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O GEOPROCESSAMENTO DA SAÚDE E A HANSENÍASE COMO UMA QUESTÃO SOCIAL
AUTOR: Rildo Barros Ferreira
RESUMO: Este artigo foi desenvolvido dentro da área de Geografia da Saúde, enfocando a hanseníase como um problema social. O objetivo principal é alertar e esclarecer as dúvidas da população em relação à hanseníase. A Geografia Médica é um ramo novo da Geografia, tem por finalidade estudar a geografia das doenças, é uma disciplina essencialmente dinâmica, pois cada ano reaparecem focos antigos de moléstias ou extinguem-se focos recentes. A Geografia Médica nasceu com Hipócrates e, portanto, com a própria história da medicina. Hipócrates publicou em 480a.C., “Dos ares, das águas e dos lugares”, onde o grande mestre de Cós, mostrava a influência dos fatores ambientais no aparecimento das doenças. A sociedade precisa estar por dentro dos acontecimentos na medicina, tanto na descoberta de doenças como no surgimento de cura para as mesmas, para poder se prevenir e também remediar. Neste trabalho quero apresentar a hanseníase como um problema social. A hanseníase é uma doença de caráter visível e tem como principal fator o desfiguramento, que consequentemente causa medo e repugnância nas pessoas. A ausência de informações sobre a origem da hanseníase, como ela é transmitida e o seu tratamento, deixa a população sem conhecimento gerando o preconceito da sociedade em relação aos portadores de hanseníase.
Palavras Chave: Geografia Médica, Saúde, Hanseníase
INTRODUÇÃO
A Geografia da Saúde tem como objetivo estudar a distribuição das
doenças. Esta disciplina auxilia a entendermos no meio geográfico a evolução
das doenças em diferentes regiões. Neste trabalho também está presente uma
reflexão geral sobre a situação da saúde no Brasil, quais são os problemas que
enfrentamos, o papel do Estado no setor da saúde, e levantando a questão da
falta de informação da população em relação a Hanseníase.
É importante também divulgarmos as diferentes área em que a
Geografia pode atuar, a Geografia Médica é uma dela. A Geografia é uma
disciplina ampla onde podemos realizar várias pesquisas, a maioria das
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pessoas possui uma visão da Geografia como apenas uma disciplina existente
no currículo escolar e acaba esquecendo muitas vezes por falta de informação
que é uma ferramenta para várias pesquisas que beneficiam a sociedade. E
cabe a nós geógrafos divulgarmos e ressaltarmos a importância de sua
existência, pois de nada adianta retermos os conhecimentos geográficos
precisamos utilizá-los em benefício do nosso cotidiano.
Quando falamos em Geografia da Saúde não temos claro em nossa
mente do que realmente se trata e como surgiu e originou-se esse estudo.
Apesar da saúde ser um tema antigo na Geografia, pouco se é falado e
principalmente divulgado no curso de Geografia. Segundo Guimarães (1999,
p.120) “A origem oficial da Geografia Médica é de 1949, no Congresso da
União Geográfica Internacional, em Lisboa”. A partir dessa data deu-se início
aos estudos da saúde ligados a Geografia. As doenças passaram a fazer parte
do contexto social, ou seja, não eram mais estudadas separadamente. os
pesquisadores tinham como objetivo não somente saber as suas origens e
causas, mas dar início a um processo de análise da distribuição das doenças.
Com o passar do tempo a saúde começou a ser analisada como um
estado de bem-estar completo, físico, mental e social. Esse novo conceito de
saúde estabeleceu uma relação cultural e social com a doença. Em
consequência disso as pesquisa tomaram duas direções: o estudo das
doenças e o estudo da saúde.
As várias etapas que os estudos da Geografia da saúde passou e
ainda continua passando, vem somente com um único objetivo: se aperfeiçoar
para entender a distribuição espacial das doenças. Esse aperfeiçoamento não
parte somente de novas pesquisas, ou de pesquisadores dedicados,
atualmente a tecnologia da informática está trazendo uma grande contribuição
para a geografia da saúde. Os estudos baseados no SIG (Sistema de
Informações Geográficas), juntamente com trabalhos de pesquisas qualitativas
na área da saúde, resultam nos mais modernos estudos geográficos em saúde.
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As novas pesquisas médicas estão surgindo, estão sendo realizadas
globalmente, ou seja, informações estão sendo trocadas a cada instante, e a
busca no contexto social tem se destacado continuamente.
1 SAÚDE PÚBLICA E GEOGRAFIA
Quando falamos de Geografia da Saúde não temos claro em nossa
mente do que realmente se trata e como surgiu e originou-se esse estudo.
Apesar da saúde ser um tema antigo na Geografia, pouco se é falado e
principalmente divulgado no curso de Geografia. Segundo Guimarães
(1999:120): “A origem oficial da Geografia Médica é de 1949, no Congresso da
União Geográfica Internacional, em Lisboa”. A partir dessa data deu-se início
aos estudos de saúde ligados a Geografia.
As doenças passaram a fazer parte do contexto social, ou seja, não
eram mais estudadas separadamente. Os pesquisadores tinham como objetivo
não somente mais saber as suas origens e causas, mas dar início a um
processo de análise da distribuição das doenças.
“A mera constatação das diferenças de distribuição de doenças pelo espaço não resistiu mais ao menor exercício de análise. Teve-se que avançar nas articulações de escalas espaço-temporais e de nível de realidade, considerando as necessárias mediações que a literatura da vida social passou a exigir do pesquisador”. (Mayer, 1992, Guimarães 1999:121).
Com o passar do tempo a saúde começou a ser analisada como um
estado de bem-estar completo, físico, mental e social. Esse novo conceito de
saúde estabeleceu uma relação cultural e social com a doença. Em
consequência disso as pesquisas tomaram duas direções: o estudo das
doenças e o estudo da saúde. Sendo assim a geografia juntou essas duas
direções e realiza o trabalho de explicar o papel da oferta de serviços e a
demanda social por saúde.
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As várias etapas que os estudos da geografia da saúde passou e
ainda continua passando, vem somente com um único objetivo: se aperfeiçoar
para poder explicar as dúvidas da população. Esse aperfeiçoamento não parte
somente de novas pesquisas, ou de pesquisadores dedicados. A tecnologia da
informática está trazendo uma grande contribuição para a geografia da saúde.
Os estudos baseados no SIG (Sistema de Informações Geográficas),
juntamente com trabalhos de pesquisas qualitativas na área de saúde, resultam
nos mais modernos estudos geográficos em saúde.
As novas pesquisas médicas que estão surgindo, estão sendo
realizadas globalmente, ou seja, informações estão sendo trocadas a cada
instante, e a busca no contexto social tem se destacado continuamente.
O objetivo de se fazer um estudo sobre a Saúde Pública é fazer a
abordagem pontual sobre a instituicionalização pelo Estado na questão da
saúde.
A saúde pública possui o objetivo de atender as necessidades da
população. Porém nós sabemos que nem sempre esse objetivo é cumprido, e
que a política exerce grande influência sob todos os aspectos públicos.
A partir de 1902 o programa de Saneamento e Controle à Febre
Amarela Urbana em São Paulo é lançado por Rodrigues Alves, presidente do
Rio de Janeiro, essas e outras doenças como a varíola, a tuberculose, a
Hanseníase, enfim as doenças infecciosas e parasitárias representavam o
perfil epidemológico que recebia a atenção estatal. O Departamento Nacional
de Saúde Pública é criado em 1923, assim as ações começaram a se
concentrar no governo federal.
Com a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública o
governo federal passa a ser responsável pelo saneamento urbano e rural,
propaganda sanitária, higiene infantil, industrial e profissional, fiscalização a
saúde dos postos e do Distrito Federal e as epidemias rurais.
O processo de descentralização federal começa a se efetivar em
1930 com a criação do Ministério da Educação e Saúde composta de dois
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departamentos: o Departamento de Educação e da Saúde. Em 1934, o
Departamento da Saúde é reestruturado e passa a ser chamado de
Departamento Nacional de Saúde e Assistência Médica Social.
Em seguida foi criado o Ministério da Saúde, em 1953 que constituiu
a parte burocrática do Departamento Nacional de Saúde.
Em 1956, é criado o Departamento Nacional de Epidemias Rurais
(DNRU). De 1956 até os dias atuais o Sistema Nacional de Saúde Pública
permaneceu praticamente inalterado. O estado está assumindo cada vez mais
a responsabilidade através do sistema de centralização, apesar disso o quadro
de doenças infecciosas e parasitárias e as elevadas taxas de mortalidade
infantil e morbidade geral continuam persistindo em nosso país.
Através de um breve cronograma podemos verificar a situação da
medicina através do tempo. Partindo da Idade Média, Século XX e as
Tendências Atuais. Segundo a enciclopédia Barsa (1999), podemos dizer que a
Idade Média começou com a peste do ano 542 e terminou com a peste negra
(bubônica) de 1348. Entre as doenças epidêmicas desse período, incluíram-se
a Hanseníase, a peste bubônica, a varíola, a tuberculose, a escabiose, a
erisipela, o antraz, o tracoma e a febre epidêmica. O isolamento de pessoas
portadoras de doenças transmissíveis surgiu em resposta a disseminação da
Hanseníase. Os casos de Hanseníase chegaram a 19000 no século XIII. Essa
doença se tornou um grave problema na Idade Média, particularmente nos
séculos XIII e XIV.
Nessa fase, foram dados alguns dos primeiros passos em saúde
pública, como iniciativas para enfrentar as condições insalubres das cidades, a
criação de hospitais gerais e a prestação de atendimento médico e assistência
social a população.
Na virada do século XIX para o XX, o controle das doenças
endemoepidêmmicas tende a tomar o lugar do saneamento do meio ambiente
como a principal tarefa da saúde pública. Segundo a Barsa (1999) o fato inicial
foi o ano de 1876, quando Robert Koch demonstrou a origem microbina de uma
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doença humana. A atividade predominante dos serviços de saúde pública era o
controle das doenças transmissíveis.
Nessa fase identificamos os agentes etimológicos de grande número
de doenças infecciosas, com a ajuda de métodos de isolamento e
caracterização de bactérias criadas por Louis Pasteur, Ferdenand Julius Cohn
e Robert Koch, entre outros. Pasteur estabeleceu os princípios da imunização
ativa e passiva, Joseph Lister desenvolveu os conceitos da cirurgia anti-
séptica, descobriram-se vetores e reservatórios de diversos microorganismos,
e desapareceram as epidemias para as quais existiam métodos específicos de
profilaxia.
Da década de 1940 em diante, a saúde pública mostrou especial
atenção pelo bem-estar físico e mental da população. Segundo a enciclopédia
Barsa (1999) que após a Segunda Guerra Mundial foi criada a United Nations
Relief and Rehabilitation Administration (UNRRA, Administração das Nações
Unidas para a Ajuda e Reabilitação), cujo objetivo era propiciar assistência
médica e de saúde pública. Na atualidade priorizamos o atendimento pré-natal
com forma da medicina preventiva na esperança de controlar, por intermédio
da educação das mães, a saúde física e psicológica da família e das futuras
gerações.
As preocupações da saúde pública também voltaram-se para
distúrbios como o câncer, as doenças cardiovasculares, as doenças
pulmonares e outras. Comprova-se, cada vez mais, que essas doenças são
causadas por fatores nocivos e presentes no meio ambiente no qual o homem
está inserido.
Algumas características sociais marcam certos aspectos da saúde
pública nos dias atuais, conforme dados da Barsa (1999): (1) tendência a
urbanização em todo o mundo; (2) aumento da vida média da população e seu
conseqüente envelhecimento; (3) problemas médicos e socioeconômicos
motivados pelo envelhecimento da população; (4) elevação sensível, em todos
os países, de parcelas da população que vivem de baixos salários; e (5)
aumento acelerado do percentual de indivíduos que, embora não sejam
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indigentes, são incapazes de financiar o tratamento médico-cirurgico de
urgência ou clínico hospitalar de doenças crônicas.
1.1 O Estado no Seu Contexto Social
É dever do Estado cuidar da saúde, transporte, educação,
habitação... e se por ventura ele falhar em algumas dessas áreas básicas de
sobrevivência, o assunto é divulgado e comentado, mas nem sempre o
problema é retomado, repensado e executado novamente.
É a partir desses deveres não cumpridos que o Estado começa a
fazer o papel de vilão perante a sociedade. Porque o que a sociedade espera
dos órgãos públicos é a competência, principalmente no setor da saúde.
Dependemos do Estado para nos mantermos saudáveis, ou seja, as
pessoas que não podem pagar um plano de saúde para ter um atendimento
melhor, pois cada cidadão contribui para que esse atendimento aconteça,
através do pagamento de impostos. Mas quando o atendimento do SUS
(Sistema Único de Saúde) se torna defasado, as pessoas praticamente se
tornam obrigadas a pagarem por um atendimento particular. E quando o SUS
deixa de cumprir com as suas obrigações a população adoece e
consequentemente torna-se improdutiva, o que é um grande problema para o
Estado.
A estrutura da sociedade é constituída por aspectos ideológicos,
jurídicos e políticos. Essa formação é quem comanda a existência da
humanidade, todos nós estamos sujeitos a regras pré-estabelecidas que
devem ser cumpridas. Sendo assim o Estado também deve cumprir com as
suas obrigações pois possui poder e recursos para isso.
É essa a visão que a população tem do Estado, um órgão público
responsável pela distribuição dos recursos sociais e é isso que a população
deseja, que os administradores façam essa distribuição de recursos de maneira
justa em todos os setores sem distinção.
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1.2 O Ambiente e a Nossa Saúde
Nos últimos tempos a preocupação com a saúde humana vem
aumentando. Está se estabelecendo uma relação entre a qualidade do
ambiente e a saúde corporal. Apesar dessa preocupação com a saúde estar
em alta, isso não significa que as doenças irão acabar, o índice de
mortalidade pode sofrer uma queda, mas é um processo lento que precisa se
acompanhado e compreendido pela população. A saúde do ser humano
atualmente, está sendo estudada como um todo, tanto na parte biológica
quanto na psicológica. O que deve ser destacado é que tipo de saúde estamos
tendo? Que tipo de alimentos estamos ingerindo? Qual é a nossa expectativa
de vida? São situações que todos nós precisamos avaliar e questionar se
estamos cuidando bem do nosso corpo.
É preciso pensar que temos que desenvolver um meio de utilizar os
recursos naturais sem acabar definitivamente com eles.
O que está faltando mesmo é um Sistema de Informações sobre
saúde. A população necessita de informações, precisamos saber o que é bom
e o que é ruim para a nossa saúde. Muitas vezes a população está agindo de
forma incorreta e nem sabe por falta de informação.
Enfim, população e governo devem se dedicar a esse sério assunto
que envolve a nação. O governo em instalar um Sistema de Informações sobre
saúde, e a população em buscar essa informações e estar sempre atenta no
que diz respeito a saúde.
1.3 A Medicina Social no Brasil
A medicina social no Brasil vem a se desenvolver nas primeiras
décadas do século XIX, através, sobretudo da higiene pública e da
medicalização do espaço urbano.
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Segundo Nunes (1980:6) em 1848, parecia que as possibilidades de
criação de uma nova sociedade estavam abertas. Assim os médicos
reformadores sociais destacavam pontos básicos:
- Primeiro a saúde das pessoas é um assunto de interesse
societário direto e a sociedade tem obrigação de proteger e
assegurar a saúde de seus membros;
- As condições econômicas e sociais tem um impacto crucial sobre
a saúde e a doença e estas devem ser estudadas
cientificamente.
A saúde deve ser inserida dentro do contexto social, ou seja, não
podemos estudar e analisar a questão da saúde na população de forma
isolada. Pois esta está ligada diretamente aos aspectos sociais, econômicos e
culturais.
A população exerce um grande papel no setor da saúde. Por que é
dever da população exigir seus direitos, e fazer com que os setores públicos
cumpram com os seus deveres.
Como foi citado anteriormente os aspectos econômicos e sociais
influenciam muito sobre a saúde, e merecem um estudo científico, porque se a
saúde de um indivíduo desempregado está debilitada, consequentemente o
mesmo ano terá condições financeiras para adquirir o medicamento que lhe foi
repassado pelo médico. Assim o cidadão permanecerá doente e se tornará
improdutivo gerando um problema social.
Podemos concluir que a saúde está ligada diretamente a todos os
aspectos de administração do país e para que o setor de saúde funcione bem,
todos os outros aspectos precisam estar funcionando bem. É a distribuição de
recursos, que precisa ser feita de maneira correta e justa beneficiando assim
todos os setores, principalmente o setor da saúde.
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1.4 Geoprocessamento
Geoprocessamento pode ser definido como o conjunto de tecnologia
de coleta e tratamento de informações espaciais e de desenvolvimento e uso.
Áreas que usam o Geoprocessamento, tem em comum o interesse espacial,
localização ou distribuição. Áreas como Geologia, Hidrologia , entre outras,
utilizam-se para estudar a atuação do homem sobre o meio físico, por exemplo:
Projeto;
Operação;
Processamento;
Análise;
Gerenciamento;
Monitoramento;
Locação;
Outros.
Estas atividades como: coleta, tratamento e utilização das
informações, apresentam desenvolvimento próprio, adequando-se as
especificações de cada área. Os procedimentos decorrentes tem muito em
comum sendo atendidos como arcabouços aqui abordados.
A existência de um sistema do mundo real e que poderíamos
observar seus elementos e suas relações, necessitando represcitá-los como
uma versão simplificada, um modelo. Servindo de expressão espacial das
áreas de atuação do homem. Exemplos destes sistemas rios, bacias, rodovias,
terreno.
O código nominal é uma expressão espacial muito usada coo
exemplo os mapas que apresentam uma referencia espacial implícita, onde
pode atuar sobre esta representação manualmente. Atualmente já se
processam referenciais espaciais explícitas, devido a maior complexidade e
abrangência do mundo hoje, atuando-se sobre esta de uma forma
automatizada.
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No tocante aos entes de nosso interesse, conforme a aplicação e
conveniência, podem ser considerados como: discretos e contínuos.
Devemos considerar dois encaminhamentos referentes a
representação:
Tocante ente discreto: localização espacial;
Foco ente contínuos: distribuição espacial dos discretos;
Em ambos os casos, estes podem serem vistos em duas etapas
distintas.
Identificação entre o ente e um domínio espacial;
Provisão de referencias espaciais explicitas para este domínio,
ou seja, efetiva representação.
Aos entes discretos associemos domínios espaciais que podem ser
assimilados a partes, linhas ou áreas. Estes domínios podem conter ou
coincidir com a efetiva ocupação espacial do ente.
Similarmente, outros entes são associados a uma variedade de
domínios conforme a conveniência. Devemos em uma seleção considerar
aspectos tais como propósitos de utilização, interrelações com outros entes,
recursos disponíveis para coleta, manuseio e utilização das decorrentes
apresentações.
A variação espacial dos entes contínuos ou a distribuição dos entes
discretos, podem serem consideradas pelos domínios:
Entes discretos: medida da ocorrência.
Na elaboração dos modelos, devemos Ter especial atenção quanto
as necessidades espaciais, devendo usar técnicas de geocodificação que são
agrupadas em:
Representações vetoriais; representação dos domínios espaciais por
conjuntos de traços, deslocamento ou vetores, devidamente referenciados.
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Representações Matriciais: os documentos espaciais são
representados por um conju8nto de células, geralmente quadradas, onde
incidem pontos, linhas e áreas.
Os entes podem ser encaminhados por atributos e associados a um
domínio espacial, também caracterizado por atributos. Todos estes atributos
podem ser definidos por um processo de definição de necessidades de
informação que estavam condicionadas a nossa percepção do mundo real,
nosso modelo.
Portanto, devemos nos concentrar na definição de modelos, para
entender a gênese das necessidades e também aqueles econômicos e
financeiras.
O conjunto de observação e o encaminhamento metodológico,
originando uma proposição conceitual que ajudava na coleta de dados.
Observando-se algumas restrições de caráter economico-financeiro, natureza
tecnológica e natureza organizacional.
A gênese da obtenção de dados depende do estabelecimento de um
modelo, este pode variar entre modelo embrionário e um modelo que necessita
de informações de conjunto de usuários.
Devemos adotar uma postura saudável na obtenção de informações,
concentrarmo-nos no que realmente é de interesse para o estudo. Evitando
assim a perca de tempo e o encarecimento do projeto.
A obtenção destes dados pode ser feita de “N” métodos e diversos
equipamentos. Estes dados podem ser filtrados antes de usa real utilização,
desta forma ocorre uma melhor integração sendo três dimensões, ou seja
compatibilização de definições, mensurações e classificação nas três
dimensões.
Entre as formas de tratamento dos dados temos as que voltadas a
integração e outras voltadas a realização de operações que melhor adequam
os dados a utilização antevista. Existem casos em que o tratamento dos dados
ocorre com modelos digitais, mapas e gráficos.
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Assim, o tratamento de dados é constituído por grande variedade de
técnicas em permanente evolução.
A efetiva utilização de dados em Geoprocessamento pode ser
classificada segundo aspectos:
Área de aplicação;
Propósito da aplicação;
Natureza da aplicação;
A cada configuração corresponder aplicações específicas ligados a
cada partícula percepção do mundo real. Contamos ainda com as
características espaciais dos dados e os métodos associados de aquisição,
representação e tratamento. Também temos um conjunto de sistemas
computacionais dirigidos as questões espaciais. Sistemas de
Geoprocessamento podendo ser classificados em:
Sistemas aplicativos: apresentação de entes de expressão
espacial;
Sistemas de informações: coleta, armazenamento, recuperação,
manipulação e apresentação de informações;
Sistemas especialistas: solução de problemas.
Estas classes de sistemas tem conceituação interpenetrante e, em
verdade, há a tendência de desenvolvimento de sistemas híbridos. Estes
sistemas especialistas, calcula até o posicionamento de equipamentos tais
como válvulas ou registros. Esses sistemas são os elos finais do processo de
atuação sobre o meio físico.
Não obstante visarem sempre, como fim último, subsidiar a atuação
do homem sobre o meio físico, sistemas de Geoprocessamento tem sido
desenvolvidos com vistas a:
Realizar serviços até então inviáveis;
Realizar serviços com melhor qualidade;
Redução do custo de realização de serviços;
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Redução do tempo de realização de serviços;
Realizar serviços de forma integrada;
Evitar, para o homem, o serviço enfadonho.
A área de Geoprocessamento abriga métodos que podem ser
abordados segundo uma estrutura funcional que as organiza segundo seu
emprego na coleta de dados, na geocodificação, no tratamento de dados e no
desenvolvimento e uso de sistemas computacionais.
- Coleta de Dados
Coleta de dados e a observação direta ou indireta do mundo real.
Estas observações podem ser a medida de atributos. A
determinação de localização e forma ou enumeração de entes de expressão
espacial associados ao solo, geologia subjacente, materiais de superfície, as
águas, as populações e ao meio construído.
Alternativamente, as observações podem ser a prescrição do
contínuo espacial com vistas a um mapeamento temático, detecção de
características de possível interesse, identificação de feições e entes. Como
exemplo temos um levantamento de hidrologia de superfície em que o
imageamento de uma região permite a identificação de padrões de drenagem,
identificação de cobertura vegetal do solo, etc.
Estes tipos, de observações correspondem as grandes vertentes do
que chamamos de levantamentos de população (a medida de atributos de
entes), levantamento de ambiente (a medida de atributos do continuo) e
levantamento de relevo (a determinação de localização dos entes e de feições
de contínuo).
O conjunto de técnicas utilizadas por estes tipos de levantamento
são interpenetrantes. Qualquer tipo de levantamento, a sua realização é
procedida por fases preliminares de definições de necessidades de informação
e especificação de dados, que fornecem os insumos para a coleta.
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- Levantamentos Ambientais
São constituídos por uma grande variedade de levantamentos
correspondentes as inúmeras áreas de interesse, objetivos, métodos de
amostragem, recursos disponíveis, etc.
Os levantamentos ambientais são os que apresentam maior
variedade. Sendo possível uma abordagem conjunta segundo uma tipologia de
objetividade, níveis de levantamento e métodos de coleta. Podemos
estabelecer três níveis de levantamentos:
Levantamentos exploratórios: grandes áreas, classificação
abrangente.
Levantamentos de reconhecimento: identificação preliminar.
Levantamentos detalhados: medidas específicas.
Podemos distinguir também os levantamentos ambientais segundo o
método utilizado: método renda (medidas feitas a distância), método de contato
(medidas e amostragem do campo) e método de conta com registro remoto
(contato direto com o objeto).
Os levantamentos podem ser realizados de forma permanente
(contínuo processo de alimentação de dados), ou de apenas uma única vez.
Destacamos como principais métodos utilizados em levantamentos
ambientais:
Sensoriamento remoto: sua utilização é crescente, devido a suas
inúmeras vantagens em relação ao levantamento de campo, como
acessibilidade, rápida cobertura, visão senolica, et.
Levantamento de campo; abrange amplo empenho de técnicas,
específicas das áreas de atuação. Ex.: Levantamentos geoquímicos,
hidrológicos, agrícolas, etc.
A seleção das observações que faremos deve nos permitir uma
confiável estimativa do real. Métodos de amostragem espacial cumprem este
propósito. Três unidades espaciais principais de amostragem devem ser
consideradas:
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Pontos: usados para averiguar a presença ou ausência de uma
característica do ente.
Linhas: usado para se estimar o tratamento de uma área com
certas características.
Áreas: usadas para enumerar a ocorrência espacial de certa
característica.
Os métodos de mostragem quando não são tendenciosos, buscam
em diferentes formas e graus, a aleatoriadade na seleção de amostras.
Abordemos alguns métodos que incorporam a aleatoriedade, como na
amostragem sistemática (seleção aleatória da primeira unidade e as demais
são definidas pela aplicação de um fator uniforme e predefinido), na
amostragem estratificada (escolha das unidades de um conjunto da população
de forma aleatória ou sistemática) e amostragem por conglomerados (extração
de unidades de forma aleatória ou sistemática de grupos).
Pode-se melhorar a qualidade da amostra se tivermos um
conhecimento preliminar do espaço sendo amostrado.
- Levantamento de relevo
Seus objetivos é a obtenção de dados de localização de pontos de
terreno, em duas ou três dimensões, com vistas a posterior representação e
utilização.
Em levantamentos de relevo, diferentemente dos ambientais, o
atributo de interesse é, essencialmente, único a localização espacial de
pontos.
Para melhor entender os levantamentos de relevo e suas evoluções
devemos reduzir o amplo espectro métodos as seguintes classes:
Levantamentos topográficos tradicionais: localização dos pontos
através dos métodos tradicionais da topografia;
Levantamentos geodésicos tradicionais: destinados a áreas
maiores, desde a curvatura da terra deve ser considerada;
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Levantamentos aerofotogrametricos: localização dos pontos por
sensores;
Levantamentos por posicionamento: localização dos pontos
através de instrumentos de posicionamento.
Os levantamentos aerofotogrametricos não existem por si só, pois
demanda alguns pontos de controle, com coordenadas e métodos e aero
triangulação. Isto possibilita a transformação de pontos de imagem em valores
de coordenadas, analógicas ou digitais, sendo transferidas aos fotogramas, os
quais podem a restituir as imagens mais tarde. A restituição está dividida em
três classes:
Restituição analógica: visão estereoscópica, com aparelhos
óticos, mecânicos e otico-mecânicos;
Restituição analítica: visão esteroscópica, transformação dos
pontos em imagens através de computadores;
Restituição ortofográfica: imagem fotográfica transformada em
projeção ortogonal através de equipamentos ópticos.
- Levantamento de população
Seu objetivo é a obtenção de dados sobre atributos dos entes que
constituem esta população ou então enumerá-los. Envolvem a coleta de dados
de uma população ou então de parte representativa desta população
(amostrais).
Na obtenção de dados da amostragem espacial coletados de um rol
de amostragem (mapas, fotos aéreas, imagem, etc.), pode ocorrer distorção da
população alvo da população do rol, isto se deve ao fato dos mapas, fotos ou
imagens estarem desatualizados, apresentam cobertura limitada, não
mostrarem claramente as unidades de interesse ou serem de escala
incompatível com o processo de amostragem contemplada e de serem de
baixa qualidade.
Os levantamentos de população podem serem classificados
segundo o método de coleta em:
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Absorção de arquivos: dados anteriormente obtidos;
Observação: obtenção de dados realizada no campo;
Entrevista: atributos obtidos de entrevista com pessoas.
- Geocodificação
Geocodificação é prover referências espaciais passíveis de
tratamento automatizado. Ao se desenvolver sistemas aplicativos interessa
prover a localização de domínios espaciais que estejam:
Associados a entes;
Associados a uma distribuição espacial de entes;
Associados a distribuição espacial de valores de atributos.
Estes domínios tem características de pontos, linhas e áreas.
Pontos: entes discretos, como industrias, escolas, torres, etc.
Linhas: associadas a entes como rodovias, hidrovias, etc.
Áreas: entes como propriedades, quadras, etc.
Quando o foco de atenção é um ente, entendido como discreto, a
definição de um domínio espacial conveniente é simples. Entretanto, quando o
foco de atenção é a distribuição espacial dos entes ou a distribuição espacial
de valores de atributos, a definição dos domínios é mais laboriosa.
Consideremos a definição destes últimos preliminarmente a abordagem de
alternativas de referência.
Os pontos podem ser definidos com a distribuição espacial de
valores de um atributo pode visar o estabelecimento de classes espaciais a
serem referenciados ou a elaboração de um modelo da distribuição espacial de
um atributo de ente.
A definição de áreas visa prover classes para agregação de entes e
valores de atributos. A definição das unidades espaciais de áreas pode ser
definido através de vários métodos que dependem de fatores como tipo de
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coleta, manuseio e utilização dos dados. Esta unidades espaciais de área
podem ser classificadas em:
Arbitrárias: unidades espaciais de igual área, forma e orientação
justapostas em mosaico que cobre o espaço;
Institucionais: unidade espaciais de área definidas de forma
adequada a processos como os censitários, os administrativos, etc.
Nodais: unidades espaciais de área definidas de forma a refletir
unidades de interação espacial, fluxos, etc.;
Naturais: unidades de área cujas divisas correspondem a
variações espaciais dos atributos que observamos.
Métodos utilizados na definição de unidades naturais:
Sobreposição: sobreposição de mapas, definindo as unidades
espaciais de áreas com combinações espaciais de atributos;
Fisiográfico: áreas delineados pela perscrutação do contínuo
espacial, apreciado em relação a um conjunto pré-definido de atributos;
Estatístico: delineamento das áreas pela análise de
conglomerados através de dados de distribuição espacial dos vários atributos.
Interessa ainda ressaltar que estas unidades espaciais não
arbitrarias (institucionais, nodais e naturais) são convenientes para aplicações
específicas mas de difícil integração quando se considera a utilização de dados
advindos de inúmeras fontes de diversificada natureza.
O sistema arbitrário está associado a percepção cronológica do
espaço em oposição a percepção estrutural/funcional. Esta percepção
classifica entes localizados no espaço e então classifica o espaço em regiões,
unidades funcionais ou estruturais. A percepção cronológica, interpreta a
característica espacial dos entes como não associada a eles intrinsecamente.
Estas percepções alternativas do espaço correspondem famílias de
representação espaciais:
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Representações vetoriais: associação dos pontos as
coordenadas;
Representações matriciais: referência espacial é provida por
códigos de localização das células sobre as quais incidem pontos, linhas e
áreas.
- Tratamento de dados
Dados coletados e codificados, podem inicialmente ou durante sua
utilização, ser submetidos a operações que visam seu armazenamento e
recuperação, o cálculo e índices, o realce de feições, a geração e
representações, etc. Estas operações são chamadas de operações de
tratamento de dados, como também no desenvolvimento dos mais variados
sistemas. Possuem algumas técnicas simples, com propósitos específicos e
outras compostas por sistemas complexos e abrangentes, que no contexto de
utilização, tem características instrumentais.
Na conceituação na análise de questões espaciais, apresentam
novas abordagens de problemas que necessitam de novos instrumentos, ou
seja, novos instrumentos de tratamento. Assim, as metodologias de tratamento
de dados tem tido grande dinâmica de desenvolvimento e podem
simplificadamente ser grupados segundo:
Manipulação de dados;
Gerenciamento de dados;
Modelos digitais de terreno;
Processamento de imagens;
Produção de gráficos e mapas por computador;
- Manipulação de dados
Manipulação de dados é a denominação genérica que se dá as
operações que auxiliam tarefas tais como a entrada e saída de dados, seu
armazenamento, recuperação e integração, a realização de medidas,
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determinação de relações e o cálculo de índices. Nos interessa principalmente
as operações de natureza espacial sempre presentes em sistemas
computacionais de Geoprocessamento. São exemplos:
Operações de reclassificação e agregação de atributos e
representações espaciais;
Análise estatística espacial;
Outros.
A complexidade de realização destas operações é inteiramente
dependente do esquema de geocodificação utilizado.
Gerenciamento de dados
As técnicas de gerenciamento de dados visam o armazenamento,
manutenção e recuperação de dados de forma conveniente as utilizações
antecipadas. Estes dados são armazenados em arquivos ou conjuntos
interrelacionados de arquivos, os chamados bancos de dados.
O gerenciamento de dados abarca, em essência, ações que:
Criam arquivos;
Estruturam arquivos;
Inserem registros;
Eliminam registros;
Modificam registros;
Recuperam registros com características predeterminadas.
O gerenciamento de dados pode, em aplicações mais simples,
somente envolver a criação de um arquivo seqüencial e a esporádica
recuperação de algum registros. Nas aplicações mais complexas, pode
demandar a criação de intricado conjunto de arquivos interligados e elaborados
procedimentos de recuperação. Foram desenvolvidos e utilizados os chamados
sistemas de gerenciamento de banco de dado, que permitem que o usuário
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defina a estrutura de armazenamento dos dados e os gerencie, ou seja,
elimine, modifique e recupere registros. Estes sistemas por serem de
propósitos múltiplos, podem ser inadequados ou ineficientes para aplicações
específicas.
A estruturação de um banco de dados e sua operação corresponde
a uma percepção do mundo real, um modelo conceitual.
Para um dado modelo de entes e relações, podem existir várias
formas de definição e estruturação de dados e procedimentos de
gerenciamento. Três abordagens, entre outras, tem sido comumente utilizadas
e correspondem a sistemas de gerenciamento de dados disponíveis
comercialmente.
Abordagem hierárquica: entes relacionam-se segundo árvores
conde os nós correspondem a entes e as ligações correspondem a relações
entre os nós da árvore.
Abordagem de redes: entes relacionam-se segundo redes onde
os nós correspondem a relações entre os nós da rede.
Abordagem relacional: pode-se imaginar a base de dados como
uma grande tabela onde as linhas correspondem os entes e as colunas
correspondem os atributos. Ao contrário dos casos anteriores, nenhuma
relação é favorecida, ou preponderante.
Enquanto a abordagem hierárquica e de redes antecipa relações, e
portanto operações de busca, e estrutura os dados de forma conveniente, a
abordagem relacional corresponde ao desconhecimento daquelas relações
mais importantes ou das recuperações que serão mais freqüentes.
Uma relação que tem importância fundamental na manipulação e
utilização de entes de expressão espacial é a de proximidade. Waldo Tobler
formulou a “primeira lei da geografia”, tudo esta relacionado a tudo, as coisas
mais próximas, entretanto, estão mais relacionadas entre si que as mais
distantes.
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De uma maneira geral, a preponderância de esquemas hierárquicos
de geocodificação matricial, por exemplo através de árvores quaternárias,
facilita a adoção de um banco de dados acorde.
De maneira a permitir que células próximas no mundo real estejam
próximas na base de dados, engenhosos esquemas tem sido desenvolvidos. É
ilustrativa a utilização de curvas de Peano (Peuquet, 1984) que permitem a
conversão de códigos de árvores quaternárias em códigos seqüenciais que
preservam relações de proximidade no espaço. As curvas de Peano possuem
propriedades interessantes:
Pontos próximos no espaço estarão, em geral, próximos na
seqüência de pontos da curva, o que é que importante para a eficiência de
operações de busca;
A curva funciona como função de transformação de uma
referência em duas dimensões para outra em uma dimensão;
- Modelos digitais de terreno
Modelos digitais de terreno – MDT – são funções, latu sensu, que
para um par de coordenadas no planeta assuem o valor da elevação do terreno
naquele ponto. Existem inúmeros tipos de MDT adequados as várias
aplicações.
- Mapeamento por computador
O mapeamento auxiliado por computador tem origem na associação
de técnicas de produção de gráficos por computador com as técnicas da
cartografia tradicional. Desta união resultou a evolução de inúmeras técnicas já
utilizadas anteriormente e o aparecimento de algumas técnicas próprias. Os
mapas topográficos e sua produção estão, em geral, associados a
levantamentos topográficos ou aerofogramátivos.
Mapas temáticos realizados com auxílio de computador, em
particular, tem despertado grande interesse pois permitem o mapeamento “ad
hoe” com grade agilidade e economia.
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Este processo pode ser concebido como sendo composto de quatro
fases distintas (Brassel, 1984):
Captura de dados;
Estruturação de dados;
Geração dos mapas;
Intervenção manual.
A geração de mapas é centrada no chamado processo de
generalização, que compreende classes distintas de atividades:
Simplificação;
Classificação;
Simbolização;
Indução.
Todas estas atividades são conduzidas com auxílio do computador.
A simbolização qualitativa distingue tipos de entes ou fenômenos,
sem indicação de valor, quantidade ou intensidade a eles associados.
Compreende a simbolização associada a:
Pontos;
Linhas;
Áreas. A simbolização quantitativa representa valor, quantidade ou
intensidade de atributos de entes ou fenômenos compreende a simbolização
associada a:
Pontos;
Linhas;
Áreas. Na área de engenharia urbana, sistemas aplicativos tem recursos
para, por exemplo:
Projeto de arruamento;
Projeto de drenagem;
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Locação de edificações;
Produção de desenhos para cadastramento;
Cálculo de quantidades e orçamentação. Esta grande variedade de funções, nas áreas de aplicação vistas,
pode ser reduzida a uma bem menor variedade metodológica subjacente a
todas estas funções.
São exemplo desta classe de software os sistemas MOSS e
ECLIPSE que além de aplicações nas áreas vistas, tratam algumas questões
atinentes a área de mineração.
A característica maior de todos os sistemas aplicativos em
Geoprocessamento é o alto grau de interação do usuário com os processo
objetos do sistema.
Sistemas de informação geográfica – SIG
É importante notar a distinção entre os conceitos de:
SIG: stricto sensu, que denota software que desempenha as
funções como: coleta, manipulação e apresentação de informações;
SIG: latu sensu, que denota o softaware, o hardware,
procedimentos de entrada e saída de dados, normas de operação, etc. que
desempenham as funções acima descritas.
Uma singela aplicação de tecnologia SIG em agricultura pode
envolver pequeno conjunto de dados já disponíveis para, por exemplo,
determinar área de adequação a uma dada cultura.
2 CONCEITUAÇÃO DE HANSENÍASE
A Hanseníase é conhecida desde a mais remota antiguidade,
havendo referências a ela no Velho Testamento. Antigamente chamada por
“lepra”, foi descoberta em 1873, por G. Armauer Hansen, da Noruega. É uma
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doença crônica, as lesões ocorrem nos tecidos mais frios do organismo, como
a pele, nervos superficiais, nariz, faringe e laringe.
É uma doença transmissível e o seu agente etimológico é o
mycobacterium leprae, o contágio é feito através da convivência do indivíduo
com a fonte de infecção, que é o doente contagiante. A Hanseníase apresenta
o período de incubação mais longo que se conhece na patologia humana: três
a cinco anos, também há referências a períodos mais curtos (sete meses)
como de mais longos (dez anos).
“Tanto quanto se sabe, o bacilo é encontrado apenas no homem, o
que quer dizer que parece ser o homem a única fonte de infecção que se
conhece”. (Guia para o Controle da Hanseníase, Brasil, 1983:9).
A Hanseníase é uma doença de percepção visual, o que acaba
gerando um certo preconceito da população em relação aos portadores. Sendo
assim essa mesma população fica sem saber a origem dessa doença, como
ela é transmitida e o possível tratamento que pode ser realizado.
“O desfiguramento é a principal razão para o medo e a repugnância
histórica e tragicamente ligados à doença”. (Harry, 1973:648).
Os pacientes que sofrem de Hanseníase muitas vezes demoram
para iniciar o tratamento, devido a alguns fatores como: o seu período de
incubação, sua evolução arrastada, o preconceito da sociedade e até mesmo o
preconceito dos familiares e do doente, e isso impede que a doença seja
tratada em fase inicial.
Aos poucos esse quadro vem se modificando, com a divulgação do
controle da Hanseníase, o seu tratamento, como ela é transmitida, a sociedade
vai ficando mais atenta a doença, ou seja, as próprias pessoas podem
identificá-las, desmistificando a mesma.
“Das antigas descrições de afastamento compulsório dos doentes do seio da comunidade para a atual fase de tratamento medicamentos e ambulatorial, muito se caminhou, no entanto podendo-se hoje dispor de evidências que apontam no sentido do processo de aceitação, gradual do doente por seu meio familiar e social, ai exercendo destacado papel a
27
inversão de seu controle na rede básica de serviços, cuja finalidade última consiste em gerar mais disponibilidade e acessibilidade aos cuidados da saúde”. (Acorverde, 1984:5).
Como a Hanseníase é uma doença de caráter visível, causa horror
e repugnância nas pessoas, afastando assim o conhecimento do
Mycobacterium Leprae, tornando a Hanseníase como uma doença isolada e
desconhecida.
Na sociedade a beleza externa das pessoas, sempre teve grande
importância. Estereótipos de beleza são criados a cada instante, isso é o que
facilita a rejeição das pessoas no que diz respeito ao que não se encaixa no
conjunto de requisitos para se ter a beleza externa ou seja o “feio”.
Tudo o que é ruim e feio para nós serem humanos temos por hábito
deixar de lado, isolar. Mas esse caminho é incorreto, não podemos fechar os
olhos, a Hanseníase existe e estamos sujeitos a ela, o que é preciso é termos
esclarecimento da mesma.
“A trilha seguida pela humanidade (em relação ao conhecimento da Hanseníase), ao longo dos tempos, tem sido longa e difícil, mas alguns sucessos significativos, também têm-se registrado”. (Arcoverde, 1984:5).
Podemos ressaltar que onde existe miséria, más condições de
higiene, habitações precárias, alimentação deficiente, pouco conhecimento de
educação sanitária, subdesenvolvimento, ai o bacilo de Hansen encontrará o
lugar ideal para o seu progresso. Uma das condições para livrarmos a
população da Hanseníase, é a elevação do seu padrão econômico.
2.1 A Preocupação Mundial no Combate a Hanseníase
A Hanseníase não é mais aquela doença temida e os pacientes tem
um futuro muito melhor do que antes. Nos últimos 15 anos, tivemos avanços
muito significativos na redução da prevalência da Hanseníase, dessa forma,
28
reduzindo as seqüelas físicas da doença, suas dores e sofrimentos, e o
estigma social que ela causa. Entretanto, isto não quer dizer que todos os
problemas foram resolvidos, nem que podemos diminuir nossos esforços para
a eliminação desta doença enquanto problemas de saúde pública.
Independentemente do fato de que o perfil da doença é cada vez menos grave
e de que as incapacidades entre casos novos sejam cada vez menores, a
imagem social da Hanseníase não mudou muito em várias partes do mundo.
Isto fica muito claro quando se percebe a atitude da comunidade,
particularmente em relação a pessoas incapacitadas ou com deformidades
físicas muito evidentes decorrentes da doença.
Em 1991 realizou-se uma Assembléia Mundial da Saúde, onde todos
os países endêmicos pela prevalência da Hanseníase se comprometeram a
chegar num índice de menos de um caso por 10.000 habitantes, tal objetivo
deveria ser alcançado até o final do ano 2000.
A situação epidemológica da Hanseníase encontrava-se, também,
muito favorável em vários países, particularmente na África. O progresso obtido
vai além dos números e estatísticas apenas. A contribuição para a redução do
sofrimento físico, social e psicológico, assim como uma melhora da imagem
dessas países, com relação aos cuidados como saúde, é realmente
incomensurável.
Apesar de vários programas de controle não terem conseguido
atingir a meta estipulada para o ano 2000, a OMS está confiante em que, com
algum esforço extra, a meta esteja dentro do alcance da maioria desses países
até o fim de 2005. Mas não pode haver complacência, visto que muitos desses
países ainda se defrontam com problemas que necessitarão de novas e
criativas soluções baseadas, mais do que nunca, nas realidades locais.
Também existem áreas, dentro dos países que já alcançaram a eliminação no
nível nacional, que irão requerer contínuo apoio para lograr a eliminação nos
níveis estadual e municipal.
Num grande esforço para atingir a eliminação em todos os países
até o ano de 2005, a Aliança Global para Eliminação da Hanseníase, foi criada
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em Abidjan em 15 de Novembro de 1999. Além da OMS, os principais
membros da Aliança são os governos dos 10-12 países mais endêmicos, a
Nippon Foundation, a Internacional Federation of Anti-Leprosy Associations e a
Norvatis. A Aliança manterá uma estreita colaboração com o Banco Mundial,
com a Danish International Development Agency e outras organizações não
governamentais. O objetivo da aliança é a troca de informações de forma que
melhores serviços possam ser oferecidos as comunidades menos privilegiadas.
Os parceiros da Aliança Global para Eliminação da Hanseníase apoiaram um
Plano Estratégico 2000-2005 e todos concordaram que os elementos mais
importantes desta estratégia são a detecção precoce de casos.
A OMS oferecerá o apoio de secretariado e liderança técnica e o
Governo da Índia aceitou ser o coordenador durante o primeiro ano de
funcionamento da Aliança.
No Brasil, o projeto vai abranger 1946 municípios com totalidade do
Tocantins, Piauí, Pará, Rio de Janeiro, Amazonas, Ceará, Minas Gerais,
Maranhão, Bahia e Pernambuco.
O objetivo principal do projeto é eliminar a Hanseníase, como um
problema de saúde pública dos municípios endêmicos, aumentando o acesso
ao diagnóstico e ao tratamento, integrando-os nas ações básicas de saúde.
O termo “eliminação” significa reduzir o tamanho do problema o
níveis muito baixos, o que levará a uma redução da fonte de infecção, fazendo
com que a doença desapareça naturalmente, como ocorreu em muitas partes
do mundo.
Este nível foi definido pela OMS como uma taxa de prevalência
menor do que um caso por 10.000 habitantes.
Ministérios da Saúde continuarão a representar um papel
fundamental na eliminação da Hanseníase.
A OMS continuará a prover a liderança técnica de estratégica para o
programa da eliminação. A OMS manterá a luta contra a Hanseníase como
30
prioridade em sua agenda, e continuará a gerar compromisso político para a
eliminação.
2.2 A Relação de Alguns Fatores que Podem Contribuir para a Propagação da Hanseníase
A menor ou maior propagação da Hanseníase nas diversas áreas do
mundo, estariam condicionadas a uma série de fatores como o clima,
subalimentação, moléstias debilitantes, misérias.
A Hanseníase é mais freqüente em países subdesenvolvidos, onde
esses fatores atuam com mais intensidade.
A partir do estudo dos diversos fatores biológicos, sociológicos e
mosológicos podemos verificar o seguinte: a idade dependeria da exposição
mais precoce ou mais tardia a Hanseníase e ainda da resistência dos
indivíduos expostos.
O sexo na maioria dos focos da Hanseníase é mais freqüente em
homens. Não se tem claro se isso acontece pela maior exposição dos homens
ou a menor resistência em relação da Hanseníase. Os estudos já realizados
não falam nada sobre a menor resistência de homem ou mulher.
A Índia é líder em casos de Hanseníase, e o Brasil ocupa o 2º lugar,
o perfil da raça da população na Índia e do Brasil se identifica. E os resultados
das manifestações do bacilo de Hansen da população da Índia e do Brasil
parecem idênticos. Em relação a raça os dados em nosso país não indica
maior ou menor prevalência. O clima, alimentação, moléstias debilitantes
podem interferir no binômio exposição, ou seja na resistência dos indivíduos a
Hanseníase.
Podemos concluir dizendo que essa pesquisa foi elaborada na área
de Geografia da Saúde, que possui o intuito de estudar a distribuição e
diferenciação das doenças no espaço de uma determinada região. Talvez seria
mais fácil pesquisar uma doença mais conhecida pela população, por exemplo
31
a Tuberculose, o material é mais fácil, e o próprio da doença já fala por si só.
Mas sentiu-se a necessidade de se fazer esse estudo pela falta de informação
que prevalece na sociedade em relação a hanseníase. O estudo foi
desenvolvido na área da Geografia da Saúde, através disso podemos verificar
de como a Geografia é necessária, como ela é útil para a sociedade e o que é
mais importante senão a saúde da população.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nossa pesquisa foi elaborada na área de Geografia da Saúde, que
possui o intuito de estudar a distribuição e diferenciação das doenças no
espaço de uma determinada região.
Podemos dizer que a Hanseníase ocupa um lugar de destaque em
nossa sociedade. Talvez seria ais fácil pesquisar uma doença mais conhecida
pela população, por exemplo a Tuberculose, o material é mais fácil, e o próprio
nome da doença já fala por si só. Mas sentiu-se a necessidade de se fazer
esse estudo pela Hanseníase. O estudo talvez não possui como principal
objetivo a análise do problema social, mas também como uma maneira de
divulgar a incidência da doença em nosso município.
O estudo foi desenvolvido na área de Geografia da Saúde. Através
disso podemos verificar de como a Geografia é necessária, como ela é útil para
a sociedade, e o que é mais importante senão a saúde da população.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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