o início da fotografia

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  • 8/8/2019 O Incio da Fotografia

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    O Incio da Fotografia

    Trabalho realizado por: Paulo Paixo

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    Para comear, a fotografia deve o seu nome a Sir John Herschel que usou o

    termo pela primeira vez em 1839, ano em que o processo fotogrfico ficou a

    ser pblico. A mesma palavra vem do grego [ fs] ("luz"), e [grafis]

    ("estilo", "pincel") ou [graf], e significa "desenhar com luz".

    Falando sobre a inveno da fotografia, no podemos afirmar que houve um

    nico inventor, ela um resumo de vrias observaes e experincias emmomentos distintos, de vrias pessoas inclinadas para o assunto.

    Existem dois distintos processos cientficos que combinam entre si, fazendo a

    fotografia possvel, a ptica e a qumica. No ramo da ptica, foi inventado o

    aparelho que significava uma descoberta importante para a fotografia, a:

    Cmara Escura.

    Este aparelho constitudo por uma

    caixa perfurada em uma das suas

    paredes.O conhecimento do seu princpio ptico

    atribudo, por alguns historiadores, ao

    chins Mo Tzu no sculo V a.C., outros

    indicam o filsofo grego Aristteles (384-

    322 a.C.) como o responsvel pelos

    primeiros comentrios esquemticos.

    Este, um dia, sentado sobre uma rvore,

    observou a imagem do sol durante um

    eclipse parcial, projectando-se no solo

    em forma de meia-lua, quando seus raiospassaram por um pequeno orifcio entre

    as folhas, Aristteles descobriu que

    quanto menor fosse o orifcio, mais ntida

    era a imagem.

    No inicio do sculo XI o rabe, Ibn al Haitam ouAlhazem, observa um eclipse

    solar com uma cmara escura na corte de Constantinopla.

    Nos sculos vindouros, era usada pelos sbios europeus para ver eclipses sem

    danificar os olhos e mais tarde era fortemente vista como utenslio auxiliar ao

    desenho e pintura, embora muitos artistas se sentiam ofendidos com tal

    ferramenta de trabalho. Giovanni Baptista della Porta (1541-1615), cientista

    napolitano, em 1558 publicou uma descrio detalhada sobre a cmara e seus

    usos no livro Magia Naturalis sive de Miraculis Rerum Naturalium . Esta cmara

    era um quarto estanque luz, possua um orifcio de um lado e a parede sua

    frente pintada de branco. Quando um objecto era posto diante do orifcio, do

    lado de fora do compartimento, a sua imagem era projectada invertida sobre a

    parede branca.

    Figura 1 Cmara Escura

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    Como j tinha dito antes, o estudo da

    ptica e a descoberta da Cmara Escura

    no foram os nicos a contribuir para o

    progresso do que hoje chamamos de

    fotografia, a qumica tambm foi um factor

    muito importante neste aspecto.

    Cientistas no inicio do sculo XVII vieram a

    descobrir que certos compostos qumicos

    com a cor prateada, expostos ao sol, viriam

    a escurecer, tais como o cloreto de prata eo nitrato de prata.

    Em 1727, o professor de anatomia Johann

    Heirich Schulze, da universidade alem de

    Altdorf, notou que um vidro que continha cido ntrico, prata e gesso se

    escurecia quando exposto luz proveniente da janela. Por eliminao, ele

    demonstrou que os cristais de prata halognea ao receberem luz, e no o calor

    como se supunha, se transformavam em prata metlica negra. Sua inteno

    com essas pesquisas era a fabricao artificial de pedras luminosas de fsforo,

    como ele as denominava. Como suas observaes foram acidentais e no

    tinham utilidade prtica na poca, Schulze cedeu suas descobertas Academia Imperial de Aldorf, em Nuremberga, na apresentao intitulada "De

    como descobri o portador da Escurido ao tentar descobrir o portador da Luz".

    Shulze no tinha certeza quanto utilidade prtica de sua inveno, mas

    observou "No tenho qualquer dvida de que esta experincia poder revelar

    ainda outras utilidades de aplicaes aos naturalistas" profetizou o pai da

    fotoqumica.

    Figura 2 Exemplo da funcionalidade de uma cmara escura.

    Fi ura 3 - Johann Heinrich Schulze

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    Em meados de Junho/Julho de 1827, foi produzida

    a primeira fotografia, usando material que endurece

    ao ser exposto luz. Para esta imagem ser

    produzida foi preciso oito horas de exposio.

    Nipce, universalmente conhecido como ohomem que produziu a primeira fotografia com

    sucesso em 1827. Ele era fascinado por Litografia(

    arte de reproduzir pela impresso desenhos feitos

    com um corpo gorduroso em pedra calcria.) e para

    tal, viajava para todo o sitio acompanhado por seu

    filho artista que sabia desenhar bem.

    Ele experimentou com a litografia o que o levou em sua tentativa a ter uma

    fotografia, usando uma cmera obscura. Nipce tambm experimentou com

    cloreto de prata, que escurece quando exposto luz, mas finalmente reparou

    para o betume, que ele usou em sua primeira tentativa bem sucedida em

    capturar a natureza fotograficamente. Ele dissolveu o betume em leo de

    lavanda, um solvente usado frequentemente em vernizes e com esta mistura

    revestida da folha de peltre, capturar a luz. Ele colocou a folha dentro de uma

    cmara escura para captar a imagem e oito horas mais tarde removida e

    lavada para retirar o leo de lavanda. A este processo ele denominou como,

    Heliografia , gravura com a luz solar.

    Nesse mesmo ano em que produziu a sua primeira fotografia, foi para

    Inglaterra visitar seu irmo, levando consigo vrias heliografias. L, conhece o

    pintor Francis Bauer, que logo reconhece a importncia do seu invento.

    Aconselhado a informar ao Rei Jorge IV e Royal Society sobre o trabalho,

    Nipce, cauteloso, no descreve o processo completo, levando a Royal Society

    a no reconhecer o invento.

    Figura 4 - NIPCE, Joseph Nicephore

    Figura 5 -primeira heliografia de Nipce

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    A quatro de Janeiro de 1829, Nipce resolve fazer parceria com um dos outros

    grandes nomes da histria da fotografia, seu nome era, Louis Daguerre.

    Louis Jacques Mande Daguerre (figura 6)

    com o auxilio das experincias do seu falecido

    colega Nipce, fez a descoberta deicisiva, aoencontrar em 1835 uma placa revestida de

    prata sensibilizada com iodeto de prata, que

    apesar de exposta no apresentava sequer

    vestgios de imagem, guardou-a em um

    armrio e ao abri-lo no dia seguinte, encontrou

    uma imagem revelada. Fez experincias, por

    eliminao com os outros produtos que

    estavam no armrio, para descobrir que a

    imagem latente tinha sido revelada por aco

    do mercrio de um termmetro que se viriaa partir dentro do mesmo. Esta importante

    descoberta reduziu o tempo de exposio de

    uma fotografia, de oito horas para apenas

    trinta minutos. Aps a revelao, agora controlada, Daguerre submetia a placa

    com a imagem a um banho fixador, para dissolver os halogenetos de prata no

    revelados, formando as reas escuras da imagem. Inicialmente foi usado o sal

    de cozinha, o cloreto de sdio, como elemento fixador, sendo substitudo

    posteriormente por tiossulfato de sdio que garantia maior durabilidade

    imagem. Este processo foi batizado com o nome de Daguerreotipia e em 1839

    foi declarado ao pblico pelo Governo Francs.

    Alguns exemplos de Daguerretipos:

    Figura 6

    Figura 7 Primeiro Daguerretipo Figura 8 Daguerretipo de Abraham Lincoln

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    Enquanto Daguerre dava os primeiros passos na fotografia em Frana, ao

    mesmo tempo um nobre escritor e cintista ingls dava tambm os seus no

    mesmo ramo, seu nome era, William Henry FoxTalbot.

    Fox Talbot, usava a cmara escura para desenhos em suas viagens. Nainteno de fugir da patente do daguerretipo em seu pais e solucionar suas

    limitaes tcnicas, pesquisava uma frmula de impressionar quimicamente o

    papel.

    No ano de 1835, Talbot construiu uma pequena cmara de madeira, com

    somente 6,30 cm2, que sua esposa chamava de "ratoeiras". A cmara foi

    carregada com papel de cloreto de prata, e de acordo com a obje ctiva utilizada,

    era necessrio meia a uma hora de exposio. A imagem negativa era fixada

    em sal de cozinha e submetida a um contacto com outro papel sensvel. Desse

    modo a cpia apresentava-se positiva sem a inverso lateral.

    Figura 9 William Henry Fox Talbot

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    Em 1839, quando chegam a Inglaterra os rumores da inveno de Daguerre,

    Talbot aprimorando suas pesquisas, precipitadamente publicou seu trabalho e

    apresentou Royal Institution e Royal Society logo concluram que o

    tiossulfato de sdio seria um fixador eficaz e sugeriu os termos positivo e

    negativo. O processo que inicialmente foi baptizado de Calotipia, ficou

    conhecido como Talbtipia e foi patenteado na Inglaterra em 1841. Talbot

    comprou uma casa em Reading, contratou uma equipa para produzir cpias,

    fotografou vrias paisagens tursticas e comercializava as cpias em quiosques

    e tendas artsticas em toda a Gr-Bretanha.

    Alguns exemplos de Talbtipos de Fox Talbot:

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    Em 1851 uma nova era na fotografia foi introduzida pelo senhor, Frederick

    Scott Archer. Aps a morte de Daguerre nesse mesmo ano, Archer, um

    obscuro escultor londrino, tambm ele com grande interesse pela fotografia e

    no satisfeito pela qualidade das imagens , publicou no The Chemist um

    invento que em pouco tempo chegou a suplantar todos os mtodos existentes,

    foi o processo do "coldio hmido. Este processo era mais bem mais rpidoque os processos convencionais j existentes, reduzindo o tempo de exposio

    para apenas dois ou trs segundos.

    Com esta inveno, Archer abrira novoshorizontes para a fotografia

    O processo de coldio hmido consistia em:

    Espalhar cuidadosamente o coldio com iodeto de potssio sobre o vidro,escorrendo o excesso, at formar uma superfcie uniforme. No quarto escuro, com somente uma fraca luz alaranjada, a placa erasubmetida a um banho de nitrato de prata.A placa era exposta na cmara escura ainda hmida, porque a

    sensibilidade diminua rapidamente medida que o coldio secava. Otempo mdio de exposio luz do sol era de 30 segundos. Antes que o ter, que se evapora rapidamente secasse , tornando-seimpermevel, revelava-se com cido piroglico ou com sulfato ferroso. A fixagem era feita com tiossulfato de sdio ou com cianeto de potssio(venenoso), para finalmente lavar bem o negativo.

    Fi ura 10 Frederick Scott Archer

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    E assim se conta o incio da fotografia, esta agora tinha condies de crescer

    em popularidade e em quantidade , com as aplicaes do coldio, que durou 30

    anos. O nmero de retratistas aumentou consideravelmente, pessoas de todasas classes sociais desejavam retratos, devido a isso foi criada o uso de uma

    adaptao barata do processo coldio, chamada Ambrtipo.

    FIM

    Figura 11 - Jean-Marie Le Bris e a sua mquina voadora "Albatroz II", fotografado por Nadar em 1868