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Capítulo 1
O Dia em Que o Mundo Mudou«Hora do óbito, 4h15!»
Posso precisar aquele momento único na minha vida em que a terra
parou, como que a suster a respiração para ver como eu cumprimentaria o meu
destino. Tenho a certeza de que se um cronómetro tivesse medido, teria apenas
passado uma fracção de segundo. No entanto, nesse instante, um novo mundo
abriu -se perante mim, insinuando os segredos de um conhecimento para além
do conhecimento. Nada voltaria a ser igual. De certa forma soube que não
estava numa viagem comum.
O meu nome é Mel Gill, mas a maioria das pessoas chama -me ape-
nas Mel. Na qualidade de psicoterapeuta e orador motivacional viajo pelo
mundo inteiro, falando às pessoas sobre as suas mentes subconscientes e a
forma como os seus pensamentos não só determinam o seu grau de felicidade,
mas, inevitavelmente, também o seu destino. É um trabalho muito agradável,
mas como comecei a relatar -vos, sei disto por causa da minha viagem – uma
viagem que aconteceu literalmente por acaso.
Era o ano de 1976 e eu tinha 18 anos. Nesse dia tinham -me dado uma
pequena pedra chata com um símbolo inscrito que se pareceria com um «M».
Era uma runa, um carácter do alfabeto viking. Ao contrário dos sistemas de
escrita contemporâneos, os antigos atribuíam grande poder as estas letras.
O nome runa significa «segredo». Para os antigos, as runas, originalmente
consistindo de 24 caracteres normalmente inscritos em pequenas pedras, eram
um oráculo. Punham as runas num saco, agitavam -no e depois tiravam uma
runa sem olhar, como forma de profetizar o futuro. Ao pronunciar o nome da
runa em voz alta, invocavam a sua vibração e a pedra «ajudava» o inquiridor
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na sua procura. Talvez fosse por isso que eu levava a pedra comigo; estava à
procura do meu caminho e do que viria a seguir. Disseram -me que a runa que
eu tinha tirado era «Ehwaz». Alguns diziam que a forma do «M» represen-
tava o símbolo de duas cabeças de cavalo de frente, focinho contra focinho,
enquanto que outros diziam que representava um cavaleiro no seu cavalo.
Significava movimento intencional, progresso e, algumas vezes, uma jornada,
mas não se referia apenas a um domínio físico. Ehwaz era a jornada do espí-
rito. Tal como um cavaleiro e o seu cavalo formam uma dupla, é importante
que o corpo e o espírito tenham uma forte parceria. Simbolizava que, na vida,
não basta tratar do físico se descurarmos a mente e as emoções.
Como índio americano de primeira geração, a sabedoria rúnica lem-
brava -me um mito hindu que tinha ouvido falar há muito tempo sobre o deus
Shiva e a sua segunda mulher Parvati. Depois da primeira mulher de Shiva ter
sido assassinada ele perdeu todo o interesse no mundo.
Shiva teve um importante papel de «destruidor» e «protector» e, outrora,
era conhecido pelo seu terrível temperamento, mas, após ter perdido o amor da
sua vida, desmoronou -se. À semelhança de muitos seres humanos emocional-
mente feridos, decidiu que o melhor rumo para se proteger de mais sofrimento
seria evitar o mundo físico e todos os problemas com ele relacionados. Assim,
retirou -se para o topo de uma montanha e começou a meditar. Afinal, manter -se
nos planos etéreos e aprender com os Grandes Mestres, era muito mais seguro
emocionalmente, ou pelo menos assim o pensava!
O único problema era que também significava que Shiva, entre outras
coisas, estava a negligenciar o seu papel de «protector», no domínio físico.
Tudo se desmoronou sem a sua ajuda para equilibrar o mundo. O sol recusou-
-se a brilhar, as colheitas começaram a morrer e o caos instalava -se a passos
largos. Então, os deuses elaboraram um plano para ajudar Shiva a recuperar
o equilíbrio. Criaram uma nova deusa, Parvati, para ser a sua mulher e o
atrair novamente para a Terra. No início foi extremamente difícil, mas ela não
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desistiu. Eventualmente, através de tempo e muita paciência, conseguiu que
ele voltasse à Terra através de um pequeno acordo. De tempos em tempos ele
podia subir à montanha para ir meditar com os Mestres desde que regressasse
sempre à Terra para passar algum tempo com ela!
Enquanto Shiva representa o aspecto mental e emocional do ser
humano, Parvati representa o físico. Ser totalmente consumido tanto pelo
desejo mental quanto pelo físico negligencia o equilíbrio do Universo e tudo
se torna instável. Assim sendo, o objectivo do ser humano deve ser o de atingir
o equilíbrio entre os dois.
Da mesma forma, a essência da runa Ehwaz encorajava -me a ultrapas-
sar o lado físico, a embarcar numa jornada da alma para conquistar o conhe-
cimento e sabedoria escondidos. Mal sabia eu que já estavam em movimento
poderosas forças convocando as condições que me permitiriam ligar -me às
oportunidades que estabeleceriam o rumo da minha vida.
No entanto, não estava nada convencido do poder das runas, achava
apenas que Ehwaz era um bom presságio. Representava um homem na sua
viagem de descoberta e era exactamente aquilo que eu era.
O meu grupo e eu estávamos a fazer uma caminhada através das mon-
tanhas da selva da Malásia. As sombras da noite há muito que tinham envolvido
a minha pequena equipa, mas decidimos continuar viagem durante mais um
tempo. De repente, e sem aviso, desequilibrei -me e comecei a rebolar por uma
íngreme encosta. O meu coração batia aceleradamente à medida que me agi-
tava impotente tentando desesperadamente amortecer a minha queda. Num
ímpeto fora do meu controlo fui arremessado para a frente como uma boneca
de trapos. Então, num único baque, bati fortemente numa pedra do chão de
uma profunda gruta. Depois tudo ficou negro. Quando recuperei os sentidos a
minha cabeça andava à roda. Estava tonto, enjoado e sentia em cada centíme-
tro do meu corpo dores excruciantes. Depressa percebi que tinha uma série de
fracturas no braço esquerdo. Sem forma de comunicar com o mundo exterior
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e sem nenhum veículo para nos transportar por entre a densa vegetação, tudo
o que podia fazer era continuar a andar. Nos dez dias seguintes, fui percorrido
por dores lancinantes enquanto caminhava através da selva tentando divisar
qualquer coisa que se assemelhasse a alguma ajuda médica. Na altura em que
chegámos ao hospital, graves infecções tinham -me consumido.
O cirurgião disse à minha família para se preparar para o pior. Tinha
a certeza de que eu não me safava. No entanto, tentaria salvar -me amputando
o meu braço gravemente infectado.
Então, sem qualquer aviso, aconteceu! Passei de um estado febril e
adormecido pelas drogas para a total clarividência. De repente, estava fora
do meu corpo a olhar para baixo, para o meu corpo, enquanto o cirurgião se
preparava para me amputar o braço. Estava plenamente consciente quando
uma percepção dual se instalou. Uma parte de mim sentia a lâmina da serra
a atravessar -me o braço, vibrando contra os meus ossos, enquanto que a outra
parte olhava para a minha cara enquanto eu jazia inconsciente na mesa de ope-
rações. Foi a sensação mais estranha que já senti; o rosto que tinha conhecido
toda a minha vida, tão estranho e ao mesmo tempo tão familiar. Talvez o mais
perturbador fosse a curiosidade distante com que observava tudo!
Então a minha mente voltou a dividir -se; fragmentando -se em mui-
tas peças, cada uma com a compreensão total das cenas individuais que se
passavam à minha volta, sendo, no entanto, todas elas vistas em simultâneo.
À medida que me via na mesa, podia ver os meus pais e irmãos angustiados
na sala de espera fora do bloco, bem como outras cenas em diversas partes
do hospital. Podia ouvir e compreender todas as conversas ao mesmo tempo.
«Que chatice», pensei eu. «Que raio se está a passar aqui?» Mas, antes
de ter hipóteses de perceber, uma voz vinda da sala de operações anunciou:
«Hora do óbito 4h15.»
«Esperem», tentei gritar, enquanto a minha percepção se centrava
numa enfermeira a escrever a hora do óbito num gráfico coberto por celofane
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transparente. Mas não conseguia que me ouvissem, já não conseguia formu-
lar as palavras da forma como fazia antes, no entanto podia ouvir e sentir os
pensamentos de toda a gente. Nada fazia sentido. Ainda existia, ainda tinha
consciência, mas sem fazer ideia de quem «eu» era agora.
Também não tive tempo para aprofundar isto porque, no segundo
seguinte, um enorme vórtice sugou -me para cima através do tecto até ao azul
do céu matinal. A familiaridade física desvaneceu -se à medida que a percep-
ção do espaço como em cima e em baixo, perto e longe se desvanecia e desa-
parecia da minha existência.
A seguir, vi -me a atravessar um túnel em diversas tonalidades de
branco. Um ser de luz violeta -azulada brilhante com um semblante de amor
e benevolência totais apareceu perante mim. Uma sensação de pura felicidade
e bem -estar invadiu cada molécula do meu ser à medida que todas as coisas
boas da minha vida me inundavam. Sem utilizar palavras conseguia com-
preen der completamente este ser e sabia que ele aceitava completamente quem
eu era e tudo o que tinha feito. Totalmente! Ao mesmo tempo era como se
fizéssemos parte um do outro. Abraçou -me e todas a minhas emoções explo-
diram. Chorei, jorrando torrentes de felicidade e alívio. Senti uma enorme paz
e plenitude. Estava em «casa»!
Antes que pudesse pensar ou fazer alguma coisa ele encheu -me de tal
conhecimento interior que de forma gentil me transmitiu que ainda não era o
meu tempo e que ainda tinha muitas coisas para fazer na Terra. Tendo sempre
sido um negociante implorei -lhe, como uma criança no seu parque de diversões
favorito, por poder ficar mais um bocado. Com um sorriso sábio e bondoso
que me lembrou a estátua do Buda que tinha visto uma vez, riu -se e concedeu-
-me o desejo. Deixou -me com outro ser de luz que me deu a certeza imediata
de que eu era muito amado.
Ela cercou -me em êxtase total, enquanto deslizávamos pelo mais
bonito caminho bordeado de flores. Como a linguagem não era utilizada é -me
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difícil encontrar as palavras para descrever a maior parte da sabedoria que
partilhámos, mas deu -me a entender que quando eu regressasse aqui todo o
Céu celebraria. Durante aquilo que me pareceram diversos dias, guiou -me
através de muitas salas de aula em forma de anfiteatro e eu fui sendo inun-
dado pelas mais incríveis lições. Pareceram -me que horas e dias se escoavam.
No entanto, na realidade, no local onde o meu corpo se encontrava tinham
passado apenas alguns minutos.
Quando a hora da minha morte foi anunciada algo ficou registado
em mim mesmo quando fui «sugado» para fora da sala. Vi uma esfera de luz
penetrar no cirurgião, galvanizando -o para a acção. Ele chamou a equipa e
disse: «Vamos tentar mais uma coisa.»
Pegou numa comprida agulha oca, espetou -a no meu tornozelo e
começou a fazer -me uma transfusão de sangue. Depois iniciou as compressões
no meu peito para reanimar o meu coração que tinha parado de bater.
Com um súbito puxão fui arrancado de volta para um espaço «con-
finado» no qual lutei para respirar. Embora tecnicamente tivesse sido consi-
derado morto durante mais de um quarto de hora, estava de volta sem mais
nem porquê!
Estive numa viagem que transcende o tempo e o espaço, no entanto
percebi que tinha tido apenas um vislumbre. Enquanto recordo os aconteci-
mentos principais do «outro lado» os pormenores específicos do que tinha
aprendido nos anfiteatros desvaneciam -se como num belo sonho, demasiado
depressa! E o que permaneceu foi uma sensação intuitiva. Se alguma vez che-
gasse a recuperar aquela paz e soubesse que existe tanta sabedoria na Terra,
teria de começar do princípio, como um bebé que aprende a andar. Mas eu
sabia que existiam pistas escondidas mesmo por baixo da superfície, à espera
que eu as encontrasse.
Não preciso de dizer que sobreviver a esta experiência me conferiu
uma nova perspectiva da vida. Antes do meu calvário, suspeitava vagamente
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de que havia alguma coisa mais para além da existência humana e sobre o
Universo, agora sabia para além do conhecimento. Não só tinha visto com os
meus próprios olhos como tinha sentido com cada fibra do meu ser.
Lentamente, à medida que recobrava a consciência, percebi que o
meu punho agarrava firmemente algo que estava cravado na palma da minha
mão. Levantei a mão que me restava e percebi que de alguma forma ainda
segurava a runa Ehwaz! Levantei -a para examinar melhor a pequena pedra.
Quando rodou sobre o lado esquerdo percebi que se transformou no símbolo
grego Sigma da auto -energia – a soma de todos os segredos. Sorri e fechei os
olhos. Por mais louco que isto possa parecer soube exactamente o que tinha
encontrado. Em vez de estar a chorar a perda do meu membro percebi que
tinha ganho algo muito maior e de incomensurável valor.
Ao longo dos anos vim a saber que faço parte do crescente número de
pessoas que experienciaram algo semelhante. Não estava só! Alguns, como eu,
encontraram este fenómeno através de um acidente ou doença, enquanto que
outros nasceram com o dom. Outros ainda atingiram um nível de espirituali-
dade tão avançada que lhes permite o acesso a este lugar especial. No entanto,
muitos são os que não experienciaram nada, mas cujo instinto lhes diz que
existe mais alguma coisa para ser encontrada e, assim, juntaram -se na busca.
Ninguém sabe exactamente porque é que este movimento em direc-
ção ao esclarecimento tem vindo a aumentar. Talvez tenhamos chegado a
um ponto da história em que, como colectivo, estamos preparados para dar
um salto quântico em direcção à consciência social. Por si só este facto não
constitui grande segredo. Desde os Yugas hindus até ao bíblico livro da Reve-
lação, muitas culturas através da história predisseram estes tempos. Os antigos
Maias falavam deste fenómeno em termos de idades do mundo. Acreditavam
que a Terra atravessa ciclos que duram 5125 anos cada e a ciência contempo-
rânea confirmou agora que o planeta viaja através da Via Láctea num padrão
elíptico que dura exactamente o mesmo tempo. Quando atinge o ponto mais
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distante da órbita o campo magnético da Terra diminui o que, por sua vez,
causa uma sensação de desconectividade. Muitos são os que desconhecem os
porquês, mas que, no entanto, são afectados por eles, tal como são afectados
pelos ritmos do dia e da noite ou pelo efeito da Lua nas marés. Isto também
pode ajudar a explicar o recente fluxo de guerra, colapso económico e aqueci-
mento global. Na sua essência, sejam quais forem os avanços da ciência, ainda
somos susceptíveis às leis da natureza e às forças maiores.
Seja qual for a razão, permanece o facto de que um enorme número
de pessoas busca o controlo da sua vida, a verdadeira felicidade e a paz. Existe
um desejo intrínseco de sentir uma ligação com qualquer coisa que nos trans-
cende – ou pelo menos saber que não estamos sós nos sentimentos. Queremos
perceber porque é que as coisas acontecem e como funciona o Universo. Esta
busca levou muita gente à internet, televisão, rádio e livros na esperança de
encontrar um maior sentido para as suas vidas e uma forma de viver vidas
mais poderosas e produtivas. Um desses livros que muitos leitores conhecem
é O Segredo.
Desde que foi publicado em 2006, ajudou milhões de pessoas a encon-
trar mais clarividência nas suas vidas. Para os que não conhecem, este best
seller é baseado no núcleo do princípio da Lei da Atracção. Contudo, muitos
não perceberam que a Lei da Atracção é apenas uma das sete leis antigas.
A autora, Ronda Byrne, atribui a sua inspiração a um livro chamado The
Science of Getting Rich, que foi escrito há mais de um século por Wallace
Wattles. O livro foi lançado apenas dois anos após a primeira versão impressa
do Caibalion, escrito anonimamente por professores herméticos que se intitu-
lavam Os Três Iniciados. The Science of Getting Rich é baseado no conceito
do pensamento positivo, afirmando que, ao substituir os padrões negativos por
positivos, temos o poder de mudar as nossas vidas.
Este conceito depressa se espalhou devido às novas invenções do
telefone de Alexander Graham Bell e do Modelo T de Henry Ford, que
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possibilitavam que homens comuns pudessem usar o poder das suas mentes
para se tornarem milionários. O público tornou -se ávido por um conjunto
de regras que os ajudasse a perceber como também poderiam enriquecer.
Em breve o mercado foi inundado por livros, enfatizando diversos princípios
místicos e o Movimento Novo Pensamento. Tinha nascido o conceito de que
o pensamento determina a realidade. Este material era verdadeiramente inte-
ressante porque, pela primeira vez, as pessoas como sociedade percebiam que
tinham o poder de moldar o seu futuro.
Juntando isto à moderna ênfase do consumismo, as ideias do Novo
Pensamento eram conceitos extremamente atraentes. Assim, quando a Lei da
Atracção reapareceu em O Segredo, a ideia de que podemos ter tudo usando
apenas a nossa mente tornou -se muito apelativa.
Mas enquanto que a Lei da Atracção é válida e funciona, é como se
só tivéssemos acesso aos aperitivos de um banquete. Sim, é delicioso, mas
não é supostamente uma autêntica refeição. Não olhamos para um aperitivo e
dizemos: «Estava óptimo, mas não fiquei satisfeito.» Percebemos que é ape-
nas o princípio de uma festa e que haverá muito mais pratos para saborear até
estarmos saciados.
Como terapeuta, professor universitário e estudante de história tenho
observado a natureza humana e pessoas em todo o mundo, e é uma decepção
ver a quantidade de pessoas que não compreendeu a Lei da Atracção e se tenta
saciar com «aperitivos». A Lei da Atracção é muito mais do que uma filosofia
para enriquecer rapidamente, visualizar e fazer aparecer uma caixa cheia de
dinheiro ou fazer com que o Brad Pitt e a Sandra Bullock se apaixonem por
nós – embora fosse bom!
Utilizar a Lei da Atracção desta forma lembra -me uma cena do pri-
meiro filme de Austin Powers no qual o Dr. Evil tenta manter o mundo refém
por um milhão de dólares! Embaraçado, o seu braço direito tem de explicar ao
supervilão, recentemente descongelado de uma suspensão criogénica dos anos
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sessenta, que a sua própria empresa faz nove mil milhões de dólares por ano!
De forma similar, utilizar a Lei da Atracção para adquirir algumas bugigangas,
como um carro novo ou aqueles brincos que tanto queremos, fica muito aquém
do potencial de encontrar a paz e felicidade a longo prazo.
Os cépticos disseram -me: «Dr. Mel, a Lei da Atracção é uma treta.
Tentei e simplesmente não funciona. Porque é que continua a promovê -la?»
Eu respondo -lhes que, se a Lei da Atracção for utilizada apenas
como aperitivo, então têm razão. Mas estas e milhares de outras almas bem-
-intencionadas não abarcam o filme todo – existem leis universais que ver-
dadeiramente proporcionam prosperidade. Mas é preciso algo mais do que
simplesmente pedir.
Façamos um teste rápido que pode ilustrar este ponto. Pense numa
memória particularmente querida. Pode ser qualquer coisa positiva, algo que
envolva um dos melhores momentos da sua vida. Imagine a cena perante si
– como se a estivesse a viver neste momento. Como se sente? Mais impor-
tante ainda, porque se sente dessa forma? Será que as emoções quentes,
como amor, carinho ou humor desempenham um papel -chave? As hipóteses
são de que aquilo que escolheu nada tenha que ver com o desejo de adquirir
grandes quantidades de dinheiro, prosperidade ou outras formas de riqueza.
Mas se assim for também não faz mal. A prosperidade é válida e dis cuti re-
mos este ponto em pormenor mais à frente. Contudo, o meu ponto de vista
é de que a verdadeira felicidade está ligada a algo muito superior à mera
aquisição de bens.
A verdadeira prosperidade é muito maior do que o processo de adqui-
rir bens físicos, embora também possa englobá -los. Falo da riqueza interior,
do amor e compaixão por si mesmo e pelos outros, de estar em paz e sentir -se
relaxado, apreciar a vida e ser verdadeiramente feliz. Por outras palavras, tal
como a runa Ehwaz que eu tirei há tantos anos, do equilíbrio entre o mental e
o físico. Simples? Aparentemente.