o homem trocado

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ-UESPI CAMPUS RIO MARATAOAN – BARRAS – PIAUÍ CURSO: LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA DISCIPLINA – LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO PROFª- ROSEMARY BLOCO I; TURNO MANHÃ COMPONENTES : ACELINO ELIDA GIRLENO IRANILDO Girleno

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Page 1: O homem trocado

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ-UESPICAMPUS RIO MARATAOAN – BARRAS – PIAUÍ

CURSO: LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIADISCIPLINA – LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO

PROFª- ROSEMARY BLOCO I; TURNO MANHÃ

COMPONENTES :

ACELINOELIDAGIRLENO IRANILDO

Girleno

Page 2: O homem trocado

Na literatura e no jornalismo, uma crônica é uma narração curta, produzida essencialmente para ser veiculada na imprensa, seja nas páginas de uma revista, seja nas páginas de um jornal. Possui assim uma finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual e com a mesma localização, criando-se assim, no transcurso dos dias ou das semanas, uma familiaridade entre o escritor e aqueles que o leem.

Crônica (gênero)

Girleno

Page 3: O homem trocado

A palavra crônica deriva do Latim chronica que significava, no início do Cristianismo, o relato de acontecimentos em sua ordem temporal (cronológica). Era, portanto, um registro cronológico de eventos.No século XIX, com o desenvolvimento da imprensa, a crônica passou a fazer parte dos jornais. Ela apareceu pela primeira vez em 1799, no Journal des Débats, publicado em Paris.A crônica literária, surgida a partir do folhetim, na França, tomou características próprias no Brasil.

Origem

Elida

Page 4: O homem trocado

CaracterísticasA crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser publicado em jornais e revistas. Assim o fato de ser publicada nesses meios já lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se muitas outras nas próximas edições.Há semelhanças entre a crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o repórter, o cronista se inspira nos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica. Entretanto, há elementos que distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como: ficção, fantasia e criticismo, elementos que o texto essencialmente informativo não contém.Com base nisso, pode-se dizer que a crônica situa-se entre o jornalismo e a literatura, e o cronista pode ser considerado o poeta dos acontecimentos do dia-a-dia. A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista. Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam.3

Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.

Iranildo

Page 5: O homem trocado

CaracterísticasEm resumo, podemos determinar quatro pontos Seção ou artigo especial sobre literatura, 

assuntos científicos, esporte etc., em jornal ou outro periódico.

Pequeno conto baseado em algo do cotidiano. Normalmente possui uma crítica indireta. Muitas vezes a crônica vem escrita em tom 

humorístico. Exemplos de autores deste tipo de crônica no Brasil são Fernando Sabino, Leon Eliachar, Luis Fernando Verissimo,Millôr Fernandes.

Acelino

Page 6: O homem trocado

Tipos de Crônica Crônica DescritivaOcorre quando uma crônica explora a caracterização de seres animados e inanimados em um espaço, vivo como uma pintura, precisa como uma fotografia ou dinâmica como umfilme publicado. Crônica NarrativaTem por eixo uma história, o que a aproxima do conto. Pode ser narrado tanto na 1ª quanto na 3ª pessoa do singular. Texto lírico (poético, mesmo em prosa). Comprometido com fatos cotidianos ("banais", comuns). Crônica DissertativaOpinião explícita, com argumentos mais "sentimentalistas" do que "racionais" (em vez de "segundo o IBGE a mortalidade infantil aumenta no Brasil", seria "vejo mais uma vez esses pequenos seres não alimentarem sequer o corpo"). Exposto tanto na 1ª pessoa do singular quanto na do plural.

Acelino

Page 7: O homem trocado

Crônica PoéticaApresenta versos poéticos em forma de crônica, expressando sentimentos e reações de um determinado assunto.Crônica JornalísticaApresentação de notícias ou fatos baseados no cotidiano. Pode ser policial, desportiva, etc...Crônica HistóricaBaseada em fatos reais, ou fatos históricos.

Tipos de Crônicas

Acelino

Page 8: O homem trocado

Tipos de Crônicas Crônica Narrativo-Descritiva É quando uma crônica explora a caracterização de seres, descrevendo-os.

E, ao mesmo tempo mostra fatos cotidianos ("banais", comuns) no qual pode ser narrado em 1ª ou na 3ª pessoa do singular. Ela é baseada em acontecimentos diários.

Crônica Humorística Deve ter algo que chame a atenção do leitor assim como um pouco de

humor. É sempre bom ter poucos personagens e apresentar tempo e espaços reduzidos. A linguagem é próxima do informal. Visão irônica ou cômica de fatos apresentados

Crônica Lírica Apresenta uma linguagem poética e metafórica. Nela predominam

emoções, os sentimentos (paixão, nostalgia e saudades ), traduzidos numa atitude poética

Acelino

Page 9: O homem trocado

Crônica de humor

Elida

Page 10: O homem trocado

Biografia de Luis Fernando Veríssimo Luis Fernando Verissimo nasceu em 26 de setembro de 1936 em Porto

Alegre, no Rio Grande do Sul. É o escritor que mais vende livros no Brasil.

O trabalho do autor também é conhecido na TV, que adaptou para minissérie o livro Comédias da Vida Privada. O programa recebeu o prêmio da crítica como o melhor da TV brasileira. 

Filho do escritor Erico Verissimo e Mafalda Verissimo. De 1943 a 45, Erico morou com a família nos Estados Unidos, onde lecionou na Universidade de Berkeley, na Califórnia. 

Ao retornar ao Brasil, em 1956, começou a trabalhar na editora Globo de Porto Alegre, em 1962 transferiu-se para o Rio de Janeiro onde exerceu as atividades de tradutor e redator de publicações comerciais.

De volta a Porto Alegre em 1967, Luis Fernando começou a trabalhar como copydesk do jornal Zero Hora e como redator de publicidade. 

Elida

Page 11: O homem trocado

Biografia de Luis Fernando Veríssimo Em pouco tempo já mantinha uma coluna diária, que o

consagrou por seu estilo humorístico e uma série de cartuns e histórias em quadrinhos. O primeiro livro, \\\"O popular\\\", de crônicas e cartuns, foi publicado em 1973. 

Atualmente, o autor escreve para os jornais Zero Hora, O Estado de São Paulo e O Globo. Criou personagens As Cobras, cujas tiras de quadrinhos são publicadas em diversos jornais.

Em 1995, o livro O Analista de Bagé, lançado em 81, chegou à centésima edição. Algumas de suas crônicas foram publicadas nos Estados Unidos e na França em coletâneas de autores brasileiros. 

Elida

Page 12: O homem trocado

Obras do autor: 

A Mesa Voadora - 1978Ed Mort e Outras Histórias - 1979Sexo na Cabeça - 1980O Analista de Bagé - 1981 (100ª edição em 1995)Outras do Analista de Bagé - 1982O Analista de Bagé em Quadrinhos - 1983Ed Mort Porocurando o Silva - 1985Ed Mort em Disneyworld Blues - 1987O Jardim do Diabo - 1988Ed Mort com a Mão no Milhão - 1988Ed Mort em Conexão Nazista - 1989Traçando Nova York - 1991Traçando Paris - 1992O Suicida e o Computador - 1992Pai Não Entende Nada - 1993Traçando Roma - 1993Comédias da Vida Privada - 1994Traçando Tóquio - 1995Comédias da Vida Pública - 1895Comédias da Vida Privada - 1996Novas Comédias da Vida Privada - 1996 Elida

Page 13: O homem trocado

Elida

Page 14: O homem trocado

O que é crônica humorística?

Narrativa (conta uma estória) curta e leve, que apresenta fatos do cotidiano, fazendo o leitor divertir-se. Iranildo

Page 15: O homem trocado

O homem trocado Faz parte da compilação

“Comédias para se Ler na Escola” (2001)

O que o título sugere?

Girleno

Page 16: O homem trocado

O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.- Tudo perfeito - diz a enfermeira, sorrindo.- Eu estava com medo desta operação...- Por quê? Não havia risco nenhum.- Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos...E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca de bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Girleno

Page 17: O homem trocado

Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Oucom sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta nãosoubera explicar o nascimento de um bebê chinês.- E o meu nome? Outro engano.- Seu nome não é Lírio?- Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e...Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que nãofazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar nauniversidade. O computador se enganara, seu nome não apareceu na lista.- Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mêspassado tive que pagar mais de R$ 3 mil.

Acelino

Page 18: O homem trocado

- O senhor não faz chamadas interurbanas?- Eu não tenho telefone!Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram felizes.- Por quê?- Ela me enganava.Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:

Iranildo

Page 19: O homem trocado

- O senhor está desenganado.Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples apendicite.- Se você diz que a operação foi bem...A enfermeira parou de sorrir.- Apendicite? - perguntou, hesitante.- É. A operação era para tirar o apêndice.- Não era para trocar de sexo?

Elida

Page 20: O homem trocado

Interpretando... Por que o título “O Homem Trocado”?

Narrador: observador ou personagem?

Quais os personagens da crônica?

Onde se passa a estória?

Em que fato do quotidiano o narrador se baseou?

No início da crônica, o homem fica tranquilo ou agitado?Girleno

Page 21: O homem trocado

Interpretando...(II) Que enganos que aconteceram durante a vida do

homem, desde seu nascimento até o momento da cirurgia?

O final confirma ou contrasta com o início da crônica? O que gera humor no texto?

Como é a linguagem? Formal ou coloquial?

Discurso direto ou indireto?Girleno

Page 22: O homem trocado

Estrutura básica da crônica lida Título – O homem trocado Narrador – Observador Personagens – Homem e Enfermeira Espaço – Sala de recuperação Tempo – Presente / Época atual Fato cotidiano – Erro médico Enredo – Tranquilidade inicial, relato dos enganos

e mais um engano (quebra da tranquilidade inicial) Linguagem – Coloquial Discurso – Direto e Indireto

Iranildo

Page 23: O homem trocado

Antes de escrever sua crônica, pense: Narrador

Personagem ou observador?

Personagens: quem vai participar da estória?

Poucos Quotidianos Não precisa descrevê-los muito.

Acelino

Page 24: O homem trocado

Antes de escrever sua crônica, pense: Espaço: onde se passará a estória?

Em geral, um único espaço (uma sala de recepção, um escritório, o banco de uma praça etc.);

Não precisa descrevê-lo muito, só o necessário;

Tempo: quando?

Em geral, presente, podendo haver voltas ao passado.

Elida

Page 25: O homem trocado

O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala derecuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.- Tudo perfeito - diz a enfermeira, sorrindo.- Eu estava com medo desta operação...- Por quê? Não havia risco nenhum.- Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos...E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca de bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal deorientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê chinês.

Page 26: O homem trocado

Quando for escrever sua crônica...

Enredo

Baseado em um fato cotidiano; Um flagrante da vida, curioso e atual

Precisa ser engraçado (como?) e interessante;

Pense, passo a passo, o que vai acontecer; Começo, meio e fim! Elida

Page 27: O homem trocado

Enredo Em geral, começa-se situando o leitor

quanto a personagens, espaço e tempo, veja:

Seguem as ações planejadas por você, contadas em discurso direto e/ou indireto;

O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala derecuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.

Elida

Page 28: O homem trocado

Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que nãofazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar nauniversidade. O computador se enganara, seu nome não apareceu na lista.- Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mêspassado tive que pagar mais de R$ 3 mil.- O senhor não faz chamadas interurbanas?- Eu não tenho telefone!

Page 29: O homem trocado

Enredo O texto deve ser recheado de humor

(cenas, fatos, ações ou palavras engraçadas);

O final deve ser surpreendente, colaborando com o humor;

Iranildo

Page 30: O homem trocado

Quando for escrever sua crônica...

Linguagem Leve Variedade padrão, mas sem formalismo

Título Criativo Incita o leitor a ler o texto

Acelino

Page 31: O homem trocado

O que NÃO fazer! Discurso Direto.

- Oi, tudo bem? - Tudo bem e você? - Bem também, então, você viu a Joana? - A Joana? Não vi e você? ...

Page 32: O homem trocado

O que NÃO fazer! Enredo sem qualquer interesse

Estórias sem começo, meio e fim; Técnica do despertador; Estórias complicadas que se resolvem em segundos;

1º parágrafo estilo “inquérito policial” “Era uma vez um homem loiro, alto, torcedor do

Vasco, que se chamava Alexandre, entra no hospital São José, às 14 horas e vê uma enfermeira, morena, gorda, 46 anos, sentada num banco de madeira etc..etc..etc...”

Page 33: O homem trocado

O que NÃO fazer! Confundir crônica com conto

A crônica é rápida, curta e leve Os personagens(são poucos) tem menos

densidade, não precisam ser muito descritos Os espaços e o tempo são reduzidos A estória da crônica pode ser precedida ou

entremeada de comentários reflexivos do cronista.

Page 35: O homem trocado

Obrigado !!!