o manejo responsável dos nutrientes das plantas …file/jornal-162.pdfartigo que deu início ao...

25
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018 1 INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE - BRASIL Avenida Independencia, nº 350, Edifício Primus Center, salas 141 e 142 - Fone/Fax: (19) 3433-3254 - CEP13419-160 - Piracicaba-SP, Brasil Website: http://brasil.ipni.net - E-mail: [email protected] - Twitter: @IPNIBrasil - Facebook: https://www.facebook.com/IPNIBrasil INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS N o 162 JUNHO/2018 ISSN 2311-5904 Desenvolver e promover informações científicas sobre o manejo responsável dos nutrientes das plantas para o benefício da família humana MISSÃO O potássio na sucessão soja-trigo”. Este foi o título do artigo que deu início ao jornal Informações Agro- nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança do Dr. Tsuioshi Yamada, Diretor da então POTAFOS no Brasil. O IA, como respeitosamente o jornal é chamado inter- namente, desde a sua origem, é um veículo de informação dirigido aos profissionais que trabalham no campo com nutrição mineral, fertilidade do solo e adubação de culturas, e que enfoca assuntos de importância do dia a dia, além de notícias sobre cursos, eventos, publicações e pesquisas. Durante esses 40 anos de atividade, 473 artigos técnicos foram publicados em 161 edições, tratando de importantes temas, com a contribuição grandiosa de diversos autores internacionais e nacionais, como Dr. Francisco Pimentel Gomes, Dr. Bernardo van Raij, Dr. Alfredo Scheid Lopes, Dr. José Carlos Alcarde, entre outros, edu- cando sobre o manejo adequado dos nutrientes, como também tratando de temas diversos relacionados à agricultura. Ademais, 51 Encartes Técnicos foram editados e distribuídos gratuitamente, cumprindo a missão da instituição de promover e difundir o uso adequado dos nutrientes das plantas para o benefício da família humana. Ressalta-se, especialmente, a contribuição valiosa e intensa do saudoso Dr. Eurípedes Malavolta, Professor Emérito da ESALQ/ USP e grande pesquisador da área de nutrição mineral de plantas, que colaborou com o IA por anos, escrevendo diversos artigos técnicos e de opinião. Esteve sob sua responsabilidade a seção Ponto de Vista do IA entre os anos de 1991 e 1994. Antes de seu falecimento, em 19 de janeiro de 2008, deixou, como último legado de sua extensa produção literária, o artigo inacabado, intitulado O futuro da nutrição de plantas tendo em vista os aspectos agronô- micos, econômicos e ambientais, publicado na edição de número 121. O jornal, em sua jornada histórica, também contou com a bri- lhante colaboração do Eng. Agrônomo e pesquisador Dr. Norman Bor- laug, agraciado merecidamente com o Prêmio Nobel da Paz em 1970, dentre vários outros, pelas suas incansáveis atividades de pesquisa e extensão pelo mundo, incluindo visitas ao Brasil, ocasião na qual ficou admirado com o potencial agrícola da já então avançada agricultura do Cerrado. Ele deixou sua importante contribuição no artigo Alimentando o mundo com tecnologia, publicado na edição 71, de 1995. Embora muitos anos tenham se passado desde a primeira edi- ção deste jornal, alguns assuntos que foram discutidos nas primeiras edições continuam presentes, como, por exemplo, a compactação do solo, tratada em artigos publicados nas edições de número 21 (1983) e 29 (1985), demonstrando a atemporalidade do tema e a sensibilidade do jornal aos diversos fatores que impactam o uso eficiente dos nutrientes. O IA sempre esteve atento às atualidades de grande relevância e, ao longo do tempo, alguns temas foram abordados com maior ênfase, como o manejo do solo em plantio direto, os fatores de impacto na busca pela máxima produtividade, as relações entre a nutrição mineral e as doenças das plantas e o manejo dos nutrientes em sistemas de produção agropecuários. Novos temas deverão compor as futuras edições, como a adubação por fertirrigação, os fertilizantes fluidos e as ferramentas da agricultura de precisão, bem como culturas de grande valor sócio-econômico como as hortaliças, as frutíferas e as essências florestais. Em pesquisa de opinião recentemente realizada pelo IPNI, pôde-se observar o grande apreço dos leitores pelos artigos de cunho técnico e prático publicados no IA e o reconhecimento da qualidade desta publicação. Assim, é com imensa satisfação e inspiração do passado que o corpo editorial deste importante jornal continua a veicular informações agronômicas que ajudam os profissionais de campo e contribuem para o avanço do conhecimento de seus assíduos e respeitados leitores. A todos, uma excelente leitura e uma sugestão... Visitem o site do IPNI (http://brasil.ipni.net) e revejam as edições anteriores! 40 ANOS

Upload: others

Post on 06-Jul-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018 1

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE - BRASILAvenida Independencia, nº 350, Edifício Primus Center, salas 141 e 142 - Fone/Fax: (19) 3433-3254 - CEP13419-160 - Piracicaba-SP, Brasil

Website: http://brasil.ipni.net - E-mail: [email protected] - Twitter: @IPNIBrasil - Facebook: https://www.facebook.com/IPNIBrasil

INFORMAÇÕESAGRONÔMICAS

No 162 JUNHO/2018

ISSN 2311-5904Desenvolver e promover informações científicas sobre o manejo responsável dos nutrientes das plantas para o benefício da família humana

MISSÃO

O potássio na sucessão soja-trigo”. Este foi o título do artigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob

a liderança do Dr. Tsuioshi Yamada, Diretor da então PoTAfos no Brasil. o IA, como respeitosamente o jornal é chamado inter-namente, desde a sua origem, é um veículo de informação dirigido aos profissionais que trabalham no campo com nutrição mineral, fertilidade do solo e adubação de culturas, e que enfoca assuntos de importância do dia a dia, além de notícias sobre cursos, eventos, publicações e pesquisas.

Durante esses 40 anos de atividade, 473 artigos técnicos foram publicados em 161 edições, tratando de importantes temas, com a contribuição grandiosa de diversos autores internacionais e nacionais, como Dr. francisco Pimentel Gomes, Dr. Bernardo van Raij, Dr. Alfredo scheid Lopes, Dr. José Carlos Alcarde, entre outros, edu-cando sobre o manejo adequado dos nutrientes, como também tratando de temas diversos relacionados à agricultura. Ademais, 51 Encartes Técnicos foram editados e distribuídos gratuitamente, cumprindo a missão da instituição de promover e difundir o uso adequado dos nutrientes das plantas para o benefício da família humana.

Ressalta-se, especialmente, a contribuição valiosa e intensa do saudoso Dr. Eurípedes Malavolta, Professor Emérito da EsALq/UsP e grande pesquisador da área de nutrição mineral de plantas, que colaborou com o IA por anos, escrevendo diversos artigos técnicos e de opinião. Esteve sob sua responsabilidade a seção Ponto de Vista do IA entre os anos de 1991 e 1994. Antes de seu falecimento, em 19 de janeiro de 2008, deixou, como último legado de sua extensa produção literária, o artigo inacabado, intitulado O futuro da nutrição de plantas tendo em vista os aspectos agronô-micos, econômicos e ambientais, publicado na edição de número 121.

o jornal, em sua jornada histórica, também contou com a bri-lhante colaboração do Eng. Agrônomo e pesquisador Dr. Norman Bor-

laug, agraciado merecidamente com o Prêmio Nobel da Paz em 1970, dentre vários outros, pelas suas incansáveis atividades de pesquisa e extensão pelo mundo, incluindo visitas ao Brasil, ocasião na qual ficou admirado com o potencial agrícola da já então avançada agricultura do Cerrado. Ele deixou sua importante contribuição no artigo Alimentando o mundo com tecnologia, publicado na edição 71, de 1995.

Embora muitos anos tenham se passado desde a primeira edi-ção deste jornal, alguns assuntos que foram discutidos nas primeiras edições continuam presentes, como, por exemplo, a compactação do solo, tratada em artigos publicados nas edições de número 21 (1983) e 29 (1985), demonstrando a atemporalidade do tema e a sensibilidade do jornal aos diversos fatores que impactam o uso eficiente dos nutrientes. O IA sempre esteve atento às atualidades de grande relevância e, ao longo do tempo, alguns temas foram abordados com maior ênfase, como o manejo do solo em plantio direto, os fatores de impacto na busca pela máxima produtividade, as relações entre a nutrição mineral e as doenças das plantas e o manejo dos nutrientes em sistemas de produção agropecuários. Novos temas deverão compor as futuras edições, como a adubação por fertirrigação, os fertilizantes fluidos e as ferramentas da agricultura de precisão, bem como culturas de grande valor sócio-econômico como as hortaliças, as frutíferas e as essências florestais.

Em pesquisa de opinião recentemente realizada pelo IPNI, pôde-se observar o grande apreço dos leitores pelos artigos de cunho técnico e prático publicados no IA e o reconhecimento da qualidade desta publicação. Assim, é com imensa satisfação e inspiração do passado que o corpo editorial deste importante jornal continua a veicular informações agronômicas que ajudam os profissionais de campo e contribuem para o avanço do conhecimento de seus assíduos e respeitados leitores.

A todos, uma excelente leitura e uma sugestão... Visitem o site do IPNI (http://brasil.ipni.net) e revejam as edições anteriores!

40 ANOS

Page 2: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

2 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS

NOTA DOS EDITORES

Todos os artigos publicados no Informações Agronômicas estão disponíveis em formato pdf no website do IPNI Brasil: <http://brasil.ipni.net>

Opiniões e conclusões expressas pelos autores nos artigos não refletem necessariamente as mesmas do IPNI ou dos editores deste jornal.

N0 162 JUNHO/2018

CONTEÚDO

Balanço de nutrientes na agricultura brasileira no período de 2013 a 2016José Francisco da Cunha, Eros Artur Bohac Francisco, Luís Ignácio Prochnow ...3

A agricultura de precisão sob a perspectiva de seus diversos atoresLeandro Maria Gimenez, José Paulo Molin ................................................. 15

Divulgando a Pesquisa ...........................................................................20

IPNI em Destaque ..................................................................................21

Painel Agronômico .................................................................................22

Cursos, Simpósios e outros Eventos .....................................................23

Publicações Recentes .............................................................................24

Ponto de Vista .........................................................................................25

Publicação trimestral gratuita do International Plant Nutrition Institute (IPNI), Programa Brasil. o jornal publica artigos técnico-científicos elaborados pela

comunidade científica nacional e internacional visando o manejo responsável dos nutrientes das plantas.

COMISSÃO EDITORIAL

EditorEros Artur Bohac francisco

Editores AssistentesLuís Ignácio Prochnow, silvia Regina stipp

Gerente de DistribuiçãoEvandro Luis Lavorenti

INTERNATIONAL PLANT NuTRITION INSTITuTE (IPNI)

Presidente do Conselho Tony Will (Cf Industries)

Vice-Presidente do Conselhosvein Tore Holsether (Yara)

TesoureiroJoc o’Rourke (The Mosaic Company)

PresidenteTerry L. Roberts

Vice-Presidente, Coordenador do Grupo da Ásia e ÁfricaKaushik Majumdar

Vice-Presidente, Coordenadora do Grupo do Oeste Europeu/Ásia Central e Oriente Médio

svetlana Ivanova

Vice-Presidente Senior, Diretor de Pesquisa eCoordenador do Grupo das Américas e Oceania

Tom Bruulsema

PROGRAMA BRASILDiretor

Luís Ignácio Prochnow

Diretor AdjuntoEros Artur Bohac francisco

Publicaçõessilvia Regina stipp

Analista de Sistemas e Coordenador AdministrativoEvandro Luis Lavorenti

Assistente AdministrativaElisangela Toledo Lavorenti

SecretáriaJéssica silva Machado

ASSINATuRAS Assinaturas gratuitas são concedidas mediante aprovação prévia da diretoria. o cadastramento pode ser realizado no site do IPNI:

http://brasil.ipni.netMudanças de endereço podem ser solicitadas por email para:

[email protected]

ISSN 2311-5904

Deficiência de fósforo em algodoeiro. Foto classificada em primeiro lugar no concurso do IPNI, na categoria Nutrientes Primários. Crédito: Dr. Srinivasan Subbiah, Kovilpatti, Tamil Nadu, India.

FOTO DESTAQUE

Page 3: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018 3

1 Engenheiro Agrônomo, Consultor, Tec-Fértil; email: [email protected] Engenheiro Agrônomo, Doutor, Diretor Adjunto do IPNI Brasil; email: [email protected] 3 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Diretor do IPNI Brasil; email: [email protected]

Abreviações: AC = Acre; AL = Alagoas; AM = Amazonas; AP = Amapá; B = boro; BA = Bahia; Ca = cálcio; CE = Ceará; Cu = cobre; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo; Fe = ferro; GO = Goiás; K = potássio; MA = Maranhão; Mg = magnésio; MG = Minas Gerais; MO = matéria orgânica; Mn = manganês; Mo = molibdênio; MS = Mato Grosso do Sul; MT = Mato Grosso; N = nitrogênio; Ni = níquel; P = fósforo; PA = Pará; PB = Paraíba; PE = Pernambuco; PI = Piauí; PR = Paraná; RJ = Rio de Janeiro; RN = Rio Grande do Norte; RO = Rondônia; RR = Roraima; RS = Rio Grande do Sul; S = enxofre; SC = Santa Catarina; SE = Sergipe; SP = São Paulo; TO = Tocantins; Zn = zinco.

BALANÇO DE NUTRIENTES NA AGRICULTURA BRASILEIRA NO PERÍODO DE 2013 A 2016

José Francisco da Cunha1

Eros Artur Bohac Francisco2

Luís Ignácio Prochnow3

1. INTRODUÇãO

O balanço de nutrientes é uma das importantes fer-ramentas para avaliação do uso de fertilizantes na agricultura e, devido à sua importância, o IPNI

Brasil faz o seu acompanhamento periódico. Ele é o resultado da diferença matemática entre entradas e saídas de nutrientes em um sistema, e a comparação dos balanços de safras sucessivas permite avaliar a evolução da exploração agrícola. Desde a década de 1980, diversos estudos foram realizados e publicados sobre o tema, per-mitindo o acompanhamento da evolução do consumo (entrada) e exportação (saída) de N, P2o5 e K2o na agricultura brasileira ao longo dos anos (YAMADA; LoPEs, 1998; CUNHA et al., 2010; CUNHA et al., 2011; CUNHA et al., 2014). Este estudo objetiva dar continuidade à avaliação do consumo de fertilizantes pelas culturas, da área plantada, da produção e do rendimento agrovegetal e do balanço de nutrientes, considerando as 18 principais culturas agrícolas cultivadas no Brasil no período de 2013 a 2016.

A eficiência de aproveitamento de nutrientes pode ser quan-tificada por meio de índices de uso ou por outros indicadores. Um

dos índices, denominado taxa de desfrute, baseia-se na relação entre consumo e demanda de nutrientes por uma ou várias culturas, em um determinado intervalo de tempo. A Tabela 1 apresenta a evo-lução de consumo, rendimento agrovegetal e taxa de desfrute de nutrientes pela agricultura brasileira entre os anos de 2009 e 2016. observa-se um crescimento no consumo de nutrientes – 42%, 23% e 51% para N, P2o5 e K2o, respectivamente –, maior do que o aumento no rendimento agrovegetal (17%), com consequente diminuição na taxa de desfrute. o aumento no consumo ocorreu devido ao incremento de aproximadamente 12,8 milhões de hec-tares colhidos no mesmo período. Contudo, a eficiência produtiva não aumentou na mesma proporção e, por isso, a taxa de desfrute dos nutrientes apresentou redução significativa, indicando que a entrada de nutrientes aumentou mais do que a saída (exportação).

2. ENTRADAS E SAÍDAS DE NUTRIENTES NA AGRICULTURA BRASILEIRA

A entrada de N, P e K no sistema agrícola por meio do uso de fertilizantes, no período de 2013 a 2016, corresponde aos

Tabela 1. Consumo de nutrientes, taxa de desfrute e rendimento agrovegetal médio no Brasil durante o período de 2009 a 2016.

AnoConsumo (kg ha-1) Desfrute1 (%) Rendimento

agrovegetal(kg ha-1)N P2O5 K2O N P2O5 K2O

2009 38,6 50,7 47,6 72 55 97 3.0662010 41,8 49,5 57,0 71 60 87 3.2942011 49,4 56,6 65,0 58 48 70 3.0742012 48,6 61,2 68,5 59 51 73 3.3942013 48,5 60,9 66,8 61 47 73 3.4192014 48,9 60,0 68,1 58 49 74 3.4522015 45,1 56,2 65,9 62 52 76 3.4672016 54,8 62,4 71,9 51 50 77 3.575

Evolução no período 2009-2016

+ 42% + 23% + 51% - 29% - 9% + 21% + 17%

1 Desfrute é o índice de uso dos fertilizantes, correspondendo ao percentual exportado em relação ao consumo.

Page 4: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

4 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018

dados estatísticos de entrega de nutrientes disponíveis por estado da federação, publicados anualmente pela ANDA (Tabela 2). As quantidades fornecidas de cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (s), boro (B), cobre (Cu), ferro (fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), níquel (Ni) e zinco (Zn) foram estimadas com base no consumo aparente dos principais fertilizantes e corretivos, levando-se em conta o teor médio de nutrientes nesses insumos (Tabela 3).

De acordo com a Tabela 2, a entrega de fertilizantes no Brasil, no período avaliado, atingiu um total de 127,6 milhões de toneladas, e os estados com maior consumo, em ordem decrescente, foram: Mato Grosso (MT), Paraná (PR), Rio Grande do sul (Rs), são Paulo (sP), Minas Gerais (MG), Goiás (Go), Bahia (BA) e Mato Grosso do sul (Ms). Esses estados foram responsáveis

por 87,6% do total de fertilizantes consumidos no país. o maior consumidor de N, proporcionalmente, foi o estado de sP, devido à alta demanda deste nutriente pelas culturas de cana-de-açúcar, citros e café. o MT apresentou o maior consumo de P2o5 e K2o, em virtude da grande área de produção de soja e milho. Ressalta-se, também, o baixíssimo consumo de fertilizantes pelos estados da região Norte (3,6% do total). Na região Nordeste (NE), o consumo é baixo (10,6% do total), com exceção da Bahia. Nota-se que nos estados considerados como fronteiras agrícolas houve maior consumo de fertilizantes em relação aos estados que apresentam agricultura menos desenvolvida. Este é o caso da BA, MA e PI, na região Nordeste, e do To e PA, na região Norte, que se destacam dos demais estados pelo maior consumo de fertilizantes.

Tabela 2. Consumo de fertilizantes por estado no período de 2013 a 2016.

Estado/Região ProdutoNutrientes

N P2O5 K2O Total - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (t) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Rs 15.864.061 2.235.750 2.567.506 2.646.733 7.449.989 sC 3.144.646 542.970 422.704 393.583 1.359.257 PR 15.978.458 1.787.114 2.625.287 2.632.832 7.045.233

Total Sul 34.987.165 4.565.834 5.615.497 5.673.148 15.854.479 Df 281.594 34.748 53.175 30.325 118.248 Go 11.852.156 1.409.629 2.085.494 2.004.353 5.499.476 MT 23.520.543 1.835.406 3.794.917 4.573.122 10.203.445 Ms 6.644.492 704.091 1.189.098 1.272.863 3.166.052

Total Centro-Oeste 42.298.785 3.983.874 7.122.684 7.880.663 18.987.221 MG 14.748.134 2.425.921 1.771.951 2.191.347 6.389.219 Es 1.621.687 316.494 98.962 234.567 650.023 RJ 203.893 28.669 15.731 29.303 73.703 sP 15.579.667 2.514.395 1.525.383 2.351.466 6.391.244

Total Sudeste 32.153.381 5.285.479 3.412.027 4.806.683 13.504.189 AL 592.196 87.906 36.233 89.330 213.469 BA 7.518.605 653.936 966.076 1.246.090 2.866.102 CE 107.067 21.135 10.394 13.240 44.769 MA 2.290.553 162.825 406.012 408.532 977.369 PB 229.627 35.788 15.159 37.375 88.322 PE 697.150 107.283 46.373 113.817 267.473 PI 1.531.009 101.092 271.293 263.145 635.530

RN 158.873 24.312 17.031 21.506 62.849 sE 367.239 72.215 53.590 28.762 154.567

Total Nordeste 13.492.319 1.266.492 1.822.161 2.221.797 5.310.450 AC 10.651 1.583 1.719 990 4.292 AP 56.632 3.022 8.994 9.461 21.477 AM 33.768 4.245 3.404 5.159 12.808 PA 1.672.846 150.835 252.845 285.925 689.605 Ro 573.470 49.744 104.669 94.850 249.263 RR 69.653 7.121 12.182 11.632 30.935 To 2.227.738 151.320 411.889 389.301 952.510

Total Norte 4.644.758 367.870 795.702 797.318 1.960.890

Total Brasil 127.576.408 15.469.549 18.768.071 21.379.609 55.617.229

Fonte: ANDA (2014 a 2017).

Page 5: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018 5

o consumo total médio anual no período avaliado foi de 31,9 milhões de toneladas de fertilizantes, o que representa um aumento de 22% em relação ao período de 2009 a 2012. Em 2016 ocorreu o maior consumo de fertilizantes registrado na história da agricultura brasileira até então, 34,1 milhões de toneladas, o que representou um aumento de 52% em relação à quantidade de fertilizantes consumida em 2009. Considerando o período estudado de 2013 a 2016, comparativamente, os estados que apresentaram os maiores aumentos de consumo foram AC, sE, Ro, AP e PA, com 97%, 35%, 32%, 32% e 30%, respectivamente. os estados de RR, CE, PE, PI e AL apresentaram as maiores retrações no consumo de fertilizantes: -46%, -30%, -20%, -17% e -13%, respectivamente. Também apresentaram retração no consumo de fertilizantes os estados de RJ, BA, sP e Es. Dos macronutrientes primários, o que apresentou maior incremento no consumo, comparando-se 2013 e 2016, foi o N (18,2%), seguido de K e P, com 12,6% e 7,3%, respectivamente.

Destaca-se, na Tabela 3, a quantidade de s fornecida pelo uso de gesso agrícola, no período de 2013 a 2016, de 3,3 milhões de toneladas, representando uma média anual de 830,5 mil toneladas. Em 2008, a quantidade de s fornecida pelo uso de gesso agrícola foi de 375 mil toneladas (CUNHA et al., 2010).

Para o cálculo do balanço de nutrientes, a saída ou expor-tação de nutrientes foi calculada a partir de dados estatísticos da produção agrícola, por cultura (Tabela 4) ou por estado e região (Tabela 5), juntamente com os dados de concentração de nutrientes no produto colhido (Tabela 6). A partir daí, foi possível avaliar a exportação de nutrientes pelas principais culturas e por estados bra-sileiros, conforme apresentado nas Tabelas 7 e 8, respectivamente.

Um dos fatores responsáveis pelo aumento no consumo de fertilizantes neste período foi o aumento da área plantada das cultu-ras avaliadas neste estudo. A Tabela 4 apresenta as áreas plantada e colhida, a produção total e agrovegetal e os rendimentos observados no período de 2013 a 2016. os dados mostram que 76% da área total colhida foram cultivados com soja, milho e cana-de-açúcar. Em

relação aos estados (Tabela 5), o MT foi o que apresentou maior área colhida, seguido por PR, Rs e sP. Ressalta-se que o maior aumento na área colhida ocorreu nos estados de Ro, To, PA, Ms e sP (37%, 32%, 24%, 20% e 15%, respectivamente), enquanto vários outros estados apresentaram decréscimo na área colhida, com maior ênfase para RJ, sE, AL, MA e RN. Comparativamente a 2013, a soja foi a cultura que apresentou o maior incremento na área colhida em 2016, com 11,9%, enquanto a área colhida de arroz e feijão retraiu 13,1% e 7,4%. As culturas de mamona, sorgo e algodão foram as que apresentaram a maior retração em área colhida no período: 59%, 25% e 18%, respectivamente.

Notadamente, por ser a cultura com maior área de cultivo no Brasil, a soja é a que apresenta maior exportação de nutrientes (Tabela 7). Apesar do N não ser aplicado via fertilizante mineral, vale destacar que a sua exportação foi da ordem de 70% do total de N exportado por todas as culturas, enquanto as exportações de P2o5 e K2o foram da ordem de 57,5% e 56,8%, respectivamente. Contudo, avaliando-se a exportação de nutrientes por unidade de área observa-se que as culturas que mais exportaram N foram a soja (181 kg ha-1), o tomate (159 kg ha-1) e o algodão (129 kg ha-1). Em relação ao P2o5, o tomate (55 kg ha-1), o algodão (47 kg ha-1) e o sorgo (45 kg ha-1) foram as culturas que mais exportaram o elemento. Já em relação ao K2o, o tomate (196 kg ha-1), a banana (143 kg ha-1) e a batata (116 kg ha-1) apresentaram as maiores quantidades exportadas por unidade de área.

os dados de exportação de nutrientes por estado brasileiro estão apresentados na Tabela 8. Ressalta-se que os valores relativos a cada nutriente são resultados da soma das exportações das 18 cul-turas consideradas subtraindo-se as deduções referentes à fixação biológica do N e à vinhaça.

3. RESULTADOS DO BALANÇO DE NUTRIENTES

Na Tabela 9 estão apresentados os valores do balanço de nutrientes, na qual constam as entradas e saídas bem como as

Tabela 3. quantidade estimada de macronutrientes secundários e micronutrientes fornecidos pelos fertilizantes e corretivos no período de 2013 a 2016.

ProdutoConsumo Ca Mg S B Cu Fe Mn Mo Ni Zn

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (t) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

sulfato de amônio 7.944.405 - - 1.906.657 - - - - - - -

superfosfato simples 21.863.802 3.935.484 - 2.405.018 656 437 456.844 3.389 66 831 1.705

superfosfato triplo 7.290.123 874.815 - 72.901 802 73 93.897 2.187 66 73 802

DAP 2.357.395 - - - 236 17 - 554 26 - 288

MAP 15.449.885 - - - 1.545 108 287.368 1.390 216 - -

Termofosfato 260.574 46.903 18.240 - 2 11 10.009 578 2 860 97

fosfato natural 954 191 - - 0 0 28 4 0 0 1

fosfato natural reativo 779.640 218.299 - - - 15 1.746 21 - 31 288

Gesso 22.147.182 4.429.436 - 3.322.077 66 177 14.839 332 354 44 199

Calcário 132.729.500 22.696.745 11.149.278 - 3.982 611 285.767 17.985 133 1.805 3.995

Micronutrientes 1.306.500 48.341 18.291 84.923 37.889 - - 92.762

Total 32.201.873 11.167.518 7.706.654 55.629 19.740 1.235.420 64.329 862 3.644 100.138

utilizado pelas culturas deste Balanço 93,1% 29.981.324 10.397.438 7.175.225 51.793 18.379 1.150.229 59.893 803 3.393 93.232

Fontes: Amaral sobrinho (1992); ANDA (2014 a 2015); Campos (2005); fertipar (2009); Malavolta (1992); Malavolta (1994); Mullins (1990); Prochnow (1996); Tec-fértil (2018); Yamada (2004).

Page 6: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018

Tabe

la 4

. Áre

a e

prod

ução

das

cul

tura

s no

perío

do d

e 20

13 a

201

6 e

com

para

ção

com

o p

erío

do a

nter

ior.

Cul

tura

Áre

a pl

anta

daÁ

rea

colh

ida

Part

icip

ação

Prod

ução

Ren

dim

ento

Prod

ução

ag

rove

geta

l(1)

Ren

dim

ento

agr

oveg

etal

por

per

íodo

2013

-201

620

09-2

012

Vari

ação

- -

- - -

- - -

- - -

(ha)

- - -

- - -

- - -

- -

(%)

(t)(k

g ha

-1)

(t)

- - -

- - -

- - (

kg h

a-1) -

- - -

- - -

(k

g ha

-1)

soja

129.

755.

753

129.

496.

972

41,8

395.

490.

231

3.05

439

5.49

0.23

13.

054

2.90

5+

149

Milh

o62

.377

.496

60.2

92.5

0320

,130

6.73

2.30

15.

087

306.

732.

301

5.08

74.

567

+ 52

0

Can

a-de

-açú

car

44.0

84.6

4040

.592

.112

14,2

2.99

3.73

2.93

873

.752

149.

686.

157

3.68

83.

816

- 128

Caf

é-co

co8.

937.

742

8.01

1.05

92,

922

.779

.194

2.84

322

.779

.194

2.84

32.

598

+ 24

5

Alg

odão

her

báce

o4.

109.

376

4.10

0.56

91,

315

.604

.931

3.80

615

.604

.931

3.80

63.

598

+ 20

8

Arr

oz8.

554.

725

8.45

6.69

42,

847

.566

.510

5.62

547

.566

.510

5.62

54.

698

+ 92

7

feijã

o12

.774

.793

11.7

87.7

964,

112

.420

.543

1.05

412

.420

.543

1.05

495

1+

103

fum

o1.

597.

112

1.58

8.52

60,

53.

276.

569

2.06

33.

276.

569

2.06

31.

980

+ 83

Lara

nja

2.96

6.88

32.

712.

048

1,0

67.2

09.6

5124

.782

6.72

0.96

52.

478

2.34

2+

136

Trig

o9.

702.

735

9.67

9.68

83,

124

.299

.770

2.51

024

.299

.770

2.51

02.

440

+ 70

Bat

ata

524.

672

524.

530

0,2

15.2

64.4

1329

.101

2.28

9.66

24.

365

3.92

6+

439

Ban

ana

2.05

2.69

71.

909.

306

0,7

27.5

03.4

2914

.405

2.75

0.34

31.

440

1.43

5+

5

sorg

o3.

014.

534

2.92

5.29

31,

07.

664.

537

2.62

07.

664.

537

2.62

02.

543

+ 77

Tom

ate

252.

897

251.

255

0,1

16.6

47.3

2066

.257

1.66

4.73

26.

626

6.34

6+

280

Cac

au3.

012.

585

2.79

1.29

41,

01.

022.

491

366

1.02

2.46

636

635

7+

9

Man

dioc

a8.

508.

468

5.89

5.80

02,

788

.019

.799

14.9

2913

.202

.970

2.23

92.

101

+ 13

8

Am

endo

im59

5.35

159

3.70

20,

22.

008.

565

3.38

32.

008.

565

3.38

32.

809

+ 57

4

Mam

ona

224.

290

216.

097

0,1

120.

795

559

120.

795

559

544

+ 15

Subt

otal

303.

046.

749

291.

825.

244

97,5

4.04

7.36

3.98

713

.869

1.01

5.30

1.24

13.

479

3.25

3+

226

Out

ras c

ultu

ras

7.71

0.21

0-

2,5

--

--

Tota

l das

cul

tura

s31

0.75

6.95

910

0,0

(1) P

rodu

ção

agro

vege

tal é

a p

rodu

ção

redu

zind

o-se

a 5

% a

pro

duçã

o de

can

a-de

-açú

car,

a 10

% a

pro

duçã

o de

ban

ana,

lara

nja

e to

mat

e e

a 15

% a

pro

duçã

o de

bat

ata

e m

andi

oca.

Font

e: IB

GE

(201

3 a

2016

).

Page 7: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018 7

Tabela 5. Área média anual ocupada pelas culturas e produção, por estado e região, no período de 2013 a 2016, e comparação com o período anterior.

Estados/RegiõesÁrea plantada Área colhida Produção Produção

agrovegetal(1)

Rendimento agrovegetal

2013-2016 2009-2012 Variação- - - - - - - - - - (ha) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (t) - - - - - - - - - - - - - - - - - - (kg ha-1) - - - - - - - (kg ha-1)

Rs 8.667.399 8.634.836 35.506.469 32.751.125 3.793 3.356 + 437sC 1.516.869 1.504.598 8.607.953 6.911.394 4.594 4.315 + 279PR 10.492.055 10.457.376 90.749.848 39.947.870 3.820 3.599 + 221

Total Sul 20.676.323 20.596.810 134.864.270 79.610.389 3.865 3.557 + 308Df 158.129 157.802 849.486 759.724 4.814 4.730 + 84Go 6.170.816 5.996.280 90.946.073 22.792.089 3.801 3.779 + 22MT 14.066.400 13.974.821 70.001.555 51.146.303 3.660 3.419 + 241Ms 4.878.366 4.758.631 62.154.494 18.127.991 3.809 3.341 + 468

Total Centro-Oeste 25.273.710 24.887.533 223.951.607 92.826.107 3.730 3.507 + 223MG 5.625.470 5.251.483 89.833.413 19.123.019 3.641 3.652 - 11Es 668.858 604.803 5.505.210 1.607.575 2.658 2.632 + 26RJ 146.263 143.227 4.654.382 313.365 2.188 2.210 - 22sP 8.683.227 8.158.505 442.721.347 31.189.473 3.823 3.851 - 28

Total Sudeste 15.123.817 14.158.018 542.714.352 52.233.432 3.689 3.694 - 5AL 536.536 469.147 24.770.734 1.328.482 2.832 2.705 + 127BA 4.430.422 4.132.499 19.636.054 9.273.853 2.244 2.153 + 91CE 1.113.690 1.068.940 2.422.047 540.621 506 636 - 130MA 1.896.198 1.769.497 7.975.510 3.988.065 2.254 1.875 + 379PB 335.909 281.486 6.973.774 407.407 1.447 1.144 + 303PE 807.585 610.272 15.802.712 918.951 1.506 1.600 - 94PI 1.476.271 1.368.859 3.764.294 2.757.243 2.014 1.747 + 267RN 177.946 117.529 4.080.293 243.367 2.071 1.843 + 228sE 340.066 282.079 4.443.606 830.085 2.943 2.658 + 285

Total Nordeste 11.114.623 10.100.306 89.869.024 20.288.074 2.009 1.834 + 175AC 111.535 104.569 1.489.819 296.838 2.839 2.224 + 615AP 42.806 36.029 234.804 72.745 2.019 1.386 + 633AM 127.395 103.638 1.228.864 174.018 1.679 1.621 + 58PA 1.472.302 1.203.182 8.372.223 2.952.309 2.454 2.209 + 245Ro 604.469 577.423 2.496.857 1.706.680 2.956 2.203 + 753RR 59.878 58.303 395.110 168.156 2.884 3.411 - 527To 1.154.830 1.130.501 6.224.068 3.496.562 3.093 3.006 + 87

Total Norte 3.573.215 3.213.645 20.441.744 8.867.309 2.759 2.401 + 358

Total Brasil 75.761.687 72.956.311 1.011.840.997 253.825.310 3.479 3.253 + 226(1) Produção agrovegetal é a produção reduzindo-se a 5% a produção de cana-de-açúcar, a 10% a produção de banana, laranja e tomate e a 15% a

produção de batata e mandioca.Fonte: IBGE (2013 a 2016).

deduções de N, P2o5 e K2o. Destaca-se a elevada quantidade de N fornecida pela fixação biológica, equivalente a 1,62 vez a quanti-dade total de N consumida como fertilizante. Isso demonstra, por um lado, a importância da cultura da soja na agricultura brasileira e, por outro, a necessidade do uso eficiente da sucessão e rotação de culturas.

Dentre os macronutrientes primários, o P foi o que apresen-tou menor índice de eficiência, explicado pela dinâmica do elemento no solo. o fator de consumo 2,0 indica que foi aplicado o dobro da quantidade exportada. Apesar de grande parte do consumo deste nutriente ocorrer na agricultura estabelecida em terras de cultivo

já consolidado, onde as dosagens podem ser menores, houve, nos anos recentes, grande avanço da agricultura em áreas de pastagem degradadas, nas quais as dosagens de P para correção da fertilidade são elevadas. Assim, o desfrute médio obtido no uso de fertilizantes fosfatados (49%) foi discretamente menor do que o observado no período de 2009 a 2012 (53%). No caso dos fertilizantes potássicos, o desfrute médio observado diminuiu no período estudado para 75%, em comparação ao período anterior (82%), devido ao maior consumo deste nutriente (31%) em relação à exportação líquida (20%), comparativamente. Ademais, houve redução no valor do desfrute médio dos fertilizantes nitrogenados (57%), comparado ao

Page 8: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

8 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018

Tabela 6. Concentração de nutrientes no produto colhido das principais culturas no Brasil.

CulturasMacronutrientes (g kg-1) Micronutrientes (mg kg-1)

N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Mo Zn

soja(1, 2) 59,2 5,50 18,8 2,90 2,30 3,00 24,2 13,0 134 33,7 5,00 37,7Milho(3) 14,0 2,60 3,70 0,10 1,10 1,00 5,00 2,00 15,0 5,00 0,60 18,0Cana-de-açúcar(4, 14) 0,83 0,11 0,78 0,40 0,31 0,24 1,20 2,60 14,3 9,70 0,016 3,30Café em coco(5) 17,5 1,20 26,5 3,40 1,40 1,35 16,70 16,5 105 25,0 0,06 41,0Algodão(6) 33,9 5,37 18,3 2,90 8,40 3,40 33,3 7,56 514 42,0 - 17,6Arroz(7) 12,5 2,24 4,42 1,00 1,08 1,47 4,40 6,30 61,1 25,1 0,17 40,9feijão(1) 34,9 4,00 15,4 3,10 2,60 5,70 13,3 6,60 119 23,2 - 29,9fumo(8) 39,0 6,70 45,0 12,3 30,7 10,0 22,0 14,0 - 249 - 32,0Laranja(9) 1,90 0,17 1,51 0,53 0,13 0,14 2,20 1,20 6,60 2,80 0,008 0,90Trigo(1) 20,1 3,20 3,50 0,20 0,80 1,20 2,90 3,00 13,9 13,0 - 14,8Batata(8) 3,60 0,22 3,30 0,15 0,18 0,40 2,00 2,00 20,0 20,0 1,00 4,00Banana(10) 1,90 0,26 8,22 0,27 0,28 0,06 2,14 0,90 9,18 10,6 0,004 1,81sorgo(11) 15,0 7,50 3,93 0,25 1,25 1,42 3,00 1,80 12,0 10,7 0,60 12,5Tomate(8, 12) 2,40 0,36 2,46 0,14 0,22 0,28 2,80 1,40 25,0 2,60 0,012 3,20Cacau(12) 33,0 2,00 8,00 1,00 2,00 1,00 12,0 16,0 80,0 28,0 0,04 47,0Mandioca(8, 12) 2,10 0,21 1,95 0,63 0,32 0,08 1,80 0,80 24,0 1,60 - 4,60Amendoim(12) 34,0 2,00 9,00 0,50 1,00 2,00 - - - - - -Mamona(13) 29,0 3,70 7,20 6,20 2,40 2,00 52,0 40,0 690 116 - 69,0

Fontes: (1)Pauletti (1998); (2)Bataglia e Mascarenhas (1986); (3)Duarte et al. (2017); (4)orlando filho (1983); (5)Malavolta (2006); (6)ferreira e Carvalho (2005); (7)furlani et al. (1977); (8)Hawkes e Collins, 1983, e Howeler, 1981 apud Yamada e Lopes (1998); (9)Bataglia et al. (1977); (10)Azeredo et al. (1986); (11)Kansas Univerity (1998); (12)Malavolta et al. (1997); (13)Adaptado de freire e Nobrega (2006); (14)Rossetto (2009).

Tabela 7. Exportação total de nutrientes pelas principais culturas no Brasil no período de 2013 a 2016.

CulturasMacronutrientes (g kg-1) Micronutrientes (mg kg-1)

N P2O5 K2O Ca Mg S B Cu Fe Mn Mo Zn

soja 23.413.022 4.984.181 8.956.473 1.146.922 909.628 1.186.471 9.571 5.141 53.114 13.328 1.977 14.910

Milho 4.294.252 1.827.377 1.367.114 30.673 337.406 306.732 1.534 613 4.601 1.534 184 5.521

Cana-de-açúcar 2.484.798 754.573 2.812.879 1.197.493 928.057 718.496 3.592 7.784 42.810 29.039 47,9 9.879

Café em coco 397.497 62.635 727.156 77.449 3.1891 30.752 379 376 2.392 569 1,367 934

Algodão 529.007 191.941 343.308 44.586 131.081 53.057 520 118 8.028 655 0,000 274

Arroz 592.203 244.143 253.260 47.567 51.372 69.923 209 300 2.906 1.194 8,086 1.945

feijão 433.477 113.840 230.412 38.504 32.293 70.797 165 82 1.483 288 0 371

fumo 127.786 50.302 177.613 40.302 100.591 32.766 72 46 0 816 0 105

Laranja 128.102 26.642 122.494 35.352 8.536 9208 148 81 444 188 0,538 60

Trigo 488.425 178.175 102.450 4.860 19.440 29.160 70 73 338 316 0,000 360

Batata 54.952 7.695 60.679 2.290 2.748 6.106 31 31 305 305 15,26 61

Banana 52.807 16.700 272.334 7.508 7.756 1.760 59 25 252 292 0,110 50

sorgo 114.968 131.717 36.285 1.916 9.581 10.884 23 14 92 82 4,599 96

Tomate 39.954 13.732 49.331 2.331 3.662 4.661 47 23 416 43 0,200 53

Cacau 33.742 4.686 9.854 1.022 2.045 1.022 12 16 82 29 0,041 48

Mandioca 180.441 42.354 206.756 55.452 28.166 7.042 158 70 2.112 141 0,000 405

Amendoim 68.291 9.205 21.776 1.004 2.009 4.017 0 0 0 0 0,000 0

Mamona 3.503 1.024 1.048 749 290 242 6 5 83 14 0,000 8

Total Brasil 33.437.227 8.660.923 15.751.222 2.735.980 2.606.550 2.543.094 16.597 14.797 119.460 48.833 2.240 35.081

Page 9: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018 9

obtido no balanço de 2009-2012 (65%), em decorrência do maior consumo do nutriente em alguns estados, como Rs e To, sem alteração acentuada na exportação, como será apresentado a seguir.

A Tabela 9 mostra também que, para todos os macronu-trientes, as quantidades aplicadas foram superiores às exportadas. Houve aumento na quantidade exportada de Ca e s devido à maior quantidade aplicada de gesso agrícola no período, promovendo leve alteração no fator de consumo destes nutrientes, principalmente para o Ca, que aumentou de 9,9 para 11,0. quanto ao balanço de micronutrientes, verificou-se também que a aplicação dos elementos foi superior à exportação.

A Tabela 10 mostra o balanço de nutrientes nos estados brasileiros. Cunha et al. (2010) demonstraram, pelos resultados do balanço, que alguns estados (CE, MA, sE, AC, AM e Ro) pra-ticavam agricultura extrativista, em decorrência da baixa entrada de nutrientes ou consumo de fertilizantes. Contudo, verificou-se melhora considerável no aproveitamento dos nutrientes NPK nos estados do CE, MA, PB, sE, PA e Ro, nos quais a quantidade de fertilizantes aplicada superou a demanda por nutrientes. Por outro lado, houve pouca melhora nos estados do AM e AC, tendo este último apresentado o pior desfrute no uso dos fertilizantes no período estudado. A quantidade média de nutrientes NPK aplicada

Tabela 8. Exportação de nutrientes por estado do Brasil, no período de 2013 a 2016.

Estados/Regiões

N P2O5 K2O Ca Mg S B Cu Fe Mn Mo Zn

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (t) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Rs 4.768.529 1.203.177 1.876.587 247.962 266.040 292.726 1.884 1.152 11.299 3.692 339 4.388sC 797.098 226.872 367.464 45.821 70.414 57.958 324 188 1.750 775 50 785PR 5.541.197 1.424.005 2.243.608 317.760 331.522 356.921 2.351 1.622 14.020 5.030 388 4.759

Total Sul 11.106.824 2.854.055 4.487.659 611.543 667.976 707.605 4.558 2.962 27.069 9.496 777 9.932

Df 85.653 25.631 32.699 3.367 4.687 5.598 34 17 174 46 6 74Go 3.132.788 834.373 1.376.246 237.984 226.160 232.728 1.510 1.335 10.431 4.340 222 3.104MT 8.108.709 2.029.486 3.181.661 395.539 450.168 471.559 3.509 1.896 22.415 5.383 603 6.119Ms 2.413.110 627.655 1.019.366 167.842 167.013 169.181 1.133 939 7.522 2.984 172 2.350

Total CO 13.740.260 3.517.145 5.609.972 804.733 848.029 879.066 6.186 4.187 40.542 12.753 1.003 11.647

MG 1.975.235 540.915 1.282.248 219.657 186.326 181.112 1.161 1.249 8.682 3.977 110 2.691Es 112.589 20.952 196.020 24.400 12.700 11.249 111 127 802 286 1 273RJ 21.463 6.150 29.904 7.803 5.845 4.498 27 47 290 171 0 67sP 2.528.451 720.027 2.162.012 743.100 580.762 473.332 2.538 4.639 26.581 17.003 91 6.460

Total SE 4.637.739 1.288.044 3.670.183 994.960 785.632 670.192 3.837 6.062 36.355 21.437 203 9.492

AL 89.167 27.132 100.067 40.485 32.070 24.303 122 256 1.432 961 2 334BA 1.384.186 351.913 676.960 88.950 102.278 90.857 698 393 5.520 1.214 88 1.130CE 40.022 13.270 37.228 4.803 4.702 4.770 24 20 202 81 1 61MA 574.066 144.279 238.913 33.416 33.002 35.002 252 155 1.658 453 41 506PB 27.937 8.475 33.411 11.353 8.853 6.925 36 71 409 267 0 95PE 64.111 19.373 78.859 25.708 20.067 15.860 81 160 930 605 1 215PI 428.208 106.122 167.378 20.847 21.418 24.824 178 99 1.037 274 32 336

RN 16.521 5.052 22.531 6.649 5.165 3.918 21 41 241 155 0 55sE 49.934 18.252 30.577 7.266 7.010 5.810 33 40 261 139 1 92

Total NE 2.674.152 693.866 1.385.925 239.477 234.566 212.269 1.444 1.234 11.690 4.149 167 2.823

AC 17.231 5.159 18.000 3.418 2.277 1.073 12 7 133 20 0 33AP 11.726 2.583 6.212 948 640 604 6 3 40 8 1 10AM 10.476 2.727 12.887 2.755 1.626 748 9 6 102 21 0 22PA 387.439 93.613 198.778 29.377 23.298 21.518 180 105 1.276 295 25 377Ro 236.723 57.888 113.037 13.984 12.143 13.707 105 63 625 160 17 218RR 18.931 4.966 11.439 1.430 1.170 1.210 9 5 66 19 1 23To 595.726 140.878 237.131 33.355 29.193 35.101 251 163 1.563 475 46 506

Total Norte 1.278.251 307.814 597.484 85.266 70.348 73.962 571 352 3.804 998 90 1.189

Total Brasil 33.437.227 8.660.923 15.751.222 2.735.980 2.606.550 2.543.094 16.597 14.797 119.460 48.833 2.240 35.081

Page 10: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

10 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018

Tabela 9. Resultado do balanço do consumo de nutrientes na agricultura brasileira no período de 2013 a 2016.

Balanço BrasilN P2O5 K2O Ca Mg S B Cu Fe Mn Mo Zn

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (t) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Exportação total das culturas (saídas)

33.437.227 8.660.923 15.751.222 2.735.980 2.606.550 2.543.094 16.597 14.797 119.460 48.833 2.240 35.081

Deduções das exportações 25.155.150(1) 18.268(2) 819.824(3) - - - - - - - - -

Exportação líquida de nutrientes (I)

8.282.077 8.642.655 14.931.398 2.735.980 2.606.550 2.543.094 16.597 14.797 119.460 48.833 2.240 35.081

Total de Entradas(4) (II) 14.402.813 17.473.878 19.905.332 29.981.324 10.397.438 7.175.225 51.793 18.379 1.150.229 59.893 - 93.232

Balanço de nutrientes (II – I)

6.120.736 8.831.223 4.973.934 27.245.344 7.790.888 4.632.131 35.196 3.581 1.030.769 11.060 (2.240) 58.151

Desfrute médio obtido no uso de fertilizantes (I/II x 100)

57,5% 49,5% 75,0% 9,1% 25,1% 35,4% 32,0% 80,5% 10,4% 81,5% - 37,6%

fator de consumo (II/I) 1,7 2,0 1,3 11,0 4,0 2,8 3,1 1,2 9,6 1,2 - 2,7

(1) As deduções de nitrogênio correspondem a 23,4 milhões de toneladas referentes à fixação biológica de todo o N exportado pela soja, 216,7 mil tone-ladas referentes a 50% do N exportado pelo feijão, 1,54 milhão de toneladas considerando 50% da exportação do milho de 2ª safra e 40% e 50% das exportações de trigo e sorgo, respectivamente, e ainda a exportação de 30 kg ha-1 das culturas em rotação com soja, atribuindo-se um percentual de 30% da área de milho e 20% da área de algodão.

(2) As deduções de fósforo correspondem a 50% do P contido nas cascas de café.(3) As deduções de potássio correspondem a 20% do K exportado pela cana-de-açúcar atendidos pelo uso de vinhaça e a 50% do K contido nas cascas

de café. (4) As entradas correspondem a 93,1% do consumo de fertilizantes indicado nas Tabelas 2 e 3.

neste estado (AC) foi de apenas 41 kg ha-1, enquanto a quantidade média exportada foi de 386 kg ha-1 de NPK.

Três estados apresentaram acentuada redução na taxa de desfrute do uso de fertilizantes nitrogenados, comparativamente ao balanço de 2008-2012: MA, To e PI. As estiagens ocorridas em 2015 nessas regiões frustraram as colheitas das culturas e, com isso, contribuíram negativamente para o balanço de nutrientes nesses estados. A Tabela 11 mostra os resultados do balanço do consumo de nutrientes por estado para cada ano do período avaliado.

A Tabela 12 apresenta os resultados do balanço do con-sumo de nutrientes para as dez principais culturas. Pode-se observar que a cultura de feijão apresentou fator de consumo menor que 1 para K2o, o que indica consumo do nutriente abaixo da demanda da cultura. Ao contrário, todas as demais culturas apresentaram fator de consumo maior do que 1 para os três nutrientes avaliados.

A eficiência de aproveitamento dos nutrientes pelas cul-turas é um índice de grande importância para avaliar o manejo dos nutrientes. Neste estudo, destaca-se o baixo aproveitamento dos fertilizantes pela cultura do cafeeiro. Apesar desta cultura apresentar elevado consumo de fertilizantes, o resultado revela a necessidade de melhorar o aproveitamento dos sistemas de sucessão e rotação com outras culturas. A laranja, também con-siderada como cultura de baixo aproveitamento de fertilizantes (CUNHA et al., 2010), apresentou melhora no fator de consumo,

mas continua longe do ideal em relação ao P2o5, enquanto a cul-tura do trigo apresentou baixa taxa de desfrute de K2o (33%). De forma geral, destaca-se o baixo aproveitamento de fertilizantes fosfatados (47% em média), principalmente pelas culturas de café, algodão, feijão e laranja, para as quais há necessidade de desenvolvimento de boas práticas de uso do nutriente fósforo. Destaca-se melhoria acentuada na taxa de desfrute pela cultura do algodão, em comparação ao período anterior, sendo esta melhora devida, no entanto, à atualização dos valores de referência da concentração de nutrientes no produto colhido utilizados para o cálculo da exportação de nutrientes por esta cultura.

Na figura 1 estão apresentados os valores de rendimento agrovegetal médio referentes aos estados brasileiros e ao Distrito federal. Nota-se que os estados tradicionalmente agrícolas (Df, sC, sP, PR, Ms, Go, Rs, MT e MG) apresentam valores acima da média nacional (3.479 kg ha-1) e se destacam, também, pela quantidade de produção agrovegetal (Tabela 5). Ressalta-se o estado do CE, com valor de produtividade agrovegetal de apenas 506 kg ha-1, o que representa apenas 10% do maior valor observado.

outra forma de se avaliar os dados gerados no cálculo do balanço de nutrientes é pela análise do índice de conversão de nutrien-tes em produtos agrícolas. Na figura 2 estão apresentadas as quan-tidades dos nutrientes NPK aplicadas por unidade de área e aquelas necessárias para produzir 1.000 kg de produto agrícola nos estados com maior consumo de fertilizantes. Nota-se que nestes estados são

Page 11: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018 11

Tabela 10. Resultados do balanço do consumo de nutrientes por estado no período de 2013 a 2016.

Estados/ Regiões

Exportação líquida de nutrientes(1) (I) Total de entradas (II) Desfrute (I/II x 100)(2)

N P2O5 K2O N P2O5 K2O N P2O5 K2O

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (t) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (%) - - - - - - - -

Rs 887.740 1.203.177 1.875.879 2.081.579 2.390.458 2.464.222 43 50 76sC 278.738 226.872 367.215 505.528 393.556 366.443 55 58 100PR 1.078.278 1.423.564 2.201.233 1.663.880 2.444.255 2.451.279 65 58 90

Total Sul 2.244.756 2.853.613 4.444.327 4.250.987 5.228.268 5.281.944 53 55 84

Df 24.878 25.622 32.560 32.352 49.508 28.234 77 52 115Go 638.307 834.267 1.322.106 1.312.425 1.941.684 1.866.139 49 43 71MT 1.124.288 2.029.433 3.166.254 1.708.842 3.533.230 4.257.773 66 57 74Ms 474.937 627.647 984.995 655.539 1.107.101 1.185.090 72 57 83

Total Centro-Oeste 2.262.410 3.516.969 5.505.915 3.709.157 6.631.524 7.337.235 61 53 75

MG 820.292 531.056 1.090.565 2.258.636 1.649.762 2.040.238 36 32 53Es 87.821 16.765 134.386 294.669 92.138 218.392 30 18 62RJ 20.567 6.038 25.280 26.692 14.646 27.282 77 41 93sP 1.844.073 718.240 1.822.695 2.341.009 1.420.197 2.189.316 79 51 83

Total Sudeste 2.772.753 1.272.098 3.072.926 4.921.007 3.176.743 4.475.228 56 40 69

AL 87.172 27.132 81.787 81.844 33.734 83.170 107 80 98BA 365.912 350.786 656.190 608.842 899.458 1.160.163 60 39 57CE 15.124 13.262 36.279 19.678 9.677 12.327 77 137 294MA 102.906 144.279 236.794 151.597 378.015 380.361 68 38 62PB 23.958 8.475 28.419 33.320 14.114 34.798 72 60 82PE 57.968 19.368 67.521 99.885 43.175 105.969 58 45 64PI 58.545 106.122 166.767 94.121 252.585 244.999 62 42 68RN 14.526 5.052 19.703 22.636 15.857 20.023 64 32 98sE 38.962 18.252 28.371 67.235 49.895 26.779 58 37 106

Total Nordeste 765.074 692.727 1.321.832 1.179.158 1.696.510 2.068.588 65 41 64

AC 15.307 5.147 17.729 1.474 1.600 922 1.039 322 1.923AP 1.705 2.583 6.210 2.814 8.374 8.809 61 31 70AM 9.985 2.723 12.620 3.952 3.169 4.803 253 86 263PA 98.586 93.592 197.795 140.434 235.410 266.208 70 40 74Ro 42.839 57.360 105.444 46.314 97.451 88.309 92 59 119RR 6.122 4.966 11.437 6.630 11.342 10.830 92 44 106To 62.540 140.878 235.162 140.885 383.486 362.456 44 37 65

Total Norte 237.084 307.248 586.398 342.503 740.833 742.337 69 41 79

Total Brasil 8.282.077 8.642.655 14.931.398 14.402.813 17.473.878 19.905.332 57,5 49,5 75,0(1) A exportação líquida equivale ao total exportado menos as deduções de fixação biológica, uso de vinhaça e beneficiamento do café.(2) o desfrute é o índice de uso dos fertilizantes, correspondendo ao percentual exportado em relação ao consumo.

utilizadas, com algumas exceções, quantidades de fertilizantes acima da média nacional (171 kg ha-1 de NPK) e também são observadas as maiores produtividades agrovegetais (figura 1). o estado de Minas Gerais responde pela maior quantidade de NPK aplicada por unidade de área (264 kg ha-1), valor bem acima dos demais, porém, não detém a maior produtividade agrovegetal, indicando, assim, a necessidade de adequação das boas práticas de uso de fertilizantes para melhor aproveitamento dos nutrientes. Comparativamente, os estados de Rondônia e Piauí mostram valores abaixo da quantidade média de NPK aplicada no país e, consequentemente, apresentam baixa produtividade agrovegetal (figura 1). De forma geral, não houve variação nas quantidades de NPK aplicadas para produzir 1.000 kg

de produto agrícola (51,0 kg, em média) em comparação ao balanço de 2009-2012 (49,6 kg, em média), com exceção de alguns estados, como, por exemplo, Maranhão e Tocantins, que apresentaram 57,0 e 63,4 kg de NPK por 1.000 kg de produto agrícola, respectivamente.

4. CONCLUSõES

Em geral, os valores do balanço do consumo de nutrientes no Brasil no período de 2013 a 2016 foram inferiores aos obtidos no balanço de 2009-2012, o que indica uma diminuição na eficiência de uso dos fertilizantes. Os índices finais de aproveitamento de N, P2o5 e K2o foram 57,5%, 49,5% e 75,0%, respectivamente. os valores de

Page 12: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

12 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018

Tabela 11. Resultados do balanço do consumo de nutrientes por estado desde 2013 a 2016.

Estados/Regiões

Desfrute(1) 2013 Desfrute 2014 Desfrute 2015 Desfrute 2016

N P2O5 K2O N P2O5 K2O N P2O5 K2O N P2O5 K2O - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (%) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Rs 45 46 70 40 48 76 43 53 77 43 55 81sC 53 50 89 58 63 108 63 65 113 50 56 94PR 67 55 90 70 59 89 67 59 89 57 59 90

Total Sul 54 50 81 53 54 84 55 57 85 50 57 86Df 93 51 122 71 44 92 85 65 131 57 49 122Go 54 43 71 51 42 68 54 48 74 38 39 71MT 76 58 74 69 57 75 77 61 74 48 55 74Ms 75 53 83 75 55 84 85 62 84 58 57 82

Total Centro-Oeste 68 53 75 64 52 75 70 57 76 46 51 75MG 39 30 55 36 29 48 38 37 57 33 33 54Es 32 19 67 32 18 67 31 20 64 24 16 48RJ 91 44 70 81 43 111 87 47 132 52 31 82sP 73 43 72 76 50 80 89 56 95 78 54 88

Total Sudeste 56 36 64 55 38 65 62 45 76 54 42 70AL 108 95 96 110 75 99 107 96 104 100 63 94BA 73 34 56 62 40 57 59 37 51 47 46 61CE 134 174 317 31 79 228 23 86 273 141 261 388MA 118 38 68 76 42 65 52 30 48 48 42 67PB 72 62 86 62 43 71 79 75 90 77 70 82PE 54 41 61 60 41 58 64 58 75 56 43 64PI 72 38 67 87 47 80 32 20 31 58 69 98RN 74 35 127 64 33 90 64 33 101 57 28 84sE 87 57 134 69 43 123 60 37 115 27 15 59

Total Nordeste 80 38 66 68 43 65 60 34 54 53 48 70AC 1.367 376 2.434 1.417 398 2.316 926 299 2.148 732 248 1.297AP 40 26 81 82 24 51 77 83 114 65 26 60AM 290 99 302 22 72 223 262 88 264 237 88 267PA 77 36 69 74 39 67 72 46 81 60 38 79Ro 72 45 106 104 61 121 118 64 128 78 63 121RR 75 30 63 64 30 75 161 84 232 117 59 153To 40 39 73 48 41 71 45 33 54 44 35 63

Total Norte 70 40 80 73 43 79 74 43 78 62 40 80

Total Brasil 60,6 46,7 73,2 58,1 48,9 74,0 62,2 52,2 76,1 50,5 50,2 76,6

(1) Desfrute é o índice de uso dos fertilizantes, correspondendo ao percentual exportado em relação ao consumo.

Tabela 12. Resultados do balanço do consumo de nutrientes pelas principais culturas brasileiras no período de 2013 a 2016.

CulturasConsumo de nutrientes (t) Fator de consumo(1) Desfrute médio(2) (%)

N P2O5 K2O N P2O5 K2O N P2O5 K2O

soja 808.341 10.526.518 10.000.758 N/A 2,1 1,1 - 47 90Milho 4.931.005 2.284.108 2.410.992 1,1 1,2 1,8 64 80 57Cana-de-açúcar 3.252.083 1.124.646 3.512.209 1,3 1,5 1,6 76 67 64Café-coco 1.457.202 379.120 1.126.828 3,7 6,1 1,5 20 12 42Algodão herbáceo 631.700 627.761 512.984 1,2 3,3 1,5 80 31 67Arroz 712.176 324.319 284.128 1,2 1,3 1,1 83 75 89feijão 331.074 297.465 189.863 1,1 2,6 0,8 65 38 121Laranja 223.055 80.804 167.810 1,7 3,0 1,4 57 33 73Trigo 595.086 417.214 314.789 2,4 2,3 3,1 49 43 33

(1) fator de consumo é a relação entre o consumo e a demanda das culturas.(2) Desfrute é o índice de uso dos fertilizantes, correspondendo ao percentual exportado em relação ao consumo estimado por cultura.N/A = não aplicável.

Page 13: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018 13

Figura 1. Rendimento agrovegetal, em ordem descrescente, dos estados brasileiros no período de 2013 a 2016.

Figura 2. Índices kg NPK/ha plantado e kg NPK/t de produto agrovegetal dos estados brasileiros no período de 2013 a 2016.

Page 14: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

14 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018

P2o5 e K2o mostram-se superiores aos utilizados como referência para o aproveitamento geral destes nutrientes pelas plantas, em relação ao que se aplica através dos fertilizantes, e bastante próximo ao esperado para N (60%, 30% e 70%, respectivamente). Cabe ressaltar, porém, que o índice de aproveitamento de N dos fertilizantes piorou. Por isso, é necessário aprimorar a difusão e a adoção das boas práticas para uso eficiente de fertilizantes nitrogenados.

os macronutrientes secundários e os micronutrientes estão sendo aplicados em quantidades que atendem à demanda de expor-tação pelas culturas. o balanço de nutrientes é uma ferramenta importante para identificar as deficiências no uso de fertilizantes, tanto para diagnóstico das regiões como diagnóstico das culturas, e também para projeções futuras de consumo de nutrientes. Em todas essas aplicações fica evidente a necessidade do uso de boas práticas para o uso de fertilizantes, visando tornar o manejo deste insumo cada vez mais eficiente.

REFERÊNCIASABRACAL. Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola. Calcário agrícola – Brasil produção. Disponível em: <http://www.abracal.com.br/arquivos/documentos/Calc%C3%A1rio%20Agr%C3%ADcola%20Brasil%20Consumo%20Aparente%201992%20a%202016%20e%20Produ%C3%A7%C3%A3o%20por%20Estado%201987%20a%202016(1).pdf>. Acesso em: 10 nov. de 2017.AMARAL soBRINHo, N. M. B. et al. Metais pesados em alguns ferti-lizantes e corretivos. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 16, n. 2, p.271-276, 1992.ANDA. Associação Nacional para Difusão de Adubos. Anuário Estatís-tico do Setor de Fertilizantes – 2013. são Paulo: ANDA, 2014. 176 p.ANDA. Associação Nacional para Difusão de Adubos. Anuário Estatís-tico do Setor de Fertilizantes – 2014. são Paulo: ANDA, 2015. 176 p.ANDA. Associação Nacional para Difusão de Adubos. Anuário Estatís-tico do Setor de Fertilizantes – 2015. são Paulo: ANDA, 2016. 178 p.ANDA. Associação Nacional para Difusão de Adubos. Anuário Estatís-tico do Setor de Fertilizantes – 2016. são Paulo: ANDA, 2017. 176 p.AZEREDo, J. A. et al. Nutrição mineral e adubação da bananeira. In: HAAG, P. H. (Coord.). Nutrição mineral e adubação de frutíferas tro-picais no Brasil. Campinas: fundação Cargill, 1986. p. 59-102. BATAGLIA, o. C. et al. Composição mineral de frutos cítricos na colheita. Bragantia, Campinas, v. 36, n. 21, p. 215-221, 1977.BATAGLIA, o.; MAsCARENHAs, H. A. A. Absorção de nutrientes pela soja em latossolo roxo sob vegetação de cerrado. Campinas: Instituto Agronômico, 1986. 36 p. (IAC. Boletim Técnico n. 41).BoRsARI, f. Cenário nacional e internacional de micronutrientes. In: sIMPósIo BRAsILEIRo DE MICRoNUTRIENTEs E MAGNÉsIo, 2012, Piracicaba, sP. Piracicaba: GAPE, 2012. CAMPos, M. L.; sILVA, f. N.; fURTINI NETo, A. E.; GUILHERME, L. R. G.; MARqUEs, J. J.; ANTUNEs, A. s. Determinação de cádmio, cobre, cromo, níquel, chumbo e zinco em fosfatos de rocha. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 40, n. 4, p. 361-367, 200.CUNHA, J. f.; CAsARIN, V.; PRoCHNoW, L. I. Balanço de nutrientes na agricultura brasileira. Informações Agronômicas, Piracicaba, n. 130, p. 1-11, jun. 2010. CUNHA, J.f .; CAsARIN, V.; PRoCHNoW, L. I. Balanço de nutrientes na agricultura brasileira no período de 1988 a 2010. Informações Agro-nômicas, Piracicaba, n. 135, p. 1-7, set. 2011.CUNHA, J. f.; CAsARIN, V.; fRANCIsCo, E. A. B.; PRoCHNoW, L. I. Balanço de nutrientes na agricultura brasileira – 2009 a 2012. Informações Agronômicas, Piracicaba, n. 145, p. 1-13, mar. 2014.DAHER, E.; CUNHA, J. f. Consumption trends of micronutrients in Brazil. In: fERTILIZER LATINo AMERICANo 2018. são Paulo, 2018.

DUARTE, A.P.; CANTARELLA, H.; KAPPEs, C. Adubação de sistemas produtivos: Milho safrinha e soja. In: PAEs, M. C. D.; KAPPEs, C. (Ed.). sEMINÁRIo NACIoNAL DE MILHo sAfRINHA, 14., 2017, Cuiabá. sete Lagoas: Associação Brasileira de Milho e sorgo, 2017. p. 173-195.fERREIRA, G. B.; CARVALHo, M. C. s. Adubação do algodoeiro no Cerrado: Com resultados de pesquisa em Goiás e Bahia. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2005. 67 p. (Documentos, 138).fERTIPAR fERTILIZANTEs LTDA. O que é fosfato natural reativo de GAFSA. Disponível em: <http://www.fertipar.com.br/produtos/nfr-de- gafsa-tunisia>. Acesso em: 02 jul. de 2009.fREIRE, R. M. M.; NoBREGA, M. B. M. sub-produto: torta. In: MILANI, M. (Ed.). Cultivo da mamona. Embrapa Algodão. (sistemas de Produ-ção 4). 2. ed. 2006. Disponível em: <https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?p_p_id=conteudoportlet_WAR_sistemasdeproducaolf6_1ga1ceportlet&p_p_lifecycle=0&p_p_state=normal&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&p_r_p_-76293187_sistemaProducaoId=5701&p_r_p_-996514994_topicoId=6301>. Acesso em: 20 jan 2009.fURLANI, P. R. et al. Composição química inorgânica de três cultivares de arroz. Bragantia, Campinas, v. 36, n. 8, p. 109-115, 1977.GARCIA, f.; sANJUAN, M. f. G. La nutrición de suelos y cultivos y el balance de nutrientes: ¿Como estamos? Informaciones Agronómicas de Hispanoamérica, Buenos Aires, n. 4, p. 1-7, 2013.IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Mensal de Pre-visão e Acompanhamento das safras Agrícolas no Ano Civil. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, Rio de Janeiro, v. 28, n.12, p. 1-88, 2014.IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Mensal de Previsão e Acompanhamento das safras Agrícolas no Ano Civil. Levan-tamento Sistemático da Produção Agrícola, Rio de Janeiro, v. 29, n. 12, p. 1-88, 2015.IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Mensal de Previsão e Acompanhamento das safras Agrícolas no Ano Civil. Levan-tamento Sistemático da Produção Agrícola, Rio de Janeiro, v. 29, n. 12, p. 1-82, 2016.IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Mensal de Previsão e Acompanhamento das safras Agrícolas no Ano Civil. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, Rio de Janeiro, v. 30, n. 11, p. 1-83, 2017.

KANsAs sTATE UNIVERsITY. Grain sorghum production handbook. Manhattan: Kansas state University Agricultural Experiment station and Cooperative Extension service, 1998. Disponível em: <https://www.bookstore.ksre.ksu.edu/pubs/c687.pdf>. Acesso em 22 jan 2009.

MALAVoLTA, E. Manual de nutrição mineral de plantas. são Paulo: Editora Agronômica Ceres, 2006. 638 p.

MALAVoLTA, E.; VITTI, G. C.; oLIVEIRA, s.A. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. 2. ed. rev. e atualizada. Piracicaba: PoTAfos, 1997. 319 p.

oRLANDo fILHo, J. (Coord.). Nutrição e adubação da cana-de- açúcar no Brasil. Piracicaba: IAA/Planalsucar, 1983. 369 p. (Coleção Planalsucar, 2).

PAULETTI, V. Nutrientes: teores e interpretações. Campinas: fundação ABC/fundação Cargill, 1998. 59 p.

PRoCHNoW, L. I. Disponibilidade do fósforo da fração solúvel em citrato neutro de amônio e insolúvel em água de fosfatos acidulados. 1996. 157 f. Tese (Doutorado em Agronomia) – Escola superior de Agri-cultura “Luiz de queiroz”, Universidade de são Paulo, Piracicaba. 1996.

RossETTo, R.; CANTARELLA. H.; DIAs, f. L. f.; VITTI, A. C.; TAVA-REs, s. Cana-de-açúcar. In: PRoCHNoW, L. I.; CAsARIN, V.; sTIPP, s. R (Ed.). Boas práticas para o uso eficiente de fertilizantes – Culturas. v. 3. Piracicaba: IPNI, 2010. p. 163-230.

YAMADA, T.; LoPEs, A. s. Balanço de nutrientes na agricultura bra-sileira. Informações Agronômicas, Piracicaba, n. 84, dez. 1998. 8 p. (Encarte Técnico).

Page 15: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018 15

AGRICULTURA DE PRECISãO SOB APERSPECTIVA DE SEUS DIVERSOS ATORES

Leandro Maria Gimenez1

José Paulo Molin2

1 Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piraci-caba, SP; email: [email protected]

2 Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor Associado, Departamento de Engenharia de Biossistemas da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, SP; email: [email protected]

Abreviações: AP = agricultura de precisão; CEa = condutividade elétrica aparente; VANTs = veículos aéreos não tripulados.

INTRODUÇãO

Com o objetivo de promover o manejo adequado dos fertilizantes e aumentar a eficiência do uso dos nutrientes pelas culturas, sob a ótica da variabilidade

espacial dos nutrientes no campo, o IPNI Brasil organizou o simpó-sio “Agricultura de Precisão como ferramenta para Boas Práticas para Uso Eficiente de Fertilizantes”. o evento foi considerado um marco, merecendo destaque o elevado nível dos palestrantes brasi-leiros e estrangeiros e o rico ambiente para debate e interação entre os participantes – técnicos, consultores, agricultores, pesquisadores e provedores de equipamentos e serviços. Devido à importância do tema, é pertinente relembrar os pontos de destaque do evento.

A programação do simpósio foi estabelecida de forma a consider a multidisciplinaridade do tema, relacionando os princípios gerais do manejo de nutrientes 4C aos príncípios da Agricultura de Precisão (AP), como uma reflexão mais ampla sobre as causas da variabilidade espacial, sua identificação e manejo.

A PRESENÇA DE VARIABILIDADE ESPACIAL NO CAMPO E ALGUNS CONCEITOS ESSENCIAIS

Com base em uma larga experiência em sistemas de produ-ção de grãos na região dos Campos Gerais do Paraná, Dr. fabricio Povh, que integra o quadro de pesquisadores da fundação ABC, abordou a temática das causas da variabilidade espacial no campo. Demonstrou que a ocorrência da variabilidade espacial no vigor e produtividade das culturas pode ocorrer por diversas causas. Alguns agentes apresentam elevada variabilidade temporal, como é o caso das pragas e doenças dispersas pelo vento e cuja presença é condicionada por diferentes fatores, como as condições meteoro-lógicas (precipitação, ventos, temperatura). os danos causados às culturas pelas pragas de solo, por exemplo, podem ser maiores em função das condições de precipitação na safra. Esta multiplicidade de fatores torna desafiadora a interpretação da variabilidade, e um erro frequente no manejo é tentar corrigir os efeitos sem reconhecer as causas.

Dentre os diversos fatores que causam variabilidade existem aqueles relacionados ao tipo de solo, o que representa, portanto, uma fonte de variabilidade presente desde o plantio das culturas e cujo efeito pode ser visualizado safra após safra. outro tipo de causa

de variabilidade é aquela oriunda das próprias práticas adotadas durante a safra, como, exemplo, a adoção de datas distintas de semeadura ou práticas de manejo em um mesmo talhão. Em um ran-queamento dos fatores causadores de variabilidade, levantado após anos de pesquisa, foram apontados fatores relacionados a posição no relevo, variabilidade espacial das características físicas do solo, presença de doenças e pragas de solo e fatores químicos do solo.

Com base nesse panorama, o pesquisador ressaltou a utili-zação dos mapas de produtividade como fonte de informação para a reposição de nutrientes e o uso de sensores de vigor da cultura para a coleta de dados visando a aplicação da adubação nitroge-nada nas culturas de trigo e milho, o que exige o desenvolvimento de modelos locais, mas que permite expressiva economia de fertilizantes, sem restringir a produtividade. o uso de sensores de condutividade elétrica aparente do solo (CEa) associado aos mapas de produtividade também foram abordados como ferramentas para caracterizar a variabilidade e recomendar populações distintas de plantas, permitindo reduzir os problemas de acamamento e fitos-sanitários na cultura de trigo.

Para contextualizar a situação atual da fertilidade do solo no Brasil, o pesquisador da Embrapa solos, Dr. Vinicius Benites, fez uma abordagem na qual demonstrou a nítida evolução dos teores de nutrientes no solo em função do tempo de cultivo e a grande diversidade de sistemas presente no país. Ressaltou a importância de se conhecer os solos sob cultivo, para estabelecer práticas mais eficientes, e os esforços que estão sendo desenvolvidos para a cria-ção de uma plataforma na qual as informações dos levantamentos de solo realizados no país possam ser disponibilizadas de modo mais acessível.

Um exemplo da utilidade do mapeamento dos tipos de solo é o fato de que, sendo os solos brasileiros muito intemperizados, raramente apresentam caráter eutrófico, requerendo correções via calagem. foi evidenciada, ainda, a importância de se considerar a condição da fertilidade ao longo do perfil do solo para a obtenção de elevadas produtividades. o pesquisador demonstrou, por outro lado, que a maior parte das amostragens de solo para a caracterização da variabilidade espacial do teor de nutrientes é realizada apenas na camada superficial, a qual, na maior parte das vezes, devido aos cultivos sucessivos, possui teores adequados de nutrientes, e que, portanto, a falta de avalição do perfil pode restringir maiores avanços.

Page 16: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

16 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018

A aplicação do conceito de nutrientes 4C foi abordada por Dr. Eros francisco, Diretor Adjunto do IPNI, demonstrando a asso-ciação entre fonte, época, dose e local adequados para a aplicação dos nutrientes e como este manejo está associado à AP. Mostrou a importância de se considerar não apenas o local de aplicação dos nutrientes, mas também os demais fatores, enfatizando que o apelo por maior capacidade operacional pode impactar a eficiência da operação.

A VARIABILIDADE ESPACIAL E SUA CARACTERIzAÇãO

As estratégias de amostragem para o diagnóstico da varia-bilidade espacial dos nutrientes no solo foi o tema abordado pelo Dr. Lucas Rios do Amaral, da Unicamp. o tema suscitou importante debate durante o evento. A densidade amostral é, sabidamente, um ponto de discussão frequente entre os prestadores de serviços e seus clientes. foi demonstrado que a densidade amostral adequada é definida em função da variabilidade do parâmetro que se deseja caracterizar, e que o espaçamento entre as amostras deve ser menor do que o tamanho das “manchas” que se deseja delimitar (figura 1). Este fato, entretanto, na maior parte das vezes é negligenciado, dado o alto custo das análises. Neste caso, as prescrições realizadas passam a ser pouco adequadas, pois quantidades inadequadas de fertilizantes podem ser aplicadas. Estratégias alternativas foram demonstradas para contornar esta limitação, como o caso da amostragem com densidade oscilando em função da variabilidade presente na região que se deseja caracterizar, utilizando-se infor-mações auxiliares nesta definição. As amostragens direcionadas em função de planos de informação obtidos por outros sensores, como, por exemplo, os de condutividade elétrica aparente do solo e os de vigor de plantas, constituem também uma possibilidade. Caso existam mapas de produtividade disponíveis, é possível identificar se a causa do maior ou menor desempenho da lavoura está relacionada ao teor de nutrientes. outro aspecto ressaltado foi a ferramenta utilizada para a coleta de solo. Existem amostradores com características distintas, e alguns podem causar problemas, como a contaminação da amostra pela mistura de camadas, coleta de volume oscilando em profundidade pelo desgaste desuniforme, no caso do uso de brocas, ou coleta de volume insuficiente de solo. Além dos parâmetros de solo, a amostragem também pode ser realizada para o monitoramento de pragas, devendo-se, neste caso, considerar as limitações de tempo disponível, dada a mobilidade dos insetos, o que pode ser contornado em parte por meio de estratégias mais robustas de interpolação.

Dr. Antonio santi, da Universidade federal de santa Maria, apresentou diversos resultados de pesquisa, com alternativas para o manejo da variabilidade espacial dos teores de nutrientes no solo. Com o uso adequado das amostragens e aplicações localizadas de nutrientes é possível reduzir a variabilidade espacial e elevar a produtividade. o professor demonstrou que a produtividade oscila em função de diversos fatores. A falta de qualidade nas operações mecanizadas foi ressaltada, assim como os equívocos de manejo, como, por exemplo, as práticas que elevam a eficiência operacional, mas ocasionam perdas de solo. Grande destaque foi dado à utilização das plantas de cobertura do solo e dos adubos verdes como estratégia para melhoria dos ambientes de produção mais restritivos, que usualmente apresentam menores teores de matéria orgânica.

o uso do sensoriamento remoto como ferramenta para o levantamento e a gestão da variabilidade espacial foi abordado pelo Dr. francelino Rodrigues, do International Maize and Wheat Improvement Center (CIMMYT), que apresentou exemplos de uso em larga escala de sensores e plataformas para manejo da aplicação de nitrogênio e manejo da irrigação. Em sua contex-tualização, demonstrou que estão disponíveis plataformas como veículos aéreos não tripulados (VANTs), imagens de satélites com resoluções radiométrica, espacial e temporal, adequadas ao uso em escala de talhão, e sensores ativos para uso embarcado em máquinas ou manual (figura 2). Tais equipamentos, quando integrados em um sistema de monitoramento, permitem identificar condições de estresse e a variabilidade do vigor das plantas.

Figura 1. Na amostragem adequada, o espaçamento entre as amos-tras deve ser menor que a mancha que se quer caracterizar.

Crédito da foto: Lucas Rios do Amaral.

Figura 2. Novas tecnologias para diferentes usos e escalas.Crédito da foto: francelino Rodrigues.

o desenvolvimento de modelos incorporando data de semea-dura, variáveis climáticas e informações sobre vigor das plantas obtidas pelos sensores, permitem a recomendação de doses mais adequadas e em taxa variável para a aplicação de fertilizante nitrogenado, e vem sendo utilizados em regiões produtoras de trigo no México. Como exemplo, foi demonstrado um agendamento de irrigação em ambiente no qual o recurso não pode ser disponibilizado continuamente para todos os irrigantes. Neste caso, um aplicativo foi desenvolvido para fazer a interface com o usuário. A fonte de informações necessárias para a estimativa do percentual de cobertura vegetal, que permite o cálculo da demanda de água, pode variar desde fotografias obtidas pelo próprio usuário com um smartphone até imagens de índices de vegetação ou termais obtidas por VANTs ou satélites. o sistema, desenvolvido na Índia, faz a previsão, para o agricultor, das necessidades de irrigação para milho e trigo com antecedência de uma semana, levando em consideração os dados meteorológicos estimados.

Page 17: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018 17

Outro tema abordado foi a identificação remota de doenças através da análise de imagens de alta resolução obtidas por câmera portada por VANTs, considerada uma ferramenta relevante, tanto para agricultores como para empresas de melhoramento genético de plantas, que buscam alternativas para fenotipagem mais efi-ciente e que permitam considerar as variáveis do ambiente. Para este tipo de aplicação estão disponíveis sensores hiperespectrais, que permitem obter imagens para comprimentos de onda ou ban-das muito estreitas. A título de comparação, estas câmeras podem fornecer centenas de bandas, ao passo que as câmeras utilizadas mais comumente na atualidade fornecem 3 ou 4. Com o uso desse tipo de informação é possível separar parâmetros de interesse, mas para isso são requeridos sofisticados processos de análise de dados, que tem evoluído rapidamente.

Descortinam-se, portanto, avanços efetivos através do uso do sensoriamento remoto, que, entretanto, dependem de etapas de calibração. A criação de conglomerados de empresas fornecedoras de tecnologias, centros de pesquisa e usuários tem sido o caminho para a utilização do sensoriamento remoto, de modo a oferecer soluções efetivas e práticas que possam ser utilizadas em campo.

Dr. Telmo Amado, da Universidade federal de santa Maria, apresentou os resultados de longa duração do manejo da fertilidade do solo, obtidos em grande parte através do projeto Aquarius. o monitoramento da fertilidade do solo em detalhe é essencial, mas não o suficiente para obter alta produtividade.

Após anos da prática de aplicação de fertilizantes em taxa variável há redução na variabilidade e elevação dos teores de nutrientes, entretanto, para evoluir é necessário traçar estratégias que incorporem outros fatores. Ressaltou-se a importância de identificar regiões com potencial produtivo distinto, para atuar com manejo diferenciado. Para isso, podem ser utilizadas ferramentas de AP, como os sensores, para medida da condutividade elétrica, e os mapas de produtividade.

os fatores que condicionam o baixo potencial de produção podem ser manejáveis, como é o caso dos teores inadequados de nutrientes e a presença de acidez em subsuperfície, principalmente em regiões sujeitas a veranicos. Em alguns casos, entretanto, a estra-tégia pode ser a de ajustar os investimentos em fertilizantes, pois há outros fatores que não se pode manejar e que limitam a produção.

A busca por sistemas de produção conservacionistas, como a semeadura em contorno, o controle de enxurradas e a busca pelo tráfego controlado também foram ressaltados, assim como o manejo das culturas de cobertura, visando atenuar as restrições presentes nos ambientes de produção em um mesmo talhão.

O USO EFETIVO DAS INFORMAÇõES SOBRE VARIABILIDADE ESPACIAL

As fontes de informação sobre variabilidade espacial a serem utilizadas dependem dos objetivos finais e da sua disponibilidade, visando qualidade e custo compatível. Para a definição dos obje-tivos finais é necessário realizar o diagnóstico dos problemas e a identificação das possíveis soluções. Uma das demandas identifi-cadas é a capacitação de recursos humanos, de agentes capazes de assimilar o conceito, compreender o potencial e as limitações das ferramentas e colocá-las em prática, respeitando os preceitos da ciência agronômica. Muitos dos profissionais recém-formados não tiveram contato com os conceitos e as ferramentas da AP.

Em função da contínua entrada de novas tecnologias de insumos no sistema de produção, é por vezes impossível separar os efeitos e as contribuições das mesmas, o que torna desafiador

aos profissionais em atuação e aos iniciantes tomar as melhores decisões. Em se tratando do manejo da variabilidade espacial, é fundamental reconhecer primeiramente a sua ocorrência no campo. Mapas de produtividade permitem a quantificação econômica do efeito da variabilidade. Na falta desses mapas, podem ser utilizados os mapas de vigor das plantas. Caso haja variabilidade espacial, é necessário identificar as suas causas, para poder atuar de modo assertivo.

os parâmetros que tendem a apresentar baixa variabilidade temporal e que sabidamente apresentam variabilidade espacial, como aqueles relacionados ao tipo de solo, e que podem ter efeito preponderante sobre a produtividade, como a disponibilidade hídrica, podem ser investigados. A abordagem de unidade de manejo permite esta análise de modo mais efetivo e alinhado à boa prática da ciência agronômica.

Uma vez identificadas as causas da variabilidade é pos-sível definir as estratégias de manejo, como o uso de nutrientes, populações de plantas e produtos fitossanitários em taxa variável, bem como estratégias mais adequadas para elevar a capacidade de suporte dos ambientes mais restritivos e aproveitar aquela dos mais produtivos. Este processo de identificar efeito e causa de forma localizada possibilita avançar nas recomendações agronômicas, pois permite identificar quais as combinações de fatores que con-dicionam o melhor desempenho. É isto que permite afirmar que o bom manejo da variabilidade espacial pode, inclusive, aumentá-la, caso isto seja mais sustentável econômica e tecnicamente.

Nos próximos anos, muito será discutido sobre a experi-mentação na fazenda. o uso da eletrônica embarcada nas máquinas agrícolas permitirá a execução de experimentos em número muito maior, assegurando sua qualidade. Há muitos pesquisadores dedi-cados ao estabelecimento de protocolos e métodos para esta nova fase da agricultura. Com o domínio desta fase, será factível atingir os benefícios previstos pela chamada digitalização da agricultura. fica evidenciado, neste caso, que haverá a necessidade crescente de formação de profissionais para uso intensivo de dados. O elevado nível de automação presente nas máquinas agrícolas as transforma em coletoras de dados detalhados das lavouras. o avanço das tec-nologias da informação pode trazer benefícios no uso dessas e de outras fontes de dados, desde que nos preparemos para isso.

Para armazenamento e análise dos dados coletados pelas máquinas ou disponibilizados por outras fontes, como mapas de teores de nutrientes, imagens de satélite e diversos outros, é neces-sário o uso de programas computacionais – os softwares. Existe uma diversidade de opções que variam em função da aplicação, tamanho e nível de detalhes desejados. o usuário pode ser um pequeno, médio ou um grande produtor do agronegócio. Esse tema foi abordado pelo Dr. Mark spekken, consultor na área de AP e desenvolvedor de softwares da empresa soMo.

A utilização de informações espaciais pode ter diversos objetivos e, portanto, as ferramentas de software podem variar de simples visualizadores de informações a sistemas complexos, capa-zes de incorporar volume e diversidade de dados. Em uma situação ideal, os softwares seriam capazes de realizar análises complexas e produzir mapas com recomendações ao toque de um botão. são necessários, no entanto, realizar diversas etapas, desde a coleta de dados, passando pela integração e a análise das informações, unindo áreas do conhecimento, como agronomia, geodésia, tecno-logia da informação e geoestatística. Em cada uma dessas áreas há aspectos que levam à necessidade de interpretação, como no caso da fertilidade do solo, na qual se deseja criar mapas de prescrição

Page 18: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

18 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018

em função das análises de solo. As próprias recomendações de doses são baseadas em determinados métodos de análises que se alteram regionalmente. Além disso, em função do tipo de solo, o fornecimento do mesmo nutriente pode ser mais ou menos eficiente em função da fonte e do momento de aplicação. Todos esses pontos são levados em consideração pelos bons profissionais, mas difíceis de se automatizar em softwares.

A geração de mapas por meio de interpolação requer conhecimentos sobre estatística espacial. Bons softwares podem indicar a impossibilidade de estratégias probabilísticas, sugerindo ao usuário as estratégias determinísticas e indicando a incerteza associada. Nada garante, entretanto, que a aplicação seja realizada com qualidade pelos equipamentos em campo, ainda que os mapas de prescrição sejam perfeitos, e aparentemente não há software que consiga, para alguns tipos de equipamento, indicar como o produto foi depositado.

outro ponto, que a cada dia ganha relevância, é a necessidade de realizar o processamento para reduzir o volume de dados ao mínimo necessário. Com a capacidade de se coletar dados georrefe-renciados a cada operação agrícola chega-se facilmente a milhares de pontos por hectare em cada passada da máquina. outra fonte de informação, como imagens de câmeras presentes em VANTs, pode chegar facilmente acima de gigabytes por hectare. Unir todo este volume de dados e processá-los requer uma capacidade computa-cional enorme, e os usuários e fornecedores de soluções terão que contornar este problema em breve.

Nenhum software substituirá os bons profissionais. É certo que para operações simples, de sistematização e processamento para remoção de erros e geração de mapas, os softwares são cada vez mais essenciais, sobretudo em grandes escalas. Porém, a tomada de decisão será mais efetiva por meio de profissionais capazes de utilizar os pontos positivos dessas ferramentas, para auxiliar na solução dos problemas mais complexos.

INCORPORAÇãO DE TECNOLOGIAS, TENDÊNCIAS E O PAPEL DA PRESTAÇãO DE SERVIÇOS

Como componente fundamental para a utilização das ferra-mentas e facilitador da aplicação dos conceitos de AP, as empresas fornecedoras de tecnologias e serviços apresentaram a sua visão, com a apresentação de algumas de suas soluções. A Yara demons-trou a preocupação com a qualidade dos fertilizantes utilizados e com a ocorrência de segregação, prejudicando o fornecimento dos nutrientes. Como exemplos de engajamento no uso das tecnologias de informação, foram apresentados aplicativos para smartphones, que permitem desde a identificação de sintomas de deficiência de nutrientes até o conhecimento da compatibilidade de misturas de produtos, além do equipamento N-sensor, para determinação da dose de aplicação de nitrogênio em função do vigor das plantas.

As tendências da AP nos EUA foram apresentadas pelo Engenheiro Agrônomo quentin Rund, secretário Executivo da sociedade Internacional de Agricultura de Precisão, que participa ativamente na organização dos dois eventos técnico científicos mais importantes relacionados ao tema naquele país: o InfoAg, que é mais dedicado a usuários e prestadores de serviços, e o ICPA, mais voltado à comunidade acadêmica. Em uma análise objetiva, demonstrou que os dispositivos eletrônicos interconectados pela rede (IoT) são uma tendência clara, e que também há temas recorren-tes, como o desenvolvimento de equipamentos para sensoriamento remoto e os desafios na análise de dados, cada dia mais volumosos e oriundos de mais fontes.

o mercado da AP nos EUA passa pelo processo de globali-zação, com a inserção de empresas oriundas de outros países, assim como a entrada de profissionais novos e das mulheres nos negócios envolvendo AP. ficou claro o modelo de negócios vigente, no qual há elevado nível de especialização no fornecimento de serviços e a busca por parcerias complementares. Muita importância foi dada ao relacionamento e à confiança entre agricultores e prestadores de serviços e ficou evidenciado que a discussão quanto à posse e uso dos dados é um tema sensível.

A oferta de serviços de amostragem e monitoramento de lavouras através de dispositivos móveis conectados foi apresentada pela empresa sGs Unigeo, que trouxe algumas soluções interessantes para reduzir os erros e incertezas nos procedimentos de amostragem, como é o caso do uso de imagens de satélite para direcionar os pontos amostrais, o uso de instrumentos de coleta adequados e os processos de auditoria de qualidade dos resultados de análises laboratoriais.

Com o objetivo de elevar a eficiência no uso dos nutrientes, a empresa Jacto se posicionou como fornecedora de equipamentos para aplicação de fertilizantes e corretivos. foi apresentado um novo equipamento que apresenta diversas inovações para a aplicação de fertilizantes por meio de mecanismos centrífugos. É possível, por exemplo, realizar o controle de seções, evitando a sobreposição ou a aplicação na bordadura dos talhões. Além do equipamento, há um sistema de calibração eficiente que possui extenso banco de dados de testes com produtos de características físicas distintas.

O qUE VEM SENDO REALIzADO EM CAMPOos usuários e prestadores de serviço que estão na linha de

frente para operacionalizar as práticas de AP trouxeram diversas contribuições ao evento. o Engenheiro Agrônomo Pedro Maga-lhães, da Associação Brasileira de Prestadores de serviço em Agricultura de Precisão, demonstrou a pujança e os avanços no setor de prestação de serviços, mas também apresentou as princi-pais dificuldades enfrentadas, desde questões mais simples, como os instrumentos disponíveis para a amostragem de solos, passando pelas limitações oriundas da sazonalidade do serviço, até aquelas mais complexas, como a necessidade de parâmetros locais de fertilidade para calibração das recomendações de fertilizantes e as limitações dos equipamentos de aplicação de fertilizantes, bem como do suporte ao uso desses.

o Engenheiro Agrônomo Leonardo Kami, da farmer’s Consultoria, traçou um panorama da AP em uma região de grande relevância na produção de grãos no Paraná, na qual grandes coope-rativas dominam o processo. Comentou que há um procedimento padrão na amostragem de solo e aplicação em taxa variável. As amostras são coletadas em malha com densidade que oscila em função do custo da amostragem e que usualmente é realizada em apenas uma profundidade. A oferta desse tipo de trabalho é muitas vezes associada à compra de insumos de determinadas empresas e o agricultor recebe os chamados “books” de mapas de fertilidade que podem ser aplicados pela própria cooperativa. Considerando este tipo de prática muito restrita, ele passou a ofertar serviços, visando compreender as causas da variabilidade para então estabelecer as unidades de manejo. Ressaltou a importância da proximidade entre agricultores e funcionários para entender o histórico do manejo das áreas. Também demonstrou a importância dos mapas de produtividade na interpretação de outros planos de informação, e como seu uso associado a amostragens de solo estratificadas (Figura 3) e visitas a campo permite identificar a maior parte dos fatores restritivos. os VANTs vem sendo utilizados para análises qualitativas, identificando manchas na lavoura durante a safra. Em

Page 19: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018 19

muitas áreas, estas manchas estão relacionadas à compactação do solo e à presença de nematoides. outras estratégias, como maior controle da qualidade das operações mecanizadas e adoção efetiva do sistema plantio direto, vem sendo adotadas. Por fim, comentou que AP não é brinde, e que para sua utilização efetiva é necessária a presença em campo para identificar os causadores das manchas que aparecem nos mapas.

o Engenheiro Agrônomo Rodrigo Trevisan, consultor na área de AP, trouxe sua experiência à frente do Grupo Terra santa, que cultiva área superior a 170.000 ha entre milho, soja e algodão, anualmente. Demonstrou que, nesta escala, o aspecto capacidade operacional tende a ser muito valorizado, quando comparado à qualidade da realização das operações. Com base nesse aspecto e nas limitações de recursos humanos, demonstrou a importância em se estabelecer estratégias que permitam priorizar a correção de problemas através das ferramentas de AP. Isso vem sendo realizado, considerando a capacidade de operacionalizar as aplicações em taxa variável com qualidade e os impactos causados pelos diversos fatores limitantes às culturas. Com isso, são obtidas economias expressivas de insumos e elevação da produtividade por meio da amostragem adequada ao tipo de variabilidade presente. Especial importância é dada à prática da correção da acidez.

outros exemplos apresentados foram a aplicação localizada de nematicidas, em função da identificação por meio de imagens e inspeção a campo das regiões com maior e menor incidência do patógeno (figura 4); o uso de população de milho em taxa variável e a aplicação de nitrogênio em cobertura no algodão (figura 5), com dose definida com auxílio de sensores ativos. Com o uso das ferramentas de AP, diversos experimentos vem sendo realizados nas condições de cultivo para estabelecer de forma mais adequada quais os insumos e as doses a serem adotadas em função da variabilidade presente.

Como pontos que dificultam a incorporação da AP, foram ressaltados: a necessidade de qualificação das equipes, a priorização do fator operacional em detrimento do tecnicamente adequado; a falta de qualidade das informações; a dificuldade em produzir mapas de produtividade; as limitações dos sistemas para gestão das informações geradas e a falta de índices locais para as reco-mendações agronômicas.

PERSPECTIVAS FUTURASEm uma abordagem sobre as perspectivas futuras da evolu-

ção da AP, o Dr. Molin, da EsALq, traçou um panorama histórico no Brasil, demonstrando que há mais de 20 anos já houve iniciativas para investigar a variabilidade que está presente nas mais diversas

Figura 5. Aplicação de nitrogênio em taxa variável na cultura de algodão.Crédito da foto: Rodrigo Trevisan.

Figura 4. Mapas para monitoramento de nematoides.Crédito das fotos: Rodrigo Trevisan.

Figura 3. Amostragem de solo estratificada.Crédito da foto: Leonardo Kami.

lavouras, desde as de grãos até as perenes. Ao longo desse período, muito do que ocorreu esteve relacionado à inserção de equipamen-tos, mas o desafio recorrente é a boa prática agronômica. Com base em uma pesquisa realizada em boa parte das regiões produtoras do Brasil, demonstrou que a maioria dos agricultores utiliza sistemas para direcionamento de máquinas, principalmente para pulveriza-dores, e que cerca de 30% dos agricultores utilizam algum tipo de amostragem de solo para caracterizar a variabilidade. Há, portanto, uma boa massa crítica e a AP está consolidada como ferramenta para aumento da produtividade e redução de custos no País, mas ainda há muito espaço a ser conquistado.

EM SÍNTESEo termo Agricultura de Precisão (AP) foi incorporado há

alguns anos no vocabulário dos atores do agronegócio nacional e vem sendo empregado com os mais diversos objetivos, o que torna a compreensão por vezes restrita. o nome vem sendo utilizado para fazer referência a equipamentos e, até mais amplamente, ao manejo de variabilidade espacial. Essencialmente, entretanto, o termo não se aplica a uma ou a outra ferramenta ou equipamento, ele designa uma filosofia de gestão do sistema de produção que faz uso intensivo de informação para a tomada de decisões, na qual a variabilidade espacial tem papel essencial.

o evento demonstrou claramente o potencial enorme de benefícios da AP, que resultam da adoção das melhores práticas para uso eficiente de fertilizantes. Historicamente introduzida através da incorporação de equipamentos, seu uso pode se dar através de uma aplicação mais restrita, pela utilização de uma ou outra ferramenta ou aquisição de serviços específicos, até a incorporação como estratégia de gestão, na qual as pessoas envolvidas no processo de produção têm importância essencial. As diversas contribuições apontam para a necessidade de aproximação dos atores, pois visões restritas tendem a trazer benefícios apenas em curto prazo. foi evidenciado quão importantes são os equipamentos, softwares, mas sobretudo as pessoas envolvidas no processo.

Page 20: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

20 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018

DIVuLGANDO A PESQuISA

1 Universidade Federal de Goiás, Jataí, GO; email: [email protected]; [email protected]; [email protected] Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Ciência Agrárias, Dourados, MS.; email: [email protected]; [email protected] Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS; email: [email protected]

ADUBAÇãO FOSFATADA NO FEIjOEIRO CULTIVADO SOB PALhADA DE Brachiaria brizantha cv. Marandu

João Vitor de Souza Silva1, Simério Carlos Silva Cruz1, Alessandra Mayumi Tokura Alovisi2, Carlos Hissao Kurihara3, Warless Domingos Xavier1, Matheus Andrade Martinez2. Revista Ceres, Viçosa, v. 65, n. 2, p. 181-188, 2018.

A aplicação de fertilizante fosfatado é indispensável para a obtenção de produções sustentáveis de feijão, e o fósforo (P) é necessário praticamente em todo

seu ciclo. Por essa razão, alternativas de manejo da cultura estão sendo utilizadas, visando ao melhor aproveitamento desse nutriente, dentre elas, o uso da braquiária como planta de cobertura. Resul-tados de pesquisas têm mostrado que o uso de plantas forrageiras, como capim braquiária e milheto, entre outras, proporcionam reciclagem de nutrientes, com destaque para o P, pois elas são capazes de absorver formas de P não-lábeis e/ou não detectadas pelos métodos tradicionais de análise de solo, tornando-o disponível para as culturas em sucessão.

objetivou-se, com esta pesquisa, avaliar a dinâmica do fósforo no solo, com e sem a presença de Brachiaria brizantha cv. Marandu como planta de cobertura, bem como avaliar a resposta do feijoeiro à adubação fosfatada.

Utilizou-se o delineamento em blocos ao acaso, com arranjo de parcelas subdivididas. As parcelas foram compostas por doses de P2o5 (0; 50; 100; 200 e 400 kg ha-1), na forma de superfosfato triplo, e as subparcelas foram compostas por presença e ausência de braquiária como planta de cobertura, anteriormente ao cultivo do feijoeiro.

As amostras de solo foram coletadas aos 15 e 30 dias após a semeadura do feijoeiro. Nas amostras, efetuou-se o fracionamento de fósforo no solo pela técnica de Hedley. Nas plantas de feijoeiro, avaliaram-se o teor de fósforo na folha e a produtividade de grãos.

Conclusões:Nas condições edafoclimáticas em que foi desenvolvida esta

pesquisa, pôde-se concluir que:• A adubação fosfatada e o cultivo de Brachiaria brizantha

cv. Marandu como planta de cobertura proporcionam aumentos dos teores de P-lábil do solo, aos 15 e 30 DAs do feijoeiro (Tabela 1), e de P-plábil (P pouco lábil) do solo somente aos 15 DAs do feijoeiro.

• A presença da Brachiaria brizantha cv. Marandu, como planta de cobertura, aumentou os teores de P da folha do feijo-eiro, com consequente ganho de 18% na produtividade de grãos (Tabela 2). Esse resultado está relacionado com a melhor nutrição das plantas cultivadas sobre a palhada de braquiária, cujos teores foliares de P foram superiores (figura 1), em função da maior disponibilidade de P nessas parcelas.

Tabela 2. Valores médios produtividade de feijoeiro, em presença e em ausência de cobertura vegetal de capim Marandu.

Tratamentos Produtividade (kg ha-1)

sem palha 1.715,85Com palha 2.023,83f1 5,23*

CV (%) 22,78

1 Valor de f calculado. * Significativo a 5% de probabilidade pelo teste F.

Tabela 1. Valores médios de fósforo lábil (P-lábil), fósforo pouco lábil (P-plábil) e fósforo não lábil (P-nlábil), aos 30 dias após a semeadura do feijoeiro (30 DAs), em amostras de Latossolo Vermelho distroférrico de textura argilosa, em presença e em ausência de cobertura vegetal de capim Marandu.

Tratamentos P-lábil 30 DAS P-plábil 30 DAS P-nlábil 30 DAS

- - - - - - - - - - - - - - - (mg dm-3) - - - - - - - - - - - - - - -sem palha 80,4 487,3 632,8Com palha 128,9 530,7 656,4

f(1) 14,7** 3,8 ns 1,1 nsCV (%) 38,2 13,9 10,8

(1) *Valor de F calculado. ** Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F. ns = não significativo.

Figura 1. Teor de fósforo nas folhas de feijoeiro em função das doses de P2o5. sem palha: y = 1,9346 + 0,0005*x, R² = 0,89; Com palha: y = 2,1059 + 0,0008*x, R² = 0,76.

Page 21: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018 21

EM DESTAQUE

VI SIMPÓSIO BRASILEIRO DE NUTRIÇÃO DE PLANTAS EM SISTEMAS DE ALTA PRODUTIVIDADE

Dr. Eros francisco, Diretor Adjunto do IPNI Brasil, explicou os princípios do Manejo de Nutrientes 4C em palestra ministrada no VI simpósio Brasileiro de Nutrição de Plantas em sistemas de Alta Produtividade, realizado em Chapadão do sul, Ms. “Nos últimos anos, os aumentos de rendimento obtidos nas culturas de grãos no Brasil têm sido proporcionados graças ao emprego de novas tecnologias e práticas de cultivo; por isso, o manejo de fertilizantes deve ser ajustado de maneira adequada”, explicou Dr. francisco.

GLOBAL PECUS: PECUÁRIA DO FUTURO o IPNI Brasil organizou um evento, em âmbito nacional, sobre o uso de nutrientes em pastagens. Realizado em Cuiabá, o

evento reuniu 234 participantes (agricultores, consultores e pesquisadores) provenientes de oito estados. onze palestrantes discu-tiram o atual sistema de produção pecuária e as oportunidades para aumentar a produção de forragem e de carne bovina com o uso eficiente de nutrientes. "O Brasil é um grande produtor e exportador de carne bovina, detentor do maior rebanho bovino do mundo, mas o sistema de produção pecuária apresenta, em geral, índices de eficiência muito baixos", comentou Dr. Eros Francisco, Diretor Adjunto do IPNI. "No entanto, devido à grande extensão de terra utilizada para a produção de grãos no Centro-Oeste, os agricultores concentraram-se nos sistemas integrados de produção pecuária, com grandes benefícios para a produção de carne e rendimento de grãos", acrescentou.

Alguns agricultores estão muito interessados em melhorar a fertilidade do solo para aumentar a produção de forragem e a taxa de lotação, e a tecnologia agronômica atualmente disponível pode ajudá-los a triplicar sua produção. o IPNI Brasil está somando-se aos esforços de educar os produtores quanto à utilização e manejo adequado dos nutrientes visando alcançar esse objetivo.

Os participantes fizeram uma excelente avaliação do evento: 91% afirmaram que o evento atingiu suas expectativas, 96% dis-seram que as informações foram muito úteis e 98% apreciaram o evento em geral. o uso adequado de nutrientes nas pastagens brasileiras tem sido uma das prioridades do IPNI nos últimos anos, e continuará a ser um foco do programa no Brasil.

Palestrantes e moderadores em um dos painéis do evento.Vista geral do público durante palestra no evento.

MELHORANDO A PRODUÇÃO DE CAFÉ NO BRASIL

Dr. Luís Prochnow, Diretor do IPNI Brasil, reuniu-se com especialistas em café para analisar os resultados e definir a continuidade de um projeto do IPNI voltado para o aumento da eficiência de uso dos nutrientes nas lavouras cafeeiras. Dr. Ro-drigo Boaretto, Pesquisador do Instituto Agronômico de Campi-nas, substituirá o ex-Diretor Adjunto do IPNI, Dr. Valter Casarin, na supervisão do projeto, em nome do IPNI Brasil. outros par-ticipantes da reunião incluíram representantes do setor cafeeiro, das cooperativas e do setor acadêmico.

Page 22: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

22 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018

PAINEL AGRONÔMICO

FEIJÃO RESISTENTE A FusariumMicrorganismos que se desenvolvem na rizosfera do fei-

joeiro podem combater o Fusarium, fungo causador da doença que ataca a plantação e é responsável por perda significativa na produtividade da cultura.

o estudo, realizado no Centro de Energia Nuclear na Agri-cultura da UsP (CENA) em conjunto com o Netherlands Institute of Eco logy, Holanda, impulsiona os processos de melhoramento genético na agricultura.

De acordo com autor da pesquisa, Lucas William Mendes, após o crescimento da planta, a comunidade de micror-ganismos da rizosfera do feijão resistente “atraiu uma comunidade microbiana mais diversa e abundante. Houve maior presença de bactérias do gênero Pseudomonas e Bacillus que já são conhecidos cientificamente como protetores contra o Fusarium. Também foram encontrados em maior abundância genes relacionados à produção de fenazina, um antibiótico com ação contra o fungo”, relata.

A pesquisa, sob o título Microbioma da rizosfera de feijão resistente ao patógeno de solo Fusarium oxysporum, teve início em 2014, mas continua em andamento para realização de novos experimentos e obtenção de novos dados. Em 2017, Lucas William Mendes, recebeu o Prêmio Vale-Capes de Tecnologia e Inovação na categoria de Jovem Pesquisador. (Jornal da UsP)

TECNOLOGIA PARA ANALISAR MUDAS DE CANA-DE-AÇÚCAR

selecionar mudas de cana-de-açúcar em condições favoráveis para o plantio ficou mais fácil graças à tecnologia criada pelos engenheiros fernando Lopes, fernando Veloso e Henrique oliveira, sócios fundadores da startup Mvsia, incubada no Inova-lab@Poli da Escola Politécnica (Poli) da UsP.

A ferramenta faz a seleção das mudas utilizando visão com-putacional e inteligên-cia artificial e se baseia em critérios como o enraizamento das mes-mas, sua cor, diâmetro do caule e altura para diferenciar aquelas com melhores condições para o plantio. Ainda há um sistema mecatrônico que separa as con-sideradas boas das ruins.

Eles contam que a criação é quase exclusiva no mercado e associa-se à técnica de plantio de mudas inventada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), utilizada somente no Brasil.

Com a capacidade de analisar e separar uma muda por segundo, a tecnologia contribui para aperfeiçoar a produção e os reduzir custos com mão de obra. “sem falar na qualidade do produto final, que é difícil de mensurar”, acrescenta Lopes. “Quem faz isso geralmente é uma pessoa, e o olho humano cansa. A nossa ferramenta faz a seleção durante 10 horas sem perder produtividade”, explica ainda. Ele garante que o investimento feito gera lucros que alcançam o preço da tecnologia em até um ano e meio. (Jornal da UsP)

O International Plant Nutrition Institute (IPNI) continua, em 2018, a promover o concurso fotográfico sobre deficiências nutricionais com o objetivo de incentivar a observação a campo e aumentar o conhecimento sobre as deficiências nutricionais nas plantas.“Esperamos que esse concurso estimule aqueles que trabalham na produção agrícola e em pesquisas”, disse Dr. Terry Roberts, Presi-dente do IPNI. “Pesquisadores envolvidos em trabalho sob condições controladas também são convidados a enviar suas fotos. Encorajamos consultores, agricultores e outros interessados a fotografar e documentar as deficiências nutricionais nas culturas”.Os vencedores serão anunciados e notificados no primeiro trimestre de 2019 e os resultados serão publicados no site do IPNI: www.ipni.net. Fotos e informações complementares podem ser enviadas até 6 de Dezembro de 2018.

Os prêmios são os seguintes:1° Prêmio: US$ 150 para a melhor fotografia entre todas as categorias.2° Prêmio: US$ 100 para a melhor fotografia dentro de cada uma das quatro categorias (Manejo de Nutrientes 4C, Nutrientes

Primários, Nutrientes Secundários e Micronutrientes).

Além disso, todos os premiados receberão um USB com uma cópia da coleção mais recente de imagens do IPNI. Mais detalhes sobre o concurso são encontrados no endereço: https://www.ipni.net/photocontest/learn

CONCURSO FOTOGRÁFICO DO IPNI – 2018

Deficiência de boro em manga. Foto classificada em primeiro lugar na categoria Micronutrientes, em 2017.Crédito: Mr. Sandesh Nayak, Índia.

Page 23: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018 23

CuRSOS, SIMPÓSIOS E OuTROS EVENTOS

6. 21st WORLD CONGRESS OF SOIL SCIENCE

Local: Windsor Convention & Expo Center, Rua Martinho de Mesquita, 129, Bloco 2, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ

Data: 12 a 17/AGosTo/2018Informações: sociedade Brasileira de Ciência do solo

Email: [email protected]: http://www.21wcss.org

3. III WORKSHOP INTERNACIONAL SOBRE CADEIA SuCROENERGÉTICA

Local: Pavilhão de Engenharia da EsALq/UsP, Piracicaba, sPData: 25 e 26/JULHo/2018Informações: fEALq

Email: [email protected]: http://fealq.org.br

9. III SIMPÓSIO: DESAFIOS DA FERTILIDADE DO SOLO NA REGIÃO DO CERRADO

Local: Goiânia, GoData: 5 e 6/sETEMBRo/2018Informações: fEALq

Email: [email protected]: http://fealq.org.br

11. 11º ENCONTRO DE MARKETING EM ALIMENTOS E AGRONEGÓCIO: DESAFIOS DO MARKETING NA ERA DIGITAL IV COMA - CONGRESSO ACADêMICO EM MARKETING EM ALIMENTOS E AGRONEGÓCIO

Local: Pavilhão de Engenharia da EsALq/UsP, Piracicaba, sPData: 13/sETEMBRo/2018Informações: fEALq

Email: [email protected] Website: http://fealq.org.br

12. 2º BORON DAy BRAZIL

Local: Anfiteatro de Engenharia, ESALQ/USP, Piracicaba, SPData: 25/oUTUBRo/2018Informações: Elaine Abramides

Email: [email protected]: http://www.borondaybrazil.com.br

1. 9º ENCONTRO DE CITRICuLTuRA NA REGIÃO SuDOESTE DO ESTADO DE SÃO PAuLO

Local: Centro de Citricultura sylvio Moreira, Cordeirópolis, sPData: 18/JULHo/2018Informações: Núcleo Eventos

Email: [email protected]: http://ccsm.br/eventos/encontro-de-citricultura-sudoeste/

2. 25º CuRSO DE CITRICuLTuRA

Local: Centro de Citricultura sylvio Moreira, Cordeirópolis, sPData: 23 a 27/JULHo/2018Informações: Núcleo Eventos

Email: [email protected]: http://ccsm.br/cursos/curso-de-citricultura/

4. 25º CuRSO DE CITRICuLTuRA

Local: Centro de Citricultura sylvio Moreira, Cordeirópolis, sPData: 23 a 27/JULHo/2018Informações: Núcleo Eventos

Email: [email protected]: http://ccsm.br/cursos/curso-de-citricultura/

5. 55º CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICuLTuRA

Local: Centro de Convenções de Bonito, MsData: 6 a 10/AGosTo/2018Informações: sociedade Brasileira de Ciência do solo

Email: [email protected]: http://www.abhorticultura.com.br/cbo.php

7. VII SIMPÓSIO DA CuLTuRA DA SOjA

Local: Centro de Convenções de Uberlândia, MGData: 21 e 22/AGosTo/2018Informações: PECEGE

Email: [email protected]: http://simposiosoja.pecege.com/

10. XXXII CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO

Local: Universidade federal de Lavras, MGData: 10 a 14/sETEMBRo/2018Informações: fB Eventos

Email: [email protected]: http://www.abms.org.br/cnms/paginas/

8. 26° FENASuCRO E AGROCANA

Local: Centro de Eventos Zanini, sertãozinho, sPData: 21 a 24/AGosTo/2018Informações: Equipe fenasucro&Agrocana

Email: [email protected]: http://www.fenasucro.com.br/

Page 24: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

24 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018

PuBLICAÇÕES RECENTES

1. SISTEMA DE PRODuÇÃO MECANIZADA DA CANA-DE-AÇÚCAR INTEGRADA à PRODuÇÃO DE ENERGIA E ALIMENTOS - v. 2

Editores técnicos: silva, f.C.; Alves, B.J.R.; freitas, P.L.; 2017.Conteúdo: sistema de produção de cana-de-açucar; mudanças

climáticas, balanço energértico, manejo cultural e irrigação; planejamento conservacionista e qualidade do solo em sistemas de produção mecanizada de cana- de-açucar; planejamento de produção de alimentos e energia na reforma do canavial; correção e fertilização do solo para cultura de cana-de-açucar integrada à pro-dução de energia e alimentos; utilização de resíduos na agroindústria sucroenergética.

Preço: R$ 85,00Número de páginas: 938Editora: Embrapa

Email: [email protected]: http://vendasliv.sct.embrapa.br/

4. COLEÇÃO 500 PERGuNTAS 500 RESPOSTAS: FEIjÃO-CAuPI

Autores: Neves, A.C. et al.; 2017.Conteúdo: Ecofisiologia; zoneamento de risco climático; pro-

dução de sementes; cultivares; manejo do solo; exi-gências nutricionais e adubação; adubação orgânica; fixação biológica de nitrogênio; manejo cultural; plantas daninhas; irrigação; cultivo consorciado; doenças fúngicas; doenças viróticas; doenças bac-terianas; nematoides; pragas; feijão-caupi safrinha; alimentação animal; secagem e armazenamento; pós-colheita e industrialização.

Preço: R$ 18,00Número de páginas: 248Editora: Embrapa

Email: [email protected]: http://vendasliv.sct.embrapa.br/

2. ANÁLISE DE SOLO, FOLHAS E ADuBAÇÃO DE FRuTÍFERAS

Autores: Natale, N.; Rozane, D.E.; 2018.Conteúdo: A obra contempla, de forma detalhada e prática, os

parâmetros necessários à adequada amostragem de solo e folhas para as diversas frutíferas cultivadas no País, bem como os aspectos mais importantes para obter resultados econômicos viáveis com a adubação dos pomares. É destinada a estudantes, pesquisadores, produtores e a todos os interessados no desenvolvimento sustentável da fruticultura nacional, abrangendo grandes temas da agronomia como a fertilidade do solo e a nutrição de plantas, sempre com ênfase nas frutíferas.

Preço: R$ 50,00Número de páginas: 124Editora: fEPAf

Email: [email protected]: http://www.fepaf.org.br/

5. ENTENDENDO A TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

Autores: Antuniassi, U.R.; Carvalho, f.K.; Mota, A.A.B.; Che-chetto, R.G.; 2017.

Conteúdo: Esta obra define e conceitua a tecnologia de aplicação, apresentando uma descrição dos fatores que interferem no processo de pulverização, incluindo os princípios básicos, a teoria da cobertura dos alvos, o espectro de gotas, as classes de tamanho de gotas, a seleção de pontas, o volume de calda, as condições meteorológicas, a deriva, os adjuvantes e as formulações, entre outros aspectos. são apresentados os fatores que interferem na definição das estratégias para a otimização da tecnologia de aplicação, incluindo uma discussão sobre a maneira correta de se analisar a relação do espectro de gotas com as características dos alvos nas aplicações. Do ponto de vista técnico, este texto se posiciona como material básico de apoio aos treinamentos em tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários.

Preço: R$ 25,00Número de páginas: 52Editora: fEPAf

Email: [email protected]: http://www.fepaf.org.br/

3. PALMITO PuPuNHA: DO PLANTIO à COLHEITA

Autores: Rozane, D.E.; silva, C.A.; franchetti, M.; 2017.Conteúdo: Histórico e perspectivas do mercado; economia; mor-

fologia e adaptabilidade; melhoramento genético; produção de mudas; calagem, adubação e nutrição; implantação; espaçamento; manejo de perfilho; mulching; manejo integrado de plantas daninhas, pragas e doenças; resistência de plantas daninhas a herbicidas; colheita.

Preço: R$ 50,00Número de páginas: 165Editora: fEPAf

Email: [email protected]: http://www.fepaf.org.br/

6. MANEjO E QuALIDADE BIOLÓGICA DO SOLO

Autores: Balota, E.L.; 2017.Conteúdo: o solo como ambiente; indicadores biológicos de quali-

dade do solo; importância da fauna do solo; importância da microbiota do solo; manejo e qualidade microbiana do solo; manejo do solo e sequestro do carbono.

Preço: R$ 100,00Número de páginas: 287Venda: Livraria UfV

Telefone: (31) 3899-2234Website: http://www.editoraufv.com.br/

Page 25: o manejo responsável dos nutrientes das plantas …FILE/Jornal-162.pdfartigo que deu início ao jornal Informações Agro-nômicas, edição número 1, em junho de 1978, sob a liderança

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 162 – JUNHO/2018 25

Ponto de Vista

Luís Ignácio Prochnow

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independência, nº 350, Edifício Primus Center, salas 141 e 142

Fone/Fax: (19) 3433-3254 / 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUíS IGNáCIO PROCHNOW - Diretor, Engo Agro, Doutor em AgronomiaE-mail: [email protected]

EROS ARTUR BOHAC FRANCISCO - Diretor-Adjunto, Engo Agro, Doutor em AgronomiaE-mail: [email protected]

40 ANOS DE INFORMAÇãO!

• BHP Billiton• CF Industries Holding, Inc. • International Raw Materials Ltd.• Kingenta Ecological Engineering Group Co., Ltd.• K+S KALI GmbH• Nutrien• OCP S.A.

• PhosAgro• Shell Sulphur Solutions• Simplot• Sinofert Holdings Ltd.• The Mosaic Company• Yara International ASA

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

• Arab Fertilizer Association (AFA)• Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA)• Fertiliser Association of India (FAI)• Fertilizer Canada• Fertilizers Europe• International Fertilizer Association (IFA)• International Potash Institute (IPI)• The Fertilizer Institute (TFI)• The Sulphur Institute (TSI)

O Jornal Informações Agronômicas completa este ano 40 anos de existência. são 40 anos de informação direcionada à comunidade agrícola, às pessoas

responsáveis pela produção de alimentos, fibra e energia renovável no Brasil.

Neste período, procuramos resumir e transmitir ao homem do campo e aos consultores agronômicos o que existe de melhor na pesquisa agropecuária brasileira. sempre digo que o IPNI, por meio de seus veículos de informação – jornal, livros, eventos e website, tem o compromisso de oferecer aos leitores informações científicas agronomicamente corretas sobre o manejo dos nutrientes, as quais promovem elevadas produtividades, otimizam o lucro e protegem o ambiente.

Nesta oportunidade, quero agradecer, em meu nome e em nome do IPNI Brasil, a todos aqueles que colaboram para o sucesso do Jornal. Em uma pesquisa de satisfação realizada recentemente junto aos nossos leitores, o Jornal foi qualificado

como muito bom ou excelente por 95% deles. Isto é motivo de grande orgulho para todos nós.

Em especial, quero agradecer ao ex-Diretor do IPNI Brasil, Dr. Tsuioshi Yamada, pelo esforço e dedicação empreendidos na transformação dessa publicação em um veículo de sucesso. Além disso, agradeço aos editores que serviram ao Jornal nestes últimos anos, ao Dr. Valter Casarin e, mais recentemente, ao Dr. Eros francisco. Agradeço, ainda, a nossa colega silvia stipp pela dedicação distinta com que revisa e molda cada volume da publicação. É simplesmente notável a dedicação destes profissionais em busca de uma agricultura cada vez melhor em nosso País.

que venham mais 40 anos! E que eles sejam anos tão produtivos quanto os que já se foram. que possamos, através do Jornal, cumprir a nossa nobre missão de educar as pessoas sobre o valor dos nutrientes das plantas, para que estes sejam utilizados de forma responsável em prol de uma agricultura abundante e de qualidade.