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Linha Direta LD EDIÇÃO 202 . ANO 18 . JANEIRO 2015 ROBÓTICA SESI/MG participa de Torneio CELEBRAÇÃO Sinepe/ES realiza premiações e presta homenagens TECNOLOGIA Gestão e sustentabilidade EDUCAÇÃO, IGUALDADE E FRATERNIDADE Instituição que completa 145 anos em 2015 aposta em princípios e valores cristãos para a formação de cidadãos responsáveis GESTÃO O coaching e o planejamento estratégico Renato Casagrande EDUCAÇÃO Mudança de paradigma na escola Alexandre Ventura INOVAÇÃO A sala de aula invertida Gustavo Hoffmann EDUCAÇÃO POR ESCRITO

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Linha DiretaLD

EDIÇÃO 202 . ANO 18 . JANEIRO 2015

ROBÓTICASESI/MG participa de Torneio

CELEBRAÇÃOSinepe/ES realiza premiaçõese presta homenagens

TECNOLOGIAGestão e sustentabilidade

EDUCAÇÃO, IGUALDADE E FRATERNIDADEInstituição que completa 145 anos em 2015 aposta em princípios e valores cristãos para a formação de cidadãos responsáveis

GESTÃOO coaching e oplanejamento estratégicoRenato Casagrande

EDUCAÇÃOMudança de paradigmana escolaAlexandre Ventura

INOVAÇÃOA sala de aulainvertidaGustavo Hoffmann

EDUCAÇÃO POR ESCRITO

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Conselho ConsultivoAirton de Almeida Oliveira, Amábile Pacios, Anna Lydia Collares dos Reis Favieri Ferreira, Antônio Lúcio dos Santos, Átila Rodrigues, Benjamin Ribeiro da Silva, Bruno Eizerik, Dalton Luís de Moraes Leal, Emiro Barbini, Fátima de Mello Franco, Fátima Turano, Gabriel Mario Rodrigues, Gelson Menegatti Filho, Hermes Ferreira Figueiredo, Ignez Vieira Cabral, Ivana de Siqueira, Ivo Calado, Jacir J. Venturi, Jorge de Jesus Bernardo, José Carlos Barbieri, José Carlos Rassier, José Janguiê Bezerra Diniz, Krishnaaor Ávila Stréglio, Manoel Alves, Marco Antônio de Souza, Marcos Antônio Simi, Maria Augusta Oliveira Senna, Maria da Gloria Paim Barcellos, Maria Nilene Badeca da Costa, Miguel Luiz Detsi Neto, Odésio de Souza Medeiros, Paulo Antonio Gomes Cardim, Paulo Sérgio Machado Ribeiro, Pe. João Batista Lima, Suely Melo de Castro Menezes, Victor Maurício Nótrica

Presidente

Marcelo Chucre da Costa

Diretora Executiva

Laila Aninger

Gerente Administrativo-Financeiro

Flávia Alves Passos

Consultor Editorial

Ryon Braga

Consultor em Gestão Estratégica

e Responsabilidade Social

Marcelo Freitas

Consultora para o Ensino Superior

Maria Carmen T. Christóvão

Editores

Renan Costa Coelho

Valéria Araújo

Editor de Arte

Rafael Rosa

Estagiária de Jornalismo

Ana Karolina Machado

Estagiários de Design Gráfico

Carolina Lecca

Diego Felizardo Martins

Revisora/Preparadora de Texto

Cibele Silva

Tradutores/Revisores de Espanhol

Gustavo Costa Fuentes

Green Word Language Services

As ideias expressas nos artigos ou matérias as-sinados são de responsabilidade dos autores e não representam, necessariamente, a opinião da Revista. Os artigos são colaborativos e podem ser reproduzidos, desde que a fonte seja citada.

Pré-Impressão e Impressão

Tel.: (31) 3303-9999 Tiragem: 15.000 exemplares

Tiragem e distribuição auditada por:

A Revista Linha Direta (ISSN 2176-4417) é uma publicação mensal da Linha Direta Ltda.

Rua Felipe dos Santos, 825 - Conj. 305/306 - Lourdes - Belo Horizonte/MG - CEP: 30180-160Tel.: (31) 3281-1537 – [email protected] - www.linhadireta.com.br

EDIÇÃO 202 | ANO 18 | JANEIRO | 2015Linha Direta

EDUCAÇÃO POR ESCRITO

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TRADIÇÃO E MODERNIDADEA educação clama por mudanças. Tecno-logia e inovação aparecem como fatores fundamentais a serem adotados para que o ensino contemple as demandas do aluno contemporâneo. Se o tema ainda divide opiniões, devido ao receio e ao desconhe-cimento quanto às implicações que tais mudanças podem trazer, a tradição aparece como fator que pode conferir a credibili-dade necessária para que essas alterações sejam adotadas com êxito pelas instituições. Para falar sobre esse assunto, a Linha Direta ouviu Maurício de Meneses, presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, institui-ção com quase 145 anos de história, que, ao longo dos anos, se modernizou e aprimorou seus processos, tendo hoje grande relevân-cia para a educação brasileira. A matéria de capa tem, ainda, a fala de Débora Bueno Oli-veira, coordenadora do Sistema Mackenzie de Ensino, que explica de que forma a insti-tuição buscou atualizar seus métodos para continuar sendo referência educacional no País. Esta edição traz, também, a última parte das Metas Educativas 2021, docu-mento composto por 11 metas gerais, 28 específicas e 39 indicadores, além de seus níveis de realização. As Metas foram aqui apresentadas juntamente com a opinião de especialistas sobre a importância do docu-mento para a construção de uma educação de qualidade na Ibero-América, nos próxi-mos anos. Vale a pena conferir!

TRADICIÓN Y MODERNIDADLa educación clama por cambios. Tecnología e innovación aparecen como factores funda-mentales a ser adoptados para que la ense-ñanza contemple las demandas del alumno contemporáneo. Si el tema aún divide opinio-nes, debido al miedo al desconocimiento en cuanto a las implicaciones que tales cambios pueden traer, la tradición aparece como fac-tor que puede conferir la credibilidad necesa-ria para que esas alteraciones sean adoptadas con éxito por las instituciones. Para hablar sobre este asunto, Linha Direta escuchó a Maurício de Meneses, presidente del Insti-tuto Presbiteriano Mackenzie, institución con casi 145 años de historia, que, a lo largo de los años, se modernizó y mejoró sus pro-cesos, teniendo hoy gran relevancia para la educación brasileña. La materia de tapa tiene, inclusive, el comentario de Débora Bueno Oliveira, coordinadora del Sistema Macken-zie de Enseñanza, que explica de qué forma la institución buscó actualizar sus métodos para continuar siendo referencia educacio-nal en el País. Esta edición trae, también, la última parte de las Metas Educativas 2021, documento compuesto por 11 metas gene-rales, 28 específicas y 39 indicadores, ade-más de sus niveles de realización. Las Metas fueron aquí presentadas juntamente con la opinión de especialistas sobre la importancia del documento para la construcción de una educación de calidad en Iberoamérica, en los próximos años. ¡Vale la pena ver!

Marcelo Chucre,presidente da

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Uma sala de aula im-provisada nos cô-modos de uma casa, uma turma formada

por apenas três estudantes e, por fim, um ideal como motivação: educar alunos para a vida, ten-do como filosofia norteadora o ideal cristão. Infraestrutura e ob-jetivos inversamente proporcio-nais que deram início, em 1870, à pequena escola que, anos de-pois, originaria o Instituto Pres-biteriano Mackenzie.

A HISTÓRIA

A iniciativa partiu de George Whitehill Chamberlain e Mary Annesley Chamber-lain, um casal de missionários norte-ame-ricanos então recém-chegado a São Paulo e que, através da criação da escola, bus-cou acolher, em uma instituição em que não houvesse distinção de sexo, credo ou etnia, crianças que não tinham a oportu-nidade de estudar.

Já no ano de 1871, foi constituída a Escola Americana, embrião do Colégio Macken-zie , que abrigava filhos de escravos e de famílias tradicionais, denotando mais uma vez o ideal integrador que seus cria-dores buscaram implantar na instituição. A Escola ficou conhecida pelo advogado americano John Theron Mackenzie, que, mesmo sem nunca ter vindo ao País, fami-liarizou-se com o ideal da instituição e dei-xou, em testamento, uma doação à Igreja Presbiteriana americana, para que se construísse no Brasil uma escola de enge-nharia. A partir daí, adotou-se o nome uti-lizado até hoje pela instituição: Mackenzie.

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TRADIÇÃO E MODERNIDADE

Passaram-se 145 anos e, desde então, a pequena escola seguiu cres-cendo. Hoje, o Instituto Presbiteriano Macken zie é o mantenedor dos Colé-gios e Universidades que carregam o mesmo nome e que contam com mais de 40 mil estudantes.

Para Maurício Meneses, presidente do Instituto, o diferencial da instituição é que, mesmo com o passar dos anos e diante do crescimento observado, o ideal que motivou sua criação há um século e meio ainda se mostra como o norteador das ações adotadas. “Todo o processo de ensino e aprendizagem é alicerçado em princípios e valo-res cristãos para a formação de cida-dãos responsáveis. Esse foi o objetivo principal do casal Chamberlain ao fazer da educação um instrumento de mudança social”.

Meneses ressalta ainda que o nível de excelência alcançado deve-se não só à tradição galgada ao longo dos anos, como também à preocupação em manter os processos e as práticas de ensino durante esse período em cons-tante atualização e pertinência em relação às demandas que a educação apresentou e ainda apresenta.

“O Mackenzie é uma instituição reco-nhecida por sua visão empreende-dora, que alia a tradição e seus quase 145 anos de história com a inovação, a visão estratégica e a expansão. Respeita suas raízes firmes nos fundamentos, mas com os olhos no futuro, em busca de oportunidades”. Segundo ele, essa conjuntura oferece ao aluno a possi-bilidade de, durante seu processo de formação, aprender a lidar com as dife-renças e com o novo, que surge a cada momento. “Não podemos nos esque-cer da essência, mas temos que buscar constantemente o que o mercado traz de inovação, reunindo os dois momen-tos de maneira harmônica”, completa.

Assim sendo, diante do desenvolvi-mento galopante da tecnologia e sua

implicação direta também no universo educacional, o investimento constante na modernização não só das práticas, mas também do espaço físico de suas instituições é outra bandeira levantada pelo Instituto.

De acordo com Maurício Meneses, essa modernização acontece a partir do investimento significativo e per-manente em melhorias na infraestru-tura e no suporte das atividades desde a educação básica até a pós-gradua-ção. “Em todos os níveis, procuramos oferecer locais físicos adequados ao aprendizado e à qualidade no ensino, com laboratórios de ponta e estímulo aos docentes para que se adequem e se preparem com o que há de melhor na área educacional. Dessa forma, podemos ser reconhecidos como uma instituição que preza por seus valores e que coloca seus alunos e professo-res no mais alto patamar do mercado de trabalho”, comemora o presidente, dizendo ainda que, no âmbito dos colégios, o investimento acontece na

Maurício Meneses, presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie

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integralidade do ensino. Ele destaca também as parcerias, como a da Texas Tech, por exemplo, que proporciona aos alunos a opção de ter diplomas ofi-cialmente reconhecidos nos Estados Unidos e no plano internacional.

Já na Universidade, é enfatizado o trabalho da reitoria na atualização e implantação dos projetos pedagógi-cos dos cursos de todos os progra-mas de graduação, com o objetivo de, principalmente, adequá-los ao atual cenário do exercício profissional. “No percurso da história, o Mackenzie tor-nou-se reconhecido pelo pioneirismo e inovação na educação, o que permi-tiu alcançar o posto de uma das reno-madas instituições de ensino que mais contribuem para o desenvolvimento científico e acadêmico do País. Dotado de eficientes ferramentas de aproxi-mação da teoria com a prática, está presente nas mais diversas regiões do mundo por meio de participações em congressos, eventos, cursos, projetos e pesquisas”, analisa.

SISTEMA MACKENZIE DE ENSINO

A missão assumida pelo Mackenzie de formar alunos-cidadãos de acordo com os preceitos da filosofia cristã motivou o Instituto a criar um sistema de ensino próprio, tendo como obje-tivo oferecer uma educação de qua-lidade aos alunos, mas sem deixar de levar em conta os ideais da instituição. Assim, foi criado o Sistema Mackenzie de Ensino (SME), que nasceu para aten-der aos anseios da instituição no que diz respeito não só à aplicação de um material didático de excelência acadê-mica, como também a uma concepção de educação fundamentada nos valo-res e princípios bíblicos.

O Sistema atende à educação infantil, aos ensinos fundamental I e II e, por fim, ao ensino médio. De acordo com Débora Bueno Muniz Oliveira, coordenadora do Sistema Mackenzie de Ensino, sua pro-posta educacional fundamenta-se nos pressupostos bíblicos como única fonte de visão de mundo e implica uma pers-pectiva peculiar das três relações fun-damentais do ser humano: com Deus, com o próximo e com o mundo. “A visão pedagógica do SME é a de pensar e pro-por estratégias de ensino que promovam a educação de um ser humano instruído em toda a sabedoria”.

Segundo ela, o modelo pedagógico ado-tado é o cognitivo-interacionista, que substitui a emancipação de matérias des-vinculadas entre si e o pragmatismo de um aprendizado centrado unicamente na iniciativa do aluno por uma pedagogia que associa os saberes teóricos aos sabe-res práticos, bem como aos saberes éticos e morais. “Esse modelo favorece o cresci-mento pleno do aluno, por ter como foco não apenas a aprendizagem, mas a forma-ção integral do ser, e associa o raciocínio indutivo do conhecimento transmitido ao raciocínio dedutivo do entendimento construído”, pontua. Débora acredita que, com essa visão, o material utilizado con-templa aspectos essenciais das pedago-gias existentes, priorizando tanto o con-teúdo quanto a interação social.

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Débora Bueno Muniz Oliveira, coordenadora do Sistema Mackenzie de Ensino

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Ela diz que o Sistema se expandiu para além das escolas geridas pelo Instituto e, atualmente, é adotado por mais de 200 instituições em todo o País. Para Débora, essa aceitação se dá pela riqueza de con-teúdos do Sistema e seu rico material, composto por livros didáticos, manual de orientação ao professor com suges-tões de procedimentos e atividades para serem aplicadas em sala de aula, mate-riais de apoio, entre outros itens.

A coordenadora do SME revela que o Sistema utiliza também ambiente vir-tual como apoio aos docentes. O Sistema Mackenzie de Ensino mantém um site que, além de divulgar o material didático e a proposta pedagógica do Sistema, é também responsável pela interação com as escolas parceiras. “O site disponibi-liza suporte e materiais pedagógicos, artigos, atividades complementares aos conteúdos, capacitações para docentes, manuais de orientação ao professor e indicações de livros e websites para dire-tores, coordenadores e professores das escolas parceiras”.

PORTAL EDUCACIONAL

Para oferecer a alunos, famílias e professores conteúdos e ferramentas que contribuam para a construção do processo educacional, o Mackenzie fechou recentemente uma parceria com o Portal EducarBrasil, visando a modernizar e adequar ainda mais suas práticas ao que pede a educação contemporânea.

Para Débora Oliveira, aspectos como interatividade e participação ativa dos pais na educação dos filhos são fato-res que essa parceria possibilitará. “Todos sabemos da importância e da necessidade atual de interatividade entre alunos, professores e pais para melhores resultados no processo de ensino e aprendizagem. A parceria com o Portal EducarBrasil permitirá essa interação de maneira rápida, efe-tiva e atraente”.

Segundo ela, os alunos poderão pes-quisar, realizar atividades, interagir com outros estudantes e com seus professores em um ambiente seguro e motivador. Os pais, por sua vez, pode-rão monitorar o que os filhos estão estudando, acompanhar o desen-volvimento deles e, ainda, manter-se informados e atualizados a respeito de temas relativos à educação.

Débora completa que os professo-res terão à sua disposição inúmeros recursos, como textos, planejamento de aulas, vídeos, notícias, além de um espaço para interação com seus pares, estimulando o intercâmbio de expe-riências. Por fim, diretores e coorde-nadores poderão acompanhar o tra-balho dos professores, atualizar-se a respeito da legislação educacional, ter acesso a artigos importantes na sua área de atuação e saber das novida-des sobre os mais diversos assuntos ligados à educação. “Todos se benefi-ciarão e teremos uma enorme comu-nidade mackenzista interagindo e enriquecendo seu trabalho, condição essencial para alcançar a excelência educacional”, encerra. R

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A SALA DE AULA

INVERTIDAO fim da hegemonia da aula

expositiva no ensino superior

Gustavo HoffmannDiretor acadêmico e de EaD do Grupo Singular Educacional, que possui cinco instituições de ensino em Minas Gerais e uma fábrica de soluções digitais de aprendizagem com o Grupo A Educação

Há cerca de três anos, eu estava participando de um seminá-rio de inovação educacional na Universidade Harvard

e ouvi de um professor que a aula expositiva seria extinta em muito pouco tempo. Foi a primeira vez que ouvi a expressão Peer Instruction , em uma aula ministrada pelo seu pró-prio criador, o professor Eric Mazur. A partir daí, comecei a estudar as metodologias ativas de aprendiza-gem, como Problem Based Learn ing, Project Based Learning, Team Based Learning, o próprio Peer Instruction , entre outras, que me levaram a enten-der por que o modelo tradicional de ensino está falido.

No modelo tradicional, em que o pro-fessor faz o papel de sábio no palco (sage on the stage), e os alunos são agentes passivos do processo, um mesmo ritmo de ensino é imposto para todos, desrespeitando as indi-vidualidades inerentes ao processo de aprendizagem. Em outras pala-vras, estamos ensinando de uma forma que os alunos não aprendem. Acabam aprendendo algo, dada a enorme carga horária à qual são sub-metidos nas suas graduações, mas, definitivamente, o modelo tradicio-nal não é o mais eficiente quando se trata de aprendizagem.

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A proposta das metodologias ativas defende que o próprio aluno seja res-ponsável pela busca e construção do conhecimento, através de atividades que partam de situações-problema em que o conteúdo é apenas uma ferramenta que será utilizada como parte da solução.

Assim, as aulas presenciais são utilizadas para a resolução de problemas, e o acesso ao conteúdo é feito em qualquer lugar, a qualquer tempo, quantas vezes o aluno quiser ou precisar. Esse conteúdo pode ser organizado e disponibilizado em ambientes virtuais de aprendizagem no formato de videoaulas, podcasts, textos, games e outros objetos de aprendizagem que facilitam o processo educacional e respeitam o ritmo de cada indivíduo. Ou seja, a aula (acesso ao conteúdo) acon-tece fora da sala de aula, e a lição de casa (resolução de problemas) acontece na escola. Por isso a expressão sala de aula invertida, ou flipped classroom.

Uma das premissas para o êxito das metodologias ativas e da sala de aula invertida é que o aluno tenha algum tempo para acessar o conteúdo pre-viamente. Um dos problemas da apli-cação dessas metodologias no Brasil é que o aluno, com raras exceções, não dispõe de muito tempo nos horários extraclasse para acessar o conteúdo. Boa parte da solução está na utilização da oferta de até 20% da carga horária dos cursos superiores presenciais na modalidade a distância. Assim, os alu-nos passam a contar com janelas, nos seus horários de aula, que podem ser utilizadas para o acesso ao conteúdo, enquanto os momentos presenciais, menos frequentes, são utilizados para a aplicação de metodologias ativas.

Algumas instituições brasileiras já estão fazendo isso muito bem. Recen-temente, foi criado no Brasil um con-sórcio formado por 22 instituições de ensino superior, que contratou a Las-pau (afiliada à Universidade Harvard) para a capacitação de mais de cem pro-fessores, que serão multiplicadores das metodologias ativas de aprendizagem. Hoje, no nosso grupo educacional, que faz parte do consórcio, mais de 50% dos alunos presenciais já são submetidos à inversão da sala de aula em alguma disciplina da graduação, respeitando o limite de 20% da carga horária possível de ser ofertada na modalidade EaD, e os resultados são animadores.

Comparando com o modelo tradicional, os alunos submetidos às metodologias ativas alcançaram uma performance de aprendizagem até 21% superior, com mais de 90% de satisfação e uma redu-ção de custos operacionais de até 72%. Ou seja, encontramos um modelo mais eficiente, em que o aluno aprende mais, está mais satisfeito e que ainda gera um saving importante para a instituição. Agora, queremos replicar esse modelo na nossa plataforma de EaD, que está em processo de credenciamento no MEC.

Para nós, não faz o menor sentido que o aluno vá até um polo presencial para ter aulas presenciais tradicionais com tutores, muito menos que uti-lize os polos para assistir a videoaulas ou a teleaulas. No nosso modelo, os momentos presenciais nos polos serão utilizados para a solução de proble-mas, aplicando as metodologias ativas de aprendizagem. Acreditamos que o formato da EaD no Brasil oferece uma condição ideal para a aplicação do con-ceito de sala de aula invertida. O ensino superior brasileiro precisa se reinventar. Estamos adotando o mesmo modelo há mais de cem anos, mesmo sabendo que ele não funciona. Já temos tecnologia, já temos metodologia e já temos resultados que comprovam que é possível fazer diferente. O que ainda nos falta é iniciativa.

[email protected]

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Alexandre VenturaEx-vice-ministro da Educação de Portugal. Professor no Departamento de Educação da Universidade de Aveiro. Doutor em Ciências da Educação e palestrante

ENSINO DIFERENCIADO PARA UMA MUDANÇA DE PARADIGMA NAS ESCOLAS

O ensino diferenciado é, há décadas, uma espécie de uni-córnio no seio da comunidade educacional em escala global.

Fala-se muito e recorrentemente dele, está patente em muitos dos discursos da pedagogia e da política na área educa-cional, mas raramente ultrapassa o nível da desejabilidade. Todos o querem, mas poucos conseguem dar passos sustenta-dos na sua direção.

A minha perspectiva sobre o ensino é que ele consiste em um conjunto com geometria variável de elementos que se combinam harmoniosamente. Esses elementos são de ordem científica, téc-nica, pedagógica, didática, comunica-cional, relacional e de gestão compor-tamental. O bom professor tem a arte de combinar sinergicamente esses elemen-tos, colocando-os a serviço da promoção de mais e melhores aprendizagens dos seus alunos.

Em termos muito pragmáticos, o ensino diferenciado consiste em uma aborda-gem educativa segundo a qual os pro-fessores adaptam a sua instrução em função das características dos seus alu-nos em sala de aula, nomeadamente no

que diz respeito aos seus níveis de pre-paração, interesses, motivação, perfis e ritmos de aprendizagem. Nesta perspec-tiva, o foco de atuação do professor situ-a-se sempre do lado da aprendizagem, e em função dela é que se constroem e aplicam as estratégias, táticas e opera-cionalizações do ensino. Toda a aborda-gem do professor é norteada pelas carac-terísticas e necessidades dos alunos.

A diferenciação do ensino tem que ser promovida em uma perspectiva que ultrapasse as paredes da sala de aula. Para que exista coerência, articulação e sinergia, a diferenciação deverá veri-ficar-se ao nível da escola, em todas as salas de aula. A articulação e a partilha são indispensáveis para que se obtenha sucesso nesse domínio. Pretende-se que o professor exerça a sua atividade como um catalisador das competências de cada um dos seus alunos e que partilhe com os outros professores os seus suces-sos e os seus percalços.

A mais óbvia razão para diferenciar o ensino é a de que os seres humanos são diferentes. Os professores reconhe-cem que cada aluno é único e merece cuidados diferentes e adaptações da

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aprendizagem para atender às suas necessida-des, interesses, habilidades e atitudes. O ensino diferenciado possibilita a todos os estudantes o desenvolvimento do seu potencial, indepen-dentemente de serem dotados de habilidades, de estarem na média ou de terem dificuldades de aprendizagem. Como última razão, defende-mos que, pela via do ensino diferenciado, os pro-fessores terão a oportunidade de ampliar o seu conhecimento sobre como seus alunos apren-dem de modo mais eficaz, eficiente e significa-tivo. Na verdade, o investimento no ensino dife-renciado propiciará alteração do modelo mental do professor sobre a aprendizagem e o seu tra-balho como facilitador desse processo. A tônica passará a ser colocada ao lado da aprendizagem, não do ensino.

Sem a pretensão de esgotar o assunto, é possível identificar alguns dos elementos infraestruturais para que ocorra ensino diferenciado: a) conhe-cer os alunos; b) compreender profundamente o currículo a trabalhar com os alunos; c) propor-cionar diversos caminhos para a aprendizagem; d) estabelecer uma parceria com os alunos para que a aprendizagem ocorra; e) usar uma abor-dagem reflexiva e flexível em todo o processo de ensino-aprendizagem.

Tendo em mente todas as vantagens enuncia-das, por que motivo continua a ser tão difícil operacionalizar o ensino diferenciado nas nos-sas escolas? Ainda por cima depois de debater essa questão em escala global há décadas?

As dificuldades de operacionalização de ensino diferenciado por parte da maioria dos professo-res devem-se a fatores como: a) efetiva dificul-dade acrescida em adotar essa abordagem; b) deficiências dos cursos de formação inicial de pedagogia; c) debilidade da abordagem dessa temática e das correspondentes técnicas na for-mação continuada; d) ausência dessa prioridade ao nível da estratégia e da ação concreta de mui-tas das lideranças das escolas.

No entanto, provavelmente o maior obstáculo à diferenciação do ensino na prática de sala de aula relaciona-se à ausência, por parte dos pro-fessores, de modelos e de estilos de ensino den-tro dessa perspectiva. Na verdade, em grande medida, nós, professores, ensinamos como fomos ensinados. Construímos, de forma consciente ou não, os nossos estilos de ensino, de acordo com os exemplos dos nossos profes-sores. Se esses modelos foram magistrais, ensi-

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nando a todos como se fossem um só, é mais difícil adotar na relação pedagó-gica uma postura e uma ação persona-lizadas e diferenciadoras.

Faltam, portanto, modelos inspiradores do passado que nos ajudem a adotar no presente um ensino diferenciado com nossos alunos. Em face disso, temos que construir esses modelos e apostar fortemente na identificação e na repli-cação de boas práticas que contribuam para inspirar os professores e para os ajudar a promover um ensino diferen-ciado. Não basta dizer a eles que essa diferenciação é muito vantajosa. É pre-ciso ajudá-los a identificar e adotar as técnicas necessárias para promover esse tipo de ensino.

Muitos dos professores querem avan-çar por essa via, mas não sabem como fazê-lo. Estão prisioneiros dos modelos de ensino de quando eram alunos, pela ausência de incentivos e pela debili-dade de exemplos. Há todo um trabalho a fazer que só chegará a bom porto caso seja possível constituir uma coligação de vontades, consensualizar uma estratégia e levá-la sustentadamente à prática.

Uma comunidade de aprendizagem em que existam vasos comunicantes entre as escolas, as universidades, outras ins-tituições de pesquisa, editoras e mídia constituirá um ambiente com grande potencial para conseguir, mais rápida e sustentadamente, produzir, aperfeiçoar e disseminar modos de operacionaliza-ção de ensino diferenciado.

Teremos o engenho e a arte que nos permitam com sabedoria levar essa estratégia à prática?

Se conseguirmos, daremos um contri-buto muito substantivo para a melho-ria da qualidade da educação no nosso Brasil, para que os nossos professores sintam-se realizados profissionalmente e, sobretudo, para proporcionarmos aos nossos alunos melhores aprendi-zagens e com maior impacto nas suas vidas pessoais e profissionais.

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Renato CasagrandeDoutorando em Educação, mestre em Administração, licenciado em Matemática, especialista em Recursos Humanos e Gestão Educacional. Sócio-diretor da Alleanza Brasil. Presidente da Associação Brasileira de Coaching Educacional

Como o

coaching pode

contribuir para

o planejamento

estratégico

Meu objetivo central neste artigo é promover uma reflexão sobre um ponto que considero fundamen-

tal e muito pertinente para o atual momento das organizações educacio-nais. Trata-se de garantir que as pes-soas envolvidas se comprometam com o plano estratégico da instituição.

Há um bom tempo, venho acompa-nhando a angústia de muitos mante-nedores e gestores educacionais no que diz respeito à dificuldade de criar uma cultura de planejamento nas suas instituições. Costumo dizer que somos mais afeitos ao “fazejamento” do que propriamente ao planejamento. Mui-tas instituições, nesse sentido, inves-tem vultosas quantias na contratação de consultorias especializadas, gas-tam tempo e energia com a elaboração de planos estratégicos e, em seguida, observam que boa parte dos recursos investidos foi em vão. Muitos planos, por mais bem elaborados que tenham sido, não conseguiram sair do papel.

Proponho a discussão de questões muito simples. Por que não consegui-mos executar o que planejamos? Onde estamos errando? Erramos na meto-dologia? Erramos nos diagnósticos? Enfim, a pergunta que nos inquieta é: por que não conseguimos implemen-tar um bom planejamento estratégico em nossas instituições educacionais?

Ouso, aqui, discorrer um pouco sobre o que tenho estudado e vivenciado, na qualidade de pesquisador, gestor ou consultor responsável pela condu-ção da elaboração do planejamento estratégico em muitas instituições de ensino. O problema maior não está no planejamento em si, mas na sua exe-cução. E quando falamos da execução, é claro que nos reportamos às pessoas que trabalham na instituição: gestores, assessores, professores e funcionários. Mais do que elaborar um bom plano, portanto, é preciso fazer com que as pessoas assimilem a sua importância e assumam o desafio de mudar suas práticas, de modo a adotá-lo, de fato, como uma bússola norteadora na exe-cução de suas ações na escola. Assim, acredito que o maior desafio de uma instituição educacional no processo de implementação de novas estraté-gias está calcado na execução.

As estratégias são decididas, os obje-tivos e metas são acordados, os planos de ação são estruturados, no entanto não conseguem ser executados. As ati-vidades não são feitas no tempo pre-visto. A rotina e o cotidiano da escola parecem ter um poder muito maior na execução do que na fase da concep-ção do plano. Em entrevistas com ges-tores, frustrados com essa realidade, tive a oportunidade de identificar que a principal causa é a falta de compro-metimento das pessoas responsáveis pelos projetos delineados no plano.

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O que fazer para garantir esse com-prometimento? Para responder a essa pergunta, dedico-me, há muito tempo, a identificar estratégias que possam ser incorporadas no cotidiano das organizações e que consigam, assim, aumentar o comprometimento das pessoas e levar a cabo o famoso plane-jamento estratégico.

Nesse momento, é importante lem-brar que a cultura de uma institui-ção é fator decisivo no que se refere à garantia de sucesso da implanta-ção de uma estratégia. Essa opinião é endossada por muitos líderes que culpam a cultura organizacional pelo fracasso das iniciativas e mudanças estratégicas propostas pela institui-ção. Uma estratégia que esteja em descompasso com a cultura não tem futuro. Aliás, na briga com a estraté-gia, a cultura sempre vence.

Como sabemos, a cultura é o sistema de crenças e valores dentro do qual as primeiras são pressupostos bási-cos, concebidos como verdade pelos membros de uma organização. Os valores, por sua vez, são consequ-ência das crenças e, portanto, ado-tados como orientadores das ações ou comportamentos das pessoas nas organizações. Logo, se não for-mos capazes de desafiar essas cren-ças e esses valores, teremos gran-des dificuldades de mudar o modus operandi que determina o trabalho dos colaboradores na organização. A propósito, convém lembrar o que disse, certa vez, Millôr Fernandes: “a verdade é tudo o que vem a favor do que eu acredito”. Se não questionar-mos, com rigor, o que os membros da instituição têm como verdade, será difícil convencê-los a abraçar novas estratégias e adotar caminhos dife-rentes. Vamos, mais uma vez, nadar, nadar e morrer na praia. ©

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No meu livro Valores organizacionales: un análi-sis en el contexto educativo, publicado pela IIPE – Unesco, de Buenos Aires, escrevo sobre os resul-tados de uma pesquisa que fiz sobre os aspectos culturais no setor educacional, os quais se cons-tituem, muitas vezes, em fatores impeditivos e de resistência para a promoção de mudanças nas organizações educacionais. Nessa pesquisa, encontrei elementos suficientes para afirmar que o comportamento dos membros da organi-zação é que constitui o fator de maior resistência para a implementação de estratégias bem-suce-didas nas instituições educacionais.

Em estudos que fiz após essa pes-quisa, encontrei nas metodologias de coaching, especialmente aque-las desenvolvidas para o setor edu-cacional, um caminho que parece bastante eficaz para enfrentar esse problema e, assim, conseguir a pro-moção de mudanças comportamen-tais nas pessoas que compõem a equipe responsável pela execução do plano estratégico.

De que forma o coaching pode con-tribuir para essas questões? Ele serve como um desafiador, um estimu-lador para que as pessoas se dispo-nham a mudar seus hábitos e ado-tar novos modelos de execução das suas atividades baseados no projeto estratégico da instituição. Ao incitar questionamentos e levar os mem-bros da organização a reflexões mais profundas, o coaching, quando bem aplicado, pode mudar, em parte, a mentalidade das pessoas sobre o seu verdadeiro papel na instituição.

Portanto, observo ter sido benéfico implantar um programa de coaching em equipe como a primeira fase no processo de plano estratégico. É durante esse programa que se conse-gue, na maioria dos casos, sensibili-zar as pessoas envolvidas nesse pro-cesso de planejamento. Discute-se, nessa fase, a necessidade de romper condutas automatizadas e atenuar a tendência de as pessoas agirem con-forme uma mentalidade preestabele-cida. Questionam-se o poder da men-talidade e o modo como as pessoas fazem suas escolhas na vida pessoal e na instituição em que trabalham.

Para que a metodologia de coaching realmente contribua para alavancar o comprometimento dos membros da organização, é fundamental recorrer a ferramentas específicas que permitam a participação efetiva das pessoas na construção da nova mentalidade.

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Uma das principais instituições de ensino do País, o Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal ) atua em diversas cidades do estado pau-lista desde 1997. Nos últimos três anos, a institui-

ção investiu em tecnologia para estruturar seu crescimento e obteve ótimos resultados, com um aumento significativo em seu quadro de alunos. Dentre as novidades, destaca-se o recém-adotado Sistema de Gestão TOTVS.

“Nosso crescimento nesses últimos anos ultrapassou 50% no número de alunos, e somente com um sistema integrado e moderno como o da TOTVS conseguimos, em um prazo tão curto, gerir essa expansão e nos capacitar para manter esse nível de crescimento”, diz Nilson Leis, pró-reitor admi-nistrativo do Unisal. Ao todo, oito unidades e aproximada-mente 900 colaboradores, entre docentes e técnicos admi-nistrativos, são usuários das soluções TOTVS.

Gestão e sustentabilidade

Unisal adota soluções TOTVS para centralização da gestão em um único sistema, visando a garantir mobilidade e segurança da informação

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O Unisal conta com a TOTVS desde 1998, quando implementou a solução especia-lista em educação completa, automati-zando processos de matrícula e rematrí-cula, controle de frequência, montagem de grades curriculares, expedição de diplomas e processo seletivo. Com isso, foi possível disponibilizar um portal para acesso de alunos e professores com his-tórico de notas e faltas, materiais de aula, informações gerais e requerimentos online. O portal também é integrado com o módulo de Recursos Humanos, que analisa e calcula diretamente na folha de pagamento as horas de aulas dos profes-sores, eliminando erros e retrabalho. A partir de 2010, a instituição aprimo-rou ainda mais sua gestão, adotando os módulos de back office e operando 100% no ERP da companhia. Todos os processos (financeiro, contábil, fiscal, patrimonial, faturamento, contratos, planejamento, de compras e controle orçamentário, entre outros), foram agre-gados à solução em uso. A otimização dos recursos, obtida especialmente com o controle de inadimplência e a retenção de alunos, fez com que o próximo passo viesse de forma natural. Um ano depois, toda a solução passou a ficar hospedada no Data Center da TOTVS, o que permi-tiu a centralização e integração de todas as unidades do Unisal, além de mais agi-lidade e segurança para as informações do grupo. “Decidimos pela unificação de forma colegiada, analisando vários sis-temas existentes no mercado e optando por aquele com maior aderência e apro-vação dos usuários. Além disso, contou muito a relação de parceria e qualidade do atendimento”, conta o pró-reitor. Atualmente, mais uma inovação está sendo disponibilizada. O portal web, vol-tado a alunos e professores, poderá ser acessado através de dispositivos móveis, conferindo agilidade e tornando dinâ-mica a visualização de tudo o que envolve as rotinas acadêmicas. Como a ferramenta é 100% integrada ao software de gestão TOTVS para o segmento educacional, todas as informações recebidas são auto-maticamente repassadas ao ERP, garan-tindo uma comunicação perfeita e total-mente segura quanto aos dados gerados.

“A TOTVS investe para estar sempre à frente das necessidades dos seus clientes e das novas gerações que, irremediavelmente, acabam passando por instituições de ensino. Ver tudo isso colocado em prática com tama-nho sucesso é um privilégio para nós”, afirma William Oliveira, CEO da TOTVS Interior Paulista. Hoje, o Centro Universitário conta com 40 cursos na graduação e mais de 130 na pós-graduação stricto sensu, incluindo mestrado em Educação e Direito. Dentre os cursos mais pro-curados estão direito, engenharias, administração e psicologia. Porém, anualmente, a instituição avalia as necessidades e demandas existentes e oferece novos cursos à comunidade. O Unisal também atua como entidade filantrópica e concede hoje mais de R$ 20 milhões anuais em bolsas de estudo e para assistência social. “Encontramos na TOTVS um parceiro de negócios que nos ajuda a continuar oferecendo ensino de qualidade através da tecno-logia e aperfeiçoamento constante dos seus produtos”, conclui Leis. www.totvs.com

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Ciência, tecnologia E ALEGRIA

Nos meses de novembro e dezembro, várias escolas do SESI no Brasil realizaram o II Torneio Internacional FLL

de Robótica. A competição é realizada em parceria com o Grupo LEGO e a organização americana FIRST (For Inspiration and Recognition of Science and Technology). A disputa propõe que estudantes sejam apresentados ao mundo da ciência e da tecnologia de forma divertida, por meio da construção de robôs feitos inteiramente com peças LEGO® e programados com a tecnologia LEGO® Mindstorms®.

Como operador nacional do Torneio Fisrt Lego League, o SESI abre as por-tas de suas escolas para receber crian-ças e adolescentes de 9 a 16 anos de escolas públicas, particulares e times de garagem. Todas as equipes che-gam com muita alegria e comparti-lhando conhecimentos. A competição é alicerçada por valores da FIRST, que precisam ser praticados por todos os participantes:• Somos uma equipe.• Nós trabalhamos para encontrar solu-ções com a orientação de nossos téc-nicos e mentores.• Nós honramos o espírito de compe-tição amigável.

• Nós exibimos Gracious Professionalism ® em tudo que fazemos. • O que descobrimos é mais impor-tante do que o que ganhamos.• Nós sabemos que nossos treinadores e mentores não têm todas as respostas, nós aprendemos juntos.• Nós nos divertimos.

A cada ano é escolhido pela organi-zação internacional um tema, ao qual os participantes devem direcionar sua atenção e energia a fim de realizar um projeto de pesquisa que busca a solu-ção de um problema da comunidade. No desafio FLL WORLD CLASS, as equipes redefinem os modos como o conhecimento e as habilidades para o século XXI são adquiridos. Em 2014, as equipes escolheram um tema de seu interesse e criaram uma solução ino-vadora que aperfeiçoa a experiência de aprendizado. E, é claro, ao final, com-partilharam essa solução.

O Torneio de Robótica FLL é mais que uma simples competição. A iniciativa faz parte de um processo de apren-dizagem em que alunos e professo-res aprendem juntos conteúdos de física, química, biologia, matemática e tecnologia. De maneira criativa, os competidores buscam soluções ino-vadoras para problemas reais: plane-jam, projetam, constroem e progra-mam robôs. A proposta é despertar o interesse de crianças e adolescen-tes para as carreiras de engenharia e tecnologia. Nas provas seguintes, as equipes são avaliadas por engenhei-ros, técnicos e psicólogos de grandes empresas, e também por pedagogos, professores e alunos universitários, entre outros. Os itens avaliados são:

Competição amigável e troca de conhecimentos

marcam o início da segunda edição do

Torneio Internacional FLL de Robótica

Anete Maria de OliveiraAnalista de Projetos Educacionais do SESI/MG

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• Design do robô: as equipes apresen-tam o desenho mecânico, a estratégia adotada e a programação desenvolvida;• Projeto de pesquisa: um problema do mundo real é pesquisado, conforme o tema do desafio. Soluções inovadoras são criadas, experimentadas e com-partilhadas com os outros; • Core values: os alunos aprendem que competição amigável e ganho mútuo não são objetivos distintos e que aju-dar um ao outro é fundamental para o trabalho em equipe. Essa é a única categoria eliminatória;• Desafio do robô: são três partidas de 2 minutos e 30 segundos para executar missões na mesa de competição com robôs autônomos.

Em Minas Gerais, a competição con-tou com a participação de 32 times de instituições do estado, que desfilaram excelentes projetos de pesquisa e robôs incríveis. Algumas das equipes premia-das: Escola Particular de Uberlândia; Colégio SESI de São Gonçalo do Sapu-caí; Colégio SESI de Contagem; Escola pública de Itajubá; Escola SESI Oné-simo Becker; Escola SESI Barbacena; Escola Pública Municipal de Maria da Fé; Escola SESI de Sete Lagoas; Escola SESI de Sabará; Escola SESI São João del-Rei; Escola SESI Uberlândia; Time de Garagem de Cachoeira de Minas; e Escola Particular de Uberlândia.

Os times vencedores irão à Brasília, nos dias 13, 14 e 15 de março, participar da etapa nacional, com possibilidades de marcar presença em torneios interna-cionais em 2015, nos Estados Unidos, Canadá, Alemanha ou em outros paí-ses da Europa. Já aguardamos ansio-sos a 3a edição da competição, que terá o tema Trash trek, e as equipes irão explorar o fascinante mundo do lixo. “Desde a coleta, passando pela triagem, a produção inteligente e reutilização, há mais no lixo do que vemos”. Já pode-mos prever as grandes aprendizagens e surpreendentes soluções para o lixo no mundo. Visite a página no Facebook: www.facebook.com/torneiofllbrasil.

www.fiemg.com.br/sesi

A disputa propõe que estudantes sejam apresentados ao mundo da ciência e da tecnologia por meio da construção de robôs feitos com peças LEGO

As equipes são avaliadas por engenheiros, técnicos, psicólogos e também por pedagogos, professores e alunos universitários

Em Minas Gerais, a competição contou com a participação de 32 times de instituições do estado

A proposta do Torneio é despertar o interesse de crianças e adolescentes para as carreiras de engenharia e tecnologia

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Assessoria de Comunicação

Celebração e clima de despedida na festa de fim de ano do Sinepe/ES

Encerrando mais um período de muito trabalho, o Sinepe/ES pro-moveu, no dia 28 de novembro, sua tradicional confraterniza-

ção de fim de ano, no Itamaraty Hall, em Vitória. Na ocasião, foram entregues a Comenda Aristóbulo Barbosa Leão 2014 para o presidente do Conselho Estadual de Educação, Artelírio Bolsanello, e a premiação do 8º Sinepe em Ação.

Estiveram presentes na festa o secretário de Estado da Educação, Klinger Marcos Barbosa Alves; os deputados federais Lelo Coimbra e César Colnago; o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho (Sectti), Alberto Farias Gavini Filho; o presidente do CRA/ES, Marcos Félix Loureiro, e demais diretores do Sinepe/ES, além de mantenedores e diretores de escolas.

Em sua fala, o presidente do Sinepe/ES, Pe. João Batista Gomes de Lima, anun-ciou sua renúncia, pois assumirá a reito-ria do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo. “Recebi o convite da Pro-víncia Camiliana Brasileira e foi difícil tomar essa decisão. Após me reunir com diretores de escolas, o vice-presidente do Sinepe e o Conselho Consultivo, perce-bemos que isso não atrapalharia a cami-nhada do Sindicato, que está bem estru-

turado em seus processos de gestão e confiabilidade”, afirmou.

Pe. João também aproveitou a sole-nidade para fazer um breve balanço de 2014. Entre os pontos abordados, o 4º Congresso Educacional e a viagem ao Chile, oportunidade que diretores e mantenedores afiliados tiveram de imersão no sistema educacional chileno. Além disso, frisou a articulação política em conjunto com a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep). “For-mamos uma base parlamentar para que tenhamos representantes do setor parti-cular de ensino em Brasília”, disse.

COMENDA

Neste ano, o Sinepe/ES homenageou com a Comenda Aristóbulo Barbosa Leão o presidente do Conselho Estadual de Educação, Artelírio Bolsanello, que rece-beu a honraria das mãos do presidente do Sindicato, do secretário da Sedu, Klinger Marcos Barbosa Alves, e dos deputados federais César Colnago e Lelo Coimbra. “Quero compartilhar os méritos dessa conquista com todos os servidores do órgão que represento no momento. Por-tanto, não é uma homenagem ao Artelí-rio, pessoa física, mas ao Conselho Esta-dual de Educação”, analisou.

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SINEPE EM AÇÃO

Em sua 8ª edição, o Sinepe em Ação 2014 premiou as seguintes instituições: Creche Idade Criativa, Centro Educacio-nal Recriar, Centro Educacional Viver, Mundo Ciranda, Sociedade Educacio-nal Capixaba, Colégio Marista Colatina, Instituto de Pesquisas Educacionais, Sasebe, Faculdades Integradas de Ara-cruz, Faculdade Pio XII e Doctum Vitória. A entrega dos troféus e certificados aos vencedores foi realizada na festa de fim de ano do Sindicato, no dia 28 de novem-bro, no Itamaraty Hall.

Líder da categoria Educação Infantil, a Creche Idade Criativa ganhou com o projeto Brincadeiras e Engenhocas. “As crianças criam objetos com materiais de descarte de casas, indústrias e empre-sas. Os alunos escrevem e desenham o que querem e, junto com o professor, o projeto se torna realidade. É um orgulho sermos premiados. As crianças preci-sam ser acreditadas”, disse Alessandra Paganoto, diretora da Creche.

Na Educação Básica, o Instituto de Pes-quisas Educacionais levou o primeiro lugar com o projeto Árvore do Consumo Consciente, e também o segundo, com o Reflorestamento – Bosque do Futuro. De acordo com a fundadora da escola, Luizette Bittencourt, ambos fazem parte das ideias de responsabilidade social e ambiental. Neles, os estudantes plantam hortas e distribuem cestas básicas, entre outras ações.

A Doctum Vitória foi a vencedora no Ensino Superior com o projeto Edu-cação Financeira para a Comunidade, que gerou o livro Administrando suas finanças em tempos de crise. “Sentimos a necessidade de fazer um projeto que mostrasse à população como ela pode viver bem com o que tem. A ideia virou livro com dicas simples. Há também o projeto Finanças Kids. É importante que as crianças comecem desde cedo a lidar com esse assunto”, afirmou Marilete Marques, aluna de Administração que representou a faculdade.

www.sinepe-es.org.br

A entrega da Comenda Aristóbulo Barbosa Leão e a premiação do 8º Sinepe em Ação aconteceram durante a festa de confraternização do Sinepe/ES

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