o melhor guia de nova york - rocco.com.br · pdf fileraridade e o central park nunca vai...

17
O MELHOR GUIA DE NOVA YORK PEDRO ANDRADE Este material foi enviado para Luiza Modesto do Jornal do Comércio

Upload: duongdan

Post on 22-Feb-2018

218 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

Page 1: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

O MELHOR GUIA DE NOVA YORK

PEDRO ANDRADE E

ste

mat

eria

l foi

env

iado

par

a Lu

iza

Mod

esto

do

Jorn

al d

o C

omér

cio

Page 2: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

1 0

I N T R O D U Ç Ã O Cartas de amor não são fáceis de escrever. Talvez venha daí

a minha assumida dificuldade em pensar em uma introdução digna do meu afeto por Nova York.

Depois de morar pouco mais de um terço da vida em Manhattan, afirmo com segurança que a

cidade já vivia em mim, muito antes de eu viver nela. Cresci encantado com filmes como Taxi Dri-

ver, De olhos bem fechados e Psicopata americano; ouvindo “Englishman in NY”, do Sting, “New

York, New York”, de Sinatra, e, é claro, o clássico de Billy Joel, “NY state of mind”. Já era fissurado

pela arquitetura do Empire State, do Chrysler Building e da ponte do Brooklyn. Além disso, desde

moleque tinha interesse por tudo que dizia respeito à cidade em livros, revistas e noticiários. Acre-

dito que eu não tenha sido o único, afinal de contas, não há canto no mundo que esteja imune ao

fascínio que Nova York desperta.

Vinte e sete de dezembro de 1995 foi o dia em que coloquei os pés pela primeira vez em

Manhattan. Cheguei de trem, vindo de Lynchburg, Virgínia – onde fazia um curso de intercâmbio

–, a convite dos meus avós. Por incrível que pareça, mal havia saído da Penn Station (a estação fer-

roviária) e já tinha me identificado com o ritmo do local: lojas icônicas, camelôs insistentes, táxis

amarelos, cartões de metrô espalhados pelo chão, arranha-céus, o cheiro das barracas de comida de

rua; de um lado, uma performance de break-dance; do outro, policiais colocando ordem na bagunça,

a fumaça que sempre sai dos bueiros, ambulâncias histéricas e a nítida sensação de que todo mun-

do está permanentemente com pressa.

A energia que pulsa nas veias dessa cidade não é algo explicável; é um fenômeno para ser

sentido, não analisado. Pare em qualquer esquina e observe a diversidade singular de raças, reli-

giões, estilos, crenças, línguas, cores e comportamentos. Note como tudo e todos coabitam harmo-

niosamente: negro com branco, gay com hétero, bonito com feio, muçulmano com cristão, brega

com chique, pobre com rico, e os paradoxos continuam. De algum jeito, em NY as contradições não

afastam as pessoas, pelo contrário, fazem com que elas se complementem. A singularidade não

é escondida, mas celebrada. Discriminação por essas bandas é inaceitável e preconceito é mico.

Apesar da fama de que a grosseria e a individualidade reinam na rotina da Big Apple, posso

garantir que, de modo geral, o atendimento aqui é mais correto, a primavera é mais florida, a bu-

zina é mais barulhenta, o Martini é mais gelado, o jazz é mais malandro, o outono é mais laranja, Est

e m

ater

ial f

oi e

nvia

do p

ara

Luiz

a M

odes

to d

o Jo

rnal

do

Com

érci

o

Page 3: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

1 1

a variedade é mais eclética, a competição é mais acirrada, a expectativa é mais alta, e as chances de

um New Yorker querer abandonar todos esses defeitos e qualidades são cada vez menores.

Quando finalmente fiz as malas e me mudei para um cubículo de 30 metros quadrados no West

Village, me deparei com uma série de desafios que não estavam nos planos. Trabalhei como barten-

der, carregador de gelo, promoter de boate, garçom de restaurante, até que consegui uma oportunida-

de apresentando um pequeno programa em um website sobre a noite da “cidade que nunca dorme”.

Desde então, foram mais de seis anos explorando NY para a NBC, quatro cavucando cada esquina

para o Manhattan Connection e aos poucos posso dizer que examinei essa metrópole de cabo a rabo,

de cima a baixo, e hoje me sinto à vontade para dividir um pouco do que me fez amá-la tanto.

Digo um pouco porque lugar nenhum no mundo se recicla com tamanha rapidez. O que

hoje é bacana, amanhã já ficou cafona; o bar exclusivo pode ter virado um escritório de advocacia;

a igreja da 6th Avenue deu lugar a uma boate de hip-hop e sua antiga loja predileta se transformou

em um estúdio de dança do ventre. O combustível é a evolução constante. Os moradores dessa ilha

são movidos a surpresas, a novidades, ao inesperado. A princípio, pode parecer um tanto ou quanto

assustador, afinal faz parte da natureza humana fugir do desconhecido, mas aqui esse é um exercí-

cio inevitável. São mais de 8 milhões de pessoas, 852 museus e galerias, quase 20 mil restaurantes

e entretenimento por toda parte. Por isso algumas dicas que dou aqui têm, sim, data de validade.

No entanto isso deve servir como motivação para que você venha inúmeras vezes à capital do mun-

do, um lugar que nunca vai ficar velho ou tedioso, onde você sempre vai encontrar algo nunca antes

visto ou admirado.

Tudo bem, não são só flores. Há meses frios demais, ruas abarrotadas, apartamentos minús-

culos, aluguéis caríssimos, trânsito estressante, consumismo exacerbado, comida caseira é uma

raridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes

histórias de amor, uma vez que Nova York te conquista, fica difícil seguir em frente sem olhar para

trás. Venha, aproveite, explore, coma bem, dance até tarde, ande na chuva, descubra novos sabores,

paquere no metrô, caminhe sem destino, aprecie arte de primeira, usufrua da segurança que hoje

a cidade oferece, apaixone-se – uma, duas, três vezes – e tenha a convicção de que, de certa forma,

ser um New Yorker não tem absolutamente nada a ver com o lugar onde você nasceu, mas sim onde

se sente em casa.Est

e m

ater

ial f

oi e

nvia

do p

ara

Luiz

a M

odes

to d

o Jo

rnal

do

Com

érci

o

Page 4: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

M U N D O

Est

e m

ater

ial f

oi e

nvia

do p

ara

Luiz

a M

odes

to d

o Jo

rnal

do

Com

érci

o

Page 5: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

1 3

Uma das vantagens de ir a NY é o fato de você encontrar uma verdadeira salada de culturas

em um só lugar. Volta e meia, batendo perna no ponto mais turístico ou residencial da cidade, você

parece ter sido teletransportado para outro país: de repente os Starbucks dão lugar aos noodle

shops, os McDonald’s viram casas de dosas, utapans e falafels e o Pizza Hut que você procurava

transformou-se numa churrascaria coreana. O fato é que, como NY sempre acolheu as mais diver-

sas etnias, hoje todas as raças coabitam na maior paz.

Em Nova York, acredite ou não, fala-se mais de 800 línguas – do Mamuju da Indonésia à

Garifna da América Central. Esse assunto por si só já daria um livro inteiro. A cidade é receptiva

a todos, sem exceção. Além disso, é um ímã para gente interessada, curiosa e disposta a celebrar

as diferenças. Geralmente quem vem para cá está disposto a experimentar, não no estilo careta da

volta ao mundo do Epcot Center, onde tudo tem cheiro de chiclete, mas sim de um jeito autêntico,

e, convenhamos, infinitamente mais encantador.

c h i n a t o w n Quantitativamente falando, a área mais populosa de todas é, sem

sombra de dúvidas, Chinatown. Muita gente se engana achando que Chinatown resume-se a Canal

Street, que aliás anda cada vez menos próspera devido às novas leis de policiamento contra a pira-

taria. Passando as muambas, um pouco mais ao sul da ilha, você se vê num outro universo onde o

alfabeto e os modos são irreconhecíveis para nós, ocidentais. Sem querer generalizar, mas já gene-

ralizando, ali eles não são nada convidativos. Mas, sabendo escolher o destino, a visita vale a pena.

A Confucius Plaza e a Chatam Square são duas praças simpáticas onde você encontra gente

fazendo tai chi chuan na calçada, jogando damas debaixo de uma árvore, dormindo no gramado

e meditando na sombra (ou estariam cochilando?!).

Volta e meia vou ao Chinatown Ice Cream Factory, onde há sorvetes deliciosos de sabores

exóticos, como feijão, chá-verde, lichia, gengibre e gergelim. Os mercados também são um charme.

Dentre eles, recomendo a mercearia Kam Man, onde se pode encontrar um testículo de moreia ou

uma samambaia desidratada, que supostamente dá uma sopa afrodisíaca incrível.

ESCUTA ESSA Uma vez um apresentador famoso com quem trabalhei

decidiu preparar um jantar romântico em casa para comemorar cinco Est

e m

ater

ial f

oi e

nvia

do p

ara

Luiz

a M

odes

to d

o Jo

rnal

do

Com

érci

o

Page 6: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

1 4

anos de namoro. O objetivo era impressionar a futura esposa de ascen­

dência oriental (mas que nunca havia pisado na Ásia) com uma refeição

autêntica. Como ele queria companhia, lá fui eu dar uma força.

Depois de nos perdermos algumas vezes – quem tem boca vai a Ro­

ma, mas nem sempre consegue chegar a uma birosca chinesa –, demos de

cara com a tal lojinha típica nos cafundós de Chinatown.

Chegando lá, ele comprou um livro de culinária (que mais tarde

traduziu com ajuda da internet) e pediu as sugestões do vendedor, que

até hoje estou convencido ser o Senhor Miyagi do Karate Kid. Meu ami­

go garimpou ingredientes dificílimos de encontrar em terras ocidentais,

e ainda desencavou um licor digestivo de flores do Camboja, que no Rio

Grande do Norte seria conhecido como “levanta­defunto”. Como se tudo

isso não bastasse, também levou do estabelecimento uma intoxicação tão

forte que até hoje ele e a namorada não podem sentir o cheiro de um yaki­

soba. Ou seja, não recomendo grandes aventuras.

Há ótimas opções para quem curte pato laqueado e dim sum (pouco conhecido no Brasil,

trata-se de um prato típico da culinária chinesa, uma espécie de bolinho embrulhado numa massa,

como um pequeno pastel em versão frita ou cozida no vapor), sendo que a melhor é o Dim Sum Go

Go, da francesa Colette Rossant. Depois de procurar o melhor dim sum da China, a restauratrice

foi pessoalmente a Hong Kong, de onde importou o chef Guy Lieu. Não pense que o lugar é sofisti-

cado, mas que a comida é boa, isso é. Prova disso é que eles produzem todos os dim sums servidos

no très chic Mandarin Oriental – um dos hotéis mais nobres de Manhattan. A única diferença,

naturalmente, é o preço.

Quando me deparo com essas vendas chinesas, confesso que questiono a origem dos recheios

dos dumplings (pastéis orientais). Boa parte de quem trabalha nessa área não sabe nem falar “Big

Mac” e, quando o sabor da trouxinha é questionado, responde com um barulho foneticamente in-

compreensível e vira a cara. Ou seja, você enfia o dumpling na boca sem saber se está comendo

salmão defumado ou carne de pombo.

DÁ UMA OLHADA As lojinhas típicas de bugigangas também são simpá­

ticas. Lá você acha tudo, menos bom atendimento. A minha predileta é a Est

e m

ater

ial f

oi e

nvia

do p

ara

Luiz

a M

odes

to d

o Jo

rnal

do

Com

érci

o

Page 7: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

1 5

Pearl River, que apesar de estar localizada no SoHo oferece o que há de

melhor nesse estilo de compras.

l i t t l e k o r e a Permanecendo na Ásia, a Little Korea é interessante para quem

sofre de insônia. Ela fica na 30th Street com Broadway e é famosa pelos estabelecimentos abertos

a madrugada inteira. De academias de ginástica a caraoquês lotados, aqui o lance é não dormir –

e beber bastante. Com o grupo certo, pode ser divertidíssimo, só não me chame, pois sou carao-

quefóbico. Nado com tubarões e pulo de paraquedas por amor à profissão, mas tenho um bloqueio

singular com essa prática tão adorada pelos asiáticos.

Caso deseje explorar a gastronomia coreana, sugiro três locais: Hangawi (para os vegetaria-

nos), Kristalbelli (para os aficionados por churrasco) ou Gaonnuri (um espetáculo de restaurante

com uma vista de cair o queixo).

l i t t l e i n d i a Se você curte um belo curry, a Little India é parada obrigatória.

Tanto na 28th quanto na 5th Street, é possível encontrar fileiras de restaurantes tipicamente india-

nos. Dos uniformes à decoração, tudo te remete a Mumbai. No entanto, um dos meus favoritos não

fica ali: é o Balducci’s.

DÁ UMA OLHADA O Balducci’s oferece um desconto gordo durante o

almo ço. Sugiro o Saag Panier e o Chicken Masala. E um Antac de aperi­

tivo, claro.

O Tamarind e o Junoon também são deliciosos, mas não dão a sensação de estar em Nova

Déli, e sim num restaurante grã-fino no coração de Manhattan. Não sei quanto a você, mas eu pre-

firo meu cordeiro kabab com garfo e faca, sentado numa cadeira confortável.

O Hampton Chutney, no SoHo, também é simpático – não para um jantar, mas sim para um

lanche ou almoço informal. Eles servem ótimas dosas – um crepe criado no sul da Índia e muito

popular no Sri Lanka e na Malásia. Os chás gelados, com sabores estranhíssimos, também são inte-

ressantes. O meu predileto é o de cardamomo. Eu avisei que era estranho!Est

e m

ater

ial f

oi e

nvia

do p

ara

Luiz

a M

odes

to d

o Jo

rnal

do

Com

érci

o

Page 8: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

1 6

l i t t l e b r a z i l A Little Brazil teve seu momento, mas hoje, além do consu-

lado, pouca coisa funciona por lá. Você encontra muitos brasileiros trabalhando nos restaurantes,

lojas e agências de turismo. Já frequentadores, nem tanto. A área está mais para o que chamamos

tourist trap, ou seja, uma cilada turística. Além disso, com o passar dos anos, várias lojas de joias –

e trambiques – se instalaram na “nossa” 46th Street, de modo que, hoje em dia, ali só vale comprar

arroz, feijão ou biquíni.

FURADA Nada de acreditar numa palavra do que os fulanos vendendo

“diamantes” oferecem. Se uma oferta parece ser boa demais para ser ver­

dade, ela provavelmente é boa demais para ser verdade.

Há grandes comunidades brasileiras em Astoria e em Nova Jersey. Nesses dois lugares, sim,

você acha pão de queijo, chocolate Bis, requeijão Itambé e suco de caju Maguari. Em Manhattan,

a cafeteria mais brasileira pertence a um argentino – ironias da vida – e chama-se O Café.

DÁ UMA OLHADA Além do autêntico cafezinho forte (como encontra­

mos em qualquer boteco carioca ou padaria paulista), O Café também

oferece brigadeiro, pão de mel e o melhor açaí da América do Norte! Fe­

che os olhos e sinta­se no Maranhão, onde o açaí já era popular muito

antes de virar moda no restante do país. Minha avó, dona Maria Thereza,

que é maranhense, já dizia: “Se o céu existe, com certeza os anjos vez ou

outra aparecem com uma bandeja de açaí.” Amém!

No West Village tem o Casa, cujas donas são duas irmãs paulistas adoráveis, e o Berimbau,

onde o cozinheiro, Carlinhos, arrebenta no estrogonofe de frango.

Já no Brooklyn, o Miss Favela, que fica embaixo da ponte, anima a vizinhança aos domingos,

oferecendo carne-seca com macaxeira, caldinho de feijão, além de pagode e forró ao vivo. Em Asto-

ria, o melhor é, sem sombra de dúvida, o Malagueta.

O Brasilina, no Hell’s Kitchen, traz uma proposta diferente e bem executada. Silvanei Sil-

veira encarregou sua filha, Mariana Bull, de tomar conta do cardápio, e seu filho, Daniel Bull, de Est

e m

ater

ial f

oi e

nvia

do p

ara

Luiz

a M

odes

to d

o Jo

rnal

do

Com

érci

o

Page 9: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

1 7

supervisionar as bebidas, elaboradíssimas por sinal. Mariana estudou culinária holística e francesa,

mas desde pequena foi fascinada pelos pratos que a avó, cujo nome é Brasilina, preparava. Dessa

mistura nasceu o restaurante, que serve as melhores coxinhas dos Estados Unidos – e onde a mo-

quequinha também não decepciona.

Para dançar os nossos ritmos, recomendo o SOB’s (Sounds of Brazil) aos sábados ou o Nu Blu

às quartas. Ambos oferecem música ao vivo e o segundo conta com os talentosíssimos membros da

banda Forró in The Dark, que hoje tocam com gente do calibre de David Byrne, Sting e Bret Dennen.

Como o estabelecimento é pequeno e a festa, lotada, chegue cedo e deixe seu amigo claustrofóbico

em casa, onde eu também vou estar.

l i t t l e i t a l y A Little Italy sempre foi um charme. Localizada no SoHo, mais

exatamente na Mulberry Street, hoje vem sendo engolida por Chinatown; aliás, se a gente parar

para pensar, o que não vem sendo engolido pelos chineses? Por lá você acha o Italian American Mu-

seum, um museu pequeno com a história do Festival de San Genaro (que rola de 15 a 19 de setem-

bro e celebra o padroeiro de Nápoles – falo disso no capítulo “Estações”), e poucos, e dispensáveis,

restaurantes tradicionais. Recomendo bater perna até o Cooper Square para comer a lasanha da

Sara Jenkins (uma americana que morou anos na Itália) no Porsena, a polenta frita do Malaparte,

no West Village, ou o tagliatelli com ragu de cordeiro no Corsino, na Hudson Street. Dos mais so-

fisticados, como o Il Mulino e o Scarpetta, a gente fala depois.

l i t t l e f r a n c e Que eu saiba, não há uma Little France, mas no entanto há

ótimos restaurantes franceses em NY. Impossível não citar três dos maiores chefs do mundo: Eric

Ripert, Daniel Bouloud e Jean George Vongerichten.

O primeiro, além de ser dono do Le Bernardin, um oásis de frutos do mar, é mentor no progra-

ma Top Chef e fã de carteirinha dos dotes culinários do José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni.

Há décadas Daniel Boloud colhe os louros de seus restaurantes: Daniel, Bistro Moderne, Café

Boulud e Bar Boulud – alguns dos estabelecimentos gastronômicos mais respeitados da cidade. Ele

também se aventurou no DBGB, um lugar mais casual no East Village, cujo nome é uma homenagem

à lendária casa de shows CBGB, na Bowery Street, e uma brincadeira com as iniciais de seu nome Est

e m

ater

ial f

oi e

nvia

do p

ara

Luiz

a M

odes

to d

o Jo

rnal

do

Com

érci

o

Page 10: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

1 8

(Daniel Boulud Grill & Bar). Nos anos 1970, essa rua era ponto de encontro de bandas, como Ramo-

nes, Blondie e Talking Heads. Agora, exatamente o mesmo espaço onde eles se apresentavam virou

uma filial transadíssima da loja John Varvatos, e logo ao lado o restaurante foi aberto.

De todos os seus restaurantes, o Daniel, segundo o próprio, está no topo da pirâmide, com

três estrelas Michelin. Além da comida ser uma maravilha, o espaço conta com quadros de Manolo

Valdés e do nosso Vik Muniz.

DÁ UMA OLHADA O drink da casa é o White Cosmo, que nada mais

é que uma versão estilizada do Cosmopolitan com uma orquídia conge­

lada dentro do copo. Vale a pena pedir, nem que seja só para apreciar

o coquetel durante a refeição.

Jean George, apesar de ser francês, adora ousar em outras culinárias: tailandesa no Spice

Market, mexicana em Porto Rico, americana em Shanghai, e assim por diante. Além de ser res-

ponsável por sucessos no mundo inteiro, também influenciou o próprio filho, Cedric Vongerichten,

a se dedicar à culinária. Hoje, ele é quem assina o cardápio do restaurante Perry Street, dentro de

um dos prédios do Richard Meyers às margens do rio Hudson (onde moram Hugh Jackman, as ir-

mãs Olsen e mais uma série de famosos – e ricos). O atum com crosta de arroz torrado é imperdível.

La Grenouille também é bem tradicional. Gravata não é obrigatória, mas blazer sim!

ESCUTA ESSA Eu estava comendo as famosas pernas de rã do La Gre­

nouille quando decidi tirar o blazer para dobrar as mangas da camisa.

Antes de eu tirar a primeira manga, alguém chamou a minha atenção:

– Veuillez ne pas prendre le blazer. (“Você não pode tirar o blazer.”)

– Pas de problème. (“Não enche!” Brincadeira, eu disse: “Sem problema.”)

Menos pretensioso, e tão gostoso quanto, é o Le Philosophe, em Nolita. Recentemente inau-

gurado, esse restaurante oferece um cardápio tradicional com direito a coq au vin, escargots, que-

nelles de brochet e as famosíssimas tripes gratinées (para aqueles que estão na dúvida, é tripa

mesmo).Est

e m

ater

ial f

oi e

nvia

do p

ara

Luiz

a M

odes

to d

o Jo

rnal

do

Com

érci

o

Page 11: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

Est

e m

ater

ial f

oi e

nvia

do p

ara

Luiz

a M

odes

to d

o Jo

rnal

do

Com

érci

o

Page 12: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

2 0

O dono, Matthew Aita, trabalhou com os mestres Daniel Boulud e Jean George. Ele garante

que, desde que se mudou pra NY, há anos, não conseguiu encontrar um restaurante tradicional

bouchon, estilo popular de estabelecimentos do início do século XIX em Lyon, famoso pelo ambien-

te aconchegante e pela culinária peculiar. Com a nova empreitada, ele promete suprir essa carência.

Todo dia 14 de julho, o Dia da Queda da Bastilha é comemorado em torno da 60th Street.

O Lincoln Center fica todo enfeitado e nessa época rola uma festa deliciosa, chamada MidSummer

Night Swing, onde dança-se muito ao ar livre. Para mais informações, acesse o site: www.midsum-

mernightswing.org.

Para quem é fã de cinema francês, o Riverside Park Pier 1 exibe filmes legendados em inglês

logo após o pôr do sol.

c o m u n i d a d e j u d a i c a Nova York abriga a segunda maior co-

munidade judaica do mundo, só perde para Tel Aviv. No início do século XX, os judeus tomaram

conta do que hoje é conhecido como o Lower East Side. A grande maioria saiu de lá e foi para

o Brooklyn, deixando para trás boas casas de comida kosher. Dentre elas, a melhor e mais antiga

é a Russ & Daughters, que desde 1914 vem servindo os israelitas e, há bem menos tempo, o Lucas

Mendes.

DÁ UMA OLHADA O Russ & Daughters é um paraíso para quem aprecia

arenque, salmão, bagels e caviar. Fique de olho nas fotos penduradas

nas paredes e não se acanhe na hora de pedir para experimentar tudo

antes de comprar. O minibagel com salmão é o meu predileto.

Outro marco judeu na cidade é o Katz’s Deli. Os sanduíches de pastrami são enormes e, na

minha opinião, ficam melhores na calada da noite, depois de alguns (muitos) drinks: Lehaim!

Um pouco mais para o sul da ilha, sente-se no 12 Chairs e se delicie com um cardápio estri-

tamente kosher. Depois, siga para o Jewish Museum, uma instituição focada em artistas judeus

e repleta de objetos importantes para a história judaica.

Est

e m

ater

ial f

oi e

nvia

do p

ara

Luiz

a M

odes

to d

o Jo

rnal

do

Com

érci

o

Page 13: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

2 1

p o r t o r i c o A Puerto Rican Parade, ou Parada Porto-riquenha, é um evento no

mínimo popular em NY. No dia 10 de junho, só se ouve espanhol e é impossível escapar das bandei-

ras estreladas ou do povo suado no meio da rua. Confesso que corro de muvuca como o diabo foge

da cruz, mas Viva los Boriquas!.

g r é c i a No Queens, Astoria abriga uma grande comunidade grega, além de bons restau-

rantes. No verão, o Cavo é uma ótima pedida porque oferece uma área descoberta ampla e cheia de

musakas e yusis (bebida tipicamente grega com gosto de anis que, para mim, parece novalgina em

gotas com vodca. Mas há quem adore...).

Se você não estiver a fim de se mandar para o outro lado da cidade em busca de boa comida

grega, visite a Snack Taverna, na Bedford Street, uma das ruas mais bem frequentadas da Costa Leste.

r ú s s i a Para explorar a Rússia em NY, você tem que ir até Brighton Beach, uma área

no Brooklyn onde muita gente nem se preocupa em aprender um hábito muito comum por essas

bandas: falar inglês! É tanto russo que parece que recortaram um pedacinho de Moscou e colaram

na periferia de NY.

Para quem quer uma amostra dessa cultura sem sair de Manhattan, uma ida ao Mari Vanna

é essencial. Além da decoração e da comida, quase todo o estafe é importado. Mesmo quem não

curte essa culinária deve provar o borsch (sopa tradicional de beterraba com carne) e o pelmeni

(uma massa com carne de vitela). Já o estrogonofe... Confesso que prefiro o abrasileirado mesmo,

com creme de leite e catchup.

b u l g á r i a A festa Mehanata rola de quinta a sábado em um bar de mesmo nome,

no Lower East Side, e proporciona uma experiência autenticamente búlgara com direito a música

cigana ao vivo e bartender equilibrando cadeira na testa no meio da pista de dança!

DÁ UMA OLHADA Tanto o Mari Vana quanto o Mehanata oferecem mais

de cinquenta tipos de vodca no que eles chamam de “ice cage”, ou “jaula

congelada”! Nos fins de semana, a situação no bar fica russa, literalmente.Est

e m

ater

ial f

oi e

nvia

do p

ara

Luiz

a M

odes

to d

o Jo

rnal

do

Com

érci

o

Page 14: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

2 2

j a pã o Para os amantes da cultura japonesa, a Japan Society, na 47th Street, se encarrega

de trazer o que há de melhor na arte kabuki. Quando o assunto é comida de qualidade, há muitas

opções, mas a maioria não é barata. O sushi Yasuda é dos mais tradicionais do país e fica ao lado

do Grand Central Terminal. Você se senta e o “mestre” do outro lado do balcão escolhe tudo o que

você vai comer, e determina inclusive quanto shoyu você vai consumir. Além disso, eles pedem

duas horas para a refeição. A experiência é longa, porém inesquecível. Nada de comer com pressa,

encher o bucho com bolinho de arroz recheado com cream cheese ou sashimi de omelete. O chef

Naomichi Yasuda se orgulha de oferecer um jantar impecável até para os paladares mais apurados.

Outro marco gastronômico em NY é o Masa, no Columbus Circle, onde é capaz de você comer

melhor do que em boa parte dos estabelecimentos culinários de Tóquio. No entanto, vá sabendo

que sua conta vai custar o mesmo – ou mais – que uma passagem NY-Osaka-NY!

Uma boa pedida é o Soto, considerado por Frank Bruni (que por muitos anos foi crítico gas-

tronômico do NY Times) o melhor japa do país. O restaurante é pequeno e consiste em quatro pa-

redes brancas numa área sem o menor charme. Nesse lugar, o atrativo é somente a ótima comida,

mais nada. As porções são pequenas, mas tudo é muito bem-feito e lindamente apresentado. Um

bom exemplo é o tofu, que por natureza é uma coisa sem graça, mas o do Soto é digno de repeteco

e foto no Instagram. O prato mais famoso da casa é, de longe, o ouriço fresco. De preferência, sen-

te-se ao balcão e admire a arte que a autêntica cozinha japonesa requer. Hoje em dia ela se perdeu

um bocado e até fast-food de sushi a gente vê por aí. Não tem como ser bom.

Nobu Matsuhisa abriu seu primeiro restaurante em 1994, quando o bairro de Tribeca não

oferecia um décimo dos encantos que oferece hoje. Mas com a ajuda de seu parceiro, Robert de

Niro, transformou o local em um sucesso de proporções mundiais. Como a demanda continuou

a crescer, ele abriu também o Nobu Next Door, colado no original, porém mais acessível e receptivo a

grupos sem reserva. Mais recentemente, a filial na 57th Street tende a atrair mais turistas.

Outros bons japas são: Sugiyama, Sushi of Gari, Sushi Sem-nin e o delicioso Sasabune.

Todos esses lugares, mesmo oferecendo ótima comida, não são frequentados pela comuni-

dade japonesa. Se você quiser se sentir em Fukushima, vá ao Kenka. O cardápio é exótico: eles não

servem sushi nem sashimi, já que focam nas papilas gustativas do norte do país. Além da famosa

okonomiyaki (uma panqueca de batata com recheio de porco, lula e mais um bando de ingredien-Est

e m

ater

ial f

oi e

nvia

do p

ara

Luiz

a M

odes

to d

o Jo

rnal

do

Com

érci

o

Page 15: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

2 3

tes indecifráveis), eles também se orgulham em servir testículos de peru, pênis de boi, intestino do

“mamífero que estiver dando sopa no dia”, dentre outras iguarias irresistíveis, caso você esteja com

o espírito aventureiro coçando, é claro.

ALI DO LADO O quarteirão do Kenka é bem popular entre os imigrantes

japoneses, principalmente à noite. O St Marks Place ficou muito conhe­

cido como reduto punk nos anos 1980 e 1990, mas, aos poucos, nossos

colegas da Terra do Sol Nascente foram se instalando. Colado no Kenka

fica um brechó bacanérrimo chamado Search and Destroy, onde eles mal

falam inglês. Por incrível que pareça, a música ambiente (um heavy me­

tal oriental insuportável) é tão alta que, mesmo que eles falassem portu­

guês, a comunicação seria absolutamente impossível.

Se você curte saquê, o Bar Decibel é parada obrigatória. Um dos locais mais charmosos da

Grande Maçã com uma variedade de saquês que deixaria até as gueixas mais pinguças impressio-

nadas! Os detalhes eu dou depois, no capítulo “Romance”.

m é x i c o A relação do México com NY não é tão intensa quanto com Los Angeles (que

faz fronteira com “los amigos”), no entanto, não faltam bons restaurantes dedicados a essa culi-

nária. O bom é que esse tipo de cozinha não discrimina “bolsos”. Para os que querem gastar me-

nos: Dos Toros Taqueria (rede californiana), Calexico, Tortaria, Fonda Nolita e El Rey Del Sabor

(comida de rua) são boas pedidas. Se dinheiro não é problema, recomendo o Empellon Cocina,

El Toro Blanco, Fonda, Maya e La Esquina.

DÁ UMA OLHADA Serge Becker é um empresário que está por trás

de alguns dos estabelecimentos mais transados e bem­sucedidos de

Manhattan (dentre eles, a boate The Box e o bistrô caribenho Miss Lily’s).

Uma de suas primeiras empreitadas foi o restaurante La Esquina. Para

o caso de um lanche rápido, você pode – e deve – comer na taqueria. Se a

busca é por uma experiência memorável, faça uma reserva e jante no sa­

lão secreto no subsolo da birosca. Quem olha de fora acredita que o local Est

e m

ater

ial f

oi e

nvia

do p

ara

Luiz

a M

odes

to d

o Jo

rnal

do

Com

érci

o

Page 16: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

2 4

seja somente um balcão servindo tacos e enchiladas, mas quem é bem in­

formado, como a gente, entra no lugar e fala com o rapaz mal­encarado

sentado na portinha perto do banheiro. O leão de chácara vai procurar

seu nome numa listinha fajuta e, caso você esteja lá, abre­te Sésamo! Vai

passar pela cozinha e chegar a um salão encantado onde a comida é boa

e a tequila é farta.

e s pa n h a Conheço muita gente que entende de boa comida e várias garantem que

a culinária espanhola é a mais criativa hoje em dia. Durante séculos, achei que ir a Barcelona seria si-

nônimo de paella sete dias na semana, mas aprendi que não é bem assim. Para quem curte vinhos e

belisquetes vindos diretamente de Sevilla, Madri e afins, o Despaña, no SoHo, é um prato cheio –

e eu não estou me referindo a arroz. Os donos formam um casal adorável que importa iguarias do

mundo inteiro há décadas. Como a demanda dos espanhóis era de longe a mais alta, eles decidiram

deixar o restante do mundo para trás e focar no que estava fazendo sucesso em Manhattan. O lugar

é um achado para quem, como eu, curte bons queijos, azeitonas, frios etc. Os sanduíches, no fundo

da loja, também são excepcionais. E não deixe de explorar a seção de vinhos.

DÁ UMA OLHADA Se você não quer levar sacolas de compras para casa

e prefere se sentar, comer bem, pagar e pular fora, não deixe de provar

estas maravilhas made in Spain: Manzanilla, Casa Mono, Boqueria, Alta

e Bar Carrera.

No momento, um dos meus restaurante prediletos é, sem sombra de dúvida, o Tertulia.

Seamus Mullen ganhou alguns prêmios de melhor chef graças à combinação do clássico com

o inovador. Quando for ao restaurante, tente pedir um prato diferente do seu acompanhante, assim

vocês provam um pouco de tudo (o carneiro e o pato são preciosos).

Outra maravilha para os adeptos da culinária espanhola é o Atera. O restaurante arrematou

duas estrelas Michelin e foi considerado um dos melhores da cidade pelo NY Times. O esquema é

demorado, já que são servidos mais de vinte pequenos pratos por refeição. A comida é uma delícia

e o preço, um tanto salgado.Est

e m

ater

ial f

oi e

nvia

do p

ara

Luiz

a M

odes

to d

o Jo

rnal

do

Com

érci

o

Page 17: O MELHOR GUIA DE NOVA YORK - rocco.com.br · PDF fileraridade e o Central Park nunca vai substituir Ipanema, mas o fato é que, assim como nas grandes histórias de amor, ... Jornal

2 5

á f r i c a Comida africana é gostosa, mas requer espírito aventureiro. Para começo de

conversa, em boa parte do continente não se usa garfo ou faca, e só esse detalhe, assim como o ele-

fante, já incomoda muita gente. Caso a curiosidade grite, os melhores são esses: Papaye (no Bronx),

Ghenet (em Park Slope) e Zoma (no Harlem).

Sabores da Etiópia podem ser degustados nas festas “secretas” Habesha Nights, onde boa

parte da comida é vegan e as tradições da cultura africana são levadas muito a sério. Para saber

a localização da festa durante a sua visita, acesse o site www.habeshanights.com.

Colecionadores de arte africana não podem deixar de conferir a Hemingway African Gallery,

na 2nd Avenue com a 56th Street. Apesar de ser americaníssimo, o dono, Brian, tem verdadeira pai-

xão pelo continente africano. Desde jovem viaja pelo menos quatro vezes por ano para comprar os

mais diversos estilos de arte, que não são poucos, levando em consideração a variedade de tribos.

Além disso, ele ainda tem um trabalho fascinante de preservação de leões.

ESCUTA ESSA Na minha última visita à galeria, me deparei com um

grupo de colecionadores contratados pela realeza britânica para esco­

lher peças autênticas e valiosas. O cara é bom! E, caso você seja desas­

trado como eu, siga o conselho que minha mãe sempre me dava antes de

entrar em qualquer loja ou galeria: “Mão no bolso e cuidado com mochi­

las.” Um esbarrão distraído e lá se vão trocentos anos de história.

m a l á s i a Para comida da Malásia, vá ao Fatty Crab. Se o destino for a Jamaica,

o Miss Lilly’s, na Houston, promete não só encher sua barriga, mas também seus ouvidos, já que

eles abriram uma loja de discos responsa no mesmo espaço. Por lá você vai acompanhar gravações

de programas de rádio e shows de artistas vindos do mundo inteiro – até hoje a performance mais

lotada foi a do brasuca Criolo!

ALI DO LADO O dono, um americano casado com uma jamaicana api­

mentadíssima, decidiu abrir uma loja de sucos ao lado do Miss Lilly’s.

Tudo natureba e de primeira!

Est

e m

ater

ial f

oi e

nvia

do p

ara

Luiz

a M

odes

to d

o Jo

rnal

do

Com

érci

o