o mercado de valores mobiliários e o desenvolvimento económico

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O Mercado de Valores Mobiliários e o Desenvolvimento Económico União dos Escritores Angolanos 10 de Agosto de 2016

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O Mercado de Valores Mobiliários e o

Desenvolvimento Económico

União dos Escritores Angolanos

10 de Agosto de 2016

Objectivos

Objectivo Geral

o Compreender o papel do Mercado de Valores Mobiliários no desenvolvimento económico

Objectivos específicos

o Compreender a estrutura do sistema financeiro nacional.

o Diferenciar a Comissão do Mercado de Capitais da Bolsa de Dívida e Valores de Angola.

o Aferir o papel da CMC no sistema financeiro.

o Identificar o papel do mercado de capitais no combate aos efeitos da crise.

Comissão do Mercado de Capitais 2

Conteúdo

• O Sistema financeiro nacional;

• Introdução ao Mercado de Capitais;

• O mercado de capitais: Racional para a supervisão do mercado;

• O mercado de capitais em Angola;

• Contribuição do Mercado de Capitais no Desenvolvimento económico;

• Desafios e Oportunidades para o Mercado de Capitais.

Comissão do Mercado de Capitais 3

Comissão do Mercado de Capitais 4

O MVM Impulsiona o Desenvolvimento Economico ou o

Desenvolvimento Economico Impulsiona o

Desenvolvimento do MVM?

Sistema Financeiro Angolano

Comissão do Mercado de Capitais 5

Sistema Financeiro

Conceito

o Conjunto de instrumentos, mercados, processos e instituições que

permitem canalizar poupanças dos agentes excedentários para os

agentes deficitários;

Principais Funções

o Servir de intermediário entre os agentes superavitários e deficitários;

o Alocar de forma eficiente os recursos financeiros captados dos

agentes excedentários para os agentes deficitários;

o Administrar o risco no sistema financeiro;

o Administrar os custos de intermediação;

o Produzir e divulgar informação sobre os participantes do mercado.

Comissão do Mercado de Capitais 6

Composição do sistema financeiro nacional

Comissão do Mercado de Capitais 7

Fonte: CMC, ARSEG, BNA e BODIVA

MVM (BODIVA)

US$ 810,13 milhões

Modelo de Supervisão

Comissão do Mercado de Capitais 8

Modelo de supervisão – Institucional ou baseada nos sectores

Introdução ao Mercado de Valores Mobiliários

Comissão do Mercado de Capitais 9

Surgimento do Johannesburg Stock Exchange (JSE)

Necessidade de Investimento e financiamento.

o Descoberta de ouro em 1886 resultou na criação de várias minas de ouro;

o Os mineiros tinham a necessidade de meios de produção para explorar o

metal precioso;

o Por outro lado, os investidores necessitavam de um mecanismo que

permitisse financiar a produção de ouro – que era muito lucrativa;

o As primeiras transacções foram feitas em tendas de mineiros.

o Em 1887, por proposta do Dr. Benjamin Minors Wollan foi fundada a JSE –

espaço físico para transacção de acções

Comissão do Mercado de Capitais 10

Mercado de Valores Mobiliários

Conjunto de instituições e instrumentos que possibilitam a

transferência de recursos, de forma eficiente, entre os tomadores

(empresas) e os poupadores, buscando compatibilizar os seus

recursos;

As transacções no MVM podem ocorrer em mercado primário e

secundário;

o Mercado Primário: onde os valores mobiliários são

negociados pela primeira vez, ou seja, investidores compram

directamente da empresa emitente através de intermediários

financeiros;

o Mercado Secundário: onde são transaccionados os títulos

ou valores mobiliários previamente negociados no mercado

primário, ou seja, investidores negoceiam os títulos entre si.

Comissão do Mercado de Capitais 11

Funções do Mercado de Valores Mobiliários

Principal função

o Canalizar poupanças (recursos

financeiros), em mercado primário ou

secundário da sociedade para o

comércio, indústria e outras

actividades económicas.

Comissão do Mercado de Capitais 12

Valores Mobiliários

Acções: representam a parcela mínima do capital social

de uma empresa e concedem aos seus detentores o

direito a uma pequena porção do património da empresa.

Contudo, a empresa que a emite não é obrigada a pagar

dividendos.

Obrigações: título que representa um empréstimo feito

pelo investidor a uma empresa. O que compromete a

empresa que as emite, ao pagamento de juros e ao

reembolso do montante na data de maturidade;

o Obrigações podem ser emitidas pelo Estado e

empresas privadas.

Derivados: Inovação recente (1970s). São contratos a

prazo. Têm como principal utilidade “proteger” os

investidores da incerteza do mercado. São complexos e

bastante arriscados.

Comissão do Mercado de Capitais 13

Participantes do Mercado de Valores Mobiliários

• Sociedade gestora do mercado de valores mobiliários;

• Sociedades corretoras de valores mobiliários (SCVM);

• Sociedades distribuidoras de valores mobiliários (SDVM);

• Fundos de investimentos;

• Sociedades gestoras de organismos de investimento colectivo

(SGOIC);

• Organismos de investimento colectivo (OICs);

• Peritos avaliadores de imóveis e de organismos de investimento

colectivo;

• Entidade certificadora de peritos avaliadores de imoveis;

• Auditores externos;

• Agentes de intermediação;

• Investidores (empresas e pessoas singulares).

Comissão do Mercado de Capitais 14

Racional para a Supervisão do Mercado de Capitais:

Comissão do Mercado de Capitais 15

Racional para a supervisão do Mercado de Capitais (1)

Grande depressão

Após anos de especulação excessiva,

em Setembro de 1929 os preços das

acções perderam 25% do valor em

apenas 4 dias;

Originando o colapso da bolsa de

valores de Nova York,

Nos anos subsequentes o desemprego

atingiu perto de 30% dos trabalhadores;

Os salários reduziram em 42%, ou seja

quase metade;

Comissão do Mercado de Capitais 16

Racional para a supervisão do Mercado de Capitais (2)

A crise de 1929 teve várias razões estruturais, mas também comportamentais:

o A inovação financeira - criação das contas margem –exacerbou a atitude “predatória” dos intermediários financeiros;

o Falta de transparência nas empresas;

o Falta de literacia financeira e excesso de confiança dos investidores;

A criação do órgão regulador, Securities and Exchange Commission, surgiu para corrigir alguns enviesamentos comportamentais:

o Obrigando a divulgação de demonstrações financeiras – promovendo a transparência;

o Promulgando leis que penalizavam a atitude “predatória”, e por vezes fraudulenta, dos intermediários financeiros.

Comissão do Mercado de Capitais 17

Introdução ao Mercado de Capitais em Angola

Comissão do Mercado de Capitais 18

Comissão do Mercado de Capitais

• Criada pelo decreto nº 9/05 do Conselho de Ministros

e publicada a 18 de Março de 2005 no Diário da

República;

• É uma pessoa Colectiva de Direito Público, dotada de

personalidade jurídica e autonomia administrativa,

financeira e de património próprio;

• Sujeita à tutela do Ministério das Finanças;

• Rege-se pelo Código de Valores Mobiliários, pela Lei

base das Instituições Financeiras, Estatuto Orgânico,

bem como pelo seu Regulamento Interno;

Comissão do Mercado de Capitais 19

Estratégia de Actuação 2012-2017

Comissão do Mercado de Capitais 20

Alavancagem do

investimento

Público

Projecção de da

curva de

rendimento

Alavancagem do

investimento

Privado

Curva de

aprendizagem do

mercado, como

antecama do

mercado de

acções

Alavancagem do

mercado dos

títulos de dívida

Canal privilegiado

de massificação

do MVM

Alavancagem do

investimento

Privado

Curva de

aprendizagem

para o mercado

de futuros

Alavancagem do

investimento

Alavancagem dos

mercados

financeiros

Dívida PúblicaDívida

Corporativa

Fundos de

Investimento

Mercado de

Acções

Mercado de

Futuros

Missão da Comissão do Mercado de Capitais

Comissão do Mercado de Capitais 21

Sã concorrência

Risco sistémico

Legitima

confiança

Segurança

jurídica

Assegurar

Regular, supervisionar, fiscalizar e promover os mercados de Valores Mobiliários e Instrumentos

Derivados

Esfera de Supervisão

O Papel da CMC como órgão de

supervisão

o Propor modificações ao ordenamento

jurídico;

o Definir as normas que todos os

participantes no mercado devem

obedecer;

o Supervisionar a BODIVA e a

actividade dos seus participantes;

o Ter iniciativas que visam a promoção

do mercado de valores mobiliários

angolano

Comissão do Mercado de Capitais 22

Esfera de Supervisão e

regulação da CMC

BODIVA

Emitentes

Distribuidoras

Bancos

Corretoras

SGFI

Instituições Registadas na CMC

Comissão do Mercado de Capitais 23

3Sociedade Gestora de Organismos de Investimento Colectivo

(SGOIC)

Organismos de Investimento Colectivo (OICs) 5

Sociedades Corretoras de Valores Mobiliários 3

Peritos Avaliadores de Imoveis de Organismos de

Investimento Colectivo (PAIOIC)9

Entidade Certificadora de Peritos Avaliadores de Imoveis 1

Agentes de Intermediação 13

Auditores Externos 3

Sociedade Gestora de Mercados Regulamentados 1

Fonte: CMC

Bolsa de Dívida e Valores de Angola

• Criada pelo Decreto Presidencial 97/14 de 07 de Maio

de 2014;

• Entidade gestora do Mercado regulamentado;

• Responsabilidades de assegurar a transparência,

eficiência e segurança das transacções no mercado

de valores mobiliários;

• Tendo como objectivo estimular a participação de

pequenos investidores e a concorrência entre todos

os operadores do MVM;

Comissão do Mercado de Capitais 24

Principais Players

Comissão do Mercado de Capitais 25

Evolução do Mercado

Em Dezembro de 2014 foram inaugurados dois segmentos na BODIVA:

Mercado de Registos de Títulos do Tesouro (MRTT );

Mercado por Grosso de Títulos do Tesouro (MGTT ).

Comissão do Mercado de Capitais 26

Evolução do Mercado 1

Comissão do Mercado de Capitais 27

Comissão do Mercado de Valores Mobiliários versus Bolsa

de Dívida e Valores Mobiliários

Comissão do Mercado de Capitais 28

CMC

o Entidade supervisora do MVM;

o Responsável pela regulação, supervisão, fiscalização e promoção do

MVM e instrumentos de derivados, bem como os agentes que nele

actuam;

o Assegurar a transparência sobre as operações realizadas em MVM.

Bolsa de Divida e Valores de Angola

o Espaço físico equipado com plataformas electrónica para a realização

de operações de compra e venda de valores mobiliários e instrumentos

de derivados;

o Sujeita a supervisão da CMC;

o Poder de elaborar regras sobre as operações em sede do MVM e criar

mercados;

o Porém, a publicação das regras e implementação de mercados

dependem da aprovação da CMC.

Contribuição do Mercado de Valores Mobiliários no Desenvolvimento Económico

Comissão do Mercado de Capitais 29

Papel do MVM no Desenvolvimento Economico

O Mercado de Valores Mobiliários é um canal permanente de captação

de recursos para as empresas, permitindo-as expandir as suas

actividades e gerar novos postos de trabalho ;

É uma importante alternativa de investimento para agentes

económicos excedentários;

realocação eficiente de recursos nos diferentes sectores económicos;

Os serviços especializados do mercado proporcionam uma receita

adicional aos agentes de intermediação;

Disponibilização de fundos com longos prazos de maturidade e custos

mais reduzidos quando comparado as formas de financiamento

tradicionais;

Maior possibilidade às empresas de elaborarem planos de expansão

de longo prazo.

Comissão do Mercado de Capitais 30

Desafios e oportunidades para o mercado de capitais

Desafios

o Os actuais desenvolvimentos no sistema financeiro, principalmente a crise cambial instalada, poderá ser um recuo na

construção dos níveis de confiança desejados para o mercado de capitais;

o As taxas altas dos títulos de dívida pública poderão canibalizar o surgimento de outros segmentos, especialmente o de dívida

corporativa.

Oportunidades

o A análise da sustentabilidade da dívida pública mostra que existe uma grande margem de crescimento do mercado dos títulos

soberanos;

o O nível de necessidades de financiamento do Estado, através da emissão de títulos públicos, é uma oportunidade para a

dinamização do mercado secundário de títulos públicos, com o objectivo de aumentar a liquidez destes instrumentos

financeiros;

o O mercado de capitais poderá servir para financiar infra-estruturas críticas para o desenvolvimento de país como um todo;

o Com a crescente desvalorização cambial e maior flutuação da taxa de câmbio, será necessário instrumentos de gestão e

cobertura de risco cambial;

o O elevado custo das fontes de financiamento tradicionais e a sua escassez, potencia a necessidade da existência de novas

formas de financiamento à economia.; e

o A escassez de divisas e liquidez no mercado podem incentivar a abertura controlada dos fluxos de capitais.

Comissão do Mercado de Capitais 31

OBRIGADO

Ludmila Santos

[email protected] | www.cmc.gv.ao

[email protected]