o fortalecimento do músculo tibial anterior na prevenção da
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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
THAÍS MENDES DE AGUIAR SYLLOS
O FORTALECIMENTO DO MÚSCULO TIBIAL ANTERIOR NA PREVENÇÃO
DA FRATURA POR ESTRESSE DE TÍBIA EM MARATONISTAS.
RIO DE JANEIRO
2008
THAÍS MENDES DE AGUIAR SYLLOS
O FORTALECIMENTO DO MÚSCULO TIBIAL ANTERIOR NA PREVENÇÃO
DA FRATURA POR ESTRESSE DE TÍBIA EM MARATONISTAS.
Monografia de Conclusão do Curso de Fisioterapia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito para obtenção do título de Fisioterapeuta.
Orientador: Profª. Erica Cardaretti do Nascimento
Vieira.
RIO DE JANEIRO
2008
THAÍS MENDES DE AGUIAR SYLLOS
O FORTALECIMENTO DO MÚSCULO TIBIAL ANTERIOR NA PREVENÇÃO
DA FRATURA POR ESTRESSE DE TÍBIA EM MARATONISTAS.
Monografia de Conclusão do Curso de Fisioterapia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito para obtenção do título de Fisioterapeuta.
Aprovada em: ____/____/2008.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
Prof. Esp. Erica Cardaretti do Nascimento Vieira
______________________________________________________
Prof. Esp. Leonardo Esteves Natal
______________________________________________________
Prof. Esp. André Luiz Montillo
Dedico este trabalho aos meus pais, João Paulo e Teresinha, e ao meu
irmão Alexandre, por me proporcionarem a oportunidade do ingresso a faculdade
de Fisioterapia e poder hoje concluí-la com este trabalho, e mesmo estando
longe, me dão todo apoio, incentivo e muito carinho sempre.
A minha supervisora de estágio e amiga Bianca Brandão da Cunha, pela
orientação, a imensa ajuda, pela paciência que teve comigo durante a realização
deste trabalho e por tudo que você fez e faz por mim.
Agradecimentos
Agradeço a todas as pessoas que de alguma maneira, contribuíram para
realização deste trabalho. A profª. Erica Cardaretti do Nascimento Vieira, agradeço
pela excelente orientação, disponibilidade e dedicação para realização dessa
monografia, obrigada por tudo.
Agradeço a todos os professores do curso de graduação de Fisioterapia da
Universidade Veiga de Almeida, tudo que aprendi nesses quatros anos, devo a
vocês. Obrigada por todo ensino, apoio incentivo e carinho.
Aos meus familiares, por todo o apoio que me deram durante esses quatros
anos.
Aos meus amigos, por estarem sempre comigo durante esses quatro anos, e
que nesta nova jornada, espero continuar com vocês sempre.
“Você pode correr usando apenas as pernas, no
entanto, para ir mais longe, precisará também da cabeça.”
-Márcio Dederich-
SUMÁRIO
RESUMO...........................................................................................................07
INTRODUÇÃO...................................................................................................08
CAPÍTULO 1 MARATONA 1.1 Histórico....................................................................................................10 1.2 Definição....................................................................................................11 1.2.1 Regras básicas........................................................................................12 1.3 Biomecânica da corrida...........................................................................12 1.3.1 Ação muscular na biomecânica da corrida..............................................15
1.4 Principais lesões dos maratonistas........................................................16 1.5 Contra-indicações da Maratona...............................................................17
CAPÍTULO 2 FRATURA POR ESTRESSE DE TÍBIA
2.1 Definição...................................................................................................18 2.2 Incidência..................................................................................................19 2.3 Etiopatogenia............................................................................................21 2.4 Causas, Sinais e Sintomatologia............................................................22 2.5 Diagnóstico...............................................................................................23 2.5.1 Diagnóstico diferencial entre Fratura por estresse de tíbia e Síndrome do
estresse tibial medial (SETM)...........................................................................28
CAPÍTULO 3 FORTALECIMENTO DO TIBIAL ANTERIOR COMO FORMA DE
PREVENÇÃO DA FRATURA POR ESTRESSE DE TÍBIA
3.1 Anatomia e biomecânica da articulação do tornozelo e pé..................30 3.1.1 Anatomia e biomecânica do Tibial Anterior..............................................30
3.2 Fortalecimento do tibial anterior na prevenção da fratura por estresse de tíbia...................................................................................................................32 3.3 Medidas preventivas da fratura por estresse de tíbia...........................34 3.4 Processo preventivo.................................................................................36 3.5. Níveis de prevenção.................................................................................36
CONCLUSÃO....................................................................................................38
REFERÊNCIAS.................................................................................................39
ÍNDICE DE FIGURAS
CAPITULO 1
Figura 01 Tipos de pé e pisadas...............................................................13
Figura 02 Fases da corrida.......................................................................14
CAPITULO 2
Figura 03 Ressonância magnética de joelho............................................24
Figura 04 Ressonância magnética de joelho direito.................................24
Figura 05 Cintilografia óssea de tíbia........................................................25
Figura 06 Cintilografia óssea de tíbia com alterações..............................25
Figura 07 Cintilografia óssea de tíbia com fratura por estresse................26
CAPITULO 3
Figura 08 Tibial anterior...........................................................................31
ÍNDICE DE TABELAS
CAPITULO 2
Tabela 01 Fatores intrínsecos e extrínsecos...........................................19
Tabela 02 Principais sítios de fratura de estresse em atletas..................20
Tabela 03 Classificação das fraturas por estresse...................................27
RESUMO
Este trabalho é uma revisão de literatura e tem o como objetivos, demonstrar a
biomecânica do tornozelo e pé durante a corrida e verificar a intervenção do
fortalecimento muscular do tibial anterior como forma preventiva da fratura por
estresse de tíbia em maratonistas, lesão que está cada vez mais freqüentes no meio
desportivo, onde o aumento da carga de trabalho imposta por uma maior
competitividade afeta grande número de atletas, sendo a principal responsável pela
diminuição do rendimento desportivo.
8
Introdução
Em relação ao esporte, além do talento individual, um treinamento físico
específico é necessário para a obtenção do sucesso. Os atletas, profissionais e
amadores, se dedicam por horas nos treinamentos e em exercícios físicos e
com uma melhor forma física tendem melhorar seu desempenho na sua
modalidade esportiva. As fraturas por estresse são eventos secundários a
vários dias de treinamento intenso, associado ao aumento da carga de trabalho
(BRASIL, 2001).
Os corredores de maratonas (maratonistas) são os atletas que mais têm
fraturas por estresse, onde a maior incidência são as fraturas por estresse de
tíbia. Esse tipo de fratura resulta de ciclos repetidos de carga, com forças
menores que aquelas aplicadas a um osso em uma única situação aguda de
carga suficiente para fraturá-lo (CASTROPIL, 2006).
De acordo com Stanitski et al. (1978), as fraturas por estresse só
acometem os seres humanos, cavalos e cachorros de corrida, ou seja,
organismos submetidos a treinamentos, com objetivo de alcançar o máximo do
rendimento na atividade executada. Em estudos epidemiológicos chegam à
conclusão de que essa patologia prevalece em atletas de esporte com impacto
repetitivo, como corridas, saltos e dança, sendo responsável por 10% das
lesões (BENNELL et al., 1996). A tíbia é o principal osso acometido pelas
fraturas por estresse, com incidência de 50% dos casos, sendo os corredores
os principais acometidos por fratura por estresse de tíbia (RETTIG et al., 1988).
O fortalecimento da musculatura do tibial anterior é recomendado no
tratamento da fratura por estresse de tíbia e é indicado tanto para prevenção
como no tratamento pós-fratura. O trabalho de força e resistência desse grupo
muscular oferece uma melhor base muscular e reduz o surgimento da fadiga
muscular. Por esses motivos, o fortalecimento da musculatura tibial anterior é
relevante para uma melhora do condicionamento e resistência muscular
8
necessária à prática da maratona, evitando a fadiga muscular e prevenindo a
fratura por estresse de tíbia nestes praticantes (AUGUSTI, 2004).
A escolha do tema foi para demonstrar porque os maratonistas geralmente são
os mais acometidos pelas fraturas por estresse de tíbia. Nestes atletas, os
exercícios repetitivos realizados para aprimoramento do gesto esportivo, o aumento
da carga da corrida, o treinamento em terrenos irregulares e a falta de um
fortalecimento muscular adequado sobrecarregam a musculatura, nos quais geram
maior impacto articular devido ao excesso de treinamento e descanso inadequado,
levando assim à microfratura, evoluindo para fratura por estresse (PASTRE et
al.,2004).
Este trabalho, que é uma revisão de literatura com base em livros textos e
artigos publicados em revistas científicas nas línguas portuguesa e inglesa
encontrados nas Bibliotecas da Universidade Veiga de Almeida, do Centro de
Ciências da Saúde na Universidade Federal do Rio de Janeiro, da Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro e Pesquisa on-line nas bases de dados Bireme,
Pubmed, Scielo, no período de Junho de 2008 à Dezembro de 2008 e tem o intuito
de relacionar a eficácia do fortalecimento do tibial anterior na prevenção da fratura
por estresse de tíbia em maratonistas.
O presente estudo tem como objetivos, demonstrar a biomecânica do tornozelo
e pé durante a corrida e verificar a intervenção do fortalecimento do músculo tibial
anterior como forma preventiva da fratura por estresse de tíbia nesses atletas.
10
Capítulo 1 - Maratona
1.1– Histórico
Segundo Oliveira (2006), a maratona surgiu com um herói grego que,
segundo a lenda, sacrificou sua vida para percorrer os 40 km entre as
cidades de Maratona e Atenas, na Grécia. O corredor era Pheidíppides que
correu a distância para levar a notícia da vitória grega sobre os persas, no
ano 490 antes de Cristo. Mas não era só Pheiddipedes que corria, já que a
preparação física era fundamental no exército ateniense. E foi graças à
corrida que eles derrotaram os Persas em Maratona.
O plano persa era desembarcar na planície de maratona, derrotar o
pequeno exército ateniense e então dar a volta pela costa para invadir
Atenas pelo sul desprotegido. Eram menos de 10 mil atenienses que,
sabendo da má notícia trazida por Pheidippides, resolveram fazer um
ataque rápido ao exército de mais 25 mil persas que havia desembarcado
na planície de Maratona (OLIVEIRA, 2006).
O ataque surpresa foi bem sucedido e os persas foram expulsos. Após
isto, iniciou-se a navegação dos persas por 8-10 horas até a praia de
Phaleron que acreditavam estar desprotegida. Foi aí que os atenienses
precisaram usar todo o seu preparo físico. Depois de uma batalha que havia
durado um dia inteiro, eles teriam que correr aproximadamente 40 km até
Phaleron para impedir o desembarque persa (CLARKE, 1999).
Nesta maratona os primeiros atenienses conseguiram alcançar
Phaleron entre 5-6 horas e, uma hora antes dos barcos persas chegarem,
os gregos já estavam na praia prontos para a batalha. Esta corrida foi
decisiva para a vitória. Os persas não acreditaram que, ao
11
chegar em Phaleron, encontrariam o exército ateniense. Apesar de serem mais
numerosos ficaram aterrorizados pelos atenienses que pareciam super-homens. A
frota persa navegou mais alguns dias procurando em vão um porto seguro para
desembarque e então se retiraram (OLIVEIRA, 2006).
A primeira maratona dos Jogos Olímpicos modernos foi realizada no ano de
1896, no percurso original, e seu vencedor foi Spiridon Louis com o tempo de
02:58:50 h, fazendo a média de 4min28sec por quilômetro (CLARKE, 1999).
Em 1908, nos Jogos Olímpicos de Londres, o percurso da maratona sofreu
uma alteração. O comitê organizador alterou a distância total em 42.195 metros,
para que a família real britânica pudesse assistir ao início da prova do jardim do
Castelo Windsor, distância que é mantida até hoje (FRIZZO, 2006; CLARKE, 1999).
Atualmente, o recorde mundial pertence ao queniano, Paul Tergat, de 34 anos,
que no dia 28 de setembro de 2003, em Berlim, estabeleceu o tempo de 02:04:55
(OLIVEIRA, 2006).
As mulheres também têm grandes participações nas maratonas. Segundo
Oliveira (2006), a estréia das mulheres nos Jogos Olímpicos aconteceu em 1984,
em Los Angeles, onde americana Joan Benoit Samuelson venceu a prova com o
tempo de 02:24 h, sendo que o primeiro resultado oficial de uma mulher em uma
maratona pertence a inglesa Violet Piercy, com o tempo de 03:40:22 h, em 1926. Até
o presente momento, o melhor resultado pertence à inglesa Paula Radcliffe, de 29
anos, atleta do ano pela IAAF - Federação Internacional de Atletismo em 2002, com
2 horas 17 minutos 18 segundos, resultado estabelecido em Chicago, no dia 13 de
outubro de 2005.
1.2– Definição
A maratona é a mais longa, desgastante e uma das mais difíceis e
emocionantes provas do atletismo olímpico. Ela é disputada na distância de 42,195
m desde 1908, e é uma modalidade olímpica que existe desde os primeiros Jogos
Olímpicos Modernos, sendo considerada a prova mais tradicional dos Jogos. A
prática de exercícios aeróbicos como a corrida, foi muito difundida nos anos 60,
quando foram encontrados os seus benefícios para a saúde. Portanto, o processo
de estimulação para a prática de corrida de rua se deu no sentido da sistematização
destas práticas corporais, até então de lazer, tornando assim, o tempo de não-
12
trabalho em período de treinamento, onde a cada dia devem-se cumprir etapas e
objetivos para que se tenha um melhor rendimento na modalidade esportiva
(FRIZZO, 2006).
1.2.1 - Regras Básicas
De acordo com Oliveira (2006), na maratona não se registra o centésimo. Os
tempos devem ser convertidos ao próximo segundo inteiro maior, por exemplo,
2h08min38s03, deve se converter para 2h08min39. Além disso, toda maratona é
realizada fora do estádio, pelas ruas da cidade e o percurso não pode exceder de
0,1%, ou seja, 42 metros para a maratona. A organização é obrigada colocar posto
de hidratação a cada cinco quilômetros.
1.3 – Biomecânica da corrida
Segundo Martin e Sanderson (2000), a corrida é uma atividade motora com
certo grau de dificuldade que envolve a ação de vários níveis do sistema nervoso,
com a contribuição de grande parte dos músculos do corpo envolvida no gesto motor
da corrida como os extensores de quadril no início do apoio, plantiflexores de
tornozelo no final da fase de apoio, flexores de quadril no final da fase de apoio e
início do balanço, e os músculos que absorvem o movimento ou desaceleradores
como tibial anterior na resposta de carga, quadríceps na fase de resposta da carga,
plantiflexores durante o médio apoio, isquiotibiais no final da fase de balanço, o que
requer coordenação da amplitude de movimento.
A biomecânica da corrida é complexa e compõe de muitas variáveis mecânicas
capazes de explicar como o corpo consegue administrar tamanho estresse. O tipo
de pisada, ilustradas na figura 1, interfere na posição do pé na aterrissagem da
corrida, e associados ao comprimento e freqüência das passadas, o ângulo de
flexão do joelho durante a fase de apoio no solo e a posição das articulações do pé
e tornozelo são alguns dos exemplos de variáveis mecânicas. Cada uma delas tem
seu valor nas forças que agem sobre o corpo durante a corrida, e qualquer mudança
resultará na modificação das forças de reação do solo sobre o organismo,
acarretando mudanças na corrida (LAURINO, 2006).
13
Fonte: www.lifetraining.com.br/imagens/pisadas.jpg
Figura 1 – Tipos de pé e pisadas.
Sendo assim, o movimento dos segmentos na corrida pode ser considerado
como uma ação harmônica para alcançar uma locomoção que apresente translação
do centro de massa com menor gasto de energia possível (GIBSON et. al, 1985).
A mudança no ciclo entre o caminhar e a corrida ocorre quando o período de
duplo apoio (os dois pés estão simultaneamente em contato com o solo) durante a
fase de contato dá lugar a dois períodos de fase aérea (nenhum pé está em contato
com o solo) no início e no fim da fase aérea da corrida; e uma característica
freqüentemente visualizada quando a velocidade aumenta é que o contato inicial se
altera da parte posterior para a parte anterior do pé (NOVACHECK, 1998).
De acordo com Gibson (1985), a corrida é uma atividade cíclica que requer
posicionamento repetitivo das extremidades inferiores. Esse ciclo é dividido em duas
fases: apoio e balanço (Figura 2).
De acordo com Dutton (2006), a fase do apoio descreve o tempo em que o pé
permanece em contato com o solo e o membro está suportando algum peso. Ele se
14
divide em cinco períodos: batida de calcanhar, aplainamento do pé, apoio
intermediário, impulsão do calcanhar e impulsão dos dedos.
Fonte: MOURA, 2003
Figura 2 – Fases da corrida.
A fase de apoio começa com o contato inicial do pé com o solo e termina
quando o pé ipsilateral deixa de tocar o solo. Nessa fase são feitas 2 tarefas, a
descarga de peso e o suporte simples (HAMILL e KNUTZEN, 1999).
A descarga de peso ocorre nos primeiros 10% da fase de apoio. O intervalo de
resposta de carga se inicia quando um membro estiver suportando algum peso e o
outro estiver passando pelo período de balanço. Os 40% restantes da fase de apoio
15
estão divididos dentro do apoio médio e final. O intervalo do apoio médio é
representado na primeira metade da tarefa do suporte simples do membro, e se
inicia quando um dos pés se eleva, prosseguindo até o peso do corpo se alinhar à
parte posterior do pé (DUTTON, 2006; HAMILL e KNUTZEN, 1999)
O intervalo de apoio final é a segunda metade da tarefa de apoio em um único
membro. Inicia-se quando o calcanhar do pé que estiver suportando o peso se
erguer do solo, prosseguindo até que o pé contralateral entre em contato com o solo
(LAURINO, 2006).
A fase do balanço envolve os movimentos anteriores do pé que estiver
suportando o peso. A gravidade e a força cinética são as principais fontes de
movimento durante a fase de balanço. Ela se divide em quatro intervalos: pré-
balanço, balanço inicial (aceleração), balanço médio e balanço final (desaceleração).
(GIBSON, 1985).
O pré-balanço representa a parte final da fase do balanço e a tarefa de apoio
em um único membro. O balanço inicial começa quando o atleta eleva o pé do solo
e termina quando o pé oscilante estiver defronte ao pé em apoio. A fase do balanço
médio inicia-se quando o pé oscilante estiver defronte para o pé em apoio,
terminando quando aquele se projetar para frente e a tíbia permanecer na posição
vertical (DUTTON, 2006).
1.3.1 – Ação muscular na biomecânica da corrida
No inicio da fase do balanço, o tibial anterior, extenso longo dos dedos e o
extensor longo do hálux se contraem concentricamente para manter o pé elevado.
Logo após essa fase, o fibular longo age de forma concêntrica evertendo o pé.
Quando a perna estiver perpendicular ao solo, o tibial anterior, o extensor longo dos
dedos e o extensor longo do hálux contraem-se concentricamente para fazer a
dorsiflexão e inversão do pé, preparando-o para o contato inicial (DUTTON, 2006).
Após o contato inicial, o tibial anterior trabalha excentricamente controlando a
descida do pé até o solo durante o intervalo de resposta a cargas. A atividade
excêntrica do tibial posterior controla a eversão calcânea, enquanto o gastrocnêmio
e o sóleo agem excentricamente limitando o movimento anterior da tíbia sobre o
tálus, e gerando forças propulsoras. (MANN, 1980).
16
A pronação no período de apoio permite absorção de choques, mudanças no
terreno e equilíbrio. O tríceps sural se torna ativo de novo, contraindo-se
excentricamente para controlar a dorsiflexão do joelho, durante o movimento anterior
do centro de gravidade (DUTTON, 2006).
Na fase final do apoio, o tendão do calcâneo se alonga e o tríceps sural contrai,
com dorsiflexão do tornozelo. Nesse ponto, o calcâneo se eleva e a ação dos
flexores plantares muda de contração excêntrica para concêntrica (ROOT et al,
1977).
A energia armazenada no tendão alongado ajuda a iniciar a flexão do plantar e
a propulsão. Na fase de propulsão, os dorsiflexores ainda estão ativos, gerando um
segundo pico na fase de apoio um pouco antes da retirada dos artelhos. Os
músculos intrínsecos do pé ficam mais ativos na fase de propulsão do apoio na
medida em que trabalham para deixar o pé rígido e estável, e controlar a depressão
do arco. A ação do gastrocnêmio, sóleo e a musculatura intrínseca do pé cessam na
retirada dos artelhos. O fibular longo proporciona a estabilidade necessária para
parte anterior do pé durante a propulsão (TEITZ et al,1997).
Na fase do balanço, o tibial anterior gera a única atividade muscular
significativa no tornozelo e pé, mantendo o pé elevado para que os artelhos não
caiam enquanto o membro faz o balanceio (DUTTON, 2006).
A atividade de flexão plantar aumenta após o contato do calcanhar com o solo
e domina toda a fase de apoio. Na porção de frenagem do apoio, os flexores
plantares atuam diminuindo excentricamente a descida vertical do corpo sobre o pé
(LAURINO, 2006).
Isso continua na fase de propulsão, quando os flexores plantares mudam para
uma contração concêntrica, somando-se à força condutora da corrida (HAMILL e
KNUTZEN, 1999).
1.4 - Principais lesões dos maratonistas
O atletismo diferencia-se das demais modalidades por empreender gestos
biomecânicos diversos devido à sua variedade de eventos, principalmente na
maratona. A exposição constante a fatores de risco e conseqüente instalação de
agravos originados pela sua prática, provocando diversas lesões nas articulações,
nos tendões, músculos e até fraturas ósseas. Por isso a necessidade de quantificar
17
as lesões desse esporte e, a partir daí, controlá-las e preveni-las, possibilitando não
só a melhora do desempenho, mas também a manutenção da saúde do atleta.
(PASTRE, 2004)
Segundo Souza (2006), os maratonistas são acometidos mais freqüentemente
nos membros inferiores. As lesões mais comuns em maratonistas são entorses
ligamentares, tendinite do tendão calcâneo, contusões (pancadas), distensões
musculares, fraturas por estresse em membros inferiores, cãimbra, síndrome do
estresse tibial medial, metatarsalgias, Neuroma de Morton e fascite plantar.
1.5 – Contra-indicações da maratona
As maratonas são contra-indicadas aos cardiopatas, pois é uma modalidade
esportiva em que o débito cardíaco e as freqüências cardíacas e respiratórias
tendem a aumentar (PASTRE, 2004).
São contra-indicados para a prática da maratona nos casos de angina instável,
infarto agudo do miocárdio (IAM) recente instável, hipertensão arterial
descompensada, gravidez de risco, bloqueios AV recentes, aneurisma dissecante,
tromboflebite, obesidade, diabetes melitus descompensada, embolias pulmonar ou
sistêmica recentes e afecções agudas infecciosas, metabólicas ou inflamatórias (Mc
ARDLE, 1998).
As lesões articulares e a osteoporose são contra-indicadas devido ao impacto
que cairá no osso fragilizado, o que sobrecarregaria ainda mais as articulações
(PASTRE, 2004).
18
Capítulo 2 - Fratura por estresse de Tíbia
2.1 – Definição
As lesões por sobrecarga são freqüentes na prática esportiva, podendo
acometer todo o aparelho locomotor. Quando elas afetam os ossos, podem receber
diversas denominações como: fraturas por estresse, por sobrecarga, por
insuficiência ou por fadiga (CASTROPIL, 2006).
Fraturas por estresse são fraturas parciais ocorridas em conseqüência de uma
sobrecarga de exercícios repetitivos, com a mesma intensidade no mesmo local,
promovendo pequeníssimas fraturas, chamadas microfraturas ou microtraumas
(SANTOS, 2007).
São consideradas lesões resultantes da incapacidade do osso de adaptar-se à
resposta da carga repetitiva durante o treinamento e o condicionamento físico
(SOUZA, 2004). Se o estresse for excessivamente mantido nesse osso, as
microfraturas podem evoluir para uma fratura completa (CANAVAN, 2001).
Esse tipo de fratura foi descrita originalmente no final de 1800 por médicos
militares muito antes do uso das radiografias. Ele descreveu os sinais clínicos, os
sintomas e a história natural do desenvolvimento das fraturas por estresse de
metatarsianos em soldados, os quais apresentavam dores persistentes nos pés, que
pioravam com a marcha prolongada do treinamento militar em que eram submetidos
(KNAPP, 1997).
Em 1958, houve a primeira descrição de fraturas de estresse em atletas, feita
por Devas, que baseou seus estudos em exames radiográficos, fazendo a
correlação do local de dor com as alterações radiográficas desses atletas
(CASONATO et al., 2005).
Com o aumento da freqüência e da intensidade das atividades físicas, os
diversos aspectos relacionados com as fraturas por estresse começaram a ser
estudados por Krivickas em 1997 na população fisicamente ativa, onde foram
observados os fatores intrínsecos e extrínsecos predisponentes, dispostos na tabela
1:
19
Fatores intrinsecos Fatores extrinsecos
Anatomia
Erros de treinamentos ou uso
inadequado de equipamentos).
Encurtamentos muscular
Hiperfrouxidão ligamentar
Tabela 01: Krivickas, 1997
As fraturas por estresse representam a fase final de um processo evolutivo que
começa com um desequilíbrio dos limites do corpo, em geral tem bom prognóstico e
seu tratamento deve visar sempre a reabilitação precoce com retorno gradual à
atividade esportiva (DUTTON, 2006).
2.2 – Incidência
A fratura por estresse é uma patologia que prevalece em atletas de esporte
com impacto repetitivo, como corridas, saltos, dança; sendo responsável por 10%
das lesões desportivas (BENNELL et. al., 1996). Essas fraturas podem acometer
diversos ossos, porém, é mais freqüente na extremidade inferior, tanto em crianças
como em adultos (KNAPP, 1997).
Até 40% dos pacientes são assintomáticos e o sítio mais comum de fratura de
estresse é a tíbia (Tabela 2), onde tende a ser multifocal em 87% dos pacientes,
sendo os corredores os principais acometidos em 50% dos casos (KEMPFER, 2004,
RETTIG et al.,1988).
Principais sítios de fratura de estresse em atletas:
20
Pacientes/Esportes Sítios
Maratonistas 1/3 distal da tíbia
1/3 distal da fíbula
2º e 3º metatarsos
Bailarinas fíbula
1/3 médio da tíbia
Militares 1/3 proximal e distal da tíbia
2º e 3º metatarsos
Acrobatas
fíbula
Golfistas/Tenistas
costelas
Levantamento de peso
úmero
Arremesso de dardo
úmero
Lutas calcâneo
Idosos
sacro
Crianças 1/3 proximal da tíbia
21
1/3 proximal da tíbia
Tabela 2: KEMPFER, 2004
As fraturas por estresse de tíbia atingem mais as mulheres do que homens,
devido à chamada “tríade da atleta feminina”, que envolve desordem alimentar
(bulimia ou anorexia), amenorréia (ciclo menstrual ausente) e osteoporose. Estas
condições estão relacionadas aos esportes de longa duração onde a restrição
alimentar combinada com os altos níveis de treinamento podem promover um
enfraquecimento ósseo localizado, onde as chances de ocorrer esse tipo de fratura
é maior devido à diminuição de massa óssea da atleta (CALLAHAN, 2000).
Estas fraturas são mais freqüentes na raça branca do que na raça negra,
devido os brancos apresentar uma densidade mineral do osso mais elevada do que
os negros. Em idosos, as fraturas por estresse de tíbia também se apresentam
freqüentes devido à diminuição da densidade mineral do osso (REESER, 2004).
2.3 – Etiopatogenia
O termo “Reações de Estresse” foi criado para descrever as contínuas
modificações que ocorrem no metabolismo ósseo em resposta às cargas aplicadas
sobre eles durante o esforço físico (LAURINO, 2006).
Segundo Hall, (1993), o osso se modifica para adaptar-se às cargas do
treinamento, mas tais adaptações nem sempre são suficientemente rápidas e
eficientes. Estas reações de estresse incluem todas as modificações ósseas, desde
a formação de osso novo (osteogênese) até a absorção (osteoclasia).
O mecanismo da fratura por estresse de tíbia é resultante da sustentação de
cargas submáximas dos treinamentos extenuantes, esforços que, isoladamente, não
são capazes de fraturar o osso. O tecido ósseo reage constantemente a este
estresse e se remodela para acomodar seu ambiente biomecânico (CANAVAN,
2001).
O estresse inicial levará a microfraturas que obstruem a circulação sanguínea
cortical local. Após isso, inicia-se a remodelação óssea onde ocorre a reabsorção do
osso necrótico pelos osteoclastos, o que enfraquece o osso. Com a ação de
22
formação óssea dos osteoblastos, levando a um aumento da massa deste osso. Se
o estresse for excessivamente mantido nesse osso fraco, as microfraturas podem
evoluir para uma fratura completa (SANTOS, 2007).
A atividade muscular têm a importante função de absorver o estresse,
liberando a energia para o osso gradativamente. No entanto, a presença da fadiga
muscular pode contribuir para uma fratura de estresse (CANAVAN, 2001).
Segundo Casonato e Poser (2005), a fadiga muscular é uma das hipóteses
mais estudadas sobre a etiologia e etiopatogenia desta fratura, onde é oriunda da
estafa muscular sendo incapaz de absorver o impacto, que recai direto no osso, o
mais comum em atletas.
A musculatura normal trabalha em conjunto com os ossos, absorvendo parte
do impacto. Quando a musculatura entra em fadiga, ela perde a capacidade de
absorção do impacto, e como conseqüência, o aumento da sua transmissão de
energia direta no osso (CANAVAN, 2001).
Por outro lado, uma musculatura extremamente forte pode gerar uma
sobrecarga sobre os ossos nos quais agem, predispondo à fratura como nas cargas
submáximas (HALL, 2003).
2.4 - Causas, Sinais e Sintomatologia
A repetição sustentada do peso corporal durante o movimento é uma das
hipóteses das causas deste tipo de fratura. As forças de impacto na corrida
tornam nossos ossos mais fortes, porém eles somente podem se adaptar em
um ritmo gradual. Correr causa mais fraturas por estresse do que qualquer
outro esporte porque os corredores tendem a praticar sobre superfícies duras e
aterrisam com forças de 4 a 6 vezes seu peso corporal, sustentando essa
sobrecarga nos ossos (HALL, 1993).
De acordo com Casonato e Poser (2005), a causa da fratura por estresse
é multifatorial, o que inclui a intensidade dos treinamentos, o que gera forças
repetidas exercidas pelos músculos sobre os ossos, dimensões ósseas, sexo,
23
alimentação e fatores hormonais e anatômicos, como pé hiperpronado e
discrepância de membros inferiores.
Nos maratonistas, os exercícios repetitivos realizados para
aprimoramento do gesto esportivo, o aumento da carga da corrida, o
treinamento em terrenos irregulares e a falta de um fortalecimento muscular
adequado e até uso de calçado inadequado para corrida sobrecarregam um
determinado grupo muscular, nos quais geram maior impacto articular devido
ao excesso de treinamento e descanso inadequado, levando assim à
microfratura, evoluindo para fratura por estresse (HALL, 1993).
O primeiro sinal indicativo é a dor na região ântero-lateral da tíbia, que é de
moderada a intensa, que aumenta durante a atividade física e diminui com o
repouso, evoluindo para um quadro de edema, rubor e calor local, alterações na
marcha e até a incapacidade funcional para atleta quanto à prática desportiva
(BARONE, 2008).
2.5 – Diagnóstico
O diagnóstico das fraturas por estresse de tíbia é feito através da história
clinica do paciente, o exame físico e os exames de imagem. Essas fraturas são de
difícil visualização por não aparecerem no raio X convencional, sendo visíveis
apenas quando evoluem para fraturas maiores. Ela só poderá ser percebida com
sucesso no raio X passada 1 a 3 semanas após o início dos sintomas. Em duas
semanas, começa a formação de um novo osso perióstico, e em até 6 semanas um
calo ósseo, formado pela união das microfraturas, pode ser visível (CANAVAN,
2001).
Os exames mais indicados para melhor detecção das fraturas por estresse de
tíbia são a ressonância magnética ou cintilografia óssea (CASONATO e POSER,
2005).
A ressonância magnética (figuras 3 e 4) é um exame muito sensível, pois
permite a percepção de alterções precisas de sinal no nível da medula óssea,
indicando um possível grau de estresse ou fadiga óssea em evolução (KIURU et. al.
24
2002). Além de detectar alterações inflamatórias em tecidos moles da região ântero-
medial da perna (edema em planos gordurosos) até alterações ósseas progressivas
na medular óssea (tutano), e fratura na cortical óssea, alterações ilustradas na figura
3 (CASTROPIL 2006).
Fonte: MISZPUTEN, 2007 Figura 3 - Imagem de ressonância magnética apresentando uma tênue linha tortuosa de hipo-sinal na região medial da
metáfise proximal da tíbia, inferior à linha remanescente da epífise de crescimento, e alteração de sinal compatível com edema
ósseo medular adjacente à imagem linear.
25
Fonte: Mendes et al, 2002
Figura 4 - Ressonância magnética do joelho direito mostrando fratura na região ântero-medial
da tíbia proximal.
A cintilografia óssea aponta alterações indicativas de aumento do grau de
remodelação óssea, além disso, mapea áreas assintomáticas que podem se
transformar em futuras fraturas por estresse (DAFFNER et. al., 1982), ilustradas na
figuras 5, 6 e 7.
Fonte: KEMPFER, 2004
Figura 5 - Fluxo sanguíneo discretamente aumentado para a perna direita.
26
Fonte: KEMPFER, 2004 Figura 6 - Área de concentração aumentada na projeção da borda medial da tíbia direita na
fase do equilíbrio vascular.
Fonte: KEMPFER, 2004
Figura 7 - Imagem tardia das tíbias, onde nota-se hiperconcentração focal do contraste na
borda medial da tíbia direita, indicando a presença de fratura de estresse.
27
Zwas et al (1987) propuseram uma classificação das fraturas de estresse
(tabela 3) de acordo com as anormalidades cintigráficas, sendo a mais utilizada
atualmente:
Tabela 3: KEMPFER, 2004
A tomografia computadorizada é mais indicada nos casos já diagnosticados de
fratura por estresse, quando o objetivo for analisar detalhes da fratura e da região
acometida (CASTROPIL, 2006).
Além dos exames de imagem, é importante associa a eles a história clínica do
paciente (anamnese) e a realização do exame físico para chegar a um diagnóstico
definitivo (CASONATO e POSER, 2005).
Na anamnese, é identificado o números de horas de treimanento e a
quilometragem corrida durante a semana, a localização da dor e correlacioná-la com
o aparecimento dados sintomas e o período de início dos sintomas, e no caso de
atletas do sexo feminino, é importante saber a história menstrual dessa mulher,
devido a casos de amenorréias, onde a possibilidade de desenvolver osteoporose é
maior, podendo levar a fraturas por insuficiência (CANAVAN, 2001).
No exame físico, é feita a inspeção e a palpação do local da dor, verifica-se
alterações anatômicas nos pés e joelhos desse atleta, encurtamentos musculares e
28
discrepâncias de membros inferiores. Ocasionalmente, sinais inflamatórios podem
estar presentes nos locais de fraturas por estresse (PASTRE, 2004).
A amplitude de movimento não é usualmente afetada exceto quando a fratura
por estresse acontece em uma região intra-articular, como o colo do fêmur (BRASIL,
2001).
É avaliado também no exame físico a força muscular e a marcha, verificando
se o atleta apresenta alguma alteração na deambulação ou impotência funcional
(HALL, 1993).
Percussão de ossos longos pode resultar de dor em pontos distantes da
percussão, se houver suspeita de uma fratura por estresse, área localizada sobre o
osso fica sensível (BRASIL, 2001).
Essa avaliação pode ser feita com um diapasão, que quando colocado na área
dolorida irá aumentar a dor na fratura (GROSS et al., 2002).
2.5.1 – Diagnóstico diferencial entre Fratura por estresse de tíbia e Síndrome
do estresse tibial medial (SETM)
A Síndrome do estresse tibial medial, popularmente conhecida como “canelite”,
é uma lesão crônica em corredores decorrente da sobrecarga no osso da tíbia e da
tração excessiva na inserção do músculo sóleo (um músculo flexor do tornozelo) na
margem póstero-medial da tíbia, caracterizada por dor na borda anterior e medial da
tíbia (CASONATO e POSER., 2005).
Nem o mecanismo patofisiológico precisa nem a lesão patológica específica da
SETM é conhecida, embora ela envolva uma irritação periosteal ao longo do
comprimento da tíbia (DUTTON, 2006).
Essa síndrome é classificada em quatro graus de gravidade, sendo a fratura
por estresse considerada o grau IV da síndrome, por isso a necessidade de um
diagnóstico precoce, para que uma SETM não se transforme numa fratura por
estresse. Além da história clínica e exame físico da SETM e da fratura por estresse
29
serem um pouco diferentes, o suficiente para o profissional de saúde suspeitar de
uma ou de outra lesão, na maioria das vezes o atleta necessita de um exame de
imagem para completar o diagnóstico. Os exames mais indicados para realizar esse
diagnóstico diferencial são a cintilografia óssea e a ressonância magnética
(CASTROPIL, 2006).
A cintilografia óssea em três fases é realizada por meio de uma injeção
intravenosa de um marcador radioativo que irá se concentrar em áreas de maior
atividade óssea, como por exemplo, ao longo da tíbia, de forma sutil no caso de uma
SETM e num formato ovalado, localizado e intenso, no caso de uma fratura por
estresse (KIURU, 2000).
A ressonância magnética é o melhor exame de imagem para avaliar lesões
crônicas de origem musculoesquelética em corredores, pois detecta as alterações
da SETM e da fratura por estresse mais precocemente que a cintilografia e pode não
necessitar de injeção de contraste (FREDERICSON, 1995).
Ainda de acordo com Fredericson (1995), os sinais identificados pela
ressonância magnética variam desde alterações inflamatórias em tecidos moles da
região ântero-medial da perna até alterações ósseas progressivas na medular óssea
e fratura na cortical óssea. A ressonância magnética permite a classificação da
lesão, onde são considerados três estágios de SETM: I, II e III. O grau IV já é a
própria fratura por estresse.
Enquanto a SETM representa uma lesão relativamente mais freqüente, a
fratura por estresse de tíbia é a condição mais extrema da lesão, conseqüência de
sobrecargas repetidas. Essas duas condições não são necessariamente
concomitantes ou seqüencias no tempo, mas surgem de fenômenos patomecânicos
semelhantes (CASONATO e POSER, 2005).
30
Capítulo 3 – Fortalecimento do tibial anterior como forma de
prevenção da fratura por estresse de tíbia
3.1 – Anatomia e Biomecânica da articulação do tornozelo
O tornozelo e o pé formam uma estrutura complexa, composta de 28 ossos
(incluindo 2 sesamóides) e 55 articulações (incluindo 30 sinoviais), interconectados
por ligamentos e músculos (DANGELO E FATTINI, 2005).
A articulação do tornozelo sustenta a maior carga por área de superfície do que
qualquer outra articulação do corpo. As articulações e ligamentos do pé e tornozelo
agem como estabilizadores e adaptam-se de forma constante durante atividades de
sustentação de peso. Um exemplo é a carga suportada pelo tornozelo e pé durante
a corrida, em média cinco vezes o peso corporal do atleta (DUTTON, 2006).
Embora o complexo do pé e tornozelo em geral se adapte bem aos estresses
da vida diária, repentinos ou não-antecipados nesta região tem grande potencial de
desenvolver lesões (CASONATO e POSER, 2005).
A articulação do pé e tornozelo tem movimentos de planos simples e
multiplanares. Os movimentos de planos simples são a inversão e a eversão. A
inversão é o conjunto de supinação e adução e flexão plantar e a eversão consiste
na combinação da pronação, abdução e dorsiflexão (DUTTON, 2006).
3.1.1 - Anatomia e biomecânica do Tibial Anterior
O músculo tibial anterior (figura 8) está localizado na região ântero-lateral da
tíbia. Ele está inserido proximalmente no 1/3 superior e lateral da tíbia, membrana
interóssea e distalmente na superfície medial do cuneiforme e base do 1° metatarso
(DANGELO e FATTINI, 2005).
O tibial anterior é inervado pelo fibular profundo, e o suporte vascular desse
músculo é feito através da artérial tibial anterior, que supre o compartimento anterior
da perna e entra no dorso do pé. Esse músculo é
31
responsável pela dorsiflexão e a inversão, movimentos do tornozelo que influenciam
na corrida (DUTTON, 2006).
Figura 8 - Fonte: TEITZ e GRANEY, 2007
De acordo com Hamill e Knutzen (1999), a amplitude do movimento de
dorsiflexão é limitada pelo contato ósseo entre o colo do tálus e a tíbia, a cápsula e
ligamentos, e os músculos flexores plantares.
A dorsiflexão tem uma amplitude média de 20°, sendo 10° aproximadamente
necessários para uma marcha eficiente. Na corrida, ocorrem em média 10° de
dorsiflexão antes do contato com o solo, 50° com o apoio de 50% e uma rápida
flexão plantar de 25° na retirada dos artelhos (DUTTON, 2006).
32
3.2 - Fortalecimento do tibial anterior na prevenção da fratura por estresse de
tíbia
O significado da palavra prevenção em saúde é mais abrangente do que
simplesmente defini-la como “o ato de evitar que algo aconteça”, mas sim a ação
antecipada, tendo por objetivo interceptar ou anular a evolução de uma doença
(DELIBERATO, 2002).
Segundo Fleck e Kraemer (2002), bons índices de força e resistência muscular
localizada auxiliam na prevenção de lesões articulares e musculares.
Inicia-se o trabalho de fortalecimento na fase II do tratamento da fratura por
estresse de tíbia, onde o paciente encontra-se livre do quadro álgico, por já ter feito
uso dos recursos terapêuticos para analgesia, como a eletroterapia e a termoterapia
(DUTTON, 2006).
Na prevenção, trabalha-se força e resistência a fadiga desse grupo muscular,
oferecendo uma melhor base muscular e reduzindo o risco de aparecimento da
fadiga muscular (MOURA, 2003).
No tratamento pós-fratura, devido ao repouso necessário para a completa
reabilitação, um trabalho adequado de fortalecimento da musculatura tibial é
importante na readaptação às atividades diárias normais e ao retorno aos
treinamentos, além de prevenirem recidivas e outras lesões (CANAVAN, 2001).
O treinamento da força muscular é realizado em pequenos números de
contrações máximas ou próximas a força muscular. Algumas formas de treinamento
de resistência aumentam a força muscular e o tamanho da fibra muscular (SALE et
al, 1990).
De acordo com Kisner (2005), devem ser usadas também técnicas analíticas
onde solicitam a contração localizada do músculo. Ela é conseguida através da
execução do movimento preciso, colocando os músculos não envolvidos em posição
desfavorável a seu trabalho.
No tibial anterior, o trabalho analítico não deve permitir a intervenção da
contração dos outros dorsiflexores, o extensor dos dedos e do extensor do hálux, e
nem a contração do tibial posterior. Para isso, o movimento solicitado engloba a
combinação de uma supinação e adução, eliminando a ação do extensor dos dedos,
a uma flexão, que não permite a ação do tibial posterior (KISNER, 2005).
33
A eficácia muscular é constituída por cinco fatores que contribuem para o seu
desenvolvimento: a potência muscular, a resistência muscular, o volume, a rapidez
de contração e a coordenação (CANAVAN, 2001).
Na reabilitação da fratura por estresse de tíbia através do fortalecimento do
tibial anterior, devem ser trabalhos a força e a resistência desse músculo, para evitar
que ocorra a fadiga muscular. O trabalho de força desenvolve-se em resposta a uma
resistência máxima, onde o atleta realiza poucas repetições com a maior carga
possível. Já a resistência muscular é desenvolvida em resposta a uma contração
repetida. Assim, o atleta realiza o maior número de repetições com uma resistência
baixa (KISNER, 2005).
De acordo com Pollock (1999), o treinamento é progressivo com cargas como
resistência, treinamento isométrico e treinamento isocinético. Estes são os três
sistemas comuns de exercícios utilizados a fim de proporcionar força muscular.
Os padrões mínimos a serem seguidos na elaboração de um treinamento
contra-resistência são: 1 série contendo de 8 a 10 diferentes exercícios para os
principais grupos musculares, durante 3 vezes por semana. Cada exercício deve ser
repetido 8 a 12 vezes, em indivíduos jovens e 10 a 15 repetições em indivíduos
idosos (POLLOCK, 1999).
As contrações isométricas são consideradas como o método inicial do
tratamento da fratura por estresse de tíbia, podendo ser utilizadas em várias
amplitudes de movimento, o que proporciona resultados funcionais eficazes
(MALONE et al, 2000).
O fortalecimento da musculatura tibial anterior pode ser trabalhado com o
paciente em decúbito dorsal ou sentado, onde o fisioterapeuta aplica uma
resistência manual aplicada pelo fisioterapeuta ou através de faixas elásticas, onde
são aplicadas no dorso do pé para resistir a dorsiflexão. Para resistir a inversão, a
resistência é aplicada na face medial do 1° metatarso (KISNER, 2005).
Devem ser instituídos exercícios isotônicos para o tibial anterior, e depois de
contração com pequena amplitude. Estes exercícios promovem a redução da dor
devido à produção de endorfinas e difusão das enzimas nociceptivas extra-
articulares dentro da articulação (CAILLIET, 2001).
Para melhoria da força muscular, sobrecargas acima daquelas que o músculo
normalmente suporta, com o número de repetições entre 6 a 12, e para aprimorar a
resistência muscular localizada, é necessário um maior número de repetições com
34
menor sobrecarga, objetivando que a musculatura trabalhe durante mais tempo,
sem ocorrência de fadiga (MONTEIRO, 1998).
Os mais altos níveis de força muscular para homens e mulheres são
alcançados em geral entre os 20 e os 30 anos de idade, época no qual a área
muscular em corte transversal costuma ser máxima, portanto a prevenção de uma
futura hipotrofia do tibial anterior e conseqüentemente a fratura por estresse é o
trabalho de fortalecimento deste, principalmente na faixa etária acima mencionada
(MC ARDLE, KATCH e KATCH, 1998).
A recuperação da força muscular do tibial anterior do atleta deve ser sempre a
avaliada no decorrer do programa de fortalecimento. Essa avaliação é feita pelo
fisioterapeuta através do teste muscular manual (DUTTON, 2006).
O treinamento de força muscular além de melhorar a performance física,
também previne lesões musculoesqueléticas (MORROW, JACKSON, DISH, et al,
1997).
A qualidade física flexibilidade associada ao fortalecimento muscular, dentro
dos limites morfológicos, atua como forma de prevenção das lesões musculares e
articulares (DANTAS, 1998).
É durante a fase II do tratamento que o atleta começa a retornar aos seus
treinamentos, com baixa intensidade e freqüência, alternando caminhada e corrida.
Em seis meses da fratura, o atleta está realizando todas as atividades físicas que
exercia anteriormente, sem qualquer dor ou limitação (MENDES et al, 2002).
A evolução da consolidação da fratura deve ser acompanhada através de raio
x periódicos, sendo também uma forma de controla de fraturas por estresse recidiva
(CASTROPIL, 2006)
Chandler, Kibler e Vhe (1990), revelam que o treinamento de força muscular e
de flexibilidade previne e reduz significamente as lesões musculoesqueléticas, e são
recomendados 3 vezes por semana.
3.3 – Medidas preventivas da fratura por estresse de tíbia
São consideradas “medidas preventivas” todas aquelas utilizadas para evitar
as doenças ou suas conseqüências, quer ocorram sob forma esporádica, quer de
modo endêmico ou epidêmico e também as medidas que se destinam a interromper
o processo da doença que já se instalou no organismo humano (PEREIRA, 1995).
35
A melhor prevenção é fazer um planejamento completo e individualizado dos
treinamentos e dos exercícios a serem realizados, intercalando movimentos e
grupos musculares diferentes, evitando a sobrecarga e o desenvolvimento da fadiga
muscular, fazendo sempre um período de pausa e descanso ao músculo trabalhado
(SANTOS, 2007).
Para atletas que praticam atividades físicas de impacto mais intenso como as
corridas, por exemplo, um tênis com um bom amortecedor e proteção anti-impacto é
fundamental para reduzir os riscos de fraturas por estresse (CASONATO e POSER,
2005).
O tipo de treinamento é, sem dúvida, um dos fatores mais importantes na
prevenção. Mudanças prévias do tipo de treinamento com aumento da carga têm
sido relatados em grande parte dos casos de fratura por estresse de tíbia. O ideal é
manter um equilíbrio entre a intensidade e freqüência dos treinamentos, evitando o
overtraining (SANTOS, 2007).
É relevante para o atleta ter um bom condicionamento físico, pois ele está
associado com a capacidade dos músculos em absorver o impacto. Quanto mais
fraco for o condicionamento físico desse maratonista, menor o absorção do impacto
transmitido ao osso, consequentemente levando a uma fratura por estresse
(CANAVAN, 2001).
O terreno ou superfície onde o atleta faz a sua prática esportiva pode predispor
à esse tipo de fratura. Terrenos duros tendem a aumentar o impacto sobre os ossos,
assim como terrenos excessivamente macios, como a areia, predispõem à fadiga
muscular e conseqüente diminuição da sua ação muscular protetora (LAURINO,
2006).
Antes de voltar os treinos e a correr a maratona, fator que desencadeou a
fratura por estresse, deve-se avaliar possíveis causas que possam provocar o
retorno da fratura ou até novas lesões, os calçados inadequados e treinamento sem
períodos de repouso e em solos irregulares podem ser alguns dos causadores da
fratura (BRASIL, 2001).
O atleta não deve praticar atividades físicas quando sentir dor. Quando isso
ocorrer, é fundamental que esse atleta pare o exercício e busque orientação médica
(PASTRE,2004).
36
3.4 – Processo preventivo
Segundo Barbosa (2002), o processo preventivo é dividido em quatro etapas
básicas:
1ª) Conhecer os processos fisiopatológicos para prevenir alguma ocorrência,
pois é necessário conhecer seus mecanismos de ação;
2ª) Informar amplamente, ou seja, a informação é uma das grandes
ferramentas para obtenção da prevenção, pois só pode prevenir algo que conheça;
3ª) Agir pró - ativamente, a intervenção preventiva eficiente é resultado de
ações contundentes no sentido de esclarecer, treinar, identificar riscos, oferecer
acesso a profissionais e leigos para as questões que envolvem a prevenção de
determinados aspectos fisiopatológicos;
4ª) Conscientizar, ou seja, a inserção maciça de conceitos, a atuação de
profissionais capacitados, o desenvolvimento de ações bem planejadas e a
obtenção de resultados importantes têm sido elementos fundamentais na construção
da consciência preventiva nos indivíduos.
3.5 – Níveis de prevenção
Cada nível de prevenção possui um conjunto de ações características e que
também agrega um certo número de procedimentos particulares. O nível primário é
aplicável durante o período pré-patogênese, ou seja, quando o indivíduo se encontra
em um estado de saúde ótima, e a prevenção primária quando o organismo se
apresenta em equilíbrio, estabelecendo assim, ações que o mantenha nessa
situação. As ações primárias são aplicadas em fase anterior ao início biológico da
doença. Essas ações são dirigidas para a manutenção da saúde, trata-se da
“prevenção da ocorrência” da fase patológica, ou seja, de evitar novos casos de
agravos à saúde (PEREIRA, 1995).
O nível secundário pode ser caracterizado quando o organismo já se encontra
com alteração na forma e função, estando no período de patogênese e em
enfermidade real, no qual, ações realizadas com o objetivo de diagnosticar o
problema e estabelecer as medidas terapêuticas adequadas, favorecerão o retorno
do organismo ao estado de equilíbrio anterior ou interromperão o declínio deste para
níveis inferiores da escala de saúde (BARBOSA, 2002).
37
Já o nível terciário é estabelecido quando o indivíduo portador da doença
passou pelos estágios anteriores, permanecendo com uma seqüela residual e/ou
uma incapacidade que necessitam ser minimizados para evitar a invalidez total. O
objetivo principal desse nível é recolocar o indivíduo afetado numa posição útil na
sociedade (DELIBERATO, 2002).
Para Rouquayrol e Filho (2003), a prevenção primária está relacionada à
Promoção da Saúde e Proteção Específica, a secundária envolve o Diagnóstico
Precoce e Limitação da Incapacidade, e a terciária tem como objetivo o impedimento
da incapacidade total.
De acordo com Deliberato (2002), a atividade física contribui para a melhoria
da função muscular, sendo recomendada nos programas de prevenção e
tratamento. Fato que contempla a inclusão do fisioterapeuta no contexto terapêutico
da área de saúde direcionada ao esporte, gerando a necessidade de um
conhecimento fisiopatológico mais apurado das lesões osteomioarticulares.
38
CONCLUSÃO
As fraturas por estresse representam a fase final de um processo evolutivo que
se inicia com um desequilíbrio dos limites fisiológicos corporal, por condições
enfrentadas por atletas de ambos os sexos, sendo mais comuns nos membros
inferiores em relação a membros superiores e esqueleto axial. Acredita-se que um
fator chave nas fraturas por estresse é a fadiga muscular, que leva a uma
sobrecarga anormal dos ossos. A proteção do esforço é perdida quando a ação
muscular é ineficaz. O tibial anterior é um músculo muito requisitado na corrida,
onde tem a função de absorver o impacto, diminuindo a sobrecarga na tíbia e nos
ossos do tálus. O tratamento fisioterapêutico pós-fratura por estresse de tíbia
consiste num programa de fortalecimento da musculatura tibial anterior, pois um
músculo bem trabalhado e fortalecido tem a capacidade de absorver os impactos da
corrida, eliminando a sobrecarga óssea. O retorno às atividades vai depender da
evolução do quadro do atleta. Quando as atividades diárias estiverem livres de dor
deverá ser programado o retorno gradual à atividade esportiva. É importante que o
maratonista, além de manter o fortalecimento muscular orientado por um profissional
para evitar a fadiga muscular e o aparecimento de novas lesões, deve manter
algumas medidas preventivas a novas lesões como manter um equilíbrio entre a
freqüência e a intensidade dos treinamentos, evitando excessos e mantendo sempre
intervalos entre os exercícios. Sendo assim, é função do fisioterapeuta desenvolver
um programa de fortalecimento do tibial anterior com o intuito de reabilitar esse
atleta o mais funcional possível para que ele possa voltar aos seus treinamentos
sem risco, e de traçar medidas preventivas para a fratura por estresse de tíbia de
outras lesões ósteo-articulares.
39
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