistas têm-se referido ao faro de que o homem não tem capacidade pa
criar Ou destruir matéria ou energia - verdade que decorre da Primei
Lei da Termoclinâmica. Contudo nenhum dentre eles parece haver-
colocado a seguinte questão: em' que então consist~ um 'processo ecoru
rnico? ... Consideremos o processo econômico como um rodo
observemo-Io estritamente do ponto de vista físico. Vê-se de imedia
que se trata de um processo parcial, circunscrito por uma fronteira at
vês da qual matéria e energia são inrercambiadas com o resto da unive
so material. A resposta à questão em que consiste esse processo é si
pIes: ele nem produz nem consome matéria-energia; limita-se a absorvi
e a rejeitar matéria-energia de forma contínua. Podemos e sra n certos
que mesmo o mais ardoroso partidário da tese segundo a qual os rec
50S naturais nada têm a ver com a criação de valor concordará finalme'
em que existe alguma diferença entre o que entra e o que sai do-prece
referido ... Do pOntO de vista da rermodinâmica, a matéria-energia en
no processo econômico num escada de
b aixa entrop ia
e sai
-dele
n
estado de
alt a
estrop ia , Cf. Georgescu-Roegen, N., Th e En trop »
aitd tb e E co nom ic P rob lem , conferência pronunciada na Universidade
Alabama, 1970. Veja-se também, do mesmo autor,
T b e Entropy Lau/ a;
the E cono m ic
Pr ocess, Carnbridge, Mass., 1971.
r4
2
A EVOLUÇÃO ESTRUTURAL
DO SISTEMA CAPITALISTA
As elucubrações sobre o destino de nossa civiliza:ção,
f.1 ~ (
inantes que ocasionalmente pareçam, são de redu-
11111 uupnct o sobre o espírito do homem comum.
A
psi-
,,jII J.lj,1 humana
é
tal que dificilmente podemos nos con-
• 1111.11 por muito tempo em problemas que superam um
'' ' .'11111('
trmporal relativamente curto. Meu objetivo é
'.1.11.
I
IIllll,ldo
e preciso e pode ser sintetizado em uma per-
'1111.1 '.lllIpk's:
que opções se apresentamaos países que
li(
I 1111 ,I ddormação d.o subdesenvolvimento, em face
, I
1'1 r~1 111('.~
Icndências do sistema capitalista? De que
ili 0.11' VI' 11() estudo a que antes nos referimos pode ter
I >11111,11
\~,I exploração do futuro?
11o'~ 111 Ic)~: (). temos de reconhecer o irrealismo do mo-
11,111 .1,1
pura projetar a economia mundial e, conse-
111 i11 11/1, \ 1
irrelevância das conclusões cataclísmicas
II , t o L C ,(li
11
o admitir que um modelo baseado na
.,111 01 cuuiportamenro histórico das atuais econo-
1110 I1I Illl ltI c:'-lId ll~ ('
na presente estrutura destas possa
I 111 1 11) 1111
II~
tendências a longo prazo do preces-
11 li 1111/1 I 'II~, I( )
('Jl1
escala planetária? Com efeito, a
1 5
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.10fenômeno do subdesenvolvimenro. A ela se deve a con-
Iusão entre economia subdesenvolvida e país jovem ; e a
1'1.1e deve a concepção do desenvolvimento como uma
('qliência de fases necessárias, à Ia Rostow.
Captar a natureza do subdesenvolvimento não é
111'1'(~1ácil: muitas são as suas dimensões, e as que são
fll
i
lrncnte visíveis nem sempre são as mais significat i-
\'1
1
\ Mas se algo sabemos com segurança é que subde-
• nvolv i
rnenro nada tem a ver coin a idade de uma so-
, i,· . ,I. ('ou de um país. E também sabemos que o pa-
IIIIIIII 'Opara medi-Io é o grau de acumulação de capi-
11111'1I .r c l o aos processos produtivos e o grau de acesso
fI
111''''11.''de bens finais que caracterizam o que se
' 11'.'111nflou chamar de estilo de vida moderno. Mes-
lI
P,'I
n observador superficial parece evidente que o
••Iodlliuvolvirnenro está ligado a uma maior herero-
110 .1 .1,
v ruol
ógica, a qual reflete a natureza das
re -,
, Ir-runs desse tipo de economia.
11111111c1nbservamos de forma panorâmica a econo-
i I 1I11111.1,,1 o correr do século XIX,particularmente
111 Iollllclllmetade, percebemos que as enormes trans-
lU 111idus ordenam-se em torno de dois pro-
11I1I11I'i0diz respeito a uma considerável acele-
O
I1
I
1111'111,III\iIOe capi tal nos sistemas de produção,
11110111,I\1111,\ão menos considerável inrensifição
1011111li' III1I'I'IIII(iollal.Ambos os processos engen-
estrutura do modelo se funda na escrita observação do bloc
de economias que lideraram o processo de industrializ
ção, que puderam utilizar os recursos naturais de m
fácil acesso e que lograram o conrrole de grande parte d
recursos não renováveis que se encontram nos países su
desenvolvidos.' Não se trata aqui de simplificação me
dológica, de primeira aproximação a ser corrigida quan
se disponha de informações complementares. Trata-se s i
plesmente de uma estrutura que reflete uma observaç
inadequada da realidade, portanto inservível para pro
rar qualquer tendência desta última.
A questão que vem imediatamente ao espírito
seguinte: dispomos de suficiente conhecimento da esc
cura da economia mundial (ou, simplesmenre, da do C I
junco das economias capitalistas) para projetar tendên
significativas da mesma a longo praza.? Mesmo que
estejamos dispostos a dJr uma irrestrita resposta afirm:
va a essa questão, não podemos deixar de reconhecer
existe ampla informação sobre o processo de industri
zação
em países de diversos graus de desenvolvimento
nômico. Porque dispomos dessa informação, já não é
sível aceitar a tese, esposada pelos autores do esc
segundo a qual à medida em que o resto da econo
mundial se desenvolver economicamente, ela seguirá
sicamente os padrões de consumo dos Estados Unido;
A aceitação dessa doutrina implica ignorar aespecifici
16
L 7
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drararn aumentos substanciais da produtividade do fa-
tor trabalho, dando origem a um fluxo crescente de ex-
cedente que seria utilizado para intensificar ainda mais a
acumulação e para financiar a ampliação e diversificação
do consumo privado e público.
Como
foi apropriado esse
excedente e como foi orientada sua utilização constituem
o problema fundamental no estudo da 'evolução do ca-
pitalismo industrial em seu processo de amadurecirnen-
to. Durante uma primeira fase, grande parte do referido
excedente foi canalizado para a Grã-Bretanha, transfor-
mando-se Londres no centro orientador das finanças do
mundo capitalista. Financiando os investimentos infra-
estruturais em todo o mundo em função dos interesses
do comércio internacional, a Grã-Bretanha promoveu
consolidou a implantação de um sistema de divisão in-
ternacional do trabalho que marcaria definitivamente
evolução do capitaiisrno industrial. Esse sistema favo-
receu a concentração geográfica do processo de acumu-
lação de capital, pelo simples fato de que, em razão da
economias externas e das economias de escala de produ-
ção, as atividades industriais - às quais correspondia
d
setor da demanda em mais rápida expansão - tendem
aglomerar-se.
A reação contra o projero-britânico de economia m~n·
diallogo se faz sentir. A segunda fase da evolução do capi-
talismo industrial está marcada por essa reação: é o período
18 19
d e ronsolidação dos s iste ma s ec on ôm ic os n acionais dos países
1111 [ormariam o clube das economias desenvolvidas no sé-
•1110,11Ia .A forma como ocorreu essa tomada de consciên-
I
r . r
runstitui capítulo fascinante da história moderna, mas é
111,111'11<1ue escapa a nosso interesse imediato. Basta assina-
L
'1 l ', em toda parte, o êxito da reação esteve 'ligado a
11111.1l'lllralização das decisões econômicas bem maior do
1 111'I lt'laque havia conhecido ,o capitalismo industrial
11111111111)em sua fase de consolidação. Em algumas partes,
I 11111101entralização seria obtida por meio da preerni-
I 111.1dll sistema bancãrio, o qual conheceria importante
.llIl,lIlesrrutural; em outras, o Estado nacional assumiu
lllilis amplas na direção do processo de acumula-
1'111oela parte essa orientação levou a alianças de elas-
IIII'0S sociais - burguesia industrial, comercial e
Illill1;'1101,roprietários rurais, burocracia estatal - em
IIli
d,
11111projeto nacional , com repercussões signifi-
1\ I' uu rvolução do capitalismo industrial. Ao passo que
1,1, Ittll.il1il.1o comércio internacional crescia mais rapi-
IIJ1110111\lIl' a produção no centro do sistema, a tendên-
'•• 1111'1111'm
se-ntido
inverso.
A
evolução dos termos de
11011111.111('tH\(' a ser desfavorável à periferia do sistema
I~I I. o j1llrSeS fornecedores de produtos primários-
1I11111111~.11I0111nua a concentrar ..se no centro, agora
H~I
i
10111111111rupo de países em distintos graus de
Imlllllll I~ Por outro lado, a nova forma assumida pelo
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capitalismo - maior centralização de decisões no plan
nacional-.facilita a concentração do poder econômico e
emergência de grandes empresas, Os mercados internacio
nais tendem a ser controlados por grupos de empresas
cartelizadas em graus diversos,
Por que este e não aquele país passou a linha
demar
catória e entrou para o clube dos países desenvolvidos ness
segunda fase crucial da evolução do capitalismo industri
al, que se situa entre os anos 70 do século passado e
primeiro conflito mundial, é problema cuja resposta per:
tence mais à História do que à análise econômica, Em
D e
nhuma parte essa passagem ocorreu no quadro do laisse.
faire:
foi sempre o resultado de uma política deliberad
mente concebida com esse fim, O que interessa assinalar
que a linha dernarcarória tendeu a acentuar-se, Como
industrialização em cada época se molda em função
d
grau de acumulação alcançado pelos países que lideram
processo, o esforço relativo requerido p.ara dar os prime
ros passos tende a crescer com o tempo, Mais ainda:
vez que o atraso relativo alcança certo ponto, o process
de industrialização sofre importantes modificações qual
tativas, Já não se orienta ele para formar um sistema eo
nômico nacional e sim para completar o sistema econôm
co internacional. Algumas indústrias surgem integradas
certas atividades exportadoras, e outras como cornplemen
de atividades importadoras, De uma forma ou de out
.1.1\ampliam o grau de integração do sistema econômico
uru-rnacional. Nas fases de crise deste último, procura-se
,.'\,11I r o conteúdo de importações de certas atividades
lI\lh'~1riais, o que leva ocasionalmente à instalação de in-
.111\1llS integradoras do sistema econômico no nível naci-
',, .tI Assim, por um processo inverso, através de um es-
11 ',11p.ira reduzir a instabilidade resultante da forma de
111 ,,10 nn economia internacional, molda-se um sistema
IIldll',l' íul com um maior ou menor 'grau de iaregração.
I I N S ( '
sistema industrial' formado em 'torno de um
IIIII'f,Ido previamente abastecido do exterior, vale dizer,
111'.1 ,,011,1110elo processo de substituição de 'importa-
, p('dfico das economias subdesenvolvidas, Apre-
1[ • ,11.11crfsticas próprias que devem ser ridas em con-
111I' tlqucr exercício de projeção do conjunto da
11I'lili,1mundial. Para compreender o que há de pró-
llll III·~.I
IIOVO
tipo de industrialização, é necessário dar
11I11I1'j '~M IS atrás e refletir sobre a simação daqueles
lI ilijlllllll~ (onômicos que se integraram ao sistema
I'lillll~' iuu-rnacional, na fase de hegernoniabrirânica,
1111,111(1 ,1111orno exportadores de produtos primá-
111III~.,~\lhSI'(liicntc de ampliação do centro do siste-
I~,', 111111m ias, os incrementos de produtividade
lill Iillld,lIlll'llIalmente de expansão das exportações
t ,
1'1'1(''.~IId,' .uumulação e dos avanços tecnológicos
1111\1oIllh Vllfll110 centro do sistema essa acumula-
2 1
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ção ,
Tratava-se de incorporar recursos produtivos
su bu r
lizados ou recentemente adquiridos, como no caso da
rn ã
de-obra imigrante, a um sistema produtivo que cresc
horizontalmente. Esses aumentos de produtividade deco
.rem do que em economia, a partir de Ricardo, se cha
de vantagens comparativas . A doutrina liberal, med
ante a qual os ingleses com tanta convicção justificaram
seu projeto de divisão internacional do trabalho, apoia
se nessa
lei
das vantagens cornpararivas.
Que países - com abundância de terras não urili
das e a possibilidade de receber imigrantes (ou de uriliz
mais intensamente uma mão-de-obra integrada num si
tema pré-capiralisra) - hajam optado pela via de meu.
resistência das vantagens comparativas não é de surpre
der. Afinal de contas, a Grã-Bretanha também estava
rando pelas vantagens comparativas quando reduzia a p
ca coisa a sua agricultura e se concentrava .na
in dúsrri
mesmo na produção de carvão, que em pane exportava.
que cria a diferença fundamental e dá origem à linha di
sória entre desenvolvimento e subdesenvolvimento
orientação dada à utilização do excedente engendrado p
incremento de produtividade. A atividade industrial t,
de a concentrar grande parte do excedente em poucas m
e a conservá-Ia sob o
controle
do grupo social direrarne
comprometido com o processo produtivo. Por outro I
como o capital invertido na indústria está sendo const
I' 1111'111('enovado, aporra fica permanentemente aberta
1 11'\1I introdução de inovações. Dessa forma, um sistema
111.111\1
iu l
tende a crescer por suas próprias forças, a me-
''' . 'JlIl' seja submetido a insuficiência de demanda eferi-
, hpl ica-se, assim, que aqueles países que procuraram
, 11.1111111istema econômico nacional, na segunda fase da
\ III~,II) do capitalismo industrial, hajam protegido ati-
1,1.1.I~ grlcolas e outras, que não ofereciam vantagens
11
1111,,11.11vas . Mediante essa proteção eles asseguravam
I. 11 11101,,11)setor industrial, compensando amplamente
'I 11I'II'lIll·lltOS de produtividade neste setor o que per-
Iloi 1111.1\
k -mais
atividades protegidas .'
N ,,·
1'.líSl·Sem que as vantagens comparativas assu-
li]
ti
111I11101
e
especialização na exportação de produtos
11i.11111,
pill'I icu larrnenre
os produtos agrícolas), o ex-
i r
1111' llIlollal assume a forma de um incremento das
10,
li '.
Corno a especialização não requer nem im-
1111 1I11~'(ksnos métodos produtivos, e a acumula-
; . r l I :11
I
1f11recursos locais (abertura de terras, es-
, ~IIII~(j('S rurais, crescimento ele rebanho etc.),
11\11111\111upncidade para importar permanece dis-
I I' I , ~I
1
11I
iI izado
na aquisição de bens de consu-
, 1111111,1,
o
pr-lo
lado da demanda ele bens finais
IIWIIIII '1111
I'~~\'S
pa íse s se inserem mais profunda-
1111Ivili/' .IIO
uu lu st rial.
Esse dado é fundamental
Ilil'l clloIl'l () svnt
ido
que neles tomará, em fase
.~
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subseqüente, o processo de industrialização. Não é min
intenção abordar aqui, em detalhe, o problema
especificidade dessa industrialização fundada na chama,
substituição de importações ; Iirnirar-rne-ei á assina.
que ela tende a reproduzir em miniatura sistemas ind
triais apoiados em um processo muito mais amplo de ac
rnulação de. capital. Na prática, essa miniaturização ass
me a forma de instalação no país em questão de uma sé
de subsidiárias de empresas dos países cêntricos, o q
reforça a tendência para reprodução de padrões de cons
mo de sociedades de muito mais elevado nível de ren
média. Daí resulta a conhecida síndrome de tendênci
concentração da renda, tão familiar a todos os que es
dam a industrialização dos países subdesenvolvidos,
A rápida industrialização da periferia do muni
capitalista, sob a direção de empresas dos países cênrric
que se observou a partir do segundo conflito mundi
corresponde a uma terceira fase na evolução do capit
mo industrial. Essa fase se iniciou com um processo
integração
das economias nacionais que formam o cerr
do sistema. Da formulação da Carta de Havana e cri
do GATT ao Kennedy Round, passando pela formação'
Mercado Comum Europeu, foram dados passos consid
veis no sentido de estruturar um espaço econômico u
cado no centro do sistema capitalista.
O
movimento
capitais, dentro desse espaço em vias de unificação, ale
111volume considerável (principalmente dos Estados
11110111'Iara a Europa ocidental, mas também, em fase
hll~ 1('(ente, em sentido inverso), o que permitiu que
1.11•lr'~r-mpresas se implantassem em todos os subsisternas
I ' IIlIhll~ e também que as estruturas oligopolisras vies-
III ,I .r1I1;lnger o conjunto desses
subsisternas.
A forma-
I 1'.111r da segunda metade dos anos
.60;
de um im-
, ltI mercado internacional de capitais constitui o
'1iii IIIIIIIO des se processo, pois permite às grandes em-
I , lil u r.ir-se de muitas das limitações criadas pelos
11-1,1',111
1
icrãrio s e financeiros nacionais.
1) ~NiI forma, os sistemas nacionais, que constituí-
I liI,1I1II~dclimitadores do processo de industrializa-
I
unu-rior, foram perdendo individualidade no
I oI .I· ,II'lIIa capitalista, sem que surgisse clararnen-
, 11101111para substituí-Ios. Tendeu a criar-se uma
h, IIlgllllHt forma similar
à
que-prevalecia na épo- '
PU II ( ;
III
Brctanha era sozinha o centro do sistema
I
_ l i' 1)'1mesma [arma que o empresário inglês, que
ÍlIVII11101'11rojeto na Ciry, se sentia livre para locali-
1\,11IIIvlthld(' em qualquer parte do mundo, a filial
1101'\
un rl
dI' lima empresa americana ou italiana que
I 1,1di, 1.1I111·lIlburgoou da Suíça também se sente
1::111111111111111impliar suas atividades neste ou na~
lU
1IIIIIIIrIIl1ldosc da forma que lhe convém, em
111 , r C l I I I 'rI l S objetivos de expansão, A diferen-
24
5
7/17/2019 O Mito Do Desenvolvimento Econômico
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ça com o antigo modelo britânico está em que o ernpre
rio individual foi substituído pela grande empresa.
Se encontramos similitudes com o antigo mod
britânico, cabe reconhecer que também são signif.ic
vas as semelhanças com o capitalismo da fase de cons
dação dos sistemas nacionais. Com efeito, foi no
qua
deste último que a grande empresa assumiu o pape
centro de decisão capaz de influir em importantes s
res de atividades econômicas. A grande empresa re
um grau de coordenação das decisões econômicas m
mais avançado do que aquele que corresponde aos
cados atomizados. Essa maior coordenação foi inicial
te alcançada mediante a tutela do sistema bancári
diretamente de órgãos do governo. Mas,
à
medida
que as·grandes empresas foram adquirindo marurida
foram se dotando de direções profissionais, rendera
desenvolver regras de convivência que permitiam a
ca do mínimo de informações necessárias para asseg
uma certa coordenação de decisões. Essa evolução s
inicialmente nos Estados Unidos, onde a grande riq
de experiência permitiu explorar múltiplas possibil
des. A tendência à concentração que criou em certos
mos situações de virtual monopéfio provocou reaçõe
versas de defesa do interesse público, como as
antitrusre do fim 'do século passado. Fechada a port
monopólio, foi necessário desenvolver formas de coo
.111mais sutis. O oligopólio constitui o coroarnento
I I'VOIIlÇão:ele permite que um pequeno grupo de
IlId , (jrmas criem barreiras à entrada de outras em
1111,11i'
til'
atividade econômica e administrem conjun-
110(111IISpreços de certos produtos, conservando, con-
lu,
umunornia financeira, tecnológica e adrninistrati-
Iclllliniscração dos preços cria vantagem relativa
uiprcsas que mais inovam tanto em processos
til
IVI quanto na introdução de novos produtos em
ti rilllll.I.]\l setor. A diferença da concorrência rradicio-
I
d I IIII'\ S, que se traduz em redução dos lucros,
11I,0I1111111linanceiro, fechamento de fábricas ou, no
1',111' imponha um monopolista, em elevação de
~.tO
de demanda, o mundo dos oligopó-
t 1111
hu
muito mais a uma corrida em que, sal-
111 nulos alcançam o-objetivo final, sendo mai-
11''1''IIS.Idos que chegam na frente.
É
um espor-
JI li Mí If'lll acesso campeões, como as finais de
1011'11,,1'1
111111111,11}. .opolistade coordenação de decisões,
11,1111IIIH'flexibilidade, pôde ser transplantada
ihl~OI~I1111nificad o que se está constituindo no
1.1til 11111.0.ll'icalista. Favorecendo por todas as
IHol\11,111, 1igopólio constitui poderoso instru-
I'tlll~[jIlI'1
ouôrnica.
Graças à liberdade de ação
111111ol\ r rrrn as oligopólicas, o comércio de
6
7
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, '.' ,', planejar a longo prazo. Demais, nesse tipo de
dlhll'liI ( o rnuito mais difícil manter ocultos os planos
1'11I1~li().Por último, .nas indústrias que produzem
''/:'.' homogêneos,
os custos de produção são
relativa-
li{
u.iusparentes, na medida em que as técnicas são
11111 ',I.IS.
É
natural, portanto, que hajam sido as
'1lfr~~iIN .lesse grupo as primeiras que se organizaram
foll'.llIlltllmL'nre como oligopólios, E foi a evolução
I'IIIA ,;'llll'i( o da empresa oligopólica internacional
Itiilll d, iusurnos industriais que deu origem a uma
fi 11.1\famílias de empresas -diversificadas, Com
'I 1I11'I1i,1I1ue as grandes empresas internacionais
1\'111 ando para administrar os preços dós me-
íi
f, 111I~(lS.tornou-se interessante para elas trans-
lilM~ 1 '11 1 grandes urilizadoras desses metais.
Ili io 11'\11,11Itr lplanejar a produção de cobre a lon-
, f I ,I 11t I'ss;~rio conhecer a evolução da economia
liilÍlIll (1111'xemplo. Daí a emergência de novas
Ip idlj\III't'>lio visando a coordenar a economia não
ji',ullllll, IIll1~ de um conjunto de produtos até
iltil wl .lllIlrvcis. Exemplo claro dessa evolução
'Irll _ III H,II'~ cornpanhias de petróleo: elas ren-
Ij
V i
I li
111111'
1'1'
no campo da petroquírnica e da
í'l itilhl
di' uulúst
rias que daí parte; mas rarn-
ll t1lfllll ill'.,.ILII'- ~l nos setores concorrentes, do
'1i,'1Jli ~I,1\1t111'11,
~
produtos manufaturados entre os países cêntricos-cres
com extraordinária rapidez no correr dos últimos de
nios. Por outro lado, a enorme capacidade financeira
essas firmas tendem a acumular leva-as a buscar a dive
ficação, dando origem ao conglomerado internacional,
é a forma mais avançada da empresa moderna,
À
primeira vista, pode parecer que a grande
presa deriva sua força principalmente das economia
escala de produção, Isso é apenas em parte verdade
economias de escala são fundamentais na metal urgi
química básica, papel e outras indústrias de proc
contínuo e também ali onde a mão-de-obra é urili
de forma intensiva e o trabalho pode ser
organizado
cadeia. Tudo isso responde apenas por lima parte do e
me processo de. concentração da indústria modera
sua grande força deriva de que ela trabalha em merc
organizados, está em condições de administrar os P
'e, portanto, de se assegurar aurofinanciarnento e
planejar suas atividades a longo prazo. Mas não ·há
da de que foram aS'indúscrias do primeiro tipo que
tirufram o campo experimental em que se
desenv
rarn as técnicas oligopolistas. Isso porque, on
economias de escala são importantes, as imobili
de capital são consideráveis, o 'que facilita a criaç
barreiras
à .
entrada de novos sócios no clube. So
quando essas barreiras são sólidas é possível admini
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Se observamos em conjunto as duas linhas de div
sificação, a vertical e a horizontal, vemos que uma emp
sa que se expande nessas duas direções tende a ser levad
controlar atividades econômicas na aparência toralme
desconectadas umas das outras. A partir de cerro mom
to, as vantagens da diversificação passam a ser estri ta
te de caráter financeiro, pois o excesso de liquidez de
setor pode ser utilizado noutro, ocasionalmente mais
nârnico. Ora, esse tipo de coordenação pode ser obtida
meio de instituições financeiras, por definição muito
flexíveis. Esse processo evolutivo tende, portanto, a
I
a uma coordenação financeira, através de instituições
cárias e semelhantes, e a uma coordenação oligopoli
no plano operacional.
As observações que vimos de fazer se baseiam na
servação da estrutura econômica norte-americana.
M
menos informação
dispomos
acerca das form~ que e,
assumindo os oligopólios no espaço econômico, mais
rerogêneo, em processo de unificação no centro da ec
mia capitalista. Sabemos, sim, que os recursos finance
postos à disposição das grandes empresas cresceram c
deravelrnenre, que os sistemas bancários nacionais e
peus passaram por um rápido e drástico process
reestruturaçâo em base regional e qlle o sistema ban
narre-americano se expandiu internacionalmente de
ma vertigínosa. Também sabemos que as grandes em
I I.111'Internacionalmente através de centros de deci-
I I •. 1,1 .ipnrn, em grande medida, ao controle dos go-
11.11
nuais
dos respectivos países.
\1I11I~'i'í()strutural dos países cênrr ico s teria ne-
'1\111' 1,· de repercutir nas relações econômicas in-
11'11,1 .
Neste
terreno, mais que em qualquer outro,
I, 'II'I'II'sa leva vantagem. Com efeito, somente ela
11, IIl1dl~<'ltSde administrar recursos aplicados si-
IHI'I I IIlt' em diversos países.
É
natural, portanto,
111f{,I\ 1Iunsações internacionais, organizadas por
I líllll~ que especulavam com estoques ou joga-
I'l'' ',''~Ik mercadorias, venham sendo progressi-
I h',lllIlÍdas por transações entre empresas per-
I 11111:I'UpO, cujas atividades estão articuladas.
l tlll 11'11.1\ ill ividades econômicas foram sendo or-
j,1~ I
IiIlO
dos países cêntricos para permitir um
11111hl\ 111vidades das empresas a mais longo
Iln 'J ,I 111'1ssidade dc também planejar as tran-
IIUIIoII11111111\ediante contratos de suprimento a
r,
Iml,dll\,flll de subsidiárias ou outras formas
~I
0
uuu l:
.uu'amente em
vári os
países e reali-
1I111'I'Ilolcionais entre m.embros de um
III , ~ }',Illild('s empresas tenderam a desenvol-
l:l~ 1111111.1\di' administração de preços, que
1111'ltil
,I
1111111
P'und e
disciplina dentro dos
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Se observamos em conjunto as duas linhas de div
sificação, a vertical e a horizontal, vemos que uma emp
sa que se expande nessas duas direções tende a ser levad
controlar atividades econômicas na aparência toralme
desconectadas umas das outras. A partir de cerro mom
to, as vantagens da diversificação passam a ser estri ta
te de caráter financeiro, pois o excesso de liquidez de
setor pode ser utilizado noutro, ocasionalmente mais
nârnico. Ora, esse tipo de coordenação pode ser obtida
meio de instituições financeiras, por definição muito
flexíveis. Esse processo evolutivo tende, portanto, a
I
a uma coordenação financeira, através de instituições
cárias e semelhantes, e a uma coordenação oligopoli
no plano operacional.
As observações que vimos de fazer se baseiam na
servação da estrutura econômica norte-americana.
M
menos informação
dispomos
acerca das form~ que e,
assumindo os oligopólios no espaço econômico, mais
rerogêneo, em processo de unificação no centro da ec
mia capitalista. Sabemos, sim, que os recursos finance
postos à disposição das grandes empresas cresceram c
deravelrnenre, que os sistemas bancários nacionais e
peus passaram por um rápido e drástico process
reestruturaçâo em base regional e qlle o sistema ban
narre-americano se expandiu internacionalmente de
ma vertigínosa. Também sabemos que as grandes em
I I.111'Internacionalmente através de centros de deci-
I I •. 1,1 .ipnrn, em grande medida, ao controle dos go-
11.11
nuais
dos respectivos países.
\1I11I~'i'í()strutural dos países cênrr ico s teria ne-
'1\111' 1,· de repercutir nas relações econômicas in-
11'11,1 .
Neste
terreno, mais que em qualquer outro,
I, 'II'I'II'sa leva vantagem. Com efeito, somente ela
11, IIl1dl~<'ltSde administrar recursos aplicados si-
IHI'I I IIlt' em diversos países.
É
natural, portanto,
111f{,I\ 1Iunsações internacionais, organizadas por
I líllll~ que especulavam com estoques ou joga-
I'l'' ',''~Ik mercadorias, venham sendo progressi-
I h',lllIlÍdas por transações entre empresas per-
I 11111:I'UpO, cujas atividades estão articuladas.
l tlll 11'11.1\ ill ividades econômicas foram sendo or-
j,1~ I
IiIlO
dos países cêntricos para permitir um
11111hl\ 111vidades das empresas a mais longo
Iln 'J ,I 111'1ssidade dc também planejar as tran-
IIUIIoII11111111\ediante contratos de suprimento a
r,
Iml,dll\,flll de subsidiárias ou outras formas
~I
0
uuu l:
.uu'amente em
vári os
países e reali-
1I111'I'Ilolcionais entre m.embros de um
III , ~ }',Illild('s empresas tenderam a desenvol-
l:l~ 1111111.1\di' administração de preços, que
1111'ltil
,I
1111111
P'und e
disciplina dentro dos
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oligopólios. o mesmo produto pode ser vendido a po
diversos em vários países, independenemente dos eu
locais de produção, e os preços praticados nas transa,
internacionais dentro de um mesmo grupo são fixados
do em conta as diversidades de políticas fiscais, os pro
mas cambiais etc, Essas técnicas são praticadas no qu
dos oligopólios, portanto não devem desorganizar os
cados nem impedir o crescimento destes. O interesse
ticular que apresenta o seu estudo reside em que elas
mirem entrever a verdadeira significação da gr
empresa dentro da economia
capitalista
moderna.
O traço mais característico do capitalismo na su
evolutiva atual está em que ele prescinde de um Es
nacional ou rnulrinacional, com a pretensão de esta
cer critérios de interess e g er a disciplinadores do conj
das atividades econômicas. Não que os Estados se pre
pem menos, hoje em dia, com o interesse coletivo. A
da que as economias ganharam em estabilidade, a aç
Estado no plano social pôde ampliar-se. Mas: como
a estabilidade quanro a expansão dessas economias de
dem fundamentalmente das transações internacio
estas estão sob o controle das grandes empresas, as
ções dos Estados nacionais com estas últimas tende
ser relações de poder. Em primeiro lugar, a grande e
sa controla a inovação - a introdução de novos pr'
e novos produtos - dentro das economias nacionais
11·01111'1principal instrumento de expansão internacio-
I rru \C'gllndo lugar,' elas são responsáveis por grande
I,i\ Ir.m sações internacionais e detêm praticamente
111l IIV,1esse terreno; em terceiro lugar, operam inter-
' lnIIlIlIlIL'sob orientação que escapa em grande parte
t i~ l.lcI,1
de
qualquer governo; e, em quarto,
màn-
lillll /:I,IIII t'liguidez fota do controle dos bancos cen-
111,lI1Iacesso ao mercado financeiro internacional.
liWdl~~L'mosno parágrafo anterior deve ser en-
II,t , IIfIlOdeclínio da atividade política, mas como
111,1 111das funções dos Estados e emergência de
111,1I, organização política, cujo perfil ainda se
li1111111N ão se necessita muita perspicácia para
1111,I p.ur ir do segundo conflito mundial, o sis-
I1~101perou com unidade de comando políti-
11111111istema unificado de segurança.
A
exis-
1,11Vilunidade de comando polírico se deve
III~II\II.,Wdas economias da Europa ocidental
llilll (.,~()de descolonização , a organização
C 1.11111111uropeu, a ação persistente doGATr
I, .jjlfllltl11('11o tarifário, os grandes movirnen-
ILI iJlIf'fU'l'llIiriram às grandes empresas adqui-
111
1
11(1,1I11('rllaçional,a aceitação do padrão-
1i1'~lllIillldo antigo padrão-ouro. A çlificul-
li
li) ' ''',\(' pnKCSSO está em que o raciocínio
li li I IWII 1I0S ajuda neste caso. É perfeita-
32
B
7/17/2019 O Mito Do Desenvolvimento Econômico
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1.1n.1 0 se ligou a um projeto definido em termos de
I' rn'.I· \ uunc-americanos: foi apresentada como um ins-
IlIi, 11111lt, defesa da civilização ocidental , o que, para
pr.~111.~. confundia-se em grande medida com a defe-
111_ 1111 1 capitalista, Criou-se, assim, uma superes-
m.1
1 llllIm em nível muito alto, com a missão princi-
I .I d . -.1111\11Iiro terreno ali onde os resíduos dos antigos
III~li,
101I1;lispersistiam em criar barreiras entre os
1I , 11\1rução
estrutural
operou-se a partir da eco-
IlIiI'fll,& ional. No plano interno, os Estados nacio-
p Io .1111a sua atuação para reconstruir as infra-
ili\_1
uu uk -rniz ar
as instituições, intensificar a
I~íll, .n nplia r a força de trabalho etc, Tudo isso
ti.
IV,. c'lltcmente, para reforçar a posição das
li'l 11,'\,1\ dentro de cada país. Mas foi a ação no
III,H111111\1,romovida pela superestrutura polí-
1Iq 111I pllrta às transformações de fundo, traz~n-
IIdru I IlIllIC'sas para uma posição de poder
vis -à -
1111111\1\1(nuuis. '
11111 111,1111
o
ct-nrro do sistema capitalista cons-
I 11&1111111,1mais importante conseqüência do
11&111111uuu
l iul.
Esse centro se apresenta, hoje
lliflii 11111IIIIJlltlto de cerca de
800
milhões de
'1'lold.o pnl(tico consiste num regime de
111111
i
nnrt
t'
umericano, dentro do qual os
\till,,1 lllll' I1.llinda que em graus diversos, de
34
mente claro que a tutela política norte-americana foi
resultado natural do último conflito mundial. Q
maior sacrifício humano e econômico nesse conflito
cabido à União Soviética e que a destruição do poder
Iitar e político da Alemanha e do Japão haja benefic
os Estados Unidos dentro do campo capitalista são d
da história que devemos aceitar como tais. O que inr
sa assinalar é que, esrabelecida a preeminência pol
norte-americana, criaram-se condições para que se des
profundas modificações estruturais no sistema capital
Não se pode afirmar que essas modificações hajam
desejadas e muito menos planejadas pelos centros p
co s
ou econômicos dos Estados Unidos. A verdade é
delas resultou um crescimento econômico muito rnai
tenso e uma elevação de níveis de vida relativamente
to maior na Europa ocidental e no Japão. Aparentem
os norte-americanos superestimaram a vantagem rei
que já haviam obtido no campo econômico, ou supe
maram as ameaças de subversão social e a capacid
União Soviética para ampliar a sua esfera de influê
Em todo caso, eles organizaram um sistema de segu
abrangente do conjunto do mundo capitalista e por
forma exerceram uma efetiva tutela política sobre os
dos nacionais que formam esse mundo.
É possível que a tutela polftica norte-americana
sido facilmente aceita pelo fato de que, no plano ec
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considerável autonomia. Nada parece impedir que
trutura superior de poder evolua numa ou noutra
d in
seja para reforçar ainda mais a posição norte-ameri
seja para admitir uma certa participação de outros
dos nacionais. Também não se exclui a hipótese d
um detern';inado Estado nacional procure aumentar
autonomia. O problema principal que se coloca nes
timo caso é de relações com as grandes empresas. E
meiro lugar, as grandes empresas do próprio pais, as
Já não poderão operar com a mesma flexibilidade d
dos oligopólios internacionais e, muito provavel
perderão terreno para as suas rivais ou passarão, P
mente, para o controle de uma subsidiária localiza
outro país.
O
produto
bruto
do centro do sistema capir
supera de muito, no começo dos anos 70, 1,5 rrilh'
dólares. O acesso a esse imenso mercado, caracteriza,
considerável homogeneidade nos padrões de cons
constitui o privilégio supremo das grandes empresas.
tro desse vasto mercado, a chamada economia ine
cional constitui o secor em mais rápida expansão e
em .que asgrandes empresas gozam do máximo de
dade de ação. Toda tentativa de comparrimentação
espaço da parte de qualquer Estado nacional, mes
Estados Unidos, encontrará resistência decidida das
des empresas. Por outro lado, toda tentativa de co
If il l 11I1i~;\()eduzirá o ritmo da acumulação e da expansão
'II IIIH,Ino conjunto do sistema e mais parricularmen-
III1~lIh~istemaque haja tomado a iniciativa de isolar-se.
Ililllll\ que pretenda modificar o estilo de vida de sua
pid,II.~11
',
de alguma forma, perder em grande parte as
li
I:' I que significa integrar o centro do-sistema capi-
II~I,', 'JlI.d<)uerpaís, independentemente de seu rama-
,111.1oIc'conviver com as grandes empresas, dirigidas
I,
111111u de fora de suas fronteiras, respeitando a
1111101
( '
que necessitam para integrar oligopólios
36
II11'1
- r
do último quarto de século, o produto bru-
'llIclo sistema capitalista mais que triplicou, e as
, JllIlI liais entre as economias nacionais que for-
I I IIII)IIIllOcresceram com velocidade ainda rnai-
qril 1I1H'l1toe fez em grande parte no sentido de
, 11'_'lilIII-\I'II('ização,eclinando relativamente os
Es-
I 'nhl'l' I .iumencando com excepcional intensidade
I,iI '
/ 1 1 I ,1 d .iqueles
países em que esta era relativa-
Ii.III\Ii,I(11I\tJ
J
Japão e a Itália. Mas, se é verdade
i
1111110IO S Estados Unidos foi relativamente
II,I 11\il
( o
11 ('foram as grandes empresas norte-
lilii
II '1 1 III\\lS
S('
expandiram no plano internacio-
l'oIl1~I I,11\\maioria dos casos, não assumiu a
li '1111111111111llIS tra nsações comerciais dos Esta-
1 1 1 '
I '11
II~
11.11NC'S'111que operam as subsidiárias
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de suas grandes empresas. As empresas norte-arnerica
eram as que estavam mais bem preparadas para expio
as novas possibilidades criadas pelas reformas estrutu
ocorridas no sistema capitalista nesse período, seja em
zão do maior poder financeiro de que gozavam, seja
causa do avanço tecnológico que haviam ganho em c
pos fundamentais. Mas, ao evoluir o centro do sist
capitalista no sentido de maior homogeneização, as c
seqüências na economia norte-americana não se fize
esperar.
O
mais rápido crescimento da produtividade
dos Estados Unidos provocou uma deslocação da bala,
comercial desse país, que tendeu a ser invadido por
portações provenientes das outras nações industriais.
do o dólar uma moeda reserva , o resultado foi o endivi
rnenro a curto prazo dos Estados Unidos numa escala
até então parecera inconcebível. Essa situação prov
duas conseqüências importantes, de natureza divers
primeira consistiu na formação de uma massa de liqu
que facilitaria o rápido desenvolvimento do mercad
nanceiro internacional, ampliando assim o grau de li
dade de ação das grandes empresas. A segunda foi o ri
nhecimento de que o sistema monetário internacional a'
se baseia no dólar e não no ouro. O fato de que a erni
de dólar seja privilégio do governo dos Estados Un]
constitui prova irrefutável de que esse país exerce
exclusividade a tutela do conjunto do sistema capirali
38
IVI'Ique essa tutela, no futuro, seja partilhada com
1\ I',II~('S,substituindo-se o dólar por uma moeda de
,1111onada por um conjunto de bancos centrais.
I1II1I1moeda de curso forçado internacional, inde~
IIUill'll t' da própria situação de balança de paga-
I ivilégio real. Compreende-se, portanto, que
uu-riranos se empenhem em não abandonã-lo.
I, · p.i ridades cambiais fixas, prolongado por tanto
uiul.rv.t-se na hipótese otimista de que o diferen-
I ' lu uv idade
entre os Estados Unidos e as demais
lU ,1'. IlIrllI~trializadas se manteria. Fora dessa hipó-
ill1l1'lIll'seria operacional num mundo em que as
'1illltUIII1i1Snternacionais crescessem lentamen-
Ir'IJI.I~'I'rnem atividades em que as vantagens
~t lIhIlIIIIVII~. 1 ' íundassem em fenômenos narurais. O
11, uuv ersi bilidade do dólar em ouro e da fixi-
,j,
1, 1,\ ',Illlbiais entre as principais moedas sig-
,,1111.11, c ' transformou em centro de gravidade
111111111xplícita.
I1 tIrlHiil ao fato de que as subsidiárias
Ii'lH
I:HII\norte-americanas que operam nos
1[111.'111111u,pitalista têm crescido com in-
1.lIl f' li '1 1' \11\1\matrizes. Aproveitando-se
(,I\lI\I;ivI'i·,1/11('oferecem esses países e de
I~ VIIIII(1)m,ISue encontram na periferia
'ilil.di~III,I'I~I1' v uh sid iãrias se expandem ra-
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pidarnenre e tendem a criar relações assimétricas co
metrópole. Por outro lado, durante o longo período
paridades fixas, empresas de Outros países industriais
que a produtividade crescia rapidamente, particularrne
o Japão e a República Federal da Alemanha, impla
ram-se solidamente no mercado norte-americano. Cri
se, assim, uma situação estrutural pela qual as impo
ções tendem a crescer mais fortemente do que as ex
tações. Enfrentar essa situação com simples medidas c
biais significa elevar periodicamente os preços das
portações indispensáveis e abrir a porta à degradação
termos de intercâmbio. Dessa forma, o êxito consid
vel das empresas norte-americanas no exterior tem a
contrapartida de problemas para outros setores da
nomia. A medida que as tendências referidas se agra
e prolongam, vai surgindo uma área de fricção ent
grandes empresas e Outros setores da sociedade no:
americana. É difícil especular sobre a evolução de
processo tão complexo como esse, mas não se pode
cluir a hipótese de que ele tenha importantes cons
ências na estrucuração política do mundo capitalist
o processo de fricção se agrava, é possível 'que surja
tendência a diferenciar mais claramente o sistema d
tela política do mundo capita~ista dos interesses
específicos do Estado nacional norte-americano. A
sente crise política polarizada no caso do Watergate,
I
1 , · 1 '
lcgi slativo procura recuperar parte das arri-
, IJIIS( itucionais que lhe foram subtraídas pelo
, IIIIVO no correr dos últimos anos, pode consti-
l'irlllllio
de importantes reajustamentos no plano
ur.t n ucional. O reforço do poder Iegislativo
II1111l0
provavelmente, maior rnobilização dos
plI' conflirarn com as grandes empresas, ao
'ill'lI em que poderá reduzir a capacidade do
li l'v r a d o s Unidos para exercer a tutela inter-
N I \ hipótese, é perfeitamente possível que o
I r
1 1 1 1 1 '1 . ,
se reestruture em bases mais interna-
40
1 1
I, • • 11'1/1/,
IfI
W OIl fh são explícitos sobre a metodologia
I;, lill
uuln, dizem, é o reconhecimento do fato de que
'I 11111,' '' ,'~
múltiplas relações circulares, interconec-
i~. I ,J,li '1 ' , '1 1 1 (' existem entre seus componentes-
I . i i 1 ,1 1 1 1 11 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1( na
determinação de seu comporta-
' 1111'11111'''1(''
individuais
eles mesmos. (op. cit.,
ill ' ••i'
tI I'; .....
um elevado grau de agregação é
; 1 IliIl,'
1 ' 1 11 modelo compreensível ... Fronteiras
i.~1,, 11111.' I)I'~I :ltnlclades na distribuição de ali-
d
( 1 '1 1 1
',11\0 uuluídas implicitanienre nos
It ,,1••1, , 1 , 1 u . u n r - n r c nem mostradas na produ-
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2 T b e limits t o g r o wt h,
op. cit., p. 109.
3. Sobre a especificidade da industrialização retardada na Europa,
cularrnenre no que respeita aos aspectos insticucionais, veja-se o
lho clássico de A. Gerschenkron, E co nom ia backwardness in
bis,
p e r s p e c ti o e ,
Carnbridge, Mass., 1966, principalmente nas páginas
Vejam-se também B. Gille, Banking and indusrrializarion in E
1870-1914 , e B. Supple, The srare and the industrial revolurion,
1914 , em
T he
industrial reuolut
ion
dirigido por
M. Chipolla, 3° volume de Th e F ont ana ec onom ic bistory 01 E urope ,
dres, 1973.
3
NDES EMPRESAS NAS NOVAS
( ~()ESCENTRO-PERIFERIA
It ll,,11I11l~ões es truturais ocorridas no centro, a
10I1u-mia, dev em ser ti das em conta em qual -
h
,I di' Id entificação das te ndências ev olu tivas
11 10 do sistema capit ali sta. Em primeiro
11111cr em conta que o processo de uni fica-
lillllhll 1I lim a consideráve l in te nsificação do
11 11 '1t'lflr lO ce ntro. Com efeito, a tax a méd ia
111 .111hloro ele pa íse s que fo rmam o centro
111 1I 11
li
co rrer do últ imo quart o de sé culo,
I II IN I(jr k a de cresc imen to des ses mes-
/:111 1 lugar, ampliou-se conside rav el-
I1 ~1'f111 I 'I IV flo ce ntro da peri feria do sis-
li l I llId,' llil lll'
é
simples conseqüênc ia d~
iilll III '~ IIJ IO no ce ntro . Em terceiro lu -
I I II II 11 Ii\ ,'111 l' países cê ntr icos e perifé-
IlId ll d I
If' '
,'1/1rr países
cênrricos,
tra nsfo r-
11'1 ' 11 '1111 ''111 opera çõ es internas das
.I 111 11 11
'
/ln 11 ( S(' de formação de um
11,111111 ,11 lildo dl' relativ a au tonom ia
42
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- fase que perrnmu mtegrar as estruturas inre
homogeneizar a tecnologia -, as economias peri
conhecem um processo de agravação das disparida
ternas
à
medida que se industrializam guiadas pela
rituição de importações. Fizemos referência a ess
conseqüência inelutável da tentativa de reproduç
um país pobre das formas de vida de países que já al
rarn níveis muito mais altos de acumulação de
é
Ora, esse tipo de industrialização, que em período
riores tropeçava em obstáculos consideráveis criad
falta de capitais, pela dificuldade de acesso à tecn
pela pequenez do mercado interno, realiza-se atual
com extraordinária rapidez graças
à
cooperaç
oligopólios internacionais. Utilizando
tecnologia
zada, algumas vezes equipamentos já também arn
dos e mobilizando capital local, as grandes empres
em condições de instalar indústrias na maior pa
países da periferia, em particular se essas indúsrriaa
regram parcialmente com atividades de irnportaçã
Sobra dizer que a industrialização que arualrn
realiza na.periferia sob o controle das grandes emp.
processo qualitati vamente distinto da industrializa.
em etapa anterior, conheceram os países cêntricos e
mais, da que nestes prossegue no presente. O dina
econômico no centro do sistema decorre do 'fluxo de
produtos e da elevação dos salários reais que per
m,llI do consumo de massa. Em contraste, o capitalis-
I IIft rico engendra o mimetismo cultural e requer
hlllf'IIlC
concentração da renda a fim de que as mino-
pm\,III\
reproduzir as formas de consumo dos países
I'
n~ Esse ponto é fundamental para o conhecimento
11111111
ól
global do sistema capitalista, Enquanto no
11'011111
rêntrico
a acumulação de capital avançou no
I
1111
imo século, com inegável estabilidade na re-
1.1,1 «-nda,
funcional como social, no capitalismo
11 ,1
industrialização vem provocando crescente
44
I',
Ihl
,,1I1
(oIll~,i()do sistema capitalista, no último quarto
1111 1.11.11 u-rizou-se
por um processo de homoge-
11111 g1'l\~'flO
do centro, um distanciamenro cres-
111' 11'111 JO l' a periferia e uma ampliação consi-
I,.
1'11 ,~
qu«, dentro da periferia, separa uma
jlll
di
1 ,,,111 ('
as grandes massas da população.
li ,
IHII1
\ó lO
independentes uns dos outros: de-
li 1 1 l'ldm dentro de um mesmo quadro
11111 ~I,\1.lltl dll CI.'mrO permitiu intensificar a
1i 1111111'1110
rx ou ôrnico, o que responde em
111 jl.11 1011111,.111
do fossoque o separa da peri-
illi.1••
1i 1111111 IIL,( l-
do crescimento nocen-
• 1.,11 11111',1111 d,1 iudusrr ializ açã o na perife-
lli lllij~
I
Iv lIHHld ••
d('s t,l
última procuram
Hill
,li,:
VII .I .111'1'11(11), E111
outras palavras:
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quanto mais intenso for o fluxo de novos produtos no
tro (esse fluxo é função crescente da renda média),
rápida será a concentração da renda na periferia.
A
intensificação do crescimento no centro decor
ação de vários fatores, sendo um dos mais irnportann
economias de escala de produção permitidas pela cres
homogeneização e unificação dos antigos mercados fi:
nais. Como a industrialização, que se realiza concom
temente na periferia, apóia-se na substituição de im
çõ es ,
no quadro de pequenos mercados, é natural q
desníveis de produtividade tendam a aumentar, e a
continuidade estrutural dentro do sistema capitali
ampliar-se. Cabe notar que o crescente controle da ati
de econômica no centro pelas grandes empresas e a ori
ção do progresso técnico para a produção em massa tO
ainda mais difícil, no quadro do capitalismo, a criaçã
dia de sistemas econômicos nacionais. Evidentemente,
cuação varia na periferia, entre países, em função da po
ção,
da disponibilidade de recursos naturais, do nívl
renda anteriormente alcançado, do dinamismo das
e
rações
tradicionais, da capacidade externa de endividam
etc. Em países de grande população, a simples conce
ção da renda pode permitir a formação de um rnercad
ficienremenre amplo e diversificado.
Que se pode dizer sobre as tendências evolurivas
relações entre o centro e a periferia a parei r do q
'lue vimos de esboçar? Fizemos referência ao
1'11'ima das características desse quadro é a cres-
IH'lIhllizaçãodentro das grandes empresas das tran-
IIIlII'l'riaisentre países. Também observamos que
1,, 11'das atividades industriais na periferia surgia
I ,'111\
fluxos de importação. Dessa forma, uma
1 1 I'sa controla unidades industriais em um país
'li
,'11\
mais de um), em vários países periféricos
,ks comerciais entre essas distintas unidades
A
~il~taçãoé similar à de uma empresa que se
H 11., Il1wntedentro de um país: opera uma mina
n,
tll' ' \l l<:rurgia, uma fábrica de tubos etc,
Exis-
j,ílHlI, III1Wdiferença importante decorrente do
1\\ 111111I11IH'iroaso as distintas unidades produ-
111:0 111,,,;'111istemas monetários diversos: sur-
111[1.11'IIIhll'ma de transformar uma moeda em
li fl '1111 I'montrar outra empresa que realize
1.\\)1111
111
\1,:l1'11Iem sentido inverso, ou provo-
1'[ tIl,,11II lIll ti
da
mesma empresa ou outra do
1111' I11111,1\1\d1llt'l1te,essas operações de com-
i . .
11
I
11l~
Il,Il1t'()s.Contudo, dada a situação
ill\;i,iI, 1IIIIIIIIIiri\lde muitos países periféricos,
li f,
lit
l' ,,' 'pll' 111'1',1nternacionalmente pode
i, ri:, 1\11'_11111,I~f1UX()Sompensatórios, esta-
ti t:iW'lili1o \e 11I,·~tlSnterno que permita J >la-
iil,HIr~i , 111111',lIl\go prazo.
46
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48
li)
Tomemos um caso que não é típico, mas que d
bre o fundo do problema. Imaginemos uma empres
rrolífera operando na Venezuela de antes das atuais
plicações fiscais. ESSà empresa produzia para o me
interno uma certa quantidade de petróleo, cujos p
podiam ser mais ou menos manipulados de forma a
mitir que ela obtivesse a quantidade de moeda loc
cessária para cobrir todos os seus dispêndios locais.
parte da produção seria exportada para pagar os ins
importados, inclusive a depreciação do capital. Ores
produção (de longe a maior parte) seria export
corresponderia ao lucro líquido do capital investido,
sa situação extrema, a empresa pode ignorar a existi
de taxas de câmbio: se os CUStos em moeda local au
tarn, também aumenta o preço da petróleo que ela
localmente. Consideremos agora o caso mais real d
indústria de máquinas de costura, cujo produto
é
mente vendido no mercado interno.
A
receita das
depois de cobertos os gastos locais, é levada ao Banco
trai para ser transformada em divisas, a fim de pa
insumos importados e remunerar o capital. Se o
Central cria dificuldades na remessa de dividendos,
presa poderá ser tentada a elevar arbitrariamente os c
dos insumos importados: materiais especiais, par,
assistência técnica etc. Suponhamos que casos como
se multipliquem, surgindo de todos os lados empresas
I 11I11I1I'ntariaa pressão sobre a balança de paga-
dl'pn'ciar-se-ia persistentemente o câmbio de
111-n tuada do que se estaria elevando o nível
PIf'(,OS.Como o capital está conrabilizado em
\llll .ihi l idade somente poderia ser mantida se os
11111.1a empresa crescessem relativamente, o
I i lrt-ur a atividade industrial. Imaginemos,
.. 1111\,,1111 111,.. um outro cenário para a nossa indústria
1 1 , , 1 .
,li
Iostura. Suponhamos que o industrial
il'llI,1I111'nte uma receita suficiente para cobrir
It,iII~ I111moeda local, .inclusive impostos e gas-
l1I~ 1111Iis; que em seguida exporte peças de
11111> 11.1,11iz ou outras subsidiárias, de forma a
It~
1I1,1I1111)~ue importa; e que, com o resto da
I mdllllvoI, desenvolva uma linha de produção
lI innru.u ional, obtendo uma receita em
li11. I011\Icupital. Por esta forma, a ernpre-
ti I, 1 il 11111'1111'solar-se do sistema cambial do
Idlltl ( IIIIlII a empresa está interessada em
I, 111
I di'
prol icar uma política de preços,
1.[.1\111111'11111omo no externo, capaz de fo-
Idll
d l l
11111Ih1lO,Contudo em cada plano de
II ,[I
d,)
dl ,ihuir sua capacidade produtiva
iíf'llIlól. \, II'III O em conta que, a partir de
il (i
[111111111'11.1ocal deve-sofrer o deságio
mdHld ~llpllllhall1()s que a empresa li-
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rnite as suas vendas no mercado interno ao necessári
cobrir os gastos em moeda local e que compense as i
tações de insumos com vendas de peças diretas à
Neste caso, o lucro bruto corresponde às vendas no
do internacional. Comparando esse lucro com o capi
vertido na subsidiária, a empresa obtém a taxa de ren
dade sem passar pelo sistema m?netário do p
subsidiária, Se a mesma empresa realiza operações
natureza com várias subsidiárias, é natural que indag
fatores respondem pelas diferenças de rentabilidade
estas últimas, Admitindo-se que a tecnologia seja ai
madarnente a mesma, oS'principais fatores causantes
ferença de rentabilidade serão: escala de produção,
mias externas locais, o custo dos insumos que não
ser importados e o dos impostos locais em termos
duto final. Os crês primeiros fatores estão estreitam
gados à dimensão do mercado interno, Desta forma,
mirimos que o nível dos impostos é o mesmo, a rentab
relativa passa a depender da dimensão relativa do
interno e do custo da mão-de-obra em termos de pn
final. Ora, o efeito positivo da dimensão do rnercad
tende a um ponto de saturação, o qual varia de in,
para indústria, A medida que para determinada iu<
esse ponto de saturação é alcançado, o fator
fund
passa a ser o custo da mão-de-obra em termos de p
final vendido no mercado internacional.
50
,I
IV,IIIlOSe ouero ângulo o quadro que vimos
V IlIIJ,~ue a grande empresa, ao organizar um
1'11111111
iv o
que se estende do centro à periferia,
till .i lulade, incorporar à economia do centro
I, 1 110 de-obra barata da periferia, Com efei-
1111
rmpresa que orienta seus investimentos
1.1 rm condições de aumentar sua capaci-
íi IV.I}\r.l~'asà utilização de uma mão-de-obra
11 nnnos dos produtos que lança no rnerca-
~',lil\ilar à das empresas que utilizam imi-
I,íllll~, pagando a estes salários muito mais
,} , '1 1'
prevalecem no país, Imaginemos
i11'1 ,IIIU JL1 C se situasse próxima da fron ..
itlil' ,
IllUSem território dos Estados Uni-
11 1,111 d,', obra mexicana paga em moeda
illldil 11 ulvel dos salários do México, Esses
,,,illlllllllllll li residir em seu país (atraves-
11.1 dLIIIIIIIII'IIIt:)e a realizar os seus gastos
111' IIU ,_.lcmnis, que essa empresa expor-
10 1111 1 \ .ulor ius no valor exato dos gastos
lil
IH ~
I('XII'IHmS,A legislação social que
111 til' 111 1 pr.u icarnente todo o mundo
I,) I 10111101\110 da mão-de-obra, mas se
1111 'I' IIWSll1aábrica americana se
11' oI,III'UIIII'il'il,lItilizemão-de-obra
11 I 11,11 111' , luuus t' venda a sua pro-
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, \
5
1IIIIIII'II(t:referida
à
intemacionalização das ati-
Olll{)micasdentro do sistema capitalista.
111manteriorrnenre que foram as atividades eco-
II[UII,ltionais as que mais rapidamente cresce- (
111111110uarto de século, no centro do sistema
(-11,1,as relações que se estão estabelecendo entre
1
IIII
Iáia no quadro das grandes empresas vêm
(,i
I1um novo tipo de atividade internacional
,I
r
onstituir o segmento. em mais rápida ex-
'1' 110 do sistema. Cabe indagar, se é adequa-
111'11
humar
essas atividades de internacionais .
1IIIIIII\istít pensa em termos de comércio in-
I. 11111(1\1 vista transações entre unidades eco-
1\11,1,
r-rn
distintas economias nacionais.
O
11111m . 1 , ' imobilidade de fatores, como dei-
fi
,. h I I, 1IIIIII1IIações dos primeiros economistas
li11 111 ' I'SSfImatéria, do que de existência de
1:111'11111'11(('rurônornos de custos e preços. Em
I \~ II I'.11111' o momento em que se postula a
illll ~i ,lIlIl ('l'ooômico nacional, dentro do
,_ i'I, IIIIIVOS possuem um custo deopor-
Ii lí,
1 .111111I,lho 'uso que deles' se pode fazer, a
itítldplll 1,,11.1)
merca do
interno o bem
A
ou
1,[11111011 1
nu-r endo
externo e importar o
I 11111,1,III~,III útima. É evidente que, se se
III'III~'I'I,111 C'hlt'mlt:nJo-se em perídos de
dução nos Estados Unidos. Uma fórmula interrne
que vem sendo amplamente praticada consiste em
os imigrantes temporários e pagar-lhes salários su
res aos que prevalecem em seus países de origem,
inferiores aos salários que seriam pagos a0S rrabal
res originários do país
cêntrico.
Em vários países d
ropa ocidental, a mão-de-obra estrangeira, consid
como temporária , aproxima-se de 10% da força
balho, alcançando, no caso da Suíça, um terço da
de-obra não-especializada.
Não existe estimativa do volume de mão-de
barata utilizada diretamente nos países periféricos
grandes empresas na produção manufacureira que
destinam ao mercado internacional. Mas, em
razã
custos crescentes da mão-de-obra imigrante tempo:
sob pressão dos sindicatos locais e dos problemas s
que se apresentam quando a massa de trabalhadores,
alrnente desintegrados cresce além de certos limites
esperar que a utilização da mão-de-obra diretamen'
periferia tenda a ser a solução preferida pelas grande
presas. Por outro lado, essa solução tende a reforçar a
ção
dessas empresas
vis -à -v is
dos Estados nacionais
síntese: está configurando-se uma situação que per
grande empresa utilizar técnica e capitais do centro e
de-obra (e capital) da periferia, aumentando conside
mente o seu 'poder de manobra, o que reforça a tend
f \
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54
,',
tempo diversos, com repercussões retroativas um
as outras, o problema nunca poderá ser adequad
equacionado e, muito menos, obtida a sua soluÇ
isso é diferente de dizer que a teoria está errada .
Ora, a partir do momento em que a categorial
ma econômico nacional não pode ser tida em c
teorema não poderá ser formulado. Voltemos ao e
da fábrica de máquinas de COsturaque se instala n
da periferia e remunera o seu capital com parte da
produção que exporta. Neste caso, não existe uma
parcída de importações, mas
isso
não invalida a te
vantagens comparativas. As importações, no cas
substituídas pelo fluxo de capital e tecnologia qu
a presença no país da grande empresa dirigida do
Tudo se passa como se o país periférico, que dispõe:
estoque de mão-de-obra, tivesse de optar entre:
parte dessa mão-de-obra para produzir o bem X de:
ao mercado externo, e poder assim pagar as máqu
COstura impoL'tadas; ou b) com parte dessa mão-
remunerar capital e técnica do exterior que se inst
país
(t,
em combinação com outro contingente de
obra, produzem aquelas mesmas máquinas de COSt
o mercado incemo, Esse raciocínio seria correto se o
de referência dentro do qual as decisões são tomad
vesse constituído
p elo
sistema econômico nacional
Outras palavras: caso a congruência das decisões foss
u u r rnamente, figurando o preço dos recursos
11111imples parâmetro do problema, Ora, a re-
If
'il'r totalmente distinta, As decisões são to-
.r.uule empresa, para a qual o custo da mão-
11111aís periférico, em termos de um artigo
'1111rsse país e comercializa no exterior, é um
íll
IId, rrupresa que exporta capital e técnica dos
Id l~ para OMéxico e instala neste país uma
jlllllltll.,lose destina ao mercado norte-ameri-
I\dll lUISEstados Unidos considerável. desern-
i , , otl da mão-de-obra é zero) - toma de-
i'll
,I,
1111Imarco que supera a economia
111•111\1<
er uda
em sentido escrito.
A
gran-
fI .I, ·Vltl11'1ursos financeiros de um país pe-
'111[1I~•ti,11os neste começam a subir, para
, 11111111IlIdl' ri mão-de-obra é mais barata
llilll 1111111 (iSl}(ospartir de um marco mais
,1,1' 1.1111111lim ita, entretanto, ao âmbito
i,;~
1111
I~I
.lI' I'('çursos escassos concebidos
I
101,111
'
'1111'
i
grande empresa tem
i
11111P,llItIII'S(', c para isso ela tende a
Ijli~
í
Ii.tl
i
111l~in'ils do sistema capitalista,
11~i~II'I'11IOIlSIituern, de muito, as
li'
101
pI'LI qual O esforço tec-
illl 11111'111do para atuar nesses
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56
países. Os planos de produção nos países periférico.
condicionados por essa orientação tecnológica, e Q ,
cados ülternos desses países são moldados à conve
da ação global da empresa.
Seria equivocado deduzir das observações aci
as grandes empresas atuam fora de qualquer marc
ferência, o que implicaria negar, senão racionalida
menos eficiência ao comportamento delas. Mas par,
de dúvida que esse comportamento, muito fre
mente, transcende de qualquer marco correspon
um sistema econômico nacional. Mais ainda: nos
periféricos, a crescente ação dessas empresas tende
. estruturas econômicas com respeito às quais difici
pode-se pensar a partir do conceito de sjstema eco
nacional. O marco das grandes empresas tende a
vez mais o conjunto do sistema capitalista, marco e
engloba um universo econômico de grande heter
dade, cuja maior descontinuidade deriva do fosso
te entre o centro e a periferia. Nesse mundo de
complexidade, cheio de fronteiras nacionais, com
variedade de sistemas monetários e fiscais, onde p
querelas políticas locais que ocasionalmente se
prol
em guerras - tudo isso sob uma tutela frouxa e
institucionalizada -, as grandes empresas não pod
tender mais do que alcançar situações subórirn
obs tanre os imensos recursos que dedicam à obt enç
111 ' os sofisticados meios que utilizam para ela-
' Ililórmações, construir complexos modelos, si-
1I.lI IIlSetc., na prática devem contentar-se com
Illpl('s; o excepcional êxito de algumas é atribuí-
I IIIi ms da profissão à intuição de homens ex-
liI~ ,rcpecindo-se assim uma velha legenda da
P U I '1 I
. 1 .
1(111,',posada por alguns estudiosos da evolução
Ilil,II
mo,
segundo a qual as economias cêntricas
1,( IIIll'tlração crescente em âmbito nacional,
plllllllC',,\,lo indicativa ou à carrelização e in-
11101,1\~ rnncles ,grupos com os órgãos do Esta-
1,nu nto ele verdade, mas deixa de lado o
111111,.111i o capitalismo no último quarto de
I
I, VI. que, nos últimos três decênios, as
'I li 1 lIMI,I
uulu srr iali z adas
vêm operando com
h
Iíl If,I''IIoll,ll0 interna muito superior ao que
ti~ltli'III' IIIIlIlloldvcJ com uma economia de
li 111I1111111,11(1, t' i
nspiração
keynesiana, cons-
1111111111111 1onqu ista de tipo social: graças
111I1I1oIlIll~' 'IlIIillis de operação das econo-
''''lilrll.IIII~ldITIIV('lmente reduzidos. Tam-
I i' rli~11 IIl oordcnação haja repercu-
11 \ 1 , \ 1 1 .1 1 I,I~ '. ele rrcscirnento referentes
liiliílil' ~I.I~ I\SII (' apenas uma hipótese.
Ili 11I (111i, d,' '1'1(' fi elevação das ta-
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58
xas de crescimento está ligada às economias de escal
intenso intercâmbio tecnológico e ao movimento de
tais que acompanharam o processo de integração das
nomias cêntricas. Sem o esforço simultâneo de mai
ordenação interna, a. nível nacional, a expansão inc
cional sob a égide das grandes empresas teria, muito
vavelrnenre,
provocado
desajusres
locais, maior co
tração geográfica da atividade econômica e, possivel
te, reações no plano político que quiçá viessem a ren
o processo de integração cêntrica. É sabido, por exe
que o forte dinamismo do setor externo dá origem
sões internas que seriam particularmente graves se
economias não houvessem desenvolvido técnicas t:
fisticadas de coordenação a nível interno. Dessa
f i
também se pode afirmar que esse avanço da coorde
a nível inrerno , acelerou a integração a nível inter
nal. Em síntese: a ação dos Estados nacionais, no
I
do sistema, ampliou-se em determinadas direções p
segurar a estabilidade interna, sem a qual as fricç
plano internacional seriam inevitáveis; mas, por outro'
modificou-se qualitativamente, a fimde adaptar-se
ação das grandes empresas
estruturadas
em. oligo
que têm a iniciativa no plano tecnológico e são o
V I
deiro elemento motor no plano internacional.
As complexas relações que existem entre os
nos dos países cêntricos, isoladamente ou ernsubgru
li
rii ns , a Comunidade Econômica Européia
. governos e as grandes empresas (estas,
1Í.II,IIIMl'S,atuando coordenadarnenre), entre
11'1li 1I1~r'i{'snternacionais (estas, quase sempre
I, 0111.:overno norte-americano), finalmente
1'lIlprio governo dos Estados Unidos, cuja
lilílllll,l em pontos particulares é muitas ve-
• • • • • • ,1 0 1 1 1
IIlda essa rede de relações dificilmente
I 'I' 101Ol11clareza. Não somente porque fal -
IIlliilll~'I'ilrkos sobre muitos de seus aspectos
IIW, principalmente, porque ela está em
11111\1.11,,\0,A experiência tem demonstrado
lil 111lICoIlIade que gozam os Estados para
,,11(\1111(1o Ielativarnenre estreita. Se uma
1111111II II ação, as pressões externas para
1
1'11
111111ulore certas medidas pode ser
j)1~H são exercidas por outros go-
11i11l~i'II'~uuern.u ionais e diretamente pe-
lI, (
,111i' l'I'I('I'i)' que estas últimas dis-
I
d,
11'1111tiS
líqu idos
bem superior ao
1\111_
1m
IhlllltlS centrais.
A
situação do
i
liol '1 ,. 11'lIólmente especial, entre
ílld, Ijlll l'lllill'l\mocdaqueconsti-
li11lll 111111urrnncional. Contudo a
111IvloIl'lll 111qut' o governo des-
11111 01,,01111Il de pleno ernpre-
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g o descurando-se das repercussões na balança de
mentos. Se o endividamenco externo a CUrtoprazo
de certa cota crítica, as grandes empresas podem e
urna pressão sobre o dólar capaz de obrigar o govern
te-americano a ter de escolher entre desvalorizar a
ou mudar o rumo da política interna.
Qualquer especulação sobre a evolução, nos ~
mos anos, da rede de relações que forma a nova su
trutura do sistema capitaliHa em processo de unifi
. tem valor estritamente exploratório. Duas linhas
parecem definir-se: por um lado, o proce~so de integ,
tende a reforçar as grandes empresas, por outro, ane
dade de assegurar estabilidade, em âmbito interno d
subsistema nacional, requer crescente eficiência e s
cação na ação dos Estados. A situação corrente hoje e.
é de aliança entre grandes empresas com os govern
pectivos para obter vantagens internas e externas. Mas
bém se observa a ação conjunta de empresas originár.
países distintos visando a fazer pressão sobre os gove:
inclusive o próprio. A experiência tem demonscrad
o COntrole do capi tal de uma grande empresa por u
verno não afeta necessariamente de forma substanciall
comportamento nessa matéria. As empresas, por mal,
que sejam, são organizações relativamente simples no
respeita aos seus objetivos. Sendo altamente burocrau
das, elas possuem grande coerência interna, o que far
I.' ·lil de objetivos. OEstado, numa sociedade
101 1011' grupos concorrentes competem e quase
11\ Id 111 de alguma forma o poder, constitui
1 1 1 1 \, 1 1 1
muito
mais complexa, de objetivos me-
I~
I
uunbiantes, portanto,. menos linear em
II
,N I'
há
dúvida de que as grandes empresas
I' ~lClt'ráveIpoder no plano social, pois con-
i , ,Ir, mv cnção
mais poderosas, que são
aq ue-
I,' 'I niru C no controle do aparelho de pro-
Ii/rlll.
1 I1 ,I sociedade, ou segmentos desta, reage
Ili
[1 1 '1 1 1
liSOdesse poder, as ondas que Sele-
111 ( til 11 I1~ esrr uturas do Estado, de onde oca-
IIFII
11
li uu
ivas corretivas. Pode-se adrni-
'1'11
II
jllllpria expansão internacional das
1.1 1111'\11 liberação do Estado da tutela
ililll 1 1 1 1 \ \I'IIS respectivos países. Em ou-
i l ,j 1 1 1 , 1 Ili\( M H
pó ie
internacionalmente
II
I ,, , 1 1
I,
II I{I
oI1HIt:
empresa possivelmente
1 1 1 1 1 1 1 1 , 1 1 1 1 1 1 1 ' . 1 1 '1 \ assumir o mando, co-
tI'l 11 ,'I 'SS I' nacional dentro do
fll 11111 'I/IVII\( iuuiza ção dos Estados,
1 . 1 . \ 1
1/
1 1 m
I'Ít'(
i v a
dos distintos
s e g -
iluq
, , I
1 1 , 1 1 LI ( l poder político para
lu ~ 1 '\,1 \111 l ,t I tj lll' se faz cada vez
Il/lIl
. 1
11
,t i I
, I nessa
di
reçã o,
é de
11 ,\lIIl~ n.uionais e gran-
6
-
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6
111
pura
um na cionalismo, e sim que suas preocu-
, d . 1I,Ima focalizar-se no plano da ação política
1.1
,,:to crescente influência, Paralelamente, o
1111
rio s grupos dirigentes das grandes empre-
, ''I ura lista não poderá deixar de influenciar a .
1,1
u-m
do mundo, no sentido do
dépassement
11.\' 11111,11.
O
sentir-se membro de uma classe
'I'I(' hoje é característica dos quadros su-
I' IIIII.I( ia das grandes' empresas, tendeliia'a
,•.li
IWll('ralizada das camadas superiores da
d '_ l il A distância entre
a
atitude ideológica
1,1\ I (
luss e
dos pequenos capitalistas ainda
I,I
,r. ,
.1 1 '
vubcontratistas das grandesernpre-
'1'1011,'1 'I', A pequena empresa local, antes
'(lil Illh
ronismo
de alto custo social, passa
I 11 11 1111rw de
uma paisagem cultural
I /'01/, ;;'/111'
c
a defesa da qualidade de
1i'i l1l'l'volução com repercussão na
1 I I ' I I.I~ ~ I· S sociais.
li f ~I,1111' 1.1 tutelar do sistema capita-
I I ,HIII'\,U ,I Ideologia da integração e
Il,j,
lil/ ,.
111mnfli tos regionais. Essa
fl 'lll liI~II~I
11, '11 1(' está
essencialmente
1 ' 1 '1
Ilill (II'II~do sistema. Pode-se
1 1 1 I
j
lf,'. '111 1' .I~eronornias capita-
1· \fI 'ilnl,l'll\ umn fi1~t'de sua his-
des empresas, ou grupos de g,randes empresas, tens
sas que passarão a ser importante fator nas transfo
do sistema em seu conjunto: elas poderão agravar-se
brechas capazes de acarretar mutações qualitativas r,
radoras de todo o processo evolutivo; mas também
rão provocar reações no plano da superestrutura
levando a urna maior institucionalização desta e
à
tuição de órgãos dotados de poder coercitivo, cujo
vo seria preservar a integridade do sistema.
O que se disse no parágrafo anterior são s
conjecturas sugeri das pela observação de certas t
cias da evolução estrutural do sistema capitalista. Ni
tendem significar que as lutas de classes serão ateu
muito menos que esse Estado, semiprovinciaoniza,
ainda assim um Estado responsável pela esrabiii
uma sociedade de classes, será o simples administ
um consenso que permearia toda a vida social.
É
que as classes trabalhadoras venham a ter um pes
cente na orientação .de um Estado que deve ente.
com o sistema de grandes empresas a partir de posi
força. Nesta hipótese, seria de admitir que a evolu
classes trabalhadoras se faça no sentido de crescenr
tificação com as sociedades nacionais a que
pertenc
melhor, com um projeto de desenvolvimento soei
pode ser monitorado a partir do Estado de cujos C C I
de decisão participam. Não significa isso necessariam
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tória, a um processo de incegraçâo. Mas não há d ú
que a rapidez com que avançou essa integração no
quarto de século e a forma que ela assumiu estão
mente ligadas à existência de um grupo de países
pitalistas, considerados como ameaça externa e inte
o sistema capitalista pelos grupos dirigentes
dest
pida e entusiástica aceitação pelos grupos capital
rigenres, na Alemanha e no Japão, da lideranç
americana não seria fácil de explicar sem
psicológico criado pela guerra fria. A mobilizaçâ
lógica foi essencial para delimitar a fronteira, m
solidação desta requereu negociar com o adver
conjunto de regras de comportamento. Cabe à
rrurura tutelar a função de velar pela integridade
teiras e de entender-se com o adversário em qual
rnento em que problemas de solução pendente o;
ameaçam escapar do controle mútuo. A rnedid
acordou um sistema básico de comunicação e qu
resses fundamentais dos dois blocos foram rnut
reconhecidos,
criaram-se possibilidades para re'laçj
nômicas mutuamente vantajosas. Que essas pos
des hajam sido exploradas rapidamente pelas gra
presas constitui clara indicação da extraordinária C :
de dessas organizações para atuar no plano inrer
É
esse um fato de considerável importância, pois
velar a capacidade que têm as grandes empresas
d
IIIII.I~de organização social. Trata-se de
I.k
v rrruali dade,
pois o comportamento
1.1'~,I\I~udo menos ideologicamente' neu-
il ' dll vmpresa ITT no Chile está aí para
li' lilllll. <idas não relutam, em uma con-
li ' •
I dl ll1l'nto ideológico está presente, a
1.1.1.11'1
i)
banditismo internacional. Con-
i
li. 1,1\.corno a da Guiné, revelam que
I iu I'wpHrando para defender os seus
cIIl'I\I.ldaatenção a querelas ideológi-
II111 (' uma mutação social num país
illlil .111 ~II'l11acapitalista, implicando
-li
11
1
1'\11\
i
controle da tecnologia e da
iI l~ .11 IIIIISlIIno, não poderia ocorrer
li J,:
,,,.,111 M.ls
tudo
leva a crer que as
Illltll' . I 1111111
ituaç ão
de difícil rever-
1,1111' 1\ 11111111\urocracia sempre
1110111111h ~()i>rl'vivência,ainda que
illll' I1III1(('~em nível dos diri-
64
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. . .
1
S PAíSES PERIFÉRICOS
liI,I', qllC ' l'stá assum ind o o capitali smo
i
ii O ' . 11 1111:io in depe ndent es da evolu çã o
( '111/1Ie10,parece inegável que a peri fe-
11 111,11)(i11nes sa ev oluçã o, não só por-
i
j.
'I ',
~C 'I.l11cada vez mais dep end en tes
111 í 1I'llIoduc ív eis por ela forn ec idos,
ji '1'
r
JI J,1I1d t· s em presas encont ra rão na
I,t
di
1111',1
barata
um dos pr incipai s
t.
li lllhll ~(' 110 conjunt o do sistema.
Id.11 ,1111' Icndências com respe ito
I 11111 1' ~ (' refere.à periferia, cujas
111,101,11r v t i r u c r o n a l foram pouco es-
1 1 ,1,
11li I~ ti
isrorcida
das analogi-
111.1' 11
IJ~.
I - li 1 111111I\\iIlH lar, no que concern e
I IC [1I.1iR,IV .lII~ · lI do p rocesso de in -
k illv l'l oIdilltl tlade de coord ena-
11 '1
, 1 1 ,
1/111'1110,em razão da for-
dliild tll ll l ,I C 'Clllomia internac ional
\li jH ,'.,I' ~ I cllfl lul dad es de coor-
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68
1'.'/
denação interna existem nos países cêntricos, co;
observamos, o problema assume muito maior co
dade na periferia. Não me refiro à situação clássio
queno país onde o nível dos gasros públicos e a
da balança de pagamentos refletem as decisões
ti
por uma grande empresa exportadora de recurs
rais. A situação é distinta, mas nem por isso mais
naqueles países em que as principais atividades i
ais ligadas ao mercado interno são controladas P
des empresas 'com projetos próprios de expansão > J
cional, dos quais pouco conhecimento têm os
g~
dos países em que elas atuam. Essa debilidade do
'como instrumento de direção e coordenação das
des econômicas, em função de algo que se poss
como o interesse da coletividade local, passa a s e .
ror significativo' no processo evolutivo. Imporenn
sas fundamentais, o Estado tem, contudo, grande,
sabilidades na construção e operação de serviços
na garantia de uma ordem jurídica, na irnposiçãr
ciplina às massas trabalhadoras.
O
crescimento d
lho estatal é inevitável, e a necessidade de aperfei
tO de seus quadros superiores passa a ser Uma
das grandes empresas que investem no país.
Assim, a crescente inserção das economias
cas no campo de ação internacional das grandes e
está contribuindo para a modernização das buro
llljllS renderam li' ganhar considerável aurono-
1111 1 11 m lado impotentes e por outro ne ces sãri-
n\IlS burocracias tendem a multiplicar
ini-
liI ~II('S diversas. A orientação das atividades
11 11pondo a concentração da renda e acarre-
I~ I/I\ I 111de formas suncuárias de consumo com
1,11 IlIt'S
massas, é origem de tensões sociais
/1111 1'( cssariamenre no plano político. O Es-
,,,11 ,I modifi ca r a referida orientação, exaure-
111.1 \ \('US efeitos. As frustrações políticas
111 .111.11'
i
nsritucional e ao controle do Esta-
\, 11I IId llS , o que contribui para reforçar
11 ' Ii,i ('r burocrático. Em síntese: o cres-
11111',11 I1l i()f1H I das atividades econômicas
Ii~u~,l'lII'rCrHLimaprecoce autonomia do
i,li1'./I,~llltI\l. Freqi.ientemente, esse apare-
Iil,], ,,1/,1
cio pufs,
mas por toda parte ele
''I 'II IH IIIII I
por grupos surgidos do pro-
II
r~lll1l1hNI l1r(', prevalece o sentimento
lI;
11
t i , , 1
I
lil dl'lwndencia em que se en-
hill I 1I III II\ II Iin ls
Iundamentais de cen-
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7 L
70
11\1horia das condições de vida de um grupo impor-
I~população, quase sempre constituído pelas pes-
PoI,ldasno setor moderno da economia.
1111m setores em gue os Estados periféricos têm
' ,1 .iutonomia, em face às grandes empresas, é o
(11,11dos recursos naturais não renováveis do res-
11, , A expansão do sistema, no centro, depende
In,II', de acesso às fontes desses recursos, localiza-
f l,11i'.Fizemos referência à situação dos Estados
I I( I, desse ponto de vista, um país privilegiado.
1 . \
.I,. recursos naturais não cresce paralelamente
lil1 · /
tI lita:
a partir de certo nível de renda, ela
t,I.rllI.i\r-se.Por exemplo: o consumo de cobre
'li' IIIplicou nos Estados Unidos entre
1900
e
1 IIII,IlH. ceuestável entre este último. ano e
j
t
llll'll i t o aço por habitante desse mesmo país
,I II('~vezes entre 1900 e 1950, mas perma-
I , Ili1(' ('StCúltimo ano e 1970.
1
Por outro
111 11i' metais pela indústria pode ser maior
h I
mlr-nrcment e
eloní~el de renda, em fun-
101.1\xportações do país. Contudo se se 'tem
1I11i 1,lt, renda média do conjunto da popu-
111lI,
i-ma,
excluídos os Estados Unidos, é
Ir 0111
Sll'
país, faz-se evidente que a de-
, 111\iIiuu rú a crescer no centro ainda
I. /11111111ern mais intensa do que a po-
nais de colonialismo deve ser entendida como pa
processo de destruição das barreiras instituciona
compartimentavam o mundo capitalista. A mediei
economia internacional passou a ser principalmenq
trolada pelas grandes empresas, a ação direta dos
B
do centro sobre as administrações dos países da p
tornou-se desnecessária, sendo correntemente den
como discrirninarória a favor de empresas de certa
naliclacle. É sabido que esse processo se realizou de.
irregular: em alguns casos, populações expatriadas
tiruem forte grupo de pressão, exigindo a presenç;
ou indireta da antiga metrópole, o que dá lugar a
apenas disfarçadas de colonialisrno; outras vezes,
dirigentes, ameaçados de perder o controle do sise
poder local, apelam para o apoio político externo,
maneira geral, a intervenção direta dos governos
ses cênrricos nos países da.periferia tendeu a ser e
nal, pondo-se à parte as intervenções norte-ameri
gadas à defesa das fronteiras do sistema.
Dentro desse quadro estrutural, as burocn
dirigem a maioria elospaíses periféricos avançar:
deravelmente num processo de auto-identificação
interesses nacionais respectivos. Se bem gue,
particulares, esses interesses se confundam com
o .
gueno grupo gue controla o aparelho do Estado,
regra a concepção de interesse nacional é mais
7/17/2019 O Mito Do Desenvolvimento Econômico
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pulação. Se a isso se acrescenta que as reservas de
fácil exploração, dos países cêntricos, estão se esg
do, é fácil compreender a crescente dependência
ses países vis-à-vis dos recursos não renováveis da p
ria. Essa dependência continuará aumentando rnesm
se estabilize o consumo dos referidos recursos no c
o que de nenhuma maneira é provável' que acont
futuro previsível.
A utilização das reservas de recursos naturais
um instrumento de poder pelos Estados periféricos
uma articulação entre países que, de nenhuma fo
tarefa fácil. Mas que essa articulação se esteja real'
com evidente êxito no caso do petróleo, constitui
ção da sofisticação considerável que estão alcan
burocracias que controlam esses Estados.
É
verdadi
grandes empresas nem sempre serão hostis a essa
pois, tratando-se de produto de demanda inelásti
vação dos preços não poderá deixar de ter repen
vorável em seu faturamento, pois quase sempre
elevação dos lucros. Evidentemente, a situação s
rente se os países periféricos visarem a um con
da produção e comercialização desses produtos.
assim, o avanço que têm as grandes empresas,
no
peita a capacidade de organização e a recnologia ,
ra-lhes a possibilidade de continuarem negoci
posição de força por muito tempo.
Ocorre, entretanto, que os recursos não renováveis
importantes, cujos preços podem ser efetivamente
1 1 1
rolados pelos países periféricos - sempre que estes
111rticular-se de forma eficaz -, estão muito desi-
lnu-nre
distribuídos. O caso recente do petróleo pôs
\ «lência
as consideráveis transferências de recursos
,lIdemocorrer dentro da própria periferia como con-
Ifllli.•desse tipo de política. Os benefícios reais para
IhIISl'Ssão importantes, mas esses países abrigam
\ ''111('11:1inoria da população que vive na periferia.
I. Ihll're dos novos recursos financeiros de que dis-
1,1\1quase necessariamente que ser invertidos no
,1'1'.Istt'ma. Ocorre, assim, uma transferência de
1 '' ' uu nsfo rmarã parte da população dos países
1,\11 1'111cntistas, sem que a estrutura da econo-
I11III~III~('modifique de forma sensível. Também é
I
1 1 1 1
lliIrSt'Sbeneficiários coloquem à disposição
I',II~I prriféricos parte dos recursos referidos.
i,lI' li.1I1~IISilo utilizados para reforçar o pr eces-
11'
ulvru u-ur
o tal
qual este
se realiza
uruulmenrv
111\0111.1111111riur infrat'strtatufIl
t'
itldlhtrul\ 1,,1
1~.\1I1111I 1'llIIlIlIlllílSt'X(('rllIl~ I l r l l lU . 1 1 1 1 1 1 1 . 1
I' III,II,III'~1'1I1,,'IIII'llIr\l
h 1111111.1III~I I'I,
' ' \ 1
I
1 1
V,II)II
.I
III'III.,I '~IIIIII
72
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ses periféricos, constitui seguramente um marco na
lução desses países. Mas, conforme indicamos, não si
fica mudança de rumo no processo evolutivo do conj
do sistema capitalista. Não se exclui a hipótese de
posição internacional das grandes empresas seja refi
da, encarregando-se elas de absorver grande parte do
vos recursos líquidos encaminhados para o merca
nanceiro internacional. Uma pequena parte da pop
periférica, localizada em uns poucos países, terá ace
formas mais avançadas de consumo, e alguns Estad
derão ascender a um papel hegemônico em certas
circunscritas. Contudo, as modificações no conju
periferia serão pouco perceptíveis.
Mas é possível que a experiência adquirida
dos recursos não renováveis venha a ser utilizada fi;
do valor real do trabalho, que exploram nos países
ricos as grandes empresas. Conforme foi assinala,
a rápida expansão da economia internacional- se
dinâmico do sistema capitalista - tende a furi
utilização das grandes reservas de mão-de-obra b
existem na periferia. Apresentam-se aqui dois pro
o da apropriação dos frutos da expansão econômi
orientação geral do processo de acumulação. Dad
de disparidade de níveis de vida que se observa a
te na periferia, as grandes empresas estão em P'
força para conservar os salários ao mais baixo
aí,,1
xsâo no sentido de elevá-Ios poderá ser contida com
I
desvio dos investimentos para outras áreas que ofere-
IIIlondições mais favoráveis. A grande empresa que pro-
artigos manufaturados na periferia para o mercado do
\1m
tem uma margem de manobra tanto maior quanto
haixos são os salários que paga. Essa margem permi-
11\1', seja expandir o mercado a curto prazo, seja aumen-
1 1 , \ capacidade de autofinanciamento. Em qualquer
1 1 , , casos, quanto maior a margem, maior a parte do
I 'I :rt'gacloque permanece fora do país periférico onde
Iltza a indústria. Tudo se passa como se o trabalho
\1111 recurso que se exporta, sendo a taxa de salário o
di «xportaçâo. Se o conjunto dos países periféricos
,I dobrar, em termos de moeda internacional, o
,li rxportação da força de trabalho, o resultado seria
11\ [\11 ' 1 1 1 < .' ocorre quando aumentam os preços de um
, , 1 1 ' I' X portação que goza de uma demanda inélástica
,ill
l 1 1 1
realidade, essa elevação tem tido lugar em
~ II\'1
iais. Assim, os operários da indústria do
lilI
tdl' 'll haviam conseguido, anos atrás, elevar
\ 11 111 11'111 c o s eu salário com respeito ao preço de
I1 111 1111
dI' obra nesse país. Essa elevação poderia
I ',Id,\
rnui s
longe, mas o governo chileno prefe-
1\ 11I 1'll1do cio imposto direto para ampliar a
li,
.dlll I\).ift'gadodessa indústria que era retido
1 1 , \ 1
ti dI' indústria manufatureira com múlti-
74
75
pias linhas de produção, cujos preços de exportação
oferta da força de trabalho, o próprio processo de indus-
7/17/2019 O Mito Do Desenvolvimento Econômico
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76
dem ser facilmente manipulados, a via fiscal torna-se
utilização mais difícil. Com efeito, como conhecer a
tabilidade da filial de uma grande empresa instalada n
país do sudeste asiático se os preços de todos os insu
utilizados são administrados pela matriz, assim com
preços dos produtos exportados?
É difícil conjeturar sobre uma elevação geral d
lários reais nas atividades exportadoras dos países
P
ricos. Como a taxa de salário varia muito encre país,
riféricos, as conseqüências seriam distintas de paí
país, particularmente se a elevação fosse feita no s
de maior igualização. Não se pode perder de vist
uma tecnologia similar podem corresponder dive
veis de produtividade física da mão-de-obra em fu
nível geral de desenvolvimento do país. A unific
taxas de salário, nas atividades exportadoras ia,
dos país periféricos, tenderia, portanto, a benefici
les com maior avanço relativo industrial.
O
pro
certamente muito mais complexo do que a el
preço de um produto homogêneo que goza de
inelástica no centro. Mas é por esse caminho
cedo ou mais tarde, os países periféricos terão
d
para apropriar-se de uma parcela maior do fru
pria força de trabalho. Se as grandes empresas conU .'
a pagar na periferia salários correspondentes a
tr iali z aç ão dos países periféricos contribuirá para aumen-
1111 fosso que os separa do centro do sistema.
A política de elevação da taxa de .salãrio real a que
1111\eferimos nos parágrafos anteriores teria como conse-
11I1~nciaireta a criação de um diferencial de salários en-
I'
I)setor ligado a exportação e o resto da economia local.
I«sulraria a formação de uma nova camada social, semi-
tll'/lI,lda nas formas modernas de consumo. Como o
d,1acumulação alcançado na economia não permite
1IIIIdizaressa taxa de salário, o fundo do problema do
1 li'\I'llVOlvimento não se modificaria. Para alcançar esse
111
,
wria necessário que os recursos retidos no país pe-
11 pudessem ser utilizados em um processo cumula-
, 1_llIldoa modificar a estrutura do sistema econômi-
I1IIIdode uma crescente homogeneização. A questão
II'II~III Ila orientação do processo de acumulação, e
,111I111~.lOontinuaria nas mãos das grandes empre-
1111111ssn orientação, vale diz er, estabelecer prio-
I1I1IIIIH,liode objetivos sociais coerentes e compa-
' I llo/'~o de acumulação seria a única forma de
11111111111111
u
tutela das grandes empresas. I\SSI'
11,111' 111,,
t'
( o nururul que 1 1 buro(rl&~'jll.
I~I IiI~I ·I.lil l~110mund
lij~jlill ,I, (1Il1ll1du,
I', lil IiNIIII II~ n~••••••••••••
ma poderão forçar muitas dessas burocracias a adotar c
5
7/17/2019 O Mito Do Desenvolvimento Econômico
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Nota:
mlnhos imprevistos, inclusive o de uma preocupação e
tiva com os interesses sociais e o de busca de formas
convivência com as grandes empresas que sejam comp
veis com uma orientação interna do processo de deserr
virnento.
1. Vejam-se os gráficos 29 e 39 de Tbe limits to g rol/ J th, op. cit,
78
-
MITO DO DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO
Se deixamos de lado as conjecturas e nos limitamos a
,h'('l Varo quadro estrutural presente do sistema capitalis-
1.1,vemos que o processo de acumulação 'tende a ampliar o
~IIentre um centro em crescente homogeneização e uma
'1(~(I'lação de economias periféricas, cujas disparidades
'1111/llIflm acentuar-se. Com efeito, a crescente hegemonia
1'1, IIdes empresas na orientação do processo de acumu-
I IloIc ul-se, no centro, por uma tendência à hornoge-
,,111os padrões de consumo e, nas economias periféri-
1'''1 11m distanciamento das formas de vida de uma
11tI 11I'ivilcgiada com resp ei to à massa da população.
111111111~'fíoo processo de acumulação é, por si só, sufi-
I I 11,11
1
1(> pressão sobre os recursos não-reprodmíveis
111,
uuu
i.t i mente inferior à que está na base das proje-
IIIIIII~I,,~ II que fizemos antes referência,
d'l dl~11I1~(Iir do is tipos de pressão sobrt,
O~
reuu
,. 1111( l'St.í I igada à i d é ia d e r r r iu m nl t
hU . 1 I1
1dl l'llIllhjJjdude de terra ardvol •• , ur l l
111 'II:I'I u l r u n
;'\i'./, VII/lidr um . I • .•nd. ft ftulll
crescente concentração da renda no centro do sistema, isto
7/17/2019 O Mito Do Desenvolvimento Econômico
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aproxima do nível de subsistência, a disponibilidade de
terras aráveis (ou a possibilidade de intensificar o seu cul-
tivo mediante pequenos aumentos de custoS de produção
ern termos de mão-de-obra não_especializada) é fator deci-
sivo na determinação da taxa de cres'cimento demográfico,
Não há dúvida de que o acesso às terras pode ser dificulta-
do por fatores institucionais e que a oferta. local de ali-
mentOS pode ser reduzida pela ampliação de culturas d
exportação. Nos dois casos, aumenta a pressão sobre o
recursos, se existe uma densa população rural dependent
, da ~gricultura de subsistência. Os efeitos desse tipo
pressão sobre os recursos somente se propagam quando
população tem a possi bilidade de emigrar: de manei
geral, eles se esgotam dentro das fronteiras de cada p
O que interessa assinalar é que esse tipo de pressão so
os recursos pode provocar calamidades em áreas delimi'
das, como atualmente ocorre no Sahel africano, mas
pouco afeta o funciona'menro do conjunto do sistema
O segundo tipo de pressão sobre os recursos é cal
do pelos efeitoS diretos e indiretos da elevação do nív<
COIlsumodas,populações, e está estreitamente ligado
à
1111\,110('ral do processo de desenvolvimento. O fa
1 '
1\ \,
1101,\
,I'
m.uu enha consideravelmente concen
lTum,tlll'
111\1(,1(' vida agrava a press
liI. 111 ,\\.lri.lnwnte, o preces
11'111(111
Pllde
afirmar
(I
1 1 1
é, a ampliação do fosso que separa a periferia desse centro,
constitui fator adicional do aumento da pressão sobre os
recursos não reprodutíveis. Com efeito,' se fosse mais bem
distribuído no conjunto do sistema capitalista, o cresci-
mento dependeria menos da introdução de novos produ-
tos finais e mais da difusão do uso de produtos mais co- .
nhecidos, o que significaria um mais baixo coeficiente de
desperdício. A capitalização tende a ser tanto mais inten-
sa quanto mais o crescimento esteja orientado para a in-
trodução de novos produtos finais, vale dizer, para o en-
curtamento da vida útil de bens já incorporados ao
patrimônio das pessoas e da coletividade. Dessa forma, a
imples concentração geográfica da renda, em benefício
dos
países
que gozam de mais alto nível de consumo, en-
uridra maior pressão sobre os recursos não reproduríveis.
Se o primeiro tipo de pressão sobre os recursos é 10-
,.dizado e cria o seu próprio freio, o segundo é cumulativo
rrxerce pressão sobre o conjunto do sistema. As projeções
ilurrnisra s
do estudo
The lim its to grO tu th
se referem essen-
lulmente
a esse segundo tipo de pressão. As relações en-
'10 ' 11
acumulação de capital e a pressão sobre os recursos,
1 1 '
estão na base das projeções, fundam-se em observa
,1.,_cmpíricas e podem ser aceitas como urna pril11rllll
1'1
IX
imação válida. O que não se pode
IIl't'iIlH
1IIIII'Ól
1.lll1bémimplícita nessas
p r o j e ç c ) c o N ,
Mr~lIl1 n •• '11111111
atuais padrões de consumo dos países ricos tendem a ge
Contudo, se se tem em conta a estrutura de idade dessa
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neralizar-se em escala planetária. Esta hipótese está e
contradição direta com a orientação geral do desenvolvi
rnenro que se realiza atualmente no conjunto do sistem
da qual resulta a éxclusão das grandes massas que vive
nos países periféricos das benesses criadas por esse dese
volvirnento. Ora, são exatamente esses excluídos que
f i
mam a massa demográfica em rápida expansão.
A população do mundo capitalista está formada
fi'
tes anos 70 por aproximadamente 2,5 bilhões de ind]
duos. Desse total, cerca de 800 milhões .vivem no ce
do sistema, e 1,7 bilhão, em sua periferia. A tendê
evolutiva desses dois conjuntos populacionais está de
da em suas' linhas fundamentais e não existe evidênci
que venha a modificar-se no correr dos próximos deo
em conseqüência de um ou outro tipo de pressão sob
recursos, a que nos referimos. Sendo assim, e se se ex
hipótese de um fluxo migratório substancial da peri
para o centro, é de admitir que a população do conj
de países cêntricos alcance dentro de um século 1,2
de habitantes, A opinião de que essa massa demog
tende a estabilizar-se nos próximos decênios é aceit
maioria dos estudiosos da matéria. O quadro formal
c'~lIl1dosubconjunto demográfico é muito mais
e ,
11 ,'m \1111inâmica, A pressão sobre os recursos
1f '1I '1I I i
1'
dc',,'rnpc'nha, neste caso, papel funda
H
população, da qual cerca de metade se encontra atualmen-
te abaixo da idade de procriação, parece fora de dúvida
que as taxas de natalidade se manterão elevadas por algu-
mas gerações. É essa uma das conseqüências da orientação
do desenvolvimento que, ao concentrar a renda em bene-
fício dos países ricos e das minorias ricas dos países po-
bres, reduz o efeito da elevação do nível de renda na taxa
de natalidade, com respeito ao conjunto do sistema. Pode-
seadmitir como provável que, no correr do próximo sécu-
lo, a população da periferia dobre a cada 33 anos, o que
significa que ela passará de 1,7 bilhão para 13,6 bilhões.
Sendo assim, a população dos países cênrricos se rnultipli-
rar-se-ia por 1,5, e, a dos países periféricos, por 8, do que
ie-sultaria que o conjunto da população passaria de 2,5 bi-
lhõespara 14,8 bilhões, ou seja, se multiplicar-se-ia por 5,9.
No que diz respeito
à
pressão sobre os recursos do
,'gundo tipo, isto
é,
a pressão cumulativa capaz de gerar
1 IlSÕeso conjunto do sistema, interessa menos a divisão
' 1 J C centro-periferia do que a divisão entre aqueles que
I'
I\('neficiam,do processo de acumulação de capital e aque-
I~~ruja condição de vida somente é afetada por esse pro-
I'~~ C)
de forma marginal ou indireta. Ou seja,
é
mais im
I'Hllllnteo fosso que aatual orientação do desenvolvimenm
'li' ,I ntro dos países periféricos do que o outro lil88111JlI
1111'ntre estes e o centro do sistema. As inlllrmu,>clcs
83
relativas à distribuição da renda nos países periféricos põem
fizemos, esse subconjunto populacional alcançaria, den-
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em evidência que a parcela da população que reproduz
formas de consumo dos países cêntricos é reduzida. Ad
mais, essa parcela não parece elevar-se de forma signific
tiva com a industrialização. O fundo do problema é si
pies: o nível de renda da população dos países cêntricos
em média, cerca de dez vezes mais elevado do que o
população dos países periféricos. Portanto, a minoria q
nestes países reproduz as formas de vida dos países cêntri
deve dispor de uma renda cerca de dez 'vezes mai9.,rdo ql
a renda per capita do próprio país. Mais precisamenn
parcela máxima da população do país periférico em q
tão que pode ter acesso às formas de vida dos pa
cêntricos é de 10%. Nesta situação limite, o resto da
pulação, 90%, não poderia sobreviver, pois sua rend
ria zero. No caso típico da p,resente situação na perí
entre um terço e a metade da renda é apropriada pela
oria que reproduz os padrões de vida dos países cênrá
e a outra parte (entre metade e dois terços) divide
forma mais ou menos desigual com a massa da pop
nesse caso, a minoria privilegiada não pode ir muito
de 5% da população do país.
Os 5
%
de privilegiados da periferia correspo
presentemente, a 85 milhões de pessoas; destarre,
junto da população que exerce efetiva pressão sobn
cursos alcança 885 milhões. No quadro das projeç
84
85
tro de um século, 1,88 bilhão. Desta forma, enquanto a
população do mundo capitalista aumentaria 5,9 vezes, a
do conjunto populacional que efetivamente exerce pres-
são sobre os recursos aumentaria 2,1 vezes. Se a popula-
ção que exerce forte pressão sobre os recursos dobrar, e,
ademais, se a renda média dessa po~lação também do-
brar antes que o ponto de relativa saturação na utilização
dos recursos não-renovãveis for alcançado, temos de adrni-
tir que essa pressão muito provavelmente crescerá cerca
de quatro vezes no correr do próximo século. Cabe acres-
centar que essa pressão quatro vezes maior se realiza so-
bre uma base de recursos substancialmente menor. Con-
tudo seria irrealista imaginar que um ritmo de crescimento
dessa ordem na pressão sobre os recursos constitui algo
lora da capacidade de controle do homem, mesmo na hi-
pótese de que a tecnologia continue a ser orientada em
ua concepção e utilização por empresas privadas. Esta afir-
m u ç ã o
não implica desconhecer que é essa uma pressão
um sid erá v el,
cabendo assinalar que parte crescente dela
_ I ' exercerá sobre os recursos atualmente localizados na
1 'I'iferiado sistema.
Outro dado importante a assinalar é o crescente peso
I 1 1 1 inoria privilegiada dos países periféricos no conjunto
I 1 I
f mpulação
que desfruta de alto nível de vida no sistema
qumlisra. Sendo menos de 10% atualmente, a participa-
ção dessa minoria tenderia a superar um terço, na proje- Essa massa crescente de excluídos, em termos absolutos e
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ção que fizemos. Ora, se se tem em conta que os Estados
da periferia muito provavelmente estarão em condiçõe
de apropriar-se de uma parcela maior da renda do conjun
tO
do sistema, mediante a valorização dos recursos
nã
reprodutíveis e da mão-de-obra que exportam, a
hipóres
que formulamos de estabilização, a nível de 5%, do gru
privilegiado deve ser considerada como um mínimo.
S e
melhora nos termos de intercâmbio permite que os 5%
elevem a 10%, a minoria privilegiada da periferia supe
ria em número a população do centro do sistema. E
tendência também operaria no sentido de reduzir 'a p
são sobre os recursos, pois a ampliação do número dos
têm acesso aos altos níveis de consumo significa q
crescimento se está realizando no sentido de maior
são dos padrões de consumo já conhecidos.
O aumento relativo do número de privilegiados.'
países periféricos não impede, entretanto, que se
nha e aprofunde o fosso que existe entre eles e a m
da população de seus respectivos países. Com efeir
observamos o sistema capitalista em seu conjunto,
VI
que a tendência evolutiva predominante é no senti
excluir nove pessoas em dez dos principais beneffc
desenvolvimento; e, se observamos em particular
junto dos países periféricos, constatamos que aí a ti
cia é no sentido de excluir dezenove pessoas em
86
87
relativos, que se concentra nos países periféricos, consti-
tui por si mesma um fator de peso na evolução do sistema.
Não se pode ignorar a possibilidade de que ocorram em
determinados países, e mesmo de forma generalizada,
mutações no sistema de poder político, sob a pressão des-
sas massas, com modificações de fundo na orientação ge-
ral do processo de desenvolvimento. Quaisquer que sejam
as novas relações que se constituam entre os Estados dos
países periféricos e as grandes empresas, a nova orientação
do desenvolvimento teria de ser num sentido muito mais
igualitário, favorecendo as formas coletivas de consumo e
reduzindo o desperdício provocado pela extrema diversi-
ficação dos atuais padrões de consumo privado dos grupos
privilegiados. Nesta hipótese, a pressão sobre os recursos
muito provavelmente se reduziria.
O horizonte de possibilidades evolurivas que se abre
,IOSpaíses periféricos é, sem
dúv ida ,
amplo. Num extre-
mo, perfila-se a hipótese de persistência das tendências
qu e prevaleceram no último quarto de século à intensa
umcentração da renda em benefício de reduzida minoria.
N o centro, está o fortalecimento das burocracias que con-
1IIIIamos Estados na periferia - tendência que se vem
111'lllifestandono período recente - e que leva a uma
uu-lhora
persistente dos termos de intercâmbio e a uma
1IIIIlliaçãoda minoria privilegiada em detrimento do cen-
tro do sistema; no outro extremo, surge a possibilidade de formas de vida dos atuais povos ricos - é simplesmente
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,modificações políticas de fundo, sob a pressão das crescen-
tes massas excluídas dos frutos do desenvolvimento, o que
tende a acarretar mudanças substantivas na orientação do:
processo de desenvolvimento. Esta terceira possibilidade
combinada com a melhora persistente dos termos de inten
câmbio, corresponde ao mínimo de pressão sobre os recu
sos, assim como a persistência das tendências atuais à co
centração da renda engendra o.máximo de pressão.
A conclusão geral que surge é que a hipótese de e
tensão ao -conjunto do sistema capitalista das formas
consumo que prevalecem atualmente nos países cêntric
não têm cabimento dentro das possibilidades evoluti;
aparentes desse sistema. E é essa a razão pela qual
ruptura cataclísmica, num horizonte previsível, careo
verossimilhança. O interesse principal do modelo que
a essa previsão de ruptura caraclísmica está em que
proporciona uma demonstração cabal de que o esta
vida criado pelo capitalismo industrial sempre será
O
vilégio de uma minoria. O custo, em termos de dep.
ção
do mundo físico, desse estilo de vida é de tal
elevado que toda tentativa de generalizá-Ia le
inexoravelmente ao colapso de toda uma civilizaçâor
do em risco a sobrevivência' da espécie humana.
assim a prova cabal de que o d esen vo lv im e nto e co nô m,'
idéia de que os
p o vo s p o b re s
podem algum dia desfru
irrealizável. Sabemos agora de forma irrefutável que as
economias da periferia nunca serão desenvolvidas, no senti-
do' de similares às economias que formam o atual centro
do sistema capitalista.' Mas, como desconhecer que essa
idéia tem sido de grande utilidade para mobilizar os po-
vos da periferia e levá-Ias a aceitar enormes sacrifícios para
legitimar a destruição de formas de culturas
arcaicas,
para
explicar
e fazer
compreender
a
necessidade
de destruir o meio
físico, para justificar formas de dependência que reforçam
o caráter predatório do sistema produtivo? Cabe, portan-
to, afirmar que a idéia de desenvolvimento econômico é
um simples mito. Graças a ela, tem sido possível desviar
as atenções da tarefa básica de identificação das necessida-
des fundamentais da coletividade e das possibilidades que
abrem ao homem o avanço da ciência, para concentrá-Ias
em objetivos abstratos, como são os investimentos, as expor-
feI ções e o crescimento. A importância principal do modelo
de T he lim its to g rowth é haver contribuído, ainda que não
haja sido o seu propósito, para destruir esse mito, segura-
mente
um dos pilares da doutrina que serve de cobertura
~ dominação dospovos dos países periféricos dentro da
nova estrutura do sistema capitalista.
89
tro do sistema; no outro extremo, surge a possibilidade de formas de vida dos atuais povos ricos - é simplesmente
7/17/2019 O Mito Do Desenvolvimento Econômico
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,modificações políticas de fundo, sob a pressão das crescen-
tes massas excluídas dos frutos do desenvolvimento, o que
tende a acarretar mudanças substantivas na orientação do:
processo de desenvolvimento. Esta terceira possibilidade
combinada com a melhora persistente dos termos de inten
câmbio, corresponde ao mínimo de pressão sobre os recu
sos, assim como a persistência das tendências atuais à co
centração da renda engendra o.máximo de pressão.
A conclusão geral que surge é que a hipótese de e
tensão ao -conjunto do sistema capitalista das formas
consumo que prevalecem atualmente nos países cêntric
não têm cabimento dentro das possibilidades evoluti;
aparentes desse sistema. E é essa a razão pela qual
ruptura cataclísmica, num horizonte previsível, careo
verossimilhança. O interesse principal do modelo que
a essa previsão de ruptura caraclísmica está em que
proporciona uma demonstração cabal de que o esta
vida criado pelo capitalismo industrial sempre será
O
vilégio de uma minoria. O custo, em termos de dep.
ção
do mundo físico, desse estilo de vida é de tal
elevado que toda tentativa de generalizá-Ia le
inexoravelmente ao colapso de toda uma civilizaçâor
do em risco a sobrevivência' da espécie humana.
assim a prova cabal de que o d esen vo lv im e nto e co nô m,'
idéia de que os
p o vo s p o b re s
podem algum dia desfru
irrealizável. Sabemos agora de forma irrefutável que as
economias da periferia nunca serão desenvolvidas, no senti-
do' de similares às economias que formam o atual centro
do sistema capitalista.' Mas, como desconhecer que essa
idéia tem sido de grande utilidade para mobilizar os po-
vos da periferia e levá-Ias a aceitar enormes sacrifícios para
legitimar a destruição de formas de culturas
arcaicas,
para
explicar
e fazer
compreender
a
necessidade
de destruir o meio
físico, para justificar formas de dependência que reforçam
o caráter predatório do sistema produtivo? Cabe, portan-
to, afirmar que a idéia de desenvolvimento econômico é
um simples mito. Graças a ela, tem sido possível desviar
as atenções da tarefa básica de identificação das necessida-
des fundamentais da coletividade e das possibilidades que
abrem ao homem o avanço da ciência, para concentrá-Ias
em objetivos abstratos, como são os investimentos, as expor-
feI ções e o crescimento. A importância principal do modelo
de T he lim its to g rowth é haver contribuído, ainda que não
haja sido o seu propósito, para destruir esse mito, segura-
mente
um dos pilares da doutrina que serve de cobertura
~ dominação dospovos dos países periféricos dentro da
nova estrutura do sistema capitalista.
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