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O legado dos Jogos

Rio de Janeiro

O legado dos Jogos | Rio de Janeiro

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O legado dos Jogos

A Cidade Maravilhosa abrigará entre 05 e 21 de agosto a 31ª edição dos Jogos Olímpicos e entre 07 e 18 de setembro a 15ª edição dos Jogos Paralímpicos. Esses eventos devem trazer ao Brasil mais de dez mil atletas e de 500 a 550 mil turistas estrangeiros.

O Comitê Olímpico Brasileiro ressalta que Rio é a combinação perfeita entre as belas paisagens naturais e o espírito festivo carioca, que aliados à hospitalidade brasileira, compõem o cenário ideal para a recepção de delegações de mais de 200 países.

O Rio de Janeiro foi candidato à sede das Olimpíadas 2016 ao lado de Chicago, Madri e Tóquio. A candidatura foi embasada na existência de instalações esportivas desenvolvidas para os Jogos Pan-Americanos de 2007 e em um plano de legado esportivo nacional e de infraestrutura urbana para o Rio. É a primeira vez que a América do Sul sedia as Olimpíadas.

Cerca de 4,5 bilhões de espectadores estarão de olhos fixos no Rio de Janeiro para acompanhar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Do orçamento de R$ 38,7 bilhões (atualizado em junho de 2016), R$ 24,6 bilhões estão sendo gastos em obras que ficarão como legado para a cidade: abertura de vias, ampliação e melhorias no sistema de transporte público e revitalização de espaços, incluindo a zona portuária.

Organização18%

Instalações olímpicas

18%Legado64%

R$ 38,7 bilhões

Fonte: AP, 2016.

Praia de Copacabana



Instalações e legado A competição de 42 modalidades olímpicas e 23 modalidades paralímpicas irá acontecer em 32 locais em quatro regiões da capital estrategicamente estudadas para receber as diversas modalidades: Barra, Copacabana, Maracanã e Deodoro. As quatro zonas serão interligadas através do Anel de Transporte de Alta Capacidade e das Faixas Olímpicas, corredores prioritários para o trânsito de veículos autorizados, nas principais vias de conexão das zonas.

A Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, será o coração dos jogos, abrigando o Parque Olímpico e a Vila Olímpica/Paralímpica. Após o término dos eventos, abrigará o Centro Olímpico de Treinamento (COT), uma estrutura com 40 mil m² destinada aos atletas brasileiros, que fará parte da Rede Nacional de Treinamento.

A Rede Nacional de Treinamento será um dos legados pós-Jogos Olímpicos. Centros de treinamento e complexos esportivos espalhados por todo o país, em andamento, concluídos ou em análise, estarão disponíveis para as próximas gerações de atletas de diversas modalidades.

Olimpíadas

42 37

306 206 +10 mil

modalidades arenas

provas países atletas

Paralimpíadas

23 21

528 176 + 4 mil

modalidades arenas

provas países atletas

Fonte: rio2016.com

Mapa dos Jogos Olímpicos Rio 2016 | Fonte: Dossiê de Candidatura disponível em rio2016.com



No Parque Olímpico, que ocupa uma área de 1,18 milhão de metros quadrados, serão sediadas 16 modalidades olímpicas e dez paralímpicas, distribuídas em nove instalações: Velódromo Olímpico, Arenas Cariocas 1, 2 e 3, Arena do Futuro, Arena Olímpica do Rio, Centro Olímpico de Tênis, Parque Aquático Maria Lenk, Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos.

Na Barra estão localizados também o Pontal, local de largada/chegada das provas de ciclismo, paraciclismo e marcha atlética, o Campo Olímpico de Golfe e o Rio Centro, com quatro pavilhões que abrigarão quatro modalidades olímpicas e três paralímpicas.

Após os Jogos de 2016, a proposta do Ministério do Esporte é de que as instalações esportivas permanentes façam parte do Centro Olímpico de Treinamento (COT): as três arenas, o Centro de Tênis, o Parque Aquático Maria Lenk e o Velódromo. O Campo Olímpico de Golfe será operado como uma instalação pública e terá como principal objetivo a promoção do esporte no Brasil e na América do Sul.

A Arena Olímpica do Rio e o Parque Aquático Maria Lenk são legados dos Jogos Pan-Americanos e de propriedade da Prefeitura do Rio. A primeira instalação firmou-se como a maior arena da cidade e recepciona eventos esportivos e culturais, além de grandes shows. A segunda, além de ser integrada ao COT, continuará sediando competições regionais e internacionais.

. O Riocentro, que hoje é o principal centro de exposições e convenções da cidade, teve o programa de melhorias acelerado devido à realização dos Jogos e teve a sua acessibilidade melhorada, com a implantação de dois pontos do novo BRT na sua extensão.

Na região de Copacabana serão cinco locais de provas: o Estádio de Copacabana, a ser erguido na praia somente para a realização dos jogos de vôlei de praia, sendo desmontado logo após a sua realização; a Lagoa Rodrigo de Freitas, que receberá as devidas instalações para as competições de canoagem e remo; o Forte de Copacabana com as competições de maratonas aquáticas e triatlo; a Marina da Glória com a vela e o Parque do Flamengo, com as provas de atletismo. Esses mesmos esportes foram aí realizados no Pan de 2007, mantidos no local pela prévia experiência e pelo privilegiado visual.

A Lagoa, hoje considerada a principal casa de remadores e canoístas brasileiros, receberá acomodações para atletas em treinamento, uma nova torre de chegada e uma nova garagem de barcos. Os clubes de remo ali sediados e a Confederação Brasileira de Remo (CBR) serão beneficiados com as melhorias implementadas para os Jogos Olímpicos.

Em Deodoro mais nove locais sediarão os jogos, todos compondo o Complexo Esportivo de Deodoro. Há três instalações novas, quatro que passaram por readequações e duas temporárias. O primeiro grupo é composto pela Arena da Juventude, que irá receber os

Parque Olímpico Marina da Glória

Parque Radical



atletas de basquetebol, pentatlo moderno e esgrima, o Centro Olímpico de BMX e o Estádio Olímpico de Canoagem Slalom. O segundo pelo Centro Olímpico de Hóquei, Centro Aquático, Centro Nacional de Tiro Esportivo e o Centro Nacional de Hipismo. Por fim, o terceiro grupo compreende o Parque de Mountain Bike e a Arena de Pentatlo e Rugbi.

Grande parte da estrutura do Complexo Deodoro instalada para o Pan será novamente utilizada, já que 60% das áreas de competição permanentes já estavam construídas e também haviam sido modernizadas para os Jogos Mundiais Militares de 2011.

Com o fim dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o circuito de canoagem slalom e a pista de BMX farão parte do Parque Radical. Com aproximadamente 500 mil metros quadrados, será o segundo maior da cidade (atrás apenas do Parque do Flamengo) e o maior legado esportivo e de lazer para a região. As instalações farão parte do Centro Olímpico de Treinamento (COT) e poderão ser utilizadas para o lazer da população, como estímulo à prática de atividades ao ar livre.

Na área próxima ao Maracanã, as competições de atletismo acontecerão no Estádio Olímpico João Havelange, mais conhecido como Engenhão, construído para os Jogos Pan-Americanos; no Sambódromo, serão realizadas as provas de atletismo e o tiro com arco; no Maracanã, as partidas de futebol; no Maracanãzinho, voleibol e no Parque Aquático Júlio de Lamare o polo aquático.

Maracanãzinho e Maracanã

O Parque Aquático e o Ginásio Maracanãzinho eram instalações existentes e passaram por obras de adequações para os Jogos de 2016. O Maracanã sofreu significativa reforma para a Copa de 2014 e continua sendo um dos estádios mais conhecidos de futebol em todo o mundo. Já a reforma do Sambódromo, símbolo do carnaval carioca, traz benefícios imediatos para a

comunidade. Os dois principais símbolos da região tiveram os entornos revitalizados.

O Engenhão, além de ter sua capacidade temporariamente aumentada para os Jogos, teve o seu entorno requalificado, a urbanização de 35 mil metros quadrados da Praça do Trem e a restauração de galpões ferroviários que estavam abandonados na vizinhança do Engenho de Dentro. O Estádio Olímpico é de propriedade da Prefeitura do Rio de Janeiro e tem como arrendatário o Botafogo Futebol e Regatas, que garante a manutenção e a utilização da instalação.

LEGADO ESPORTIVO E DE LAZER

Rede Nacional de Treinamento

Presente em todos os estados brasileiros + DF

Investimentos superiores a R$ 4 bilhões

249 Centros de Iniciação ao Esporte (CIEs)

47 pistas de atletismo

Centro Olímpico de Treinamento (COT)

Arenas Cariocas 1, 2 e 3

Centro de Tênis

Parque Aquático Maria Lenk

Velódromo

Arena de Deodoro

Centro Nacional de Hipismo

Centro Nacional de Tiro Esportivo

Centro de Pentatlo Moderno

Centro Nacional de Hóquei sobre Grama

Parque Radical

Pista de BMX

Circuito de canoagem slalom



Revitalização da Zona Portuária

A Região Maracanã abriga ainda a zona portuária do Rio, parte de um dos principais projetos de renovação urbana em andamento no país, que é área prioritária do investimento público. A Operação Urbana Porto Maravilha, que ocorre em parceria público privada, visa a qualificação da região, com a instalação de nova rede de infraestrutura e transporte, além da preservação das características culturais do local.

A área compreendida pelo Porto Maravilha possui mais de cinco milhões de metros quadrados, 70 quilômetros de vias urbanizadas ou em reurbanização e teve a demolição do Elevado Perimetral, com sua substituição por uma malha de vias expressas, mergulhões e túneis que irão reintegrar a região com o restante da cidade.

Inicialmente, o Porto Maravilha deveria abrigar a Vila do Porto, um complexo residencial que abrigaria os clientes dos Jogos e o legado seria um conjunto habitacional de interesse social. Posteriormente foi substituído por um projeto de 145 mil metros quadrados, denominado Porto Olímpico, que abrigaria a Vila de Mídia e a Vila dos Árbitros. O complexo seria composto por dois hotéis e sete prédios residenciais, totalizando quase cinco mil quartos e, com o final dos Jogos, os apartamentos seriam reformados e vendidos. Um acordo foi firmado entre a Prefeitura e os developers para que os servidores municipais tivessem prioridade de compra dos apartamentos e as obras foram iniciadas como o primeiro desenvolvimento residencial do Porto Maravilha. Com a decisão de transferência destas vilas para a Zona Oeste,

o complexo está com as obras paralisadas e passando por readequação de produto.

O atual cenário econômico causou um atraso nas entregas e no lançamento de diversos empreendimentos previstos para o Porto Maravilha. Até o momento, quatro edifícios corporativos foram entregues, seis empreendimentos (de escritórios ou de uso misto com retail) estão em construção e há mais quatro em projeto.

Mesmo com a mudança estratégica de localização das vilas, o Porto continua recebendo as melhorias previstas pelo plano da Operação Urbana. Nas últimas semanas, foram entregues o veículo leve sobre trilhos (VLT) e o túnel Prefeito Marcello Alencar.

O VLT, em sua atual operação, conecta a Rodoviária Novo Rio ao Aeroporto Santos Dumont, com 16 paradas e ligação com o sistema de ônibus intermunicipais, metrô e terminal de navios de cruzeiro. Mais dois ramais devem ser entregues para concluir a rede, um no segundo semestre de 2016 e outro em 2017. Além disso, a Avenida Rodrigues Alves foi transformada em um grande boulevard por onde circula o VLT.

O túnel faz parte da Via Expressa, que liga a Avenida Brasil, a Ponte Rio-Niterói e o Aterro do Flamengo, absorvendo o tráfego do antigo Elevado da Perimetral. A Via Expressa, em conjunto com as vias do Binário do Porto (entregues no final de 2013), representam uma mudança estrutural no sistema de mobilidade da zona portuária e reduzem o trânsito e o tempo de viagem dos usuários do sistema.

Rodoviária

Porto

Barcas

Aeroporto

Santos Dumont

Mapa da região do Porto Maravilha | Fonte: portomaravilha.com.br



Dois novos museus foram entregues na região do Porto: o Museu de Arte do Rio (MAR), em março de 2013, e o Museu do Amanhã em dezembro de 2015, com projeto do renomado arquiteto e engenheiro espanhol Santiago Calatrava. O MAR recebeu 350 mil visitantes no seu primeiro ano de funcionamento, superando a meta de 250 mil visitantes/ano projetada somente para 2016. Já o Museu do Amanhã, um museu de Ciências que visa a discussão da criação do futuro, completou mais de meio milhão de visitantes em maio, atraindo um grande público (da cidade e de outros estados brasileiros, principalmente) devido a uma experiência de visitação inovadora, com instalações interativas e imersivas. A atração desses visitantes, que dão vida e transformam o cotidiano desta região, gera uma nova dinâmica urbana e se revela como o principal legado desses projetos.

Museu de Arte do Rio - MAR

A zona portuária será o principal ponto de encontro para cariocas e turistas que não possuírem ingressos para acompanhar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. No calçadão de 3,2 quilômetros de extensão, entregue às vésperas dos Jogos, será instalado o Boulevard Olímpico. O Boulevard receberá três palcos (que oferecerão shows de MPB), telões, apresentações de artistas de rua e food trucks.

Fonte: JLL e portomaravilha.com.br



Mobilidade urbana

O principal legado que ficará para o Rio de Janeiro será a concretização do Plano de Políticas Públicas. Os investimentos em mobilidade, meio ambiente e renovação urbana representam 63% do total de investimentos, ou seja, quase R$ 25 bilhões. Este pretende ser o maior legado já deixado desde as obras de Barcelona, beneficiando não apenas os visitantes da Cidade Maravilhosa, mas principalmente os moradores, por várias gerações. O plano é composto por 27 projetos a serem executados pelas três esferas do governo, sendo sete referentes à mobilidade urbana.

O VLT vai ligar a região portuária, em processo de renovação urbana, ao Centro do Rio, passando pela Rodoviária Novo Rio, Praça Mauá, Aeroporto Santos Dumont, Avenida Rio Branco, Cinelândia, Central do Brasil, Praça XV e Santo Cristo. Integrado aos outros meios de transporte, como metrô, trens, barcas, BRT (bus rapid transit, ou transporte rápido por ônibus), redes de ônibus convencionais e o futuro teleférico, terá 28 km de extensão e 31 paradas. O VLT deverá atender 300 mil passageiros por dia e vai operar initerruptamente. É um sistema de transporte coletivo rápido, sustentável e moderno, que remete aos antigos bondes da cidade, porém oferece maior conforto e eficiência.

A primeira etapa, em funcionamento há poucas semanas, liga a Rodoviária Novo Rio ao Aeroporto Santos Dumont e tem 17 paradas e uma estação. A ligação entre a Central do Brasil e a Praça XV entrará em operação no segundo semestre, e o terceiro trecho, que funcionará na Avenida Marechal Floriano, em 2017.

Dois corredores exclusivos de ônibus, os BRTs, fazem parte do Plano de Políticas Públicas: o BRT Transolímpica e a ampliação do BRT Transoeste.

SocialR$ 31 M

Infraestrutura esportivaR$ 76 M

Educação, ciência e tecnologiaR$ 188 M

Meio ambienteR$ 1.729 M

Renovação urbanaR$ 8.958 M

MobilidadeR$ 13.607 M

Plano de Políticas Públicas R$ 24,6 bilhões

Museu do Amanhã, Praça Mauá e VLT

Fonte: Autoridade Pública Olímpica - APO



O BRT Transolímpica possui 26 quilômetros de extensão, sendo 13 em via expressa, e liga o Parque Olímpico da Barra da Tijuca ao Complexo Esportivo de Deodoro passando por 11 bairros da Zona Oeste do Rio. Possui capacidade de transporte de 70 mil pessoas por dia e deve reduzir o tempo de viagem entre a Barra e Deodoro em 80%.

Foi inaugurado no início de julho e operará em fase de testes até o início das Olimpíadas. Durante os Jogos Olímpicos, somente os usuários com o RioCard Olímpico poderão embarcar na Transolímpica, que será aberta à população no dia 22 de agosto.

O BRT Transoeste já tem 95% do seu corredor em funcionamento e hoje beneficia mais de 190 mil passageiros por dia. O corredor, que liga Santa Cruz e Campo Grande ao Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca, segundo a prefeitura, já reduz o tempo de viagem dos passageiros em quase 50%. A última etapa do projeto prevê a conclusão em breve do trecho Alvorada-Shopping Città America e a conexão com o Jardim Oceânico, para a integração com a Linha 4 do metrô e com a Transolímpica.

A Transoeste já se integra como o BRT Transcarioca, com estações do Metrô e do trem. Com a conclusão das obras, possuirá 59 quilômetros de extensão, 62

estações, três terminais (já em operação) e capacidade para atender a 230 mil passageiros por dia.

O metrô do Rio vai inaugurar até o fim de julho a Linha 4 (Barra da Tijuca – Ipanema), que terá capacidade para transportar mais de 300 mil pessoas por dia e retirar dois mil veículos por hora/pico. A Linha 4 tem aproximadamente 16 quilômetros de extensão e seis estações. A viagem da Barra a Ipanema levará 13 minutos e até o Centro 34 minutos.

Durante os Jogos Olímpicos, a Linha 4 funcionará exclusivamente para usuários com o RioCard Olímpico e pessoal envolvido nas Olimpíadas e Paralimpíadas. A partir de setembro, a população poderá utilizar esta linha. A Zona Oeste, que concentra aproximadamente 40% da população do município, finalmente estará conectada à Zona Sul através de um sistema de transporte público de alta capacidade e este é, certamente, o maior legado de mobilidade urbana que o Rio de Janeiro receberá.

Seis estações ferroviárias passaram por renovação, incremento da acessibilidade e integração com os BRTs. São elas: São Cristóvão, Engenho de Dentro, Deodoro (que fará a integração com a Transbrasil e a Transolímpica), Vila Militar (integrada com a Transolímpica também), Magalhães Bastos e Ricardo Albuquerque.

VLT

BRT

Transcarioca

Metrô

Linha 4

BRT

Transolímpica

BRT

Transoeste

Mapa do sistema de transporte público do Rio de Janeiro | Fonte: visit.rio



O Elevado do Joá recebeu uma duplicação, com a construção de vias elevadas e dois novos túneis em paralelo ao viaduto existente, que operam na direção São Conrado-Barra, mas podem ter o tráfego invertido num esquema de faixa reversível. Também estão planejadas obras viárias nos acessos por São Conrado (a partir do Largo de São Conrado) e Barra (Av. Ministro Ivan Lins). Esta obra, entregue pela Prefeitura do Rio no final de maio, visa ampliar a capacidade viária do Elevado do Joá, estimada em 35%, além de permitir que o percurso também possa ser feito em ciclovia.

O viário da Barra também passou por investimentos, traduzidos em uma requalificação urbana. A duplicação das Avenidas Abelardo Bueno e Salvador Allende foi realizada, criou-se o corredor de BRT (8,7 km e sete estações) e novas vias foram abertas no Parque Olímpico. O plano de requalificação da área inclui melhorias nas calçadas e ruas, sistema de drenagem e de iluminação e integração do Parque Olímpico, da Vila dos Atletas, do Parque dos Atletas e do Riocentro. Além da construção de uma ciclovia, a mobilidade será favorecida por meio da construção do Terminal Olímpico – conexão das linhas dos BRTs Transolímpica e Transcarioca e a construção do Terminal Recreio – conexão dos BRTs Transoeste e Transolímpica.

A modernização do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, merece também um destaque. O projeto não foi finalizado para os Jogos Pan-Americanos, mas conseguiu ser concluído em maio deste ano. O Aeroporto ganhou uma nova área de 100 mil metros quadrados. Os usuários contam agora com 26 novas pontes de embarque, nova praça de alimentação, além da área de serviços e entretenimento.

O Galeão é maior aeroporto do estado do Rio de Janeiro, o segundo maior portão de entrada de estrangeiros no Brasil, o quarto em movimentação de cargas e possui a maior pista de pousos e decolagens do Brasil. Com a sua capacidade quase duplicada, passa a poder receber 30 milhões de passageiros por ano e atualmente recebe voos de 18 países. A estimativa é que, no período entre os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, 2,5 milhões de passageiros circulem pelo aeroporto internacional.

Barra da Tijuca



Hotéis

Impulsionado pela Copa do Mundo de 2014 e pelas Olimpíadas de 2016, o parque hoteleiro do Rio mudou por completo. O número de quartos cresceu mais de 50% nos últimos seis anos e, junto com ele, a oferta mudou e se qualificou. A Barra tornou-se o maior polo de hospedagem, assumindo o primeiro posto que até 2014 era de Copacabana, e redes de renome como Hilton, Hyatt e Trump abriram hotéis na cidade, colaborando para que a oferta de melhor padrão da cidade torne-se a maior do País.

De 2010 a maio de 2016, o aumento absoluto no número de quartos é equivalente a toda a oferta da cidade nos anos 80. Houve um crescimento de 52% neste período, correspondente a 9.965 novos quartos, e o número de hotéis subiu de 135 para 182 no mesmo período.

Os Jogos Olímpicos provocaram uma nova movimentação no mercado hoteleiro carioca: 29 hotéis foram inaugurados entre 2015 e o primeiro trimestre de 2016 e 24 estão em construção, o que representa um aumento garantido de 3.164 novas unidades no inventário da cidade até 2017. Neste cenário, as redes Accor e Windsor se destacam sendo responsáveis por sete empreendimentos que somam 1.662 quartos.

Entre os projetos recém-entregues destacam-se o Zii Hotel Botafogo, hotel econômico que entrou pela Rede 2.0 Hotéis e tem um plano de expansão intenso pelo país; Emiliano RJ, hotel de luxo que contará com 60 quartos, em Copacabana; e o Yoo2 by Intercity, lifestyle hotel projetado por Philippe Starck para a Praia de Botafogo. O Trump Collection, outro hotel de luxo, deve ser inaugurado em breve na Barra da Tijuca.

O Rio de Janeiro receberá também o Hotel da Mídia, parte do complexo de mídia instalado no Parque Olímpico. A torre, de 22 pavimentos e aproximadamente 35.000 m² de área total construída, abrigará um hotel padrão quatro estrelas com 404 quartos, área de lazer, piscina, academia e centro de convenções. O serviço de hospedagem estará disponível para parte dos profissionais de mídia credenciados para os Jogos do Rio e também para o pessoal do Serviço de Transmissão Olímpica (OBS). O complexo foi construído pela Concessionária Rio Mais.

A oferta hoteleira do Rio de Janeiro é a segunda maior do país e conta com 29,1 mil quartos, perdendo apenas para São Paulo. Com capacidade de conciliar negócios, lazer e eventos, a hotelaria carioca conseguiu atingir as melhores performances do país nos últimos anos. Ocupações superiores a 70% permitiram que as diárias crescessem em ritmo acelerado – superior a dois dígitos, fazendo com que a tarifa média da cidade chegasse próxima a R$500 em 2013 e colocasse o Rio como um dos destinos mais caros (e mais desejados) do mundo.

Esse panorama começou a mudar em 2014 com a entrega de diversos novos hotéis para a Copa do Mundo e se agravou em 2015 com a crise político-econômica que se somou às novas entregas de hotéis, agora para os Jogos Olímpicos de 2016, deixando o RevPAR (revenue per available room / receita por quarto disponível) no mesmo nível de 2011-2012. Ainda assim, o indicador acumulou alta de 6% ao ano entre 2009-2015, acima de outras capitais.

Barra da Tijuca e arredores

34%

Copacabana e Leme33%

Centro e arredores

24%

Ipanemae Leblon

7%Outros

R$ 281 R$ 295R$ 331

R$ 408

R$ 492 R$ 469R$ 413

R$ 193 R$ 218R$ 262

R$ 314R$ 353 R$ 338

R$ 272

69%

74%79% 77%

72% 72%

66%

30%

35%

40%

45%

50%

55%

60%

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75%

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0

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300

400

500

600

700

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Diária média RevPAR Taxa de ocupação

8.543

11.19713.172

19.101

29.066

35.640

5274

95

135

182215

0

50

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150

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250

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450

500

1980 1990 2000 2010 2016 (maio) 2018+

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5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

Quartos Hotéis

Distribuição da oferta por região (% de apartamentos)*

Performance histórica do mercado hoteleiro do Rio**

Evolução da oferta (quartos e hotéis)*

* Fonte: JLL

** Fonte: ABIH-RJ e JLL



Apesar de toda a expectativa positiva criada em relação ao legado dos Jogos Olímpicos, há ainda muitas incertezas quanto ao seu real benefício para a indústria hoteleira da cidade. O cenário econômico negativo, somado à crise no setor de óleo e gás, principal da cidade, serão grandes desafios para a performance dos hotéis. No entanto, o turismo está se beneficiando da desvalorização do Real: o Brasil tornou-se um destino mais atraente para turistas estrangeiros.

O legado dos grandes eventos representa, além do ganho em infraestrutura e serviços, a expansão e a diversidade de opções de hospedagem, que vai além dos hotéis, na cidade do Rio de Janeiro. A geração de empregos e a capacitação da mão de obra também são grandes ganhos para a economia do setor hoteleiro.

Praia de Copacabana



Residencial

A Vila Olímpica e Paralímpica, que tem capacidade para 17.950 atletas e integrantes das comissões técnicas, foi viabilizada sem o aporte de verba pública, via parceria público privada (PPP) com a Carvalho Hosken e a Odebrecht Realizações Imobiliárias.

São 31 edifícios com um total de 3.604 apartamentos e todas as unidades voltarão a ser comercializadas após o término dos Jogos Paralímpicos. O complexo, batizado de Ilha Pura, é formado por três condomínios com apartamentos de dois, três e quatro dormitórios e plantas de 82 a 160 m², totalizando 870 mil metros quadrados. Ele será reformado e destinado aos novos moradores (compradores) em 2017.

Em 2005, a oferta de apartamentos da Vila do Pan esgotou-se praticamente em um dia, marcando um recorde no mercado imobiliário nacional. A construtora conseguiu comercializar praticamente todos as 1480 unidades dos 17 prédios da Vila antes do início dos Jogos Pan-Americanos. Muito do sucesso das vendas foi creditado ao formato dos condomínios projetados, tipo clube, às diferentes tipologias de apartamentos, com um a quatro dormitórios, e à associação de um certo status à “marca” do Pan.

Perto do Parque Olímpico, no Pontal, está localizada a Vila da Mídia, que servirá para a hospedagem da imprensa. Ela é composta por nove prédios de sete andares mais cobertura, com um total de 774 unidades de dois ou três dormitórios e áreas que variam de 71 a 185 metros quadrados. A construtora Calper é a responsável pelo Frames Vila da Mídia, que possui 24

mil metros quadrados de terreno e 94 mil metros quadrados de área construída.

No Recreio, outros condomínios também hospedarão os jornalistas: o Mares de Goa, da construtora João Fortes, com três blocos e 236 apartamentos; o Heaven Residencial, com cinco blocos e 231 apartamentos, e o Outside Authentic, com quatro blocos e 136 apartamentos, ambos da Leduca. Assim como os apartamentos da Vila da Mídia, todos estes estão em processo de comercialização e serão entregues aos proprietários com o fim dos Jogos Paralímpicos.

A Zona Oeste do Rio de Janeiro é a região que mais recebeu lançamentos residenciais nos últimos anos. Entre 2010 e 2015, Barra da Tijuca, Recreio e Jacarepaguá receberam juntas 39 mil unidades, o equivalente a 48% dos lançamentos da cidade, segundo dados da Ademi-RJ.

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Outros Jacarepaguá Recreio Campo Grande Barra

Fonte: Ademi-RJ e JLL

Vila Olímpica e Paralímpica



Escritórios: um legado com prazo de validade

Foram construídos como áreas de apoio aos Jogos Olímpicos o Centro Internacional de Transmissão ou International Broadcasting Center (IBC) e o Centro Principal de Mídia ou Main Press Center (MPC), num complexo que soma quase 102 mil metros quadrados de área construída.

O IBC será o centro de transmissão das competições e funcionará 24 horas por dia, durante as Olimpíadas. É destinado às emissoras de TV e rádio e possui dois prédios, o principal e o da Olympic Broadcasting Services (OBS), que encerram 85 mil metros quadrados de área construída, num uso misto entre galpão e escritório (seis mil metros quadrados). Têm capacidade para abrigar dez mil pessoas.

O MPC é centro de operações da imprensa escrita durante os Jogos. É um prédio de 17 andares e 27 mil metros quadrados de área construída, destinado a profissionais da imprensa nacional e internacional e funcionará em esquema 24 x 7.

IBC e MPC

Este complexo foi desenvolvido através de uma parceria público-privada (PPP) entre o governo municipal e a Concessionária Rio Mais, que engloba também as três Arenas Cariocas e o Hotel da Mídia, além de infraestrutura de redes de água, luz e esgoto. A Rio Mais é formada pelas construtoras Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez e Carvalho Hosken.

Quando forem encerrados os Jogos Paralímpicos, o IBC e o MPC devem ser desmobilizados, os edifícios de devem passar por reformas e 33 mil metros quadrados devem ser comercializados como escritórios. Hoje, esta área é computada como estoque de alto padrão na região da Barra da Tijuca.

A ocupação imediata destes edifícios logo após a entrega causou um efeito distorcido nas movimentações, que destoam do atual cenário do mercado imobiliário carioca. Ela foi responsável pelos mesmos 33 mil metros quadrados de absorção bruta, o que representou 51% de toda a absorção bruta do Rio de Janeiro. A absorção líquida, que mede a real movimentação do mercado por computar também as devoluções, apresentou valor positivo de 1,5 mil metros quadrados, destoando dos últimos trimestres, em que a absorção líquida da cidade foi negativa.

A taxa de vacância subirá de 27,7% a 35,2% na Barra da Tijuca, com a devolução destes espaços. A Barra da Tijuca representa o segundo maior estoque de escritórios de alto padrão do Rio, com 17,1% do total, e apresenta a maior taxa de vacância das regiões consolidadas, com 27,7% - fica atrás apenas do Porto Maravilha, que é uma região em consolidação e possui em seu estoque apenas quatro edifícios, dos quais dois estão completamente vagos.

A região da Barra é a que mais tem sofrido com o cenário econômico presente, pelo perfil dos edifícios e da antiga ocupação (muitas empresas relacionadas ao setor de óleo e gás). A Barra também acaba sendo menos demandada, pois é uma região secundária. Com a instalação das novas redes de transporte coletivo e a restauração do cenário de crise, a Barra pode voltar a uma recuperação.

A vacância no Rio de Janeiro tem atingindo patamares recordes, devido ao fechamento de filiais, à redução de área de empresas, à crise do setor de óleo e gás, um dos maiores ocupantes da cidade, e aos altos volumes de novo estoque entregues nos últimos anos.

Condições mais atraentes para os ocupantes mantêm o mercado um pouco dinâmico. Diversas companhias aproveitam o momento para fazer flight to quality. Proprietários mais flexíveis podem valer-se do momento para negociar com bons ocupantes que desejam aproveitar o atual cenário para consolidações e/ou mudanças qualitativas.

A atual condição do mercado de escritórios do Rio aliada à desvalorização do Real nos últimos meses revela um bom momento para investimento estrangeiro na aquisição de imóveis.



Os Jogos de 2016

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos são uma oportunidade ímpar para criação de um legado, com a atração de recursos para o desenvolvimento local e regional. As instalações esportivas e a criação da Rede Nacional de Treinamento representam parte legado pós-olímpico, principalmente para as novas gerações.

O legado tangível, no entanto, será aquele do qual se apoderará a população, como as obras de mobilidade, infraestrutura e renovação urbana. Sem dúvidas, o Rio de Janeiro está se beneficiando com um rápido upgrade em sua rede de transportes, que não teria acontecido sem um comum esforço das três esferas de governo que aconteceu por ocasião das Olimpíadas. Independente dos ganhos de exposição de imagem e de faturamento com o turismo, o legado representa aquilo que o Rio vai incorporar de melhoria urbana para além dos equipamentos esportivos.

Infelizmente, as metas ambientais não foram atingidas. Obras contra enchente, reflorestamento e obras de saneamento básico foram algumas conquistas, mas falhamos com o Baía Limpa, coma despoluição das lagoas e o programa de saneamento da Zona Oeste.

Resta-nos agora provar que o Brasil não é só o país do Carnaval e do Futebol, já que mostramos ao mundo, com muita simpatia, como organizar grandes eventos e receber visitantes de todas as partes. As experiências com os Jogos Pan-Americanos, que entraram para a história como o melhor Pan-Americano de todos os tempos, e com a Copa do Mundo, que revelaram a capacidade de mobilização e encantamento do povo brasileiro, vão emocionar o mundo mais uma vez.

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Ilustrações freepik.com | flaticon.com Gráficos e infográficos Pesquisa e Inteligência de Mercado JLL Fotos e mapas Capa: shutterstock.com | 2: shutterstock.com | 3: Mapa Conceito extraído de Dossiê de Candidatura do Rio de Janeiro a Sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, disponível em rio2016.com | 4: brasil2016.gov.br | 6: portomaravilha.com.br | 7: beto_junior / shutterstock.com | 8: Andre Luiz Moreira / shutterstock.com | 9: visit.rio | 10: shutterstock.com | 12: shutterstock.com | 13: A. Ricardo / shutterstock.com | 14: André Motta / brasil2016.gov.br | 16: Luz Rosa / shutterstock.com

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O legado dos Jogos Publicação do departamento de Pesquisa e Inteligência de Mercado da JLL | Agosto de 2016 Publication by JLL Research & Market Intelligence department | August 2016

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Colaboradores Staff Ana Carolina Pereira, Bruno Porto, Débora Costa, Douglas Doyu, Eduardo Miyamoto, Gabriel Silva, Júlia Polli, Priscila Gomes JLL Hotels & Hospitality Group: Fernanda Athia, Leonardo Pires, Pedro Freire

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