o gênero divulgação científica para crianças
TRANSCRIPT
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
1/20
O GNERO DIVULGAO CIENTFICA PARA CRIANAS:
ALTERNATIVAS PARA O ENSINO
Luppi, Sandra Elaine
O presente trabalho prope, atravs da anlise do texto dedivulgao cientfica para crianas, a superao do enfouegra!atical prescritivo e descontextuali"ado, priori"ando a anliseling#stica, entendida aui co!o a reflexo sobre o processo deconstruo de sentidos do g$nero e! uesto, a partir de seusrecursos textuais, lexicais e gra!aticais, vinculada ao seu contextode produo% &arte de u!a reflexo te'rica sobre as diferentesconcepes de linguage! e funda!enta(se na perspectiva docontexto interativo(discursivo, considerando o conceito de g$neros dodiscurso tal co!o postulado por )a*htin e adotando(os co!o ob+etode ensino e aprendi"age!% presenta u!a se#$ncia de atividadesdirecionadas e aplicadas a alunos do ensino !dio, co!o u!apossibilidade de transposio didtica da teoria ue e!basa otrabalho% -onclui ue a anlise ling#stica contextuali"ada, articuladaao g$nero discursivo, considerado co!o eixo organi"ador do ensinode lngua portuguesa, pode contribuir significativa!ente para a
for!ao de escritores e leitores !ais co!petentes%
&alavras(chave. g$neros discursivos% anlise ling#stica% transposio
didtica%
1
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
2/20
INTRODUO
pesar do inegvel uadro de insucesso escolar no ue se
refere ao aprendi"ado da leitura e da escrita, be! co!o de todas as
contribuies das ci$ncias ling#sticas nas /lti!as dcadas (
presentes, inclusive, e! diretri"es oficiais da educao 0 percebe!os
ue ainda predo!ina!, nas salas de aula da educao bsica,
atividades de estudo de no!enclaturas e classificaes gra!aticais,
se! nenhu!a relao co! o texto ou o contexto situacional%
1odificar u!a prtica to profunda!ente arraigada no fcil% 2a a
i!port3ncia de u! estudo sobre a linguage! ue, al! de oferecer
funda!entao te'rica, proponha alternativas de enca!inha!entos
!etodol'gicos para sala de aula%
&ara dar!os conta dessa proposta, parti!os do
pressuposto de ue necessrio ue a leitura e a escrita se+a!consideradas co!o prticas sociais, e se priori"e! atividades ue
leve! o aluno ao uso da linguage! e! situaes reais de
interlocuo%
4! processo educativo nos !oldes descritos aci!a
s' ser possvel se to!ar!os co!o funda!ento u!a concepo
dial'gica da linguage!, confor!e proposto por )a*htin, ou se+a, u!a
concepo de lngua co!o discurso ue se efetiva nas diferentesprticas sociais ue, por sua ve", concreti"a!(se nos diferentes
g$neros discursivos ue circula! e! nossa sociedade%
Segundo esse autor, os enunciados ue cria!os nos
!ais variados contextos sociais possue! aspectos discursivos
5se!3nticos e for!ais6 relativa!ente estveis, ue fora!
historica!ente produ"idos% variedade desses g$neros infinita,
pois cada esfera de atividade hu!ana co!porta u!a diversidade de
2
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
3/20
g$neros, ue vo desde u! dilogo do cotidiano at u! texto !ais
for!al, co!o u! artigo cientfico% concluso a ue pode!os
chegar, ento, ue falar ou escrever , essencial!ente, u!a
experi$ncia ling#stica co! os diversos g$neros discursivos
existentes, pois so eles ue organi"a! a nossa expresso% Sendo
assi!, o ensino de lngua portuguesa precisa assegurar, ao aluno, o
do!nio da !aior variedade possvel de g$neros%
2e acordo co! )a*htin, os g$neros pode! ser
caracteri"ados basica!ente por tr$s ele!entos. conte/do te!tico,
construo co!posicional e estilo% O conte/do te!tico refere(se aos
assuntos possveis de sere! abordados nos textos pertencentes a
deter!inado g$nero% construo co!posicional co!preende a
estrutura, ou o arran+o interno de textos pertencentes a u! g$nero%
7o estilo, considera!os os recursos ling#stico(expressivos do g$nero
e as !arcas enunciativas do produtor do texto%
8 dentro desse terceiro ele!ento 0 o estilo 0 ue
pretende!os focar a nossa contribuio, propondo a substituio do
ensino centrado exclusiva!ente na gra!tica nor!ativa eprescritiva, por u! enfoue ue priori"e o trabalho co! a anlise
ling#stica, entendida aui co!o 9o processo reflexivo 5epiling#stico6
dos su+eitos(aprendi"es e! relao : !ovi!entao dos recursos
textuais, lexicais e gra!aticais, no ue tange ao contexto da
produo e aos g$neros veiculados no processo de leitura, de
construo e de reescrita textuais;% 5&erfeito, , p%?=6%
ssi!, a gra!tica precisa ser entendida de u!a for!adiferente dauela nor!al!ente preconi"ada pela escola, ue
costu!a ser u!a gra!tica da frase, desvinculada do texto% &ara
ntunes 5
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
4/20
O ob+eto de ensino de lngua portuguesa, portanto, no
pode ser outro seno o texto, u!a ve" ue no h outra for!a de se
chegar aos usos sociais da lngua% 8 preciso, ento, levar e! conta a
grande diversidade de g$neros discursivos existentes na vida social e
tra"$(los para nossas salas de aula% 7este trabalho, especifica!ente,
opta!os pela abordage! do g$nero 2ivulgao -ientfica para
-rianas% p's anlise de textos da revista -i$ncia Bo+e das -rianas,
publicao !ensal do Cnstituto -i$ncia Bo+e, sob a responsabilidade
da S)&- 0Sociedade )rasileira para o &rogresso da -i$ncia,
constata!os ue o g$nero textual 2ivulgao -ientfica para
-rianas, e!bora !antenha co! o g$nero divulgao cientfica
algu!as si!ilaridades, principal!ente por ta!b! se constituir
co!o u! interdiscurso efetivado a partir dos textos +ornalstico e
cientfico, incorporando suas caractersticas de ob+etividade e, ao
!es!o te!po, de sub+etividade, constitui(se co!o u! g$nero
discursivo co! especificidades pr'prias% 2entre elas, pode!os
constatar u!a preocupao !uito !aior co! os ele!entos
didati"antes e a aus$ncia do depoi!ento de autoridade, no sendoeste, aparente!ente, considerado relevante para o convenci!ento
do leitor% l! disso, percebe(se ue o texto infor!al, leve,
estabelecendo u!a interlocuo !uito !ais pr'xi!a co! o leitor%
&or!, tal co!o no g$nero de divulgao cientfica destinado a
adultos, a coexist$ncia da ob+etividade e da sub+etividade torna o
texto para crianas essencial!ente argu!entativo% Segundo
Leibruder 5
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
5/20
/lti!a inst3ncia, a persuadi(los da legiti!idade do conheci!ento por
ela postulado, atravs de sua prtica discursiva;%
seguir, propuse!os u!a se#$ncia
didtica a ser trabalhada co! alunos do Ensino 1dio, a fi! de
concreti"ar, na prtica pedag'gica, a teoria estudada% Opta!os por
u!a se#$ncia ue parte do texto de divulgao cientfica de !odo
geral, para depois chegar ao texto de divulgao cientfica para
crianas, !ais especifica!ente% Entende!os ue essa seria u!a
for!a !ais didtica de introdu"ir o conte/do +unto aos alunos%
pesar de ter!os nos preocupado co! a produo de u! texto be!
claro e didtico, entende!os ue o papel de !ediador do professor
funda!ental% Se! o seu aco!panha!ento e interveno,
explicitando para o aluno auilo ue ele ainda no consegue
apreender so"inho, nenhu! !aterial didtico pode alcanar seu
ob+etivo%
eprodu"i!os, a seguir, trechos do !aterial proposto aos
alunos, tecendo breves co!entrios a respeito%
5
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
6/20
DESENVOLVIMENTO
Cnicial!ente solicita!os a leitura de u! texto, a fi! de!obili"ar os alunos para o conte/do a ser abordado e reali"ar o
levanta!ento de seu conheci!ento prvio sobre o assunto.
&or ue a torrada cai de ponta(cabeaF
&arece perseguio do a"ar. uando escapa da !o , u!
pedao de po ou torrada se!pre aterrissa co! a !anteiga voltada
para baixo% 1as, segundo o fsico obert 1attheGs, da universidade
de ston, e! )ir!ingha!, na Cnglaterra, o inevitvel acidente no
obra do destino, !as resultado da ao da fora de gravidade%
2epois de passar dias criando e resolvendo co!plicadas euaes,
ele chegou : concluso de ue a !anteiga se!pre vai de encontro
6
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
7/20
ao cho si!ples!ente porue a torrada no te! te!po , durante a
ueda , de se virar para ci!a% Huando escorrega de u!a !esa de
altura !dia 5cerca de D= cent!etros6, ela co!ea a girar no ar%
2a para a frente, o !ovi!ento segue o !es!o sentido, ao longo da
ueda% &ara no cair de cabea para baixo, a torrada teria ue dar
u!a volta be! grande e! torno de si !es!a, ou se+a, percorrer
cerca de -onte/do te!tico? Organi"ao geral 5estrutura6
I1arcas ling#sticas 5caractersticasdo texto6
p's este levanta!ento inicial, fora! elaboradas
vrias atividades ue levara! os alunos a analisar o contexto de
produo, o conte/do te!tico, a construo co!posicional e as
!arcas ling#stico(enunciativas do texto apresentado% pesar do foco
do nosso trabalho sere! as !arcas ling#sticas, no seria coerente
7
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
8/20
co! u!a concepo interacionista de linguage! isolar apenas esse
ele!ento, u!a ve" ue !uitas das !arcas ling#sticas apresentadas
ou das opes do autor deve!(se : nature"a do seu interlocutor, :
definio do seu contexto de produo e :s caractersticas da
construo co!posicional do g$nero% fi! de abreviar nosso relato,
passare!os direta!ente : abordage! reali"ada e! relao :s
!arcas ling#stico(enunciativas% Os aspectos trabalhados fora! os
descritos na tabela abaixo, se!pre co! a proposio de atividades
ue fi"esse! o aluno retornar ao texto e analis(lo, cada ve" co!
!aior profundidade%
p's o estudo de vrios textos de divulgao
cientfica destinados a adultos, passa!os : anlise de textos escritos
para crianas% &rocura!os se!pre ressaltar, para os alunos, ue u!
texto de divulgao cientfica para crianas provavel!ente no seria
escrito da !es!a for!a ue u! texto para adultos, pois o autor
certa!ente levar e! considerao ue! seu p/blico leitor, ual
a sua faixa etria, ter ue supor ue conheci!entos prvios te!
sobre o assunto, ual o seu grau de do!nio da lngua , etc%
2essa for!a, procura!os assegurar ue tivesse!
clare"a de ue no possvel desconsiderar u! fato to i!portante
TEXTO DE DIVULGAO CIENTFICA: CARACTERSTICAS DO
DISCURSOJORNALSTICO CIENTFICO
1. Linguagem im!"e e
a#e$%e"
1 &'e(#u!a)*( #(m a n('ma #u"+a
,a "$ngua-. T$+u"( ue !'(#u'a #/ama'
a a+en)*( -. &'een)a ,e +e'm( +0#ni#(
. In+e'!e"a)*( ,i'e+a a("ei+(' . De!(imen+( ,e au+('i,a,e
2. Ca'3+e' me+a"ing4$+i#(
2. n,i#e ,e im!e(a"i,a,e: 5
!e(a ,( ingu"a'6 !'een+e
im!"e e n(mina"i7a)*(
8
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
9/20
co!o a definio de u! interlocutor 5leitor6 co! caractersticas to
especficas e ue preciso, portanto, fa"er algu!as adeuaes no
9co!o di"er;% partir da anlise do texto 9Pelatina. doce
curiosidade; , publicado na evista -i$ncia Bo+e das -rianas,
analisa!os co!o se do estes a+ustes no discurso de divulgao
cientfica dirigido ao p/blico infantil%
s atividades propostas fora! as seguintes.
1. O au+(' 0 i,en+i8i#a,(9 ue in8('ma);e *( ,a,a (
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
10/20
. A! a 'ea"i7a)*( ,( e=e'#$#i( an+e'i('6 %(#? ,e%e +e' n(+a,( ue
uma ,a #a'a#+e'$+i#a ,( +e=+( ,e ,i%u"ga)*( #ien+$8i#a !a'a a,u"+(
n*( e man+0m n( +e=+( !a'a #'ian)a. ua" 0 e"a9 C(n%e'e #(m
eu #("ega e "e%an+e /i!+ee (a"%(H.
> V(#? #(n#(',a #(m a a8i'ma)*( an+e'i('9 Ju+i8iue.
. De+aue6 n( +e=+(6 ua+'( e=em!"( ,e in+e'!e"a)*( ,i'e+a a(
"ei+('.
K. O au+('6 !a'a a!'(=ima' ain,a mai ( "ei+(' ,( ue e+3 en,( ,i+(6
u+i"i7a>e ain,a ,e ,ua (u+'a e+'a+0gia:
a. Em!'ega a !'imei'a !e(a ,( !"u'a" nB (u ( eu eui%a"en+e
a gente6 ain,a mai #("(uia". De+a 8('ma6 ( e8ei+( !'(%(#a,(
0 ( ,e 8a7e' ( "ei+(' en+i'>e in#"u$,( n( ,i#u'(. &(,em(
#i+a' #(m( e=em!"( a ('a)*(: a 8a7 +(,( en+i,( e a gen+e(u
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
11/20
a in+e'a)*(. Na ('a)*( P(m6 ma ( !'(#e( ,e !'(,u)*( ,a
ge"a+ina n*( !3'a a$H6 a !a"a%'a Qa aui6 #(m( (u+'(
e=em!"(:
1. O #a'3+e' me+a"ing4$+i#( 0 ain,a mai a#en+ua,( n( +e=+( !a'a
#'ian)a. A e=!"i#a)*( ,( +e'm( +0#ni#( (u mai ,i+an+e ,(
%(#a
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
12/20
11. &'(,u)*( ,e +e=+(: !a'a 8ina"i7a' ( n(( e+u,(6 ag('a ue %(#?
@3 #(n/e#e
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
13/20
co!o os ele!entos verbais 0 os recursos disponveis na lngua 0
atua! na construo de sentido do texto% Seleciona!os apenas esses
aspectos por acreditar!os sere! bastante representativos do
trabalho reali"ado%
ndices de impess!"id!de
no!inali"ao, estratgia ue contribui para o apaga!ento do
su+eito, dando vo" :s coisas, esconde a sub+etividade, refora o !ito
da neutralidade cientfica, do conheci!ento acad$!ico co!o algo
intrinseca!ente verdadeiro e, portanto, inuestionvel% 8 co!o se o
autor 5nesse caso, o cientista6 fosse apenas o porta(vo" da verdade% 8
u!a for!a de legiti!ar o seu discurso% Sintatica!ente, pode!os
observar ue os ob+etos esto na funo de agentes e as oraes e!
ue isso ocorre esto na vo" ativa% e+a!os alguns exe!plos
retirados do texto.
9E ea !'(+e$na, o colgeno, +em g'an,e #a!a#i,a,e ,ein+e'a)*(, sendo capa" de se ligar a outras do !es!o tipo, for!ando
no s' o tendo, !as, ta!b!, a fibra ue une os dentes ao osso da
!andbula, por exe!plo;%
95%%%6 a m("0#u"a ,( #("3gen( !aam a in+e'agi' #(m a
m("0#u"a ,e 3gua, per!itindo, assi!, ue a gelatina se dissolva e!
gua;%
95%%%6 a ge"a+ina ("i,i8i#a mem( 8('a ,( #(nge"a,(';%9Csso porue basta passar pelo estU!ago para a ge"a+ina ser
degradada e #(me)a' a "i
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
14/20
veracidade pretendidas nesse tipo de discurso% Segundo Veinrich
5apud Woch,
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
15/20
de citaes diretas ou indiretas6% 4!a possvel explicao poderia ser
a pressuposio de ue, para a criana, o fato do discurso ser
produ"ido por u! adulto, por si s', basta para assegurar o carter de
autoridade e confiabilidade das infor!aes do texto% Sob esse ponto
de vista, presu!e(se ue o leitor infantil se+a !ais receptivo e !enos
crtico do ue o adulto%
Lin&$!&em !cess'(e"
-onstata!os o e!prego de u! lxico e sintaxe
colouiais, !ais pr'xi!os da variedade ling#stica utili"ada no
cotidiano das crianas% So !uitos os exe!plos no texto, dentre eles.
9Me! gente ue vai torcer o nari";X 9se a gente souber;X 9esperar u!
te!pinho;X 9vale a pena falar u! pouuinho !ais;%
In#e%pe"!)* di%e#! ! "ei#%
E! vrios trechos percebe!os a presena da
interpelao direta ao leitor, si!ulando u!a interlocuo oral
5atravs de interrogaes6% -o! esse recurso consegue(se o efeito deaproxi!(lo do ue est sendo dito, co!o pode!os constatar nos
perodos.
9Ou ue! no sabe ue, para fa"er gelatina, preciso usar guaF;
9ntes de dar a pri!eira colherada, voc$ saberia di"er por ue
preciso usar pri!eiro gua uente, depois a fria e ual a ra"o para a
gelatina endurecer na geladeiraF;91as%%% e por ue adiciona!os gua fria e leva!os : geladeira o p'
da gelatina dissolvido e! gua ferventeF;
91as voc$ sabia ue h ocasies e! ue a gelatina ne! precisa ir
para o refrigeradorF;
-o!o pode!os observar, cada u! dos aspectos
analisados exige u! certo conheci!ento gra!atical, u! do!nio das
15
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
16/20
regras de funciona!ento da lngua% rios conte/dos ue,
tradicional!ente, so trabalhados pela escola de !aneira
descontextuali"ada, se! vnculo co! situaes de uso real da
linguage!, tivera! ue ser !obili"ados para ue os alunos desse!
conta de perceber os !ecanis!os atravs dos uais o autor do texto
de 2ivulgao -ientfica para -rianas procura esconder a sua vo",
dando aos fatos descritos u! carter de irrefutabilidade dificil!ente
uestionvel pelo leitor co!u!%
ssi!, por exe!plo, para analisar as frases e! ue os
ob+etos estivesse! na funo de agente, foi necessrio ue
soubesse! identificar o su+eito das oraes e diferenciar a vo" ativa
da passiva% 2a !es!a for!a, havia a necessidade de identificar os
verbos e conhecer suas flexes 5te!po, !odo, n/!ero e pessoa6%
l! disso, ta!b! era funda!ental reconhecer as oraes
declarativas% 8 interessante apontar ue, e! !uitos casos, houve a
necessidade de se reto!ar alguns dos conte/dos aci!a
!encionados, recorrendo inclusive : !etalinguage!, uando
necessrio% 1as, !es!o uando isolva!os deter!inado fatoling#stico, era de for!a ue fa"ia sentido para o aluno, pois este era
analisado dentro de u! contexto%
16
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
17/20
CONCLUSO
p's a i!ple!entao pedag'gica aplicada na
escola, pude!os constatar ue os conte/dos gra!aticais,
nor!al!ente descontextuali"ados, passa! a ser indispensveis para
o co!pleto entendi!ento do texto% 7u!a concepo interacionista
de linguage!, no pode!os perder de vista ue s' no interior do seu
funciona!ento o estudo da lngua te! sentido% 8 o ue afir!a Peraldi
5
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
18/20
-onstata!os, portanto, ue a grande uesto
ue se coloca para o professor de lngua portuguesa no se deve ou
no ensinar gra!tica, !as ue regras ensinar e e! ue perspectiva,
pois toda atividade de ensino da lngua deve girar e! torno da
co!preenso e da produo de textos orais e escritos% 8 apenas no
do!nio do texto ue o entendi!ento da gra!tica encontra
relev3ncia e aplicabilidade%
+I+LIOGRAFIA
7M47ES, Crand% A$"! de P%#$&$,s: encn#% e in#e%!)*% So
&aulo. &arbola Editorial,
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
19/20
)72RO, Belena 7% 5coord6% G,ne%s d disc$%s n! esc"!:
!ito, conto, cordel, discurso poltico, divulgao cientfica% So &aulo.
-orte", 6%
PS&C7, Zoo Lui"% Um! did.#ic! p!%! ! ped!&&i! 2is#3%ic4
c%'#ic!% (
-
7/25/2019 o Gnero Divulgao Cientfica Para Crianas
20/20
&OSSE7MC, Srio% P% 9$e n*; ensin!% &%!m.#ic! n! escla%
-a!pinas, So &aulo. 1ercado das Letras, JJ?%
SCL Zoab Mra+ano% Ge"!#in!: dce c$%isid!de% -i$ncia Bo+e das
-rianas% io de Zaneiro, n%D, p%,+ul%