o estado verde - edição 22458 - 03 de março de 2015

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O ESTADO Ano VI Edição N o 378 Fortaleza, Ceará, Brasil Terça-feira, 3 de março de 2015 ONU e governo, unidos, constroem a nova agenda para 2015 Novos compromissos exigem mudança de cultura e de comportamento por parte da sociedade. O governo dedica esforços. PÁGINA 3 Um museu para não esquecer a Seca foi esquecido e vira arquivo Mas o órgão luta pela memória dos longos períodos de estiagem, afinal, a história precisa ser contada. PÁGINAS 9 e 10 FOTO DIVULGAÇÃO Fenômenos incríveis e curiosos formam belo espetáculo da natureza Raios e relâmpagos, não são únicos. É possível observar outros interessantes e bonitos processos como as auroras boreais. PÁGINA 12 FOTO DIVULGAÇÃO RAIOS Mesmo chovendo pouco, Ceará registra grande ocorrência O fenômeno são descargas de eletricidade atmosférica, muito poderosas, com voltagem entre 100 milhões a 1 bilhão de volts, muito presente em períodos de chuvas, mesmo curtos. Páginas 6 e 7 RAIOS Mesmo chovendo pouco, Ceará registra grande ocorrência O fenômeno são descargas de eletricidade atmosférica, muito poderosas, com voltagem entre 100 milhões a 1 bilhão de volts, muito presente em períodos de chuvas, mesmo curtos. Páginas 6 e 7

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Jornal O Estado (Ceará)

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Page 1: O Estado Verde - Edição 22458 - 03 de março de 2015

O ESTADO Ano VI Edição No 378 Fortaleza, Ceará, Brasil Terça-feira, 3 de março de 2015

ONU e governo, unidos, constroem a nova agenda para 2015 Novos compromissos exigem mudança de cultura e de comportamento por parte da sociedade. O governo dedica esforços. PÁGINA 3

Um museu para não esquecer a Seca foi esquecido e vira arquivo Mas o órgão luta pela memória dos longos períodos de estiagem, afi nal, a história precisa ser contada. PÁGINAS 9 e 10

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Fenômenos incríveis e curiosos formam belo espetáculo da naturezaRaios e relâmpagos, não são únicos. É possível observar outros interessantes e bonitos processos como as auroras boreais.PÁGINA 12

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RAIOS

Mesmo chovendo pouco, Ceará registra grande ocorrênciaO fenômeno são descargas de eletricidade atmosférica, muito poderosas, com voltagem entre 100 milhões a 1 bilhão de volts, muito presente em períodos de chuvas, mesmo curtos. Páginas 6 e 7

RAIOS

Mesmo chovendo pouco, Ceará registra grande ocorrênciaO fenômeno são descargas de eletricidade atmosférica, muito poderosas, com voltagem entre 100 milhões a 1 bilhão de volts, muito presente em períodos de chuvas, mesmo curtos. Páginas 6 e 7

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A vida buscando equilíbrio Com o aquecimento global, ocorre maior acúmulo de energia na atmosfera, o que

aumenta a probabilidade de ocorrências de fenômenos climáticos mais intensos como a estiagem e as chuvas que assolam São Paulo. A natureza desta tendência foi previs-ta há décadas pelos meteorologistas. Mas, a maior intensidade e frequência dessas ocorrências estão sendo observadas décadas antes do previsto. Algum fator na com-plexidade do clima deve explicar a aceleração dos efeitos. Para o agrônomo Antônio Nobre, pesquisador de Ciência do Sistema Terrestre do Instituo Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), especialista na relação da Amazônia com o clima, com o aquecimen-to global, recentemente, publicou o estudo “O futuro climático da Amazônia” que pode ser acessado em http://www.ccst.inpe.br/wp-content/uploads/2014/10/Futuro--Climatico-da-Amazonia.pdf, e no qual ele afirma que o evento extremo é, “nada mais nada menos, do que uma busca de equilíbrios por parte da vida”.

Os bens e serviços que a floresta fornece são muitos, entre eles o controle climático através do sequestro de carbono. As plantas retiram gás carbônico (CO2) do ar para fazer fotossíntese e assim conseguir crescer, produzir flores, frutos e sementes. Ao fazerem isso diminuem a concentração de CO2 na atmosfera e o planeta esfria.

O conceito de bens e serviços tem origem nas ciências econômicas. Bens são definidos como tudo aquilo que seja útil ao homem, com ou sem valor econômico - ex: madeira, alimentos, fármacos, resinas, óleos, água e outros. Os serviços são prestações de assistência ou realização de tarefas que contribuem para satisfazer as necessidades humanas, sejam elas individuais ou coletivas - ex: sequestro de carbono, regulação do clima, regulação do ciclo hidrológico, controle de erosões e outros.

Remunerar a floresta eacordo com o Sistema Nacional de Informações Nacionais do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), atualmente, devido às taxas de desmatamento e às preocupações com mudanças climáticas, existe uma forte tendência de valorar e remunerar economicamente esses bens e serviços, uma tarefa nada simples por seu valor

subjetivo (ex: valor cultural) e pelas limitações metodológicas e práticas para mensurá-los.

É importante ressaltar que bens e serviços não são exclusivos de florestas nativas, muitos deles sendo também fornecidos pelas florestas plantadas.

Triste! A Internet foi tomada por um debate no mínimo estranho. Publicação do Buzzfeed foi visualizada quase 22 milhões de vezes, até a manhã último dia 27, por conta de um vestido para muitos, branco e dourado, para outros; preto e azul. Quanta bobagem... e o mundo caindo na nossa cabeça.

Expogeração Em junho, acontece mais uma mostra que visa fomentar a micro e minigeração de energia no Ceará. Em paralelo, o Seminário. O diretor setorial de micro e minigeração do Sindienergia-CE, Wilmar Pereira, vira ao jornal O Estado, no próximo dia, para falar sobre o assunto.

Reflexão: “O mesmo sentimento de que é preciso reduzir o consumo de água e energia por causa do esgotamento de reservas, surge em relação ao automóvel por causa do esgotamento das ruas.” Senador Cristovam Buarque (PDT).

O Estado Verde (OeV) é uma iniciativa do Instituto Venelouis Xavier Pereira, com o apoio do jornal O Estado, para fomentar o desenvolvimento sustentável no Ceará. EDITORA Tarcilia Rego CONTEÚDO Equipe OeV. JORNALISTA Elisângela Alves DIAGRAMAÇÃO E DESIGN Rafael F.Gomes TELEFONES (85) 3033.7500/3033 7505 E (85) 8844.6873 ENDEREÇO Rua Barão de Aracati, 1320 — Aldeota, Fortaleza, CE — CEP 60.115-081. www.oestadoce.com.br/o-estado-verde

08 de MarçoDia Internacional da MulherO Dia Internacional da Mulher é ce-lebrado em 8 de março. Neste dia, no ano de 1857, operárias de uma fábri-ca de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábri-ca e reivindicaram melhores condi-ções de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas, equiparação de salários com os homens e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação foi reprimida com violência, e as mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carboniza-das. Somente no ano de 1910, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”.À medida que o movimento feminis-ta internacional começou a ganhar força nos anos 70, a Assembleia Geral declarou o ano de 1975 como o Ano Internacional das Mulheres e organi-zou a primeira Conferência Mundial sobre as Mulheres, na Cidade do México. No impulso da Conferên-cia, os anos de 1976 a 1985 foram declarados a Década da Mulher.

De 5 a 8 de março8º Espaço Bem Mulher do Shopping BenficaEm celebração ao Dia Internacional da Mulher, Shopping Benfica rea-liza o 8º Espaço Bem Mulher, com atendimentos de beleza e serviços de saúde gratuitos. Vacinação, teste de

acuidade visual, aferição de pressão arterial e teste de glicemia integram a programação. Os atendimen-tos serão feitos no térreo, das 14h às 20h, a partir de hoje e seguem até o dia 08 de março. Domingo (8), tem show com cantora Nayra Costa, ex-The Voice BR, às 19h, na Praça de Alimentação (1º piso). Mais informações: 3243-1000.

De 10 a 14 de março21ª edição Feicon Considerado o evento referência para o setor de construção civil na América Latina, o Feicon Ba-timat que acontece no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na capital São Paulo, apresentará as principais inovações nos ramos de engenharia, arquitetura e de-sign de interiores, entre outros. Em paralelo à feira, acontece a Con-ferência Feicon Batimat, promoven-do seminários de grandes entidades e empresas referências, além de reu-nir profissionais de renome nacional e internacional em apresentações técnicas, palestras, painéis de deba-tes e estudos de casos. Mais infor-mações: http://www.feicon.com.br.

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ONU e governo, unidos, constroema agenda Pós-2015 no Brasil

VISÃO GLOBAL

Novos compromissos exigem mudança de cultura e de comportamento por parte da sociedade

O prazo final para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) se aproxi-ma. Com o objetivo de dar con-

tinuidade à agenda de desenvolvimento a partir de 2015, ano em que o mundo apresenta um balanço em relação à con-secução dos ODMs, novas metas – os Objetivos de Desenvolvimento Susten-tável (ODS) – são construídas pelos Estados Membros que compõem o Sis-tema das Nações Unidas (ONU), socie-dade civil e parceiros estratégicos.

No Brasil, ONU e governo uniram esforços para alinhar as expectativas e objetivos para a nova agenda. O gover-no dedica esforços para eleger as metas prioritárias e apontar indicadores coe-rentes com o contexto nacional. A ONU, em contrapartida, trabalha ativamente na construção de subsídios e na orienta-ção quanto à implementação, monitora-mento e avaliação das iniciativas.

MudançaPara o embaixador brasileiro, Antônio

Patriota, além dos governos, a sociedade civil e o setor privado precisam contri-buir para a criação da agenda pós-2015. “Essa agenda envolve mudança de com-portamento em nível individual da co-munidade, da região, do país e da socie-dade internacional como um todo. Então não pode ser tratada como algo menos importante ou que vamos pensar nele

amanhã. Não, tem que a partir de agora haver essa mudança de cultura, essa mu-dança comportamental. Não é uma coisa simples e vai exigir muita atividade aqui nas Nações Unidas e fora dela.”

O organismo montou um grupo com agências selecionadas do Sistema ONU para sistematizar o esforço coletivo (Task Force), liderado pelo escritório de Jorge Chediek, o coordenador-residente da ONU no Brasil. A primeira ação da força tarefa foi analisar para cada um

dos ODS e metas, os indicadores bra-sileiros, propostos inicialmente pelo governo, identificar lacunas e propor outros indicadores. No Brasil, o Fundo de População das Nações Unidas (UN-FPA) integra essa força tarefa respon-sável por prover subsídios ao governo para o fortalecimento dos compromis-sos Pós-2015.

EntendaDesde 2013, seguindo mandato da

Conferência Rio+20, a ONU vem dis-cutindo os pontos da nova agenda, que deverá orientar as políticas nacionais e as atividades de cooperação inter-nacional nos próximos quinze anos, sucedendo os Objetivos de Desenvol-vimento do Milênio. As discussões se desenvolveram ao longo de 13 sessões, entre março de 2013 e julho de 2014, no âmbito de Grupo de Trabalho Aber-to, formado por 70 países membros da Assembleia Geral.

No Brasil, Organização das Nações Unidas e governo uniram esforços para alinhar expectativas e objetivos para a nova agenda

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Abusos em nome da lei do silêncioA deputada Dra. Silvana, que preside a Comissão de Meio Ambiente da Assem-

bleia Legislativa do Ceará, à tribuna da Assembleia Legislativa para protestar con-tra a ação da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza (Seuma), que, segundo entende a parlamentar, extrapolou os limites do desiderato de fiscalizadora da legislação que trata da poluição sonora. A deputada denunciou que fiscais da Seuma embargaram um culto da Igreja Ministério Atalaia Deus Vivo e, sem executar os devidos procedimentos de medição sonora, tentaram apreender equipamentos de som durante uma celebração. Segundo a parlamentar, fiéis protes-taram e impediram a apreensão. Segundo a deputada, “os membros da igreja foram abordados de forma arrogante e preconceituosa e toda a igreja foi constrangida de forma ilegal, uma vez que não se estava infringindo a Lei do Silêncio”.

Lei do Silêncio é o que não falta em nosso ordenamento jurídico. A Lei nº 13.711, de 21 de dezembro de 2005, de autoria do deputado Ivo Gomes, é uma delas. Segundo esse diploma, cabe a qualquer pessoa que considerar seu sossego perturbado por sons ou ruídos comunicar a ocorrência para que sejam tomadas as providências necessárias (Artigo 3º). Todavia, essa lei não abrange a poluição sonora gerada no interior de residências e especifica claramente onde a autoridade fiscalizadora pode constatar o crime ambiental (Artigo 1º, incisos I, II e III).

Igreja isenta Consoante o parágrafo único do Artigo 1º da Lei nº 13.711/2005, “Não estão sujeitos à proibição prevista neste artigo os sons produzidos durante o período de propaganda eleitoral, determinados pela Justiça Eleitoral; os sons produzidos por sirenes e assemelhados utilizados nas viaturas, quando em serviço de policiamento ou socorro; OS SONS PROPAGADOS EM EVENTOS RELIGIOSOS, populares e integrantes do calendário turístico e cultural do Estado do Ceará. (grifo nosso).

Barbas de molho Como diz bem a sabedoria do povo, gato escaldado tem medo de água fria. E quando se vê as barbas do vizinho arder, devemos colocar logo as nossas de molho. É o que está fazendo a deputada Dra. Silvana, diante das inúmeras situações que mais se assemelham a preconceito religioso do que compromisso com a execução da lei, tantas têm sido as fiscalizações agressivas nos templos religiosos evangélicos, enquanto, se vê desrespeitos à lei do silêncio nas

próprias vias públicas e em casas de shows, sem que o poder público atue com o rigor que vem atuando em relação às igrejas. Emenda constitucional Em face dos problemas em torno das Igrejas versus Lei do Silêncio, a deputada Dra. Silvana apresentou à Assembleia Legislativa do Ceará uma Emenda à Constituição do Ceará, a qual altera o artigo 20 da Carta do Estado. Atualmente, o artigo 20 tem cinco incisos, sendo que o quarto trata do assunto pertinente ao tema abordado, nos seguintes termos: “Art. 20, IV – É vedado ao Estado subvencionar cultos religiosos ou igrejas OU DIFICULTAR-LHES SEU FUNCIONAMENTO.” (grifo meu). A este inciso a propositura da dep. Dra. Silvana, além de modificá-lo, acrescenta-lhe mais 8 (oito) parágrafos, criando mecanismos legais que determine com clareza a liberdade religiosa, um dos fundamentos da democracia que estamos aprendendo a exercitar.

Leis municipais O município de Fortaleza dispõe de várias leis que normatizam o uso de equipamentos de som e buscam adotar medidas que evitem a poluição sonora que, efetivamente, se caracterize como crime ambiental. O Código de Obras e Posturas do Município (Lei 5530/81) define que nos logradouros públicos, são expressamente proibidos anúncios, pregões ou propaganda comercial, por meio de aparelhos ou instrumentos, de qualquer natureza, produtores ou amplificadores de som ou ruído.

Exposição, “Caatinga – Um Novo Olhar”, apresenta aos visitantes aspectos do bioma

Filme A Lei da Água, na Bahia

Exposição itinerante Caatinga Um Novo Olhar - Entre Nesse Clima iniciou ciclo de visitas às escolas de Fortaleza que fazem parte do

Programa de Educação Ambiental do Projeto No Clima da Caatinga. O programa inclui a participação das es-colas da rede pública das seis regionais municipais que ano passado aderiram ao projeto e participaram do ciclo de capacitações em Educação Ambiental. Os coordenadores e professores reto-maram a implantação do programa com o início do ano letivo 2015 e, a pri-meira unidade escolar a receber a mos-tra ambiental na Capital, é a Escola de Ensino Fundamental Dom Fragoso, na Regional I. A exposição, que começou na escola dia 23 de fevereiro, além de

receber a visita de todos os alunos da escola anfitriã, está recebendo também a visita de escolas vizinhas.Como parte das atividades da expo-sição, doze alunos foram capacitados e estão atuando como monitores, aju-dando os visitantes a aproveitar melhor os conteúdos dos painéis interativos. A ação é uma parceria da Associação Ca-atinga com a Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza (SME).

Na próxima quinta-feira (05/03) será exibido na Assembleia Legislativa da Bahia, o filme A Lei da Água, às 14h, no Auditório do prédio Jutahy Magalhães. Produzido pela Cinedelia e O2, em par-ceria com o Instituto Sócio Ambiental (Isa) e a WWF-Brasil, Fundação SOS Mata Atlântica, Associação Bem-Te--Vi Diversidade, Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS). A exibição faz parte do lançamento do Grupo de Trabalho das Águas daquela Casa e será aberta ao público e gratuita. A ideia é mostrar a importância das flo-restas para a conservação dos recursos hídricos no Brasil e a relação entre re-cursos hídricos e desmatamento, uma das questões centrais da crise da água,

vivida neste momento em parte do Bra-sil e em especial, explica o impacto do novo Código Florestal.

FilmeO filme retrata as mudanças na legisla-ção que prevê o que deve ser conservado e pode ser desmatado nas propriedades rurais e cidades brasileiras. O impacto sobre a capacidade da floresta de prote-ger mananciais de água. Leve documentário para sua cidade. A película, também pode ser exibida ser exibida por você. Seja um embaixador! Organize um cinedebate e leve o filme para o cinema de sua cidade a partir deste mês. Saiba mais e assista ao trailer em: http://bit.ly/aleidaagua.

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SERVIÇO Para conhecer mais sobre a Exposição Caatinga Um Novo Olhar - Entre Nesse Clima, acesse o link: http://www.noclimadacaatinga.org.br.

[email protected]

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Plano apresentado por Camilo Santana foi debatido na Assembleia Legislativa

FOTO CARLOS GIBAJA

Na pauta da Assembleia, Plano Estadual de Convivência com a Seca

CEARÁ

Secretário de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional participou do debate

O “Plano Estadual de Convivência com a Seca”, apresentado pelo governador Camilo Santana, um dia antes (25), foi discutido por

representantes do governo do Estado , parlamentares e representantes da so-ciedade civil. O debate que aconteceu na Assembleia Legislativa, sexta-feira (27), contou com a presença do secretário de Desenvolvimento Regional do Ministé-rio da Integração, Irani Braga Ribeiro, representando o governo federal.

Ribeiro destacou a importância do planejamento de ações de combate à estiagem .“Estamos integrados com o Estado do Ceará e vamos atender as demandas apresentadas para garan-tir a convivência do povo do Estado com a estiagem”, afirmou. Ele destacou também que o Governo Federal está definindo uma política pública per-manente para garantir ações efetivas de convivência com a seca em parceria com os estados.

Na quinta-feira (26), o governador iniciou a “peleja” por recursos finan-ceiros. Com o Plano debaixo de braço, ele chegou à Brasília e apresentou as demandas aos ministros Antônio Car-los Rodrigues (Transportes), Nélson Barbosa (Planejamento), Arthur Chio-ro (Saúde), Gilberto Occhi (Integração Nacional) e Miguel Rossetto (Secreta-ria-Geral da Presidência). Veja quadro.

Foco no abastecimento O secretário do Desenvolvimento

Agrário, Dedé Teixeira, informou que as ações foram elaboradas em conjunto desde o dia primeiro de janeiro, coorde-nadas pela Seplag, e que as ações em an-damento terão plena continuidade. “O governador Camilo Santana orientou os secretários a manterem as ações que já estão acontecendo com foco no abaste-cimento d’água e assistência técnica ao homem do campo”. O secretário ressal-tou ainda que a pasta está intensifican-do as obras de abastecimento d’água do Programa Água para Todos e São José III para garantir a segurança hídrica nas comunidades que mais precisam.

NormalizarO secretário de Recursos Hídricos,

Francisco Teixeira, destacou as obras em andamento das adutoras de monta-

FONTE FUNCEME

SAIBA MAIS DIA 25: o governador Camilo Santana apresentou o Plano Estadual de Convivência com a Seca, ontem, na Assembleia

Legislativa. O PLANO: prevê medidas emergenciais, estruturantes e complementares em cinco eixos de atuação: segurança hídrica,

segurança alimentar, sustentabilidade econômica, conhecimento e inovação. ORÇADO: em R$ 620 milhões, sendo R$ 117 milhões em recursos do Estado e o restante do governo federal , o objetivo

do Plano é diminuir os efeitos da seca em curto prazo. AS AÇÕES: estruturantes, que objetivam a redução dos efeitos da seca em médio e longo prazos, contam com cerca de

R$ 5,5 bilhões, sendo cerca de R$ 1 bilhão do Ceará e o restante da União. DIA 26: o Plano foi apresentado pelo Governador aos ministros da Integração Nacional e de Planejamento, em Brasília.

“Como nos haviam nos pedido, apresentamos com detalhes as ações emergenciais, com os locais do Estado mais neces-sitados, e agora será avaliado pelo grupo de trabalho montado pelo Governo Federal”, disse o governador.

O MINISTRO OCCHI: sinalizou que a liberação de recursos para as obras emergenciais serão prioridades para o Minis-tério. Dentro das ações emergenciais, o governador citou como prioridade: os carros-pipa, a construção de adutoras e poços profundos.

As obras de adutoras dos demais municípios também já estão em andamento e deverão ser concluídas até o final de setembro, para garantir o abastecimento às sedes municipais.

gem rápida (AMR). Emergencialmente será atendida a Região do Vale do Jagua-ribe. “Vamos fazer uma pequena aduto-ra interligando o Eixão das Águas à es-tação de tratamento de Morada Nova, o que vai normalizar o abastecimento no município e estamos preparando a dis-pensa de licitação para iniciar as obras da adutora de Jaguaretama, para garan-tir o abastecimento no município em no máximo 60 dias”, concluiu.

Teixeira ressaltou ainda que as obras de adutoras dos demais municípios tam-bém já estão em andamento e deverão ser concluídas até o final de setembro, para garantir o abastecimento às sedes municipais. “O recurso foi negociado di-retamente pelo governador Camilo San-tana com o ministro Gilberto Occhi e o

secretário de Desenvolvimento Regional, Irani Braga Nunes, confirmou o pleito do Ceará”, disse o secretário que já foi mi-nistro da Integração Nacional e conhece bem os tramites para aporte de recursos.

Saiba maisA Adutora de Montagem Rápida

(AMR) é uma tecnologia que permite, através de uma infraestrutura segura de tubulações, confeccionadas com aço corten, conduzir a água por quilôme-tros, cruzando limites municipais sem precisar estar submersa. Com durabili-dade de até dez anos as AMRs são remo-víveis. O corten é um tipo de aço muito utilizado na construção civil e apresen-ta, em média, três vezes mais resistência à corrosão que o aço comum.

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Em apenas quatro dias, foram registrados 2.500 raios no Estado do Ceará

NATUREZA

Mesmo com maior probabilidade de chuvas abaixo da média histórica, os fenômenos acontecem

TARCILIA REGO Da Redação do OeV

Os babilônicos acreditavam que o deus Adad carregava um bume-rangue em uma de suas mãos. O objeto lançado provocava o

trovão. Na outra mão, empunhava uma lança. Quando arremessada produzia os raios. Mas não é bem assim: na reali-dade, os raios que aparecem nos mitos das civilizações do passado são descar-gas de eletricidade atmosférica, muito poderosas e muito presentes em perío-dos de chuvas.

Apenas entre os dias 21 e 24 de fe-vereiro, de acordo com a Companhia Energética do Ceará (Coelce), foram re-gistrados 2.500 raios em todo o Estado. Os municípios com maior número de descargas atmosféricas foram: Canindé (216), Paramoti (199) e Sobral (143). A informação é registrada por meio do Sistema de Monitoramento de Descar-gas Atmosféricas da Coelce e, de acordo com o engenheiro, Eduardo Gomes, da Coelce, esse número é normal, “e varia de acordo com a quadra invernosa”.

VoltagemApesar da Fundação Cearense de

Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) ter previsto maior probabi-lidade de chuvas abaixo da média his-tórica no primeiro e segundo trimes-tres deste ano, não significa que não vai chover e muito menos que raios dei-xem de cair. Por isso é preciso atenção: mesmo em um período de baixa preci-pitação, o perigo não deixa de existir.

Os raios são descargas com tensão elétrica muito elevada, da ordem de milhares de vezes aquela que utiliza-

mos em nossas casas e locais de traba-lho. “Imagine que, em casa, temos uma tensão de 220 volts, enquanto um raio pode ter um milhão de volts. Por isso, muitas vezes, o raio atinge a rede elétri-ca e esta não suporta a carga de ener-gia”, explica.

A voltagem de um raio encontra-se entre 100 milhões a 1 bilhão de Volts. A corrente é da ordem de 30 mil Am-pères, ou seja, a corrente utilizada por 30 mil lâmpadas de 100W juntas. Em alguns raios, a corrente pode chegar a 300 mil amperes.

“Não podemos deixar passar a cor-rente elétrica através do nosso corpo. Além de provocar sérias lesões e quei-maduras, ela mata. Nosso corpo é con-dutor de energia, não podemos des-cuidar: o homem não aguenta receber uma corrente elétrica de tal grandeza. Sim, o que mata é a corrente e não, a tensão, como muitos imaginam. Nós somos vulneráveis.”

VerticalizaçãoMuita pessoas, também pensam que

a verticalização da cidade e o núme-ro cada vez maior de fios propiciam a ocorrência do fenômeno eu que vos escrevo, também, pensava assim. Mas, segundo o engenheiro da Coelce: “de jeito nenhum”, disse. “Tal fator não po-tencializa. O raio é uma passagem de corrente elétrica e está sempre buscan-do um local melhor para passar.”

Segundo o meteorologista, Raul Fritz, da Funceme, os raios originam--se em nuvens cúmulo-nimbo, “um tipo de nuvem frequentemente associa-da a eventos meteorológicos extremos”, como a ocorrência de tempestades com muitos raios e chuva volumosa, além

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Em apenas quatro dias, foram registrados 2.500 raios no Estado do Ceará

NATUREZA

Mesmo com maior probabilidade de chuvas abaixo da média histórica, os fenômenos acontecem

TARCILIA REGO Da Redação do OeV

Os babilônicos acreditavam que o deus Adad carregava um bume-rangue em uma de suas mãos. O objeto lançado provocava o

trovão. Na outra mão, empunhava uma lança. Quando arremessada produzia os raios. Mas não é bem assim: na reali-dade, os raios que aparecem nos mitos das civilizações do passado são descar-gas de eletricidade atmosférica, muito poderosas e muito presentes em perío-dos de chuvas.

Apenas entre os dias 21 e 24 de fe-vereiro, de acordo com a Companhia Energética do Ceará (Coelce), foram re-gistrados 2.500 raios em todo o Estado. Os municípios com maior número de descargas atmosféricas foram: Canindé (216), Paramoti (199) e Sobral (143). A informação é registrada por meio do Sistema de Monitoramento de Descar-gas Atmosféricas da Coelce e, de acordo com o engenheiro, Eduardo Gomes, da Coelce, esse número é normal, “e varia de acordo com a quadra invernosa”.

VoltagemApesar da Fundação Cearense de

Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) ter previsto maior probabi-lidade de chuvas abaixo da média his-tórica no primeiro e segundo trimes-tres deste ano, não significa que não vai chover e muito menos que raios dei-xem de cair. Por isso é preciso atenção: mesmo em um período de baixa preci-pitação, o perigo não deixa de existir.

Os raios são descargas com tensão elétrica muito elevada, da ordem de milhares de vezes aquela que utiliza-

mos em nossas casas e locais de traba-lho. “Imagine que, em casa, temos uma tensão de 220 volts, enquanto um raio pode ter um milhão de volts. Por isso, muitas vezes, o raio atinge a rede elétri-ca e esta não suporta a carga de ener-gia”, explica.

A voltagem de um raio encontra-se entre 100 milhões a 1 bilhão de Volts. A corrente é da ordem de 30 mil Am-pères, ou seja, a corrente utilizada por 30 mil lâmpadas de 100W juntas. Em alguns raios, a corrente pode chegar a 300 mil amperes.

“Não podemos deixar passar a cor-rente elétrica através do nosso corpo. Além de provocar sérias lesões e quei-maduras, ela mata. Nosso corpo é con-dutor de energia, não podemos des-cuidar: o homem não aguenta receber uma corrente elétrica de tal grandeza. Sim, o que mata é a corrente e não, a tensão, como muitos imaginam. Nós somos vulneráveis.”

VerticalizaçãoMuita pessoas, também pensam que

a verticalização da cidade e o núme-ro cada vez maior de fios propiciam a ocorrência do fenômeno eu que vos escrevo, também, pensava assim. Mas, segundo o engenheiro da Coelce: “de jeito nenhum”, disse. “Tal fator não po-tencializa. O raio é uma passagem de corrente elétrica e está sempre buscan-do um local melhor para passar.”

Segundo o meteorologista, Raul Fritz, da Funceme, os raios originam--se em nuvens cúmulo-nimbo, “um tipo de nuvem frequentemente associa-da a eventos meteorológicos extremos”, como a ocorrência de tempestades com muitos raios e chuva volumosa, além

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FOTO DIVULGAÇÃO/IJCPM

granizo e neve. “As cargas elétricas são separadas dentro das nuvens formando o fenômeno elétrico natural”, disse.

Disse também, que “os raios são de difícil à previsibilidade, e que as regiões tropicais registram a maior incidência deles, e que podem ser classificados de acordo com sua origem: da nuvem para o solo; do solo para a nuvem; entre nu-vens”.

2015De acordo com a Coelce, foram con-

tabilizadas, de 1º de janeiro até o dia 24 de fevereiro, 14.205 descargas em todo o Estado. Quixeré foi o município com a maior incidência de raios no Cea-rá (538); seguido de Granja, com 485; e Canindé, com 445. Em 2014, foram registradas 153.470 descargas atmosfé-

ricas em todo o Estado, sendo Granja a cidade com o maior número de inci-dências (9.530).

Monitorar as descargas atmosféricas no Ceará é um trabalho feito pela Coel-ce por meio do Centro de Controle do Sistema (CCS). A atividade realizada pelos operadores do CCS tem o objeti-vo de acompanhar o sistema e orientar as equipes de manutenção do Estado sobre ocorrências na rede elétrica pro-vocadas por descargas atmosféricas.

Brasil

Segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacio-nal de Pesquisas Espaciais (INPE), as descargas atmosféricas são responsá-veis por um grande número de desliga-mentos das linhas de transmissão e dis-

SERVIÇO Para comunicar ocorrências, solicitar serviços ou informações, a população pode ligar gratuitamente para o número 0800.285.0196, acessar os perfis da Coelce nas redes sociais – Twitter (@coelce) e Facebook (/coelce) –, o sitewww.coelce.com.br ou ainda o aplicativo para smartphones (Coelce).

CUIDADOS DENTRO DE CASA DURANTE TEMPESTADE: Evitar o uso do celular, secador de cabelo e ferro

elétrico conectados à tomada. Evitar uso de chuveiro ou torneira elétrica. Evitar consertos de instalações elétricas. Se possível, permanecer dentro de casa enquanto a tempestade durar.

CUIDADOS FORA DE CASA DURANTE TEMPESTADE: Evitar contato com objetos metálicos, como cercas de arame, tubos metálicos e, principalmente, linhas telefônicas ou

elétricas. Evitar estar em locais como campos abertos, piscinas, lagos, praias, árvores isoladas, postes e locais elevados.

tribuição de energia elétrica, além da queima de um número considerável de transformadores de distribuição. No Brasil, cerca de 70% dos desligamentos na transmissão e 40% na distribuição são provocados por raios. Cerca de 40% dos transformadores também são queimados por raios.

O Elat divulga novas informações que coincidem com o início da tem-porada de chuvas e raios no Brasil, que vai de outubro a março. A proposta é alertar a população sobre os riscos e diminuir o número de vítimas do fe-nômeno. Para a temporada 2014-2015, o grupo prevê que haverá aumento na incidência de raios nas regiões Sul, Nordeste e Norte do País. Já as regi-ões Sudeste e Centro-Oeste deverão receber raios em incidência levemente abaixo da média.

Neste sentido, a proposta da Coelce, é alertar a população sobre os riscos e diminuir o número de acidentes e ví-timas dos raios. Veja o quadro com a recomendações da Coelce.

Mudanças climáticas podem aumentar em 50% a ocorrência de raios

O aumento no número de raios pode estar relacionado com alterações no cli-ma do planeta. Pesquisadores estimam que cada grau a mais registrado na tem-peratura global pode ocasionar um au-mento de 10% a 20% na incidência de raios. Mas, por enquanto, isso é apenas uma hipótese, como disse o meteorolo-gista da Funceme, Raul Fritz.

Estudo de cientistas americanos, pu-blicado na revista “Science”, sugere que as mudanças climáticas farão crescer a ocorrência de raios em 50% até o fim deste século. A análise baseia-se em medições de precipitação e flutuabili-dade das nuvens, aplicadas a 11 diferen-tes modelos climáticos que estimam a elevação da temperatura no planeta até 2100. “Com o aquecimento, as tempes-tades elétricas ficarão mais explosivas”, afirmou à France Presse climatologista David Romps, da Universidade da Ca-lifórnia, Berkeley. “O aquecimento au-menta a concentração de vapor d’água na atmosfera e, se você tem mais com-bustível em volta, quando a ignição ocorre, pode ser grande”, disse. A pes-quisa baseia-se na energia disponível para fazer subir o ar na atmosfera, com-binada com as taxas de precipitação.

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8 VERDE

MPCE quer a suspensão de faturas cobrando água à população

CRATEÚS

Cagece deve providenciar a devolução ou compensação dos valores cobrados à população da cidade

O Ministério Público do Estado do Ceará, através do promotor de Justiça da comarca de Cra-teús, Francisco Ivan de Sousa,

expediu dia 12 de fevereiro, uma re-comendação ao diretor-presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Antônio José Câmara Fernan-des, a fim de que seja suspensa a emis-são de faturas de cobrança à população do Município. Orienta ainda, que torne sem efeito os documentos já emitidos este ano, haja vista a irregularidade no abastecimento de água.

De acordo com o documento, o des-cumprimento das obrigações levará a medidas judiciais cabíveis e a Cagece deve providenciar, em respeito ao in-teresse público, a devolução ou com-pensação dos valores cobrados à po-pulação de Crateús desde o início do racionamento de água naquela cidade. O prazo, para o diretor-presidente da Companhia prestar esclarecimentos à Promotoria de Justiça de Crateús, ter-minou dia 27.

Em nota, a Cagece informa que re-cebeu a recomendação do Ministério Público Estadual que foi respondida no tempo demandado. A Companhia ana-lisa que, no momento, a suspensão não é a medida mais adequada, e que será adotado o faturamento pelo consumo real a partir da competência janeiro,

ou seja, as contas com vencimento en-tre os dias 2 e 5 de março (referentes ao consumo de janeiro) e que apresen-tarem consumo abaixo da tarifa míni-ma, serão refaturadas tendo como base o consumo real até que a situação seja normalizada.

Valores abusivosSegundo o promotor de Justiça, ape-

sar de o fornecimento de água ser ir-regular e insuficiente, bem como ser o produto de qualidade inadequada, é público e notório, a cobrança de va-lores não condizentes com a realidade vivida, a saber, a cobrança de valores abusivos, totalmente desproporcionais ao consumo normalmente utilizado pelos munícipes. Ademais, o municí-pio de Crateús vem sendo atingido por um quadro de estiagem há aproxima-damente três anos, encontrando-se em estado de emergência, o que causa di-versos transtornos à população, como a falta de água.

DesabastecimentoOs reservatórios de água da cidade

encontram-se praticamente esgotados. Apesar de existir um calendário de for-necimento de água naquele município, há o desabastecimento em diversos bairros, há vários dias, o que faz com

que a população adquira o produto (água) de terceiros ou até mesmo pro-videnciando a perfuração de poços pro-fundos. A água fornecida não é de qua-lidade adequada, apresentando odor e coloração que denota ser imprópria para o consumo humano.

FOTO DIVULGAÇÃO

TAC regulariza abastecimento de água em IpaumirimEm Ipaumirim, a situação está en-

caminhada. O Ministério Público do Estado do Ceará, através da promo-tora de Justiça da comarca do muni-cípio, Camilla Rolim de Medeiros, já celebrou, um Termo de Ajustamento de Conduta (Tac), com as companhias Cagece, Coelce, Cogerh e Primor no sentido de regularizar o abastecimento de água na cidade, bem como garantir uma utilização consciente do recurso hídrico na região.

Através do Tac, ficou acordado que a empresa Primor arcará com os cus-tos provenientes da ligação de energia elétrica necessária para ativação da adutora. A Cagece, por sua vez, rea-lizará a mudança de titularidade da ligação elétrica para o seu nome, bem como realizará a ligação direta entre a adutora e a rede de água da cidade de Ipaumirim. O Tac é um documento utilizado pelos órgãos públicos, em es-pecial pelos ministérios públicos, para

o ajuste de condutas contrárias à lei.

PrazosNo Tac ficou definida, ainda, a ne-

cessidade de apresentação de um plano de racionamento de água para a região até o dia 20 de março de 2015. A Coelce, por sua vez, teve até o dia 21 de feve-reiro de 2015 para realizar a instalação da rede elétrica que propicia o funcio-namento imediato da adutora do Jeni-papeiro. Já a Cogerh ficou responsável

pela campanha educativa de utilização consciente do recurso, destinada à po-pulação da cidade, com início previsto para o próximo dia 13 de março.

MultaEm caso de descumprimento das

obrigações ajustadas, as empresas acor-dantes ficarão sujeitas ao pagamento de multa diária no valor de R$ 1.000,00, a qual será revertida em favor do Fundo Estadual de Direitos Difusos do Ceará.

Município de Crateús vem sendo atingido por um quadro de estiagem há anos

Para Cagece a suspensão não é a medida mais adequada, e que será adotado o faturamento pelo consumo real a partir da competência janeiro

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Antigo Museu das Secas reabre como sede do arquivo do Dnocs

SECA

Na memória do povo os longos períodos de estiagem jamais serão esquecidos pelos cearenses

ELISÂNGELA ALVES Da Redação do OeV

Ainda de portas fechadas, mas com previsão de reabrir em bre-ve, embora, não mais como mu-seu. O Palacete Carvalho Mota,

na esquina das ruas General Sampaio e Pedro Pereira, ainda se impõe pela bele-za do estilo arquitetônico, que marcou importantes cidades brasileiras em fins do século XIX e início do século XX. O prédio abrigou o Museu da Seca no período de 1985 até 2003, ano em que

fechou as portas para uma restauração que não se concretizou plenamente.

Atualmente, o Departamento Nacio-nal de Obras Contra as Secas (Dnocs), está efetivando importante trabalho de organização do acervo documental. Nesse sentido, o diretor geral do órgão, Walter Gomes de Sousa, decidiu que o imóvel da Pedro Pereira será aproveita-do como sede do arquivo dessa institui-ção centenária.

Por se tratar de uma instituição que já completou cento e cinco anos de atu-ação no Semiárido brasileiro, evidente-

mente, o Dnocs detém uma expressiva parte desse acervo a ser recuperado e organizado. Um material rico, onde se encontram documentos, móveis, equi-pamentos; enfim, uma grande quanti-dade de registros significativos de uma época e, que devem ser preservados.

Papel educativoPor dezoito anos, em pleno funcio-

namento, o Museu das Secas recebia, principalmente, a visita de professores e alunos com interesse em aprender sobre a história do fenômeno climático tão

comum ao Semiárido: a seca. Porém, a questão financeira [como sempre] en-tra, mais uma vez, em cena, principal-mente tratando-se de educação e cultu-ra e quebra o ciclo virtuoso do Museu.

De acordo com a chefe de gabinete do diretor geral do Dnocs, Raquel Pontes, “nunca houve apoio financeiro de outro órgão, os recursos eram previstos no or-çamento do Dnocs”. Ainda na semana passada, uma reunião no Ministério da Integração Nacional debateu estratégias para a reestruturação do órgão, que en-frenta dificuldades para se manter.

FOTOS NAYANA MELO

Instalado no Centro da cidade, o prédio que sediou o Museu das Secas por dezoito anos, é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

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MPCE quer a suspensão de faturas cobrando água à população

CRATEÚS

Cagece deve providenciar a devolução ou compensação dos valores cobrados à população da cidade

O Ministério Público do Estado do Ceará, através do promotor de Justiça da comarca de Cra-teús, Francisco Ivan de Sousa,

expediu dia 12 de fevereiro, uma re-comendação ao diretor-presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Antônio José Câmara Fernan-des, a fim de que seja suspensa a emis-são de faturas de cobrança à população do Município. Orienta ainda, que torne sem efeito os documentos já emitidos este ano, haja vista a irregularidade no abastecimento de água.

De acordo com o documento, o des-cumprimento das obrigações levará a medidas judiciais cabíveis e a Cagece deve providenciar, em respeito ao in-teresse público, a devolução ou com-pensação dos valores cobrados à po-pulação de Crateús desde o início do racionamento de água naquela cidade. O prazo, para o diretor-presidente da Companhia prestar esclarecimentos à Promotoria de Justiça de Crateús, ter-minou dia 27.

Em nota, a Cagece informa que re-cebeu a recomendação do Ministério Público Estadual que foi respondida no tempo demandado. A Companhia ana-lisa que, no momento, a suspensão não é a medida mais adequada, e que será adotado o faturamento pelo consumo real a partir da competência janeiro,

ou seja, as contas com vencimento en-tre os dias 2 e 5 de março (referentes ao consumo de janeiro) e que apresen-tarem consumo abaixo da tarifa míni-ma, serão refaturadas tendo como base o consumo real até que a situação seja normalizada.

Valores abusivosSegundo o promotor de Justiça, ape-

sar de o fornecimento de água ser ir-regular e insuficiente, bem como ser o produto de qualidade inadequada, é público e notório, a cobrança de va-lores não condizentes com a realidade vivida, a saber, a cobrança de valores abusivos, totalmente desproporcionais ao consumo normalmente utilizado pelos munícipes. Ademais, o municí-pio de Crateús vem sendo atingido por um quadro de estiagem há aproxima-damente três anos, encontrando-se em estado de emergência, o que causa di-versos transtornos à população, como a falta de água.

DesabastecimentoOs reservatórios de água da cidade

encontram-se praticamente esgotados. Apesar de existir um calendário de for-necimento de água naquele município, há o desabastecimento em diversos bairros, há vários dias, o que faz com

que a população adquira o produto (água) de terceiros ou até mesmo pro-videnciando a perfuração de poços pro-fundos. A água fornecida não é de qua-lidade adequada, apresentando odor e coloração que denota ser imprópria para o consumo humano.

FOTO DIVULGAÇÃO

TAC regulariza abastecimento de água em IpaumirimEm Ipaumirim, a situação está en-

caminhada. O Ministério Público do Estado do Ceará, através da promo-tora de Justiça da comarca do muni-cípio, Camilla Rolim de Medeiros, já celebrou, um Termo de Ajustamento de Conduta (Tac), com as companhias Cagece, Coelce, Cogerh e Primor no sentido de regularizar o abastecimento de água na cidade, bem como garantir uma utilização consciente do recurso hídrico na região.

Através do Tac, ficou acordado que a empresa Primor arcará com os cus-tos provenientes da ligação de energia elétrica necessária para ativação da adutora. A Cagece, por sua vez, rea-lizará a mudança de titularidade da ligação elétrica para o seu nome, bem como realizará a ligação direta entre a adutora e a rede de água da cidade de Ipaumirim. O Tac é um documento utilizado pelos órgãos públicos, em es-pecial pelos ministérios públicos, para

o ajuste de condutas contrárias à lei.

PrazosNo Tac ficou definida, ainda, a ne-

cessidade de apresentação de um plano de racionamento de água para a região até o dia 20 de março de 2015. A Coelce, por sua vez, teve até o dia 21 de feve-reiro de 2015 para realizar a instalação da rede elétrica que propicia o funcio-namento imediato da adutora do Jeni-papeiro. Já a Cogerh ficou responsável

pela campanha educativa de utilização consciente do recurso, destinada à po-pulação da cidade, com início previsto para o próximo dia 13 de março.

MultaEm caso de descumprimento das

obrigações ajustadas, as empresas acor-dantes ficarão sujeitas ao pagamento de multa diária no valor de R$ 1.000,00, a qual será revertida em favor do Fundo Estadual de Direitos Difusos do Ceará.

Município de Crateús vem sendo atingido por um quadro de estiagem há anos

Para Cagece a suspensão não é a medida mais adequada, e que será adotado o faturamento pelo consumo real a partir da competência janeiro

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10 VERDE

Para a historiadora, Kenia Rios “é incontes-tável a importância de espaços que promovam reflexões históricas so-bre relações de poder, de luta, de embates in-telectuais, científicos ou técnicos. O Museu das Secas era a oportunidade de pensar um dos temas que praticamente define nossas principais rela-ções de poder, devoção ou imaginário coletivo no Ceará, lamenta.”

A história de um povo só pode ser contada e transmitida para as ge-rações vindouras quando documentada e preserva-da de maneira adequada. Nesse sentido, o papel dos Museus torna-se fundamental nesse pro-cesso de construção do conhecimento histórico e cultural de uma nação. “No caso do tema da seca no Ceará, reúne a possi-bilidade de estabelecer estas diferentes conexões a partir, também, de uma documentação material como: fotografias, má-quinas, engrenagens, di-ários de engenheiros, en-tre outros itens”, explica.

VisãoA seca, antes preocu-

pação maior do nordes-tino, ganha destaque e vira manchete nos prin-cipais noticiários nacio-nais. Sob o ponto de vis-ta histórico, Kenia Rios garante que no Ceará, o tema está na pauta de en-genheiros, cientistas, via-jantes, profetas da chuva, trabalhadores rurais, po-pulação urbana, histórias que são contadas de dife-rentes modos.

Para a historiadora, a construção de um espaço que congregue, confron-te, junte e separe estas diferentes experiências é fundamental para as pessoas que habitam este Estado ou não. “Esta his-tória faz parte da história do mundo e consta nos principais museus de

historia natural da Euro-pa através de relatos de viajantes, cientistas e na-turalistas que aqui estive-ram desde o século XVI”, destaca.

“O Museu das Secas, era um espaço para pen-sar que afinal, a seca não depende somente da von-tade de São Pedro ou São José, mas de intervenções políticas e sociais desen-volvidas pelo poder pú-blico, sobretudo”.

TombamentoPor força da condição

de prédio tombado, des-de maio de 1983, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Na-cional (Iphan), foi en-caminhado à Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (Cnic), projeto do Centro de Referência e Documentação do Semi-árido obtendo da mesma, em março de 2003, a sua aprovação e consequente inclusão no rol de proje-tos incentivados pela Lei Rouanet, (lei federal de incentivo à cultura).

InsuficientesDe acordo com Raquel

Pontes, o imóvel preci-sava de reforma, apre-sentando problemas de manutenção. Então, o Iphan, o Dnocs e a Uni-for elaboraram a propos-ta e conseguiram aprovar junto à Cnic/MC, o apoio financeiro necessário. “A

ideia era obter uma nova ocupação do espaço, já que, desde a sua implan-tação, o Museu das Secas manteve somente o acer-vo permanente, não ha-via manutenção ou novas exposições”, declara.

Essa autorização con-cedida ao Dnocs de promover, inicialmen-te, a captação de recur-sos no montante de R$ 1.159.595,41, foram des-tinados à execução das obras de restauro da edi-ficação. Os projetos exe-cutivos de arquitetura e complementares foram desenvolvidos pela Uni-versidade de Fortaleza (Unifor), mediante con-vênio firmado com este departamento e supervi-sionado pelo Iphan.

No entanto, informa-ções da Assessoria de Comunicação do Dnocs, dão conta de que os re-cursos não foram sufi-cientes, faltando verba para iluminação, clima-tização e acessibilidade do ambiente. Além disso, não foi possível recupe-rar o mobiliário, restau-rar peças e fotos histó-ricas, nem investir em pesquisa histórica.

PropostaNa época, a propos-

ta de implementação do Centro de Referência e Documentação do Semi-árido, no citado imóvel, objetivava levantar, or-ganizar e disponibilizar para a sociedade, toda a documentação de cará-ter histórico, cultural e técnica que dizia respeito às ações de convivência com o Semiárido.

Destinado não só ao Dnocs, o espaço preten-dia reunir documentos das várias instituições da região e, por outro lado, criar as condições para a produção de no-vos conhecimentos e tec-nologias que pudessem contribuir para a susten-tabilidade do desenvolvi-mento de nossa região.

A história de um povo só pode ser contada e transmitida para as gerações vindouras quando documentada

Page 11: O Estado Verde - Edição 22458 - 03 de março de 2015

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Para a historiadora, Kenia Rios “é incontes-tável a importância de espaços que promovam reflexões históricas so-bre relações de poder, de luta, de embates in-telectuais, científicos ou técnicos. O Museu das Secas era a oportunidade de pensar um dos temas que praticamente define nossas principais rela-ções de poder, devoção ou imaginário coletivo no Ceará, lamenta.”

A história de um povo só pode ser contada e transmitida para as ge-rações vindouras quando documentada e preserva-da de maneira adequada. Nesse sentido, o papel dos Museus torna-se fundamental nesse pro-cesso de construção do conhecimento histórico e cultural de uma nação. “No caso do tema da seca no Ceará, reúne a possi-bilidade de estabelecer estas diferentes conexões a partir, também, de uma documentação material como: fotografias, má-quinas, engrenagens, di-ários de engenheiros, en-tre outros itens”, explica.

VisãoA seca, antes preocu-

pação maior do nordes-tino, ganha destaque e vira manchete nos prin-cipais noticiários nacio-nais. Sob o ponto de vis-ta histórico, Kenia Rios garante que no Ceará, o tema está na pauta de en-genheiros, cientistas, via-jantes, profetas da chuva, trabalhadores rurais, po-pulação urbana, histórias que são contadas de dife-rentes modos.

Para a historiadora, a construção de um espaço que congregue, confron-te, junte e separe estas diferentes experiências é fundamental para as pessoas que habitam este Estado ou não. “Esta his-tória faz parte da história do mundo e consta nos principais museus de

historia natural da Euro-pa através de relatos de viajantes, cientistas e na-turalistas que aqui estive-ram desde o século XVI”, destaca.

“O Museu das Secas, era um espaço para pen-sar que afinal, a seca não depende somente da von-tade de São Pedro ou São José, mas de intervenções políticas e sociais desen-volvidas pelo poder pú-blico, sobretudo”.

TombamentoPor força da condição

de prédio tombado, des-de maio de 1983, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Na-cional (Iphan), foi en-caminhado à Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (Cnic), projeto do Centro de Referência e Documentação do Semi-árido obtendo da mesma, em março de 2003, a sua aprovação e consequente inclusão no rol de proje-tos incentivados pela Lei Rouanet, (lei federal de incentivo à cultura).

InsuficientesDe acordo com Raquel

Pontes, o imóvel preci-sava de reforma, apre-sentando problemas de manutenção. Então, o Iphan, o Dnocs e a Uni-for elaboraram a propos-ta e conseguiram aprovar junto à Cnic/MC, o apoio financeiro necessário. “A

ideia era obter uma nova ocupação do espaço, já que, desde a sua implan-tação, o Museu das Secas manteve somente o acer-vo permanente, não ha-via manutenção ou novas exposições”, declara.

Essa autorização con-cedida ao Dnocs de promover, inicialmen-te, a captação de recur-sos no montante de R$ 1.159.595,41, foram des-tinados à execução das obras de restauro da edi-ficação. Os projetos exe-cutivos de arquitetura e complementares foram desenvolvidos pela Uni-versidade de Fortaleza (Unifor), mediante con-vênio firmado com este departamento e supervi-sionado pelo Iphan.

No entanto, informa-ções da Assessoria de Comunicação do Dnocs, dão conta de que os re-cursos não foram sufi-cientes, faltando verba para iluminação, clima-tização e acessibilidade do ambiente. Além disso, não foi possível recupe-rar o mobiliário, restau-rar peças e fotos histó-ricas, nem investir em pesquisa histórica.

PropostaNa época, a propos-

ta de implementação do Centro de Referência e Documentação do Semi-árido, no citado imóvel, objetivava levantar, or-ganizar e disponibilizar para a sociedade, toda a documentação de cará-ter histórico, cultural e técnica que dizia respeito às ações de convivência com o Semiárido.

Destinado não só ao Dnocs, o espaço preten-dia reunir documentos das várias instituições da região e, por outro lado, criar as condições para a produção de no-vos conhecimentos e tec-nologias que pudessem contribuir para a susten-tabilidade do desenvolvi-mento de nossa região.

A história de um povo só pode ser contada e transmitida para as gerações vindouras quando documentada

11VERDE

Pescadores definiram locais de pesca, levando em conta os refúgios de animais em extinção

Pesca Solidária ajuda a preservar espécies ameaçadas de extinção

SUSTENTABILIDADE

Patrocinado pela Petrobras, projeto na divisa no Ceará e Piauí, gera acordo de pesca

Há um ano, pescadores do estuá-rio dos rios Timonha e Ubatu-ba, na divisa entre o Ceará e o Piauí, têm discutido um mode-

lo de pesca sustentável e participativo, com decisões compartilhadas. O am-biente, local de transição entre os rios e o mar, abriga espécies ameaçadas de extinção, como o peixe-boi marinho, a tartaruga marinha e o peixe mero, além de ser um importante berçário de peixes e crustáceos.

Para ajudar a preservar este ecos-sistema, o Projeto Pesca Solidária, pa-trocinado pela Petrobras e gerido pela Comissão Ilha Ativa (CIA), reuniu pescadores e marisqueiros para redigir um acordo de pesca. O documento foi enviado ao Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICM-Bio), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, para análise.

Para construir o texto, os pescadores promoveram os chamados Encontros de Pesca do Timonha e Ubatuba e defi-niram locais de pesca, levando em con-ta os refúgios de animais em extinção; temporadas de pesca, considerando a reprodução das espécies; espécies a serem pescadas, tendo em vista as que servem de alimento a outras espécies, assim como a eliminação da sobre pes-ca e da pesca de animais ameaçados de extinção.

Os resultados foram bastante expres-sivos: “Desde que o projeto foi implan-tado, não houve mais relato de morte de animais ameaçados de extinção em consequência da pesca”, explica o coor-denador do projeto, Chico Brandão.

Três frentesO projeto Pesca Solidária atua em

três frentes: pesquisa, educação am-biental e geração de renda. Na vertente da pesquisa, a proposta é a formação de um banco de dados sobre o estuário e os animais que ali se encontram. Para

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A Natureza é conservada no Estuário dos rios Timonha e Ubatuba

O estuário do Rio Timonha/Ubatu-ba apresenta a maior e mais conserva-da área de manguezal remanescente do Ceará e uma das maiores ilhas estuari-nas do nordeste, a Ilha Grande. Tem sua nascente na Serra da Ibiapaba e sua Foz no Oceano Atlântico.

Localizado na divisão litorânea dos estados do Piauí e Ceará, a 400 km de Teresina e a 500 km de Fortaleza, o es-tuário é um dos principais berçários de peixes e crustáceos da região e reduto para espécies marinhas brasileiras em extinção ou sobre pesca, como o peixe--boi marinho, a tartaruga marinha e o mero. O estuário integra a Rota do Atlântico para aves migratória que vêm de outros continentes em busca de ali-mentos. O conjunto de biodiversidade abrange os municípios de Cajueiro da Praia, no Piauí, Chaval e Barroquinha, no Ceará – região que tem como princi-pal atividade econômica a pesca e a cata de mariscos. Procurado por visitantes que desejam lugares inexplorados e o encontro com a natureza em sua es-sência em locais preservados, o lugar é cercado de mangues e praias de águas doces e salgadas.

Rio TimonhaEsse rio de pequeno curso, peque-

na vasão, é intermitente, tendo melhor volume d’agua de chuvas (dezembro a junho), é um rio importante por servir de linha divisória entre os estados ir-mãos – Ceará e Piauí. O Rio Timonha, na lei de nosso país, é um rio nacional; ele, o Rio Parnaíba, o Rio São Francisco e vários outros. Em razão de ser rio na-cional, o que for deliberado, construído ou modificado em relação ao Rio Timo-nha o será conjunta e harmoniosamen-te com prévio e pleno conhecimento e aceitação pela União Federal e pelos es-tados do Ceará e Piauí.

Petrobras Socioambiental Por meio do Programa Petrobras Socioambiental, a Petrobras investirá R$ 1,5 bilhão até 2018, em projetos com foco nas linhas de atuação: Produção Inclusiva e Sustentável, Biodiversidade e Sociodiversidade, Direitos da Criança e do Adolescente, Florestas e Clima, Educação, Água e Esporte.Lançado em 2011, o Programa “foi criado com base em diretrizes e princípios globais de Responsabilidade Social e que apresentam a transversalidade em relação ao desenvolvimento humano e sustentável tais como o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e a norma de Responsabilidade Social, ISO 26000”.

tanto, o projeto monitora a qualidade da água; a ocorrência de espécies no estu-ário; o comportamento e a reprodução do peixe-boi, espécie símbolo da região, além da chegada, do comportamento e da partida das aves migratórias.

No que diz respeito à geração de ren-da, são discutidas formas de incremen-tar a produção pesqueira em qualidade, mediante a adoção de técnicas mais eficazes de conservação do pescado. Além disso, são promovidos intercâm-bios para que pescadores e marisqueiros possam conhecer melhores práticas.

Educação ambiental Na área de educação ambiental, o

projeto beneficia crianças e jovens do

ensino fundamental e médio das redes pública e particular nas mais de 20 es-colas da região. A proposta é a forma-ção de multiplicadores do modelo de pesca sustentável.

“Ensinamos a todos a importância do estuário e de cada espécie que ali habita para o ecossistema. Eles aprendem a res-peitar o período de desova e reprodução dos animais, os cuidados necessários com a água, que é um recurso cada vez mais escasso na natureza, a necessidade de haver um descarte adequado do lixo, para que não seja ingerido pelos peixes e os mate. Enfim, ensinamos os cidadãos do futuro a valorizarem e preservarem esse patrimônio, que será deles”, conclui Brandão.

Page 12: O Estado Verde - Edição 22458 - 03 de março de 2015

12 VERDE

Fenômenos naturais formam umespetáculo a parte da natureza

CURIOSIDADE

Raios e relâmpago, provavelmen-te, são fenômenos naturais que estavam presentes durante o sur-gimento da vida na Terra, e até

mesmo, podem ter participado na gera-ção das moléculas que deram origem à vida. Mas, certamente, não são as únicas manifestações da natureza, onde é pos-sível observar outros interessantes fenô-menos, que agora destacamos.

Aurora borealConsiderado um dos maiores e mais

bonitos fenômenos visuais do mundo, ocorre nas regiões polares e é conside-rado por muitos, como o maior espetá-culo da natureza. O impacto de poeira espacial [encontrada na Via Láctea] com a atmosfera terrestre resulta em luzes de diferentes cores que dominam o céu du-rante os meses do inverno.

As auroras boreais são difíceis de pre-ver, mas existem alguns lugares ideais para aumentar a probabilidade de obser-var a fascinante atração da natureza: No-ruega, Suécia, Finlândia, Canadá, Rússia, Groelândia, Escócia e Alasca (EUA).

Pilares de luz ou solarLocalizada às margens do quinto

maior lago da Suécia, a cidade de Öster-sund foi palco em setembro de 2014, de um dos mais belos espetáculos de luz na-tural, o pilar solar. O fenômeno é uma es-pécie de coluna de luz gigante que surge no horizonte e que em algumas situações pode até mesmo se movimentar e dançar ao ritmo do vento. É semelhante à auro-ra boreal, porém sua causa é totalmente diferente e ocorre quando a luz do Sol ou da Lua re� etem em cristais de gelo.

Tornado de fogoOutro fenômeno bonito de se ver: o

tornado de fogo. Também, conhecido como “diabo de fogo”, acontece quando o solo se torna instável, criando rapida-mente uma coluna vertical de chamas. Em setembro de 2012, um raro tornado de fogo foi � lmado no município de Ara-çatuba, em São Paulo. O fenômeno foi causado pelos ventos fortes e secos que provocaram os incêndios naturais que então, estavam assolando o País.

Aurora boreal: Considerado um dos maiores e mais bonitos fenômenos visuais do mundo, ocorre nas regiões polares

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Sobre raios Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) é o primeiro a pesquisar raios, criado no Brasil. É uma referência mundial sobre eletricidade atmos-férica. Com os dados de 2014, o Elat completa 15 anos de análises de mortes por raios no Brasil. A série histórica de 2000 a 2014 apresenta, pela primeira vez, a cidade de São Paulo como a recordista em número de mortes por raios no país. No período, houve 25 mortes por descargas atmosféricas na capital paulista, contra 22 fatalidades em Manaus (AM).