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Mala Direta Postal 9912187803/DR-RJ PETROS CORREIOS CORREIOS Devolução Garantida Revista ano VI nº 70 novembro 2009 www.petros.com.br O FUTURO AGORA Congresso dos Fundos de Pensão mostra a inserção Congresso dos Fundos de Pensão mostra a inserção do sistema e sua contribuição no redesenho do “país do sistema e sua contribuição no redesenho do “país do futuro”, prognóstico que nunca esteve tão próximo do futuro”, prognóstico que nunca esteve tão próximo Planos Petros BD: 0800-56 00 55 Plano Petros–2: 0800-28 60 600 Ouvidoria: 21 2506-0855 Atendimento | 05 Fundação vai inaugurar“Central de Relacionamento”, que unica o sistema telefônico e integra os canais de atendimento Instituídos | 19 Adesão de estatísticos, com criação do Prev-Estat, aumenta potencial de captação da previdência associativa, segmento liderado pela Fundação Concurso | 16 Selecionados os 23 contos dentre os quais sairão os 10 nalistas que comporão a antologia a ser lançada no dia 4 de dezembro

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Mala

Direta

Postal

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/DR

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OS

CORREIOS

CORREIOS

Devolução

GarantidaRevista ano VI • nº 70 • novembro 2009

www.petros.com.br

O FUTURO AGORA Congresso dos Fundos de Pensão mostra a inserção Congresso dos Fundos de Pensão mostra a inserção do sistema e sua contribuição no redesenho do “país do sistema e sua contribuição no redesenho do “país

do futuro”, prognóstico que nunca esteve tão próximodo futuro”, prognóstico que nunca esteve tão próximo

Planos Petros BD: 0800-56 00 55 • Plano Petros–2: 0800-28 60 600 • Ouvidoria: 21 2506-0855

Atendimento | 05Fundação vai inaugurar“Central de Relacionamento”, que unifi ca o sistema telefônico e integra os canais de atendimento

Instituídos | 19Adesão de estatísticos, com criação do Prev-Estat, aumenta potencial de captação da previdência associativa, segmento liderado pela Fundação

Concurso | 16Selecionados os 23 contos dentre os quais sairão os 10 fi nalistas que comporão a antologia a ser lançada no dia 4 de dezembro

editorial

expediente

Por três dias, Curitiba concentrou o equivalente

a 17% do PIB, resultado da presença dos fundos de

pensão que desembarcaram na capital paranaense

com a tarefa de discutir alternativas para a conjuntura

econômica mundial. Autoridades de governo (federal,

estadual e municipal) e os principais atores do setor

discutiram as oportunidades de investimentos que

se desenham com o novo cenário macroeconômico

nacional de juros em queda.

A simples presença de três ministros de Estado no

congresso anual tradicionalmente organizado pela

Abrapp dá mostras da dimensão estratégica assumida

pela previdência complementar no atual governo.

Em linhas gerais, as autoridades mencionaram

oportunidades de negócio, com destaque para as

áreas de infraestrutura, energia, logística e transporte,

bem como na indústria petrolífera, reabastecida com

as descobertas na camada de pré-sal.

Nosso país outrora nunca havia gozado de

tamanho prestígio no cenário internacional. E a

chancela das esferas competentes dando sinal

verde para a realização de uma Copa do Mundo

e das Olimpíadas logo na sequência são provas

incontestes nesse sentido.

O Brasil entrou defi nitivamente na agenda global.

Para nós, o futuro é agora e os fundos de pensão já

celebram a sua chegada. O desenlace da crise fi nanceira

internacional por aqui pôs por terra quaisquer suspeitas

que porventura ainda teimavam em pairar em torno

das decisões do governo na condução da economia.

Para nós, gestores da Petros, um dos grandes

diferenciais do atual momento brasileiro é a busca

pelo crescimento sustentável, tendência que se refl ete

no segmento da previdência complementar fechada.

Nessa linha, a seleção dos investimentos tem requerido

um quesito adicional, qual seja o alinhamento dos

ofertantes aos princípios de responsabilidade social.

Não é só retórica. A presente edição reporta ao leitor

a participação acionária da Fundação na recém-criada

empresa Florestal, concebida com a capacidade de

plantar 6 mil mudas de eucaliptos ao mês e propiciar

2 mil empregos diretos. Outra bandeira empunhada

pelos atuais gestores é do multipatrocínio.

A chegada dos estatísticos em outubro abre a

possibilidade de receber 9 mil novos participantes.

Em se tratando de uma categoria profi ssional tão

relevante para o mercado da previdência, a assinatura

do termo de adesão veio carregado de simbolismo.

Por fi m, o conjunto de matérias reunida na

Revista PETROS tenta mostrar que os

fundos estão exercendo um papel importante para

a construção de “futuro” cada vez mais presente

e palpável. Diretoria Executiva

Novembro/2009

Revista

Produzida pelo Setor de Imprensa e Conteúdo (Gerência de Comunicação e Relações Institucionais)Gerente | Washington AraújoEditor e Jornalista Responsável | Hélio Pereira (MTb 20.160/SP)Reportagem e Redação | Charles Nascimento (editor), Antonia Moraes, Gleice Sabbad e Vanessa Marinho (estagiária)Projeto Gráfi co | Núcleo da Idéia PublicidadeDiagramação | Leonardo GomesCapa | Leonardo GomesFotos | Américo Vermelho e Jupiter ImagesImpressão | BangrafTiragem | 130.300 exemplaresRedação | Rua do Ouvidor, 98, Rio de Janeiro, RJ CEP 20040-030 – Tel | (21) 2506-0335 E-mail | [email protected]

CONSELHO DELIBERATIVO Titulares | Wilson Santarosa (presidente), Jor-ge José Nahas Neto, Paulo Teixeira Brandão, Regina Lucia da Rocha Valle, Ronaldo Tedesco Vilardo e Yvan Barretto de Carvalho

Suplentes | Agnelson Camilo da Silva, Alexandre Aparecido Barros, Claudia Padilha da Araújo Gomes, Armando Ramos Tripodi, Epaminondas de Souza Mendes e Roberto de Castro Ribeiro

CONSELHO FISCAL Titulares | Fernando Leite Siqueira (presidente), Bruno Passos da Silva Melo, Eurico Dias Rodri-gues e Silvio Sinedino Pinheiro

Suplentes | André Luiz da Fonseca Fadel, Denise Frazão Ginzo, Oscar Ângelo Scotta e Sérgio Salgado

E-Mail | conselhofi [email protected]

Filiada àDIRETORIA EXECUTIVAPresidente | Wagner Pinheiro de OliveiraDiretores | Luís Carlos Fernandes Afonso, Maurício França Rubem e Newton Carneiro da Cunha Secretário-Geral | Wagner Luiz Constantino de Lima

4 • Revista Petros • Novembro 2009

fórum

Está havendo um pequeno problema quanto

ao endereçamento da Revista PETROS. A etique-

ta está colando na revista e fi ca impossível abrir o

envelope plástico sem rasgar a capa da revista.

Resposta: A franquia dos Correios responsá-

vel pela remessa informa que tomará as providên-

cias necessárias. A empresa já havia reclamado

com o fornecedor em relação ao envelope, que re-

almente são muito justos e difi cultam o manuseio.

A franquia acrescenta que está em processo de

mudança de fornecedor e uma das exigências foi

justamente quanto ao tamanho da embalagem.

Etiqueta da revistaHugo Feijó Filho, Santos /SP

Composição da carteira (julho)João Alberto Vieira Santos, Rio de Janeiro /RJ

O apoio da Petros ao Instituto Brasileiro dos

Direitos da Pessoa com Defi ciência para a edição

da “Cartilha IBDD” é um gesto de grandeza

social. Além de servir como “instrumento básico

para efetivação dos direitos fundamentais das

pessoas com defi ciência”, a cartilha é uma

ferramenta de conscientização da sociedade

contra a discriminação e o preconceito – que

infelizmente ainda existem. O Brasil vive

um momento ímpar em sua história. Daí a

importância em acelerar estas conquistas e

buscar a inclusão de milhões de brasileiros

neste processo. Parabéns a Petros e ao IBDD.

Responsabilidade Social IIRené Ruschel, Curitiba /PR

Recentemente IBDD editou uma cartilha com os

direitos das pessoas defi cientes. A Petros, engaja-

da na luta pela cidadania, apoiou a ideia porque

também considera fundamental a inclusão dessas

pessoas no mercado de trabalho, além da luta ob-

jetiva por uma legislação por melhor acesso nos

transportes coletivos, por vagas nas universida-

des, pela capacitação profi ssional, reabilitação fí-

sica e psicológica. A sociedade deve se habituar a

refl exões mais profundas. Como cidadãos, temos

direitos e deveres, mas há algo que vai além das

obrigações legais que regulam a vida em socieda-

de: o respeito, a consciência de que somos respon-

sáveis uns pelos outros. Uma sociedade de amor

e paz acolhe, protege, educa, propicia o desenvol-

vimento. Na prática e não apenas no papel. Vamos

fazer a nossa parte. Não foi isso o que ensinaram

todos os Mestres que passaram pela Terra?

Responsabilidade Social IRosana Rossi C. F. Romero /RJ

EM NOVEMBRO, O PAGAMENTO DOS BENEFÍCIOS SERÁ NO DIA 25

Participe desse FÓRUM. Escreva para [email protected]

A página 20 da revista do mês de out/09

informa que as quatro partes da composição

da carteira somam 103% do nosso patrimô-

nio.Será feita a correção?

Resposta: houve um grave erro na transpo-

sição dos dados da planilha, não percebido pela

revisão. segue a planilha correta

66,99%

2,3%

28,07%

2,64%

Renda Fixa

Participações Imobiliárias

Operações com Participantes

Renda Variável

Novembro 2009 • Revista Petros • 5

serviço

Até o fi nal deste ano, a Petros deverá concluir

o projeto de implantação da sua nova Central de

Relacionamento (também conhecida no mercado

como Contact Center). Segundo o diretor

Administrativo, Newton Carneiro, a ferramenta

foi escolhida por meio de um rigoroso processo

de tomada de preços e permitirá o gerenciamento

integrado dos canais de atendimento. “Além

disso, possibilitará o aumento da produtividade

dos teleatendentes, que poderão utilizar os

canais de voz, e-mail e chat”, diz o dirigente.

“A consequência natural será a prestação de

um serviço personalizado, com a redução das

fi las de espera e direcionamento das chamadas

para os teleatendentes especializados em seu

respectivo plano.”

O novo sistema permitirá a unifi cação

dos números 0800 atualmente existentes e

a reformulação dos menus do atendimento

automático (URA – Unidade de Resposta Audível),

que terá navegação mais simples e adequada a cada

plano e situação do participante. A URA também

oferecerá diversas consultas automáticas, sem a

necessidade de o usuário falar com os atendentes –

endereços da Petros, valor do saldo da conta, valor

líquido do benefício depositado, saldo devedor do

empréstimo, solicitação de 2ª via do contracheque

e de Informe Anual de Rendimentos para o IR.

O público do PP–2 e dos demais planos já está

sendo atendido pela nova central, com todas

NOVA CENTRAL

as consultas automáticas disponíveis. Com

isso, a Fundação passou a ter dois números de

Discagem Direta Gratuita: 0800-560066 (Planos

Petros BD) e 0800-0253545 (PP–2 e demais

planos). A Central de Relacionamento funciona

de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h. Para

agilizar o contato, é aconselhável ter em

mãos o número da matrícula ou do CPF. Caso

queira obter informações personalizadas, será

necessário digitar a senha pessoal.

Segundo Carneiro, uma das novidades mais

interessantes do sistema é a chamada de retorno

(callback) para o participante que tentou acessar

o 0800 em horário de grande movimento (com

fi la de espera) e desistiu da chamada. No período

de menor fl uxo, o próprio sistema irá gerar uma

ligação automática para o telefone de origem

do participante. A central contará também

com sistema de gravação das chamadas, além

de permitir a realização de campanhas de

telemarketing ativo.

Mas as novidades não se atêm à atualização

tecnológica. A área está buscando cada vez

mais prestar um atendimento humanizado,

personalizado e efi caz, com atendentes mais

capacitados a responder a todos os tipos de

demanda. “Assim que os testes de implantação

do sistema estiverem concluídos, o novo número

unifi cado da central de atendimento 0800 da Petros

será amplamente divulgado”, fi naliza o diretor.

Fundação investiu na modernização dos sistemas tecnológicos na área de atendimento ao participante

DE RELACIONAMENTO ENTRA EM OPERAÇÃO

PLANOS PETROS BD - 0800-560066 PP-2 E DEMAIS PLANOS - 0800-0253545

DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA, DAS 8H ÀS 19H.

6 • Revista Petros • Novembro 2009

Durante três dias, mais de 2.600 profi ssionais atuantes nos

diversos segmentos da previdência complementar participaram, em

Curitiba, do 30º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão. A capital

paranaense acolheu ainda diversas autoridades governamentais e

representantes de órgãos públicos que, norteados pelo eixo temático

“Cenário Econômico Mundial – Momentos Difíceis, Competências

Maiores”, também contribuíram para o êxito da edição.

A abertura ofi cial, na noite de 30 de setembro, registrou a presença de

três ministros, o governador do Estado, deputados federais e principais

autoridades do mundo previdenciário nacional. Em seu discurso, a

ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, convidou os fundos de

pensão brasileiros a investirem no setor de infraestrutura. Mencionou o

projeto do trem-bala e as reservas de petróleo do pré-sal e garantiu que

“investimentos em projetos nas áreas de energia, logística e transporte

não vão faltar”. Antes, a ministra recebeu – das mãos do presidente da

Petros, Wagner Pinheiro – os troféu e diploma na categoria Seguridade

Social da 14ª edição do Prêmio Nacional de Seguridade Social.

Dilma lembrou que o governo terá o papel de garantir normas

e diretrizes para o funcionamento dos fundos privados. “A criação

da Previc está sofrendo atrasos indesejados, mas o Senado deve

acelerar a sua votação”, afi rmou. A ministra destacou ainda a

saúde fi nanceira do sistema, “que conseguiu recuperar uma parte

expressiva das perdas registradas durante a crise”.

Também homenageado com o prêmio – que foi conferido a 14

destaques em diversas categorias pelo Instituto Nacional de Seguridade

Social (ICSS) –, o ministro da Previdência Social, José Pimentel, fez

um breve discurso traçando o histórico da previdência complementar

desde sua criação e pontuando o trabalho realizado pelo atual governo

para fortalecer a previdência complementar no país. Já o ministro do

Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, falou de sua fé no

futuro do país “que vai crescer com inclusão social” e lembrou “das 25

milhões de pessoas incluídas na economia pelo governo do presidente

Lula e que foram decisivas para o país vencer a crise econômica”.

Já, o governador do Paraná,

Roberto Requião, alertou aos

dirigentes dos fundos a fi carem

atentos ao novo cenário e convo-

cou-os a investirem em opções

que congreguem retornos segu-

ros com o desenvolvimento do

país, como obras de infraestru-

tura e empresas rentáveis e ge-

radoras de emprego. O tom de

saudação à retomada do cresci-

mento com a efetiva participação

dos fundos de pensão também

pautaram as colocações dos mi-

nistros – sobretudo da ministra

CONGRESSO DOS FUNDOS DE PENSÃO

Em sua 30ª edição – realizada entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro, em Curitiba –, o evento anual da Abrapp registra recorde de público e grande variedade de temas

CELEBRA A “CHEGADA DO FUTURO”

por dentro do sistema

Novembro 2009 2009 • Revista Petros • 7

Dilma, condutora dos principais

programas governamentais de

“aceleração do crescimento” – e

do diretor-presidente da Abrapp,

José de Souza Mendonça.

Também participaram da so-

lenidade de abertura o vice-go-

por dentro do sistema

vernador paranaense Orlando

Pessuti; o secretário-executivo

do Ministério da Previdência,

Carlos Eduardo Gabas; o secre-

tário de Previ-

dência Comple-

mentar, Ricardo

Pena Pinheiro;

e os deputados

federais André

Zacarow e Fran-

cisco D’Angelo,

integrantes da

Comissão de Se-

guridade na Câmara.

PRÊMIO ICSS

O diretor Financeiro e de Investimentos da Petros, Luís

Carlos Afonso, foi o coordenador do painel “Alocação em

Investimentos de Longo Prazo e falou sobre a experiência

da Fundação em private equity. “É como se eles (os

private equity) nos dessem novos braços e pernas para

nos movimentar.”

Segundo Afonso, os Fundos de Investimento em

Participações (FIPs) são vistos pela Petros como

oportunidades de diversifi cação da carteira e ampliação

do portfólio. Os 26 fundos nos quais a Fundação participa

ou em fase de captação perfazem um capital de R$ 9,3

bilhões. “Nossa participação é de 24% desse montante,

correspondente a cerca de R$ 2,2 bilhões.”

EXPERIÊNCIAS EM PRIVATE EQUITY

Ação Parlamentar

Ação Social

Administração Pública

Comunicação

Dirigente Regional

Educação, Cultura e Esporte

Liderança Empresarial

Responsabilidade Social

Seguridade Social

Chico D’Angelo (PT/RJ)

Cláudia Bonfi glioli

José Pimentel

Nelson Sirotsky

Reginaldo José Camilo

Forluz

Jorge Gerdau Johnnpeter

Jorge Queiroz de Moraes Junior

Dilma Rousseff

CATEGORIA PREMIADO

A ministra-chefe da Casa

Civil, Dilma Rousseff, teve

sua atuação em prol da se-

guridade reconhecida pelo

ICSS e recebeu o diploma e

troféu das mãos de Wagner

Pinheiro, presidente da Petros

e ex-presidente instituto.

8 • Revista Petros • Novembro 2009

O presidente Wagner Pinheiro mostrou a visão

dos gestores das fundações durante o painel “O

Poder Judiciário e o Equilíbrio Atuarial e Financeiro

dos Fundos de Pensão”. Para um auditório repleto,

fez questão de frisar inicialmente que os fundos

conhecem e colocam em prática os principais fun-

damentos dentro do ordenamento jurídico. “Co-

nhecemos a natureza contratualista da relação en-

tre os participantes e as entidades, a necessidade

de constituição de reserva para a percepção dos

benefícios, a necessidade de segregação entre

planos”, disse o dirigente. “Nós sabemos de tudo

isso, mas a sociedade brasileira não sabe.”

Pinheiro ressalvou a fi rme atuação do atual

governo federal criando um ordenamento jurídi-

co “para que tenhamos segurança para trabalhar”.

Mas, na sua opinião, os fundos tem de aumentar

sua atuação junto aos sindicatos, patrocinadoras,

por dentro do sistema

Ao coordenador da Comissão Técnica Nacio-

nal de Comunicação e Fomento da Abrapp, Wa-

shington Araújo, coube a tarefa de fechar o pai-

nel “A Gestão de Imagem dos Fundos de Pensão”,

missão cumprida, mesmo com a responsabilida-

de deixada pelas excelentes e acaloradamente

aplaudidas palestras que o precederam.

Em exposição bem-humorada, Clóvis Barros Fi-

lho, professor livre-docente da Escola de Comunica-

ção e Artes da USP, instigou o público a acompanhá-

lo numa viagem pelo “pensamento fi losófi co” – da

Antiga Grécia aos botequins de hoje. Numa profusão

de “imagens”, falou das difi culdades para construção

de uma identidade, um dos principais valores para as

instituidores, associações de aposentados, entida-

des como a Anapar e desenvolver um trabalho in-

cessante de esclarecimento junto ao Judiciário.

Nesse momento, fazia referência ao juiz fede-

ral e doutor em direito econômico pela USP, José

Marcos Lunardelli, que acabara de dar suas “im-

pressões pessoais” – fez questão de frisar – sobre

a visão do Judiciário. Segundo o juiz, o Tribunal

hoje se debate entre dois confl itos clássicos: a na-

tureza individual versus plurilateral (distributiva)

das ações. “E a grande difi culdade é justamente

resolver essa questão.”

Também participaram os advogados Adacir Reis,

que falou sobre a visão das entidades fechadas de

previdência complementar; Flávio Marcílio Morei-

ra, que discorreu sob a ótica dos entes públicos; e,

Ivan Jorge Bechara Filho, diretor de Legislação e

Normas da SPC, em nome de quem advogou.

organizações. Já o presidente da Previ (formado em

Jornalismo), Sérgio Rosa, recomendou que os esfor-

ços em Comunicação sejam “permanentes e coe-

rentes”. Na sua opinião, “a boa comunicação externa

começa pela feita internamente”.

Gerente executivo de Comunicação e Relações Ins-

titucionais da Petros, Araújo usou os efeitos da anima-

ção gráfi ca para mostrar a evolução do personagem

Prevenildo (representando todos os profi ssionais que

atuam em seguridade), que aos poucos vai perceben-

do sua importância individual para a construção da

imagem que é “enxergada” pelos participantes. Tam-

bém começa a valorizar e construir canais de comuni-

cação efetivos para todos os públicos.

A GESTÃO DA IMAGEMDAS FUNDAÇÕES

AS FUNDAÇÕES E AS DEMANDAS JUDICIAIS

Novembro 2009 • Revista Petros • 9

por dentro do sistema

Em posição destacada pela

magnitude dos recursos que movi-

menta, os expressivos investimen-

tos em fundos estruturantes (FIPs)

e sua liderança no segmento de

fundos multipatrocinados, a Fun-

dação foi uma das protagonistas

do evento e reforçou sua já sólida

imagem junto aos congressistas.

Pelo seu estande passaram mais

de 500 visitantes, que demons-

traram elevado interesse pelos

planos, sobretudo o Anaparprev,

que é acessível a participantes de

qualquer fundo fechado e abre a

possibilidade de inclusão de pa-

rentes até o terceiro grau. “Nosso

estande representou bem as trans-

formações ocorridas no

sistema no governo Lula,

pois abriu espaço para que

a previdência complemen-

tar possa ser estendida

para mais trabalhadores”,

diz o diretor de Seguridade,

Maurício Rubem.

Em sua primeira partici-

pação no Congresso, Silvio

Sinedino, do Conselho Fiscal, se

disse “bastante impressionado”

com a qualidade dos debates e o

nível de discussão. Ele lamentou

apenas o fato de que nem todos

os conselheiros tenham podido

participar do evento.

Na avaliação do diretor Ad-

ministrativo, Newton Carneiro, o

evento demonstrou a consolida-

ção do sistema e sua reconheci-

da importância para o desenvol-

vimento do país. “A presença de

ministros, governador do Estado

e parlamentares diretamente liga-

dos com a previdência atestam a

PETROS TEM PRESENÇA MARCANTE

bertas que marcam um novo para-

digma para o país e trará inúmeras

oportunidades de investimentos

para os fundos de pensão.”

O gerente de Relação com

os Instituidores da Petrobras,

Alexandre Quintão Fernandes,

prestou informações pormenori-

zadas a respeito do modelo regu-

latório de exploração e produção

no pré-sal e áreas estratégicas e

trouxe detalhes

sobre o novo mo-

delo de partilha.

Caberá à compa-

nhia o papel de

operadora exclu-

siva de todas as

áreas sujeitas ao

regime. “Ela será

a responsável pela coordenação

das atividades de exploração e

produção, providenciando os

recursos críticos em tecnologia,

pessoal e recursos materiais”, ex-

plicou o executivo.

representa-

tividade das

fundações.”

O dirigen-

te coordenou

a mesa de debates durante a apre-

sentação da Petrobras [“Pré-Sal –

Expectativas e Desafios”] e desta-

cou a importância do tema para as

fundações. “As pessoas ainda não

tm a exata dimensão dessas desco-

O diretor Luís Carlos Afonso falou O diretor Luís Carlos Afonso falou sobre a experiência da Petros em sobre a experiência da Petros em private equity.private equity.....

..e o diretor Newton Carneiro ..e o diretor Newton Carneiro coordenou palestra sobre o coordenou palestra sobre o pre-salpre-sal

Mais de 500 visitantes compareceram ao estande da Fundação e Mais de 500 visitantes compareceram ao estande da Fundação e receberam orientações sobre o Anaparprevreceberam orientações sobre o Anaparprev

10 • Revista Petros • Novembro 2009

responsabilidade social

EM DEFESA DAS

Cartilha busca efetivar direitos fundamentais e reduzir os preconceitos que impedem o pleno exercício da cidadania

Uma parceria entre a Petros e o Instituto

Brasileiro dos Direitos da Pessoa com

Defi ciência possibilitou a reedição da Cartilha

IBDD, uma espécie de instrumento de luta

para fazer valer os direitos dessa signifi cativa

parcela da população. Segundo a assessora da

superintendência do IBDD, Fernanda Japiassu, a

ideia de fazer uma publicação nesses moldes foi

detectada a partir do grande número de pessoas

que procuravam a instituição para se informar

sobre seus direitos. “Percebemos que não existia

no mercado um material impresso que reunisse

tais informações de maneira sucinta e acessível

e buscamos parceiros.”

Ela conta que a primeira edição foi lançada

no ano passado em parceria com Furnas, com

tiragem de 5 mil exemplares. Mas, na sua

concepção, o assunto não se esgotou. “Vencer a

negação de direitos e a invisibilidade da pessoa

com defi ciência é um desafi o permanente.”

Criado em 1998, o IBDD é uma organização

não governamental, sem fi ns lucrativos, com uma

proposta contrária às políticas assistencialistas. A

entidade trabalha pela construção da cidadania

das pessoas com defi ciência, para que elas se

tornem sujeitos ativos de seus direitos e lutem

contra o preconceito.

Apesar dos recentes avanços conquistados,

ainda permanecem problemas estruturais como

a difi culdade de acessibilidade aos transportes

coletivos, o desemprego e a discriminação.

Segundo Japiassu, nesse particular, o IBDD tem

como linha de ação o desenvolvimento de projetos

exemplares de inclusão social. Entre outras ações,

oferece atendimento personalizado, escritório

de defesa de direitos, capacitação profi ssional,

inclusão no mercado de trabalho formal e

promoção de atividades esportivas.

Para as empresas e demais instituições,

provê recursos de consultoria, otimização do

emprego dos trabalhadores com defi ciência e

orientação atualizada. “Além disso, atuamos

para que a questão da pessoa com defi ciência

seja entendida com real importância, em função

do seu papel fundamental para a resolução das

desigualdades sociais.”

A publicação está acessível no portal da

Petros para quem quiser baixar o arquivo em pdf.

Os exemplares impressos também podem ser

solicitados gratuitamentejunto ao IBDD (telefone

21-3235 9290 ou via e-mail [email protected])

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Novembro 2009 • Revista Petros • 11

responsabilidade social

FUNDAÇÃOINVESTE NO REFLORESTAMENTO

Entidade tem 25% de participação na Florestal, que nasce com capacidade de plantio de 6 milhões de mudas de eucalipto/mês e de gerar 2 mil empregos diretos

Os sócios da empresa Flo-

restal Brasil S.A., de refl ores-

tamento de eucalipto para fi ns

comerciais, escolheram uma

data repleta de simbolismo

para promover o lançamento

do negócio, em São Paulo –

29 de setembro, Dia da Árvore.

Com o aporte de R$ 1,1 bilhão,

a companhia conta com a par-

ticipação acionária da Petros e

Funcef, da holding J&F (con-

troladora do grupo JBS-Friboi)

e da MCL Empreendimentos.

A Fundação e cada um dos de-

mais sócios terá uma participa-

ção de 25% na empresa.

A Florestal começa com

um viveiro de eucaliptos em

Andradina, no interior de São

Paulo, com capacidade para

produzir 6 milhões de mu-

das por mês. A primeira co-

lheita está prevista para 2014

e, a partir daí, o faturamen-

to anual previsto é de R$ 2

bilhões, chegando à casa dos

R$ 3 bilhões em 2021.

Maior conglomerado do setor de proteínas

do mundo e com participação acionária da

Petros, a JBS participou, em 5 de outubro,

da cerimônia de assinatura de um convênio

com o Greenpeace, que visa ao estabeleci-

mento de critérios mínimos para operações

com gado e produtos bovinos em escala

industrial no bioma amazônico. Conforme

noticiado pelos jornais “O Globo” e “Valor

Econômico”, o termo foi assinado também

pela Marfrig e o Minerva, o segundo e ter-

ceiro maiores frigoríficos nacionais.

Pelo compromisso, os frigoríficos terão

de comprovar que nenhum de seus fornece-

dores diretos tenham ferido o bioma amazô-

nico para garantir a entrega de bois para o

PARCERIA SOCIALMENTE RESPONSÁVELabate. Em dois anos, a exigência valerá para

“fornecedores indiretos”, incluindo fazendas

de cria e recria de gado.

Para José Batista Júnior, sócio-dire-

tor da JBS, os frigoríficos estão preocu-

pados com a imagem do segmento no

exterior. “Desenvolvemos projetos que re-

presentam o Brasil”, diz o executivo. “Es-

tamos quebrando barreiras e paradigmas

mundo afora. Mas não basta querer vender,

temos que preservar”. A JBS vem de partici-

par de uma das maiores operações do mun-

do dos negócios, ao incorporar a Bertin e

a aquisição da americana Pilgrim’s Pride,

tornando-se um conglomerado com fatura-

mento anual da ordem de R$ 60 bilhões.

Em torno de 20% da produ-

ção deverá ser utilizada para

abastecer as caldeiras das

unidades de abate e processa-

mento de carne da JBS-Friboi.

O excedente de madeira será

dirigido a empresas que utili-

zam lenha como biomassa ou

para produção de celulose. O

projeto prevê a criação de 2

mil empregos diretos e terá

responsabilidade sobre 335

mil hectares em Mato Grosso

e Mato Grosso do Sul.

12 • Revista Petros • Novembro 2009

sistema petrobras

O CEP da caixa postal exclusiva mantida pela Petros

na agência dos Correios da Petrobras mudou. Agora,

o participante interessado em utilizar o serviço devem

endereçar suas correspondências para:

AC Petrobras Caixa Postal – 15.559 CEP – 20031-975

Diariamente, o setor interno responsável pelo serviço

de malote recolhe todos os envelopes, faz a triagem

conforme o assunto e encaminha à área responsável.

O serviço de caixa postal concilia segurança – todo

material recebido fi ca cuidadosamente guardado no

interior da agência dos Correios – e privacidade –

somente o profi ssional autorizado pela Fundação tem

acesso às correspondências.

PETROBRAS, 56 ANOS Cerimônia no Rio de Janeiro foi celebrada conjuntamente com o Dia do Petroleiro, instituído pelo governo do Estado

Embalada pelas recentes descobertas na

camada de pré-sal e com a perspectiva de

dobrar o seu tamanho em um futuro próximo,

a Petrobras completou 56 anos de existência

no dia 3 de outubro. E a partir deste ano os

petroleiros fl uminenses em particular têm

um motivo a mais para celebrar a data. Uma

lei estadual sancionada recentemente pelo

governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral,

estabeleceu a data como o Dia do Petroleiro.

O autor da lei é o deputado estadual Paulo

Ramos (PDT), que teve o intuito de homenagear

a categoria. Como justificativa, lembra que

ao longo de sua trajetória, os trabalhadores

da companhia venceram dificuldades,

desenvolvendo técnicas de exploração do

petróleo, especializando-se na pesquisa e

extração em águas profundas.

Aliás, motivos para que todos os brasileiros

se orgulhem da companhia não faltam. Maior

produtora mundial de petróleo em águas pro-

fundas, com 23% das operações globais, a Pe-

trobras conquistou a autossuficiência a partir

de 2006 – passou a produzir um volume su-

perior à demanda nacional. “A maior empre-

sa brasileira, e uma das maiores do mundo,

já contribui com grande ênfase para que to-

CAIXA POSTAL TEM NOVO CEP

Novembro 2009 • Revista Petros • 13

Em setembro, os benefícios de

suplementação de aposentadoria,

pensão por morte e auxílio-doen-

ça dos aposentados e pensionis-

tas que aderiram à proposta de

repactuação foi reajustado em

4,36% (equivalente à variação do

IPCA de setembro de 2008 a agos-

to de 2009). Para aqueles cuja

data de início do benefício (DIB) é

REAJUSTE DOS ASSISTIDOSEm setembro, benefícios suplementares dos repactuados subiu 4,36%

dos desfrutem do desenvolvi-

mento social e econômico do

país”, declarou o presidente

da Petros, Wagner Pinheiro.

Para o executivo, “a con-

cretização desta realidade só

foi possível graças ao empe-

nho dos milhares de empre-

gados que trabalham com

entusiasmo na construção de

uma empresa que pertence

a todos os brasileiros e, por-

tanto, a eles também”. Pinhei-

ro também externou o seu

orgulho pelo fato de estar à

frente de uma instituição que

tem a Petrobras como a sua

principal patrocinadora.

Atualmente, a companhia

produz mais de 2,5 milhões de

barris de petróleo e gás natu-

ral equivalente por dia. Com

a proposta do novo modelo

regulatório apresentada pelo

governo federal, a Petrobras

deverá ser a única operado-

ra – com percentual mínimo

de 30% de participação – de

todos os blocos explorados

sob o regime de partilha. Caso

a proposta seja aprovada

pelo Congresso Nacional, o

sistema de partilha substituirá

o regime de concessão para

as áreas do pré-sal e estraté-

gicas ainda não licitadas. Para

os 70% restantes, a União

poderá contratar exclusiva-

mente a Petrobras ou realizar

licitações com livre participa-

ção de empresas.

sistema petrobras

A proposta também prevê o

direito de a companhia exercer

atividades de exploração e pro-

dução em determinadas áreas

do pré-sal, no limite de até 5 bi-

lhões de barris de petróleo e gás

natural. Para ampliar a capacida-

de de investimento, levando em

consideração inclusive os inves-

timentos necessários para o de-

senvolvimento das atividades na

região do pré-sal, o projeto de lei

também autoriza o aumento de

posterior a 30 de setembro de

2008, o reajuste foi aplicado

proporcionalmente, conforme

tabela. Os aposentados e pen-

sionistas que não aderiram à

repactuação devem aguardar

o fechamento do acordo co-

letivo da patrocinadora para

terem seus benefícios Petros

reajustados.

capital da Petrobras.

A aprovação do mode-

lo regulatório institui ainda

o Fundo Social, que terá in-

vestimentos no Brasil e no

exterior e poderá aplicar os

recursos arrecadados no

pré-sal em projetos na área so-

cial (saúde, educação, ciência

e tecnologia, meio ambiente

e cultura) e de infraestrutura,

contribuindo para a erradica-

ção da pobreza no país.

Até 30/09/2008Até 31/10/2008Até 30/11/2008Até 31/12/2008Até 31/01/2009Até 28/02/2009Até 31/03/2009Até 30/04/2009Até 31/05/2009Até 30/06/2009Até 31/07/2009Até 31/08/2009

4,364004,093363,627043,255322,967012,475131,914601,711181,225300,751770,390360,15000

VARIAÇÃO IPCA %DIB

14 • Revista Petros • Novembro 2009

projeto memória

A HISTÓRIA

CONTADA POR

SEUS HERÓIS ANÔNIMOS

Ana garante não ter predileção por nenhuma das

sedes, e lamenta não ter tido a oportunidade de

trabalhar na atual (rua do Ouvidor).

Ao longo de sua trajetória laborativa, viveu fa-

ses conjunturais bastante distintas e viu a Petros

ser presidida por sete executivos diferentes -– Pe-

trônio Barcellos, Joaquim Caetano Gentil, Orfi la

Lima dos Santos, Gilberto Amaro Rodrigues, Al-

cides Nunes da Costa Filho, João Reynaldo Pe-

reira da Costa e Nelson Lacerda da Silveira. No

contexto político e econômico nacional, foram

cinco presidentes da República, sendo que um

deles faleceu antes de tomar posse. Cinco moe-

das diferentes vigoraram na economia (Cruzeiro,

Cruzado, Cruzado Novo, novamente Cruzeiro e

Real), a infl ação chegou a alcançar inacreditáveis

2.900% ao ano, houve confi sco da poupança.

Apesar do clima de instabilidade, independen-

temente do momento histórico, a Petros jamais

deixou de honrar os compromissos assumidos

com os seus participantes. Pode-se até contestar

alguns aspectos relativos à administração dos

A revista optou nesse mês por narrar a his-

tória da Petros a partir do ponto de vista de

uma personagem anônima que colaborou para

transformá-la na segunda maior entidade de

previdência complementar do País. Sua voz

representa os milhares de trabalhadores sem

nome e sem rosto que levaram adiante o so-

nho de um grupo de abnegados que, em me-

ados da década dos 60 idealizou uma maneira

para salvaguardar o padrão econômico dos pe-

troleiros após a aposentadoria.

Uma dessas protagonistas é Ana Dias, que

por duas décadas trabalhou na Petros como te-

lefonista (1971 a meados de 1991). Se, por algum

motivo, você ligou para a Fundação nessa época,

pode até não estar associando o nome à pessoa,

mas muito provavelmente foi atendido por ela.

A simpática dona da matrícula de emprega-

da número 56, trabalhou nos primeiros imóveis

que serviram de sede à Fundação – na rua Teó-

fi lo Otoni e por último no histórico Edifício Ser-

rador, negociado pela gestão passada, em 2002.

Telefonista por 20 anos na empresa, Ana Dias bem representa os milhares de personagens desconhecidos que deram sua parcela de colaboração para construir os 40 anos da Fundação

Novembro 2009 • Revista Petros • 15

projeto memória

investimentos, mas o conjunto da obra ostenta

resultados altamente positivos.

Ana Dias lembra que naquela época ela e mais

duas colegas davam conta de todas as ligações

destinadas à Petros e transferiam para o ramal

desejado. Além disso, eram responsável por rea-

lizar as ligações interurbanas solicitadas por em-

pregados. “Geralmente, eram

telefonemas para unidades da

Petrobras em outros estados.”

Para organizar a agenda de

tarefas diárias, Ana organizava

o pedido de ligações em fi chas

escritas à mão. Tão logo a mis-

são fosse cumprida, as anota-

ções eram arquivadas, com um

adendo: as chamadas de cará-

ter pessoal ainda recebiam uma

observação para que pudessem

ser cobradas dos empregados

no fi m do mês. Somente para

efeito comparativo, a central

de atendimento da Fundação atualmente tem 50

teleatendentes divididos em dois turnos e rece-

be, em média, 24 mil chamadas mensais.

Muito festeira e dona de hábitos simples, a

aposentada hoje reside em bairro no subúrbio do

Rio de Janeiro e orgulha-se de ter feito parte des-

sa história. “Foram os melhores tempos da mi-

nha vida”, revela a ex-telefonista, sem esconder

uma pontinha de saudades daqueles tempos.

Ela avalia que a Fundação e sua principal pa-

trocinadora cresceram de maneira exemplar,

pois souberam se adaptar às várias mudanças ao

longo dessas quatro décadas. Do ponto de vista

técnico, sua avaliação está absolutamente corre-

ta. Na Petros, por exemplo, o número de partici-

pantes já ultrapassa a casa dos 130 mil e o total

dos ativos de investimentos chegou em julho a

R$ 42,8 bilhões, garantindo o pagamento de 50

mil benefi ciários (aposentados e pensionistas) e

seus dependentes – nada mal para uma empresa

que nasceu sob a égide da desconfi ança.

Hoje Ana utiliza o telefone somente quando

necessário e mantém certa distância dos avanços

tecnológicos. “Não utilizo computador de jeito

nenhum.” Já o celular, geralmente fi ca esquecido

na bolsa e ela mal sabe o número. “O pior é que

quando toca, eu não ouço.”

ONTEM E HOJE...em visita à sede da Petros, Ana Dias tem contato com ONTEM E HOJE...em visita à sede da Petros, Ana Dias tem contato com os novos equipamentos e processos os novos equipamentos e processos

16 • Revista Petros • Novembro 200916 • Revista Petros • Novembro 2009

concurso de contos

A Emboscada

A Senda de Ratnavali Vaisrali

A Viagem do Ônibus 592

A Vida na Mansão, Eu, Teco e a Cozinheira

Arlequim Esfarrapado

Astrologia Acidental

Cartola Vermelha

Homo Sapiens

O Casamento

O Manequim

O Pavilhão Marrom

O Último Paraíso

DEFINIDOS OS SEMIFINALISTAS

Comissão seleciona as 23 obras que continuam concorrendo ao prêmio

A comissão julgadora já escolheu os

semifi nalistas do IX Concurso de Contos da

Petros. A exemplo dos anos anteriores, a seleção

está sendo feita em duas etapas. Na primeira,

os 219 textos foram entregues aos vencedores

das três últimas edições do certame – Cleo de

Oliveira, Edison Bohrer e Roberto Marcio Pimenta

–, que selecionaram dez contos cada um. Como

alguns foram escolhidos por mais de um jurado,

a relação totalizou 23 textos.

Na segunda fase, os contos serão submetidos

à apreciação do jornalista José Carlos Conte, que

atribuirá novas notas. O “jurado” trabalhou em

diversos jornais e emissoras de TV e tem vasta

bagagem na área cultural. Na mídia televisiva,

seu currículo registra experiências na Rede

Globo, Bandeirantes e SBT, além da extinta

Manchete. No jornalismo impresso, foi de “O

Estado de S. Paulo“ (Caderno 2, editoria de

artes) e correspondente na Itália. Atualmente,

escreve sobre literatura e comportamento para

publicações do Brasil, Argentina e Itália.

O evento representa uma iniciativa da Fundação

de incentivo à literatura entre os participantes. A

cerimônia de premiação está marcada para o dia

4 de dezembro, na Academia Brasileira de Letras,

com a presença da homenageada deste ano – a

escritora e acadêmica Nélida Piñon.

LISTAGEM POR ORDEM ALFABÉTICA

Oníria

Os Biscoitos Dinamarqueses

Os Parques Abandonados

Planos de Voo

Relicário

Sentinela

Supérfl uo, Corta

Tempos Mágicos

Travessia

Urdidura

Vós Sois Máquinas

Novembro 2009 • Revista Petros • 17

A antologia do “Concurso de Contos da

Petros” vai trazer entrevista exclusiva da

escritora Nélida Piñon, uma das maiores

intelectuais brasileiras e ocupante da cadeira

número 30 na Academia Brasileira de Letras.

Filha de imigrantes da Galícia (uma das regiões

autônomas da Espanha), a escritora penetra em

suas lembranças da infância para reconstituir

parte da história recente do país. Veja alguns

trechos da entrevista e leia a íntegra no livro.

Em seu livro mais recente [Coração Andarilho],

a senhora diz que desde criança já tinha escolhido

ser escritora.

Desde pequena, a literatura era a minha

paixão. A imagem que eu guardo é de sentir tal

prazer em ler um livro que chegava a acreditar

que qualquer história lida provinha de uma

experiência real vivida pelo autor. Eu desconhecia

então o conceito de fi cção. Ficção era a realidade,

daí se criar. Era como uma espécie de memória do

autor. Assim, acreditava que Dumas e Monteiro

Lobato tinham vivido as aventuras que relataram

em seus livros. Claro que Lobato frequentara o

Sítio do Pica-Pau Amarelo.

Quando a senhora percebeu que tinha

qualidades sufi cientes para ser escritora?

Não pensei se teria ou não as virtudes

necessárias para ser um escritor já acabado.

Assumi o risco como assumi os mistérios da

vida. Sabia que era árduo, mas prossegui, a

despeito dos erros, das hesitações, do medo. E

da pergunta: acaso o meu sonho tem razão de

ser? Cada dia eu obtinha uma resposta diferente.

Cada frase escrita te dá uma resposta. Aliás, o

próprio livro que se está fazendo te orienta. Ora

desperta agonia, euforia, um prazer secreto, uma

paixão indescritível. Você constata que existe

algo fora de você só porque o seu texto passou a

existir independente da sua pessoa física.

A opinião da crítica interfere no seu trabalho?

É prazerosa quando nos é favorável e pode

decepcionar quando parece que é excessivamente

severa ou expressa uma avaliação ideológica,

de caráter pessoal. O que, aliás, pode ocorrer.

Evidentemente, fi co satisfeita com a aprovação.

Em compensação, nenhuma reprovação me

fez desistir. Eu crio independente da crítica,

embora julgue que a crítica é indispensável

para a orientação do leitor, do escritor, e para

consolidar o prestígio do escritor no panorama

do seu país. Mas confesso que respeito a crítica,

mas não lhe tenho medo.

E com os leitores, a senhora mantém algum

tipo de aproximação? Tem, por exemplo, o hábito

de utilizar blogs, e-mails?

Não recorro a estes recursos, mas recebo

concurso de contos“APOSTO NA LITERATURA BRASILEIRA. É UMA MATRIZ SÓLIDA.”

18 • Revista Petros • Novembro 2009

concurso de contos

cartas que leio com o maior prazer. Não sou

como quem vive em uma torre de marfi m. Quero

ser íntima do mundo. Assim, faço palestras

e, quando me aplaudem, me abraçam, fi co

emocionada. Assim, como quando me abordam

na rua. Julgo-me acessível.

Como funciona o seu processo criativo?

A senhora é disciplinada, escreve todos os dias?

Já tive mais disciplina. Hoje, mesmo que

não escreva diariamente, escrevo com o

pensamento, com a leitura, as refl exões sobre

o modesto cotidiano dos seres. Preparo-me

sempre, engendro frases a cada hora, razão pela

qual tenho pastas com textos ainda inéditos,

prontos para que eu me ocupe deles. Acredito,

porém, que uma pausa temporária revigora a

sua escrita, mas quando estou num processo

ativo, posso escrever quase 10 horas diárias.

Não me canso, o meu intelecto na hora do ardor

da escrita é de um atleta.

Se a senhora tivesse optado por escrever em

espanhol talvez tivesse as portas do mercado in-

ternacional abertas com mais facilidade.

Embora tenha pressentido as difi culdades

inerentes ao mercado de língua portuguesa,

dos sacrifícios que são cobrados do escritor

brasileiro, senti desde cedo que nasci com a

língua lusa no meu coração. Tive a noção que

a despeito das difi culdades que se imprimia

ao escritor brasileiro, soube cedo que a língua

portuguesa era uma paixão. Eu não poderia, de

modo algum, separar-me desta língua a pretexto

de uma eventual glória, reconhecimento.

Tal renúncia à língua golpearia a minha

visão moral do mundo. Na minha intimidade

mais profunda, sou a própria língua portuguesa

enquanto escrevo, enquanto falo dela e com

ela. Sempre que falho, e com muita frequência,

a culpa é minha, jamais de seus recursos

poéticos. Eu estou aquém da língua, que me

supera. E penso sempre que graças à travessia

atlântica do meu avô galego enveredei para o

enigma da criação.

A senhora é reconhecida como uma

pessoa extremamente sofi sticada. De onde vem

essa sofi sticação?

Se assim é, devo à família e a todos os mes-

tres da vida. Recordo a fi nura da avó amada,

cuja família ostentava na porta da casa um bra-

são. Julgo, porém, que a delicadeza e demais

atributos, tendo dimensão transcendente, não

são privilégios do dinheiro ou das dinastias.

Devo destacar que minha mãe, Carmem, era de

rara elegância de gestos, de gosto e de espírito.

Ensinou-me muito.

O que representou para uma feminista

ser a primeira mulher a presidir uma casa

tradicionalmente de homens?

Desde o início, agi com naturalidade e

responsabilidade. Seria uma presidência única

por coincidir com o primeiro centenário da

Academia Brasileira de Letras, o que exigiu

um esforço rigoroso para que a casa pudesse

corresponder a sua elevada importância

histórica no cenário brasileiro. Foi um labor

exaustivo, mas compensador. A casa viveu um

momento de honra e glória.

Como a senhora avalia o atual momento da

literatura brasileira?

Temos uma produção relevante, tanto

da parte de escritores já estabelecidos

quanto dos jovens que tenho lido. Aposto na

literatura brasileira. Ela é uma matriz sólida.

Temos,pois, presente e temos futuro. Só

aspiro que nenhum autor renuncie aos seus

postulados estéticos por conta dos obstáculos

da carreira. Há que prosseguir.

Novembro 2009 • Revista Petros • 19

multipatrocínio

ESTATÍSTICOS DARÃO NOVOS NÚMEROS À FUNDAÇÃO

Quase 9 mil profi ssionais fi liados aos conselhos regionais da categoria já podem aderir

No dia 8 de outubro, a Petros lançou ofi cial-

mente o plano de previdência destinado aos es-

tatísticos, abrindo a possibilidade concreta de 9

mil novos participantes ingressarem na Funda-

ção. Nesse primeiro momento, quatro conselhos

regionais da categoria (totalizando 13 estados) e

a Sociedade Brasileira de Estatística farão parte

do Prev-Estat. A expectativa do diretor de Segu-

ridade da Petros, Maurício Rubem, porém, é que

outros conselhos venham a fazer parte do plano.

Durante a reunião que selou a parceria, o

executivo disse que, pela afi nidade dos estatís-

ticos com o segmento da previdência comple-

mentar, a adesão “é mais um importante selo

de qualidade conferido à Petros”. Para mostrar

que o multipatrocínio vem sendo uma estraté-

gia bem-sucedida, Rubem lembrou ainda que a

Fundação já administra planos pertencentes a

profi ssionais formadores de opinião tais como

os atuários, os servidores do Tribunal de Con-

tas do Rio de Janeiro e os jornalistas.

Segundo o dirigente, a

Petros administra 40 planos

já aprovados pela Secretaria

de Previdência Complemen-

tar (SPC) e está em fase avan-

çada de negociação com ou-

tras categorias. O ingresso no

segmento de planos criados a

partir do vínculo associativo,

esclareceu, “foi uma decisão

estratégica que está possibi-

litando ampliar a previdência

fechada ao maior número de

trabalhadores possíveis”.

Também compareceram à cerimônia de

adesão do Prev-Estat os presidentes da So-

ciedade Brasileira de Estatística, José Ronald

Noronha Lemos, do Conselho Regional de

Estatística da 2ª Região, Hélio Otsuka, e do

Conselho Federal de Estatística, Luiz Carlos

da Rocha.

O diretor executivo da Mongeral, Luiz Cel-

so Ferreira Lemos, saudou a iniciativa. Durante

sua apresentação, ele lembrou os três anos de

atividades conjunta com a Fundação, iniciadas

a partir do lançamento do CulturaPrev. Em sua

avaliação, a previdência fechada passa por um

momento altamente favorável, principalmen-

te por causa dos avanços regulatórios e deve

mais do que dobrar de tamanho nos próximos

10 anos, alcançando 40% do PIB. Ele destacou a

iminente aprovação da Previc, autarquia dotada

de estrutura própria e que irá regulamentar os

fundos de pensão.

O diretor Maurício Rubem recebe dirigentes de entidades ligadas aos O diretor Maurício Rubem recebe dirigentes de entidades ligadas aos estatísticos e da Mongeral durante lançamento do Prev-Estatestatísticos e da Mongeral durante lançamento do Prev-Estat

20 • Revista Petros • Novembro 2009

Entidades poderão investir no exterior, mas a Fundação irá priorizar investimentos no País

O Conselho Monetário Nacio-

nal (CMN) aprovou, em 24 de se-

tembro, novas diretrizes de investi-

mentos para os fundos de pensão.

Dentre as novidades introduzidas

pela Resolução 3.792, as entidades

poderão aumentar suas aplicações

em renda variável e no exterior.

Além disso, o órgão permitiu mais

investimentos em setores que esti-

mulam o crescimento econômico,

como infraestrutura e construção

civil. O limite de aplicação em ren-

da variável subiu de 50% para 70%

do patrimônio.

O presidente da Petros, Wag-

ner Pinheiro, vê com bons olhos

a decisão do CMN. Mas, embo-

ra seja favorável a que os fun-

dos tenham liberdade de aplicar

seus recursos onde desejarem,

diz que a diretoria da Petros não

tem interesse, no momento, em

alocar recursos no exterior.

Segundo Pinheiro declarou

à imprensa, “o Brasil tem uma

carência muito grande de inves-

timentos, principalmente em

infraestrutura, e está repleto de

oportunidades”. Na avaliação do

dirigente, a Copa do Mundo e

as Olimpíadas, as Participações

Público-Privadas e as conces-

sões devem trazer boa rentabi-

lidade para quem quer investir.

A nova resolução do CMN,

segundo a diretora de Monitora-

mento e Controle, Patrícia Mon-

teiro, “buscou adequar os limi-

tes de aplicação ao atual cenário

macroeconômico de infl ação

controlada, taxa de juros em tra-

jetória declinante e crescimento

econômico.” Também se ateve

às oportunidades de investi-

mento, aproveitando a inclusão

de novos produtos fi nanceiros,

a convergência com normas

editadas por outros órgãos

reguladores e ao atual estágio

da fi scalização da SPC.

investimentos

“MELHORES EMPRESAS” FAZEM PARTE DA CARTEIRA

Entre as organizações que fi guram na lista das melhores

empresas do País em gestão de talentos e práticas de

Recursos Humanos estão três nas quais a Petros tem

participação acionária. Destaque para a CPFL Energia,

holding que atua no segmento de distribuição, geração e

comercialização de energia, que ocupa a oitava colocação.

As outras organizações com participação da Fundação

são All, que opera a malha ferroviária mais extensa da

América Latina e a Coelce, Companhia Energética do

Ceará. O ranking do “Guia Você S/A - Exame”, trazendo as

150 melhores empresas para se trabalhar, foi divulgado

dia 9 de setembro. Há ainda outras empresas que fi guram

na carteira de seleção da Petros (investimentos de curto

prazo) e que são negociadas com alguma frequência.

Estudos comprovam que as políticas de gestão de

Recursos Humanos impactam nos resultados das empresas

e consequentemente no retorno do capital investido pelos

acionistas. Neste ano, 491 empresas se inscreveram para

participar da pesquisa. Do total, 223 companhias, situadas

em 103 cidades do país, passaram pelo processo de visita

e entrevistas realizadas pela equipe de Você S/A. A listagem

das 150 empresas pode ser conferida em ordem alfabética

no site www.vocesa.com.br.

NOVAS REGRAS DE INVESTIMENTOSPARA OS FUNDOS DE PENSÃO

Novembro 2009 • Revista Petros • 21

POR DENTRO DA PORTABILIDADE

Resolução de 2003 regulamenta transferência de recursos do participante para outra entidade de previdência complementar

A portabilidade no sistema de previdência

complementar foi regulamentada a partir de

uma resolução do Ministério da Previdência

Social e do Conselho de Gestão da Previdência

Complementar, em outubro de 2003. Por se tratar

de um termo técnico, para algumas pessoas esse

conceito ainda não fi cou sufi cientemente claro.

Em bom português, portabilidade é o

instrumento que permite ao participante

transferir recursos acumulados do seu plano de

benefícios para um outro que ele eventualmente

pretenda aderir. A transferência de reserva para

outro plano pode ser total ou parcial, desde que

respeitadas algumas regras como o fi m do vínculo

empregatício com o patrocinador (quando for o

caso) e que obrigatoriamente os recursos sejam

transferidos para outro plano sem passar pelas

mãos do participante.

Além disso, é necessário cumprir uma carência

de até três anos de vinculação ao plano. No caso de

transferência de recursos para entidades abertas de

previdência, os valores portados devem ser todos

utilizados para a contratação de renda mensal vitalícia

ou por prazo determinado. Esse prazo, no entanto,

não poderá ser inferior ao período em que a reserva

foi constituída, limitado ao mínimo de quinze anos.

A legislação vigente não permite a

portabilidade entre um plano com tributação em

regime regressivo para o progressivo. A mão

inversa, no entanto, é perfeitamente viável – da

tabela de tributação progressiva para a regressiva.

Mas, nessa hipótese, o tempo de acumulação

desta portabilidade terá início a partir da data da

efetivação do aporte no novo plano. Mas atenção:

não há pagamento de Imposto de Renda nem

qualquer cobrança de carregamento de entrada

ou saída sobre os recursos provenientes de outra

entidade, seja aberta ou fechada.

E por se tratar de um direito inalienável do

participante, não é permitido portar os recursos de

uma pessoa para outra. Da mesma forma, é vedado

o resgate de valores portados de outra entidade.

atendimento

Além de dispor sobre a portabilidade, a Reso-

lução nº 6 (Ministério da Previdência Social e

do Conselho de Gestão da Previdência Com-

plementar), disciplina também os institutos

do benefício proporcional diferido, resgate e

autopatrocínio em fundos de pensão.

• Entende-se por benefício proporcional

diferido a possibilidade do participante que in-

terromper o vínculo empregatício com o patro-

cinador (ou associativo com o instituidor), antes

do direito ao benefício pleno, optar por receber o

benefício decorrente dessa opção futuramente.

• Já o resgate é o instituto que faculta ao

participante o recebimento do valor decorrente

do seu desligamento do plano de benefícios.

• Com o autopatrocínio, no caso de per-

da parcial ou total da remuneração, o partici-

pante pode manter a sua contribuição e a do

patrocinador para assegurar os benefícios nos

níveis correspondentes àquela remuneração.

OUTROS INSTITUTOS PREVIDENCIÁRIOS

22 • Revista Petros • Novembro 2009

petros.com.br

COMISSÃO DO SENADO APROVA PROJETO DA PREVIC A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou projeto que cria agência reguladora dos fundos de pensão fechados

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE)

do Senado aprovou no dia 13 de outubro projeto

de lei que cria a Superintendência Nacional de

Previdência Complementar (Previc). Caberá ao

órgão supervisionar todo o regime operado por

entidades fechadas de previdência complementar.

O relator da matéria, Romero Jucá (PMDB-

RR), destacou a necessidade de o País reforçar o

aparato de regulação e fi scalização desse setor,

que cresceu muito nos últimos anos. Segundo

o senador, o Brasil possui hoje o oitavo maior

sistema de previdência complementar do mundo

em termos absolutos com a atuação de 372

entidades fechadas.

Essas instituições administram recursos

da ordem de R$ 442 bilhões de ativos totais.

O dinheiro administrado pelo sistema de

previdência complementar corresponde a 17%

do Produto Interno Bruto (PIB), com 66% dos

investimentos distribuídos em títulos de renda

fi xa -– títulos públicos ou papéis privados – e 28%

em títulos de renda variável.

O projeto de lei prevê que os ex-diretores da

Previc fi carão impedidos, por quatro meses, de

prestar serviço ou de exercer qualquer atividade

A Previc foi criada em 2004 e chegou

a funcionar por cinco meses mas foi

extinta porque o Senado não votou a

medida provisória que criava a autar-

quia. Uma das diferenças da Previc

em relação à secretaria é que a autar-

quia terá os custos pagos pelos fun-

dos de pensão, que farão contribui-

ções trimestrais. Os valores da Taxa

no setor. Aprovado na CAE, o projeto de lei

terá que ser analisado ainda pelas Comissões

de Assuntos Sociais (CAS) e de Constituição e

Justiça (CCJ) antes de ser votado pelo plenário

do Senado. Se for preservado o texto já aprovado

na Câmara dos Deputados, a matéria vai à sanção

do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o ministro da Previdência

Social, José Pimentel, a criação da Previc irá

garantir a boa governança, a normatização e

maior estabilidade ao setor. Ele ressaltou que a

criação do órgão integra um conjunto de normas

que tem por fi nalidade aperfeiçoar o sistema

de previdência complementar brasileiro. “Com

estas mudanças, os fundos de pensão ganharam

estabilidade jurídica e tributária”, frisou Pimentel.

O secretário de Previdência Complementar,

Ricardo Pena, também destacou a importância

da autarquia para o fortalecimento das políticas

que garantem a solvência e a governança do

sistema no país. Ele ressaltou que o sistema

ocupa a sétima posição em termos de ativos,

com patrimônio acumulado de R$ 460 bilhões. “É

um sistema moderno e atualizado que precisa de

um órgão fi scalizador para ser consolidado.”

HISTÓRICOde Fiscalização e Controle da Previ-

dência Complementar (Tafi c) admi-

nistrados por cada fundo de pensão.

O quadro de funcionários da

Previc será formado por 100 espe-

cialistas em Previdência Comple-

mentar, 50 analistas administrati-

vos e 50 técnicos administrativos

– cargos que serão ocupados via

concurso público. A autarquia tam-

bém poderá ser reforçada com

até 385 auditores fi scais oriun-

dos da Receita Federal. De acordo

com relatório produzido pelo se-

nador Romero Jucá (PMDB-RR),

estima-se que o impacto orçamen-

tário anual com o provimento dos

cargos será de R$ 28,882 milhões.

Novembro 2009 • Revista Petros • 23

perfi l

Tese de mestrado da assistente social Rose Mery dos Santos Costa Leite aborda os sucessos e os dissabores da rotina além-mar

Muito antes das questões de

gênero permearem a pauta de

prioridades nas empresas bra-

sileiras, a assistente social Rose

Mery dos Santos Costa Leite fi -

gurava no seleto time de petro-

leiras que conhecia as entranhas

de uma plataforma. Entre 1987 e

1991, viu de perto as principais

angústias dos trabalhadores

offshore da Bacia de Campos,

região responsável por cerca de

80% da produção nacional.

A partir de sua experiência,

decidiu elaborar uma tese acadê-

mica para entender melhor o pro-

cesso de construção da identidade

dos profi ssionais embarcados.

Esse trabalho de pesquisa deu ori-

gem ao livro Bandeirantes do mar:

a identidade do trabalhador das pla-

taformas de petróleo, lançado em

outubro pela Editora Intertexto.

Rose Mery diz ter deparado

com um universo cheio de con-

tradições, onde o petroleiro expõe

sua veia nacionalista e o orgulho

de ser responsável por conquis-

tas relevantes para o País como

a autossufi ciência, por exemplo.

“Uma vez petroleiro, petroleiro

para sempre”, ela profetiza. De

acordo com a tese da pesquisa-

dora, “a categoria assume para

si a grandiosidade da companhia,

que simboliza desenvolvimento,

inovação tecnológica e uma série

de simbolismo, que na platafor-

ma é ainda mais forte”.

Esse mesmo profi ssional,

segundo Rose Mery, queixa-

se da vida “pendular” cheia de

idas e vindas e das tensões oca-

sionadas no ambiente familiar.

Até por isso, ele “não se sente

devidamente recompensado”.

A pesquisadora imprimiu ao

texto uma linguagem leve, pro-

curando responder aos seus inú-

meros questionamentos para en-

tender a “dicotomia de uma vida

fragmentada imposta pela rotina

de 21 dias em terra e 14 dias em

alto-mar”. Atualmente na função

de gerente de Planejamento, De-

sempenho e Gestão de Compe-

tências da BR Distribuidora, Rose

Mery enxerga a indústria petro-

lífera como um processo contí-

nuo, que invariavelmente força

os petroleiros offshore a deixarem

parte da vida social relegada ao

segundo plano.

Para se adaptarem a essa re-

alidade, “existe um processo na-

tural de embrutecimento e a cada

ano que passa fi ca mais difícil

romper o vínculo”. Diferentemen-

te do que ocorria no passado, no

entanto, Rose Mery detectou nos

novatos (conhecidos nas platafor-

mas como borrachas) a busca por

alternativas ao trabalho embarca-

do. “Eles estão sempre estudan-

do, atrás de outra qualifi cação.”

Muito sorridente, a assistente

social conta que entrou na Petro-

bras para trabalhar seis meses e

já está há 24 anos. “A experiência

na Bacia de Campos foi singu-

lar, um constante aprendizado.”

Casada, mãe de uma jovem que

acaba de completar a maiorida-

de, ela brinca que felizmente o

casamento sobreviveu às agruras

do mercado de trabalho.

Filha de pescador, Rose

Mery especula que o interesse

pelo tema offshore está, mes-

mo que inconscientemente,

ligado ao seu DNA. Para ela,

o que torna viável a convivên-

cia numa plataforma é a rela-

ção de companheirismo. “Se

a pessoa não sentir isso, não

consegue sobreviver.”

LANÇADO LIVRO SOBRE TRABALHO NAS PLATAFORMAS

24 • Revista Petros • Novembro 2009

prestando contas

RESULTADOS DE AGOSTO/2009O Total de Ativos de Investimentos da Fundação chegou a R$ 43,1 bilhões, rentabilidade acumulada nos últimos doze meses foi de 8,60%, para meta atuarial de 10,76% e referencial ponderado de 9,69%.

COMPOSIÇÃO DA CARTEIRA66,02%

2,38%

28,92%

2,68%

Renda Fixa

Participações Imobiliárias

Operações com Participantes

Renda Variável

Renda VariávelTotal investido % em relação à Carteira GlobalRentabilidade – No mês – Acumulada (12 meses)

R$ 12.471.318 mil28,92 %2,07 %

- 0,70 %

Participações ImobiliáriasTotal investido % em relação à Carteira GlobalRentabilidade – No mês – Acumulada (12 meses)

R$ 1.026.842 mil2,38 %5,37 %38,90 %

Operações com ParticipantesTotal investido% em relação à Carteira GlobalRentabilidade – No mês – Acumulada (12 meses)

R$ 1.157.790 mil2,68 %0,99 %14,10 %

Renda FixaR$ 28.467.866 mil

66,02 %0,68 %11,07 %

Total investido% em relação à Carteira GlobalRentabilidade – No mês – Acumulada (12 meses)

Nota da Redação: O Relatório de Atividades completo pode ser acessado no portal (www.petros.com.br)

(*) consolidado dos bens e direitos de todos os planos administrados pela Petros, estes recursos estão “aplicados” em renda fi xa, renda variável, imóveis e operações com parti-cipantes, nos montantes e proporções indicados no gráfi co e nas tabelas abaixo

ATIVOS DE INVESTIMENTOS (*)

EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA (*)

(*) incluindo receitas e despesas extraordinárias

Acumulado no ano 1.048.815.475 69.074.754

Últimos 12 meses 1.529.606.838 103.588.182

ReceitasPrevidenciais

DespesasAdminstrativas

Fonte: Relatório de Atividades / Elaboração: Gerência de ControleFonte: Relatório de Atividades / Elaboração: Gerência de Controle

Novembro 2009 • Revista Petros • 25

1 - Ativo Líquido: montante destinado à cobertura dos compromissos com pagamento de benefícios. Corresponde à diferença entre: i) o Ativo de Investimento do Plano, defi nido como o somatório de todos seus bens e direitos (“aplicados” em renda fi xa, renda variável, imóveis e operações com participantes) e outros ativos a receber; e ii) o exigível operacional (eventuais despesas/retenções a pagar), exigível contingencial (eventuais ações judiciais a pagar) e Fundos com destinação específi ca; 2 - Provisões Matemáticas: total das obrigações do Plano, com benefícios concedidos e benefícios a conceder ao conjunto de seus participantes;3 - Fundos: reservas de recursos para cobrir benefícios de riscos (Fundo Previdencial) e para cobrir perdas nas Operações com participantes (Programa Investimentos);4 - Operações Administrativas: recursos vinculados à Fundação (Petros Administradora) e destinados à cobertura das despesas administrativas, presentes e futuras, de todos os planos, visando garantir a perenidade da estrutura administrativa;5 - Equilíbrio Técnico: diferença entre o Ativo Líquido e as Provisões Matemáticas do Plano. Se positiva, diz-se que a situação do Plano é superavitária, se negativa, diz-se que a situação do Plano, é defi citária.

prestando contas

Ativo Líquido, Provisões Matemáticas, Fundos e Equilíbrio Técnico de cada plano de benefícios administrado pela Fundação

POR DENTRO DE CADA PLANO AGOSTO/2009

(em R$ mil)

26 • Revista Petros • Novembro 2009

consultoria

CONSTITUIÇÃO FEDERALE O ESTATUTO DO IDOSO

Mês de outubro marcou o aniversário destas normas e a comemoração dos dias nacional e internacional do idoso

A Constituição Federal, promulgada pela

Assembleia Nacional Constituinte em 5 de outubro

de 1988, comemorou 21 anos no mês passado. Sua

criação representou verdadeiro marco histórico

para a sociedade, na medida em que a nova Carta

Magna propiciou a transição para a democracia e

a garantia de direitos fundamentais, consolidados

nas últimas duas décadas, simbolizando uma

grande conquista da cidadania brasileira.

Entre os diversos direitos e garantias

assegurados pela Constituição, pode-se destacar

a proteção da pessoa idosa, explicitada no dever

da família, sociedade e Estado de amparar

o idoso, assegurando-lhe a participação na

comunidade, defendendo sua dignidade e bem-

estar e garantindo-lhe o direito à vida.

Também no mês de outubro passado, a Lei

n.º 10.741/2003, que instituiu o Estatuto do Idoso,

comemorou o sexto aniversário de sua publicação,

ocorrida em 3 de outubro de 2003. O Estatuto do

Idoso, que entrou em vigor em 1º de janeiro de

2004, é destinado a regular os direitos assegurados

às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.

O Estatuto prevê a obrigação da família, da

comunidade, da sociedade e do Poder Público de

assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a

efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação,

à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao

trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao

respeito e à convivência familiar e comunitária.

Da relação de garantias e prioridades previstas

na Lei, destacamos, no âmbito da saúde, o direito do

idoso ao atendimento preferencial perante o Sistema

Único de Saúde (SUS) e à distribuição gratuita de

remédios, principalmente os de uso continuado,

assim como de próteses e outros recursos relativos

ao tratamento, habilitação ou reabilitação.

Aos maiores de 65 anos é garantida a

gratuidade dos transportes coletivos públicos

urbanos e semi-urbanos, sendo-lhes reservados

assentos especiais. A participação dos idosos

em atividades culturais, esportivas e de lazer

será proporcionada mediante descontos de pelo

menos 50% no valor dos ingressos, bem como

deve ser assegurado o acesso preferencial aos

locais onde as atividades estão sendo realizadas.

Nas relações de trabalho, é proibida a

discriminação por idade e a fi xação de limite

máximo de idade para a contratação de

empregados. Em concursos públicos, o primeiro

critério de desempate é o da idade, com preferência

para os concorrentes com idade mais avançada.

Na seara do direito da habitação, em programas

habitacionais públicos ou subsidiados por

recursos públicos, é obrigatória a reserva de 3%

das unidades residenciais para os idosos. Ainda,

é garantida ao idoso a prioridade de tramitação

de processos judiciais e administrativos.

Por fi m, também em outubro, foi comemorado

o Dia Nacional do Idoso, celebrado em 1º de

outubro, conforme defi nição da Lei n.º 11.433,

de 28 de dezembro de 2006. Neste mesmo dia,

festeja-se o Dia Internacional do Idoso, instituído

pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Texto elaborado pelo advogado Texto elaborado pelo advogado Cristiano BorgesCristiano Borges

CastilhosCastilhos, do Setor de Consultaria da Gerência Jurídíca., do Setor de Consultaria da Gerência Jurídíca.

Novembro 2009 • Revista Petros • 27

28 • Revista Petros • Novembro 2009