o impacto da implantaÇÃo da nota fiscal eletrÔnica …€¦ · projetos sped, a nota fiscal...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ALAN DAVISSON DA SILVA PEREIRA
O IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DA NOTA FISCAL ELETRÔNICA NA
ARRECADAÇÃO DO ICMS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Natal/RN
2017
ALAN DAVISSON DA SILVA PEREIRA
O IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DA NOTA FISCAL ELETRÔNICA NA
ARRECADAÇÃO DO ICMS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Monografia apresentada à Coordenação do
Curso de Ciências Contábeis da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como
requisito para a obtenção do título de
Bacharel em Ciências Contábeis.
Orientador: Prof. MSc. Pedro Lopes de
Araújo Neto
Natal/RN
2017
ALAN DAVISSON DA SILVA PEREIRA
O IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DA NOTA FISCAL ELETRÔNICA NA
ARRECADAÇÃO DO ICMS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Monografia apresentada à Coordenação do
Curso de Ciências Contábeis da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como
requisito para a obtenção do título de
Bacharel em Ciências Contábeis.
Apresentado em: ____/____/_______.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Prof. MSc. Pedro Lopes de Araújo Neto
Orientador
___________________________________________
Prof. Dr. José Jailson da Silva
Examinador
___________________________________________
Prof. Dr. Alexandro Barbosa
Examinador
Natal/RN
2017
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente aos meus pais, Damiana Pimentel da Silva Pereira e Aldecir
da Silva Pereira, e a minha irmã e parceira de curso, Alane da Silva Pereira, por todo suporte e
apoio; por todo incentivo e compreensão; por terem me dado condições, possibilidades e
oportunidades para chegar até aqui.
Serei eternamente grato por todo aprendizado obtido durante o curso e também por
meio das experiências vividas nele, mas, sem dúvidas, levo comigo o maior intangível, que
são as amizades e os momentos vividos com as pessoas que trilharam essa jornada junto a
mim.
Aos meus amigos e companheiros de curso, Kleberson Lopes Santos, Vinicius de
Sousa Santana, Éverton Gomes Monteiro, Lucas Allan Diniz Schwarz, Arlindo Menezes da
Costa Neto, André Luiz de Araújo Campos, Edivan da Costa Bezerra, Andrei Lucas Moraes
Rolemberg, Willian Assunção, Thandson Pinheiro Vieira, Shesby André Medeiros do
Nascimento, Gabriela Louise de Vasconcelos Ribeiro, aos professores que participaram dessa
caminhada, em especial ao professor Josué Lins e Silva, pelos ensinamentos e oportunidades
de trabalho, e ao professor Pedro Lopes de Araújo, pela orientação no trabalho, desejo saúde e
todo sucesso do mundo. O curso acabou, mas tudo que vivemos durante ele segue conosco.
Obrigado a todos vocês!
“Be happy for this moment.
This moment is your life.”
Omar Khayyam
RESUMO
Com o passar dos anos, a complexidade do sistema tributário brasileiro exigiu que houvesse
melhorias na forma de fiscalização e controle da arrecadação tributária, como também no
acompanhamento das informações sobre os contribuintes, afim de suportar a grande
quantidade de informações e também de proporcionar um melhor processamento de dados e
assim permitir uma maior capilaridade do fisco junto aos contribuintes. A receita tributária no
Rio Grande do Norte depende em sua maior parte da arrecadação do ICMS, logo, mudanças
no sistema fiscal do Estado traria, possivelmente, diversos reflexos na arrecadação de ICMS e
consequentemente na arrecadação geral. O projeto SPED e a NF-e foram instituídos
nacionalmente e implantados no Estado do Rio Grande do Norte por meio da SET – RN,
objetivando a otimização da sistemática de escrituração e também a maior segurança no
controle das notas fiscais derivadas nas operações comerciais. Para analisar a significância da
influência pela implantação do projeto NF-e no RN, foi feita a coleta dos valores referentes a
arrecadação mensal de ICMS e também da arrecadação total do Estado a partir do mês de
junho do ano de 1999 até o mês de março de 2017, sendo corrigidos pelo índice IPCA-E até a
data de 31/03/2017. O resultado da pesquisa apontou que com toda a melhoria técnica e
estrutural trazida pela NF-e não se reverteu diretamente na maior arrecadação de ICMS,
mesmo após vários anos de sua obrigatoriedade. Embora a arrecadação de ICMS tenha
crescido muito durante o período analisado, a representatividade do ICMS em relação a toda a
receita tributária do RN praticamente não mudou, e, mesmo havendo repetitivas oscilações já
tradicionais, o valor final que representa o total de ICMS constante na receita tributária total
diminuiu.
Palavras-chave: NF-e. ICMS. Arrecadação.
ABSTRACT
As the years go by, the complexity behind the Brazilian taxes, system demanded
improvements in its oversight and control, those improvements were also demanded in the
contributor information tracking, the reason behind that being a improved assessment over the
large quantities of data. The taxes revenue in the state of Rio Grande do Norte comes, mostly,
from the ICMS, thus, changes in the state’s taxes system would probably inherit changes in
such ICMS earnings as well as the revenue as a whole. The SPED project, as well as the NF-e
were instituted nationwide and implemented in the State of Rio Grande do Norte by the SET-
RN, aiming the systematic optimization of data input as well as better security over the fiscal
receipts, a product of the commercial operations. To analyze the meaningfulness behind the
implementation of the NF-e in the state, the values of monthly ICMS and complete state
revenue were collected, during the period of June 1999 until March 2017, being the values
corrected by the IPCA-E index to the date of 31/03/2017. The result of said research pointed
out that the technical and structural improvements brought over by the NF-E did not translate
into a greater ICMS tax collection revenue, even after years of being mandatory. Although
there was an increase in ICMS revenue, its representability over the complete state revenue
remained the same, even after some expected period oscillations, being the final value a
representation that the ICMS participation in the state’s revenue has been in a decline.
Key-words: NF-e. ICMS. Collection.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Arrecadação mensal do ICMS antes e após a adoção da NF-e...............................32
Figura 2 – Representatividade do ICMS na receita tributária total do RN...............................33
Figura 3 – Percentual de representatividade do ICMS na receita tributária total do RN.........34
Figura 4 – Boxplot 1.................................................................................................................36
Figura 5 – Bloxplot 2................................................................................................................38
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
BACEN Banco Central do Brasil
CONFAZ Conselho Nacional de Política Fazendária
CTN Código Tributário Nacional
ICMS Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sore
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de
Comunicação.
IPCA-E Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial
NF-e Nota Fiscal Eletrônica
RICMS Regulamento do Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de
comunicação.
SET Secretaria do Estado de Tributação
SPED Sistema Público de Escrituração Digital.
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 12
1.1 Objetivos ............................................................................................................... 12
1.1.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 13
1.1.2 Objetivo Específicos ............................................................................................ 13
1.2 Justificativa ............................................................................................................ 13
1.3 Limitação da Pesquisa ............................................................................................. 14
1.4 Organização do Trabalho ......................................................................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 16
2.1 ICMS .................................................................................................................... 16
2.2. SPED ................................................................................................................... 18
2.3. NF-e ..................................................................................................................... 19
2.3.1. Sequência de Protocolos de implantação da NF-e no Brasil e no Rio Grande do Norte20
2.3.2. BENEFÍCIOS DO PROJETO NF-e ...................................................................... 29
3. METODOLOGIA .................................................................................................... 30
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................ 32
4.1.1 COMPORTAMENTO DO ICMS ANTES E APÓS A IMPLANTAÇÃO DA NF-e .... 32
4.1.2 REPRESENTATIVIDADE DO ICMS NA RECEITA TRIBUTÁRIA TOTAL .......... 33
4.1.3 REPRESENTATIVIDADE PERCENTUAL DO ICMS NA RECEITA TRIBUTÁRIA
TOTAL ...................................................................................................................... 34
4.2 ANÁLISE DESCRITIVA ....................................................................................... 34
4.2.1 TESTE DE NORMALIDADE PARA AS AMOSTRAS REFERENTES À
ARRECADAÇÃO DE ICMS ANTES E APÓS A OBRIGATORIEDADE DA NF-e ......... 34
4.2.2. TESTE DE NORMALIDADE PARA AS AMOSTRAS REFERENTES À RELAÇÃO
DE REPRESENTATIVIDADE DA ARRECADAÇÃO DE ICMS E A RECEITA
TRIBUTÁRIA TOTAL ANTES E APÓS A NF-e. .......................................................... 37
4.3 ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO ENTRE A ARRECADAÇÃO DE ICMS MENSAL E A
ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA TOTAL .................................................................... 39
4.3.1 ARRECADAÇÃO DE ICMS ANTES E APÓS A IMPLANTAÇÃO DA NF-E ......... 39
4.3.2 PARTICIPAÇÃO DO ICMS NA RECEITA TRIBUTÁRIA TOTAL ANTES E APÓS
A IMPLANTAÇÃO DA NF-E ...................................................................................... 40
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 41
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 42
12
1 INTRODUÇÃO
Com o passar dos anos, ficou cada vez mais evidente a necessidade de um trabalho
conjunto entre fiscos estaduais e federal. A integração entre as fazendas estaduais e a federal
se fez preciso pela demanda no processamento da grande quantidade de informações fiscais
dos contribuintes.
O avanço da informatização vem influenciando e otimizando o tempo das operações
de comércio, tornando mais simples a comunicação e as transações comerciais, isso fez com
que o número de operações comerciais aumentasse de forma impressionante entre todos os
estados do país. Diante dessa realidade, os estados precisaram investir na modernização dos
seus sistemas de fiscalização e controle na cobrança dos impostos derivados das operações
comerciais em cada estado, mas também das operações ocorridas entre eles.
Para acompanhar o crescimento no volume das transações e consequentemente das
possibilidades de tributação, o fisco federal, em cooperação com os estados, planejou e
implantou o projeto SPED – Sistema Público de Escrituração Digital, fazendo com que o
tratamento das informações alcançadas pelas diversas obrigações acessórias sejam cumpridas
pelos contribuintes de forma otimizada e com menor possibilidade de erros. O projeto
também tornou possível um maior acompanhamento sobre as práticas fiscais dos
contribuintes, além do constante monitoramento das informações prestadas com a
participação do contribuinte, mas que passaram a ter validade jurídica, após o reconhecimento
por meio das assinaturas digitais dos documentos eletrônicos transmitidos via SPED.
Com a implantação da NF-e, há de se buscar inferências, por meio da análise
estatística dos dados referentes à arrecadação, surgindo a seguinte problemática: a
implantação da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) impactou na arrecadação de ICMS do
Estado do Rio Grande do Norte?
O presente trabalho objetiva discorrer sobre o planejamento e implantação de um dos
projetos SPED, a Nota Fiscal Eletrônica, buscando mostrar o se houve impacto no aumento da
arrecadação do ICMS e também a representatividade do ICMS em relação a arrecadação
tributária geral, porém comparando o antes e depois da efetiva obrigatoriedade da Nota Fiscal
Eletrônica no Estado do Rio Grande do Norte.
1.1 Objetivos
13
1.1.1 Objetivo Geral
O trabalho objetiva avaliar se a implantação da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e)
impactou positivamente na arrecadação de ICMS do Estado do Rio Grande do Norte.
1.1.2 Objetivo Específicos
Para atestar a influência da implantação da NF-e na arrecadação de ICMS do Rio
Grande do Norte no período de 1999 a 2017, são objetivos desse trabalho:
I - Coletar as arrecadações mensais de ICMS e as arrecadações totais mensais de junho de
1999 a março de 2017.
II - Corrigir os valores obtidos anteriormente pelo índice IPCA-E.
III – Relacionar a arrecadação de ICMS à receita tributária total, afim de encontrar
simplesmente seu percentual de representatividade.
IV – Aplicar testes de estatísticos para descobrir se os dados dispostos podem representar uma
distribuição normal.
V – Tendo como resultado de não normalidade para as distribuições bases para os testes,
executar testes não paramétricos para atestar que as distribuições apresentam diferenças
estatisticamente relevantes e que comprovam que houve mudanças significativas durante o
período analisado.
1.2 Justificativa
Esta pesquisa é motivada pela intenção de analisar se todos os esforços ocorridos entre
os fiscos estaduais e federal, aliado ao grande processo de informatização, é fruto da crescente
necessidade de fiscalização e controle ou se é justificado por uma potencial capacidade de
arrecadar ainda mais tributos.
Por se tratar da maior fonte de receita tributária estadual, é importante que as medidas
tomadas com o objetivo de potencializar as práticas fiscais sejam eficazes, principalmente
quando demandam recursos e um forte investimento em capacidade técnica e de pessoal,
como é o caso da implantação do projeto SPED e dos demais projetos agregados, como é o
caso da NF-e.
14
Com o intuito de ter um maior alcance entre os contribuintes, os estados resolveram se
organizarem e implantar projetos como a NF-e, embora não tivessem a real certeza de que o
resultado fosse influenciar positivamente ou negativamente na arrecadação tributária, mas que
simplificaria sim a integração entre os estados e também o compartilhamento de informações
com as informações fiscais da União.
A pesquisa vai apresentar se houve mudanças significativas na arrecadação de ICMS,
sejam elas positivas ou negativas, antes e após o processo de implantação da NF-e e se isso de
fato chegou a influenciar o percentual de ICMS que compõe a receita tributária total.
1.3 Limitação da Pesquisa
A presente pesquisa restringe-se a apresentar empiricamente se a houve mudança
significativa na arrecadação de ICMS comparando a arrecadação anterior a data de início da
obrigatoriedade da NF-e e após o início da obrigatoriedade.
A análise da pesquisa é limitada à análise dos valores da arrecadação mensal de ICMS
e da arrecadação tributária total, do período de junho de 1999 a março de 2017, considerando
o comportamento das arrecadações durante o tempo e comparando os valores obtidos antes e
após a data marco de início para uso obrigatório da NF-e.
O estudo considera as disposições do RICMS (Decreto Nº 13.640), de 13 de novembro
de 1997, e todas as demais legislações que alteram ou modificam as suas disposições.
Considerar que a atualização dos valores coletados sofreram influência de acordo com
o índice escolhido para a atualização monetária.
1.4 Organização do Trabalho
A pesquisa está disposta em 5 capítulos: Introdução, Referencial teórico, metodologia,
análise de dados e considerações finais.
Na introdução são mostrados os dados e informações que possibilitem uma
contextualização com o tema e referencias que serão base para todo o andamento da análise.
O referencial teórico traz todo embasamento técnico para a execução da pesquisa, e
está composto por: ICMS; SPED; NF-e e trechos das legislações que compõem todo o
processo de planejamento e implantação da NF-e.
15
Na metodologia estão dispostas quais métodos serão praticadas para a obtenção da
análise da pesquisa.
Nas considerações finais estão descritos os achados e suas interpretações. Pode-se,
finalmente, atestar se os objetivos foram atingidos ou não.
16
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 ICMS
O ICMS é o Imposto sobre as Operações Relativas a Circulação de Mercadorias e
sobre as Operações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação. Dentre as possibilidades de cumulatividade e não-cumulatividade dos impostos
no Brasil, o ICMS se destaca como o principal imposto não-cumulativo, como define
expressamente a Constituição Federal ao dispor sobre o imposto no seu artigo 155:
Parágrafo 2º - O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa
à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas
anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou
prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
Embora também seja repassado entre os componentes da cadeia de consumo por ser
somado ao valor final do produto, os compradores possuem, normalmente, a possibilidade de
recuperação do valor tido como imposto, mas que fez parte do preço de venda e de compra do
produto (imposto por dentro). O imposto foi regulamentado no âmbito nacional pela Lei
Complementar Nº 87/1996, (LEI KANDIR).
No Rio Grande do Norte, a regulamentação ocorreu através da Lei Ordinária Estadual
Nº 6.968/1996 e posteriormente alterado pela Lei nº 7.111, de 30/12/97, Lei nº 7.794, de
28/12/99, Lei nº 7.898, de 20/12/00, Lei nº 8.335, de 09/06/03, Lei Complementar nº 261, de
19/12/03, Lei nº 8.616, de 30/12/04, Lei nº 8.923, de 26/12/06, Lei nº 9.005, de 02/10/07, Lei
nº 9.050, de 19/12/07, Lei nº 9.429, de 17/12/10, Lei Complementar nº 450, de 27 /12/10, Lei
nº 9.964, de 27/07/15, Lei nº 9.991, de 29/10/15, Lei nº 10.075, de 13/07/16. O imposto é
cobrado na comercialização de mercadorias e na prestação de serviços. Sua arrecadação
objetiva o acúmulo de recursos para custear obras de infraestrutura, o sistema educacional,
saúde, segurança e demais necessidades sociais por parte do Governo.
O contribuinte do imposto é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com
habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de
mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
17
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior, conforme dispõe
o art. 4º da Lei 87/1996.
Para que seja possível a cobrança do ICMS, a pessoa física ou jurídica tida como
possível contribuinte deve executar suas operações e com isso caracterizar o surgimento do
fato gerador, o que tornará devido o pagamento do imposto ou a sua cobrança por parte do
Governo.
Segundo a Lei nº 5.172/1996, que dispõe sobre a criação do Sistema Tributário
Nacional, em seu Art. 114, fato gerador Principal “é a situação definida em lei como
necessária e suficiente à sua ocorrência.” Já o fato gerador da obrigação acessória “é qualquer
situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não
configure obrigação principal.”
Falcão (1994) define fato gerador como o fato, o conjunto de fatos ou o estado de fato,
a que o legislador vincula o nascimento da obrigação jurídica de pagar um tributo
determinado.
A possibilidade de incidência, segundo Ataliba (1991), é a descrição legal de um fato,
a formulação hipotética, prévia e genérica, contida na lei, de um fato.
O disposto no artigo 1º do RICMS do Rio Grande do Norte trata das hipóteses de
incidência do ICMS, a exemplo:
Art. 1º O Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação (ICMS), de que tratam o art. 155, inciso II, §§ 2º e 3º da Constituição
da República Federativa do Brasil, a Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de
1996 e a Lei Estadual nº 6.968 de 30 de dezembro de 1996, incide sobre:
I- operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de
alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;
II- prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer
via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores;
III- prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a
geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a
ampliação de comunicação de qualquer natureza;
IV- fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na
competência tributária dos municípios;
V- fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto
sobre serviços, de competência dos municípios, quando a lei complementar aplicável
à matéria expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual.
O ICMS se mostra como a principal fonte de recursos fiscais de todos os estados do
País. No Estado do Rio Grande do Norte o imposto sempre representou por volta de 90% da
arrecadação total da receita tributária.
18
O artigo 104 do regulamento estadual de ICMS traz as alíquotas aplicadas no estado,
recentemente alteradas pela Lei nº 9.991, de 29 de outubro de 2015. No quadro abaixo, as
alíquotas mais incidentes nas operações do Estado do Rio Grande do Norte:
Quadro 1 - Alíquotas do ICMS
Alíquotas Operações Alíquotas após
Lei nº 9.991 Operações
17%
Mercadorias, bens e serviços não
incluídos no inciso II; serviços de
transporte; aguardente de cana ou de
melaço.
18%
Operações e prestações e internas
com mercadorias, bens e serviços não
abrangidos nas alíneas “b” a “e” deste
inciso.
25%
Operações com bebidas alcoólicas,
exceto aguardente de cana ou de
melaço e demais itens constantes no
inciso II.
23%
Operações com todas as espécies de
álcoois, exceto o álcool etílico anidro
combustível.
12%
Operações ou prestações
interestaduais que destinem
mercadorias ou serviços a contribuinte
do imposto.
25%
Operações com automóveis e motos
de fabricação estrangeira,
embarcações de esporte e recreação,
joias e demais itens dispostos na
alínea “c” do inciso I.
17% ou
25%
Quando o destinatário não for
contribuinte do imposto, conforme o
disposto nos incisos I e II.
27%
Comercialização, dentro do estado,
de bebidas alcoólicas, exceto
aguardente de cana ou de melaço,
cigarros, fumos e seus derivados,
cachimbo, cigarreiras, piteiras,
isqueiros e demais artigos de
tabacaria, fogos de artifício, gasolina
e álcool etílico anidro combustível e
perfumes e cosméticos.
17% ou
25%
Operações de importação do exterior,
observado o disposto nos incisos I e
II.
28%
Serviços de comunicação nas
operações ou prestações
interestaduais
13% Nas operações de exportação. 12%
Operações interestaduais, a operação
se destinar a mercadorias, bens ou
serviços para contribuinte do imposto
e bens ou serviços ao consumidor
final, não contribuinte do imposto.
Fonte: Elaborado pelo autor
2.2. SPED
A emenda constitucional nº 42, aprovada em dezembro de 2003, alterou o que disposto
no artigo 37 da Constituição Federal, e estabeleceu que as três esferas da administração
pública atuassem de forma conjunta e integrada no compartilhamento de informações
19
cadastrais e contábeis-fiscais dos contribuintes. O SPED é o Sistema Público de Escrituração
Digital, Instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, fazendo parte do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC), sendo um dos maiores avanços na informatização da
relação entre o fisco e os contribuintes.
Segundo o sítio eletrônico da Receita Federal do Brasil, o SPED, de modo geral,
“consiste na modernização da sistemática atual do cumprimento das obrigações acessórias,
transmitidas pelos contribuintes às administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores,
utilizando-se da certificação digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos,
garantindo assim a validade jurídica dos mesmos apenas na sua forma digital.”
O SPED objetiva:
• Proporcionar a integração entre os fiscos;
• Racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os contribuintes;
• Tornar mais ágil a identificação de ilícitos tributários;
Com a implementação do SPED o fisco, por meio do Governo, busca uma mais prática
e ágil sistemática na prestação de informações fiscais por parte dos contribuintes. Com a
informatização e digitalização dos documentos e informações fiscais, o cumprimento de
obrigações acessórias ficou menos suscetível a erros e distorções originados por trabalhos
manuais, assim como proporcionou uma redução do “Custo Brasil”, uma vez que os
contribuintes passaram a ter uma menor demanda de recursos físicos para o cumprimento das
obrigações. Com a diminuição das distorções nas informações, a maior rapidez no acesso às
informações, e a padronização de leiautes utilizados pelos programas que fazem parte do
programa SPED, o fisco conta agora com um potente sistema para o cruzamento de
informações fiscais dos contribuintes, possibilitando assim uma maior produtividade por parte
dos agentes fiscais e também do fisco de movo geral, no combate e fiscalização à sonegação
fiscal.
2.3. NF-e
O Projeto Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) foi desenvolvido em parceria entre as
Secretarias de Fazenda dos Estados e Receita Federal do Brasil, a partir da assinatura do
Protocolo ENAT 03/2005, de 27/08/2005, e instituída pelo Ajuste SINIEF 07/05, de 30 de
março de 2005.
20
2.3.1. Sequência de Protocolos de implantação da NF-e no Brasil e no Rio Grande do
Norte
Em 18 de abril de 2007, por meio do Protocolo ICMS 10/07, tornou-se obrigatória a
utilização da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), prevista e instituída pelo Ajuste SINIEF 07/05,
pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso,
Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe, em
substituição a Nota Fiscal modelo 1 ou 1–A.
Em 06 de julho de 2007, o Protocolo ICMS 30/07 altera às disposições do Protocolo
10/07, que estabelece a obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e
dispõe sobre a adesão dos Estados da Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia,
Santa Catarina e Tocantins e o Distrito Federal, ao mesmo.
Em 28 de setembro de 2007, o Protocolo ICMS 55/07 dispõe sobre a implantação da
SEFAZ Virtual do Rio Grande do Sul, em cooperação com os estados de Acre, Alagoas,
Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Maranhão,
Pará, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte,
Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins e o Distrito Federal, na utilização do
sistema Nota Fiscal Eletrônica (NF-e).
Em 14 de dezembro de 2007, o Protocolo ICMS 88/07, com a representação dos
estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina,
São Paulo, Sergipe e Tocantins e o Distrito Federal, altera as disposições do Protocolo ICMS
10/07, incluindo setores aos quais passaram a ser obrigatória a utilização do sistema NF-e.
Em 18 de março de 2008, o Protocolo ICMS 24/08, com a assinatura dos estados do
Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São
Paulo, Sergipe e Tocantins e o Distrito Federal, altera as disposições do Protocolo ICMS
10/07 e estabelece a obrigatoriedade da utilização do sistema de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e)
para os setores de cigarros e distribuição de combustíveis líquidos.
Também em 18 de março de 2008, o Protocolo ICMS 25/08 altera as disposições do
Protocolo ICMS 55/08, que trata da disponibilização dos serviços do sistema "Sefaz Virtual",
destinado ao processamento da autorização de uso de documentos fiscais eletrônicos:
21
Cláusula primeira O Estado do Rio Grande do Sul e a Secretaria da Receita Federal
do Brasil se comprometem a disponibilizar aos Estados de Acre, Alagoas,
Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul,
Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio
Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins e o
Distrito Federal, a seguir denominados ESTADOS, o serviço do sistema "SEFAZ
VIRTUAL", a seguir denominado de "SEFAZ VIRTUAL", integrante do Projeto
Nacional da Nota Fiscal Eletrônica.
Em 4 de julho de 2008, o Protocolo ICMS 68/08 Altera as disposições do Protocolo
ICMS 10/07, com a representação dos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia,
Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande
do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins e o Distrito
Federal, estabelece a obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para os
setores que especifica.
Já em 26 de setembro de 2008, o Protocolo ICMS 87/08, com a assinatura dos estados
de Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São
Paulo, Sergipe e Tocantins e o Distrito Federal, altera as disposições do Protocolo ICMS
10/07, e estabelece a obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para os
produtores, importadores e distribuidores de GLP – gás liquefeito de petróleo ou de GLGN -
gás liquefeito de gás natural, produtores, importadores e distribuidores de GNV – gás natural
veicular, atacadistas de Fumo e os demais setores que especifica.
Em 3 de abril de 2009, o Protocolo ICMS 04/09, com a representação dos estados do
Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São
Paulo, Sergipe e Tocantins e o Distrito Federal, altera as disposições do Protocolo ICMS
10/07, que estabelece a obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para os
setores que especifica.
Ainda no dia 3 de julho de 2009, o Protocolo ICMS 42/09, tendo como participantes
os estados do Acre, Amazonas, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás,
Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná,
22
Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia,
Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal, estabelecem a
obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) em substituição à Nota Fiscal,
modelo 1 ou 1-A, pelo critério de CNAE e operações com os destinatários que especifica.
Também em 3 de julho de 2009, o Protocolo ICMS 43/09, contando com a
representação dos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo,
Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná,
Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia,
Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins e o Distrito Federal, acrescenta o
inciso VI ao parágrafo 2º. da cláusula 1ª. do Protocolo ICMS 10/07, excluindo a
obrigatoriedade de emissão da NF-e para o Microempreendedor Individual - MEI.
VI - o disposto neste protocolo não se aplica ao Microempreendedor Individual -
MEI, de que trata o art. 18-A da Lei Complementar 123/2006.”
Em 27 de agosto de 2009, o Protocolo ICMS 101/09, com a assinatura dos estados de
Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São
Paulo, Sergipe e Tocantins e o Distrito Federal, acrescenta ao inciso VII ao § 2º da cláusula
primeira do Protocolo ICMS 10/07 , de 18 de abril de 2007, e desobriga da emissão de NF-e
os estabelecimentos atacadistas de produtos hortifrutigranjeiros e de outros produtos
alimentícios localizados em centrais de abastecimento controladas direta ou indiretamente
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
“VII – ao estabelecimento atacadista de produtos hortifrutigranjeiros e de outros
produtos alimentícios localizado em centrais de abastecimento controladas direta ou
indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.”
Em 27 de agosto de 2009, o Protocolo ICMS 102/09, com a participação dos estados
do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São
Paulo, Sergipe e Tocantins e o Distrito Federal, acrescenta ao inciso VII ao § 3º da cláusula
primeira do Protocolo ICMS 10/07 , de 18 de abril de 2007 e altera a data da entrada da
23
obrigatoriedade de emissão de NF-e para a CONAB para a partir de 01/04/2010, exceto para o
Estado do Mato Grosso.
VII – a partir de 1º de abril de 2010, relativamente aos estabelecimentos da
Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB.
Em 31 de agosto de 2009, o Protocolo ICMS 103/09, com a representação dos estados
do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São
Paulo, Sergipe e Tocantins e o Distrito Federal, modifica o inciso VII do § 2º da cláusula
primeira do Protocolo ICMS 10/07, de 18 de abril de 2007, retificando o Protocolo ICMS
101, e excluindo da obrigatoriedade, até 31/03/2010, os estabelecimentos atacadistas de
produtos hortifrutigranjeiros e de outros produtos alimentícios localizados em centrais de
abastecimento controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, exceto Mato Grosso.
VII – até 31 de março de 2010, ao estabelecimento atacadista de produtos
hortifrutigranjeiros e de outros produtos alimentícios localizado em centrais de
abastecimento controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.
Em 26 de março de 2010, o Protocolo ICMS 82/10, com a assinatura dos estados do
Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São
Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal, modifica o Protocolo ICMS 42/09 e inclui o
critério de obrigatoriedade por Classificação Nacional de Atividades Econômicos - CNAE e
operações com os destinatários, para Armazéns Gerais e movimentações de materiais para
diversas empresas do segmento de prestações de serviço de comunicações, a partir de 1 de
dezembro de 2010.
“Cláusula primeira O Anexo Único do Protocolo ICMS 42, de 3 de julho de 2009,
fica acrescido dos seguintes códigos da Classificação Nacional de Atividades
Econômicos – CNAE:
24
Quadro 2 - Alterações do protocolo ICMS 42
CNAE Descrição CNAE Início da
obrigatoriedade
3511-
5/00 Geração de Energia Elétrica 01/12/2010
3513-
1/00 Comércio Atacadista de Energia Elétrica 01/12/2010
3514-
0/00 Distribuição de Energia Elétrica 01/12/2010
3512-
3/00 Transmissão de Energia Elétrica 01/12/2010
5211-
7/01 Armazéns Gerais - Emissão de Warrant 01/12/2010
5211-
7/99
Depósitos de Mercadorias para Terceiros, Exceto Armazéns Gerais e Guarda-
Móveis 01/12/2010
5229-
0/01 Serviços de apoio ao transporte por táxi, inclusive centrais de chamada 01/12/2010
1245599 Atividades do Correio Nacional 01/12/2010
1245600 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional 01/12/2010
6010-
1/00 Atividades de rádio 01/12/2010
6021-
7/00 Atividades de televisão aberta 01/12/2010
1505652 Programadoras 01/12/2010
1505653 Atividades relacionadas à televisão por assinatura, exceto programadoras 01/12/2010
1537885 Serviços de telefonia fixa comutada – STFC 01/12/2010
1537886 Serviços de redes de transporte de telecomunicações – SRTT 01/12/2010
1537887 Serviços de comunicação multimídia – SCM 01/12/2010
6110-
8/99 Serviços de telecomunicações por fio não especificados anteriormente 01/12/2010
1541446 Telefonia móvel celular 01/12/2010
1541447 Serviço móvel especializado – SME 01/12/2010
6120-
5/99 Serviços de telecomunicações sem fio não especificados anteriormente 01/12/2010
6130-
2/00 Telecomunicações por satélite 01/12/2010
6141-
8/00 Operadoras de televisão por assinatura por cabo 01/12/2010
6142-
6/00 Operadoras de televisão por assinatura por micro-ondas 01/12/2010
6143-
4/00 Operadoras de televisão por assinatura por satélite 01/12/2010
1567044 Provedores de acesso às redes de comunicações 01/12/2010
1567045 Provedores de voz sobre protocolo internet – VOIP 01/12/2010
6190-
6/99 Outras atividades de telecomunicações não especificadas anteriormente 01/12/2010
6311-
9/00
Tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de
hospedagem na internet 01/12/2010
6319-
4/00 Portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet 01/12/2010
6391-
7/00 Agências de notícias 01/12/2010
6399-
2/00
Outras atividades de prestação de serviços de informação não especificadas
anteriormente 01/12/2010
25
7311-
4/00 Agências de publicidade 01/12/2010
7312-
2/00
Agenciamento de espaços para publicidade, exceto em veículos de
comunicação 01/12/2010
7319-
0/99 Outras atividades de publicidade não especificadas anteriormente 01/12/2010
8020-
0/00 Atividades de monitoramento de sistemas de segurança 01/12/2010
Fonte: Elaborado pelo autor
Em 25 de junho de 2010, o Protocolo ICMS 83/10, com a representação dos estados
do Acre, Amazonas, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São
Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal, altera as disposições do Protocolo ICMS 42/09 e
prorroga o início da vigência da obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal Eletrônica - NF-
e, pelo critério de CNAE.
“Cláusula primeira Fica prorrogado para 1º de dezembro de 2010 o início da
vigência da obrigatoriedade de utilização da Nota Fiscal Eletrônica - NF-e, modelo
55, prevista no Protocolo ICMS 42/09, de 3 de julho de 2009, para os contribuintes
enquadrados nos códigos da Classificação Nacional de Atividades Econômicas a
seguir indicados:
I – 1811-3/01 – Impressão de jornais;
II – 1811-3/02 – Impressão de livros, revistas e outras publicações periódicas;
III – 4618-4/03 – Representantes comerciais e agentes do comercio de jornais,
revistas e outras publicações e;
IV – 4647-8/02 – Comércio atacadista de livros, jornais e outras publicações.”
No dia 9 de julho de 2010, o Protocolo ICMS 85/10, tendo como signatários os
estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás,
Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná,
Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia,
Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins e o Distrito Federal, modifica as
disposições do Protocolo ICMS 42/09 e prorroga o início da vigência da obrigatoriedade da
utilização da Nota Fiscal Eletrônica - NF-e, pelo critério de CNAE.
“Cláusula primeira A cláusula segunda do Protocolo ICMS 42, de 3 de julho de
2009 , passa a vigorar com a seguinte redação:
“ Cláusula segunda Ficam obrigados a emitir Nota Fiscal Eletrônica – NF-e,
modelo 55, em substituição à Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A, a partir de 1º de
dezembro de 2010, os contribuintes que, independentemente da atividade econômica
exercida, realizem operações:
26
I - destinadas à Administração Pública direta ou indireta, inclusive empresa pública
e sociedade de economia mista, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;
II - com destinatário localizado em unidade da Federação diferente daquela do
emitente;
III - de comércio exterior.
Parágrafo único. Caso o estabelecimento do contribuinte não se enquadre em
nenhuma outra hipótese de obrigatoriedade de emissão da NF-e:
I – a obrigatoriedade expressa no “caput” ficará restrita às hipóteses de seus incisos
I, II e III;
II – a hipótese do inciso II do “caput” não se aplica ao estabelecimento de
contribuinte exclusivamente varejista, nas operações com CFOP 6.201, 6.202, 6.208,
6.209, 6.210, 6.410, 6.411, 6.412, 6.413, 6.503, 6.553, 6.555, 6.556, 6.661, 6.903,
6.910, 6.911, 6.912, 6.913, 6.914, 6.915, 6.916, 6.918, 6.920, 6.921.”
Cláusula segunda Ficam acrescentados os incisos IV e V ao § 2º da cláusula
primeira do Protocolo ICMS 42/09, com a seguinte redação:
“IV - a critério de cada unidade federada, ao estabelecimento do contribuinte que
não esteja enquadrado em nenhum dos códigos da CNAE constantes da relação do
Anexo Único, observado o disposto no § 3º;
V - nas operações internas, para acobertar o trânsito de mercadoria, em caso de
operação de coleta em que o remetente esteja dispensado da emissão de documento
fiscal, desde que o documento fiscal relativo à efetiva entrada seja NF-e e referencie
as respectivas notas fiscais modelo 1 ou 1-A.”.
Em 9 de julho de 2010, o Protocolo ICMS 93/10, com a representação dos estados da
Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul,
dispõe sobre a instituição do Sistema de Circularização de Documentos Fiscais Eletrônicos –
SCD-e – e o intercâmbio de informações entre as unidades da Federação.
“Cláusula primeira Fica instituído o Sistema de Circularização de Documentos
Eletrônicos – SCD-e, no âmbito das unidades federadas signatárias do presente
protocolo.
Cláusula segunda O SCD-e tem como objetivo disponibilizar um ambiente de permuta
de informações entre as administrações tributárias, visando a sua circularização e
confirmação.
Cláusula terceira Os signatários deste protocolo autorizam o Ambiente Nacional do
Sistema Público de Escrituração Digital - SPED a disponibilizar para o SCD-e suas
informações referentes aos Documentos Fiscais Eletrônicos – DF-e, Arquivos de
Operações Interestaduais – OIE da Escrituração Fiscal Digital - EFD e Registros de
Passagens dos DF-e.”
No dia 24 de setembro de 2010, o Protocolo ICMS 153/10, com a assinatura dos
estados do Rio Grande do Sul e São Paulo, estabelecem que o Estado do Rio Grande do Sul
compromete-se a ceder ao Estado de São Paulo, sem ônus, cópia do portal/sistema/programa
autorizador de documentos fiscais eletrônicos, denominado "SEFAZ Virtual", de sua
propriedade, desenvolvido em ambiente da Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande
27
do Sul, para ser exclusivamente implantado no ambiente da Secretaria da Fazenda do Estado
de São Paulo.
O Protocolo ICMS 166/10, do dia 4 de outubro de 2010, coma participação dos
estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina,
São Paulo, Sergipe e Tocantins e o Distrito Federal, altera as disposições do Protocolo ICMS
10/07, e acrescenta ao inciso VIII ao § 2º da cláusula primeira do Protocolo ICMS 10/07, de
18 de abril de 2007, e dispensa da emissão da NF-e as operações internas, para acobertar o
trânsito de mercadoria, em caso de operação de coleta em que o remetente esteja dispensado
da emissão de documento fiscal.
“VIII - nas operações internas, para acobertar o trânsito de mercadoria, em caso de
operação de coleta em que o remetente esteja dispensado da emissão de documento
fiscal, desde que o documento fiscal relativo à efetiva entrada seja NF-e e referencie as
respectivas notas fiscais modelo 1 ou 1-A.”
Em 30 de novembro de 2010, o Protocolo ICMS 191, com a representação dos estados
do Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São
Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal, altera o disposto no Protocolo ICMS 42/09 e
prorroga o início da vigência da obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal Eletrônica (NF-
e) pelo critério de CNAE para 1 de julho de 2011.
Também em 30 de novembro de 2010, o Protocolo ICMS 192/10, com o
consentimento dos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito
Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba,
Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul,
Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins e o Distrito Federal,
altera as disposições do Protocolo ICMS 42/09 e dispensa da obrigatoriedade de emissão da
NF-e, as operações realizadas por Microempreendedor Individual - MEI e operações
realizadas por produtor rural não inscrito no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).
Foi por meio do Protocolo ICMS 193/10, também de 30 de novembro de 2010, que se
estabeleceu que os estados do Acre, Amazonas, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito
28
Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba,
Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul,
Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal,
decidem prorrogar para 01/04/2011, a exigência de uso da NF-e para legitimar as vendas para
órgãos públicos, em operações internas realizadas nos estados da Bahia, Alagoas, Espírito
Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio
Grande no Norte, Roraima, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal.
Em 10 de dezembro de 2010, o Protocolo ICMS 194/10, com a participação dos
estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina,
São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal, modifica as disposições do Protocolo ICMS
42/09 e determina a prorrogação para 01/03/2011, da exigência de uso da NF-e pelas
empresas de Telecomunicações.
Também em 10 de dezembro de 2010, o Protocolo ICMS 195/10, com a participação
dos estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás,
Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná,
Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia,
Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal, modifica as
disposições do Protocolo ICMS 42/09 e determina a prorrogação para 01/07/2011, da
exigência de uso da NF-e para empresas que atuam na área de edição de jornais, revistas e
livros.
Por fim, no dia 10 de dezembro de 2010, o Protocolo ICMS 196/10 altera as
disposições do Protocolo ICMS 42/09, com a representação dos estados do Acre, Amazonas,
Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande
do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe,
Tocantins e Distrito Federal, estabelece a prorrogação para 01/04/2011, da exigência de uso
da NF-e nas operações de venda para órgãos públicos, nas operações internas praticadas pelos
Estados do Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, Sergipe,
Tocantins e pelo Distrito Federal.
29
2.3.2. BENEFÍCIOS DO PROJETO NF-e
A implementação da Nota Fiscal Eletrônica proporcionou uma maior integração entre
os fiscos, já que todos eles passaram a ter as mesmas bases de comparação por meio do
padrão de notas fiscais emitidas por seus contribuintes, além de contarem com a agilidade no
acesso às informações de comercialização de produtos e mercadorias.
O cumprimento de obrigações acessórias foi um dos maiores benefícios
proporcionados pela NF-e, pois a importação e exportação de arquivos constando dados que
são necessários para prestação de informações fiscais passou a ser amplamente utilizado,
gerando economia de tempo, gastos com processamento e armazenamento de informações e
recursos materiais.
O projeto possivelmente alavancou a arrecadação dos estados, já que as notas fiscais
emitidas pelos contribuintes passaram a ter uma maior credibilidade fiscal e documental. Com
isso, a verificação e acompanhamento por parte do fisco foi amplamente facilitada, o que
proporcionou uma diminuição da burocracia na emissão, retificação e cancelamento de notas
fiscais, assim como da sonegação fiscal, fruto da quase instantânea obtenção de informações
por parte do fisco em relação as operações executadas pelos contribuintes.
No estado do Rio Grande do Norte a implantação da NF-e se deu a partir do ano de 1º
de abril de 2008, em acordo com o protocolo ICMS 10/07 e tendo as atividades descritas no
Art. 425 – U, incisos I a XCIII do Regulamento Estadual de ICMS.
Segundo o sítio eletrônico da Secretaria de Estado da Tributação do Rio Grande do
Norte - SET/RN, “O Projeto NF-e teve como objetivo a implantação de um modelo nacional
de documento fiscal eletrônico visando a substituição da sistemática de emissão do
documento fiscal em papel, modelos 1 e 1A, com validade jurídica garantida pela assinatura
digital do emitente, simplificando as obrigações acessórias dos contribuintes e permitindo, ao
mesmo tempo, o acompanhamento em tempo real das operações comerciais pelo Fisco.”
30
3. METODOLOGIA
Para Minayo (2000), o conjunto de técnicas que possibilitam a materialização da
realidade, as concepções teóricas de abordagem, e a inicialização da criatividade do
investigador, são incluídos na metodologia. Para perceber o ocorrido com a arrecadação
tributária no período estudado, foi necessário seguir diversas medidas que possibilitassem
reunir e comparar dados indispensáveis à análise.
Quanto aos procedimentos adotados para a coleta dos dados, foi feita uma pesquisa
sobre quais legislações abrangem a institucionalização do imposto ICMS, e quais as
posteriores legislações que vieram a alterar as anteriores. Além de ter base legal na
constituição federal, o tributo é tratado de forma local por cada estado, sendo essa
prerrogativa data pelo texto da própria constituição.
Pelos métodos utilizados para obtenção e execução da análise podemos afirmar que ela
tem caráter descritivo e, para Andrade (2002), pesquisas descritivas objetivam perceber
analisar, registrar, classificar e compreender os fatos, sem a interferência do pesquisador.
Com base na fundamentação dada pelas leis que estabelecem a criação e implantação da Nota
Fiscal Eletrônica, foi preciso reunir em forma cronológica os protocolos que definem as
medidas tomadas pelos estados participantes para o avanço na execução do projeto NF-e.
Para a análise dos dados foi preciso a coleta da arrecadação mensal de ICMS e
também a arrecadação tributária geral do estado do Rio Grande do Norte, desde o mês de
junho do ano de 1999 até o mês de março do ano de 2017, sendo os valores apresentados em
milhares de reais para facilitar a visualização e manipulação dos dados a sempre analisados.
Os valores de ICMS foram obtidos por meio do Conselho Nacional de Política Fazendária
(CONFAZ), tendo sido coletados a valor histórico da época em que aconteceram e atualizados
pelo IPCA-E, com a utilização da calculadora do cidadão, presente no site do Banco Central
do Brasil (BACEN).
A pesquisa fica caracterizada como qualitativa e quantitativa, já que a pesquisa utiliza
a base legal dada por toda a legislação que trata do assunto para fundamentar os dados
coletados posteriormente, podemos considerá-la qualitativa. Richardson (1999), estudos que
utilizam metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de um problema, analisar a
interação de variáveis, interpretar e classificar processos vividos por grupos sociais. O estudo
se mostra quantitativo devido a utilização dos valores mensais de ICMS e da arrecadação
tributária geral atualizados pelo IPCA-E para fazer as análises e comparações no período.
Também para Richardson (1999), a abordagem quantitativa “caracteriza-se pelo emprego de
31
quantificação tanto nas modalidades de colega de informações, quanto no tratamento delas
por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-
padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc.”.
Para análise dos dados foi utilizado o programa IBM SPSS 23, por meio do qual foram
realizados os testes de normalidade (Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk), onde foi possível
observar que a amostra apresentou uma distribuição não normal. A partir dessa informação,
foram feitos quatro testes não paramétricos – indicados para o tipo de distribuição apresentado
pela amostra – por meio dos quais foi possível constatar diferenças relevantes para chegar-se
à análise e conclusão sobre o comportamento dos dados constantes na amostra escolhida.
32
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1.1 COMPORTAMENTO DO ICMS ANTES E APÓS A IMPLANTAÇÃO DA NF-e
Será apresentado a seguir o comportamento histórico de arrecadação do ICMS,
comparando os resultados mensais antes e após a obrigatoriedade de utilização da NF-e.
Figura 1 - Arrecadação mensal do ICMS antes e após a adoção da NF-e
Fonte: Elaborado pelo autor.
O comportamento dos dados no gráfico evidencia que a arrecadação mensal de ICMS
foi crescente por quase todo o período analisado. É notável, também, que a maior parte desse
crescimento se deu após a implantação da Nota Fisccal Eletrônica, mas que apenas com essas
observações não há como atestarmos que o aumento se deu em consequência da efetividade
do funcionamento da NF-e no mercado do Rio Grande do Norte.
Apesar do evidente aumento da arrecadação mensal do ICMS após a adoção da NF-e,
este crescimento é, aparentemente, constante, “natural”, seguindo o crescimento que já estava
ocorrendo antes mesmo da adoção.
33
4.1.2 REPRESENTATIVIDADE DO ICMS NA RECEITA TRIBUTÁRIA TOTAL
A figura a seguir relaciona a arrecadação mensal de ICMS do Rio Grande do Norte
com a receita tributária total do Estado, mostrando assim a representatividade do ICMS na
arrecadação Estadual.
Figura 2 - Representatividade do ICMS na receita tributária total do RN
Fonte: Elaborado pelo autor
O gráfico evidencia que, durante todo o período analisado, a arrecadação de ICMS
representou significativamente quase a totalidade da receita tributária arrecada pelo Estado,
mas, ao olharmos os números, percebemos que a houve uma leve queda da representação do
ICMS na receita tributária total do RN. Essa informação chega ser uma contraditória se
considerarmos, hipoteticamente, que o cenário apresentado pelo primeiro gráfico se deu pela
execução do projeto NF-e no Rio Grande do Norte.
34
4.1.3 REPRESENTATIVIDADE PERCENTUAL DO ICMS NA RECEITA
TRIBUTÁRIA TOTAL
A figura a seguir relaciona a arrecadação mensal de ICMS do Rio Grande do Norte
com a receita tributária total do Estado, buscando mostrar a significância percentual do ICMS
na receita tributária total.
Figura 3 - Percentual de representatividade do ICMS na receita tributária total do RN
Fonte: Elaborado pelo autor
Sabendo dos resultados dos gráficos anteriores, podemos inferir que não há evidencias
suficientes que atestem que somente a obrigatoriedade de utilização da Nota Fiscal Eletrônica
foi responsável pelo aumento na arrecadação de ICMS estadual. Embora a arrecadação de
ICMS tenha mostrado um forte crescimento, a sua representatividade no total de receitas
tributárias do estado praticamente não mudou durante todo o período observado, chegando até
a apresentar uma leve queda nos últimos meses. Assim, devemos considerar que além da NF-
e, outros diversos fatores fizeram parte desse processo, embora muitos deles já existissem
antes disso e façam parte do crescimento orgânico da economia do Estado.
4.2 ANÁLISE DESCRITIVA
4.2.1 TESTE DE NORMALIDADE PARA AS AMOSTRAS REFERENTES À
ARRECADAÇÃO DE ICMS ANTES E APÓS A OBRIGATORIEDADE DA NF-e
Nos Quadros 3 e 4 apresenta-se a estatística descritiva do teste de normalidade para as
amostras referentes à arrecadação de ICMS antes e após a obrigatoriedade da NF-e.
35
Quadro 3 - Estatística descritiva da arrecadação do ICMS antes e após adoção da NF-e
Evento 1 Estatística Erro Padrão
ICMS Antes Média 241984,3339 4586,86690
95% Intervalo de Confiança
para Média
Limite inferior 232890,4242
Limite superior 251078,2437
5% da média aparada 241177,2145
Mediana 231278,9200
Variância 2251210228,319
Desvio Padrão 47446,92011
Mínimo 145030,73
Máximo 358162,57
Amplitude 213131,84
Amplitude interquartil 72416,24
Assimetria ,355 ,234
Curtose -,628 ,463
Depois Média 401308,8038 4790,74240
95% Intervalo de Confiança
para Média
Limite inferior 391810,6911
Limite superior 410806,9166
5% da média aparada 401719,5109
Mediana 410882,9900
Variância 2455779766,244
Desvio Padrão 49555,82475
Mínimo 297214,36
Máximo 499648,53
Amplitude 202434,17
Amplitude interquartil 72925,03
Assimetria -,309 ,234
Curtose -,661 ,463
Fonte: Elaborado pelo autor
Antes da adoção da NF-e (período que vai até março de 2008) o menor valor de ICMS
arrecadado foi de 145.030,73 milhões e o mês com a maior arrecadação foi no valor de
358.162,57 milhões. O Desvio padrão foi de 47446,92 milhões para a análise anterior a
implantação da NF-e.
Após a obrigatoriedade da utilização da NF-e o menor valor de ICMS arrecadado foi
de 297.214,36 milhões e o mês com a maior arrecadação foi no valor de 499.648,53 milhões.
O Desvio padrão foi de 49.555,82 milhões para a análise após a implantação da NF-e.
36
Quadro 4 - Testes de Normalidade
Evento 1
Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk
Estatística gl Sig. Estatística gl Sig.
ICMS Antes ,103 107 ,008 ,973 107 ,029
Depois ,099 107 ,011 ,967 107 ,009
Fonte: Elaborado pelo autor
O ICMS entre o período que antecedeu a utilização da Nota Fiscal Eletrônica e o
período posterior a implantação mostrou que análise tem uma distribuição não normal, a um
nível de significância de 5%. As médias do ICMS total arrecadado antes e depois da
implantação da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) evidencia que houve sim um aumento na
arrecadação de ICMS. Antes da implantação da NF-e houve uma maior variação da
arrecadação de ICMS se comparada com a amostra que traz os valores de ICMS arrecadados
após a obrigatoriedade da NF-e.
Não foram identificados outliers, conforme evidenciado na Figura 4.
Figura 4 - Boxplot 1
Fonte:
37
4.2.2. TESTE DE NORMALIDADE PARA AS AMOSTRAS REFERENTES À
RELAÇÃO DE REPRESENTATIVIDADE DA ARRECADAÇÃO DE ICMS E A
RECEITA TRIBUTÁRIA TOTAL ANTES E APÓS A NF-e.
Nos Quadros 5 e 6 apresenta-se a estatística descritiva para o teste de normalidade das
amostras referentes à relação de representatividade da arrecadação de ICMS e a receita
tributária total antes e após a NF-e.
Quadro 5 - Estatística descritiva da participação do ICMS na receita tributária total antes e após adoção da NF-e
Evento 1 Estatística Erro Padrão
%ICMS Antes Média ,954773 ,0028972
95% Intervalo de Confiança
para Média
Limite inferior ,949029
Limite superior ,960517
5% da média aparada ,956172
Mediana ,957901
Variância ,001
Desvio Padrão ,0299690
Mínimo ,8811
Máximo ,9918
Amplitude ,1106
Amplitude interquartil ,0584
Assimetria -,327 ,234
Curtose -1,078 ,463
Depois Média ,942915 ,0032440
95% Intervalo de Confiança
para Média
Limite inferior ,936483
Limite superior ,949346
5% da média aparada ,943866
Mediana ,950312
Variância ,001
Desvio Padrão ,0335560
Mínimo ,8757
Máximo ,9878
Amplitude ,1121
Amplitude interquartil ,0623
Assimetria -,262 ,234
Curtose -1,361 ,463
Fonte: Elaborado pelo autor
38
Antes da adoção da NF-e (período que vai até março de 2008) o menor valor de
representatividade do ICMS em relação à receita tributária foi de 88,11%, já o mês com maior
representação obteve uma participação percentual de ICMS de 99,18% da receita tributária
total.
Após a obrigatoriedade da NF-e o menor valor percentual de ICMS em relação à
receita tributária foi de 87,57%, já o mês com maior representação obteve uma participação
percentual de ICMS de 98,78% da receita tributária total.
Quadro 6 - Testes de Normalidade
Evento 1
Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk
Estatística gl Sig. Estatística gl Sig.
%ICMS Antes ,161 107 ,000 ,905 107 ,000
Depois ,158 107 ,000 ,910 107 ,000
Fonte: Elaborado pelo autor
O ICMS mensal do Rio Grande do Norte e a arrecadação tributária total mensal
mostrou que a análise tem uma distribuição não normal, a um nível de significância de 5%.
As médias das representatividades da arrecadação de ICMS no total da receita tributária do
Estado mostra que a implantação e utilização da Nota Fiscal Eletrônica pode não ter
influenciado significativamente, já que percentualmente o valor referente ao ICMS mensal se
mantém praticamente igual até o fim do período analisado.
Não foram identificados outliers, conforme evidenciado na Figura 5.
Figura 5 - Boxplot 2
Fonte: Elaborado pelo autor
39
4.3 ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO ENTRE A ARRECADAÇÃO DE ICMS MENSAL E
A ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA TOTAL
4.3.1 ARRECADAÇÃO DE ICMS ANTES E APÓS A IMPLANTAÇÃO DA NF-E
O quadro 7 mostra os testes não paramétricos para as amostras obtidas antes e após a
obrigatoriedade da NF-e, afim de atestar a relevância estatística das diferenças encontradas no
decorrer do período analisado.
Quadro 7 - Associação entre a arrecadação total do ICMS antes e após a implantação da NF-e
Item testado Teste Resultado Sig
A mediana das diferenças entre a arrecadação de
ICMS antes da NF-e e a arrecadação de ICMS
posteriormente à implantação da NF-e é igual a
zero.
Testes de sinal de
amostras relacionadas
Rejeita a hipótese
nula
,000
A mediana das diferenças entre a arrecadação de
ICMS antes da NF-e e a arrecadação de ICMS
posteriormente à implantação da NF-e é igual a
zero.
Teste dos postos
sinalizados de Wilcoxon
Rejeita a hipótese
nula
,000
As distribuições da Arrecadação de ICMS antes da
NF-e e a arrecadação de ICMS posteriormente à
implantação da NF-e são as mesmas.
Análise de Variância de
Dois fatores de Friedman
Rejeita a hipótese
nula
,000
As distribuições da Arrecadação de ICMS antes da
NF-e e a arrecadação de ICMS posteriormente à
implantação da NF-e são as mesmas.
Coeficiente de
Concordância de Kendall
Rejeita a hipótese
nula
,000
Fonte: Elaborado pelo autor
Os testes acima foram escolhidos para demonstrar a associação entre a arrecadação
mensal de ICMS no Estado do RN antes da implantação da NF-e e a arrecadação de ICMS a
partir da obrigatoriedade de utilização da NF-e. Todos os testes consideram um nível de
significância de 1%, e evidenciam que houve sim uma diferença estatisticamente relevante na
arrecadação, mas que não podemos ainda dizer ser diretamente resultado da obrigatoriedade
da utilização da NF-e.
40
4.3.2 PARTICIPAÇÃO DO ICMS NA RECEITA TRIBUTÁRIA TOTAL ANTES E
APÓS A IMPLANTAÇÃO DA NF-E
O quadro 8 mostra os testes não paramétricos para as amostras obtidas antes e após a
obrigatoriedade de utilização da NF-e, afim de atestar a relevância estatística das diferenças
de representatividade da participação do ICMS na receita tributária total encontradas no
decorrer do período analisado.
Quadro 8 - Participação do ICMS na receita tributária total antes e após a implantação da NF-e
Item testado Teste Resultado Sig
A mediana das diferenças entre o percentual de
representatividade do ICMS na arrecadação
tributária total antes da NF-e e o percentual de
representatividade do ICMS na arrecadação
tributária total a partir da obrigatoriedade da
utilização da NF-e é igual a zero.
Testes de sinal de
amostras
relacionadas
Rejeita a hipótese
nula
,000
A mediana das diferenças entre o percentual de
representatividade do ICMS na arrecadação
tributária total antes da NF-e e o percentual de
representatividade do ICMS na arrecadação
tributária total a partir da obrigatoriedade da
utilização da NF-e é igual a zero.
Teste dos postos
sinalizados de
Wilcoxon
Rejeita a hipótese
nula
,000
As distribuições dos percentuais de
representatividade do ICMS na arrecadação
tributária total antes da NF-e e o percentual de
representatividade do ICMS na arrecadação
tributária total a partir da obrigatoriedade da
utilização da NF-e são os mesmos.
Análise de
Variância de Dois
fatores de Friedman
Rejeita a hipótese
nula
,000
As distribuições dos percentuais de
representatividade do ICMS na arrecadação
tributária total antes da NF-e e o percentual de
representatividade do ICMS na arrecadação
tributária total a partir da obrigatoriedade da
utilização da NF-e são os mesmos.
Coeficiente de
Concordância de
Kendall
Rejeita a hipótese
nula
,000
Fonte: Elaborado pelo autor
Os testes acima foram escolhidos para demonstrar a associação entre o percentual de
representatividade do ICMS em relação a arrecadação tributária total no Estado do Rio
Grande do Norte antes e a partir da obrigatoriedade da utilização da NF-e. Todos os testes
consideram um nível de significância de 1%, e evidenciam que houve sim uma diferença
estatisticamente relevante no percentual que representa o ICMS dentro do total da arrecadação
tributária geral. Ao analisarmos os resultados, percebemos que a representação do ICMS em
relação à receita tributária total se manteve praticamente igual durante todo o período, embora
a arrecadação de ICMS tenha aumentado. Isso nos faz considerar que somente a implantação
41
da NF-e não gerou, assim, uma maior capacidade de arrecadação de ICMS pelo Estado do
RN.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Brasil é um país com um sistema tributário altamente complexo e que passa aos
seus estados a obrigação de cooperarem entre si para que haja uma maior conformidade no
cumprimento das obrigações por parte dos contribuintes e para que seja possível ter um
melhor e mais detalhado acompanhamento sobre informações que dizem respeito ao
contribuinte.
Na execução do trabalho foi elaborado um levantamento histórico e metodológico, a
fim de atestar qual o real impacto da implantação da NF-e na arrecadação de ICMS do Rio
Grande do Norte. Foi possível atestar que mesmo com toda praticidade trazida pela
informatização de informações, com toda a agilidade trazida pelo sistema SPED e
consequentemente o projeto NF-e, não foi possível atestarmos que o aumento na arrecadação
de ICMS ao longo do período da pesquisa foi se deu principalmente pela implantação da NF-
e, mas sim pelo crescimento vegetativo e esperado da economia do Estado do RN. Tal
resultado pode ser empiricamente comprovado quando verificado que o percentual de
representatividade do ICMS em relação da arrecadação tributária total do Estado praticamente
não alterou o seu comportamento, se mantendo oscilando frequentemente, mas tendo como
média o percentual de 95% da arrecadação tributária total.
Diante disso, pode-se resumir que, embora a arrecadação mensal de ICMS no RN
tenha passado por um forte crescimento durante o período analisado, resultado do crescimento
espontâneo do Estado, a obrigatoriedade da utilização da NF-e não foi, isoladamente,
significante o suficiente para alavancar a arrecadação de ICMS, já que sua representação na
arrecadação estadual total permaneceu a praticamente a mesma.
Portanto esse trabalho pode servir como base para futuras pesquisas sobre como a
implantação do projeto NF-e pode influenciar a arrecadação de ICMS no RN, tentando
demonstrar por quais maneiras ela aumentou sem ser influenciada diretamente pela NF-e.
42
REFERÊNCIAS
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. 4ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1991.
ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para cursos de pós-
graduação: noções práticas. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
FALCÃO, Amilcar de Araújo. Fato gerador da obrigação tributária. 5ª ed. Rio de Janeiro:
Forense, 1994.
BRASIL. Código Tributário Nacional, Lei n° 5.172 de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre
o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União,
Estados e Município. Brasília-DF, 25 de outubro de 1966. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172.htm>. Acesso em 15 de maio de 2017.
BRASIL. Constituição de 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
DF: Senado Federal.
BEUREN, Ilse Maria. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade. 3ª ed.
São Paulo: Editora Atlas, 2006.
GOVERNO DO RIO GRANDE DO NORTE, SET – RN. Disponível em:
http://www.set.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/set_v2/nfe/gerados/inicio.asp. Acesso em
15 de maio de 2017.
Ministério da Fazenda, CONFAZ. Disponível em: <www.confaz.fazenda.gov.br>. Acesso
em 15 de maio de 2017.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em
saúde. 6. ed. São Paulo: Hucitec, 1999.
______. Lei nº 87 de 13 de setembro de 1996. Dispõe sobre o imposto dos Estados e do
Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, e dá outras
providências. (LEI KANDIR). Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp87.htm. Acesso em: 05 de maio de 2017.
______. Protocolo de cooperação ENAT 03/05 de 27 de agosto de 2005. Estabelece as
condições e objetivos entre os Estados e a Receita Federal do Brasil para implantação da Nota
Fiscal Eletrônica. Disponível em:
https://www.fazenda.sp.gov.br/nfe/legislacao/legislacao_protocolo_ENAT_03_2005.pdf.
Acesso em: 15 de maio de
43
______. Protocolo ICMS 10/07 de 18 de maio de 2007. Dispõe sobre a obrigatoriedade de
emissão de NF-e. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2007/pt010_07. Acesso 15 de maio
de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 30/07 de 06 de junho de 2007. Altera às disposições
do Protocolo ICMS 10/07, que estabelece a obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal
Eletrônica (NF-e) para os setores de fabricação de cigarros e distribuição de combustíveis
líquidos e dispõe sobre a adesão dos Estados da Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro,
Rondônia, Santa Catarina e Tocantins e o Distrito Federal, ao mesmo. Disponível em:
http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/listaConteudo.aspx?tipoConteudo=IV+EmHlFEfQ=.
Acesso: 15 de maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 55/07 de 28 de setembro de 2007. Dispõe sobre a implantação
da Sefaz Virtual do Rio Grande do Sul. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2007/pt055_07. Acesso: 15 de maio
de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 88/07 de 14 de dezembro de 2007. Altera as disposições
do Protocolo ICMS 10/07, que estabelece a obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal
Eletrônica (NF-e) para os setores que especifica. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2007/pt088_07. Acesso: 15 de maio
de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 24/08 de 18 de março de 2008. Altera as disposições
do Protocolo ICMS 10/07, que estabelece a obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal
Eletrônica (NF-e) para os setores de combustíveis e cigarros. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2008/pt024_08. Acesso em: 15 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 25/08 de 18 de março de 2008. Altera as disposições
do Protocolo ICMS 55/07, instituindo a implementação da Sefaz Virtual da Receita Federal
do Brasil, denominada Sefaz Virtual do Ambiente Nacional. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2008/pt025_08. Acesso em: 15 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 68/08 de 04 de julho de 2008. Altera as disposições
do Protocolo ICMS 10/07, que estabelece a obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal
Eletrônica (NF-e) para os setores que especifica. Disponível em:
44
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2008/pt068_08. Acesso em: 15 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 87/08 de 26 de setembro de 2008. Altera as disposições
do Protocolo ICMS 10/07, que estabelece a obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal
Eletrônica (NF-e) para os setores que especifica. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2008/pt087_08. Acesso em: 15 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 04/09 de 03 de abril de 2009.Aaltera as disposições
do Protocolo ICMS 10/07, que estabelece a obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal
Eletrônica (NF-e) para os setores que específicos. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2009/pt004_09. Acesso em: 15 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 42/09 de 03 de julho de 2009. Estabelece a obrigatoriedade da
utilização da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) em substituição à Nota Fiscal, modelo 1 ou 1A,
pelo critério de CNAE e operações com os destinatários que especifica. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2009/pt042_09. Acesso em: 15 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 43/09 de 03 de julho de 2009. Acrescenta o inciso VI ao
parágrafo 2º. da cláusula 1ª. do Protocolo ICMS 10/07, excluindo a obrigatoriedade de
emissão da NF-e para o Microempreendedor Individual - MEI. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2009/pt043_09. Acesso em: 15 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 101/09 de 27 de agosto de 2009. Desobriga de emissão de NF-e
estabelecimento atacadista de produtos hortifrutigranjeiros e de outros produtos alimentícios
localizado em centrais de abastecimento controladas direta ou indiretamente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2009/pt101_09. Acesso em: 15 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 102/09 de 27 de agosto de 2009. Altera a data da entrada da
obrigatoriedade de emissão de NF-e para a CONAB para a partir de 01/04/2010 (exceto para
o Estado do Mato Grosso). Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2009/pt102_09. Acesso em: 15 de
maio de 2017.
45
_____. Protocolo de ICMS 103/09 de 31 de agosto de 2009. Altera o inciso VII do § 2º da
cláusula primeira do Protocolo ICMS 10/07, de 18 de abril de 2007, retificando o Protocolo
ICMS 101, excluindo da obrigatoriedade, até 31/03/2010, o estabelecimento atacadista de
produtos hortifrutigranjeiros e de outros produtos alimentícios localizado em centrais de
abastecimento controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios (exceto Mato Grosso). Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2009/pt103_09. Acesso em: 15 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 82 de 25 de junho de 2010. Altera o Protocolo ICMS 42/09,
incluindo novos CNAEs referentes a Armazéns Gerais e movimentações de materiais (notas
modelo 1) para diversas empresas do segmento de prestações de serviço de comunicações.
Disponível em: https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2010/pt082_10.
Acesso em: 16 de maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 83 de 25 de junho de 2010. Altera o Protocolo ICMS 42/09,
prorrogando o início da vigência da obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal Eletrônica,
para 01/12/2010, dos seguintes CNAEs: I - 1811-3/01 - Impressão de jornais; II - 1811-3/02 -
Impressão de livros, revistas e outras publicações periódicas; III - 4618-4/03 - Representantes
comerciais e agentes do comercio de jornais, revistas e outras publicações e; IV - 4647-8/02 -
Comércio atacadista de livros, jornais e outras publicações. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2010/pt083_10. Acesso em: 16 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 85 de 09 de julho de 2010. altera o Protocolo ICMS 42/09,
esclarecendo o entendimento de que: o contribuintes que não têm os seus CNAEs descritos na
relação de obrigatoriedade, passarão a emitir NF-e apenas para as operações definidas nos
incisos I, II e III (Exportação/Importação, Operações Interestaduais, Vendas para o Governo);
Os contribuintes varejistas não precisarão emitir NF-e para alguns casos de devoluções
interestaduais, conforme CFOP descritos; Trata da isenção da expedição do documento fiscal
eletrônico nas operações de coleta de mercadorias em que o emitente esteja dispensado da
emissão do modelo 1. Pacifica o entendimento acerca do alcance da obrigatoriedade com
relação às empresas que possuem um ou mais estabelecimentos com CNAES relacionadas no
Anexo Único do Protocolo 42, e outros com nenhuma CNAE nesta relação. Desta forma, a
critério de cada UF: Se apenas um estabelecimento da empresa tiver uma CNAE relacionada,
então todos os estabelecimentos estão alcançados pela obrigatoriedade, ou se um
estabelecimento da empresa não tiver nenhuma CNAE relacionada, então este
46
estabelecimento, a critério da Receita Estadual, poderá ser dispensado da obrigatoriedade,
mesmo que todos os demais estabelecimentos estejam alcançados. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2010/pt085_10. Acesso em: 16 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 93 de 09 de julho de 2010. Dispõe sobre a instituição do Sistema
de Circularização de Documentos Fiscais Eletrônicos - SCD-e - e o intercâmbio de
informações entre as unidades da Federação. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2010/pt093_10. Acesso em: 16 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 153 de 24 de outubro de 2010. Disponibiliza a aplicação da
Sefaz Virtual do Rio Grande do Sul para utilização pela Secretaria de Fazenda do Estado de
São Paulo. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2010/pt153_10. Acesso em: 16 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 166 de 04 de outubro de 2010. Dispensa da emissão da NF-e as
operações internas, para acobertar o trânsito de mercadoria, em caso de operação de coleta em
que o remetente esteja dispensado da emissão de documento fiscal. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2010/pt166_10. Acesso em: 27 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 191 de 30 de novembro de 2010. Prorroga para 01/07/2011, a
exigência de uso da NF-e para as operações envolvendo jornais, livros e periódicos, conforme
códigos CNAEs que especifica. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2010/pt191_10. Acesso em: 27 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 192 de 30 de novembro de 2010. Dispensa da obrigatoriedade
de emissão da NF-e, as operações realizadas por Microempreendedor Individual - MEI e
operações realizadas por produtor rural não inscrito no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.
Disponível em: https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2010/pt192_10.
Acesso em: 27 de maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 193 de 30 de novembro de 2010. Prorroga para 01/04/2011, a
exigência de uso da NF-e para documentar as vendas para órgãos públicos, nas operações
internas realizadas nos estados da Bahia, Alagoas, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do
Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande no Norte, Roraima, Santa
Catarina, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal. Disponível em:
47
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2010/pt193_10. Acesso em: 27 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 194 de 13 de dezembro de 2010. Prorroga para 01/03/2011, a
exigência de uso da NF-e pelas empresas de TELECOM, em substituição às notas Modelo 1.
Disponível em: https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2010/pt194_10.
Acesso em: 27 de maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 195 de 13 de dezembro de 2010. Prorroga para 01/07/2011, a
exigência de uso da NF-e para empresas que atuam na área de edição de jornais, revistas e
livros. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2010/pt195_10. Acesso em: 27 de
maio de 2017.
_____. Protocolo de ICMS 196 de 13 de dezembro de 2010. Prorroga para 01/04/2011, a
exigência de uso da NF-e nas operações de venda para órgãos públicos, nas operações
internas praticadas pelos Estados do Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima,
Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e pelo Distrito Federal. Disponível em:
https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/protocolos/2010/pt196_10. Acesso em: 27 de
maio de 2017.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social: Métodos e Técnicas. São Paulo: Atlas, 1999.
SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL, SPED - Apresentação.
Disponível em: http://sped.rfb.gov.br/. Acesso em 06 de maio de 2017.