o hospital barão de lucena (hbl), na iputinga, no derby ... · principalmente pelo modelo...

22
Jornal do Commercio - PE 04/04/2014 às 06:50hs SUS ganha novas emergências Foram inaugurados ontem novos setores nos Hospitais Barão de Lucena e da Restauração. Hospital de Câncer foi ampliado O Hospital Barão de Lucena (HBL), na Iputinga, na Zona Oeste, e o Hospital da Restauração (HR), no Derby, na área central do Recife, ganharam ontem novas emergências para melhorar o atendimento aos pacientes da rede pública de saúde. No HBL, o serviço inclui uma área destinada à obstetrícia, com oito leitos, e à pediatria, que passa de 6 para 19. Essa é mais uma etapa do Plano Diretor de Obras do HBL, cuja estrutura física recebeu investimento de mais de R$ 36 milhões. "Estamos em sintonia com a rede de alta complexidade. Passamos a ter uma melhor infraestrutura para cuidar das gestantes de alto risco, que exigem maior monitoramento", diz a diretora Carla Araújo. A dona de casa Cida Maria da Silva, 35 anos, é uma delas. "Estou com dois meses, na terceira gravidez. Como tenho diabete, sei que precisarei vir para cá muitas vezes para cuidar da saúde. Espero que, com esse espaço, o atendimento seja mais rápido." O hospital passa a contar ainda com a Casa das Marias, que apoia as mães dos bebês que estão em unidades de terapia intensiva (UTIs). O espaço tem 30 leitos, dormitórios, sala e copa. Dessa maneira, as mães têm a chance de ficar perto dos filhos, em ambiente não hospitalar e com a chance de acompanhar todo internamento. O passo seguinte de qualificação do hospital inclui criação de nova enfermaria com 120 leitos, revitalização dos pavimentos, das estruturas elétricas e hidráulicas, além da implantação de novas torres de elevadores. E o HR ganhou um novo setor da emergência de adultos, que passará de 70 para 100 leitos. Isso significa 42% de ampliação, o que possibilita aumentar a média de 200 pacientes por dia. O primeiro bloco da nova unidade conta com salas para atender pacientes graves com a possibilidade de realização de cirurgias. A estrutura ainda disponibiliza sala de sutura, consultórios e sala de gesso. A nova emergência também viabiliza a melhoria no acesso das equipes de resgate. As ambulâncias passarão a entrar no HR pela Rua Joaquim Nabuco, e a saída será pela Avenida Agamenon Magalhães. Outro ganho é a ampliação do serviço de endoscopia do centro de diagnóstico, que passa a ter ressonância magnética própria. Dessa maneira, cerca de 500 pacientes passarão a deixar de sair mensalmente do hospital para se submeter a esse exames em outras unidades. O investimento nas obras foi de R$ 20 milhões. Já o Hospital de Câncer de Pernambuco, em Santo Amaro, ganhou novo anexo. O

Upload: vohanh

Post on 09-Dec-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Jornal do Commercio - PE 04/04/2014 às 06:50hs SUS ganha novas emergências Foram inaugurados ontem novos setores nos Hospitais Barão de Lucena e da Restauração. Hospital de Câncer foi ampliado

O Hospital Barão de Lucena (HBL), na Iputinga, na Zona Oeste, e o Hospital da Restauração (HR), no Derby, na área central do Recife, ganharam

ontem novas emergências para melhorar o atendimento aos pacientes da rede pública de saúde. No HBL, o serviço inclui uma área destinada à obstetrícia, com oito leitos, e à pediatria, que passa de 6 para 19. Essa é mais uma etapa do Plano Diretor de Obras do HBL, cuja estrutura física recebeu investimento de mais de R$ 36 milhões. "Estamos em sintonia com a rede de alta complexidade. Passamos a ter uma melhor infraestrutura para cuidar das gestantes de alto risco, que exigem maior monitoramento", diz a diretora Carla Araújo. A dona de casa Cida Maria da Silva, 35 anos, é uma delas. "Estou com dois meses, na terceira gravidez. Como tenho diabete, sei que precisarei vir para cá muitas vezes para cuidar da saúde. Espero que, com esse espaço, o atendimento seja mais rápido." O hospital passa a contar ainda com a Casa das Marias, que apoia as mães dos bebês que estão em unidades de terapia intensiva (UTIs). O espaço tem 30 leitos, dormitórios, sala e copa. Dessa maneira, as mães têm a chance de ficar perto dos filhos, em ambiente não hospitalar e com a chance de acompanhar todo internamento. O passo seguinte de qualificação do hospital inclui criação de nova enfermaria com 120 leitos, revitalização dos pavimentos, das estruturas elétricas e hidráulicas, além da implantação de novas torres de elevadores. E o HR ganhou um novo setor da emergência de adultos, que passará de 70 para 100 leitos. Isso significa 42% de ampliação, o que possibilita aumentar a média de 200 pacientes por dia. O primeiro bloco da nova unidade conta com salas para atender pacientes graves com a possibilidade de realização de cirurgias. A estrutura ainda disponibiliza sala de sutura, consultórios e sala de gesso. A nova emergência também viabiliza a melhoria no acesso das equipes de resgate. As ambulâncias passarão a entrar no HR pela Rua Joaquim Nabuco, e a saída será pela Avenida Agamenon Magalhães. Outro ganho é a ampliação do serviço de endoscopia do centro de diagnóstico, que passa a ter ressonância magnética própria. Dessa maneira, cerca de 500 pacientes passarão a deixar de sair mensalmente do hospital para se submeter a esse exames em outras unidades. O investimento nas obras foi de R$ 20 milhões. Já o Hospital de Câncer de Pernambuco, em Santo Amaro, ganhou novo anexo. O

bloco, com sete pavimentos, abriga emergência com 31 leitos, UTI com 20 leitos e pavimento reservado para uma unidade de transplante de medula óssea.

Jornal do Commercio - PE 04/04/2014 às 06:27hs Rede médica ampliada Governo constrói três hospitais, 15 UPAs e dobra oferta do serviço. Porém, fila de espera para cirurgias ainda é grande A solução apresentada para a saúde pública pelo então candidato Eduardo Campos em 2006 - construir três hospitais para desafogar as emergências superlotadas - transformou-se, ao longo dos primeiros quatro anos de governo e nos últimos três da reeleição, num ousado projeto, que praticamente dobrou o número de serviços médicos e hospitalares. Em vez de 27, agora o Estado tem mais de 50, entre eles 15 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), financiadas pelo governo federal e servindo especialmente ao Grande Recife, nove Unidades Especializadas (UPAEs) já prontas e outras seis planejadas. O número de leitos passou de 3.844, em 2007, para os atuais 9.714. Condenada pelos críticos por se opor à filosofia municipalista do SUS e ser conduzida principalmente pelo modelo terceirizado, a estadualização da saúde deu mostras inegáveis, por um lado, de que não teria sido possível sobreviver às epidemias de violência no trânsito e de dengue com o pronto-atendimento estrangulado dos hospitais da Restauração, Getúlio Vargas e Otávio de Freitas. No ano passado, em 11 meses, as UPAs atenderam 1,7 milhão de pacientes. A mais movimentada, a da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, assistiu, por exemplo, 147 mil pessoas no mesmo período. Dados da Secretaria Estadual de Saúde confirmam que as UPAs e os hospitais Miguel Arraes (Paulista), Dom Helder (Cabo de Santo Agostinho) e Pelópidas da Silveira (Curado) funcionaram como um filtro, retendo a ida espontânea às tradicionais emergências. Se o Hospital da Restauração, na capital, atendia 16 mil pessoas por mês antes das novas unidades, atualmente só recebe um terço. No Otávio de Freitas, outro grande hospital de trauma, o movimento mensal caiu de oito mil para 2,3 mil. É óbvio que os problemas não acabaram. O Ministério Público Estadual acaba de contar quase quatro mil pessoas na fila por cirurgia programada. "No mesmo período em que fizemos vários investimentos, vivenciamos o ápice do subfinanciamento federal do SUS. Os municípios deixaram de oferecer cirurgias e isso acarretou numa sobrecarga na rede estadual", avalia Antônio Carlos Figueira, há três anos no comando da Secretaria Estadual de Saúde. Segundo ele, o Estado acaba pagando duplamente. Do que o Hospital da Restauração produz com tratamento, apenas um terço é coberto pelo SUS. O restante é assumido pelo orçamento estadual, que tem destinado em média 16% para a saúde, quatro pontos acima do mínimo constitucional. Para Figueira, o grande feito não foi apenas a ampliação da rede de assistência. "Criamos o Mãe Coruja, de assistência à mulher e à criança, demos pela primeira vez incentivo financeiro à atenção básica dos municípios", afirma, lembrando uma redução de 42% na taxa de mortalidade infantil e melhoria em outros indicadores. O Estado reassumiu posição de destaque em transplantes e foi referência para todo o País com seu Programa de Enfrentamento de Doenças Negligenciadas, que está remapeando áreas endêmicas de enfermidades como esquistossomose, Chagas e tracoma.

"A saúde é feita de constantes novos desafios, como a atual epidemia de crack. Daí a necessidade de ampliar os investimentos e readequar a rede", reconhece o secretário, que renovou o quadro de concursados e abriu postos de trabalho, mas ainda enfrenta déficits em razão do valorizado mercado médico. O governo de Eduardo deixa obras importantes a inaugurar, como o Hospital da Mulher, em Caruaru, e nove Unidades Especializadas (UPAEs), além de reformas e construções no HR, Getúlio Vargas, Agamenon Magalhães, Regional do Agreste e Dom Moura.

Jornal do Commercio - PE 04/04/2014 às 06:27hs O desafio é regionalizar os serviços ara Domício Sá, no entanto, as UPAs (ideia do governo federal) poderiam estar funcionando sob comando das prefeituras ou numa co-gestão com o Estado. "Estadualizadas, fazem triagem para hospitais "O governo estadual cometeu um equívoco ao ter centralizado as UPAs no Grande Recife. Já havia um fluxo centralizado de doentes na capital. O modelo prejudicou o sistema e a pactuação com os municípios". A opinião é do pesquisador Domício Sá, da unidade pernambucana da Fundação Oswaldo Cruz, no Recife. Estudioso do planejamento da rede, ele reconhece avanços na infraestrutura, "preenchendo uma lacuna muito grande no atendimento de emergência." Para Domício Sá, no entanto, as UPAs (ideia do governo federal) poderiam estar funcionando sob comando das prefeituras ou numa co-gestão com o Estado. "Estadualizadas, fazem triagem para hospitais. Se o modelo estivesse pactuado com os municípios, integrado à rede local, estariam ligadas aos postos de saúde, como ocorre em outros lugares", explica. Criou-se, então, uma rede paralela, que concorre com a atenção básica, inclusive na disputa por médicos. Para o pesquisador, o segundo governo Eduardo Campos (2011-2014) demonstra mais atenção à regionalização, com as UPAEs distribuídas no interior e a construção de novos hospitais em Caruaru. Quando o governador assumiu o Estado, em 2007, já existia um plano de regionalização da saúde aprovado pela equipe técnica do antecessor, Mendonça Filho (DEM), resultado de longa discussão da Secretaria Estadual de Saúde, na época comandada pelo médico Gentil Porto, com os secretários municipais de saúde. O desenho e os acertos foram deixados de lado. MORTALIDADE Feministas mostram que a mortalidade materna não acompanhou a queda das mortes de recém-nascidos. Cláudia Beatriz Câmara, dirigente do Sindicato dos Médicos, reforça essa constatação e a de Domício Sá, sentindo falta de um melhor planejamento e pactuação com as prefeituras. Ela reconhece a abertura de postos de trabalho médico e a nova rede construída. Observa, entretanto, que a demanda excessiva prejudica a fixação dos profissionais mais jovens. Outra crítica feita ao Estado é a falta de financiamento constante nos hospitais da Universidade de Pernambuco (Huoc, Procape e Cisam).

Jornal do Commercio - PE 04/04/2014 às 06:53hs Justiça exige prazo para cirurgias Na liminar, o juiz reconhece o expressivo número de doentes aguardando cirurgia e os gastos elevados do Estado com atividades não essenciais, que "alcançam, nos anos de 2013 e 2014, pelo menos R$ 474,8 milhões", além de "despesas com publicidade no montante aproximado de R$ 168 milhões" O juiz Edvaldo José Palmeira, da 5ª Vara da Fazenda Pública Estadual, concedeu, ontem, liminar, determinando que o Estado apresente em 60 dias listas completas e detalhadas de todos os usuários do SUS que aguardam cirurgias programadas em hospitais da rede própria e conveniada, com nome, CPF, idade, indicação cirúrgica e unidade requisitante. Exige ainda cronograma para realização dos procedimentos pendentes e os previstos para 2014, como também a adesão a um sistema de gerenciamento da fila de espera. Na liminar, o juiz reconhece o expressivo número de doentes aguardando cirurgia e os gastos elevados do Estado com atividades não essenciais, que "alcançam, nos anos de 2013 e 2014, pelo menos R$ 474,8 milhões", além de "despesas com publicidade no montante aproximado de R$ 168 milhões". A decisão atendeu em parte ao pedido feito 15 dias antes pela Promotoria de Defesa da Saúde do Ministério Público Estadual, em ação civil contra o Executivo depois de contabilizar inicialmente quase 4 mil pacientes esperando operação. Esse número referia-se aos Hospitais da Restauração Getúlio Vargas e Otávio de Freitas. Posteriormente foi atualizado para 5.694, incluindo pendências no Barão de Lucena e no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). O MP pedia que as cirurgias fossem realizadas em 180 dias. Conforme definiu o juiz, o Estado terá que cumprir essas exigências no prazo de contestação da ação. A multa será de R$ 50 mil por cada dia de descumprimento, recurso a ser revertido ao Fundo Estadual de Saúde. Fontes esclarecem que além de questionar a ação, o Executivo poderá, em paralelo, entrar com um agravo de instrumento, pedindo o cancelamento da decisão, ou mesmo requerer a suspensão dos efeitos da liminar. A Secretaria Estadual de Saúde esclareceu no início da noite de ontem que as informações do caso foram repassadas à Procuradoria Geral do Estado, que deverá se posicionar quando notificada oficialmente da posição do juiz.

Jornal do Commercio - PE 04/04/2014 às 06:07hs Eduardo inaugura obras na reta final Uma série de eventos marcou o último dia do governador que sai para disputar a Presidência da República. Ele se disse "animado com o futuro do País" Felipe Lima Uma maratona de inaugurações na área de saúde sacramentou o último dia de Eduardo Campos (PSB) como governador de Pernambuco, que ontem, assinou sua carta de renúncia. Vistoriou as novas emergências nos hospitais Barão de Lucena e da Restauração (HR) e um anexo de sete andares para o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), conjunto de obras que consumiu R$ 96 milhões. Antes de iniciar a agenda noturna - com a abertura de partes do Parque Urbano da Macaxeira e do Cais do Sertão - Eduardo afirmou não se sentir ex-governador ainda. "Tô animado com o futuro de Pernambuco e mais animado com o futuro do Brasil. Agora é um outro papel, uma outra tarefa, que eu vou viver com a mesma intensidade, com a mesma alegria", anunciou.

O cheiro de tinta fresca nos corredores das unidades hospitalares denunciava o corre-corre para garantir as inaugurações na despedida de Eduardo. No HR, equipamentos importantes, como o que vai realizar angiografia, só irão funcionar daqui a 15 dias. No HCP, o bloco cirúrgico só estará concluído daqui a um mês. As etapas inauguradas do Parque Urbano da Macaxeira ainda tinham entulho, postes no chão e laboratórios sem água. E o Cais do Sertão conta somente com a primeira etapa pronta. Os descerramentos de placas nos hospitais não foram à toa. A área de saúde é emblemática para a gestão Eduardo Campos. Dominou sua campanha rumo ao Palácio do Campo das Princesas, em 2006, com a promessa de construção de três hospitais. Nada mais natural dedicar a ela a maior parte de seu último dia como chefe do Executivo pernambucano. Ainda pela manhã, Eduardo agraciou outra vitrine sua, o polo automotivo: acompanhou o anúncio do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e Engenharia Automotiva da Fiat no Recife. As cenas vistas na maratona de inaugurações estavam carregadas de cores eleitorais. Cumprimentou cada um dos operários da obra do Barão de Lucena. Na saída do HR, abraçou e posou para fotos com o vendedor de canetas e cadeirante Eduardo Sandro de Albuquerque, de 40 anos, e dele recebeu uma caneta do Náutico. Convocou o diretor geral da unidade, Miguel Arcanjo, a providenciar atendimento a uma jovem com um problema na perna. Abraçado com enfermeiras, topou fazer selfies. Se emocionou quando, no HCP, foi cantada a música "Sonda-me", do Padre Marcelo Rossi. Regeu coma mão direita a plateia quando o maestro Spok entoou no saxofone o hino de Pernambuco. Ganhou um quadro com seu rosto feito por um paciente da unidade, amarrado em uma fita verde e amarela. "Não fui governador por um ato de vaidade. Não precisava àquela altura de mais títulos na minha vida. Eu fui para fazer umbucado de coisa", afirmou. E agradeceu "poder, amanhã (hoje), ser cidadão. Andar em qualquer rua de Pernambuco e ter o respeito dos meus conterrâneos".

Jornal do Commercio - PE 04/04/2014 às 06:08hs "Tropa" prestigia a despedida Para hoje, antes de todo o rito de transmissão do cargo, especula-se que Eduardo Campos visite a comunidade da Ilha de Deus, no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul da capital Cada vez mais presidenciável, Eduardo Campos contou ontem com a presença de seus aliados de primeira hora no voo nacional, os deputados federais Márcio França (PSB-SP) e Beto Albuquerque (PSB-RS). Eles acompanharam a maratona de despedida empreendida ontem. Até o final da noite era aguardada a chegada da senadora Lídice da Mata (PSB-RJ). A ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) e mãe do governador, Ana Arraes, viajou no mesmo avião que os deputados. Um jantar na residência de Eduardo reuniu a tropa de frente. Para hoje, antes de todo o rito de transmissão do cargo, especula-se que Eduardo Campos visite a comunidade da Ilha de Deus, no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul da capital. O local foi palco do seu primeiro ato como governador do Estado, em 2007. Lá,

anunciou uma série de obras de urbanização, que vêm sendo executadas ao longo dos sete anos e três meses de gestão e que só devem ser concluídas no final deste ano. A comunidade é, na verdade, tratada como um símbolo para o socialista. AFAGO Na última inauguração da área de saúde, no HCP Eduardo não poupou elogios ao agora ex-secretário Antônio Carlos Figueira. "Agradecer a ele (ter aceitado) a convocação que fiz para que viesse para o governo. A sua forma dedicada, disciplinada e leal como se comportou para ajudar a tanta coisa acontecer", discursou. Até empunhar o microfone, a lista do novo secretariado estadual ainda não havia sido divulgada oficialmente. Figueira não integrará a gestão João Lyra (PSB). Nos bastidores, havia manifestado interesse em permanecer no posto, mas uma relação com o novo governador a partir da noite de hoje classificada como estremecida levou à sua substituição. Assume a mineira Ana Maria Albuquerque, também oriunda do IMIP - casa que credenciou Figueira ao cargo em 2011.

Jornal do Commercio - PE 04/04/2014 às 06:31hs Um projeto nacional Da vitória em 2006 até hoje, Eduardo expande influência no Estado e rompe com o PT, visando a candidatura presidencial Terça-feira, 10 de janeiro de 2006. Na sede estadual do PSB, localizada no bairro do Espinheiro, os principais nomes do Partido Socialista Brasileiro reuniram-se para bater o martelo em prol da candidatura do então deputado federal Eduardo Campos ao governo do Estado. As articulações já estavam sendo maturadas, mas foi a partir daquele dia que a postulação de Eduardo passou a ser trabalhada mais intensamente. O objetivo: acabar com a hegemonia do então governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) - que já estava há sete anos no comando do Executivo - em Pernambuco. Após a reeleição de Jarbas, em 2002, o PSB começou a passar por um processo de reorganização. Naquele ano, a legenda lançou Dilton da Conti para disputar o governo. O socialista saiu do pleito com 3,7% dos votos válidos. Depois de inúmeras lideranças migrarem para o "outro lado", os membros do partido decidiram reagir. O PSB precisava apresentar alguém que pudesse vencer o candidato que seria colocado por Jarbas quatro anos depois. Com um mandato de deputado estadual e três de federal, Eduardo era tido como a nova liderança do PSB. A aposta se fortaleceu depois que o socialista assumiu o Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2004, no primeiro mandato do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No ano seguinte, saiu da pasta e, com a morte de Miguel Arraes, seu avô, passou a comandar o PSB nacionalmente. Em Pernambuco, era dado início ao trabalho de tentar conquistar novos aliados. A pré-candidatura de Eduardo foi alvo de questionamentos. O socialista iria enfrentar duas grandes forças em Pernambuco: o então candidato governista Mendonça Filho (à época, no PFL, hoje DEM), apoiado por Jarbas Vasconcelos, e Humberto Costa (PT), que contava com o apoio do ex-presidente Lula.

Os atos normalmente eram esvaziados, até que surgiu a ideia de lançar a Tribuna 40. Num caixote de madeira e sem recursos suficientes para grandes estruturas, Eduardo ocupava as praças das cidades para fazer comícios. Os atos aconteciam as terças e as quintas, sempre com poucos líderes políticos. Ele tinha o apoio do PR, PDT, PSC e PP. Seu primeiro ato como candidato aconteceu na comunidade Ilha de Deus, na Imbiribeira. O ponto era estratégico pela ligação que o ex-governador Miguel Arraes tinha com a localidade. O ato, assim como os que vieram em seguida, não mobilizou muitas lideranças. A situação de Eduardo começou a mudar no final de agosto. Quase dois meses após o início oficial da campanha, as denúncias que atingiam o então candidato Humberto Costa no envolvimento na máfia dos vampiros, esquema de superfaturamento na compra de produtos hemoderivados no Ministério da Saúde, começavam a favorecer Eduardo. Com o crescimento do socialista nas pesquisas, não demorou muito para o candidato do PSB polarizar com Mendonça Filho. Em setembro, os levantamentos de intenções de voto já mostravam Eduardo à frente de Humberto. Na análise do cientista político Túlio Velho Barreto, a crise vivenciada por Humberto foi determinante para a vitória de Eduardo. "Humberto era a bola da vez, era do partido do presidente Lula. E de certa forma Lula não deu prioridade, estava com os dois", destaca. Barreto ainda destaca que as acusações de Mendonça direcionadas a Eduardo sobre o caso dos precatórios não tiveram efeito porque já tinham se tornado "ultrapassadas". Eduardo saiu do primeiro turno com 33% dos votos, enquanto Mendonça obteve 39% e Humberto alcançou 25% da preferência do eleitorado. No mesmo dia, o PT anunciou o apoio ao socialista no segundo turno. As demais legendas que faziam parte da coligação de Humberto seguiram a decisão dos petistas. Logo o palanque de Eduardo cresceu. No segundo turno, ele venceu Mendonça com quase 30 pontos de vantagem. Já no primeiro governo foi apoiado por uma ampla base governista, o que contribuiu para assegurar o segundo mandato com facilidade. No pleito de 2010, enfrentou o senador Jarbas Vasconcelos nas urnas, numa disputa em que foi acusado pelo peemedebista de cooptar prefeitos e lideranças municipais. Com o apoio de quase 400 candidatos da proporcional e boa aprovação do governo, Eduardo venceu a eleição com mais de 80% dos votos válidos. O segundo mandato foi ainda mais confortável para o governador. A oposição ao seu governo foi diminuta, apesar do barulho feito por alguns nomes na Assembleia Legislativa, a exemplo do deputado estadual Daniel Coelho (PSDB). Com a quase unanimidade dos deputados na Casa de Joaquim Nabuco, os projetos de interesse do governo não sofreram dificuldades para serem aprovados. Foi no pleito municipal de 2012 que Eduardo Campos testou sua popularidade. Num caminho de afastamento do PT, Eduardo articulou candidaturas do PSB em várias cidades do País onde o os petistas tinham o monopólio eleitoral. A principal vitória foi no Recife, com o então candidato Geraldo Julio (PSB), que disputou contra Humberto Costa.

Geraldo, um técnico desconhecido, venceu no primeiro turno e Humberto ficou como terceiro colocado. Em outras cidades do País, Eduardo manteve o distanciamento do PT, ao mesmo tempo em que se aproximou do PSDB em palanques locais. Após a eleição, o socialista começou a intensificar seus movimentos de olho na disputa nacional. O cientista político Túlio Velho Barreto destaca que a coligação com o PT foi mantida até o momento em que os socialistas eram beneficiados pela aliança. Para ele, caso o ex-presidente Lula ainda estivesse no Planalto, Eduardo não teria se desvinculado do PT. "Ele sempre nutriu (o desejo de disputar), mas a relação nunca foi harmônica. Porém, com Lula ele não estaria se mexendo. Com Dilma, ele se acha um ator competitivo", avaliou. Os resultados obtidos pela sua gestão em Pernambuco contribuíram para a inserção dele em nível nacional. As participações em palestras e eventos com o empresariado se tornaram constantes em 2013 e, com a economia brasileira enfraquecida, a gestão da presidente Dilma Rousseff passou a ser alvo de críticas do governador. Também no ano passado, o arco de aliança que dá sustentação ao governo Dilma passou a ser criticado por Eduardo. No dia 18 de setembro, após um encontro que reuniu os principais nomes do PSB nacional, o governador e presidente do partido anuncia a saída da legenda do governo federal. Neste momento, ele deu o principal passo para selar o afastamento do PT e se colocar como uma opção à disputa presidencial. No mês seguinte, Eduardo conseguiu o primeiro e principal apoio para consolidar seu projeto presidencial. Com o pedido de registro do Rede Sustentabilidade vetado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o socialista garantiu o apoio da ex-ministra Marina Silva, até então segunda colocada nas pesquisas de intenção de voto. Marina se filiou ao PSB no dia 5 de outubro e será anunciada como vice-presidente na chapa de Eduardo ainda este mês. Até o final do ano passado, o PSB ainda intitulava-se como um partido da base aliada. Porém, no último mês, a legenda assumiu a voz de oposição. As críticas ao governo Dilma também foram intensificadas e a promessa é de que a postura de Eduardo seja ainda mais dura até a eleição. Hoje, o gestor deixa o governo estadual para entrar de vez na disputa pelo Palácio do Planalto.

Jornal do Commercio - PE 04/04/2014 às 06:07hs Pinga-Fogo O nó foi a saúde Para não provocar saia-justa entre os que saem e os que entram, o vice-governador João Lyra fez questão de conversar com cada um dos secretários do governador Eduardo Campos que partiram para novos desafios, antes de anunciar o grupo que o acompanhará até dezembro. Lyra assume o comando do Executivo estadual hoje e optou por essa liturgia para expressar o seu reconhecimento pela antiga equipe. Não foi isso, porém, que atrasou o anúncio dos nomes, previsto para o período da manhã, mas só liberado à noite. O entrave foi a Secretaria de Saúde. Eduardo queria manter Antonio Figueira no posto, tanto que, ao longo dos últimos dias, o secretário fez questão de afastar os planos de sair e elogiou Lyra. O vice e futuro governador, no

entanto, não queria manter Figueira por discordar de algumas decisões tomadas por ele à frente da pasta. Lyra optou, então, por Ana Maria Albuquerque, com quem tinha trabalhado quando foi titular da Saúde, na 1ª gestão de Eduardo. Dos 23 secretários, 13 permanecem em seus postos. Entre eles, Frederico Amâncio, no Planejamento, o novo homem forte do governo, que preza da total confiança de Lyra. O cofre ficou com Décio Padilha, que também conquistou esse estatus diante do novo governador. Como era de se esperar, Lyra deu um espaço generoso ao grupo de Caruaru, ou seja, aos fiéis escudeiros. A surpresa foi entregar ao PSDB uma das principais pastas, a de Cidades, operadora das obras de mobilidade.

Jornal do Commercio - PE 04/04/2014 às 06:51hs Jc nas ruas Lafepe não mais produz vitamina C Foi essa a informação repassada ontem por uma atendente da unidade do Pina, na Zona Sul, aos que procuravam pelo produto.

Diario de Pernambuco - PE 04/04/2014 às 07:12hs Reforço na saúde pernambucana Antes de deixar o cargo, Eduardo Campos inaugurou serviços e obras em três hospitais Três hospitais públicos de referência no estado ganharam reforço em seus serviços ontem. O governador Eduardo Campos inaugurou setores e equipamentos nos hospitais da Restauração, Barão de Lucena e de Câncer de Pernambuco. O gestor chegou a receber uma carta com um pedido de socorro de uma mulher que tenta um cirurgia desde o ano passado no HR. O primeiro local visitado foi o Barão de Lucena, na Iputinga. Lá foram inauguradas as emergências pediátrica e obstétrica, além do espaço Casa das Marias, que abrigará 30 mães de bebês internados. A ideia é dobrar o atendimento atual no setor obstétrico para oito leitos e aumentar a capacidade da emergência pediátrica de seis para 19 leitos. O hospital passa por uma requalificação de R$ 36 milhões. O HR recebeu um serviço de angiografia e ressonância magnética que só deve começar a funcionar em 15 dias porque alguns equipamentos ainda precisam chegar. “Somente de ressonância magnética, mandávamos cerca de 500 pacientes por mês fazer exame fora, o que custava R$ 150 mil”, explicou o diretor do hospital, Miguel Arcanjo. O mesmo acontecia com a angiografia. Como o HR não tinha o serviço, o estado gastava cerca de R$ 100 mil com 250 pacientes por mês. Outra novidade no HR é o aumento de 70 para 100 leitos no novo setor de emergência. No Hospital de Câncer, em Santo Amaro, foram investidos R$ 27 milhões no bloco anexo, que terá sete pavimentos e abrigará emergência, UTI e Unidade de Transplante de Medula Óssea. Na emergência, a quantidade de leitos passará de cinco para 31. Em 2007, o hospital tinha uma dívida de R$ 40 milhões e estava ameaçado de fechar. A intervenção estadual foi iniciada em abril daquele ano na tentativa de equilibrar as contas.

Diario de Pernambuco - PE 04/04/2014 às 07:13hs Pacientes mostram suas demandas Em meio às boas novas anunciadas no Hospital Barão de Lucena, a acompanhante de uma jovem grávida de oito meses também lamentava a falta de espaço Jéssica Costa, 22 anos, esperou ansiosamente a chegada do governador, ontem à tarde, no Hospital da Restauração. Tinha uma missão: entregar uma carta para conseguir uma cirurgia na perna direita. Ela contou que na mesma manhã procurou a direção do hospital e teria ouvido de funcionários que existem “900 pessoas esperando por uma vaga de cirurgia e que só há dois leitos. Você sabe dividir?”. Impedida, inicialmente, por seguranças do HR de se aproximar do governador, Jéssica, enfim, entregou a carta com o pedido de socorro. “Sofri um acidente de moto em fevereiro do ano passado e os médicos colocaram uma platina. O problema é que tive rejeição ao material e tenho muita febre e dor na perna e corro risco de ter uma infecção generalizada”, lamentou. No fim da visita, Jéssica conseguiu alcançar Eduardo Campos, que a encaminhou para o diretor do HR, Miguel Arcanjo. Ele garantiu à paciente que ela seria atendida. Em meio às boas novas anunciadas no Hospital Barão de Lucena, a acompanhante de uma jovem grávida de oito meses também lamentava a falta de espaço. “Desde segunda-feira, chegamos aqui e no setor em que ela está não há lugar para mim. Sou obrigada a dormir do lado de fora em cadeiras de plástico. Como estava muito cansada, decidi dormir no chão um dia e fui impedida pelos seguranças. Sou de Rio Formoso e não tenho como voltar para casa até que a situação de minha sobrinha seja resolvida”, comentou Antônia Maria de Oliveira, 34.

Diario de Pernambuco - PE 04/04/2014 às 06:30hs "Vivi esse papel intensamente" Eduardo Campos se despede do governo após sete anos e três meses à frente do comando do estado Franco Benites Em seu último dia de agenda administrativa como governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) quis mostrar que está com o fôlego em dia para a pré-campanha à Presidência da República. Ontem, o socialista enfrentou uma maratona de compromissos com seis eventos no roteiro. Entre o primeiro - a assinatura de uma carta de intenções com a Fiat - e o último - a inauguração do Museu Cais do Sertão -, ele fez a entrega do Parque Urbano da Macaxeira, da Escola Técnica Miguel Batista e de novas alas dos hospitais Barão de Lucena, da Restauração e de Câncer. A extensa agenda de Eduardo incluiu ainda a assinatura da carta de renúncia ao cargo de governador. No entanto, ele disse que só deixaria de se sentir o gestor do estado hoje, ao passar o cargo para o vice João Lyra (PSB), e mostrou animação com a nova fase de sua vida. “Vivi intensamente o papel de governador. Agora, é um outro papel, outra tarefa que vou viver com intensidade e com a mesma alegria. Sempre soube ser as coisas e deixar de ser as coisas. A gente só é as coisas quando está preparado para deixar de sê-las”.

Os discursos de Eduardo foram pensados de acordo com cada um dos compromissos. No Hospital de Câncer, onde assinou um documento colocando fim à intervenção do estado na unidade de saúde, as palavras foram dirigidas aos pacientes e profissionais do local. “Sempre me coloquei na condição de um usuário do SUS”, afirmou. No Parque da Macaxeira, para um público mais eclético, lembrou a trajetória do seu avô e ex-governador Miguel Arraes. Acompanhado dos familiares em quase todos os compromissos, Eduardo Campos evitou assuntos espinhosos. No início da noite, quando questionado sobre a reclamação do senador Humberto Costa (PT) de que ele está sendo injusto por não citar que parte das obras inauguradas tem recursos do governo federal, ele foi seco: “Não vou responder”. Depois, no Museu Cais do Sertão, deu destaque a um ex-aliado. “Essa obra nasceu de uma conversa minha com o ex-presidente Lula (PT). Quero aqui dedicar essa inauguração ao presidente Lula. Aqui prestamos uma homenagem a um grande brasileiro”, falou. Os compromissos de Eduardo Campos foram acompanhados por políticos das mais diversas áreas. Todos queriam a oportunidade de sair bem na foto ao lado do ex-governador. O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), secretários de estado, vereadores e deputados estaduais e federais, inclusive de legislaturas passadas, como Severino Cavalcanti (PP), fizeram questão de fazer parte do adeus de Eduardo após sete anos e três meses à frente de Pernambuco.

Diario de Pernambuco - PE 04/04/2014 às 06:24hs Equipe tem 11 novos nomes Entre os novatos, cinco figuram no rol de amigos de Lyra, que administrará o estado por nove meses Ana Luiza Machado No mesmo dia em que o governador Eduardo Campos entregou sua carta de renúncia ao cargo para disputar as eleições presidenciais deste ano, foi divulgada, por meio de nota, os nomes dos 11 novos secretários do seu sucessor, o vice-governador João Lyra Neto. Prevaleceu na equipe, no entanto, o perfil técnico. Foi criada a Secretaria de Microempresa, que será comandada pelo economista Osiris Caldas, e extinta a Secretaria de Governo. Entre os novatos, cinco figuram no rol de amigos de Lyra e ocuparão pastas de relevância no governo. São eles: o radialista caruaruense Rubens Júnior, que será chefe de gabinete do governador; o presidente do Lafepe, Luciano Vásques, que assumirá a Casa Civil; o administrador de Fernando de Noronha, Romeu Baptista, que passa a secretário de Turismo; a ex-superintendente geral do Imip, Ana Maria Albuquerque, que assumirá a Secretaria de Saúde; e o jornalista Ivan Maurício, novo secretário de Imprensa. Com o anúncio de Ana Maria Albuquerque para o comando da Saúde no estado, acaba a especulação de que, mesmo com o saída de Eduardo Campos, um dos homens fortes do seu governo, Antônio Carlos Figueira, permaneceria no cargo. Quando a Justiça pediu o afastamento de Figueira da secretaria por ele presidir também o Imip, o governador o defendeu publicamente e recorreu da decisão, e Figueira permaneceu no cargo. Nos

bastidores, Figueira não teria boa relação com o futuro governador e havia deixado a decisão para Lyra. O PSDB também ganhou espaço na nova composição do governo de João Lyra Neto, com a nomeação do tucano Evandro Avelar para a Secretaria das Cidades, em substituição ao socialista Danilo Cabral. A entrada de Avelar na gestão mostra que o selo da aliança do PSB-PSDB, articulada pelo ex-deputado federal Sérgio Guerra com o governador Eduardo Campos, permanece mesmo após sua morte (em março). A Secretaria das Cidades tende a ganhar visibilidade nos últimos nove meses de governo socialista, já que estão previstas inaugurações de obras deixadas pelo governador, como a implantação dos corredores de BRTs. Sem mudança Thiago Norões (Procuradoria Geral do Estado), Marcelo Canuto (Secretaria de Cultura), Frederico Amâncio (Secretaria de Planejamento e Gestão) e Cristina Buarque (Secretaria da Mulher) foram alguns dos que permaneceram nos mesmos postos do governo. A liderança do governo na Assembleia Legislativa também permaneceu com o socilaista Waldemar Borges. A cerimônia de posse de João Lyra está prevista para hoje às 15h30 na Assembleia, que vai se reunir extraordinariamente. A transmissão de cargos ocorrerá às 17h, no Palácio do Campo das Princesas.

Diario de Pernambuco - PE 04/04/2014 às 06:31hs Mudança não encerra ciclo A dois anos de concluir o mandato, o governo Eduardo deu uma guinada nas suas alianças políticas Aline Moura A saída do governador Eduardo Campos (PSB) do poder não encerra o ciclo do PSB estadual. Ele deixa parte de sua equipe no governo João Lyra, além de um candidato competitivo para concorrer à sucessão estadual (Paulo Câmara) e um gestor à frente da Prefeitura do Recife, Geraldo Julio. Eduardo se desincompatibiliza do cargo sem a fadiga de “material” que muitas vezes atinge as lideranças envolvidas em reeleição. A dois anos de concluir o mandato, o governo Eduardo deu uma guinada nas suas alianças políticas. Em 2012, a partir da eleição municipal, o PSB se afastou do PT e se aliou ao PMDB, comandado pelo senador Jarbas Vasconcelos, além de formalizar este ano um arco de forças com PSDB, cujo maior cacique era até pouco tempo o deputado federal Sérgio Guerra, que faleceu no mês passado. O ponto mais frágil apontado pelos adversários nos últimos sete anos foi a educação. Dos 27 estados, Pernambuco ficou em 18º lugar no Brasil na meta projetada pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica para 2013, que foi de 4,2 considerando todas as redes de ensino. Já entre os aspectos mais fortes do seu governo, os aliados destacaram a criação do Pacto pela Vida, que reduziu, de 2007 até o fim do ano passado, os índices de violência de Pernambuco em 39,10%. Os mesmos elogios foram direcionados à área de saúde, com aumento real de 163% no investimento na área. Nos últimos anos, por exemplo, foram construídos no estado três hospitais, 14 UPAs e tres UPAEs (UPAs

especialidades). Governador por quase oito anos, Eduardo arregimentou uma gama de aliados e admiradores no Legislativo e Judiciário. A fórmula do sucesso foi conquistada por um “choque de gestão” que ele provocou em Pernambuco, implantando um modelo rígido de metas e monitoramento, com bolinhas vermelhas para projetos não cumpridos. O perfil de workaholic foi outro “plus” que atraiu os olhares dos fãs, bem como seu carisma. Seu discurso ao longo do mandato foi de quem não estava preocupado com as questões eleitorais, mas que elas eram consequência da boa administração. Ele e os socialistas acreditam que, por tudo isso, o eleitor do Brasil não ficará indiferente à sua candidatura. Petistas e trabalhistas, por sua vez, avaliam que a situação para Eduardo ficará difícil após ele se desincompatibilizar do cargo. Frisam que ele terá questões para explicar durante a campanha presidencial, como o rompimento com Lula e a formalização de alianças com políticos tradicionais, o que se choca com o discurso do “novo” defendido por ele na campanha presidencial.

Diario de Pernambuco - PE 04/04/2014 às 06:23hs Diario político A difícil escolha Decididamente, foi uma transição complicada. Além do desconforto inicial, quando o vice-govenador João Lyra Neto (PSB) foi colocado à margem do processo sucessório, pelo governador Eduardo Campos (PSB), a montagem do novo secretariado foi uma busca penosa e misteriosa. Até mesmo a definição do formato do anúncio da equipe de Lyra Neto foi motivo para avanços e recuos porque não se sabia se Eduardo queria ou não participar da divulgação dos nomes. Uma dúvida descabida: afinal, o governo que se inicia hoje não será uma gestão conjunta – tem formato e equipe diferentes. Dos auxiliares escolhidos pelo futuro governador, a grande novidade ficou na Saúde, para onde vai a médica Ana Albuquerque, no lugar de Antônio Figueira, cuja possível permanência no cargo gerou polêmicas. Essa talvez tenha sido a substituição mais difícil. Mas pelo menos aí, Lyra Neto, pode bater com a mão na mesa.

Folha de Pernambuco - PE 04/04/2014 às 06:26hs Emergências de hospitais públicos são ampliadas Reformas atingem o HR e o Barão de Lucena Katarina Bandeira

O governador Eduardo Campos inaugurou, ontem, três novas emergências de saúde em dois hospitais da rede pública do Estado, o Hospital Barão de Lucena (HBL) e o Hospital da Restauração (HR), além do bloco anexo ao Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP), localizado na avenida Cruz Cabugá, no bairro de Santo Amaro, no Recife. Apesar da inauguração, as redes não começarão a funcionar de imediato. Durante o dia de hoje, o

HR deve transferir os pacientes da área de traumatologia e acomodá-los nos novos leitos, porém, só deve abrir para atendimento ao público a partir de amanhã. O HR ganha a nova emergência para adultos com 100 leitos, divididos em salas vermelhas, onde os pacientes terão o primeiro atendimento, com a possibilidade de cirurgias de emergência, salas laranjas e amarelas acomodando pacientes de acordo como risco, sala de procedimentos invasivos, além de outros serviços no Centro de Diagnósticos da Unidade. O anexo do Hospital do Câncer, tão aguardado após a ameaça de fechamento em 2007, deve demorar umpouco mais. Dos cinco andares que compõem o prédio, umainda não está pronto e apenas três devemcomeçar funcionar até a semana que vem. “Você não pode colocar um hospital para funcionar de uma vez, principalmente nas áreas críticas. Então, nós teremos um prazo e 30 a 45 dias para fazer a inauguração completa”, comentou o interventor do HCP, José Iran Costa Júnior. De acordo comele, a emergência do novo anexo começa a funcionar hoje e os dois primeiros andares, a partir da próxima segunda-feira. A nova emergência do HCP terá 31 leitos divididos por classificação de risco e centro cirúrgico. O Barão de Lucena terá 29 leitos, sendo oito para a emergência obstetrícia, 19 para a pediátrica e um leito de observação emcada uma. Outra novidade é a Casa das Marias, serviço que abriga mães e bebês ainda internados na unidade e que contará com30 leitos, sala de convivência e copa. FOLHA RESUME: O Governo do Estado inaugurou três novas emergências ontem. Além disso, o bloco anexo do Hospital do Câncer foi entregue. O Hospital da Restauração conta com uma nova emergência para adultos. Já o Barão de Lucena conta com novos 29 leitos. O novo anexo do HCP deve funcionar em breve. INVESTIMENTOS - No total, o Governo do Estado investiu mais de R$ 36 milhões nas obras de ampliação do Hospital Barão de Lucena, R$ 20 milhões na emergência no Hospital da Restauração e, aproximadamente, R$ 40 milhões na construção do anexo do Hospital do Câncer de Pernambuco, sendo R$ 5 milhões em novos equipamentos.

Folha de Pernambuco - PE 04/04/2014 às 06:16hs Despedida com inaugurações “Me coloquei na situação de usuário do SUS, que exige da população 36% de carga tributária e não quer o serviço de péssima qualidade", afirmou Campos Mirella Araújo

No último dia sob o comando do Governo do Estado, o presidenciável Eduardo Campos (PSB) realizou uma verdadeira maratona de inaugurações, encerrando o ciclo de 34 cidades visitadas, do mês passado até ontem, onde também esteve vistoriando obras em andamento e em eventos realizados por empresas privadas. Com quase duas horas de atraso entre uma agenda e outra, durante seu discurso na entrega do novo

bloco do Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP) - após inaugurar as novas

emergências pediátricas e obstétrica do Hospital Barão de Lucena e nova emergência do Hospital da Restauração - o governador se emocionou ao falar dos investimentos feitos no campo da Saúde. “Me coloquei na situação de usuário do SUS, que exige da população 36% de carga tributária e não quer o serviço de péssima qualidade. E é possível melhorar esse patamar”, afirmou. Ao ser questionado sobre sua missão nestes sete anos e três meses de governo, Eduardo Campos agradeceu à população, afirmando que não exerceu a função em prol da vaidade. “Estou feliz e grato ao povo pernambucano pelas oportunidades que tive. Tenho a consciência tranquila de tudo que fiz por este Estado. Me entreguei de corpo e alma. Juntei um time de grande qualidade, que me ajudou muito, e tive a humildade para pedir desculpas quando errei”, comentou. Sobre as críticas da oposição, a exemplo do senador Humberto Costa (PT), de que ele estaria fazendo “campanha antecipada”, Eduardo preferiu não revidar os ataques, mas esclareceu que não houve qualquer antecipação das obras inauguradas ontem. “Na verdade, tem uma porção de outras obras que poderiam ter sido inauguradas e não foram. Foram apenas entregues à população, e uma série de outras nós estávamos vendo. São obras que vi no projeto, elaborei o orçamento, viabilizamos recursos e tivemos vontade de ver pronto”, declarou. Na inauguração da Escola Técnica Miguel Batista e do Parque Urbano da Macaxeira, que homenageia o ex-ministro Fernando Lyra, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), também se emocionou ao falar do legado que o presidenciável deixará no Estado. “Eduardo (Campos) é o maior governador que Pernambuco já teve. Fico cada dia mais impressionado com a sua capacidade de execução. As pessoas não estão acostumadas com o serviço público de qualidade, e ele tem oferecido isso ao longo dos dois mandatos”, frisou o gestor. Eduardo fechou sua agenda, inaugurando a primeira etapa do Museu do Sertão, em homenagem a Luiz Gonzaga. CANDIDATURA: Eduardo Campos vai passar dez dias com a família. No dia 14, anunciará a candidatura presidencial, com a ex-ministra Marina Silva (PSB) na vice, em Brasília. CPI - Questionado sobre a inclusão de Suape na CPI da Petrobras, como quer o Governo Dilma, Eduardo Campos considerou ilegal. “Na hora em que mistura os objetos da CPI, está querendo interromper o processo de esclarecimento dos fatos”, disse.

Folha de Pernambuco - PE 04/04/2014 às 06:18hs Só quatro nomes novatos no Governo Lyra anuncia secretariado, sem grandes alterações Carol Brito Prestes a assumir o Governo do Estado, o vice-governador João Lyra Neto (PSB) - que toma posse hoje como governador às 15h30 -, anunciou, ontem, o primeiro escalão de seu governo. Para quem aguardava um sinal de rompimento, o anúncio do time acabou revelando uma escolha entrosada com a equipe comandada por Eduardo Campos (PSB), sem maiores mudanças das peças anteriores, pois só quatro nomes não integram a atual

estrutura do Governo: Evandro Avelar (Cidades), Ivan Maurício (Imprensa), Ana Maria Albuquerque (Saúde) e Osiris Caldas (Microempresa). No total, 14 auxiliares estaduais forammantidos e seis alterações envolviam gestores que já estavam no governo. Das alterações partidárias, o PSDB surge com força abocanhando Cidades, além de manter as pastas de Trabalho e Juventude. Enquanto isso, o PR perdeu Turismo, que era comandada por Adeilton Feitosa. As nomeações serão publicadas no Diário Oficial de sábado. O segundo escalão será anunciado na próxima segunda-feira, quando o governador comandará reunião com o novo secretariado. O rodízio que serviria para dar uma cara nova ao governo acabou atingindo apenas duas pastas. O secretário de Administração, Décio Padilha (PSB), foi para a Fazenda e o executivo da pasta, José Neto, foi para Administração. O novo secretário da Casa Civil, Luciano Vasquez (PSB), era presidente do Lafepe, o secretário-executivo José Bertotti (PCdoB) assumiu a titularidade; o administrador de Fernando de Noronha, Romeu Baptista, ficou com Turismo; e o presidente da Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH), Carlos Cavalcanti, comandará Meio Ambiente. As novidades no desenho do organograma forama extinção da Secretaria de Governo, comandada por Milton Coelho (PSB), e a criação da pasta de Microempresa, que será assumida por Osiris Caldas. Na cota pessoal de Lyra estão Rubens Junior (Gabinete), Ivan Maurício (Comunicação), Vasquez, Baptista, Osiris e Ana Maria Albuquerque (Saúde). A última substitui Antônio Figueira (PSB). As especulações sobre a substituição do socialista geraram rumores de estremecimento na relação entre Figueira e Lyra. Contudo, Ana Maria é superintendente de Interiorização do IMIP, que já foi presidido pelo ex-secretário. Cogitado para disputar uma vaga no Congresso Nacional, o secretário de Agricultura, Aldo Santos (PSB), recuou e permanece na gestão. Ontem, Eduardo exonerou todos os secretários. Folha resume: Após a definição do seu primeiro escalão, João Lyra Neto anunciará os nomes dos demais auxiliares na próxima segunda-feira, quando comandará uma reunião com seu secretariado. Só quatro nomes novos foram apresentados: o tucano Evandro Avelar, AnaMaria Albuquerque, Osiris Caldas e IvanMaurício. ESPERA: João Lyra Neto esperou até o último momento pela possibilidade de Eduardo Campos participar do anúncio de seu secretariado. Devido à impossibilidade, enviou nota à Imprensa com os nomes dos auxiliares.

Tribuna do Norte - RN 04/04/2014 às 00:00hs Eduardo Campos deixa o Governo Campos assinou ontem a carta de renúncia ao mandato de governador, 7 anos e 3 meses após tomar posse do cargo, em janeiro de 2007 O pré-candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) deixa hoje o governo de Pernambuco após cumprir uma maratona de inaugurações e visitas a obras no último mês. Foram mais de 70 eventos nesse período. Ontem, Campos participou da

inauguração de alas de três hospitais no Recife. Em duas dessas unidades, no entanto, o pleno funcionamento dos serviços só vai acontecer daqui a 15 dias. Campos assinou ontem a carta de renúncia ao mandato de governador, 7 anos e 3 meses após tomar posse do cargo, em janeiro de 2007. O ato será publicado no Diário Oficial do Estado de hoje. A transmissão do cargo para o vice, João Lyra Neto (PSB), está marcada para as 17 horas, no Palácio do Campo das Princesas. Na plateia estarão dezenas de correligionários vindos de outros Estados, em mais um ato para marcar o plano do pré-candidato do PSB de disputar o Palácio do Planalto na votação de outubro. Para não virar alvo da oposição em Pernambuco, Campos cancelou a visita que faria nesta semana a Caruaru para entregar o único hospital que havia prometido construir na campanha de 2010. A obra não ficou pronta a tempo, mas mesmo assim a Secretaria de Comunicação do Estado havia divulgado que a unidade seria inaugurada. Segundo Campos, o cancelamento da solenidade ocorreu porque não foi possível fazer a seleção e contratação dos profissionais para trabalhar na unidade. “Nós não poderíamos abrir um hospital que não fosse funcionar”, disse. O governador prometeu que a obra será entregue por seu sucessor nos próximos 60 dias. O Estado visitou o hospital Mestre Vitalino em Caruaru. O prédio está concluído, mas ainda faltam acabamentos e há poucos aparelhos instalados. Segundo o cronograma oficial, a obra deveria ter sido entregue no fim do ano passado. Pendências Apesar de ser um dos governadores mais bem avaliados do País, Campos enfrenta outros problemas semelhantes de atrasos em obras e vai sair do governo deixando uma série de pendências para seu sucessor no Campo das Princesas. As obras de mobilidade necessárias para quem quer assistir aos jogos durante a Copa do Mundo no Recife estouraram os prazos estabelecidos e devem ser entregues somente em maio, a um mês do início do evento. Um exemplo é a construção do Ramal da Copa no entorno da Arena Pernambuco, que vai facilitar o acesso ao estádio. A obra ainda não foi concluída pelo governo. Na lista das promessas não cumpridas está a entrega do Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga. O complexo começou a ser construído em 2009, durante o primeiro mandato de Campos em Pernambuco, e era apresentado durante a campanha da reeleição como um modelo para a implantação de um novo sistema prisional no Estado.

Diario de Pernambuco - PE 04/04/2014 às 06:54hs Remoção de pacientes sem custo Planos de saúde terão que bancar despesas de transferência entre hospitais Os beneficiários de planos de saúde que necessitarem de remoção de um hospital para outro terão mais facilidades a partir de hoje. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou a Resolução Normativa nº 347, que dispõe sobre a obrigatoriedade de mover o paciente de uma instituição (público ou privado) para outra da rede credenciada da operadora sem custos. A medida só vale, no entanto, se houver recomendação médica e se o usuário já tiver cumprido o prazo de carência do plano. Conforme explica o diretor presidente da ANS, André Longo, o órgão regulador já possuía esse entendimento, mas, para evitar possíveis brechas, transformou em norma. “Nós só estamos explicitando os direitos dos beneficiários. Se ele estiver num hospital público, por exemplo, a operadora vai ser comunicada da necessidade (de mover o paciente para o hospital privado) e terá que se responsabilizar pela remoção”, explica Longo. A obrigatoriedade engloba apenas alguns casos. Se a pessoa estiver em um hospital privado não conveniado à operadora, por exemplo, pode pedir para ser transferida. Bem como se estiver em um hospital credenciado pelo plano que não possua o tipo de atendimento necessário. As empresas também são obrigadas a fazer a remoção de quem está internado no Sistema Único de Saúde para hospital privado, com o objetivo de liberar os leitos. Se a pessoa quiser, sem recomendação médica, mudar de hospital por simples comodidade, no entanto, terá que fazê-lo por conta própria, sem que a operadora cubra os custos. A ANS também assinou um acordo com as principais operadoras, para garantir atendimento aos beneficiários durante a Copa do Mundo. Cada operadora terá que disponibilizar um telefone para que o Samu ou o atendimento de emergência dos estádios entre em contato e encaminhe o paciente para um hospital credenciado.

Diario de Pernambuco - PE 04/04/2014 às 06:50hs Estágio obrigatório no SUS Novas diretrizes para cursos de medicina incluem regime interno no Sistema Único de Saúde Após meses de discussão, a Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou ontem as novas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de medicina, com a obrigatoriedade de que pelo menos 30% da carga horária do estágio obrigatório, em regime de internato, ocorra no Sistema Único de Saúde (SUS), na atenção básica e em serviço de urgência e emergência. Pela resolução aprovada, a

duração do curso de medicina ficou confirmada em seis anos. Ao criar o Mais Médicos, o governo cogitou ampliar a duração para oito anos. O documento segue agora para o ministro da Educação, Henrique Paim, a quem caberá analisar e homologar as diretrizes. As novas diretrizes aprovadas pelo CNE incluem ainda uma avaliação nacional dos estudantes de medicina a cada dois anos, que será obrigatória e classificatória para os programas de residência médica. A previsão é que a avaliação comece em um prazo de dois anos após a aprovação da medida e seja aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O Inep é uma autarquia do Ministério da Educação responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As mudanças foram apresentadas pelo conselho e discutidas em audiência pública no dia 26 de fevereiro com a participação de entidades que representam estudantes de medicina, médicos e instituições de ensino e também integrantes dos ministérios da Saúde e da Educação. Segundo o conselheiro da Câmara de Educação Superior Arthur Roquete, a expectativa é que o Ministério da Educação aprove rapidamente o documento. “Tenho absoluta convicção de que o ministério vai homologar as diretrizes que foram aprovadas hoje no conselho em um prazo relativamente curto. Elas são importantes e consolidam alguns avanços que ocorreram nas diretrizes de 2001, abrem perspectivas para que novos aprimoramentos ocorram, como resultado do avanço da medicina no Brasil, do atendimento do SUS, das transformações sociais e do avanço tecnológico que vai ocorrer”, disse ele. Mais Médicos: A reformulação das diretrizes dos cursos de medicina foi motivada pela Lei 12.871/2013, que instituiu o Programa Mais Médicos. Um dos objetivos do programa – aumentar o número de vagas na residência médica – foi incluído nas novas diretrizes. O documento aprovado hoje prevê que, até o final de 2018, os programas de residência médica devem ofertar vagas em número igual ao de egressos dos cursos de graduação em medicina do ano anterior. Para o conselheiro Arthur Roquete, as mudanças permitem a humanização da formação do médico, sem prejuízo da formação técnica. Ele acredita que o SUS terá capacidade de absorver o trabalho dos médicos que terão de cumprir 30% do estágio obrigatório no sistema.

Jornal do Commercio - PE 04/04/2014 às 06:15hs Obras do HSE perto do fim Direção do Hospital dos Servidores do Estado promete entrega de ambulatório, emergência e enfermaria para o fim do mês Até o fim deste mês, serão entregues os novos ambulatório, emergência e enfermaria de pacientes crônicos do Hospital dos Servidores do Estado (HSE), que atende aos beneficiários do Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores de Pernambuco (Sassepe). A promessa é do diretor-geral da unidade de saúde, Tadeu Godoy, após representantes do governo do Estado visitarem a obra no início da semana. A obra se arrasta há dois anos - o prazo inicial de entrega era de cinco meses -, tendo ganho velocidade com a mudança de diretoria, em junho do ano passado. Somente entre 2013 e 2014, foram desembolsados R$ 15 milhões nas obras.

Segundo Tadeu Godoy, a reforma está 99% pronta, faltando alguns ajustes. Com a entrega, o hospital - alvo de críticas constantes dos pacientes - receberá 38 novos leitos, sendo 19 na emergência (hoje, funcionam 15 provisórios) e a outra metade na enfermaria de pacientes crônicos (até então inexistente). Esta última, que trata beneficiários em estado grave e que passam por longos internamentos, tende a receber uma grande demanda, considerando que 54% das 194 mil vidas atendidas pelo Sassepe possuem 50 anos de idade ou mais. Os espaços ganharão novos equipamentos, camas e móveis, além de ar-condicionado e acomodações melhores para os acompanhantes. "Temos pacientes crônicos, internados há 100 dias e sem perspectiva a médio prazo de alta. Estes pacientes vão ser transferidos para a nova enfermaria, onde terão mais conforto", explica. Também foi montado um novo quadro de médicos da emergência, que funcionará das 7h às 19h, com seis clínicos e dois cirurgiões, e das 19h às 7h, com três clínicos e dois cirurgiões. Outros investimentos são prometidos. No segundo semestre, devem ser entregues a reforma da estrutura elétrica e uma central de imagens, que contemplará, por exemplo, equipamentos de raio-x digital, ultrassom e um novo cardiograma. Hoje, os próprios gestores do Sassepe admitem que não há muitas opções de prestadores de serviços na área de exames de imagem. Além disso, até o fim do ano, está prevista a conclusão das reformas das enfermarias cirúrgicas e clínicas e do setor de quimioterapia. Se todas as promessas forem cumpridas, estima-se que a capacidade de atendimento do Hospital dos Servidores aumentará em 35%. "Dos 194 mil beneficiários, 50 mil recebem algum tipo de atendimento por mês pelo HSE e pela rede credenciada. Destes 50 mil eventos, o hospital só consegue fazer 17 mil por mês, queremos elevar essa quantidade para 35 mil e desafogar a rede credenciada, que está sobrecarregada", explica Tadeu Godoy. REAJUSTE Este mês, começa a vigorar o reajuste na tabela do Sassepe. Em média, as alíquotas de contribuição dos usuários aumentarão 15%. Para os titulares, as mensalidades ficarão entre 4,5% e 5,2% mais caras, dependendo da faixa etária. Já para os dependentes, o acréscimo vai variar de 1,15% a 2,9%. O reajuste foi acordado com a categoria. Os servidores injetarão R$ 1,8 milhão a mais no sistema todos os meses. Em contrapartida, o investimento mensal do Estado passará de R$ 5,8 milhões para R$ 6,3 milhões. Com isso, se espera que o Sassepe ganhe mais 15 anos de operação sem dificuldades financeiras.

Jornal do Commercio - PE 04/04/2014 às 06:43hs Menina terá remédio proibido Criança de 5 anos, portadora de encefalopatia epiléptica infantil, ganha direito de importar o Canabidiol, extraído da maconha O juiz Bruno César Bandeira Apolinário, da 3ª Vara Federal do Distrito Federal, garantiu a uma menina de 5 anos o direito de importar e usar o medicamento Canabidiol (CBD), substância extraída da maconha, desde que haja prescrição médica. Portadora de encefalopatia epiléptica infantil, a criança precisa do medicamento, que é liberado nos Estados Unidos, para controlar crises convulsivas. De acordo com dados do processo, a criança usou outros medicamentos convencionais, registrados no Brasil, mas não teve sucesso nos tratamentos. O CBD controlou as crises, mas a substância não pode ser comercializada nem utilizada no Brasil porque não está registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A família vinha conseguindo o remédio de forma clandestina. "No que diz respeito à epilepsia, a substância revelou-se eficaz na atenuação ou bloqueio das convulsões. No caso da autora, (foi) fundamental na debelação das crises, dando-lhe qualidade de vida", afirmou o juiz. Ele ressaltou que a decisão não significa a liberação da substância. O juiz afirmou ainda que a Constituição de 1988 estabelece que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado e, portanto, compete à Anvisa "a obrigação de proteger a saúde da população". Segundo o juiz Bruno Apolinário, o remédio não tem efeitos psicotrópicos e se mostrou eficaz no tratamento da paciente. Em sua decisão, Apolinário destacou que a autorização foi exclusivamente para a família da criança. O advogado Luiz Fernando Pereira explicou que foi necessário levar o caso ao Judiciário uma vez que, sem o medicamento, a criança sofria com até 80 convulsões por semana.

Folha de Pernambuco - PE 04/04/2014 às 06:27hs Remédio pode ser importado Com base na melhora da menina com o tratamento alternativo e com o aval dos médicos, o magistrado decidiu proibir a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de impedir a importação do medicamento O juiz Bruno César Bandeira Apolinário, da 3ª Vara Federal do Distrito Federal, autorizou uma mãe a importar um remédio comprincípio ativo do canabidiol, uma das substâncias derivadas da maconha. O medicamento não tem venda permitida no Brasil e era importado ilegalmente por Katiele Fischer para tratar crises convulsivas da filha, de 5 anos. Com base na melhora da menina com o tratamento alternativo e com o aval dos médicos, o magistrado decidiu proibir a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de impedir a importação do medicamento. Mas destaca que a decisão só vale para o caso específico.

Na decisão, o juiz ressaltou que ao liberar o uso do canabidiol para a criança, não está fazendo apologia ao uso terapêutico da maconha ou à liberação para qualquer fim no Brasil. “Neste momento, pelos progressos que a autora (menina) temapresentado com o uso da substância, com uma sensível melhora na qualidade de vida, seria absolutamente desumano negar-lhe a proteção requerida”, afirmou. Katiele Fischer é mãe de uma menina de 5 anos, que nasceu com uma doença rara, denominada encefalopatia epiléptica infantil. Desde os primeiros anos de vida, a criança tem dificuldades no desenvolvimento motor, evoluindo com retardomental. Esgotados os tratamentos convencionais, com indicação médica, os pais recorreram a um tratamento alternativo com uso do canabidiol, substância extraída da planta cannabis sativa, popularmente conhecida comomaconha. Como tratamento, a pequena não tevemais crises convulsivas, cuja frequência variava de 30 a 80 vezes por semana.