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O impacto do comércio internacional no crescimento económico nos países da União Europeia Eduarda Alves dos Reis Dissertação Mestrado em Economia e Gestão Internacional Orientado por Óscar Afonso 2019

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O impacto do comércio internacional no crescimento económico nos países da União Europeia Eduarda Alves dos Reis

Dissertação Mestrado em Economia e Gestão Internacional

Orientado por

Óscar Afonso

2019

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II

Agradecimentos

Após o longo percurso de elaboração da presente dissertação, cabe-me agradecer a todos

os que, direta e indiretamente, contribuíram para que cumprisse com este objetivo que,

apesar de ser um projeto pessoal, não seria concretizável sem o seu apoio.

Começo por agradecer à Faculdade de Economia do Porto, nomeadamente ao corpo

docente do Mestrado em Economia e Gestão Internacional por alargar o meu leque de

conhecimentos.

Ao Professor Óscar Afonso pela orientação, partilha de conhecimentos e disponibilidade

demonstrada.

E claro, à minha família, amigos e colegas de trabalho pelo seu apoio incondicional!

Um especial obrigada às minhas companheiras académicas, Melissa Ferreira e Sara Baptista,

por tornarem as intermináveis horas de estudo muito mais fáceis. Em especial a ti, Mel,

pelo teu incontestável suporte nesta fase.

“Graduation is not the end, it’s the beginning”

Orrin Hatch

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III

Resumo

A União Europeia (UE) é uma entidade supranacional que está bastante bem inserida no

mercado internacional. São prova disso as elevadas exportações e importações que realiza.

Porém, sendo o crescimento económico bastante importante para a prospeção das

economias, qual o papel das exportações e importações no mesmo? Tendo a conta a

relação ambígua entre as variáveis, o presente estudo utiliza 28 países da UE no período de

1996 até 2017 de forma a entender como o comércio internacional afeta o crescimento dos

países pertencentes à UE. Recorrendo ao modelo PMG (Pooled Mean Group estimation)

podemos concluir que, de facto, o grau de abertura destes países tem um impacto positivo

e significativo no crescimento económico. Porém também outros fatores são

extremamente relevantes para o crescimento do país, tais como, educação,

desenvolvimento financeiro e qualidade institucional.

Palavras chave: Crescimento económico; comércio internacional; Grau de abertura; União Europeia.

JEL Codes: F14; F15.

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IV

Abstract

The European Union (EU) is a supranational entity that is well inserted in the international

market, as evidenced by its high export and import levels. However, since economic

growth is very important for the prospecting of economies, what is the role of exports and

imports in it? Given the ambiguous relationship between the variables, the present study

uses data from the 28 EU countries, from 1996 to 2017, in order to understand how

international trade affects the growth of these countries. Using the PMG model (Pooled

Mean Group Estimation) we conclude that, in fact, the degree of openness of these

countries has a positive and significant impact on economic growth, but it’s also needed to

take in consideration that there are other factors extremely relevant to the country's

growth, such as education, financial development and institutional quality.

Key words: Economic growth; International trade; openness; European Union.

JEL Codes: F14; F15.

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V

Índice

1. Introdução ................................................................................................................................. 1

2. Revisão de literatura existente ................................................................................................ 3

2.1. Teorias clássicas e neoclássica do comércio internacional ............................................... 3

2.2. Crescimento clássico, neoclássico e endógeno .................................................................. 4

2.2.1. Teoria clássica e neoclássica ..................................................................................... 4

2.2.2. Crescimento endógeno ............................................................................................. 5

2.3. Estudos empíricos .................................................................................................................. 6

3. Dados e definição de variáveis ............................................................................................. 13

3.1. Variáveis de crescimento e comércio internacional ................................................. 14

3.2. Variáveis de controlo .................................................................................................... 16

3.3. Análise e fonte de dados .............................................................................................. 17

4. Metodologia ............................................................................................................................. 22

5. Discussão de resultados ......................................................................................................... 27

6. Conclusões ............................................................................................................................... 34

REFERÊNCIAS: ............................................................................................................................. 36

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VI

Índice de Tabelas Tabela 1- Sumário de estudos realizados para diferentes países e períodos temporais .......... 7

Tabela 2- Descrição das variáveis recolhidas .............................................................................. 13

Tabela 3- Sumário das estatísticas das variáveis .......................................................................... 18

Tabela 4- Correlações entre variáveis ........................................................................................... 20

Tabela 5- Tipos de estimações com dados dinâmicos em painel ............................................. 23

Tabela 6- Hipóteses do teste de Hausman .................................................................................. 24

Tabela 7 - Resultados de curto e longo prazo do PMG ............................................................ 29

Tabela 8- Resultados de curto prazo por país do PMG ............................................................ 31

Tabela 9 -Análise descritiva por país ............................................................................................ 41

Tabela 10-Resultados do teste Im-Pesaran-Shin às raízes unitárias ......................................... 45

Tabela 11 – Resultados do número ótimo de lags para cada variável ..................................... 45

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VII

Índice de Figuras Figura 1- Taxa de crescimento do PIB por país da União europeia ........................................ 15

Figura 2 - Evolução das exportações e importações nos países da União Europeia ............ 15

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VIII

Abreviaturas usadas

UE – União Europeia

PMG - Pooled Mean Group

PIB - Produto Interno Bruto

R&D -Research and Development

VAR - Vector Auto Regression

FE- Fixed Effects

VECM - Vector Error Correction Model

GMM- Generalized Method of Moment

OLS- Ordinary Least Squares

DOLD- Dynamic Ordinary Least Squares

GPM- Gallons Per Minute

IDE – Investimento Direto Estrangeiro

ISCED - International Standard Classification of Education

FBCF – Formação Bruta de Capital Físico

ADF- Augmented Dickey-Fuller

MG – Mean Group

ARDL - Autoregressive distributed lag

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1

1. Introdução

Nas últimas décadas, a relação entre o comércio internacional e o crescimento económico

tem sido alvo de muitos estudos por parte de economistas que tentam desenvolver teorias

e mostrar evidências que interligam as duas variáveis, considerando diferentes países,

períodos temporais, modelos e variáveis.

Contudo, apesar do elevado número de trabalhos existentes, as conclusões não são

consistentes no que toca a capturar o impacto e a causalidade do comércio no crescimento

das economias (Sokolov-Mladenović, Milovančević, & Mladenović, 2017). A grande parte

dos estudos feitos para os diferentes países evidenciou uma relação positiva (ver, por

exemplo, (Arnold, Javorcik, & Mattoo, 2011; Bahmani-Oskooee & Economidou, 2009;

Herzer, 2013; Wacziarg & Welch, 2008), porém existem outros que mostram uma relação

insignificante ou até negativa (ver, por exemplo, Schularick & Solomou (2011)).

A razão por detrás destas conclusões contraditórias pode estar no facto de que estes

estudos foram realizados para países com caraterísticas diferentes e que por isso, apesar da

abertura do país facilitar a difusão tecnológica e as inovações, o benefício daqui retirado

dependerá, sempre, da sua capacidade de absorção, a qual está diretamente correlacionada

com outras variáveis como o capital humano disponível e a qualidade das instituições

nacionais (Lucas, 1988). Além disso, a escolha da metodologia também acaba por ter

grande peso na diversidade de resultados, já que nem todos os modelos aplicados são

capazes de ultrapassar certas barreiras das bases de dados (Herzer, 2013).

Tendo em conta a complexa ligação entre diferentes países e a contínua globalização,

é extremamente importante perceber a conjetura do comércio internacional atual (Zhang,

Wang, Liu, & Wang, 2016). A relação entre estas duas variáveis, comércio internacional e

crescimento económico, é algo que pesa severamente nas decisões políticas de todos os

países, quer na aplicação de instrumentos que influenciam os seus ganhos e crescimento –

tais como tarifas, subsídios – quer em potenciais perdas (Krugman, Obstfeld, & Melitz,

2012).

Neste sentido, a presente dissertação tem como objetivo principal avaliar e

quantificar o impacto do comércio internacional no crescimento económico, percebendo

assim se o comércio internacional influenciou de forma positiva, ou não, o crescimento

económico, nos países da União Europeia (UE). Apesar de a relação entre as variáveis ser

bastante debatida, até agora, esta relação não foi avaliada em todos os países da UE, sendo

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este o contributo desta investigação. Para isso, recorre-se a dados anuais, desde 1996 até

2017, e ao modelo PMG de forma a perceber esta relação. São aplicados três modelos, já

que além de serem utilizados dados do grau de abertura do país como proxy do comércio

internacional, como alternativa, também se usou dados das exportações e importações em

relação ao PIB.

Em linha com os trabalhos desenvolvidos por Chang & Mendy (2012), Balaguer,

Florica, & Ripolle (2015), Pradhan, Arvin, & Norman (2015) e Zahonogo (2017), foi

possível concluir que o comércio internacional gera crescimento económico na UE neste

período temporal, tanto no curto como no longo prazo. Contudo, existem outros fatores

essenciais no crescimento que devem ser acompanhados com as políticas de abertura

comercial, como é o caso da estabilidade política e financeira, capital humano e físico e

desenvolvimento tecnológico, o mesmo foi revelado por outros autores (Anyanwu, 2014;

Chirwa & Odhiambo, 2016; Daumal & Ozyurt, 2011; Kim, Lin, & Suen, 2016; Zahonogo,

2017).

O presente trabalho encontra-se estruturado em cinco secções: na secção 2 é feita

uma revisão de literatura sobre o tema, onde são apresentadas as principais teorias que

explicam o crescimento económico e o comércio internacional, assim como as principais

conclusões de estudos empíricos realizados para outros países. Na seção 3, está a

apresentação os dados recolhidos e a sua análise descritiva. Na secção 4, é descrita a

metodologia usada. E por fim, na secção 5, são apresentadas as conclusões, limitações e

sugestões de investigação futura.

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2. Revisão de literatura existente

A relação entre comércio internacional e crescimento económico tem sido alvo de muitos

debates, sendo que ao longo dos últimos dois séculos, procurou-se desenvolver

argumentos lógicos para justificar as políticas de comércio e o crescimento económico.

Contudo, a tendência dominante era estudar estes dois tópicos separadamente.

Mesmo seguindo caminhos paralelos, as primeiras teorias explicativas dos dois temas

foram o suporte para outras, mais recentes, que os relacionam e que evidenciam uma

ligação direta entre comércio internacional e crescimento económico, como é o caso da

teoria do crescimento endógeno que emergiu nos anos 80 com Romer (1986) e Lucas

(1988). Porém, nem os modelos teóricos existentes nem as análises empíricas, conseguiram

obter resultados irrevogáveis.

2.1. Teorias clássicas e neoclássica do comércio internacional

As duas teorias primordiais foram propostas por Adam Smith e por David Ricardo, com a

explicação das vantagens absolutas e comparativas, respetivamente.

Smith (1776) profere que um país deve especializar-se na produção de produtos para

os quais tem vantagem absoluta e então exportá-los (importando os outros produtos). A

maior limitação deste modelo é que se um dado país for ineficiente na produção de todos

os bens não poderia entrar no comércio internacional, o mesmo aconteceria para um país

que fosse mais eficiente.

Posteriormente, Ricardo (1891) veio sustentar que um país tem vantagem

comparativa na produção do(s) bem(ns) se o custo de oportunidade de produção, em

termos de outros, for menor do que em outros países. E assim, desde que a razão de troca

internacional estivesse entre as razões de troca de autarcia, globalmente todos os países

ganhariam, apesar da repartição dos ganhos poder ser não equitativa.

Já no início do século 20, surgiram as pesquisas de Heckscher (1949) e Ohlin (1935)

que revelam que o trabalho não é o único fator de produção, tem-se desta forma a

incorporação do fator capital na função de produção e, para além disto, tem-se também em

conta o facto de ambos os fatores existirem com dotações diferentes em países distintos.

Para os autores, os padrões de comércio são determinados por estas diferenças de dotação

de fatores, ou seja, um país tem vantagem comparativa na produção de produtos que usam

intensivamente fatores de produção/recursos que o país tem em abundância.

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Em sequência deste trabalho, surgiram nomeadamente os teoremas de Samuelson

(1948, 1949) – o comércio aproxima os preços dos fatores –, e de Rybczynski (1955)– que

faz o vínculo entre o comércio internacional e o crescimento económico. Para este autor, o

aumento da oferta de um fator conduz ao aumento mais que proporcional da produção do

bem que o utiliza intensivamente, e à redução da produção do outro bem (Krugman et al.,

2012).

2.2. Crescimento clássico, neoclássico e endógeno

2.2.1. Teoria clássica e neoclássica

Apesar de desatualizada, por considerar a terra como único fator de produção, a teoria

Malthusiana deve também ser aqui mencionada já que foi a primeira a tentar explicar o

crescimento económico. Muito simplificadamente, era uma doutrina de recursos naturais e

não de tecnologia, na qual Malthus defendia que havia um limite máximo de crescimento,

imposto pelos limites do fator produção terra, influenciando o crescimento populacional

(Malthus, 1986).

Já em meados da década de 1950, a explicação do crescimento tornou-se cada vez

mais dominada pelas teorias neoclássicas que combinavam a teoria da alocação de recursos

com a teoria da economia em expansão (Dutt, 2017). Inicialmente, foi desenvolvida por

Solow (1956), explicando como a poupança e o progresso tecnológico (exógeno)

influenciam a taxa de crescimento do produto ao longo do tempo. Como pressupostos

assume uma economia fechada e sem governo, onde a população e a poupança têm um

crescimento exógeno e constante. Considera dois fatores de produção, capital e trabalho e

não apenas a terra como Malthus.

Este modelo foi contruído com base em duas equações essenciais: uma função de

produção, com rendimentos constantes à escala, e uma função de acumulação de capital.

Dados estes pressupostos, o autor mostra que existe um ponto de equilíbrio de longo

prazo da economia, o steady-state, que é atingido, independentemente das condições iniciais.

Neste ponto, a economia está em equilíbrio entre stock de capital e crescimento da mão-de-

obra e, a menos que aconteça algum choque exógeno, é estável.

Segundo o autor, quanto menor o nível inicial do PIB per capita, em relação à

posição de longo prazo, mais rápida será a taxa de crescimento - convergência condicional.

Também mostra que economias que têm menos capital por trabalhador (em relação ao seu

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capital de longo prazo por trabalhador) tendem a ter taxas de rendimento e crescimento

mais altas (Barro & Sala-i-Martin, 2004).

Mas, neste paradigma, o impacto do comércio na taxa de crescimento de longo prazo

apenas pode ocorrer através do progresso tecnológico ou crescimento da força de trabalho,

ambos considerados exógenos, visto que o autor não explora as suas determinantes.

2.2.2. Crescimento endógeno

Já no final dos anos 80, surgiram as teorias do crescimento endógeno, cuja principal

diferença em relação à teoria neoclássica é a função/papel da tecnologia. Esta nova escola

de pensamento explica o progresso tecnológico com base em várias vertentes, como o

capital tangível, o capital humano e/ou os gastos em R&D. Sendo que “a principal

implicação da teoria do crescimento endógeno é que as políticas que induzem o comércio

internacional, a concorrência, a mudança e/ou a inovação promoverão o crescimento

económico” (Belloumi, 2014 p.272).

Desta forma, há uma recuperação da tradição clássica, que tinha sido interrompida

com a separação neoclássica entre essas duas áreas da teoria.

Aqui é essencial referir o trabalho de Lucas (1988), que adaptou o trabalho de Solow

através da introdução do capital humano e do learning-by-doing, com o intuito de obter uma

explicação teórica para diferenças entre países nos níveis de rendimento e nas taxas de

crescimento. De forma sucinta, defende que o comércio internacional é um fator de

crescimento, por possibilitar a integração de economias com diferentes níveis de capital

humano e considera que o learning-by-doing é tão importante como a escolarização para a

obtenção de capital humano.

Além do capital humano, Lucas (1988) também incorporou as vantagens

comparativas. No seu modelo oferece a possibilidade de existirem diferentes rácios de

crescimento entre países devido a diferenças que não estão relacionadas com níveis de

rendimento. Aqui ao contrário do modelo anterior de Solow, o progresso tecnológico não

é exógeno, mas sim explicado pela influência das vantagens comparativas dos diferentes

países – mostrando que estes podem beneficiar com o comércio internacional.

Na perspetiva do autor, cada país produz bens para os quais a sua dotação de capital

humano opera melhor, sendo que as suas capacidades acumulativas, por fazerem

repetidamente dada tarefa, intensificam a sua vantagem comparativa. Assumindo que um

país se encontra em autarcia, eventualmente conseguirá especializa-se num dado bem, que

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o levaria a atingir vantagem comparativa em comércio livre. Contudo, como está fechado

para o resto do mundo, não lhe servirá nenhum propósito. A abertura comercial permitir-

lhe-ia obter mais proveitos.

Além de Lucas (1988), também Romer (1986) derrubou dois pressupostos centrais

do modelo neoclássico: as alterações tecnológicas serem exógenas e que as mesmas

oportunidades tecnológicas estão disponíveis em todos os países do mundo. O seu modelo

assenta em três pilares essenciais: rendimentos crescentes na produção de bens,

externalidades e retornos decrescentes na produção de novos conhecimentos.

Ao assumir rendimentos marginais crescentes, e não decrescentes como Solow,

Romer (1986) mostra que, em equilíbrio, a produção per capita pode crescer sem limite,

possivelmente a uma taxa que está a aumentar com o tempo. Assim, o nível de produção

per capita em diferentes países não precisa de convergir, o crescimento pode ser

persistentemente mais lento nos países menos desenvolvidos e pode até mesmo não

ocorrer.

Aqui o investimento no conhecimento sugere uma externalidade natural, ou seja,

“evoca que a criação de novos conhecimentos por uma empresa tenha um efeito externo

positivo sobre as possibilidades de produção de outras empresas, porque o conhecimento

não pode ser perfeitamente patenteado ou mantido em segredo” (Romer, 1986, pp. 1003).

E a produção de bens de consumo em função do stock de conhecimento e de outros inputs

apresenta rendimentos crescentes.

Também Grossman & Helpman (1990) desenvolveram um modelo dinâmico de

comércio e crescimento com dois países, de forma a perceber o papel que o ambiente de

comércio externo e as políticas comerciais desempenham na determinação das taxas de

crescimento de longo prazo. Consideram que a inovação é a base do crescimento.

Sublinham que o comércio externo favorece a difusão e que as economias abertas

conseguem alcançar uma base mais amplificada de conhecimentos tecnológicos. E isto

permite-lhes reduzir os custos de desenvolvimento de produtos e ainda introduzir mais

rapidamente novas variedades de bens (Afonso, 1999).

2.3. Estudos empíricos

Os estudos empíricos existentes, usando técnicas econométricas, são maioritariamente pós

anos 60 e acomodam sobretudo pontos de vista associados à teoria neoclássica e ao

crescimento endógeno.

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Como se pode constatar pela Tabela 1 abaixo, existe uma volumosa literatura que

procurou abordar a relação empírica entre comércio internacional e crescimento das

economias, cobrindo diversos aspetos dessa ligação em diferentes países (ou grupos de

países). Sendo que a maioria dos estudos concentra-se em países em desenvolvimento (ver

por exemplo, Chang & Mendy, 2012; Daumal & Ozyurt, 2011; Gries, Kraft, & Meierrieks,

2009; Tekin, 2012), mas existem também alguns trabalhos focados nos países

industrializados (ver por exemplo, Balaguer, Florica, & Ripolle, 2015; Pistoresi & Rinaldi,

2012). Além dos países alvo destes estudos serem diversos, também são analisados

diferentes períodos temporais e recorre-se a metodologias distintas.

Tabela 1- Sumário de estudos realizados para diferentes países e períodos temporais

Categoria Estudo Países Período Modelo (e variáveis proxy usadas)

(1) Awokuse (2008) Argentina, Colômbia e

Peru 1988–2013

VAR

(PIB; exportações; importações)

(1)

Gries, Kraft, &

Meierrieks

(2009)

16 países subsarianos 1964-2004

VAR

(PIB; soma das exportações com as

importações sobre o PIB)

(1)

Jenkıns &

Katırcıoglu

(2010)

Chipre 1960–2005 VECM

(PIB; importações e exportações)

(1) Daumal &

Ozyurt (2011) Brasil 1989-2002

GMM

(PIB; soma das exportações com as

importações sobre o PIB)

(1)

Hassan,

Sanchez, & Yu

(2011)

País de baixo, médio e

alto rendimento

classificados pelo World

Bank

1980–2007

VAR

(PIB; soma das exportações com as

importações sobre o PIB)

(1) Tekin (2012) Países menos

desenvolvidos 1970-2009

VAR

(PIB; exportações; IDE)

(1) Shahbaz (2012) Paquistão 1971–2011

VECM

(PIB; exportações; importações; soma das

exportações com as importações)

(1) Chang & Mendy

(2012) 36 países africanos 1980 -2012

FE

(PIB; IDE; exportações; importações)

(1)

Balaguer,

Florica, &

Ripolle (2015)

Espanha 1900–2012 VECM (PIB; exportações e importações)

(1) Pradhan, Arvin,

& Norman Índia

Era dos

1990

VECM

(índice de produção industrial; exportações

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(2015) sobre o PIB; importações sobre o PIB;

soma das exportações com as importações

sobre o PIB)

(1) Zahonogo

(2017) 42 países subsarianos 1980-2012.

PMG

(PIB; exportações sobre o PIB;

importações sobre o PIB; soma das

exportações com as importações sobre o

PIB)

(2) Pistoresi &

Rinaldi (2012) Itália 1863-2004

VECM

(PIB; exportações sobre o PIB;

importações sobre o PIB; soma das

exportações com as importações sobre o

PIB)

(2) Herzer (2013) Países de todo o mundo 1960–2008

DOLS

(PIB; soma das exportações com as

importações sobre o PIB)

(2) Anyanwu (2014) Países de África 1980-2010

Pooled OLS; GMM

(PIB; exportações sobre o PIB;

importações sobre o PIB; soma das

exportações com as importações sobre o

PIB)

(2) Belloumi (2014) Tunísia 1970-2008

Causalidade de Granger

(PIB; IDE; soma das exportações com as

importações sobre o PIB )

(3) Adhikary (2011) Bangladesh 1986-2008

VECM

(soma das exportações com as

importações sobre o PIB)

Fonte: Elaboração própria

Apesar de grande parte das análises usar valores do PIB (Produto Interno Bruto)

para medir o crescimento económico, as variáveis utilizadas como proxy do comércio

internacional variam de autor para autor. Há autores que consideram apenas as exportações

(ver, por exemplo, Tekin, 2012), outros as exportações e importações separadamente (ver,

por exemplo, Chang & Mendy (2012)) e outros a soma das exportações e importações em

relação ao PIB (ver, por exemplo, Shahbaz, 2012; Pradhan, Arvin, & Norman, 2015).

Em muitas destas investigações também se procurou perceber a causalidade da

relação entre ambas as variáveis, isto é, tenta-se testar se é o comércio internacional que

conduz ao crescimento (Gries, Kraft, & Meierrieks, 2009; Pistoresi & Rinaldi, 2012), ou se

é o crescimento económico que leva ao comércio internacional (Shahbaz, 2012), ou se

ambos (Awokuse, 2008).

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Embora exista uma ampla literatura empírica sobre a relação do comércio

internacional e do crescimento económico, os resultados existentes variam e até por vezes

estão em conflito. Podemos dividi-los em três categorias: (1) o comércio internacional tem

uma influência positiva no crescimento económico, (2) o comércio internacional não tem

influência no crescimento económico e (3) o comércio internacional tem uma influência

negativa no crescimento económico.

(1) O comércio internacional afeta positivamente o crescimento económico

Grande parte dos estudos enquadram-se na categoria 1, pois evidenciam uma relação

positiva entre ambas as vertentes.

Awokuse (2008) usou as importações e as exportações face ao PIB como indicador

de abertura comercial da Argentina, da Colômbia e do Peru, utilizando dados de séries

temporais e recorre ao modelo VAR (Vector Auto Regression). Segundo o autor, as

exportações podem ser vistas como um condutor chave para o crescimento de três formas:

• a procura externa gera mais produção interna o que leva a um aumento do emprego e

do rendimento do setor do bem exportado; por outro lado,

• permite uma alocação mais eficiente de recursos, melhor utilização da capacidade,

economias de escala externas à empresa e à melhoria da tecnologia dada a maior

competitividade; e

• as exportações podem aumentar as importações de bens intermédios, que aumentam a

formação de capital e, assim, estimulam o crescimento da produção. Contudo, apesar de

evidenciar que as exportações conduziram ao crescimento económico, mostra que a

influência das importações é ainda mais forte nestes países. A principal razão é que as

importações permitem obter os inputs para a produção e possibilitam o acesso ao R&D

estrangeiro (Balaguer et al., 2015).

Zahonogo (2017) recolheu dados de países africanos no período 1980-2012, e usou

três proxies de abertura comercial: importações, exportações, ambas relativamente ao PIB e

a soma das importações e exportações relativamente ao PIB. Os seus resultados obtidos do

modelo PMG apontam para a presença da Laffer Trade Curve (U-invertido), confirmando

que a abertura comercial tem um impacto positivo e significante no crescimento destes

países, todavia afirma que há um limite após o qual este efeito começa a diminuir. O que

sugere, segundo o autor, que os efeitos não são automáticos e que diferem de acordo com

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10

o nível de abertura. Aplicado também a países de África, com a mesma conclusão também

existem os trabalhos de Gries, Kraft, & Meierrieks (2009) e de Chang & Mendy (2012).

Também há evidências de que a abertura comercial promove o crescimento

económico no Paquistão entre 1971 e 2011 na análise de Shahbaz (2012), para a qual se

utilizou o modelo VECM (Vector Error Correction Model), com o logaritmo do PIB per capita,

as exportações e as importações em percentagem do PIB. Contudo, o autor refere que

embora a abertura comercial no Paquistão tenha um impacto positivo no crescimento a

longo prazo, para que o comércio tenha de facto um efeito positivo, o país deve focar-se

no desenvolvimento financeiro e em formação de capital. Também com o modelo VECM

e com as mesmas variáveis, o estudo de Pradhan, Arvin, & Norman (2015) para a Índia,

nos anos 90, mostra que há uma relação positiva. Assim como o de Wacziarg & Welch

(2008), aplicado a países dos diferentes continentes nos anos 90.

Daumal & Ozyurt (2011) exploraram a relação utilizando os dados de vinte e seis

estados brasileiros. Concluíram que existe também um efeito positivo. Porém acrescentam

que há um maior impacto nos estados mais industrializados, com mais capital humano.

Igualmente, Jenkıns & Katırcıoglu (2010), mas com dados do Chipre entre 1960 e

2005, mostram que existe uma relação positiva.

Este consenso nos resultados baseia-se no pressuposto de que o comércio cria

incentivos económicos que impulsionam a produtividade através de duas dinâmicas: no

curto prazo, o comércio reduz a má utilização de recursos; e a longo prazo, facilita a

transferência do desenvolvimento tecnológico. Além disso, a liberalização do comércio

também pode forçar os governos a reestruturar os seus programas sob a pressão da

concorrência internacional, potenciando assim o crescimento (Belloumi, 2014; Rajan &

Zingales, 2003). E possibilita ainda que o país se diversifique e fique mais resiliente a

choques externos (Karam & Zaki, 2015).

Também conforme Karam & Zaki (2015), a restrição do comércio pode reduzir as

oportunidades comerciais, aumentar o custo das matérias primas e limitar as oportunidades

laborais. É também provável que limite as escolhas dos consumidores, tendo assim um

efeito prejudicial no seu bem-estar.

(2) O comércio internacional não afeta o crescimento económico

Outros estudos evidenciam que a abertura comercial não teve um efeito positivo e

significante no crescimento de certos países. Como é o caso dos resultados do modelo

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aplicado por Anyanwu (2014), no período de 1996- 2010, nos países de África. O autor

destaca a importância das instituições, das poupanças e investimentos domésticos e do

investimento em inovação.

Pistoresi & Rinaldi (2012) evidenciaram em Itália, com o VECM, uma relação muito

fraca, o que sugere que as exportações não foram o único ou o principal impulsionador do

crescimento económico, como altas taxas de formação de capital e a expansão da procura

interna. Também Herzer (2013), que conclui que o comércio tem um efeito

estatisticamente significante, mas muito baixo, revelando também que existe

heterogeneidade nos efeitos consoante os países, sendo que os efeitos do comércio tendem

a ser superiores nos países com um nível de educação mais elevado, com instituições de

maior qualidade e maiores níveis de desenvolvimento. Belloumi (2014) através do seu

modelo mostra que não existe nenhuma relação de causalidade entre comércio

internacional e crescimento na Tunísia de 1970 a 2008, reforçando a ideia de que o

comercio internacional não é suficiente.

Particularmente para os países em desenvolvimento, a falta de investimento em

capital humano e de um sistema financeiro que funcione bem pode dificultar o crescimento

esperado da liberalização do comércio por meio da inovação tecnológica. Para esses países,

Kim & Lin (2009) sugerem então uma proteção seletiva.

(3) o comércio internacional afeta negativamente o crescimento económico

Ao contrário dos estudos anteriores, Adhikary (2011) investigou a relação entre o

crescimento económico e o comércio, incorporando também o IDE (investimento direto

estrangeiro), para o Bangladesh de 1986 a 2008. Os seus resultados mostram a abertura

comercial impede o crescimento económico, enquanto o IDE e a formação de capital têm

impacto positivo sobre o crescimento económico.

A abertura ao comércio pode reduzir o crescimento de longo prazo se a economia se

especializar em setores com desvantagem comparativa. Para essas economias, a proteção

seletiva pode promover avanços tecnológicos mais rápidos (Redding, 1999). Também no

caso dos países menos desenvolvidos isto pode acontecer já que, devido às restrições

tecnológicas e/ou financeiras, estes não têm a capacidade exigida para concorrer com

países mais desenvolvidos (Zahonogo, 2017).

Em suma, pode afirmar-se que a relação comércio internacional – crescimento

económico é sem dúvida complexa. Apesar de existirem argumentos e conclusões tanto

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favoráveis como contrárias, como vimos acima, a natureza das ligações entre o crescimento

económico e comércio internacional ainda é uma área importante de pesquisa para as

decisões políticas dos diferentes países (Bhattacharya & Bhattacharya, 2016).

É necessário ter em conta que, apesar de grande parte da literatura concordar que a

abertura está, de facto, positivamente relacionada com crescimento, nem todas as reformas

comerciais foram tão bem-sucedidas quanto o previsto porque os benefícios do comércio

não são automáticos e dependem se a força da vantagem comparativa orienta os recursos

da economia para atividades que geram crescimento de longo prazo ou se se afastam de tais

atividades. Sendo que políticas, como as medidas destinadas a promover a estabilidade

macroeconómica e um clima de investimento favorável, devem acompanhar a abertura

comercial (Zahonogo, 2017).

Além disso, apesar de a abertura comercial facilitar a difusão da tecnologia, o R&D e

as inovações, tudo depende da capacidade de absorção do país, que será determinada por

vários fatores específicos a cada país, tais como o volume de capital humano, qualidade

institucional e o desenvolvimento financeiro (ver, por exemplo, Anyanwu, 2014; Chirwa &

Odhiambo, 2016; Daumal & Ozyurt, 2011; Kim, Lin, & Suen, 2016; Zahonogo, 2017).

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3. Dados e definição de variáveis

De forma a analisar a relação entre o comércio internacional e o crescimento económico

para os 28 países da UE foram recolhidos dados disponíveis nos sites do Eurostat, do World

Bank e do Pordata para um período compreendido entre 1996 e 2017, sendo que todas as

variáveis usadas têm periocidade anual, encontrando-se na Tabela 2 o sumário dos dados

recolhidos.

Tabela 2- Descrição das variáveis recolhidas

Variável Fonte Descrição

Relação

esperada com

crescimento

económico

Crescimento

económico World

Bank Taxa de crescimento do PIB

Exportações World

Bank Exportações em % do PIB (+)

Grau de abertura World

Bank

Rácio entre soma de exportações e importações em %

do PIB (+)

Importações World

Bank Importações em % do PIB (+)

Logaritmo do PIB

(-1) World

Bank Logaritmo do PIB no ano anterior (-)

Inflação World

Bank Inflação (preços do consumidor - % anual) (-)

Capital humano Pordata População que completou pelo menos o ensino

secundário (ISCED 3 ou mais) em % da população entre os 25 e os 64 anos

(+)

Formação bruta de

capital fixo Pordata

Formação bruta de capital fixo (em % do PIB), inclui compra de máquinas e esquipamentos; e a construção

de estradas, ferrovias e afins, incluindo escolas, escritórios, hospitais, residências privadas e prédios

comerciais/ industriais

(+)

Desenvolvimento

financeiro World

Bank Poupança interna bruta (em % do PIB) (+)

Qualidade

institucional World

Bank

Eficácia governamental que capta as perceções da qualidade dos serviços públicos, a qualidade do serviço

civil e o grau de sua independência das pressões políticas, a qualidade da formulação e implementação

de políticas e a credibilidade do compromisso do governo com tais políticas.

Corresponde a uma estimativa em unidades de uma distribuição normal padrão, variando de -2,5 a 2,5, em que -2,5 representa baixa qualidade institucional e 2,5

alta qualidade.

(+)

Fonte: Elaboração própria

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3.1. Variáveis de crescimento e comércio internacional

Tendo por base a análise de estudos anteriores, pode-se concluir que as proxis mais

recorrentes para o crescimento económico são o PIB per capita ou a sua taxa de crescimento

e, para representar o comércio internacional, é usual o uso do grau de abertura comercial

(como soma das exportações e importações dividida pelo PIB), das exportações e/ou das

importações (Belloumi, 2014; Hassan, Sanchez, & Yu, 2011; Lee, 2010; Pradhan et al.,

2015). De tal forma, nesta investigação adotou-se essas mesmas variáveis.

Numa fase inicial, optou-se por atentar a evolução ao longo do período em análise da

taxa de crescimento do PIB dos 28 países da UE, assim como das exportações e

importações, em percentagem do PIB.

É possível observar alguma divergência no que toca à taxa de crescimento do PIB

entre os diferentes países, tal como evidenciado na Figura 1, sendo que para alguns

manteve-se mais ou menos estável (como, por exemplo, na Áustria e na Bélgica) e para

outros apresentou oscilações significativas (como, por exemplo, na Letónia e na Lituânia).

Tal como dito anteriormente, isto dever-se-á ao facto de nem todos os países terem

aderido à UE na mesma altura, os países de leste apenas aderiram em 2004 e, por isso,

sofrerem do cath-up effect.

Relativamente à evolução das exportações e importações nestes países (Figura 2)

verifica-se que ambas as variáveis apresentam uma evolução estável e conjunta ao longo do

tempo, sem grandes oscilações, à exceção de Luxemburgo e de Malta, sendo que o

primeiro é o país onde se verifica uma maior diferença entre as importações e as

exportações, sendo estas últimas sempre superiores. De notar que existem países em que as

exportações são superiores às importações (como é o caso da Irlanda, do Luxemburgo e da

Holanda) e outros em que se verifica o contrário (por exemplo, Grécia, Hungria, Letónia,

Portugal e Roménia).

Conferimos assim que, à primeira vista, apesar de muitas vezes a UE ser vista como

um todo mais ou menos homogéneo, os países que a incorporam são bastante diferentes

no comércio internacional e que crescem a taxas muito díspares. Observa-se que a taxa de

crescimento do PIB decresce drasticamente em quase todos os países durante a crise global

de 2008-2010, tal como seria de esperar. Apesar disso, é esperada uma relação de longo

prazo positiva entre a taxa de crescimento do PIB e o logaritmo do grau de abertura, das

exportações e das em importações, uma vez que grande parte dos estudos aponta nesta

direção.

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Figura 1- Taxa de crescimento do PIB por país da União europeia

Figura 2 - Evolução das exportações e importações nos países da União Europeia

Fonte: Elaboração própria com base nos dados recolhidos do World Bank (resultados obtidos a partir do STATA)

Fonte: Elaboração própria com base nos dados recolhidos do World Bank (resultados obtidos a partir do

STATA

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Note-se que para a aplicação do modelo, usou-se logaritmo das variáveis

representantes do comércio internacional, seguindo Zahonogo (2017).

3.2. Variáveis de controlo

Como já foi exposto, o comércio internacional por si só pode não ser suficiente para

potenciar crescimento económico. Os seus efeitos na economia vão depender muito de

fatores específicos de cada país, pelo que é imperativo completar esta investigação com

variáveis de controlo, de forma a obter uma análise mais completa.

Como vimos na revisão de literatura, segundo a teoria clássica, a produtividade do

trabalho é considerada um fator exógeno e o efeito benéfico de fatores como: a educação e

a inovação (elementos do capital humano); o comércio internacional e a estabilidade

política sobre o potencial crescimento da produtividade não é levado em consideração.

Porém, mais tarde, percebeu-se que esta linha de pensamento não era completa e passaram

a ser tidos em conta esses aspetos no crescimento económico de longo prazo (Pelinescu,

2015).

O capital humano foi definido por Schultz (1961) e Becker (1962) como o conjunto de

conhecimentos e competências que são adquiridas ao longo do tempo por meio de

educação e /ou experiência. Este é muitas vezes identificado como um determinante de

crescimento económico, tendo um papel muito importante no progresso tecnológico dos

países. A razão principal prende-se com o facto de que os indivíduos com níveis de

educação mais altos são mais produtivos e inovadores e, por isso, levam à criação de novos

e melhores produtos (Romer, 1994). De tal forma, a educação tem sido a proxy de capital

humano mais frequentemente usada em estudos empíricos. Assim, seguindo a tendência da

literatura, recolheram-se dados da percentagem da população com o ensino secundário

entre os 25 e os 64 anos, esperando-se que esta variável tenha uma relação positiva com o

PIB per capita, tal como se observa em outros trabalhos (Nowak & Dahal, 2016; Ogundari

& Awokuse, 2018; Zahonogo, 2017).

Também foi referenciado em alguns testes empíricos que o desenvolvimento

tecnológico pode ser um fator chave na justificação para que o comércio internacional não

apresente impacto positivo no crescimento de certos países. Segundo alguns autores, os

países menos desenvolvidos não têm a capacidade tecnológica exigida para concorrer com

os desenvolvidos (Herzer, 2013; D. Kim & Lin, 2009; Zahonogo, 2017). De forma a

representar esta ótica, foram recolhidos dados da formação bruta de capital fixo (em % do

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PIB), inclui compra de máquinas e equipamentos; e a construção de estradas, ferrovias e

afins, incluindo escolas, escritórios, hospitais, residências privadas e prédios comerciais/

industriais.

A qualidade das instituições desempenha, do mesmo modo, um papel muito relevante

no fornecimento de informações importantes às empresas para as decisões de

investimento, gerando relações de confiança com o país e, assim, contribuindo para o

crescimento económico. Desta forma, esta vertente foi representada por uma estimativa

em unidades de uma distribuição normal padrão, variando de -2,5 (baixa qualidade

institucional) a 2,5 (alta qualidade institucional), que capta as perceções da qualidade dos

serviços públicos, a qualidade do serviço civil e o grau de sua independência das pressões

políticas, a qualidade da formulação e implementação de políticas e a credibilidade do

compromisso do governo com tais políticas.

Além da qualidade das instituições, também o desenvolvimento financeiro de cada país

é crucial na construção de relações de confiança dentro e fora do país e, como proxy para

esta variável foram usados valores da poupança interna bruta em percentagem do PIB,

seguindo a escolha de Hassan et al. (2011).

Igualmente é necessário ter em conta alguns aspetos macroeconómicos. Para isso

recolheu-se dados da inflação, esperando-se que no longo prazo haja uma relação negativa,

pois a inflação pode diminuir a competitividade internacional e, consequentemente, a

exportação. No longo passo, isso pode afetar negativamente a dinâmica de uma dada

economia. Contudo, no curto prazo, é difícil prever, já que esta tende a ser específica do

país e depende das principais características dos processos inflacionários, como o nível de

inflação, sua variabilidade ou a principais fontes de pressão inflacionária (Mihaela, Kornélia,

Gabriela, Kamil, & P, 2017).

Como os países se encontram em steady states diferentes e, por isso, o crescimento

económico nos países mais ricos é mais lento que nos mais pobres, de forma a controlar a

convergência, optou-se por usar como variável explicativa o logaritmo do PIB relativo ao

ano anterior, tal como fez Zahonogo (2017). É esperado um coeficiente com sinal negativo

para esta variável.

3.3. Análise e fonte de dados

Previamente, começou-se por fazer uma breve análise descritiva de todos os dados

recolhidos através do STATA, sumariada na Tabela 3 abaixo (a análise por país encontra-se

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na Tabela 9 em anexos), sendo que estes se encontram num painel fortemente equilibrado

(strongly balanced), segundo este software. É de realçar que algumas variáveis apresentam

menos observações pois não existem dados para os primeiros anos da amostra em

determinados países analisados.

Tabela 3- Sumário das estatísticas das variáveis

Média Desvio padrão Mínimo Máximo Observações

CRESPIB 2.655 3.477 -14.814 25.117 N=616

T=22

LOGPIB (-1) 11.282 0.699 9.784 12.595 N=616

T=22

LNGA 4.588 0.478 3.624 6.032 N=644

T=22

LNEXP 3.888 0.512 2.659 5.415 N=644

T=22

LNIMP 3.896 0.456 2.956 5.255 N=644

T=22

FBCF 22.292 4.084 4.500 37.300 N=616

T=22

EDU 71.904 16.696 17.800 94.800 N=578

T=21

GOV 1.141 0.633 -0.569 2.354 N=616

T=22

INFLA 5.362 43.490 -4.478 1058.374 N=532

T=19

DFIN 24.124 7.856 8.331 55.975 N=616

T=22

Fonte: Elaboração própria com base nos dados recolhidos

Verifica-se que a taxa de crescimento do PIB (CRESPIB) nos países em análise

oscilou entre cerca de -15% e 25%, apresentando uma taxa de crescimento média positiva

de 2,7%. Isto torna-se o reflexo do período temporal utilizado, visto que no início do

período temporal considerado para esta investigação alguns países ainda não pertenciam à

UE, apenas aderiram mais tarde. O logaritmo do PIB relativo ao ano anterior (LOGPIB(-

1)) apresenta um desvio padrão baixo e uma média de 11%. No que toca à média do

logaritmo das exportações (LNEXP) e importações (LNIMP), esta é muito semelhante e

ronda os 4%. Sendo esta superior no logaritmo do grau da abertura (LNGA), que tem em

conta as duas anteriores, 4,6%.

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A inflação (INFLA) é a variável que apresenta um desvio padrão superior, com

valores máximos a rondar os 1058%, na Bulgária em 1997. Contudo, o seu valor médio é

de 5%. Mais uma vez é importante ter em consideração o período temporal utilizado e, o

facto de nem todos os países serem aderentes da União Monetária, o que influencia o valor

médio desta variável, visto que o target para o Banco Central Europeu é de 2%. Além da

inflação, a educação (EDU) também exibe um desvio padrão elevado, já que existe um

grande contraste: há países em que grande parte da população completou pelo menos o

ensino secundário, principalmente nos últimos anos da análise; contudo, existem períodos

em alguns países em que apenas cerca de 20% da população completou o secundário. Ao

longo dos 23 anos em análise os três países que apresentam uma média mais elevada da

percentagem da população que frequentou pelo menos o secundário são a Suécia (80%), a

Alemanha (80%) e a Dinamarca (79%), enquanto que a Malta (25%), Portugal (30%) e

Espanha (47%) têm os valores mais baixos, sendo que os valores mais elevados são

referentes aos anos mais recentes, como seria de esperar.

A formação bruta de capital fixo (FBCF) apresenta um valor médio entre os 28

países de 22%, cujo máximo é de 37%, em 2008 na Roménia, e o mínimo é de 5%, em

1996 na Bulgária. Ao longo dos 23 anos os três países com maior média são a Republica

Checa (28%), a Estónia (28%) e a Eslováquia (26%). Os valores médios mais baixos

pertencem à Grécia (20%), a Itália (20%) e ao Reino Unido (17%).

Estes dados permitem pressupor que existe uma grande discrepância entre os países

da UE no que toca ao investimento de vias de comunicação, edifícios públicos, como

escolas e hospitais, e até incentivo de desenvolvimento de indústrias. Isto poderá trazer

consequências a nível do crescimento económico, visto que não existem infraestruturas

capazes de proporcionar as condições adequadas à população para enredar em atividades

de inovação e condições de trabalho adequadas. Contudo, note-se que, esta divergência

tem vindo a diminuir ao longo dos anos em análise.

Para representar o desenvolvimento financeiro (DFIN), a variável escolhida foi a

poupança interna bruta em relação ao PIB, que tem como valor máximo 55% (na Irlanda

em 2017) e mínimo 8% (em 2011 na Grécia), mais uma vez podemos verificar que também

aqui existe uma grande disparidade entre membros.

No que toca à eficácia governamental (GOV), que tem em conta a implementação de

políticas e credibilidade do governo, verifica-se que alguns países apresentam valores de

estimativa negativos, como é o caso da Bulgária e da Roménia, sendo que a última

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apresenta valores negativos em todo o período em análise. Todos os outros países

apresentam sempre valores positivos. Esta variável tem bastante importância, pois tal como

referido no capítulo 2 a qualidade das instituições têm um grande impacto no crescimento

económico.

De seguida, estudou-se a correlação entre as demais variáveis (Tabela 4). Como seria

se esperar o logaritmo do grau de abertura, das exportações e das importações apresentam

uma correlação positiva com o crescimento do PIB, sendo um indício da relação positiva

das 3 variáveis com o crescimento económico. O mesmo acontece com a formação bruta

de capital fixo e com o desenvolvimento financeiro, pois mais investimento ajuda os países

na sua capacidade produtiva e capacidade de competitividade externa. Por outro lado, a

inflação expõe uma relação negativa com o crescimento, o que também não gera surpresas.

Tabela 4- Correlações entre variáveis

CR

ESP

IB

LOG

PIB

(-1)

LNG

A

LNE

XP

LNIM

P

FBC

F

ED

U

GO

V

INFL

A

DFI

N

CRESPIB 1

LOGPIB(-1) -0.190 1

LNGA 0.186 -0.604 1

LNEXP 0.162 -0.536 0.991 1

LNIMP 0.206 -0.664 0.990 0.962 1

FBCF 0.258 -0.163 -0.030 -0.082 0.024 1

EDU -0.030 -0.038 0.076 0.095 0.056 0.122 1

GOV -0.128 0.444 -0.031 0.051 -0.117 -0.149 0.006 1

INFLA -0.028 -0.105 -0.112 -0.142 -0.079 0.101 -0.075 -0.314 1

DFIN 0.067 0.081 0.390 0.451 0.317 0.187 0.148 0.466 -0.146 1

Fonte: Cálculo próprio a partir do STATA com base nos dados recolhidos

Contudo, no caso da relação da educação com o crescimento do PIB, era espectável

que esta fosse positiva, já que quanto maior o nível de escolaridade for, melhores serão as

condições que terá o país para conseguir inovar e, consequentemente, conseguir crescer a

nível económico. Outro aspeto curioso é a correlação da formação bruta de capital fixo

com o comércio internacional, pois verificamos que é negativa com o grau de abertura.

Sendo apenas positiva com as importações. Ou seja, parece que quanto mais um país

investe em equipamentos, em vias de comunicação, edifícios para as mais variadas

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funcionalidades como escolas, hospitais e/ou comércio, menos necessita de recorrer ao

mercado externo, apenas necessita de inputs (importações) para atingir este fim.

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4. Metodologia

Em análises com vários países e para um longo período temporal a não-estacionariedade é

uma preocupação, pelo que de forma a quantificar o impacto do comércio internacional no

crescimento económico dos países da União Europeia, primeiramente foi necessário testar

as raízes unitárias, ou seja, verificar se as variáveis flutuam em torno de um nível. Para tal

optou-se por recorrer ao teste de Im-pesaran-Shin com as suas duas vertentes - trend que

inclui a tendência temporal e demean que assume que a série tem uma média zero para todo

o painel. Este teste é baseado no Augmented Dickey-Fuller test (ADF). Porém, é utilizado em

dados em painel, visto que combina informações temporais com dimensões cross section, de

modo a que seja possível o teste possuir poder explicativo mesmo com poucas observações

temporais (Im, Pesaran, & Shin, 2003). O teste Im-pesaran-Shin tem como hipótese nula a

presença de raízes unitárias.

O próximo passo consistiu em escolher o número ótimo de lags para cada variável. O

teste aos lags é de extrema importância nesta análise, uma vez que avalia o impacto de

eventos passados na situação atual. Para determinar a ordem máxima de desfasamento

existem vários métodos, todos eles baseados na fixação de um valor máximo inicial. O

método utilizado foi escolher o número de lags mais comum nos 28 países para cada

variável, sendo 2 o número máximo escolhido, por serem dados anuais e tentar perder o

mínimo número possível de observações.

Grande parte dos trabalhos que estudam a relação entre estas duas vertentes, opta

por analisar a causalidade entre ambas, ou seja, utilizam métodos de interdependência, cuja

função é capturar a interdependência linear entre séries temporais, não havendo

necessidade de identificar variáveis explicadas e explicativas, pelo facto de estarem todas

autocorrelacionadas. Este tipo de estudos utiliza assim modelos como o VAR (Vector Auto

Regression) ou VECM (Vector Error Correction Model ) (ver, por exemplo, Hassan et al., 2011;

Lean & Tan, 2011; Pradhan et al., 2015; Shahbaz, 2012; Tekin, 2012).

Contudo, nos últimos anos, a disponibilidade de dados com períodos mais alargados

permitiu o surgimento de novas técnicas de análise de dados em painel dinâmicos, já que é

possível obter um grande número de observações transversais (N) e de observações de

séries temporais (T), permitindo até que cada país possa ser estimado separadamente, tal

como se irá proceder.

Quando numa análise o T é pequeno, geralmente recorre-se a estimadores de efeitos

fixos (FE), onde é assumida a homogeneidade dos parâmetros, o que pode produzir

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resultados erróneos. Já em análises com vários países e para um longo período temporal,

como o caso desta, (Pesaran, Shin, & Smith, 1999) oferecem duas novas técnicas para

estimar painéis dinâmicos não estacionários em que os parâmetros são heterogêneos entre

os grupos: MG (Mean Group) e PMG (Pooled Mean Group). O estimador de MG baseia-se na

estimação de regressões de séries temporais N e na média dos coeficientes, enquanto o

estimador PMG baseia-se em uma combinação de agrupamento e média de coeficientes

(Pesaran et al., 1999).

Tabela 5- Tipos de estimações com dados dinâmicos em painel

Estimações com dados dinâmicos em painel

FE MG PMG N grande

T é pequeno N grande T grande

N grande T grande

Homogeneidade dos parâmetros Heterogeneidade dos parâmetros

entre grupos Heterogeneidade dos parâmetros

entre grupos

Os dados de séries temporais de cada grupo são agrupados e apenas as constantes podem

variar entre os grupos.

O modelo é ajustado separadamente para cada grupo, e uma média aritmética simples dos coeficientes é calculada. Com este

estimador, as constantes, os coeficientes de declive e as

variâncias de erro podem variar entre os grupos.

Combina o agrupamento e a média: permite que a constante, os coeficientes de curto prazo e

as variâncias de erro sejam diferentes entre os grupos (como seria o estimador de MG), mas

restringe os coeficientes de longo prazo a serem iguais entre os

grupos (como faria o estimador FE)

Se os coeficientes de declive não são, de fato, idênticos, então a

abordagem FE produz resultados inconsistentes e potencialmente

enganosos.

Apesar dos estimadores de longo prazo serem consistentes, não são eficientes se há homogeneidade

entre coeficientes

Providencia estimadores de longo prazo eficientes e consistentes, mesmo com homogeneidade de

parâmetros

Fonte: Elaboração própria

Tendo em conta o descrito, o modelo FE não é favorável e o PMG parece ser o mais

acertado, já que providencia estimadores de longo prazo eficientes e consistentes, mesmo

que haja homogeneidade de parâmetros (Zahonogo, 2017). Contudo, foi realizado o teste

de Hausman para perceber qual seria o mais conveniente, MG ou PMG. De acordo com

Hausman (1978) este teste pode ser usado quando na hipótese nula (H0) um dos modelos

comparados tem coeficientes consistentes e eficientes e o outro modelo coeficientes

consistentes mas não eficientes. E com hipótese alternativa (H1) o primeiro modelo tem de

ter resultados inconsistentes e o segundo consistentes:

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24

Tabela 6- Hipóteses do teste de Hausman

Coeficiente A Coeficiente B

H0 Consistente e eficiente Consistente

H1 Inconsistente Consistente

Fonte: Adaptação de Aït-sahalia & Xiu (2019)

Assim, definem-se as hipótese dos teste como segue:

• H0 : O melhor modelo é o MG. Não existe correlação entre o termo de perturbação

e as variáveis independentes dos dados em painel; e

• H1 : O melhor modelo é o PMG. A correlação entre o termo de perturbação e as

variáveis independentes dos dados em painel é estatisticamente significante.

A estatística do teste é calculada da seguinte forma:

! = ($%& − $(%&)′ − [,-.($%&) − ,-.($(%&)]01($%& − $(%&)

Em que $%& e $(%& são os vetores dos coeficientes estimados do MG e PMG,

respetivamente. Segue uma distribuição 23(4), em que os graus de liberdade k são iguais

ao número de fatores. Sendo que se rejeita a hipótese nula se a estatística do teste Hausman

obtida for superior ao valor crítico (5%), ou seja, PMG seria o melhor modelo nesse caso.

Note-se que dado que a literatura utilizou como proxy ao comércio internacional não

só a soma das exportações com a importações sobre o PIB, como também as exportações

e importações em relação ao PIB, decidiu-se então também usar as três variáveis, mas em

três modelos diferentes, de forma a evitar possíveis problemas de multicolineariedade

devido a existir uma relação linear entre as importações e exportações e entre a abertura

comercial.

Assim, através do teste de Hausman, e para um intervalo de confiança de 5%

concluímos que o PMG é, efetivamente, o modelo mais adequado tendo em conta três

modelos (t-statistic 0.990, 0.996 e 0.989, para o modelo 1, 2 e 3, respetivamente).

Serão então analisados 28 grupos e 22 períodos através do modelo ARDL

(autoregressive distributed lag), de tal forma que ARDL (p, q, q, q, q, q, q, q, q, q). Após a

escolha do número ótimo de lags podemos definir o modelo ARDL da seguinte forma:

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25

567 =896,70;<6,70; +8>6;? @6,70; +A

;BC

D

;B1E6 + F67

onde 567 representa o crescimento do PIB; X representa o vetor de variáveis explicativas,

sendo estas o grau de abertura, as exportações e as importações em relação ao PIB, o

logaritmo do PIB relativo ao ano anterior, a formação bruta de capital fixo, a educação, a

inflação, a qualidade institucional e o desenvolvimento financeiro; E é a representação dos

efeitos fixos e F é o termo de perturbação.

De forma a ter em conta as 3 variáveis usadas como proxy na literatura para o

comércio internacional teremos 3 modelos em que o vetor X contém apenas uma das três

variáveis em causa, tal que:

1. Comércio internacional definido como Grau de abertura

ARDL (1, 2, 2, 1, 0, 1, 1, 0)

2. Comércio internacional definido como Exportações (% do PIB)

ARDL (1, 2, 2, 1, 0, 1, 1, 0)

3. Comércio internacional definido como Importações (% do PIB)

ARDL (1, 2, 2, 1, 0, 1, 1, 0)

Efetuando a reparametrização do modelo em error-correction form do modelo PMG

ficamos com:

∆567 = H6I56,701 − J6?@67K +896;∗ ∆56,701 +8>6;?∗A01

;BC

D01

;B1∆@6,70; + E6 + M67

em que H6 é a velocidade de ajustamento. Caso este parâmetro seja igual a zero, poder-se-á

dizer que não há evidencia de relação de longo prazo. Espera-se, assim, que este parâmetro

seja significativo e negativo, devido ao pressuposto de que as variáveis mostram um

retorno ao equilíbrio de longo prazo. Para além disto, o vetor J6? contém a relação de longo

prazo entre as variáveis.

Apenas após a análise de raízes estacionárias e número ótimo de lags é que foi

possível realizar a estimação PMG. Assim, obtiveram-se resultados relativos ao impacto do

comércio internacional no crescimento económico no longo prazo e no curto prazo, sendo

que no longo os coeficientes serão comuns para todos os países, enquanto que no curto é

possível fazer a análise país a país.

Como já foi exposto, vários autores não medem apenas o impacto do comércio

internacional no crescimento como também estudam a causalidade de ambas as variáveis.

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26

Assim, após quantificar o impacto do comércio internacional no crescimento económico

também se recorreu ao teste de causalidade de Granger para verificar se também na UE a

relação tem duplo sentido.

Granger (1969) desenvolveu então um teste que permite analisar as relações causais

entre as séries temporais. Ou seja, considerando xt e yt, este consegue testar se os valores

anteriores de x preveem significativamente do valor atual de y. O mesmo pode ser testado

para x. como segue:

<7 = N +8OP570PQ

PB1+8$PR70P

Q

PB1+ F7

Sendo que quando H0 ($1B⋯B$P = 0) é rejeitada, podemos concluir que x causa y.

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27

5. Discussão de resultados

Como descrito anteriormente na seção da metodologia, começou-se por realizar o teste às

raízes unitárias e de seguida à obtenção do número ótimo de lags.

O teste de Im-pesaran-Shin (Tabela 10 em anexos) mostra que a taxa de crescimento

do PIB, o logaritmo do grau de abertura, das exportações em relação ao PIB, das

importações em relação ao PIB são variáveis estacionarias, assim como a formação bruta

de capital fixo em relação ao PIB, a educação e a inflação. Contudo, para o logaritmo do

PIB do ano anterior, a eficácia governamental e o desenvolvimento financeiro foi

necessário recorrer às primeiras diferenças para eliminar as raízes unitárias. Após a sua

eliminação, com nível de significância de 5%, rejeita-se a hipótese nula, ou seja, conclui-se

pela estacionariedade dos dados em análise, o que configura viabilidade para prosseguir

com o teste.

Após este passo, obteve-se então o número de termos de lags ótimo para cada

variável (Tabela 11 em anexos), sendo que para o crescimento do PIB, a formação bruta de

capital fixo em relação ao PIB, a eficácia governamental e a inflação, foi considerado 1 lag e

2 para o logaritmo das exportações, importações, grau de abertura e o logaritmo do ano

anterior.

Após estas averiguações, procedeu-se então a estimação dos três modelos, através do

modelo PMG, obtendo-se resultados acerca do efeito das variáveis no crescimento

económico para o agregado de países, tanto no longo prazo como também no curto prazo.

Os resultados encontram-se na Tabela 7. Salienta-se o facto de que os demais artigos

referidos ao longo da presente dissertação apenas avaliaram os resultados de longo prazo.

Verifica-se que o termo de correção de curto prazo é significativo e negativo para

todos os modelos, o que confirma a relação de cointegração entre as variáveis e que a

ligação entre crescimento económico e as variáveis explicativas é caracterizada por alta

previsibilidade e que o movimento de propagação está a reverter-se (Zahonogo, 2017).

Os resultados são consistentes nos três modelos - as variáveis de abertura comercial

têm um efeito positivo e significativo no crescimento económico na EU, no longo prazo,

como é sustentado por Chang & Mendy (2012), Balaguer, Florica, & Ripolle (2015),

Pradhan, Arvin, & Norman (2015) e Zahonogo (2017) e contrariamente ao que referem

Adhikary (2011), Pistoresi & Rinaldi (2012) e Anyanwu (2014) . No curto prazo, os

resultados evidenciam efeito positivo também.

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28

Analisando os coeficientes de longo prazo, no modelo 1, verifica-se que um aumento

de 1% no grau de abertura leva a um aumento da taxa de crescimento do PIB em 2,39%.

Nos modelos 2 e 3 os coeficientes são muito semelhantes: 2,36% e 2,76%, respetivamente.

Estes efeitos são superiores no curto prazo em todos os modelos (5,61%, 4,20% e 6,24%).

O modelo 3, com o logaritmo das importações em relação ao PIB é o que apresenta

coeficientes superiores nas variáveis de comércio. Estes resultados vão de encontro a

Awokuse (2008) que conclui que as importações eram mais significativas e a razão por

detrás destes resultados pode dever-se à importação de inputs que melhoram produção,

geram mais eficiência e, por essa via, levam a crescimento, e além disso consegue-se

estrategicamente assim aceder ao R&D estrangeiro (Balaguer et al., 2015).

Verifica-se também, como esperado, que a educação, a eficácia governamental e o

desenvolvimento financeiro são relevantes para o crescimento económico, uma vez que

todas são significativas e apresentam uma relação positiva com este, não só no longo prazo

-o que vai de encontro o que defende Anyanwu, (2014), Chirwa & Odhiambo (2016),

Daumal & Ozyurt (2011), Kim, Lin, & Suen (2016) e Zahonogo (2017) -, como também

no curto prazo. A educação é exceção, já que apenas é significativa no longo prazo. O facto

desta não apresentar relação positiva e significativa com o crescimento económico no curto

prazo não surpreende, pois, a política de curto prazo da educação tenta abordar as metas

sociais e económicas de curto prazo do país por meio de programas de conscientização

sobre, por exemplo, segurança, saúde e meio ambiente. Mas, no caso do longo prazo, está

sim diretamente relacionada com desenvolvimento do capital humano, a produtividade, o

crescimento económico e o desenvolvimento socioeconómico do país (Nowak & Dahal,

2016). Além disso, é necessário ter em consideração que estes resultados podem estar

relacionados com o facto de apenas ser considerado o número de pessoas que

completaram o ensino secundário e que apesar de ainda existirem muitos que não o

possuem detêm o learning-by-doing necessário para impulsionar o crescimento económico

(Lucas, 1988), que não está aqui quantificado devido à sua dificuldade de representação.

No caso da inflação, como proxy do rácio de variação de preços, existe uma relação

significativa com o crescimento económico. Contudo, tal como expectável, os sinais desta

relação são diferentes no curto e no longo prazo - no curto é positiva. Isto porque, a

inflação, especialmente no curto e médio prazo, tende a ser específica para o país e, por

isso, depende muito dos seus processos inflacionários: nível de inflação, variabilidade ou a

principais fontes de pressão inflacionária (Mihaela et al., 2017).

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Tabela 7 - Resultados de curto e longo prazo do PMG

Notas: Entre parênteses encontra-se o desvio padrão. Com *, ** e *** a indicar significativo a 1%, 5% e 10%, respetivamente. Fonte: Cálculo próprio a partir do STATA com base nos dados recolhidos

MODELO 1 MODELO 2 MODELO 3

LONGO PRAZO CURTO PRAZO LONGO PRAZO CURTO PRAZO LONGO PRAZO CURTO PRAZO

ec -0,8116 (0.0365) -0,7546

(0.0327)* -0.7878 (0.0371)*

LNGA 2.3879 (0.6141)*

5.6127 (1.2901)*

LNEXP 2.3588 (0.6259)*

4.2011 (1.7623)**

LNIMP 2.7571 (0.5978)*

6.2376 (1.4088)*

LOGPIBt-1 -18.0503 (1.5006)*

44.9504 (6.6204)*

-18.6398 (1.5706)*

46.1421 (7.5521)*

-18.8304 (1.5317)*

43.5529 (6.4418)*

FBCF 0.2588 (0.0283)*

0.7111 (0.1569)*

0.3077 (0.0331)*

0.7356 (0.1322)*

0.2399 (0.0272)*

0.6369* (0.1618)*

EDU 0.0132 (0.0034)*

-0.0483 (0,0982)

0.0158 (0.0035)*

-0.0621 (0.0982)

0.0126 (0.0034)*

-0.0296 (0.0977)

GOV 0.8611 (0.2797)*

2.2153 (1.0555)**

0.7604 (0.3044)*

1.7247 (0.9656)***

0.8862 (0.2831)*

2.2153 (1.0555)**

INFLA -0.1498 (0.0351)*

0.1860 (0.0568)*

-0.1328 (0.0380)*

0.2213 (0.0612)*

-0.16849 (0.0370*)

0.1860 (0.0611)*

DFIN 0.1346 (0.0230)*

0.7028 (0.1544)*

0.1065 (0.0229)*

0.7390 (0.1558)*

0.1525 (0.0232)*

0.7395 (0.1442)*

cons 149.3639 (7.1791)

144,8986 (6.7600)*

152,1092 (7,1791)*

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30

Os resultados apresentados anteriormente são relativos ao agregado de países,

porém, apesar destes exibirem muitos aspetos em comum, são muito diferentes entre si em

muitos outros, como é o caso da moeda usada e do período temporal que fazem parte da

UE. Aspetos esses que podem influenciar o impacto do comércio internacional no

crescimento económico de cada país nestes últimos anos.

Como já foi mencionado, o modelo PMG, além de nos permitir perceber o impacto

das variáveis escolhidas no crescimento para o agregado de países, também providencia a

hipótese de verificar o impacto em cada um dos 28 países no curto prazo. No longo prazo

os resultados não variam consoante o país.

Dado que os resultados nos três modelos são muito semelhantes, para esta análise de

país a país, apenas se recorreu ao modelo 1 (tabela 8), já que é o que considera a soma das

exportações e das importações em relação ao PIB.

Assim, constata-se que em muitos países o comércio internacional não tem impacto

significativo no crescimento económico no curto prazo, como é o caso da Bulgária, da

República Checa, da Dinamarca, da Grécia, da Irlanda, da Itália, da Letónia, da Lituânia, do

Luxemburgo, de Malta, da Holanda, da Polónia, de Portugal, da Roménia, da Eslováquia,

da Eslovênia, da Suécia e do Reino Unido. Isto deve-se ao facto de que o comércio pode

não apresentar resultados imediatos (Zahonogo, 2017). Note-se que apenas na Estónia o

comércio tem uma relação negativa e significativa com crescimento económico no curto

prazo. De facto, podemos questionar-nos se não existe um limite após o qual a abertura do

comercio deixa de ter um impacto positivo no crescimento de alguns países, visto que os

28 países são bastante heterogéneos, sendo esta uma sugestão de investigação futura.

Quanto às restantes variáveis, verifica-se que em quase todos os países, a FBCF e o

desenvolvimento financeiro são significativos e têm uma relação positiva com o

crescimento. Sendo que a eficácia governamental não esta a conduzir a crescimento na

Croácia e na Polónia, não sendo significativa no curto prazo em alguns países. Como já

referido, a inflação no curto prazo vai variar muito de país para país, sendo que aparenta ter

uma relação positiva com o crescimento na Bulgária, Croácia, Chipre, Estónia, Finlândia,

França, Letónia, Lituânia, Polónia e Malta, e negativa nos restantes.

Ao contrário do que acontece no longo prazo, como já foi verificado na análise

anterior, a educação não tem impacto momentâneo no crescimento, pois não é significativa

em muitos dos países analisados.

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Tabela 8- Resultados de curto prazo por país do PMG

MODELO 1

CURTO PRAZO - por país cons ec LNGA LOGPIBt-1 FBCF EDU GOV INFLA DFIN

Áustria 149.218 (16.675)*

-0.797 (0.066)*

12.035 (3.898)*

33.385 (12.583)*

0.471 (0.171)

0.002 (0.004)

-0.210 (1.066)

-0.018 (0.193)

0.856 (0.120)*

Bélgica 207.635 (21.009)*

-1.099 (0.074)*

11.888 (2.263)*

-26.851 (16.542)

0.607 (0.190)*

0.101 (0.107)

1.858 (0.949)**

-0.150 (0.089)***

0.694 (0.122)*

Bulgária 158.193 (25.039)*

-0.906 (0.127)*

-3.504 (4.994)

120.371 (23.548)*

0.494 (0.164)*

-0.052 (0.039)

0.555 (3.085)

0.566 (0.119)*

0.043 (0.198)

Croácia 124.941 (28.093)*

-0.717 (0.150)*

19.54 (7.539)*

68.442 (23.150)*

0.130 (0.325)

0.048 (0.022)**

-5.613 (3.038)***

0.510 (0.211)**

0.657 (0.391)***

Chipre 104.910 (29.711)*

-0.627 (7.651)*

15.006 (7.651)**

78.875 (29.911)*

0.304 (0.182)***

-0.029 (0.021)

-0.745 (3.163)

0.360 (0.176)**

-0.059 (0.335)

República Checa

130.0948 (32.969)*

-0.719 (0.172)*

6.010 (8.304)

84.708 (37.740)**

1.655 (0.522)*

0.289 (1.055)

5.863 (3.566)***

0.203 (0.168)

-0.202 (0.559)

Dinamarca 198.299 (19.498)*

-1.065 (0.072)*

5.085 (3.116)

59.689 (13900)*

0.692 (0.150)*

0.134 (0.053)**

3.411 (1.171)*

0.231 (0.164)

0.803 (0.138)*

Estónia 156.187 (20.949)*

-0.949 (0.096)*

-10.719 (5.897)***

49.759 (17.529)*

0.997 (0.181)*

-0.563 (0.426)

0.295 (3.644)

0.673 (0.168)*

0.470 (0.316)

Finlândia 195.735 (19.286)*

-1.056 (0.065)*

7.971 (4.732)***

27.361 (14.203)***

0.592 (0.276)**

-0.593 (0.488)

-2.329 (1.720)

0.454 (0.251)***

0.719 (0.150)*

França 193.801 (21.144)*

-0.947 (0.066)*

7.113 (2.388)*

54.986 (14.514)*

0.616 (0.245)**

0.025 (0.135)

-0.034 (0.785)

0.052 (0.141)

0.916 (0.150)*

Alemanha 196.490 (17.916)*

-0.953 (0.061)*

6.414 (3.600)***

4.107 (3.600)***

0.840 (0.222)*

0.840 (0.004)

0.673 (1.218)

0.334 (0.254)

0.873 (0.122)*

Grécia 73.194 (24.396)*

-0.379 (0.128)*

2.770 (3.073)

54.663 (15.347)*

0.153 (0.231)

-0.857 (0.319)*

3.913 (2.756)

-0.052 (0.191)

0.970 (0.320)*

Hungria 114.129

(33.314)* -0.639 (0.179)*

12.221 (5.854)**

68.287 (34.196)**

0.138 (0.368)

0.108 (0.255)

3.491 (6.508)

-0.201 (0.206)

0.540 (0.376)

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32

Irlanda 95.822 (24.199)*

-0.480 (0.117)*

11.616 (10.907)

65.317 (31.358)**

0.033 (0.063)

-0.001 (0.014)

1.127 (2.686)

0.292 (0.273)

-0.031 (0.080)

Itália 172.984 (41.521)*

-0.922 (0.209)*

10.949 (18.956)

49.639 (48.209)

4.349 (2.357)***

0.697 (1.296)

15.679 (16.918)

-0.663 (1.308)

3.899 (2.044)***

Letónia 128.654* (22.922)*

-0.766 (0.123)*

-0.760 (8.187)

88.274 (21.293)*

0.662 (0.282)**

0.662 (0.304)

-3.070 (4.656)

0.432 (0.155)*

0.009 (0.268)

Lituânia 133.953 (19.338)*

-0.778 (0.093)*

-0.665 (4.476)

12.309 (15.342)

0.828 (0.220)*

0.882 (0.600)

6.381 (2.706)**

0.521 (0.206)**

1.082 (0.256)*

Luxemburgo 141.412 (21.551)*

-0.843 (0.107)*

4.089 (6.856)

10.162 (27.750)

0.016 (0.243)

-0.016 (0.017)

9.019 (4.557)***

-0.082 (0.330)

1.506 (0.255)*

Malta 139.236 (15.567)*

-0.883 (0.082)*

4.946 (3.634)

60.767 (20.371)*

0.343 (0.081)*

0.149 (0.045)*

-0.907 (2.045)

0.670 (0.180)*

0.803 (0.099)*

Holanda 143.346 (26.809)*

-0.743 (0.124)*

6.112 (4.128)

62.674 (21.712)*

0.072 (0.133)

-0.494 (0.225)**

0.639 (2.737)

0.140 (0.246)

1.149 (0.271)*

Polónia 183.480 (19.758)*

-0.944 (0.080)*

3.378 (2.081)

69.268 (19.283)*

0.561 (0.104)*

-1.436 (0.350)*

-2.894 (1.549)***

0.313 (0.067)*

0.133 (0.108)

Portugal 198.218 (23.208)*

-1.056 (0.099)*

3.829 (3.862)

-6.218 (23.698)

1.510 (0.218)*

0.097 (0.218)

-1.028 (1.345)

0.116 (0.158)

0.294 (0.211)

Roménia 108,511 (34,789)*

-0,580 (0,179)*

-1,489 (10,658)

-30,729 (49,273)

0,869 (0,267)*

1,202 (0,534)**

21,019 (8,733)**

-0,117 (0,053)***

-0,466 (0,557)

Eslováquia 82.242 (22.128)*

-0.467 (0.119)*

7.173 (7.952)

26.808 (27.774)

0.451 (0.206)**

0.001 (0.029)

-1.626 (4.881)

-0.116 (0.155)

1.082 (0.252)*

Eslovénia 163.194 (28.408)*

-0.951 (0.152)*

14.045 (9.482)

40.589 (27.965)

0.684 (0.314)**

-0.404 (0.620)

4.310 (4.775)

0.117 (0.329)

0.380 (0.340)

Espanha 126.658 (25.209)*

-0.631 (0.115)*

9.170 (4.961)***

74.726 (37.443)**

0.447 (0.344)

-0.747 (0.360)**

1.374 (1.013)

0.243 (0.231)

0.037 (0.470)

Suécia 183,.247 (23.574)*

-0.966 (0.100)*

-7.087 (8.436)

34.004 (21.107)

0.080 (0.623)

-0.102 (0.128)

-1.766 (2.412)

0.088 (0.196)

1.765 (0.298)*

Reino Unido

178.407 (20.467)*

-0.861 (0.075)*

0.018 (3.095)

23.238 (15.760)

1.319 (0.317)*

0.007 (0.005)

2.643 (0.005)***

0.293 (0.176)***

0.758 (0.197)*

Notas: Entre parênteses encontra-se o desvio padrão. Com *, ** e *** a indicar significativo a 1%, 5% e 10%, respetivamente. Fonte: Cálculo próprio a partir do STATA com base nos dados recolhidos

Page 41: O impacto do comércio internacional no crescimento ... · (1948, 1949) – o comércio aproxima os preços dos fatores –, e de Rybczynski (1955)– que faz o vínculo entre o comércio

33

Assim, com recurso ao modelo 1, verifica-se que as variáveis que mais contribuem

para o crescimento no curto prazo são FBCF e o desenvolvimento financeiro.

Estes resultados mostram que as políticas de propensão ao comércio internacional

devem ser acompanhadas com investimento em educação, com qualidade institucional e

com estabilidade financeira nos países da UE, indo de encontro com muitos outros estudos

para diferentes países e períodos temporais (ver, por exemplo, Daumal & Ozyurt, 2011;

Anyanwu, 2014; Chirwa & Odhiambo, 2016; D. H. Kim, Lin, & Suen, 2016; Zahonogo,

2017).

Também, foram realizados testes de causalidade de Granger de forma a averiguar se

também o crescimento económico tem relação de causalidade no comércio internacional,

utilizando a variável explicativa de comércio “grau de abertura”. Os resultados permitem-

nos concluir que sim, o crescimento económico tem também influencia no grau de

abertura dos países da UE, já que rejeitamos a hipótese nula (p-value=0,0593). Existe

portanto uma relação bidirecional entre ambas as vertentes, como evidenciado noutros

estudos para outros países (Awokuse, 2008; Bahmani-Oskooee & Economidou, 2009;

Belloumi, 2014).

Page 42: O impacto do comércio internacional no crescimento ... · (1948, 1949) – o comércio aproxima os preços dos fatores –, e de Rybczynski (1955)– que faz o vínculo entre o comércio

34

6. Conclusões

Um crescimento económico sustentável é um dos objetivos principais de todos os

governos. Neste contexto, a presente dissertação procurou quantificar o impacto que o

comércio internacional tem no crescimento económico dos países da União Europeia,

dado que existem variados estudos que estudam esta relação de causalidade, porém não em

contexto da União Europeia. Na literatura é possível encontrar resultados bastante

distintos, sendo que podemos dividi-los em três categorias: (1) o comércio internacional

tem uma influência positiva no crescimento económico, (2) o comércio internacional não

tem influência no crescimento económico e (3) o comércio internacional tem uma

influência negativa no crescimento económico.

Dado o propósito desta análise, foi aplicado o modelo PMG. Os resultados obtidos

são consistentes para os três modelos e sugerem que o comércio internacional gera

crescimento económico na UE, inserindo-se assim na categoria (3), tanto no curto como

no longo prazo. A principal razão será porque no curto prazo, o comércio reduz a má

utilização de recursos e a longo prazo facilita a transferência do desenvolvimento

tecnológico, gerando assim crescimento. Porém note-se que se verifica que as importações

têm mais impacto, o que nos leva a crer que estes países recorrem muito à importação de

inputs. Também se confere que os efeitos não são automáticos, uma vez que, no curto

prazo, em muitos países o comércio internacional não tem impacto significativo, sendo a

FBCF e o desenvolvimento financeiro as variáveis que mais contribuem para o

crescimento.

Nesta investigação conclui-se também que a educação – capital humano – tem um

papel muito importante no crescimento económico no longo prazo, pois a população com

níveis de educação mais altos é mais produtiva e inovadora e, por isso leva à criação de

novos e melhores produtos, gerando assim eficiência e permitindo a especialização, para

concorrerem no mercado externo.

Desta forma, para que os países da UE tirem maior proveito do comércio

internacional, a abertura comercial deve ser acompanhada com outras políticas que

permitam obter capital humano e que estimulem a inovação. Como os recursos que exigem

R&D são muito elevados, parcerias entre empresas e universidades e a atribuição de fundos

aos governos para que estes possam acompanhar o desenvolvimento das empresas podiam

ser bons passos nessa direção. Contudo, dado que os países são muito diferentes este efeito

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35

vai depender sempre da sua capacidade de absorção, pelo que os incentivos da UE, como

os fundos/incentivos atribuídos, devem ser alinhados com os governos de cada país.

Note-se que este estudo deveria ter sido realizado num período temporal mais

alargado, não sendo possível devido à escassez de dados. Além disso, algumas das variáveis,

não são capazes de representar totalmente a vertente desejada, como o caso da proxy de

capital humano, já que a percentagem da população que completou o secundário nada nos

diz sobre a qualidade do ensino e não é tido em conta o learning-by-doing.

Dados os resultados, podemos questionar-nos se não existe um limite após o qual a

abertura do comércio deixa de ter um impacto positivo no crescimento de alguns países,

visto que os 28 países são bastante heterogéneos. Assim, uma sugestão de investigação

futura será perceber qual o grau de abertura ótimo para a UE e em que setor se deve

especializar para obter o maior proveito do comércio internacional. Também seria

interessante estudar a outra direção da relação, já que o teste de Granger diz-nos que o

crescimento económico também permite comércio internacional.

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41

ANEXOS Tabela 9 -Análise descritiva por país

CRESPIB LNGA LNEXP LNIMP LOGPIBt-1 FBCF EDU GOV INFLA DFIN

Áustria

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 2.216 -8.269 6.252

22 4.304 4.186 4.460

22 3.663 3.580 3.808

22 3.552 3.355 3.724

22 11.371 11.255 11.428

22 22.168 20.300 24.400

18 80.217 70.500 85.000

22 1.748 1.461 1.996

22 1.799 0.506 3.287

22 26.991 24.926 29.239

Bélgica

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 1.783 -2.253 3.710

22 4.977 4.771 5.138

22 4.303 4.101 4.451

22 4.264 4.054 4.438

22 11.663 11.575 11.727

22 22.332 20.400 24.000

22 66.418 56.600 76.800

22 1.649 1.182 1.978

22 1.892 -0.053 4.489

22 25.641 23.415 28.266

Bulgária

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 2.919 -8.408 7.344

22 4.627 4.329 4.876

22 3.886 3.524 4.210

22 3.971 3.564 4.280

22 10.649 10.489 10.784

20 20.423 4.500 33.000

18 76.878 67.500 82.800

22 0.081 -0.202 0.297

22 58.148 -1.418

1058.374

22 17.574 11.542 25.105

Croácia

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 2.209 -7.291 6.645

22 4.399 4.186 4.604

22 3.655 3.384 3.933

22 3.753 3.591 3.889

22 10.749 10.650 10.817

22 22.186 18.400 28.100

16 77.375 70.000 83.800

22 0.448 0.074 0.707

22 2.677 -1.125 6.397

22 19.748 12.721 23.550

Chipre

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 2.526 -5.799 6.111

22 4.794 4.632 4.948

22 4.089 3.886 4.251

22 4.112 3.990 4.258

22 10.348 10.196 10.429

22 20.345 11.700 27.200

19 71.226 59.900 81.100

22 1.254 0.920 1.564

22 1.869 -2.096 4.669

22 19.155 14.089 23.826

República Checa

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 2.570 -4.803 6.854

22 4.762 4.401 5.067

22 4.079 3.646 4.413

22 4.057 3.749 4.333

22 11.278 11.157 11.395

22 28.191 24.8 33.9

20 90.28 85.6 93.8

22 0.878 0.621 1.096

22 3.179 0.119 10.698

22 31.023 27.839 34.517

Dinamarca

Nºobservações Média

Mínimo

22 1.552 -4.907

22 4.496 4.226

22 3.865 3.613

22 3.735 3.447

22 11.504 11.436

22 20.645 18.100

22 78.750 73.800

22 2.039 1.759

22 1.835 0.250

22 27.050 23.585

Page 50: O impacto do comércio internacional no crescimento ... · (1948, 1949) – o comércio aproxima os preços dos fatores –, e de Rybczynski (1955)– que faz o vínculo entre o comércio

42

Máximo 3.912 4.652 4.014 3.925 11.561 23.500 81.600 2.354 3.416 29.062

Estónia

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 4.252

-14.724 11.799

22 4.957 4.759 5.138

22 4.242 4.050 4.460

22 4.282 4.023 4.436

22 10.282 10.092 10.421

22 28.331 21.200 36.700

20 88.105 83.900 90.600

22 0.920 0.574 1.162

22 4.813 -0.492 23.050

22 27.124 19.981 30.836

Finlândia

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 2.216 -8.269 6.2518

22 4.304 4.186 4.460

22 3.663 3.579 3.808

22 3.552 3.355 3.724

22 11.371 11.255 11.428

22 22.168 20.300 24.400

22 79.305 67.900 88.300

22 2.070 1.725 2.261

22 1.465 -0.208 4.066

22 26.398 20.016 32.391

França

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 1.629 -2.873 3.924

22 4.005 3.792 4.138

22 3.318 3.138 3.428

22 3.305 3.057 3.462

22 12.408 12.321 12.466

22 21.655 19.500 23.600

22 68.300 58.800 78.400

22 1.512 1.252 1.777

22 1.358 0.038 2.813

22 22.385 20.542 23.817

Alemanha

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 1.451 -5.619 4.080

22 4.245 3.806 4.461

22 3.610 3.132 3.851

22 3.490 3.095 3.687

22 12.529 12.465 12.595

22 20.568 19.100 23.000

21 84.152 78.500 86.900

22 1.668 1.419 1.885

22 1.405 0.3127 2.628

22 25.147 23.007 27.653

Grécia

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 0.841 -9.132 5.795

22 3.980 3.624 4.206

22 3.122 2.659 3.496

22 3.423 3.138 3.583

22 11.432 11.354 11.521

22 19.668 11.500 26.000

22 59.405 44.300 72.900

22 0.592 0.227 0.838

22 2.663 -1.736 8.195

22 12.683 8.331 16.825

Hungria

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 2.367 -6.601 5.005

22 4.926 4.421 5.135

22 4.242 3.734 4.497

22 4.223 3.722 4.398

22 11.106 10.981 11.207

22 22.781 19.300 25.400

21 77.062 63.200 84.000

22 0.772 0.4560 1.051

22 6.629 -0.228 23.469

22 25.980 20.815 30.668

Irlanda

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 0.601 -5.482 3.710

22 3.931 3.761 4.085

22 3.261 3.112 3.434

22 3.213 2.955 3.352

22 12.321 12.284 12.349

22 23.781 16.800 35.700

21 67.761 49.300 82.500

22 1.557 1.291 1.804

22 1.955 -4.478 5.591

22 39.301 30.322 55.975

Itália Nºobservações

Média 22

5.813 22

5.142 22

4.532 22

4.357 22

11.344 22

19.514 22

50.786 22

0.571 22

1.925 22

20.928

Page 51: O impacto do comércio internacional no crescimento ... · (1948, 1949) – o comércio aproxima os preços dos fatores –, e de Rybczynski (1955)– que faz o vínculo entre o comércio

43

Mínimo Máximo

-5.022 25.117

4.932 5.415

4.3151 4.805

4.157 4.650

11.106 11.582

16.700 21.600

37.800 60.900

0.198 0.873

-0.094 4.007

18.568 23.680

Letónia

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 4.148

-14.402 11.889

22 4.602 4.380 4.845

22 3.813 3.556 4.116

22 3.992 3.789 4.186

22 10.364 10.154 10.499

22 24.786 17.700 36.400

20 85.970 79.200 90.700

22 0.634 0.231 1.090

22 4.590 -1.085 17.610

22 18.570 10.154 22.517

Lituânia

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 4.322

-14.814 11.087

22 4.763 4.315 5.117

22 4.016 3.479 4.432

22 4.119 3.747 4.417

22 10.545 10.342 10.693

22 21.072 16.900 28.600

20 89.320 83.200 94.800

22 0.676 0.145 1.185

22 3.769 -1.134 24.625

22 16.349 10.690 21.106

Luxemburgo

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 3.427 -4.359 8.481

22 5.707 5.249 6.032

22 5.103 4.668 5.415

22 4.916 4.430 5.255

22 10.693 10.515 10.814

22 19.750 17.600 22.700

21 67.933 45.400 82.000

22 1.804 1.571 2.039

22 1.870 0.291 3.411

22 48.298 42.161 52.896

Malta

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 3.928 -2.462 10.661

22 5.554 5.339 5.786

22 4.866 4.639 5.107

22 4.856 4.652 5.079

22 9.935 9.784 10.138

22 20.886 16.500 24.700

18 31.861 18.100 51.100

22 1.050 0.798 1.280

22 2.095 0.310 4.259

22 22.941 16.873 40.441

Holanda

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 2.017 -3.667 5.034

22 4.858 4.689 5.061

22 4.224 4.050 4.418

22 4.102 3.938 4.320

22 11.908 11.810 11.977

22 20.901 17.600 23.300

22 71.068 63.100 78.400

22 1.894 1.696 2.093

22 1.883 0.317 4.156

22 29.102 27.136 31.404

Polónia

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 4.034 1.248 7.035

22 4.295 3.817 4.649

22 3.571 3.095 3.995

22 3.630 3.152 3.915

22 11.629 11.455 11.801

22 20.473 17.700 24.300

21 85.390 76.300 92.100

22 0.602 0.374 0.827

22 4.572 -0.874 19.795

22 19.922 15.037 24.001

Portugal

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 1.289 -4.028 4.792

22 4.229 4.098 4.438

22 3.438 3.276 3.754

22 3.621 3.516 3.735

22 11.356 11.292 11.387

22 21.686 14.800 28.000

22 29.718 17.800 48.000

22 1.108 0.875 1.332

22 2.119 -0.836 4.370

22 16.245 13.522 19.134

Roménia Nºobservações

Média 22

3.150 22

4.180 22

3.374 22

3.585 22

11.186 22

24.464 21

72.704 22

-0.273 22

21.892 22

17.997

Page 52: O impacto do comércio internacional no crescimento ... · (1948, 1949) – o comércio aproxima os preços dos fatores –, e de Rybczynski (1955)– que faz o vínculo entre o comércio

44

Mínimo Máximo

-5.517 10.428

3.882 4.445

3.072 3.726

3.293 3.776

11.030 11.351

18.300 37.300

64.700 77.900

-0.569 -0.026

-1.545 154.763

10.575 24.807

Eslováquia

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 3.946 -5.422 10.800

22 4.981 4.599 5.251

22 4.264 3.842 4.574

22 4.309 3.949 4.541

22 10.892 10.723 11.051

22 26.290 20.700 37.100

20 88.445 80.000 91.900

22 0.750 0.460 0.927

22 4.281 -0.520

12.03578

22 24.727 19.641 27.364

Eslovénia

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 2.669 -7.797 6.942

22 4.789 4.529 5.050

22 4.103 3.788 4.417

22 4.087 3.854 4.293

22 10.646 10.513 10.743

22 23.845 17.500 29.600

22 80.300 69.500 87.900

22 0.970 0.752 1.188

22 4.102 -0.526 9.864

22 26.415 22.924 31.578

Espanha

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 2.202 -3.574 5.289

22 4.029 3.836 4.185

22 3.313 3.121 3.536

22 3.357 3.145 3.456

22 12.122 12.001 12.190

22 24.350 18.800 31.100

22 47.605 32.200 59.100

22 1.330 0.837 1.881

22 2.239 -0.500 4.076

22 23.540 21.463 25.607

Suécia

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 2.493 -5.196 5.991

22 4.411 4.211 4.535

22 3.786 3.605 3.907

22 3.643 3.422 3.77

22 11.666 11.542 11.766

22 22.441 19.800 25.000

22 80.659 73.900 85.300

22 1.943 1.773 2.121

22 1.07

-0.494 3.437

22 28.586 26.673 31.667

Reino Unido

Nºobservações Média

Mínimo Máximo

22 2.149 -4.24 4.293

22 3.994 3.878 4.127

22 3.269 3.153 3.416

22 3.331 3.199 3.452

22 12.380 12.277 12.456

22 17.014 15.400 18.700

21 71.400 52.500 80.100

22 1.711 1.414 1.933

22 2.029 0.368 3.856

22 15.649 12.757 19.001

Fonte: Elaboração própria com base nos dados recolhidos

Page 53: O impacto do comércio internacional no crescimento ... · (1948, 1949) – o comércio aproxima os preços dos fatores –, e de Rybczynski (1955)– que faz o vínculo entre o comércio

45

Tabela 10-Resultados do teste Im-Pesaran-Shin às raízes unitárias

TESTE IM-

PESARAN-SHIN

NÍVEL 1as DIFERENÇAS

Demean Trend Demean Trend

CRESPIB -6.925* -4.759* -14.805* -14.210*

LNGA -2.011** -4.088* -8.967* -8.883*

LNEXP -3.446* -4.282* -10.581* -8.664*

LNIMP -2.048** -3.797* -9.406* -9.060*

LOGPIB 2.2516 -0.9843 -7.636* -4.435*

FBCF -2.261** -2.514* -7.481* -10.054*

EDU -20.546 * -27.325* -37.896* -43.434*

GOV 0.399 -0.8134 -11.167* -7.505*

INFLA -180,000* -53.820* -130.000* -37.943*

DFIN 0.869 -0.991 -10.224* -8.974*

Notas: por defeito, foi considerado 1 lag Com *, ** e *** rejeita a hipótese nula de presença de raízes unitárias a 1%, 5% e 10%, respetivamente. Fonte: Cálculo próprio a partir do STATA com base nos dados recolhidos

Tabela 11 – Resultados do número ótimo de lags para cada variável

Variável Número ótimo de lags CRESPIB 1 LNEXP 2 LNIMP 2 LNGA 2

LOGPIB 2 FBCF 1 EDU 0 GOV 1

INFLA 1 DFIN 0

Fonte: Cálculo próprio a partir do STATA com base nos dados recolhidos