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O FOMENTO AOS CAMPOS MADUROS DE PETRÓLEO, O PLENO EMPREGO E O DESENVOLVIMENTO SÓCIO-ECONÔMICO MATURE FIELDS, EMPLOYMENT, SOCIAL - ECONOMIC DEVELOPMENT Mariana de Siqueira RESUMO As atividades de exploração e produção de petróleo no país se iniciaram de forma mais intensa durante o final dos anos 30 e início dos anos 40. De lá até aqui, aproximadamente 60 (sessenta) anos se passaram. Grande parte dos campos petrolíferos inicialmente descobertos se encontra em fase de declínio produtivo. Em razão do declínio em sua produção, tais campos não se revelam interessantes aos empreendedores de grande porte. Apesar do desinteresse das majors em operá-los, mediante estímulos e uma adequada regulação, tais campos podem se revelar como interessantes pontos de investimento para empreendedores de menor porte. Diante de tal realidade, questiona- se: Como deve o ente estatal proceder? Deve o Estado simplesmente abandonar tais campos ao ócio ou deve agir de modo a fomentar a continuação das atividades de produção neles desenvolvidas, especialmente mediante o ingresso de empreendedores de menor porte? Como se manteriam os Municípios produtores de petróleo se as atividades neles desenvolvidas fossem abruptamente desenvolvidas? Quem absorveria toda a mão de obra atuante no setor? Os campos petrolíferos, ainda que em declínio, são dotados de petróleo e o petróleo é recurso energético demasiado relevante. Os campos de petróleo, ainda que em declínio produtivo, possibilitam a concretização da idéia de desenvolvimento em sua mais ampla feição, de um desenvolvimento não apenas quantitativo (econômico), mas também qualitativo (social). As atividades em campos de petróleo, ainda que estes estejam em declínio, geram empregos diretos e indiretos, promovem a circulação de renda, o recolhimento de tributos, o pagamento aos proprietários de terra e o pagamento de royalties. O fomento à continuação das atividades de produção desenvolvidas em campos declinantes permite às localidades onde os mesmos se situam manter e gerar empregos diretos e indiretos, fazer circular renda, recolher tributos e receber royalties. Permite a tais localidades, a partir de cada um desses elementos, se desenvolver social e economicamente. O objetivo do presente trabalho, diante do contexto apresentado, é analisar a relação existente entre o fomento aos campos maduros de petróleo, a criação e mantença de postos de trabalho e o desenvolvimento sócio-econômico. PALAVRAS-CHAVES: CAMPOS MADUROS DE PETRÓLEO, PLENO EMPREGO E DESENVOLVIMENTO ABSTRACT 7443

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O FOMENTO AOS CAMPOS MADUROS DE PETRÓLEO, O PLENO EMPREGO E O DESENVOLVIMENTO SÓCIO-ECONÔMICO

MATURE FIELDS, EMPLOYMENT, SOCIAL - ECONOMIC DEVELOPMENT

Mariana de Siqueira

RESUMO

As atividades de exploração e produção de petróleo no país se iniciaram de forma mais intensa durante o final dos anos 30 e início dos anos 40. De lá até aqui, aproximadamente 60 (sessenta) anos se passaram. Grande parte dos campos petrolíferos inicialmente descobertos se encontra em fase de declínio produtivo. Em razão do declínio em sua produção, tais campos não se revelam interessantes aos empreendedores de grande porte. Apesar do desinteresse das majors em operá-los, mediante estímulos e uma adequada regulação, tais campos podem se revelar como interessantes pontos de investimento para empreendedores de menor porte. Diante de tal realidade, questiona-se: Como deve o ente estatal proceder? Deve o Estado simplesmente abandonar tais campos ao ócio ou deve agir de modo a fomentar a continuação das atividades de produção neles desenvolvidas, especialmente mediante o ingresso de empreendedores de menor porte? Como se manteriam os Municípios produtores de petróleo se as atividades neles desenvolvidas fossem abruptamente desenvolvidas? Quem absorveria toda a mão de obra atuante no setor? Os campos petrolíferos, ainda que em declínio, são dotados de petróleo e o petróleo é recurso energético demasiado relevante. Os campos de petróleo, ainda que em declínio produtivo, possibilitam a concretização da idéia de desenvolvimento em sua mais ampla feição, de um desenvolvimento não apenas quantitativo (econômico), mas também qualitativo (social). As atividades em campos de petróleo, ainda que estes estejam em declínio, geram empregos diretos e indiretos, promovem a circulação de renda, o recolhimento de tributos, o pagamento aos proprietários de terra e o pagamento de royalties. O fomento à continuação das atividades de produção desenvolvidas em campos declinantes permite às localidades onde os mesmos se situam manter e gerar empregos diretos e indiretos, fazer circular renda, recolher tributos e receber royalties. Permite a tais localidades, a partir de cada um desses elementos, se desenvolver social e economicamente. O objetivo do presente trabalho, diante do contexto apresentado, é analisar a relação existente entre o fomento aos campos maduros de petróleo, a criação e mantença de postos de trabalho e o desenvolvimento sócio-econômico.

PALAVRAS-CHAVES: CAMPOS MADUROS DE PETRÓLEO, PLENO EMPREGO E DESENVOLVIMENTO

ABSTRACT

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The oil activities in Brazil had been started in an intensive way in the end of the 30’s and in the beginning of the 40’s. During approximately 40 years only one agent had been executed the oil activities in this country: the Petrobras. In 1995 this reality had changed and today a concorrencial system characterizes the oil activities in Brazil. Many of the brazilians fields discovered in the past are nowadays in decline. They are called “mature fields” by the present research. These fields, because of the decline situation that characterizes them, are not interesting for the majors. The majors want the big fields and big productions. On the other hand, they could be interesting for the small and medium enterprises. The mature oil fields are instruments of development, they have oil and the oil production is an activity connected with many social and economics benefits. The Brazilian State, in this context, needs to realize actions to promote the activities in the mature oil fields, especially with the work of the small and mediums enterprises. Many of the onshore brazilian mature fields are located at the Northeast, a region matched by many social and economic problems. The activities in the mature fields of the Northeast Region could solve some of its problems, especially its inequality. The present research analyses the mature oil fields and its situations in Brazil, looking for the Constituição Federal de 1988, to the “Law of the Oil”, to the and to the idea of social and economic development.

KEYWORDS: MATURE OIL FIELDS, EMPLOYMENT AND DEVELOPMENT

1. Introdução ao tema

A presente pesquisa analisa a ligação existente entre o fomento aos campos maduros de petróleo, a mantença e criação de postos de trabalho e o desenvolvimento econômico e social.

A relevância econômico-social dos campos maduros de petróleo foi o principal elemento norteador da pesquisa desenvolvida. A metodologia utilizada foi do tipo teórico-descritiva e com análise bibliográfica e normativa.

Os campos maduros de petróleo, diante de sua relevância, vêm ocupando posição de destaque nas discussões energéticas contemporâneas. Inúmeros são os estudos dedicados à análise de tal temática, especialmente nas áreas de engenharia e geologia. Apesar da relevância do tema, estudos jurídicos o abordando ainda se revelam escassos.

O trabalho técnico aqui desenvolvido, diante de tal contexto, busca oferecer análise jurídica da temática, numa tentativa de fomentar futuros debates e estudos em torno da mesma.

2. Os Campos Maduros de Petróleo e o seu fomento

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As atividades de exploração e produção de petróleo no país foram iniciadas de forma mais intensa durante o final dos anos 30 e início dos anos 40. De lá até aqui, aproximadamente 60 (sessenta) anos se passaram. [1]

Grande parte dos campos petrolíferos inicialmente descobertos se encontra em fase de declínio produtivo. Em razão do declínio em sua produção, tais campos não se revelam interessantes aos empreendedores de grande porte. Empreendedores de grande porte desejam grandes campos, grandes produções e grandes lucros.

majors Apesar do desinteresse das em operar campos declinantes com atenções especiais, mediante estímulos e uma adequada regulação, tais campos podem se revelar como interessantes pontos de investimento para empreendedores de menor porte.

Diante de tal realidade, ou seja, diante da existência de campos de petróleo em declínio produtivo, do desinteresse das majors em operá-los com intensa dedicação e da possibilidade de atividades serem desenvolvidas em tais campos com o ingresso de empreendedores de menor porte, questiona-se: Como deve o ente estatal proceder?

Deve o Estado simplesmente abandonar tais campos ao ócio ou deve agir de modo a fomentar a continuação das atividades de produção neles desenvolvidas, especialmente mediante o ingresso de empreendedores de menor porte? Como se manteriam os Municípios produtores de petróleo se as atividades neles desenvolvidas fossem abruptamente interrompidas em razão do declínio e conseqüente desinteresse das majors? Quem absorveria toda a mão de obra atuante na cadeia petrolífera local?

Os campos aqui descritos, ainda que declínio, são dotados de petróleo e o petróleo, como bem se sabe, é recurso energético não-renovável dotado de relevância econômica e social e diretamente ligado às idéias de soberania e de desenvolvimento.

Os campos de petróleo, ainda que em declínio produtivo, possibilitam a concretização da idéia de desenvolvimento em sua mais ampla feição, de um desenvolvimento não apenas quantitativo (econômico), mas também qualitativo (social).

As atividades em campos de petróleo, ainda que estes estejam em declínio, geram empregos diretos e indiretos, promovem a circulação de renda, o recolhimento de tributos, o pagamento aos proprietários de terra e o pagamento de royalties.

O fomento à continuação das atividades de produção desenvolvidas em campos declinantes permite às localidades onde os mesmos se situam manter e gerar empregos diretos e indiretos, fazer circular renda, recolher tributos e receber royalties. Permite a tais localidades, a partir de cada um desses elementos, se desenvolver social e economicamente.

Seria razoável, diante do que se expôs, abandonar tais campos ao ócio no Brasil? A atual realidade normativa, constitucional e infraconstitucional, direcionada à seara energética nacional possibilita tal abandono?

O presente artigo buscar responder os questionamentos aqui levantados, com fundamento na Constituição Federal e na “Lei do Petróleo” (Lei Federal n.º 9. 478, de 1997).

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Antes de se adentrar especificamente na análise constitucional e infraconstitucional do tema, serão realizados apontamentos acerca da polêmica existente em torno da denominação e conceito dos campos de petróleo com produção declinante.

3. Campos de petróleo com produção declinante: denominação e conceito

A definição legal existente em torno dos campos de petróleo os aborda em sua generalidade, não tratando especificamente dos campos com produção declinante.

A “Lei do Petróleo”, em seu art. 6º, inciso XIV, define de forma precisa os campos de petróleo, considerando-os como áreas produtoras de petróleo, a partir de um ou mais de um reservatório contínuo, a profundidades que podem variar, abrangendo as instalações e equipamentos da produção.

Por não haver, até a presente data, ato normativo denominando ou conceituando, de forma geral e abstrata, os campos petrolíferos com produção declinante, muitas são as discussões em torno da conceituação e da denominação dos mesmos. [2]

Alguns estudiosos os denominam “campos maduros de petróleo”; outros, por sua vez, os denominam “campos marginais”. Há, ainda, quem não realize qualquer distinção entre os termos.

Os termos “campos marginais” e “campos maduros” ora são considerados sinônimos, ora são diferenciados. A presente pesquisa optará por diferenciá-los, mencionando os pontos que possuem em comum.

É importante que se diga que preponderam, no âmbito da denominação dos campos com produção declinante e da conceituação dos termos “campos maduros” e “campos marginais”, trabalhos de ordem técnica e econômica, sendo escassas as tentativas jurídicas em tal sentido.

A maior dificuldade em se definir campos maduros e campos marginais reside na questão da determinabilidade e exatidão dos conceitos a serem formulados. É grande a dificuldade que circunda a tentativa de estabelecer conceitos precisos e universais para tais campos, passíveis de se adequarem às mais variadas realidades fáticas.

Alguns estudos de ordem técnica, em especial estudos ligados à engenharia, tentam estabelecer critérios matemáticos para definição de tais campos. Consideram essencial à regulação dos campos declinantes a formulação de um conceito exato e determinado. Expõem que a partir de fórmula matemática responsável por considerar variáveis como a produção acumulada [3] e o recurso explotável [4], se chegaria a um quantitativo numérico responsável por estabelecer ser um determinado campo maduro ou não.[5]

Até mesmo os estudiosos responsáveis pelo desenvolvimento de tal critério matemático reconhecem a necessidade de uma flexibilização em seu âmbito. Vê-se, assim, que mesmo na tentativa de se alcançar a exatidão na conceituação dos campos maduros e dos campos marginais, se reconhece a necessidade de um mínimo de flexibilidade em seus conceitos.

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“toda definição determinativa corre o risco de excluir ou incluir valores próximos ao valor estipulado como padrão. Conforme mencionado anteriormente, a conceituação de campos maduros e marginais deve ser elaborada de forma a deixar uma margem mínima a dubialidade interpretativa do campo em questão.” [6]

Em se tratando do direito, diferente não poderia ser. A realidade fática é amplamente mais fértil e dinâmica que a realidade normativa. Estabelecer conceitos jurídicos por demais precisos para os campos maduros e marginais poderia resultar na ineficácia dos mesmos, na medida em que algumas situações fáticas neles não inseridas poderiam padecer de disciplina normativa.

Assim, juridicamente, o ideal é se estabelecer uma idéia de campos maduros e de campos marginais adequada à realidade, apta a se destinar às mais variadas situações fáticas existentes em torno dos campos petrolíferos.

Ressalte-se, que a atribuição de conceito flexível a tais campos não deve ser entendida como sinônimo da atribuição de um conceito demasiado amplo e apto a ensejar interpretações por demais dúbias.

Há de haver uma limitação interpretativa basilar; auferindo-se, a partir da mesma, diante de cada caso concreto, a maturidade ou marginalidade de um dado campo de petróleo.

3.1 Campos marginais de petróleo

O termo “margem”, conforme expõe o Dicionário Houaiss, significa “borda, limite externo, periferia.” [7]

Os campos marginais, a partir de tal conceito de “margem”, podem ser entendidos como campos marcados por uma situação econômica limite. São campos, assim, que se encontram no limiar de sua viabilidade econômica, sendo pouco atrativos para um dado empreendedor.[8]

A idéia do que vem a ser um campo no limite de sua viabilidade econômica pode sofrer variações de pessoa jurídica para pessoa jurídica, conforme seu porte, recursos tecnológicos, preço do óleo, recursos financeiros, dentre outros fatores. Preponderam, na definição dos campos marginais, aspectos de feição econômica.[9]

É uma dada pessoa jurídica, a partir de suas condições, estrutura, dentre outros fatores, a responsável por, diante de determinado campo de petróleo, considerá-lo economicamente limitado e, conseqüentemente, pouco atrativo.

Inúmeros são os fatores aptos a levarem uma dada pessoa jurídica a considerar um determinado campo petrolífero como inviável e pouco atrativo economicamente. Poderá fazê-lo, por exemplo, por considerar o campo como dotado de riscos ambientais; por considerar que o campo, mesmo jovem, produz pouco óleo; ou ainda por considerar

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difícil o acesso à região onde se situa. Poderá, inclusive, considerá-lo marginal e pouco atrativo economicamente por possuir tal campo produção declinante.

PRATES, conceituando os campos marginais, assim expõe:

“Campo marginal é todo e qualquer campo produtor de petróleo e/ou gás natural, em geral de pequeno porte, cuja lucratividade, para o operador atual encontre-se no limiar da inviabilidade econômica e cujos investimentos necessários ao incremento da produção já não coincidam com os objetivos e escala de tal operador grifos nossos.” ( ) [10]

A ANP, no procedimento de disciplina da transferência total dos direitos decorrentes dos contratos de concessão, estabelece conceito de campos marginais de petróleo para fins de tal procedimento, ou seja, para fins de cessão total dos direitos exploratórios decorrentes da concessão. O referido dispositivo assim expõe:

Campos marginais de petróleo: “ são aqueles campos que produzem predominantemente petróleo, cuja produção de petróleo à época da assinatura do termo de cessão não ultrapasse 500 barris diários e cuja última previsão de produção aprovada pela ANP também não ultrapasse esse limite.” [11]

Este mesmo procedimento, ao tratar dos resultados esperados, assim versa:

“Dentre os campos de rentabilidade marginal, pode-se destacar a presença de campos em adiantado estágio de produção (campos maduros) e de pequenos campos em desenvolvimento.” [12]

Apesar do conceito exposto, não há, como aqui já dito, conceito normativo de campos marginais estabelecido de forma geral, destinado às mais variadas situações e não apenas à cessão dos direitos exploratórios decorrentes da concessão.

Adequar-se-ia o conceito de campos marginais fornecido pela ANP aos mais variados aspectos atinentes à regulação e normatização dos campos petrolíferos?

A exatidão oferecida pelo mesmo (produção de 500 barris diários) permite a disciplina das inúmeras situações fáticas existentes em torno dos campos considerados marginais?

Um conceito jurídico mais flexível para os campos marginais petrolíferos pode se revelar bastante eficaz, diante da possibilidade de se adequar às mais variadas situações fáticas atinentes aos mesmos.

3.2 Campos maduros de petróleo

O termo “maduro”, conforme definido no Dicionário Houaiss, significa “completamente formado, desenvolvido, que já passou da mocidade, adulto.” [13]

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Os campos maduros de petróleo, a partir de tal conceito, podem ser entendidos como campos com produção já desenvolvida em plenitude, amadurecida, atualmente em situação declinante, pouco rentáveis economicamente na forma em que se encontram, necessitando do uso de tecnologias e de investimentos para o alcance da rentabilidade.[14]

A conceituação dos campos maduros, assim como ocorre com os campos marginais, envolve elementos econômicos. A eles, contudo, não se limita, também abarcando questões de ordem tecnológica e de produção. [15]

A idéia comum de campos maduros envolve, assim, além dos aspectos econômicos, aspectos de produção e de situação física do campo.

Em trabalho destinado especificamente à conceituação dos campos maduros de petróleo, CÂMARA, a partir da análise da realidade do Estado da Bahia, expõe o seguinte:

“Esses campos, tipicamente, têm entre 30 e 60 anos de produção; encontram-se em estágios avançados de explotação por injeção de água ou gás, apresentam produção declinante e, alguns deles, podem estar próximos de seus limites econômicos.”[16] (grifo nosso)

Vê-se, a partir do que até aqui se expôs, que um campo, para ser considerado maduro, necessita da produção declinante e de reestímulos para que continue a produzir de forma satisfatória.

Em alguns casos, os campos maduros, em razão de seu declínio produtivo, podem ser considerados inviáveis economicamente, ou seja, marginais, em especial por empreendedores de grande porte. É uma situação onde um campo maduro também será considerado marginal. Ressalte-se, todavia, não ser a marginalidade fator indispensável à caracterização de tais campos como maduros.

3.3 Conclusões acerca da questão conceitual

Diante de tudo o que até aqui se expôs, foram elencadas na presente pesquisa três categorias de campos de petróleo: campos de petróleo apenas marginais, campos de petróleo apenas maduros e campos de petróleo maduros também marginais.

A conceituação comum dos campos marginais envolve elementos de ordem econômica em preponderância.

O presente trabalho conceitua os campos marginais como campos considerados no limite de sua viabilidade econômica e, em conseqüência, pouco atrativos, por um dado empreendedor.

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São campos que, por questões das mais variadas ordens, são tidos como marginais por empreendedores que analisam as viabilidades econômicas das atividades petrolíferas nos mesmos.

Inúmeros são os fatores que podem ensejar a qualificação de determinado campo como marginal.

Um dado empreendedor pode considerar determinado campo como marginal pela produção declinante que o acomete; será caso de campo maduro também marginal. Poderá, também, considerar determinado campo como marginal por fatores outros que não a produção declinante, será caso de campo marginal apenas.

Vê-se, assim, que campos de petróleo com produção declinante são campos maduros, podendo também ser considerados marginais por isso, ou seja, não viáveis economicamente em razão da situação de declínio produtivo que os acomete.

A ANP, no procedimento de disciplina da cessão total de direitos exploratórios decorrentes da concessão, coaduna-se com a idéia acima mencionada, assim expondo:

“Dentre os campos de rentabilidade marginal, pode-se destacar a presença de campos em adiantado estágio de produção (campos maduros) e de pequenos campos em desenvolvimento.” grifo nosso[17] ( )

Um campo pode ser considerado marginal por um dado empreendedor, mas pode não sê-lo por outro.

Os campos maduros podem ser considerados marginais por determinados empreendedores frente a seu declínio produtivo, especialmente por aqueles de grande porte. Todavia, mediante estímulos e uma adequada disciplina regulatória, podem ser considerados não-marginais, ou seja, viáveis economicamente por outros.

Definir claramente e de maneira eficaz os campos maduros e marginais se faz indispensável à disciplina dos mesmos.

Imprescindível é a visualização de quais são os campos petrolíferos que verdadeiramente demandam investimentos e incentivos para fins de continuidade de suas atividades produtivas. Incentivos indevidos podem gerar prejuízos ao ente estatal, em especial no que tange à receita auferida mediante a cobrança de tributos e o pagamento de royalties. [18]

A presente pesquisa centra-se na análise dos campos de petróleo com produção declinante, aqui denominados campos maduros apenas e campos maduros também marginais.

Pela maturidade que caracteriza ambas as categorias, ao se mencionar o termo campos maduros, se estará a falar tanto dos campos maduros apenas, como dos campos maduros também marginais.

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Os campos maduros, em razão de seu declínio, em razão da necessidade de técnicas de aperfeiçoamento em sua produção [19], para que se mostrem atrativos aos empreendedores de menor porte, demandam atuações estatais específicas.

Uma adequada regulação e políticas eficazes de fomento se fazem indispensáveis à entrada dos empreendedores de menor porte em tais campos. A entrada de tais empreendedores no setor é imprescindível diante do interesse preponderante das majors por empreendimentos petrolíferos de maior porte.

Existem, todavia, elementos que inibem a entrada de novos agentes em tal seara, destacando-se, dentre eles, os altos custos de muitos dos métodos de revitalização, as ínfimas regulação e normatização direcionadas a tais campos e os custos tributários e dos royalties.

A continuação das atividades desenvolvidas em campos maduros, como aqui mencionado, permite a concretização do desenvolvimento social e econômico nas localidades onde os mesmos se situam, demanda, em contrapartida, atuações estatais específicas de fomento à entrada de empreendedores de menor porte no setor.

Deve o ente estatal nacional empreender atuações em tal sentido? Pode o Estado simplesmente abandonar tais campos ao ócio? Como o ordenamento nacional se posiciona diante de tal temática?

Auxiliando a resposta aos questionamentos formulados, apontam a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e a “Lei do Petróleo”.

4. Os Campos maduros de petróleo e a Ordem Econômica Constitucional

O presente tópico, atentando para a relevância da Constituição enquanto elemento de conformação do ordenamento jurídico nacional, busca analisar o fomento aos campos maduros de petróleo à luz de algumas normas constitucionais, mais precisamente daquelas explicitamente pertencentes à Ordem Econômica Constitucional.[20]

A Constituição se caracteriza, dentre outros elementos, como instrumento jurídico e político de conformação do poder estatal. É instrumento jurídico, por ser composta de normas jurídicas (regras e princípios) dotadas de dever-ser; político, por conter as decisões políticas fundamentais, e de conformação do poder estatal, por conformar, por delimitar a atuação do Estado em nome da defesa de uma esfera mínima de liberdade dos cidadãos. [21]

Diante de sua posição hierárquica privilegiada dentro do ordenamento jurídico, a Constituição é responsável pelo direcionamento político, jurídico, econômico e social do Estado ao qual se dirige.

As organizações sociais que se desenvolvem com base em suas economias de mercado devem buscar efetivar algum controle de suas relações econômicas, através da aplicação

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de determinadas regras e princípios.[22] A partir de tal aplicação, a disciplina do poder econômico no mercado se faz possível e, em conseqüência, a tutela de interesses de ordem pública.[23]

Inúmeros são os meios capazes de proporcionar ao ente estatal a disciplina e o controle das atividades econômicas que se desenvolvem em seu espaço geográfico, destacando-se, dentre eles, a previsão constitucional de regras e princípios disciplinadores da ordem econômica dos fatos. [24]

A Constituição Econômica, enquanto dever-ser econômico, enquanto conjunto de regras e princípios estruturador de um sistema econômico, busca assegurar um controle mínimo das relações econômicas estabelecidas dentro de um determinado grupo social, regulando o poder econômico no mercado e defendendo, ainda, os interesses de ordem pública.

Normas de caráter econômico têm se mostrado presentes nos ordenamentos jurídicos estatais desde tempos remotos, inclusive no âmbito dos Estados liberais. Com a modificação da postura econômica do Estado, tais normas adquirem papel de destaque enquanto instrumentos de controle indireto das ações dos agentes econômicos. [25]

Diante relevância das atividades econômicas, o ente estatal, mesmo que não mais as exerça diretamente, próximo a elas deve se manter, fiscalizando-as e disciplinando-as.

A Constituição brasileira, por traçar diretrizes, programas e fins a serem concretizados pelo Estado e sociedade brasileiros, é classificada como constituição do tipo dirigente, ainda que pesem algumas posições em sentido contrário.[26]

Em se tratando dos dispositivos constitucionais destinados específica e diretamente à disciplina da seara econômica, os mesmos buscam modificar a ordem econômica fática, no sentido de transformá-la em uma ordem econômica que visa concretizar não apenas interesses privados, mas também interesses sociais. [27]

É assim que a ordem econômica do dever-ser busca interferir na ordem econômica do ser. [28]

Os enunciados normativos constitucionais de ordem econômica encontram-se sistematicamente inseridos no Título VII da Constituição, “Da ordem econômica e Financeira” [29]; sendo apresentados, como fundamentos da ordem econômica nacional, a valorização social do trabalho humano [30] e a livre iniciativa. [31]

A Ordem Econômica, fundada da valorização social do trabalho e na livre iniciativa, busca interferir na realidade econômica com vistas a assegurar a todos uma vida digna.

São apresentados, de forma não taxativa, como princípios [32] a serem observados pela ordem econômica brasileira, a soberania nacional, a propriedade privada, a função social da propriedade, a defesa dos consumidores, a defesa do meio ambiente, a redução das desigualdades sociais e regionais, a busca do pleno emprego, o tratamento favorecido às pequenas empresas e, ainda, a livre concorrência.

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O petróleo, recurso energético natural não renovável, por ligar-se diretamente ao poder soberano do Estado e por sua relevância econômica e social, possui disciplina explicitamente residente no texto constitucional nacional.

Não apenas as disposições constitucionais diretamente ligadas ao petróleo demandam observância obrigatória no âmbito da indústria petrolífera nacional, toda a sistemática da Constituição, suas regras e princípios, sejam estes explícitos ou implícitos, devem ser respeitados no desenvolvimento cotidiano das atividades petrolíferas.

A atividade de produção do petróleo, por se caracterizar como atividade econômica dotada de interesse público, deve obediência específica aos dizeres da Ordem Econômica Constitucional.

O presente tópico buscará expor a relação existente entre três dos princípios econômicos sistematicamente apresentados na Constituição Federal e o fomento aos campos maduros de petróleo; são eles: a busca do pleno emprego e a redução das desigualdades regionais e sociais e o tratamento favorecido às empresas de pequeno porte.

4.1Campos maduros de petróleo e busca do pleno emprego

A busca do pleno emprego, princípio objetivo da Constituição Econômica, reclama a elaboração de políticas públicas estatais que possibilitem a sua máxima concretização no âmbito social, de modo a restar promovida a valorização social do trabalho humano. [33]

O referido princípio se liga diretamente ao desenvolvimento social do país, na medida em que busca proporcionar aos seus cidadãos uma maior qualidade de vida através da obtenção de um trabalho digno, coerente com as normas trabalhistas e de salário justo. Com condições materiais adequadas e satisfatórias se permite aos indivíduos o desenvolvimento pessoal. [34]

O princípio da busca do pleno emprego objetiva extinguir o trabalho indigno, o subemprego, revelando a necessidade de serem instituídos programas públicos em prol de sua concretização, especialmente nas regiões mais pobres do país. [35]

Em se tratando dos campos maduros de petróleo e do fomento à continuação das atividades neles desenvolvidas, possível se revela a efetivação de tal princípio.

O estímulo à continuação das atividades desenvolvidas em campos declinantes possibilita a manutenção dos empregos diretos e indiretos já gerados.

Possibilita, ainda, o surgimento de novos postos de trabalho, não apenas de postos diretamente ligados à produção de petróleo, mas também no âmbito de atividades indiretamente ligadas ao setor.

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Através do recolhimento de royalties, da circulação de renda e do surgimento de empreendimentos variados, multiplicam-se as possibilidades de mantença e de surgimento de postos de trabalho e de conseqüente concretização do princípio aqui apresentado.

Ao se considerar que grande parte dos campos em declínio onshore se encontra situada na Região Nordeste do país, fácil torna-se perceber que o fomento a tais campos na Região torna possível a concretização do pleno emprego em seu território, sendo verdadeiro meio para a redução das desigualdades sociais que a acometem.

O tópico seguinte analisa especificamente o fomento aos campos maduros de petróleo e a redução das desigualdades sociais.

4.2 Campos maduros e redução das desigualdades regionais e sociais

O Brasil, país de dimensões continentais, é marcado por extremadas diferenças entre suas regiões; diferenças estas não apenas naturais, mas também econômicas e sociais.

As diferenças sócio-econômicas que acometem as regiões nacionais não são exclusividade da contemporaneidade, são reflexo de todo um desenvolvimento histórico, tendo estimulado desde tempos pretéritos atuações do ente estatal nacional com vistas a reduzí-las.

Por volta dos anos 50, as temáticas do desenvolvimento econômico e da redução das desigualdades no interior de cada país e entre eles apontaram como elementos de destaque nas discussões de inúmeros Estados. Com o Brasil não foi diferente. O ente estatal nacional empreendeu ações com vistas a reduzir seus índices de desigualdade, especialmente no que dizia respeito à Região Nordeste.[36]

As ações do ente estatal promovidas durante a década de 50, apesar de bem intencionadas, não lograram êxito pleno na eliminação das desigualdades.

As problemáticas econômico-sociais e as desigualdades regionais se fazem presentes no país até os dias atuais, demandando urgência na elaboração e implementação de políticas que visem as reduzir. [37]

São necessárias não apenas políticas regionais de redução das desigualdades, mas também políticas nacionais em tal sentido.[38]

A Região Nordeste aponta, nos dias atuais, dentre as regiões nacionais, como região marcada por uma intensa desigualdade sócio-econômica. [39] “Em relação aos indicadores sociais, a renda por habitante do Sudeste é quase três vezes maior que a do Nordeste.” [40]

Relatório elaborado pelo IPEA, datado de 1996, divide o Brasil em três distintos grupos, conforme o respectivo índice de desenvolvimento humano. Sergipe, Bahia,

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Pernambuco, Rio Grande do Norte, Maranhão, Ceará, Piauí, Alagoas e Paraíba, todos Estados nordestinos, foram inseridos no grupo nacional marcado pelos ínfimos níveis de desenvolvimento humano.[41]

A Região Nordeste é marcada, ainda, pela problemática natural da seca, o que em muito agrava os seus problemas econômicos e sociais. [42]

Diante de tais disparidades, atentando para a necessidade de amenizá-las e, se possível, extinguí-las, optou o constituinte nacional por tutelar a redução das desigualdades sociais e regionais como princípio fundamental da República Federativa do Brasil e como princípio da Ordem Econômica Constitucional.

A redução das desigualdades regionais é princípio fim da Constituição, direcionado, em especial, às políticas públicas estatais, sendo necessárias ações conjuntas da União, Estados e Municípios para sua concretização. [43]

Ainda em busca da redução das desigualdades sociais e regionais, foi estabelecida constitucionalmente a necessidade de se planejar, em lei, o desenvolvimento nacional equilibrado [44].

Tratou a Constituição, também, da necessidade de se realizarem investimentos por parte da União em percentuais fixados constitucionalmente pelo período de 15 anos, período este posteriormente alterado para 25 anos [45], em prol da irrigação das regiões Nordeste e Centro-Oeste. [46]

Apesar das previsões constitucionais e das políticas implementadas pelo Estado em prol da redução das desigualdades sociais e regionais no país, muito ainda há de ser feito para que o Brasil, de fato, se caracterize como um país mais igualitário.

O fomento à continuação das atividades desenvolvidas nos campos maduros se mostra como caminho a ser seguido rumo à possível amenização das desigualdades sociais e regionais do Brasil.

Os campos maduros onshore se situam, em grande parte, na Região Nordeste do país. Os Estados do Rio Grande do Norte - RN, Sergipe - SE e Bahia - BA possuem quantidades consideráveis de campos de petróleo em declínio produtivo.

Fomentar a continuação das atividades desenvolvidas em tais campos é forma de permitir à Região Nordeste do país reduzir os índices de desigualdade que a acometem.

Como se manteriam os Estados e Municípios nordestinos se as atividades petrolíferas neles desenvolvidas fossem abruptamente interrompidas em razão de seu declínio produtivo? Quem absorveria toda a mão de obra atuante direta e indiretamente no setor? Onde tais entes encontrariam fonte de renda alternativa e tão vultuosa quanto os royalties?

Fomentar a continuação das atividades desenvolvidas nos campos maduros nordestinos é forma de permitir à Região Nordeste do país manter e gerar empregos diretos e indiretos, recolher tributos, fazer circular renda, receber royalties etc. É forma de permitir à região, através de todos esses elementos, se desenvolver, não apenas

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economicamente, mas também socialmente, de modo a reduzir os índices de desigualdade que a acometem.

“A revitalização de campos maduros deve ser priorizada pelo seu potencial de geração de emprego e renda, questões de relevante impacto social nas regiões pobres e altamente dependentes da atividade petrolífera, onde está localizada a maioria destes campos. Essa é uma possibilidade de oportunidades de negócios para médios e pequenos empresários, quer seja na atuação direta nos projetos de revitalização destes campos quer seja no fornecimento de bens e serviços, que estes projetos demandam.” [47]

4.3 Campos maduros e tratamento favorecido às empresas de pequeno porte

O princípio do tratamento favorecido às empresas de pequeno porte que tenham sede e administração no país[48] em muito se coaduna com outros princípios da Ordem Econômica Constitucional, como é o caso do princípio da livre concorrência e da busca do pleno emprego.

Ao se direcionar tratamento favorecido aos empreendedores de menor porte se almeja fomentar a sua participação no mercado, concretizando a idéia de livre concorrência.[49]

Com um maior número de empreendedores no mercado, também se revelam maiores as chances de criação de postos de trabalho e a conseqüente concretização do pleno emprego.

A tutela do princípio aqui discutido em muito se coaduna com a idéia de fomento aos campos maduros de petróleo.

Os campos maduros, em razão do declínio produtivo que os acomete, não se revelam interessantes aos empreendedores de grande porte. Grandes empreendedores desejam grandes campos, grandes produções e grandes lucros.

Podem tais campos, todavia, mediante estímulos e uma adequada regulação, se revelar como interessantes pontos de investimento para empreendedores de menor porte.

Diante das vantagens sociais e econômicas do fomento aos campos maduros de petróleo, diante dos dizeres constitucionais que reforçam a necessidade do Estado agir em tal sentido, nada se faz mais razoável que estabelecer políticas de tutela e de tratamento diferenciado aos empreendedores desejosos em operá-los, no caso, os empreendedores de menor porte.

As políticas de tutela e de tratamento diferenciado aos empreendedores de menor porte desejosos em operar campos maduros, como bem se vê, possuem nítido respaldo constitucional.

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O tratamento favorecido a ser conferido aos empreendedores de menor porte é conseqüência direta e imediata das peculiaridades que os envolvem. Tal tratamento não viola a idéia de igualdade, ao invés, é corolário da mesma.

O princípio da igualdade não veda discriminações pura e simplesmente, apenas as veda quando infundadas, quando inexistentes fatores objetivos de distinção. [50]

“Aliás, decorre do próprio princípio da igualdade a exigência de tratamento diverso, a discriminação positiva, para situações objetivamente (e não arbitrariamente) diferenciadas, pois o trato igual de pessoas ou estados substancialmente desiguais conduziria à própria negação da norma de igualdade, isto é, a resultados desarrazoados, injustos, decorrentes de tratamento jurídico idêntico a indivíduos ou ocorrências essencialmente díspares.” [51]

Assim, a tutela dos empreendedores de menor porte, diretamente ligada ao fomento dos campos de petróleo em declínio, deve receber do ente estatal as atenções que de fato lhe dizem respeito, passando a caracterizar-se como tema constante nos debates envolvendo o fomento aos campos maduros no país.

Com mais e novos empreendedores atuando no setor, os postos de trabalho em seu âmbito também se revelarão maiores numericamente, permitindo a concretização do pleno emprego e, através de suas vantagens econômicas e sociais, a concretização da ampla idéia de desenvolvimento, de um desenvolvimento não apenas econômico, mas também social.

5. Campos maduros de petróleo e Política Energética Nacional

Vistos os variados princípios constitucionais passíveis de se concretizarem a partir do estímulo à continuação das atividades em campos maduros de petróleo, faz-se relevante analisar a ligação existente entre este fomento e a Política Energética Nacional.

A Política Energética Nacional – PEN - tem seus objetivos elencados na “Lei do Petróleo”, de modo a consubstanciar a sua essência e estruturação.[52]

Tais elementos, explicitamente apresentados em onze incisos, consubstanciam as opções axiológicas, políticas e ideológicas do legislador infraconstitucional em termos de energia, não apenas no que diz respeito ao petróleo, mas também no que concerne às demais fontes energéticas. [53]

Dois dos objetivos da PEN se ligam de modo mais específico ao fomento aos campos maduros de petróleo. São eles a ampliação do mercado de trabalho e a promoção do desenvolvimento.

Ambos já tiveram aqui demonstrada a sua ligação com os campos maduros de petróleo.

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O fomento à continuação das atividades em campos maduros permite a mantença e geração de empregos diretos e indiretos. É, assim, forma de concretização da ampliação do mercado de trabalho, um dos objetivos da PEN.

Em torno de tais campos inúmeros empreendimentos são estruturados para prestação de serviços direta e indiretamente ligados à produção de petróleo. Tais empreendimentos trazem consigo vagas de trabalho, permitindo a ampliação do mercado de trabalho nas regiões onde se situam tais campos.

No que tange à promoção do desenvolvimento enquanto objetivo da PEN, a sua concretização através do fomento aos campos maduros já foi aqui ressaltada.

Ao possibilitar a mantença e geração de empregos, ao permitir o recolhimento de tributos, o recebimento de royalties, ao promover a circulação de renda, o pagamento de participação aos proprietários de terras e o surgimento de empreendimentos variados, o fomento às atividades em campos maduros se revela como caminho apto a concretizar a idéia constitucional de desenvolvimento, de um desenvolvimento não apenas econômico, mas também social.

6. Do dever estatal de fomento à continuidade da produção em campos maduros de petróleo: considerações finais

Por tudo o que aqui se expôs a respeito do fomento aos campos maduros, pela possível concretização de variados dizeres constitucionais e infraconstitucionais mediante tal fomento, fácil torna-se perceber ser inconcebível o abandono de tais campos ao ócio.

Os campos maduros, ainda que em declínio, possuem petróleo, recurso dotado de relevância sócio-econômica, a ser necessariamente utilizado de forma racional.

A “Lei do Petróleo”, atentando para a relevância e não renovabilidade do recurso petrolífero, determinou à ANP, dentre outras funções, o dever de atuar de modo a promover o aproveitamento racional dos recursos energéticos no país.[54]

Criou a “Lei do Petróleo”, além da ANP, o Conselho Nacional de Política Energética - CNPE, presidido pelo Ministro de Minas e Energia e vinculado à Presidência. Tal Conselho[55], dentre outras funções, é responsável por propor medidas e políticas que possibilitem o aproveitamento racional dos recursos energéticos nacionais.

A intensa e reiterada tutela conferida pela “Lei do Petróleo” ao aproveitamento racional dos recursos energéticos nacionais liga-se diretamente ao fomento dos campos maduros de petróleo.

Os campos maduros petrolíferos, tema central do presente estudo, têm no incentivo à continuidade das atividades neles desenvolvidas verdadeiro corolário da tutela do uso racional dos recursos energéticos nacionais.

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Na medida em que se otimiza e maximiza a explotação em campos maduros, promove-se o aproveitamento racional e adequado dos recursos petrolíferos neles existentes, de modo a se evitar o seu desperdício.

Sendo dever do CNPE e da ANP promover o uso racional dos recursos petrolíferos nacionais, sendo possível a concretização de tal dever mediante o fomento aos campos maduros, caberá a tais entes agir em tal sentido.

Não apenas o dever de tutela do uso racional dos recursos energéticos nacionais ressalta a necessidade de ações estatais em prol do fomento aos campos maduros.

A possibilidade de concretização de inúmeros elementos constitucionais e infraconstitucionais através de tal fomento, como aqui demonstrado, também ressalta o dever do Estado de agir em busca do fomento à continuação das atividades de produção em campos maduros, especialmente mediante o ingresso de empreendedores de menor porte.[56]

No Brasil, a sistemática do ordenamento jurídico torna inadequado o abandono de campos maduros ao ócio produtivo, ressaltando o dever do Estado de agir rumo ao fomento das atividades em tais campos.

Os campos maduros, ainda que em declínio, possuem petróleo, recurso energético natural não-renovável, dotado de relevância social e econômica, diretamente ligado às idéias de soberania e de desenvolvimento, recurso este que deve ser utilizado de forma racional.

O fomento aos campos maduros, na medida em que permite a concretização do desenvolvimento social, do pleno emprego, da redução das desigualdades regionais, dentre outros elementos, permite a concretização da dignidade humana, essência da ordem econômica e fundamento da República Federativa do Brasil. [57]

É papel do ente estatal, assim, diante de sua atual estrutura de agente normativo e regulador da seara petrolífera brasileira, promover o incentivo à continuidade das atividades petrolíferas nos campos com produção declinante. O desperdício de petróleo e a sua subutilização devem ser combatidos. Caberá ao CNPE formular políticas energéticas em tal sentido e à ANP executar as políticas formuladas e definir as diretrizes regulatórias atinentes a tais campos.[58]

No fomento aqui discutido faz-se indispensável a elaboração de um adequado conceito normativo de campos maduros. O fomento deve ser direcionado aos campos e empreendedores que verdadeiramente o demandam.

Muito ainda há de ser feito para que os campos maduros verdadeiramente concretizem na prática os benefícios que a eles se conectam no plano teórico.

O próprio conceito normativo de campos maduros necessita ser elaborado como relevante instrumento de direcionamento do fomento aqui exposto.

É preciso que o fomento a tais campos passe a ser visto como política energética de destaque pelo ente estatal e não como mera política acessória.

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Ao ente estatal caberá modificar a sua postura, de modo a dedicar maiores atenções ao fomento aqui proposto, permitindo a efetiva concretização de todos os benefícios econômicos e sociais que lhes são próprios.

7. Referências

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[1] ZAMITH, Maria Regina Macchione de Arruda. A nova economia institucional e as atividades de exploração e produção onshore de petróleo e gás natural em campos maduros no país. São Paulo. 2005. 298 p. (Tese apresentada ao Programa Interunidades de Pós-Graduação em Energia do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo – USP - para obtenção do título de doutor em energia). Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponíveis/86/86131/tde-31072005-002338 Acesso em 14 de junho de 2008.

[2] CÂMARA, Roberto José Batista. Campos maduros e campos marginais. Definição para efeitos regulatórios. Bahia. 2004. 139 p. (Dissertação apresentada à Universidade Salvador – UNIFACS, para obtenção do título de Mestre em Regulação da Indústria da Energia). Disponível em: http://www.recam.org.br/projetos/projeto-1/publicacoes/dissertacao_rcamara.pdf Acesso em 08 de abril de 2008. p. 60.

[3] Produção acumulada é o volume total de fluido produzido até determinada data. Id. p. 92.

[4] “recurso explotável é o volume in situ de petróleo e gás natural potencialmente recuperáveis, a partir de uma determinada data em diante.” Id. p. 92.

[5] Alfa = produção acumulada do campo, dividida pela produção acumulada do campo associada às reservas atuais. Maduro será o campo quando alfa for igual ou maior que 40%. Para maiores informações ver: Id. p. 91 - 98.

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[6] Id. p. 91.

[7] Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Objetiva. 2004. p. 1852.

[8] PRATES, Jean Paul. Campos marginais e produtores independentes de petróleo e gás. Aspectos técnicos, econômicos, regulatórios, políticos e comparativos. Fórum Continuado de Energia. 2ª Edição. Disponível em: http://www.ebape.fgv.br/novidades/pdf/D01P04A01.pdf Acesso em 08 de abril de 2008. p. 06.

[9] CÂMARA, Roberto José Batista. Campos maduros e campos marginais. Definição para efeitos regulatórios. Bahia. 2004. 139 p. (Dissertação apresentada à Universidade Salvador – UNIFACS, para obtenção do título de Mestre em Regulação da Indústria da Energia). Disponível em: http://www.recam.org.br/projetos/projeto-1/publicacoes/dissertacao_rcamara.pdf Acesso em 08 de abril de 2008. p. 38 - 39.

[10] PRATES, Jean Paul. Campos marginais e produtores independentes de petróleo e gás. Aspectos técnicos, econômicos, regulatórios, políticos e comparativos. Fórum Continuado de Energia. 2ª Edição. Disponível em: http://www.ebape.fgv.br/novidades/pdf/D01P04A01.pdf Acesso em 08 de abril de 2008. p. 06.

[11] Disponível em: http://200.179.25.133/NXT/gateway.dll/leg/folder_portarias_anp/portarias_anp_tec/2003/outubro/panp%20279%20-%202003.xml?f=templates$fn=default.htm&sync=1&vid=anp:10.1048/enu Acesso em 16 de agosto de 2008. p. 05.

[12]Disponível em: http://200.179.25.133/NXT/gateway.dll/leg/folder_portarias_anp/portarias_anp_tec/2003/outubro/panp%20279%20-%202003.xml?f=templates$fn=default.htm&sync=1&vid=anp:10.1048/enu Acesso em 16 de agosto de 2008. p. 06.

[13] HOUAISS, Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Objetiva. 2004. p. 1809.

[14] “Campos maduros podem ser considerados conjuntos de reservatórios que apresentam estratégia de produção inicial já estabelecida e implementada, apresentando geralmente produção em fase de declínio.”

GUIMARÃES, Marcelo da Silva. Metodologia para otimização de estratégias de produção para campos maduros de petróleo. Campinas. 2005. (Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Mestre em Ciências e Engenharia do Petróleo). Disponível em: http://www.cepetro.unicamp.br/teses/mestrado/ano2005.htm Acesso em 26 de outubro de 2008.

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[15] CÂMARA, Roberto José Batista. Campos maduros e campos marginais. Definição para efeitos regulatórios. Bahia. 2004. 139 p. (Dissertação apresentada à Universidade Salvador – UNIFACS, para obtenção do título de Mestre em Regulação da Indústria da Energia). Disponível em: http://www.recam.org.br/projetos/projeto-1/publicacoes/dissertacao_rcamara.pdf Acesso em 08 de abril de 2008. p. 62.

[16] Id. p.24

[17] Disponível em: http://200.179.25.133/NXT/gateway.dll/leg/folder_portarias_anp/portarias_anp_tec/2003/outubro/panp%20279%20-%202003.xml?f=templates$fn=default.htm&sync=1&vid=anp:10.1048/enu Acesso em 16 de agosto de 2008. p. 06.

[18] CÂMARA, Roberto José Batista. Campos maduros e campos marginais. Definição para efeitos regulatórios. Bahia. 2004. 139 p. (Dissertação apresentada à Universidade Salvador – UNIFACS, para obtenção do título de Mestre em Regulação da Indústria da Energia). Disponível em: http://www.recam.org.br/projetos/projeto-1/publicacoes/dissertacao_rcamara.pdf Acesso em 08 de abril de 2008. p. 20.

[19] No âmbito da revitalização dos campos maduros se destacam os métodos avançados de recuperação, a abertura de novos poços e o incentivo à entrada de novos agentes para que produzam em campos ociosos ou que estejam com produção menor do que a que poderiam atingir. REIS, Andréa Campos. Fundamentos legais para uma regulamentação específica para campos maduros de petróleo e impacto dos royalties no desenvolvimento humano nos Municípios da Bacia do Recôncavo. Bahia. 2005. 149 p. (Dissertação apresentada à Universidade Salvador – UNIFACS, para obtenção do título de Mestre em Regulação da Indústria da Energia). p. 21.

[20] A expressão “Constituição Econômica” (ou Ordem Constitucional Econômica) é aqui entendida como abrangente das normas constitucionais (regras e princípios), organizadas em títulos, capítulos ou esparsas, especificamente direcionadas à disciplina (dever-ser) da seara econômica. É a Constituição Econômica, assim, parcela da Constituição do Estado. Por questões didáticas, os campos maduros de petróleo apenas serão aqui analisados à luz de alguns dos dispositivos explicitamente inseridos no Titulo VII da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

[21] Ver: CANOTILHO, Joaquim José Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. Coimbra: Editora Almedina. 2002. p. 1145 – 1173.

Direito Concorrencial.[22] FILHO, Calixto Salomão. As Estruturas. São Paulo: Malheiros Editores. 2002. p. 19 – 22.

[23] “(...) o mercado é impossível sem uma legislação que o proteja e uma vigorosamente racional intervenção, destinada a assegurar sua existência e preservação (...).” GRAU, Eros Roberto. O direito posto e o direito pressuposto. São Paulo: Malheiros Editores. 2008. p. 129.

Direito Concorrencial.[24] FILHO, Calixto Salomão. As Estruturas. São Paulo: Malheiros Editores. 2002. p. 19.

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[25] DANTAS, Ivo. Direito constitucional econômico. Globalização e constitucionalismo. Curitiba: Juruá Editora. 2007. p. 49.

[26] Para maiores informações ver: CAMARGO, Nilo Marcelo de Almeida. NUNES, Gustavo Vanini. SILVA, Tiago Desimon Testa da. RAUCH, Hugo. A Ordem Econômica na Constituição de 1988. In. Agências Reguladoras do Mercado. MOEL, Luiza helena (Org.). Porto Alegre: UFRGS Editora. 2002. p. 25 - 27.

[27] GRAU. Eros Roberto. A Ordem Econômica na Constituição de 1988. São Paulo: Malheiros Editores. 2007. p. 173.

[28] Id. p.174

[29] É importante que se diga que tal sistematização dos enunciados normativos econômicos constitucionais não enseja a impossibilidade de outros enunciados constitucionais aplicarem-se à seara econômica; devendo os agentes econômicos, impreterivelmente, respeitá-los no exercício de suas atividades. A Constituição não pode ser interpretada aos pedaços.

[30] A idéia de valorização social do trabalho encontra-se ligada ao princípio da dignidade humana e, em conseqüência, a idéia de justiça social. O valor econômico do trabalho, tão nítido, exteriorizado a partir das riquezas dele advindas, deve ser acrescido de feições sociais em prol da dignidade de quem o exerce. É preciso que as atividades laborais exercidas permitam ao trabalhador desenvolver-se socialmente. É preciso que normas de saúde, higiene e segurança do trabalho sejam respeitadas; que seja conferido ao trabalhador salário compatível com as suas necessidades. Enfim, é preciso que o exercício do trabalho confira ao trabalhador dignidade. Tal idéia, hoje bastante difundida e aceita, nem sempre se fez presente na história; sendo fruto da aproximação das regras trabalhistas do texto constitucional. Com a Constituição Mexicana de 1917 e com a Constituição de Weimar de 1919, ganha força o processo de aproximação das regras trabalhistas e constitucionais. No Brasil, tal fenômeno se consagra com o advento da Constituição de 1934. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e com as novas constituições a partir de então surgidas, os direitos laborais não apenas ganham espaço nos textos constitucionais, como também passam a associar-se a determinados princípios como, por exemplo, ao da dignidade humana e da valorização social do trabalho. A ordem econômica (mundo do ser), ao utilizar-se da força de trabalho para desenvolver-se, deve, impreterivelmente, respeitar as normas constitucionais de caráter laboral e os valores sociais do trabalho. É importante que se diga que as normas infraconstitucionais laborais também devem, impreterivelmente, ser respeitadas pela ordem econômica. No caso da indústria do petróleo e do gás natural, existe legislação especifica disciplinadora das relações de trabalho. A Lei Federal n.º 5.811, de 11 de outubro de 1972, trata do assunto. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. Editora LTR. São Paulo. 2005. p. 75 - 76.

[31] A liberdade, termo de amplo conceito e desdobrado em espécies variadas, se exterioriza quando os indivíduos têm a possibilidade não apenas de realizarem escolhas, mas de fazê-lo de forma consciente. A livre iniciativa (liberdade econômica), uma das espécies emanadas da idéia de liberdade, corresponde à possibilidade de serem exercidas e criadas livremente atividades econômicas, sem a necessidade de autorização prévia do Poder Público. No caso brasileiro, conferiu o legislador constituinte feição

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não apenas econômica, mas também social à idéia de livre iniciativa. A livre iniciativa não apenas é tida como fundamento da ordem econômica, mas também como fundamento da República Federativa do Brasil, neste último caso explicitamente acrescida de feição social. Admite a Constituição o livre exercício das atividades econômicas, sem a necessidade de prévia autorização do Poder Público, salvo quando o ordenamento especificamente estabelecer o contrário. É o caso, por exemplo, das atividades da indústria do petróleo e do gás natural. Pelos interesses econômicos e sociais que as envolvem, impõe o ordenamento a necessidade de serem obtidos previamente ao exercício das mesmas determinados atos administrativos. É importante que se diga que a liberdade de iniciativa consagrada constitucionalmente não autoriza a prática de arbitrariedades. A liberdade de iniciativa econômica, ainda que não limitada pela necessidade de autorização prévia do Poder Público, encontra limitações no próprio texto constitucional e na legislação infraconstitucional. A feição social que lhe é atribuída, o princípio da livre concorrência, a defesa ambiental, os direitos dos consumidores e os valores sociais do trabalho, por exemplo, podem ser vistos como limites à atuação livre dos agentes econômicos. A livre iniciativa é fundamento da ordem econômica constitucional e também do Estado brasileiro, possui valor social e, em face disso, não pode receber interpretação exclusivamente econômica. A Constituição não pode ser interpretada aos pedaços. Nem em sua origem foi absoluta a idéia de livre iniciativa, nem o Estado liberal revelou-se totalmente omisso quanto à seara econômica.Nesse sentido ver: CAMARGO, Nilo Marcelo de Almeida. NUNES, Gustavo Vanini. SILVA, Tiago Desimon Testa da. RAUCH, Hugo. A Ordem Econômica na Constituição de 1988. In. Agências Reguladoras do Mercado. MOEL, Luiza helena (Org.). Porto Alegre: UFRGS Editora. 2002. GRAU. Eros Roberto. A Ordem Econômica na Constituição de 1988. São Paulo: Malheiros Editores. 2007.

[32] Os princípios consagrados na Constituição Econômica podem ser agrupados nas seguintes categorias: princípios valores (soberania nacional, propriedade privada e livre concorrência); princípios objetivos (redução das desigualdades sociais e regionais, busca do pleno emprego, tratamento favorecido as pequenas empresas, função social da propriedade) e princípios de ação política (defesa os consumidores e defesa do meio ambiente). DANTAS, Ivo. Direito Constitucional Econômico. Globalização e constitucionalismo. Curitiba: Juruá Editora. 2007. p. 66.

[33] GRAU, Eros Roberto. A Ordem Econômica na Constituição de 1988. São Paulo: Malheiros Editores. 2007. p. 252 - 253. Há quem exponha a impossibilidade de concretização total de tal princípio, na medida em que o pleno emprego significa a inexistência de desemprego. Nesse sentido ver: SILVA, Américo. Luís Martins da. A Ordem Constitucional Econômica. Rio de Janeiro: Editora Lúmen Júris. 1996.

Direito Constitucional Econômico.[34] DANTAS, Ivo. Globalização e Constitucionalismo. Curitiba: Juruá Editora. 2007. p. 78.

[35]Id. p. 78.

[36] “Passada a turbulência das duas guerras mundiais, a instabilidade e crises entre elas e, pressionados pela opção socialista, a questão do desenvolvimento econômico tornou-se tema central na agenda dos governos e das instituições de coordenação econômica e política do mundo ocidental ou capitalista. Além do desenvolvimento econômico em

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geral e da reconstrução européia e japonesa, ganhou destaque a desigualdade entre e dentro dos países. No caso dos Estados Unidos, embora predominasse a ideologia anti-intervenção estatal, as desigualdades regionais, os movimentos migratórios, o crescimento dos guetos, a experiência anterior do TVA, induziram a generalização do planejamento regional.” DINIZ, Clélio Campolina. A questão regional e as políticas governamentais no Brasil. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Ciências Econômicas. Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional. 2001. Disponível em: http://www.fag.edu.br/professores/solange/PUR%20IV/BIBLIOGRAFIA%20APOIO/A%20QUEST%C3O%20REGIONAL.pdf p. 02

[37] “As desigualdades regionais devem ser entendidas como fator da política e produto político, pois são conseqüência de ações políticas e impõem decisões políticas, influenciando na necessária elaboração de um projeto nacional de desenvolvimento.” BERCOVICI, Gilberto. Desigualdades Regionais, Estado e Constituição. São Paulo: Editora Max Limonad. 2003. p. 67.

[38] Dois são os tipos de desenvolvimento regional, aquele afeto às “políticas regionais de desenvolvimento regional”, “cujas ações são restritas às chamadas “regiões-problema”, realizadas por meio de órgãos criados especialmente para isto, e o desenvolvimento regional afeto à “política nacional de desenvolvimento regional”, dirigida a todo o país, executada por entes variados e com atuação coordenada. “A política nacional de desenvolvimento regional não se limita a melhorar as condições de uma “região-problema”, mas busca o desenvolvimento harmônico e integral do país”. Id. p. 267.

[39] “A desigualdade entre regiões é um componente importante da desigualdade da distribuição da renda no Brasil. Observa-se, (...), que o rendimento per capita médio no Estado de São Paulo é 2,9 vezes maior do que no Nordeste. A relação entre os rendimentos medianos dessas duas regiões é ainda maior: 213/60 = 3,5. Note-se que apenas o Nordeste e o Norte (excluindo a área rural da antiga região Norte) têm rendimentos médios e medianos menores do que os valores referentes a todo o Brasil. (...) O Nordeste se destaca como a região com maior desigualdade. O Sul e o Estado de São Paulo apresentam as medidas de desigualdade menos elevadas.” (grifo nosso) HOFFMAN, Rodolfo. Mensuração da desigualdade e da pobreza no brasil. Rio de Janeiro: IPEA. 2000. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/livros/desigualdadepobrezabrasil/capitulo03.pdf Acesso em 12 de setembro de 2008. p. 89

[40] “Do ponto de vista político-geográfico, o Brasil tem 26 estados, mais o Distrito Federal, e está dividido em cinco regiões. O Estado de São Paulo, no Sudeste, é o centro da economia brasileira. Em 1985, o Sudeste concentrava 70% da produção industrial do Brasil e 58% do PIB, estando 34% deste localizado em São Paulo. Em 1970, a participação de São Paulo no PIB nacional era de 39%. Apesar da desconcentração econômica processada a partir de 1975, a distância entre São Paulo e os demais estados e regiões ainda é grande. Assim, o Sudeste brasileiro, que representa 10,8% do território do país, concentra hoje 42,6% da população brasileira, mas representa 59% do produto interno e 66% do produto industrial nacional. Em contraste, no Nordeste, onde vivem 28,9% da população, gera-se 13,6% do produto interno total e 12% do produto industrial.” SOUZA, Celine. Intermediação de interesses regionais no Brasil: o

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impacto do Federalismo e da descentralização. Vol. 41 n. 3. Rio de Janeiro. 1998. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52581998000300003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

[41] “O Brasil tem sido marcado, desde o início da sua história republicana, pela existência de profundas desigualdades regionais no interior da Federação. O relatório IPEA/PNUD (1996) aprofundou a discussão do tema com a descoberta da existência de três "Brasis": a) uma área constituída pelos sete estados mais ao sul do país que, juntamente com o Distrito Federal, apresenta elevado nível de desenvolvimento humano; b) uma faixa que se estende na direção noroeste, a partir de Minas Gerais, e que exibe índice de desenvolvimento humano médio; e c) uma área que reúne os estados do Nordeste, além do Pará e do Acre, que mostra níveis reduzidos de desenvolvimento humano. Esses resultados configuram uma nítida diferenciação regional, apontando para um novo desenho do mapa das regiões brasileiras, diverso do mapa geográfico que divide o Brasil em cinco regiões. (...). Estão situados na primeira faixa os Estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, além do Distrito Federal; na segunda faixa os Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Roraima e Amapá; no terceiro grupo estão os Estados do Pará, Acre, Sergipe, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Maranhão, Ceará, Piauí, Alagoas e Paraíba.” SOUZA, Celine. Intermediação de interesses regionais no Brasil: o impacto do Federalismo e da descentralização. Vol. 41 n. 3. Rio de Janeiro. 1998. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52581998000300003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

[42] A expectativa de vida da região Nordeste é a menor do país; correspondendo a 64,22 anos. Disponível em: http://www.mre.gov.br/CDBRASIL/ITAMARATY/WEB/port/divpol/nordeste/regiao/apresent/apresent.htm Acesso em 07 de fevereiro de 2008.

Direito Constitucional Econômico Brasileiro[43] TAVARES, André ramos. . São Paulo: Editora Método. 2006. p. 204 e 205.

Constituição da República Federativa do Brasil[44] Art, 174, § 1º. BRASIL. , de 5 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm

[45] A referida alteração deu-se no ano de 2004, em 15 de abril, através da Emenda Constitucional nº. 43.

[46] Em sendo a região Nordeste demasiado seca, o percentual de investimento a ela direcionado foi fixado em valor a maior (50%) que aquele destinado ao Centro-Oeste (20%). Ver o Art. 20, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm Acesso em 25 de setembro de 2008.

[47] CORREIA, James. JUNIOR, Anabal Alves dos Santos. CORREIA, James. JUNIOR, Anabal Alves dos Santos. Revitalização de campos maduros terrestres.

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Uma proposta de regulação. In. 3º Congresso Brasileiro de P & D em Petróleo e Gás Natural. 2 a 5 de outubro de 2005. Salvador – Bahia. p. 1 – 6. Disponível em: http://www.portalabpg.org.br/PDPetro/3/trabalhos/IBP0138_05.pdf. Acesso em 25 de setembro de 2008. p. 02.

[48] Este inciso sofreu alterações em 1995 adquirindo o conteúdo aqui mencionado. Anteriormente ao advento da EC de 15 de agosto de 1995, privilégios eram conferidos às empresas nacionais. As empresas nacionais eram divididas em duas categorias: empresa brasileira (constituída sob as leis nacionais e com sede e administração no país) e empresa brasileira de capital nacional (controle permanente, ou seja, maioria do capital votante em mãos de pessoas físicas residentes e domiciliadas no país ou de pessoas jurídicas de direito público interno). O tratamento favorecido hoje é dado às empresas de pequeno porte, pouco importando à nacionalidade das mesmas, bastando que tenham sede e administração no país. DANTAS, Ivo. Direito Constitucional Econômico. Globalização e constitucionalismo. Curitiba: Juruá Editora. 2007. p. 79.

[49] “O tratamento favorecido para esse conjunto de empresas revela, contudo, a necessidade de se proteger os organismos que possuem menores condições de competitividade em relação às grandes empresas e conglomerados, para que dessa forma efetivamente ocorra a liberdade de concorrência (e de iniciativa). É a medida tendente a assegurar a concorrência em condições justas entre micro e pequenos empresários, de uma parte, e de outra, os grandes empresários.” TAVARES, André ramos. Direito Constitucional Econômico brasileiro. São Paulo: Editora Método. 2006. p. 216.

[50] “Proíbe tratamento desigual injustificado entre administrados que se encontrem em mesma situação, embora admita que possam ser atribuídos incentivos a atividades ou pessoas merecedoras de fomento ou tratamento diferenciado em função de assimetrias a serem corrigidas no exercício da função regulatória. A regulação cuidará da justa medida do tratamento de cada segmento ou administrado.” SOUTO, Marcos Juruena Villela. Direito Administrativo Regulatório. Rio de Janeiro: Editora Lúmen Juris. 2002. p. 176.

[51] FILHO, Marino Pazzaglini. Princípios constitucionais reguladores da Administração Pública. São Paulo: Editora Jurídico Atlas. 2003. p. 39

[52] Capítulo I, Dos Princípios e Objetivos da Política Energética Nacional, art. 1º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI. BRASIL. Lei Federal n.º 9.478, de 6 de agosto de 1997. Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9478.htm

[53] MENEZELLO, Maria D’Assunção Costa. Comentários à Lei do Petróleo. São Paulo: Editora Atlas. 2000. p. 60.

[54] Para maiores detalhes, ver o art. 8º, IX, da referida lei. BRASIL. Lei Federal n.º 9.478, de 6 de agosto de 1997. Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética

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e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9478.htm Acesso em 02 de abril de 2008.

[55] “Art. 2° Fica criado o Conselho Nacional de Política Energética - CNPE, vinculado à Presidência da República e presidido pelo Ministro de Estado de Minas e Energia, com a atribuição de propor ao Presidente da República políticas nacionais e medidas específicas destinadas a: I - promover o aproveitamento racional dos recursos energéticos do País, em conformidade com os princípios enumerados no capítulo anterior e com o disposto na legislação aplicável; (...)”BRASIL. Lei Federal n.º 9.478, de 6 de agosto de 1997. Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9478.htm Acesso em 02 de abril de 2008.

[56] A Constituição de 1988, repleta de enunciados que possibilitam a transformação social e econômica do país, diante de seu pequeno índice de concretização prática, configura-se como uma constituição simbólica, muitos de seus dispositivos são utilizados de modo meramente retórico. Apesar disso, o conjunto de dizeres nela consubstanciado possibilita a transformação em termos econômicos e sociais, mediante a realização de políticas públicas e outras ações estatais. “a Constituição pode servir de pauta de reivindicações para movimentos políticos e sociais que busquem sua efetivação.” BERCOVICI. Gilberto. Desigualdades regionais, Estado e Constituição. São Paulo: Editora Max Limonad. 2003. p. 312 - 314.

[57] “o princípio da dignidade humana é a essência, a razão das normas da ordem econômica, entendendo-se este princípio como aquilo que a inspira e a conduz.” DERANI, Cristiane. Direito Ambiental Econômico. São Paulo: Editora Saraiva. 2008. p. 242.

[58] NETO, versando sobre a relevância do fomento às atividades econômicas pelo Estado no contexto regulatório assim expõe: “Se considerada no contexto macroeconômico e, portanto, como instrumento de desenvolvimento, esta é a mais importante função administrativa que se pode desenvolver através da regulação.” NETO, Diogo de Figueiredo Moreira. Direito Regulatório. Rio de Janeiro. São Paulo: Editora Renovar. 2003. p. 140 - 141.

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