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O ESTABELECIMENTO E O USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO DE HISTÓRIA
Autora: Salette Lacerda de Oliveira1
Orientador: Milton Stanczyk Filho2
Resumo
Este trabalho visa discutir a articulação das práticas de ensino e as
tecnologias de informação e comunicação (TIC) no ensino de História, tendo como
foco discentes da educação do Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e
Adultos – CEEBJA do município de Laranjeiras do Sul. Para explorar tal relação fez-
se a realização de pesquisas escolares utilizando-se da Plataforma Moodle, por ver
na capacidade de interação oferecida, um caminho de possibilidades para que
professores e alunos socializem conhecimentos, reflitam e questionem de maneira
dinâmica o processo de elaboração e/ou reelaboração do conhecimento cientifico. A
pesquisa objetivou também discutir práticas de construção colaborativa norteadas à
um ensino de História mais significativo.
Palavras chaves: Tecnologia; ambiente interativo; ensino de História
1 Professora PDE – Pós Graduada em Didática e Metodologia de Ensino pela UNIPAR – Universidade Paranaense. Graduada em História pela UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná. Professora de História no Centro de Educação de Jovens e Adultos – CEEBJA e Escola Estadual Érico Veríssimo de Laranjeiras do Sul.2 Doutorando em História Social pela Universidade de São Paulo, USP. Professor do Departamento de História da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO. Coordenador de tutoria de História na modalidade a distância - UNICENTRO/MEC/CAPES/UAB.
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1. Novos olhares e desafios do contexto digital no ensino de História
Atualmente, um melhor aprendizado acerca do espaço pedagógico da sala
de aula pressupõe que as atitudes dos sujeitos envolvidos sejam tecidas com base
em reflexões voltadas à relação pedagógica e a complexidade imbricada na
interação cotidiana. Estas, vivenciadas por educadores e educandos, devendo as
mesmas serem direcionadas a um processo de construção do conhecimento rumo a
aprendizagem significativa, que tenha sentido frente a extrema dinamicidade com
que as informações são vinculadas na sociedade atual. De acordo com Kronbauer
& Simionato,
(…) a educação hoje se insere num ambiente crescentemente e complexo, a partir de qualquer lógica, ponto de vista ou teoria que se escolha. A inclusão de grupos antes marginalizados tenciona o ambiente escolar, as velhas práticas, os rituais, e requer outas formas de se pensar a educação e a escola (2008, p.05).
Portanto podemos dizer que nos encontramos num momento de rupturas e
de mudanças de paradigmas, onde buscamos entender – definitivamente – que não
existe uma verdade absoluta, nem com relação ao conhecimento, tão pouco
caminhos para sua apropriação. Cabe, neste viés, ao professor tratar as questões
do conhecimento histórico como uma construção coletiva, criando e adaptando
formas de atingir seus objetivos. Para Jaime e Carla Pinski “(...) o grande desafio
que se apresenta nesse novo milênio é adequar nosso olhar as exigências do
mundo real (...)” (2007, p.19), tanto no que diz respeito as novas teorias, quanto as
tecnologias.
Nessas perspectivas buscamos proporcionar aos educandos de EJA e
demais interessados algumas reflexões sobre possibilidades de pensarmos o
ensino de História à luz de discussões contemporâneas, na medida em que
inserimos informações a respeito da utilização das Tecnologias de Informação e
Comunicação como ferramentas que auxiliem na fundamentação do conhecimento.
Para tal, fez-se necessário compartilhar experiências de estudo num ambiente
virtual de aprendizagem (AVA – Moodle), na realização de atividade de pesquisa
escolar visando transformar informações em conhecimentos, além de inserir os
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alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no contexto digital. Assim,
utilizamos as TIC como instrumento facilitador não somente na construção do
conhecimento, mas também na proposição analítica da busca do conhecimento em
ambiente de aproximação onde haja possibilidade de participação de um grupo a
fim de que, professores e alunos construam o conhecimento por meio de novas
realidades, tornando o ensino de História mais significativo e dinâmico.
Ademais, o presente artigo tem como propósito concluir a etapa final do
PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional), desenvolvido pela Secretaria de
Estado da Educação do Paraná, na intenção de apresentar os resultados da
aplicação da proposta de implementação pedagógica na escola. Sendo a mesma,
neste caso, realizada em forma de uma Unidade Didática direcionada aos alunos do
Ensino Médio do Centro de Educação Básica de Jovens e Adultos – CEEBJA – do
município de Laranjeiras do Sul, voltada ao uso das TIC e sua relação com a
educação. Teve como tema 'O uso da internet no ensino de pesquisa escolar',
suporte integrante à uma relação maior de ensino e aprendizagem voltada à
autonomia, em que se realizaram atividades focadas no desenvolvimento e
melhoria utilizando-se de recursos tecnológicos capazes de promover a interação
entre os envolvidos na busca pelo conhecimento. Algumas condições evidenciaram-
se no referido ambiente escolar, as quais nortearam reflexões à esta produção.
A falta de uma biblioteca ampla, com acervo bibliográfico atualizado para
pesquisa, é um dos caminhos que podem frear o aluno atuante na produção do
conhecimento, uma vez que o impede de buscar, analizar, refletir e elaborar com
autonomia seus estudos. Ademais, a ausência de outros recursos didáticos e/ou de
recursos didáticos inadequados e insuficientes, evitam que haja agilidade e
dinamismo a nossa prática pedagógica. Não podemos ignorar no entanto, que no
supracitado estabelecimento de ensino existe um laboratório de informática onde a
internet é viabilizada oferecerndo boas condições para se pesquisar.
Os educandos do CEEBJA (jovens, adultos e idosos) embora configurem um
grupo heterogêneo com suas crenças e valores, são geralmente trabalhabores
pouco qualificados e com nível baixo de instrução escolar que foram excluídos do
processo regular por diversos fatores: pela necessidade de prover o sustento da
família; pela distância da residência ou do local de trabalho até a escola; e, até
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mesmo, por questões culturais como o casamento e a maternidade.
Os adolescentes também são presença marcante nas escolas de EJA. A
grande maioria é oriunda de um processo educacional fragmentado, marcado por
frequente evasão e reprovação no Ensino Fundamental e Médio regulares. São
jovens e adultos que procuram essa modalidade de ensino por precisarem da
escolarização formal tanto por questões pessoais quanto pelas exigências do
mundo do trabalho.
Outra demanda atendida pela EJA são as pessoas da ‘melhor idade’ que
buscam a escola para desenvolver ou ampliar seus conhecimentos, bem como o
interesse em oportunidades de convivência social e realização pessoal. São
pessoas que apresentam uma temporalidade específica no processo de
aprendizagem, merecendo atenção especial.
Muitos dos educandos ingressos na EJA trazem modelos internalizados de
vivências escolares que predominam a ideia da escola tradicional, onde o educador
exerce o papel de detentor do conhecimento e o educando de receptor passivo. Por
isso, muitos supõem que seja somente da escola a responsabilidade pela sua
aprendizagem. Cremos, por esta razão, que é função dos educadores potencializá-
los a fim de torná-los mais capazes no enfrentamento dos obstáculos de seu
cotidiano, buscando o que há de mais adequado para melhor qualificá-los durante a
permanência na escola. Assim, visamos atender suas necessidades durante e após
a conclusão do curso na vida particular, social e profissional. Torna-se fundamental,
portanto, buscar formas de se ensinar que rompam aqueles modelos clássicos,
construindo uma autonomia intelectual que leve esses alunos à tornarem-se sujeitos
ativos do processo educacional.
Muitos profissionais do ensino de História também têm dificuldades em
romper com o ensino tradicional, mesmo entendendo que a forma como é
transmitido, em muitas das ocasiões, não tem validade para os alunos, sendo uma
prática caracterizada pela reprodução de uma visão factual, fragmentada e
desarticulada da realidade. Certamente, este é fator desmotivador para os alunos
que não veem sentido no ensino de História.
Pesa ainda uma grande preocupação quanto a rápida modernização que
estamos vivendo, principalmente quando relacionados às Novas Tecnologias de
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Informação e Comunicação (TIC´s). Muitos creem que isto está gerando o
enfraquecimento do ensino tradicional, o que tem levado professores a repensarem
sua atuação e buscar caminhos para reverter essa situação. É neste contexto que
encaminhou-se as etapas anteriores deste trabalho, inserindo alunos jovens,
adultos e idosos em práticas escolares que resultassem em domínio,
aperfeiçoamento de habilidades e acesso a bens culturais.
Outro fator que contribuiu para a melhor realização deste trabalho foi a
participação que tivemos enquanto professores PDE (primeiro como alunos e
posteriormente como tutores em um GTR – Grupo de trabalho à distância
promovido pela SEED do Governo do Estado do Paraná, como parte da
capacitação durante o desenvolvimento do Programa, quando fomos embasados na
prática e nas teorias que defendem o ensino à distância, sua importância e
qualidade) dando possibilidades e opções à educandos nas várias modalidades de
ensino do sistema educacional brasileiro.
2. As relações entre o ensino de História e as tecnologias
Nosso desafio maior é caminhar para um ensino e uma educação de qualidade, que integrem todas as dimensões do ser humano. Para isso precisamos de pessoas que façam essa integração em si mesmas no que concerne aos aspectos sensorial, intelectual, emocional, ético e tecnológico, que transmita de forma fácil entre o pessoal e o social, que expressem nas suas palavras e ações que estão sempre evoluindo, mudando, avançando (Moran, 2006, p.15).
Nas últimas décadas do século XX e início do século XXI, como resposta ao
processo de discussão e renovação curricular desencadeado a partir dos anos 80,
as propostas de renovação das metodologias, de temas e problemas do ensino,
vem sendo produzidas e incorporadas em salas de aula. Desse mesmo processo
resultou também a revalorização da História como área de ensino especifica do
conhecimento, a qual ganhou autonomia e ampliação de espaço. Visaram-se
discussões, debates e reformulações que revalorizaram a disciplina como campo do
saber autônomo, fundamental para a formação do pensamento dos cidadãos.
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(FONSECA, 2010, p. 25-26).
Jaime Pinski e Carla Pinski ( 2007, p.17 e 18 ) fazem uma reflexão sobre as
grandes mudanças politicas e econômicas ocorridas no final do século XX e o
ensino de História. No capítulo 17, intitulado: Por uma História prazerosa e
consequente, enfocam a questão da difusão das novas tecnologias globais e os
questionamentos surgidos em decorrência desta, tais como a eficácia do livro
didático, a utilidade do professor e das propostas curriculares ligadas a realidade
nacional e local. Afirmam que num primeiro momento houve uma desvalorização do
professor, o qual passa a ser visto como pouco comunicativo, qualidade
imprescindível para tarefa de agente de ensino e considerou-se o uso de recursos
como livro didático ultrapassado.
Segundo os mesmos autores muitos professores procuram acompanhar as
mudanças por medo das críticas negativas surgidas naquele momento, destacando
que um dos pontos relevantes causado pelo desconforto desses professores em
prejuízo do ensino é que “[...] na sala de aula, o pensamento analítico foi substituído
por “achismos”. Os alunos substituem pesquisas em livros por pesquisas em sites
duvidosos, e vídeos são usados para substituir livros [...]” (2007, p.17), “[...] o
conteúdo da disciplina foi deixado de lado, a erudição foi considerada coisa de
esnobes e a leitura de História prejudicada por tal simplismo” (idem, p.18).
Nesse sentido, mesmo com a superação de tais posturas e com reflexões
sólidas sobre o enfoque colocado, não podemos acorrer a erros fatais como
desvalorizar metodologias de ensino e recursos didáticos, trata-se de o educador
saber mediar o processo pedagógico, intercalando as tecnologias com o seu
domínio de conteúdo.
No Estado do Paraná, debates tornaram-se intensos e acirrados na última
década, em relação a elaboração e implantação de novas Diretrizes Curriculares de
Educação Básica ( 2008 ) à todas as áreas de ensino. A DCE de História se reporta
em vários momentos sobre o ensino de História e a importância de promover um
saber mais significativo, analisar as práticas, associando a ciência ao social. Nos
encaminhamentos referentes “as dimensões do conhecimento”, quando se reporta a
interdisciplinaridade e sua relação com a contextualização sócio-histórica, nos
chama a atenção para a “[…] importância da práxis no processo pedagógico, o que
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contribui para que o conhecimento ganhe significado para o aluno, de forma que
aquilo que lhe parece sem sentido seja problematizado e aprendido” (Ibidem, p.28).
Tal encaminhamento, com base em Ramos (2004, p.01), afirmou-se que:
Sob algumas abordagens, a contextualização, na pedagogia, é compreendida como inserção do conhecimento disciplinar em uma realidade plena de vivências, buscando o enraizamento do conhecimento explicito na dimensão do conhecimento tácito. Tal enraizamento seria possível por meio do aproveitamento e da incorporação de relações vivenciadas e valorizadas nas quais os significados se originam, ou seja, na trama da realidade tecida (Ramos 2004, p.01, in DCE 2008, p.28).
Embora o encaminhamento seja referente à interdisciplinariedade, evidencia
-se a importância no ensino de História de se promover um saber significativo e em
como e quando está ocorrendo essa prática. No mesmo sentido, nestas Diretrizes
(2008, p.45-46), ancorado nos ideias propostos por Jörn Rüsen (dando ênfase a
uma matriz curricular da História para que se compreendam a organização do
pensamento histórico dos sujeitos), sugere-se que “[…] os professores encaminhem
suas aulas de maneira que o aprendizado seja significativo para o aluno” (Ibidem,
p.46). Por essa perspectiva, no ensino de História as verdades prontas e definitivas
não tem lugar, porque o trabalho pedagógico na disciplina deve dialogar com várias
vertentes, tanto quanto recusar o ensino da história pelo dogmatismo e pela
ortodoxia. O ensino proposto objetiva os processos históricos relativos as ações e
relações humanas no tempo, bem como as possibilidades dessas de determinarem
limites e possibilidades, demarcar e transformar constantemente as estruturas
sócio-históricas, “[…] mesmo condicionadas, as ações dos sujeitos permitem
espaços para escolhas e projetos de futuro” (Ibidem, p. 46 ), nos quais os sujeitos
por meio do ensino investigativo e interpretativo baseados em teorias, formam seu
pensamento a partir da produção do conhecimento. Segundo Fonseca,
[…] no início do século XXI apesar mudanças, das conquistas de direitos algumas escolas e alguns professore ainda trabalham concepções de história e de cidadania revelando atitudes inconscientes ou deliberadamente ocultas por meio da reprodução acrítica de materiais curriculares e didáticos e, ainda, por sucumbir a elementos
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conjunturais, tais como condição de trabalho, tempo, hábito da instituição, normas etc. (2010, p. 91)
Por essa perspectiva, ser professor de História é compromisso contínuo
com estudo, reflexão e interação com o mundo e com a transformação de tudo o
que é parte dele. É preciso estar sempre disposto a um novo olhar, pois a cada
momento surgem novas concepções e o confronto se faz necessário naquilo que
pode-se dizer “o fazer” do educando e do educador na prática cotidiana na escola e
na vida. Somos desafiados constantemente a oferecer condições para uma prática
de ensino que permita a apropriação de conteúdos para um discernimento crítico e
consciente, tornando o aluno capaz de ser agente transformador de sua realidade,
sendo a partir daí, aberto e adaptado a um formato de ensino dinâmico podendo
agir como sujeito de seu tempo. Maria das Graças Nicoletti Mizukami nos coloca
frente a essa reflexão, assim se referindo:
A história consiste, pois nas respostas dadas pelo homem à natureza, aos outros homens, ás estruturas sociais e na sua tentativa de ser cada vez mais o sujeito de sua práxis, ao responder aos desafios de seu contexto. Consiste também numa cadeia contínua de épocas, caracterizadas por valores, aspirações, necessidades, motivos. Uma época se cumprirá na medida em que seus temas são captados e suas tarefas realizadas e torna-se superada quando os seus temas e tarefas não são mais pertinentes as novas necessidades que surgem. (MIZUKAMI, 1986, p.87)
No entanto vivemos hoje o fenômeno da globalização, onde tudo é mundial:
a economia, a política, a cultura, a arte, a ciência, a tecnologia e a educação.
Identificar os desafios que esta realidade coloca para o trabalho educativo é um
grande desafio. A escola não pode ficar de fora do sistema, mas também não pode
deixar que tudo seja determinado por ele. Não é questão de embate entre o
tradicional e o moderno, ou se quem determina o modelo de ensino é o sistema
vigente ou não. É sim uma questão de praticar um ensino de História à luz de
abordagens, que levem a um aprendizado baseado na perspectiva da formação da
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consciência histórica, que atenda o modelo do ser humano que vive e transforma
esse mundo global.
Assim como quando foi criada a disciplina de História no Brasil, nos idos de
1837, cujo modelo social seguia a sombra da tradição (europeia), onde a História do
Brasil não era pensada como Proposta Curricular. O modelo de História que temos
e praticamos, deve corresponder ao modelo de sociedade da qual fazemos parte
hoje, onde a evolução tomou conta de todas as áreas do conhecimento, modificou o
conjunto de valores propostos, criando um outro modelo de sociedade onde a
liberdade de pensar e agir no seu espaço e no seu tempo assegurou conquistas à
humanidade. Sendo para esse modelo social adequadas as Diretrizes Curriculares
ao Ensino de História (2008), numa perspectiva de propor um saber adequado aos
educandos da atualidade. Nele o aluno é participe efetivamente do processo de
ensino e aprendizagem, cabendo ao professor conhecer novas propostas e propor
novas metodologias que propiciem um estudo onde todos sejam participantes na
construção do conhecimento. Nessa perspectiva Holanda afirma:
Para se estudar o passado de um povo, de uma instituição, de uma classe, não basta aceitar ao pé da letra tudo quanto nos deixou a simples tradição escrita. É preciso fazer falar a multidão imensa dos figurantes mudos que enchem o panorama da História e são muitas vezes mais interessantes e mais importantes do que os outros, os que apenas escrevem a História. (HOLANDA, in DCE de História, p 36)
Hoje não se concebe o estudo histórico sem que o professor apresente
diferentes abordagens do mesmo tema, fato ou conceito - iniciativa importante para
que o aluno perceba que, dependendo da visão e da intenção de quem conta a
história, tudo muda. O professor deve favorecer o acesso a documentos oficiais,
reportagens de jornais ou revistas e a outras fontes. O contato com essa
diversidade leva o estudante a ter uma visão ampla e integrada da história. Além de
textos, é recomendável que a turma consulte sites confiáveis, assista a filmes e
documentários, visite museus e entreviste os atores que vivenciaram os
acontecimentos estudados. Nesse contexto de educação a escola é um espaço de
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participação social, onde se valoriza a democracia, o respeito, a pluralidade cultural
e a formação do cidadão. O educando não é mais um sujeito insignificante, passa
de espectador a ator no processo educacional. Tão importante quanto o direito à
escolarização é garantir que todos aprendam, que escolas e universidades sejam
adequadas para satisfazer as necessidades de todos os alunos, o que neste caso é
uma questão de sustentação ao processo ensino-aprendizagem.
Dentro desse contexto de análise e preocupação em propor melhorias, o
foco deste trabalho está voltado à Educação de Jovens e Adultos, modalidade de
ensino que vem garantindo conquistas pela ampliação do atendimento à
escolarização dessa população desde a Constituição Federal de 1988, na qual
passou a ser reconhecida como modalidade específica da educação básica. No
conjunto das políticas educacionais brasileiras, estabeleceu-se o direito à educação
gratuita para todos os indivíduos, inclusive aos que a ela não tiveram acesso na
denominada idade própria.
A Educação de Jovens e Adultos destina-se à um grupo bastante
heterogêneo da sociedade, formado por trabalhadores assalariados, autônomos
formais e informais, donas de casa, idosos, jovens, portadores de necessidades
especiais, entre outras. São alunos com diferenças culturais, étnicas, sociais e
econômicas, que já tem posição em relação ao poder, defendem pontos de vista,
tem conhecimento e aprendizagem, bem como uma história. Diferenciam-se dos
adolescentes e das crianças aos quais se destina o Ensino Regular, porém não são
detentores de menos direitos ao ensino e a educação de qualidade, o que nos
remete ao Art. 208 da Constituição de 1988, inciso I que garante o acesso ao
Ensino Fundamental gratuito a todos os que não tiverem acesso em idade própria,
determinando que seja dever do Estado, portanto, promover a educação de jovens
e adultos. Conforme está estabelecido nas Diretrizes Curriculares da Educação de
Jovens e Adultos - EJA (2006):
Compreender o perfil do educando da Educação de Jovens e Adultos requer conhecer a sua história, levar em conta sua cultura, seus costumes, entendendo-o como um sujeito com diferentes experiências de vida e que em algum momento afastou-se da escola devido a fatores sociais, econômicos, políticos e/ou culturais. Entre esses
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fatores, destacam-se o ingresso prematuro no mundo do trabalho, a evasão ou a repetência escolar (DCE – EJA, 2006, p.29).
2.1 Os desafios do ensino de História na EJA
Dentre os desafios encontrados na Educação de Jovens e Adultos no ensino
de História para que o mesmo perca suas características de memorização e
reprodução com um fim em si mesmas, podemos elencar os de conceber o direito
do jovem, adulto ou idoso de ser sujeito, mudar a maneira de como a disciplina de
história é vista e praticada. Buscam-se novas metodologias levando em conta os
interesses dos educandos e são pensadas novas maneiras de trabalhar articulando
o mundo escolar com o mundo do aluno.
A EJA representa uma possibilidade de tornar eficaz o desenvolvimento das
pessoas de todas as idades que nela ingressarem e planejar esse processo é uma
grande responsabilidade política, social e educacional. Aos professores cabe o
papel de mediadores do conhecimento ter uma base sólida de formação para poder
promover uma educação mais justa e inclusiva, dando atenção de forma adequada
a todos, tanto em relação a novas abordagens quanto as metodologias que
utilizamos utilizadas, as quais devem ser baseadas em trocas, discussões,
exemplos, problematização e interatividade. Segundo Libâneo,
Estão ocorrendo transformações em escalas mundiais decorrentes da conjugação de um conjunto de acontecimentos e processos que acabam por caracterizar novas realidades sociais, políticas, econômicas, culturais e geográficas, por isso, é necessário repensar o papel da instituição escolar diante das transformações, que se caracterizam principalmente pelo avanço tecnológico e na difusão da informação ou sociedade da informação, tornando as mais capazes de satisfazer as necessidades dos educandos atuais. Cabe a nós educadores propiciar condições que melhorem a capacidade reflexiva e critica que ajude-os a viver melhor nessa sociedade, que nas últimas décadas sofreu grande impacto da evolução provocando mudanças no cotidiano dessa sociedade. (LIBÂNEO, 2002, p.45)
Atualmente o uso das TIC’s é uma necessidade justificável pois é um
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acesso a mais para chegar ao conhecimento e abranger todas as modalidades de
ensino, tornando a comunicação mais eficiente integrando imagem, voz e
transmissão instantânea de informações. No entanto essas tecnologias, apesar de
se fazerem presentes no cotidiano de professores e alunos, muitas vezes não são
utilizadas como deveriam – dando suporte – sendo o recurso facilitador para
promoção de ações que promovam o saber. Segundo Masetto:
[…] na educação escolar não se valoriza adequadamente o uso das tecnologias visando a tornar o processo de ensino-aprendizagem mais eficiente e mais capaz por entender-se por educação transmitir um conjunto sistematizado e organizado de conhecimentos, que exige dos alunos memorização para as provas e avaliações ( MASETTO, p.133).
De fato, muitos professores ainda são formados e valorizados para transmitir
conteúdos e dar aulas expositivas para transmitir esses conhecimentos, além das
provas ainda estarem presentes com o objetivo de verificação, exigindo
memorização e reprodução. Pode-se afirmar que tal tradição está presente em
todas as áreas e modalidades de ensino. Constatação essa que tem levado
profissionais envolvidos com a educação a pesquisarem as causas, proporem
metodologias que utilizem as TIC’s e promoverem reflexões procurando contribuir
para mudanças que se tornem mais presentes no ambiente escolar, juntamente
com a abordagem mais contextualizada, principalmente na área de ensino de
atuação. Considera-se também ser parte das políticas educacionais juntamente
com os projetos do governo do Estado do Paraná que estimulam e viabilizam cada
vez mais esta realidade, incluindo em seu programa de capacitação aos
profissionais da educação os cursos. Visam discussões e análises do uso da
tecnologia como mediação pedagógica, fundamentais para estarmos analisando e
mudando nossas convicções. Entendemos ser momento de nos adequarmos ao
uso de recursos que tragam agilidade e dinamismo à nossa prática pedagógica,
optando pela utilização da Plataforma Moodle em atividade de pesquisa com alunos
do Ensino Médio na disciplina de História.
A UNICENTRO – Universidade do Cento-Oeste (Paraná) foi a instituição
colaboradora na implementação desta proposta de trabalho, pela qual foi possivel o
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uso da Plataforma Moodle, criando para este fim, a disciplina que deu acesso à
realização de uma pesquisa direcionada à alunos do ensino Médio da EJA.
Possibilitou aos mesmos a passarem por um processo de capacitação para assim
proceder-se atividades em ambiente virtual, onde a comunicação desse acesso a
vinculação de conteúdos da disciplina de História, no qual educador-educando
foram envolvidos num processo educacional colaborativo em que todos se
comunicaram com todos por meio de fórum, culminando na produção de textos
críticos, nos quais transpareceram conhecimentos do assunto, a elaboração de
conceito e opiniões próprias, além das propostas de ações para combater a
violência na sociedade, principalmente na convivência local.
Na implementação da unidade didática realizou-se um trabalho de pesquisa
com o tema “A Violência contra a Mulher: uma questão cultural e histórica”. Entre
as opções possíveis para a concretização da proposta foi o uso da Plataforma
Moodle, além de incluir os educandos em ambiente virtual de aprendizagem,
potencializa a aprendizagem colaborativa apresentando diversos recursos
importantes, entre os quais: chat, fórum, mensagens e wiki. Outra vantagem desse
software criado pelo cientista computacional Marti Dougiamas é ser um software
gratuito que pode ser instalado em diversos ambientes, inclusive o Linux e
Windows, possíveis de acesso nos ambientes educacionais de quase todo nosso
Estado, possibilitando a oportunidade de utilizar a Plataforma Moodle integrando as
mídias no processo de ensino e aprendizagem.
Notadamente tanto para professores e alunos ainda é uma barreira trabalhar
com recursos tecnológicos, não só no ensino de História mas em todas as áreas do
conhecimento, o que levou a criação de uma proposta de trabalho utilizando um
método de ensino capaz de colocar professores e alunos em contato dentro e fora
do horário de aula, facilitando a troca de informações, trabalhando a distância,
oportunizando a busca de dados novos, além de sugerir sites da internet. Vimos
essas características na Plataforma Moodle, considerada uma metodologia de
ensino capaz de atender nossos objetivos, tanto no domínio das práticas como no
âmbito da sistematização teórico-metodológico. Ainda, é notório o acesso das
informações, discussões, problematicidade, troca de informações, elaboração de
relatórios de pesquisa e possibilidade de construção do conhecimento.
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Para que esses objetivos sejam alcançados, segundo a análise de Libâneo,
é necessário repensar o papel da instituição escolar diante das transformações que
se caracterizam principalmente pelo avanço tecnológico e pela difusão da
informação ou sociedade da informação, tornando-as mais capazes de satisfazer as
necessidades dos educandos atuais. Cabe a nós educadores propiciar condições
que melhorem a capacidade reflexiva e critica, ajude-os a viver melhor nessa
sociedade, que nas últimas décadas sofreu grande impacto da evolução
provocando mudanças no cotidiano dessa sociedade.
Nessa direção, este trabalho propôs uma ação mediadora do professor
associando o ensino da pesquisa escolar ao uso das TIC’s como meio possibilitador
a essa mediação, onde o professor passa a ser um coordenador de suas turmas.
Para realizar esta atividade foi importante a definição de um tema que fosse do
interesse e, que estivessem historicamente ligado a construção da cultura ao longo
do tempo.
Priorizou-se para realização desta experiência uma temática vinculada a
história cultural, buscando a compreensão de como as ações humanas elencadas
ao longo do tempo podem ainda ser questionadas na sociedade atual e como
podemos contribuir como agentes da história para que aconteçam as mudanças
necessárias em nosso tempo. Para tal foi abordado o tema ‘A violênvia contra a
mulher na sociedade contemporânea’. Com o uso dessa plataforma no ensino
presencial, foram desenvolvidas as leituras de textos da internet, assistido videos e
clips de músicas sobre o tema, dentro de uma prática mediada pelos ambientes que
compõe a Plataforma Moodle. Os alunos foram capacitados para poder pesquisa, a
qual foi realizada em três etapas: fórum, tarefa e diário. No Fórum de apresentação
e discussão, aconteceram trocas de ideias entre todos. Deu-se oportunidade de
esclarecimentos e orientações, contribuições e sugestões durante a realização do
trabalho. Na segunda etapa realizou-se como Tarefa, um questionário onde os
participantes foram provocados a buscarem em leituras, reflexões sobre o tema
visando a elaboração de conceito e opiniões próprias, além de propostas de ações
para combater a violência. Para finalizar ralizou-se a etapa Diário, onde os foram
oportunizandos à concluir a pesquisa com a elaboração de um texto sobre a
violência contra a mulher em nossos dias, a importância das denúncias e as ações
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de combate.
O Laboratório de Informática e as residências dos participantes como
espaços de estudo, mesmo sendo a modalidade de ensino presencial, promoveu-se
a interação entre professores e alunos também via internet, o que certamente
acarretou em disponibilidade além do horário de aula, fator determinante que deve
ser levado em conta em propostas de trabalho desta natureza. Salientamos que as
opções de horários para realização de trabalhos ou estudos para alunos jovens,
adultos e idosos é uma reflexão a nível curricular válida, levando-se em conta que a
maior parte dos alunos trabalham e estudam. No entanto, o foco da reflexão neste
momento é trazer para o espaço educacional atividades e metodologias que
transformarem os saberes sistematizados em produções próprias, tendo o professor
como um parceiro na sistematização e/ou construção de saberes.
2.2 Práticas metodológicas e o ensino de EJA
Para se estabelecer a relação entre as novas tecnologias e a educação de
Jovens e adultos, este trabalho buscou compreender o modo como é possível
pensar o meio digital nas práticas colaborativas, para realização de pesquisa
escolar na disciplina de História. Iniciando por uma reflexão sobre o ensino, cujos
últimos anos tem sido marcados por mudanças significativas nas práticas sociais
decorrentes principalmente do complexo sistema tecnológico e comunicativo em
evolução constante. Todos experimentamos mudanças, e assim como em outras
organizações da sociedade o campo da educação também caminha em busca de
novas formas de ensinar e aprender dentro desse contexto evolutivo da era digital.
De fato, não podemos negar esse avanço paulatino que vem ocorrendo,
principalmente na última década e como profissionais da educação do Estado do
Paraná, somos oportunizados continuamente, em cursos de capacitação à
discussões e reflexões que dão fundamentação teórica para realização de novas
práticas dentro desse contexto. Como enfatiza Moran,
Se quisermos mostrar que estamos avançando, que está havendo uma revolução silenciosa em escolas inovadoras, que há muitos grupos de profissionais competentes e alunos realizando experiências fantásticas, que a escola está mudando aos poucos
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com uso criativo das novas tecnologias, também encontraremos bons exemplos para comprová-lo. (2009, p.14)
No entanto, a construção do conhecimento na sociedade de informações e
comunicação ainda é um grande desafio, com muitos professores desmotivados,
infraestrutura bastante comprometida e acesso à internet ainda insatisfatório, o que
leva professores e alunos às permanências didático metodológicas mais
tradicionais, mesmo convivendo com as experiências de boas e, inovadoras
propostas. Nesse contexto, as ações implementadas aos alunos do CEEBJA de
Laranjeiras do Sul empolgaram os discentes em pensar novas propostas no mesmo
sentido. Percebeu-se nos alunos maior interesse ao buscarem em outras fontes
novas informações complementares aos estudos, somados basicamente em livros
feitos em sala de aula. A pesquisa contribuiu também para desfazer a confusão
existente entre o que é informação e o que é conhecimento, um dos grandes
problemas do uso da internet por nossos jovens: pensar que os recortes são
conhecimento. Segundo Moran:
Temos muitos dados, muitas informações disponíveis. Na informação os dados estão organizados dentro de uma lógica, de um código, dentro de uma estrutura determinada. Conhecer é integrar a informação no nosso referencial, no nosso paradigma, apropriando-a, tornando-a significativa para nós. O conhecimento não se passa, o conhecimento cria-se, constrói-se. (2006, p.55).
Esse recorte da obra “Novas tecnologias e mediação pedagógica”, define em
poucas palavras essa diferença. Esse discernimento é fundamental para se
trabalhar com as TIC’s, para não corrermos o risco da permanência da cópia de
recortes em trabalhos de pesquisa de nossos alunos.
Novas concepções apontam renovações possíveis com o uso das
tecnologias de informação e comunicação colaborando para um processo voltado a
construção do conhecimento. Observando que a melhoria da qualidade no ensino
não depende meramente da utilização de recursos tecnológicos modernos, a
introdução de máquinas não torna nossas aulas mais dinâmicas por si mesmas, há
necessidade de servir-se dos recursos que se tem à nossa disposição, como
17
mediação no processo de ensino para que o mesmo torne-se mais eficaz. Sobre a
arte de ensinar nos moldes das novas concepções, escreve Chaunu :
(…) ensinar não é uma profissão que que se exerce algumas horas por semana: é uma forma de partilhar o saber, um modo de relação com os outros. Quanto a História, é um certo olhar sobre um mundo e um método de conhecimento. A prática do ensino de história não se isola. Há para um professor mil outras maneiras de aprender e de alargar a sua formação.(CHAUNU et al 1987, p.319) apud (SELVA, 2010, p.83).
Se ensinar é confrontar-se cotidianamente com a heterogeneidade e
partilhar saberes, podemos concluir que a concepção básica de prática pedagógica
“é pensar no aluno”. Por caminhos distintos, movidos por visões diferentes, a
preocupação é a mesma: é preparar o educando para a vida. A preocupação está
direcionada ao caráter formativo do ensino. Diz a mesma autora: “(...) o professor é
formador de consciências, portanto ensinar história é partilhar saberes contribuindo
para formação de uma determinada maneira de ver e compreender o mundo”. Os
meios pelos quais optamos para reconstruir a história no dia a dia em nossa
profissão são sim relevantes, porém, o ensino de história baseia-se em processos
cercados de mudanças e novas significações em cada tempo decorrido, embora
incluamos novos recursos didáticos, se nosso fazer história basear-se na
reprodução pura e simples do passado, nosso exercício pedagógico também o será.
O uso pedagógico do e-aulas é especialmente eficaz para os estudantes
trabalhadores, como é o caso dos alunos de EJA.
2.3 Atividades interativas na Plataforma Moodle.
O uso dessa metodologia pode ser considerado um meio facilitador de
acesso e de aquisição do saber, vinculado a ação educativa às tecnologias de
comunicação e de informação, um campo bastante vasto de pesquisas norteadas
na busca de construir diálogos no sentido do fazer educação mediada pelas novas
tecnologias. Seu uso ainda não é comum na EJA, embora “(...) a escola seja uma
instituição cujo papel consiste na socialização do saber sistematizado, existindo
para propiciar a aquisição dos instrumentos que possibilitam o acesso a este saber”
18
como afirma Naura Síria (IN SAVIANI 1991, p.22.) apud (FERREIRA).
Para iniciarmos as atividades práticas, primeiramente realizou-se o
cadastramento dos alunos na disciplina: História – EJA, onde cada participante
além dos dados pessoais, criou uma senha para poder entrar no ambiente virtual.
Conheceram cada um dos espaços, bem como suas utilidades quando se trabalha
com a Plataforma. Neste momento da capacitação também puderam compreender
os conceitos básicos e necessários sobre como se utiliza, bem como os benefícios
de trabalhar num tipo de ambiente como esse no processo de construção de
saberes. Nesta ambientação tecnológica já pode-se perceber o espirito colaborativo
dos alunos, pois ao perceber que alguns colegas tinham mais dificuldade e
precisavam de mais atenção, os alunos com maior agilidade ao terminarem seu
cadastramento passaram a ajudar os colegas. Para facilitar a realização das
atividades, os educandos receberam uma cartilha passo a passo para a utilização
da Plataforma Moodle, contendo as explicações necessárias para o acesso em
momentos que estiverem em casa ou em outro local, que possam entrar no
ambiente para interagir com a professora ou os demais colegas.
Em seguida, os alunos assistiram um vídeo, retirado do youtube, postado
por alunas do curso de Pedagogia da FUMETTIG de Salvador, Bahia: “A evolução da educação”, adaptação do texto “O velho mestre”, elaborado para o seminário
sobre “Tecnologia Educacional” pelos educandos do mesmo curso no ano de 2008.
Considerado um material bastante apropriado, pois faz um balanço referente a
evolução tecnológica ocorrida nas últimas décadas no mundo e no Brasil, as
mudanças decorrentes e o homem adaptando-se a elas. No que tange a educação
traça um paralelo entre o tempo da utilização apenas de recursos como: o livro, a
lousa e a explicação oral do professor até os dias de hoje, com a disponibilidade de
recursos didáticos metodológicos variados e modernos, além dos já citados. Deixa
evidente que as novas tecnologias trouxeram grande impacto sobre a educação.
Promove uma reflexão crítica acerca das permanências tradicionais na educação
em meio a tantas mudanças.
Promoveu-se um debate acerca do uso do computador e da internet em
favor do ensino, de seus benefícios e em que situações podemos recorrer a esses
recursos, e o que os recursos como 'copiar' e 'colar' representam na aprendizagem,
19
como se utilizar das informações, documentários, músicas e imagens nos trabalhos
escolares. A intenção pretendida foi esclarecer, que o mundo do conhecimento não
se coloca mais a nossa frente apenas através da técnica da escrita e de figuras
inanimadas. Em nosso tempo existem muitos outros recursos de disseminação das
informações e, especialmente novas relações entre professores e alunos que urgem
ser levadas em consideração, para que o processo de construção do conhecimento
seja facilitado.
Os alunos demonstraram terem percebido os princípios que norteavam a
atividade proposta. Nessas aulas, embora no AVA se davam as leituras, análises,
reflexões, interação e produção de textos, também foi um momento em que os
educandos manifestaram-se criticamente quanto a utilização do laboratório da
escola. Alguns disseram nem saber que era um espaço comum e que poderiam
usá-lo fora de seu horário de aula, até mesmo para atividades particulares como
inscrição para cursos, impressão de boletos bancários, consultas a e-mail etc.
2.4 A prática da pesquisa escolar
O tema pesquisa escolar (que até bem pouco tempo dizia respeito apenas
ao ensino superior) vem sendo objeto de reflexões e críticas tanto por parte dos
professores de História e equipe pedagógica, quanto por parte de alunos
principalmente de Ensino Médio. Uma parte do professorado defende o trabalho de
pesquisa como momento para os alunos manifestarem seu interesse e criatividade.
Outros usam a pesquisa escolar como um instrumento avaliativo formal, cumprindo
o estabelecido na Proposta Pedagógica da instituição que atuam, que normalmente
sugere que os alunos não sejam avaliados apenas por meio de provas.
Dentro deste contexto da pesquisa escolar surge outro grupo, os alunos,
cuja maioria reclama do pouco tempo para fazer seu trabalho (alunos trabalhadores,
no caso do EJA), da dificuldade em resumir e/ou elaborar textos com suas próprias
palavras, de forma contextualizada. As argumentações demonstram claramente que
essas dificuldades não levam os alunos a aprender os conteúdos que são
determinados como temas para pesquisa e que a grande maioria acaba se
utilizando da metodologia da cópia (normalmente de textos de sites da internet,
20
recurso disponível tanto dentro quanto fora da escola) para realizar seu trabalho e
receber sua nota. Portanto não pensaram a pesquisa escolar como um caminho
próprio na busca do conhecimento.
A pesquisa escolar voltada à construção do saber, como sugere a proposta,
não pode se dar de forma isolada, é necessário que ocorra em um contexto
interativo, inserindo temas que sejam relevantes na formação humana de nossos
alunos. Em História entende-se que o mundo é cultura, é obra humana, é legado
histórico construído pelo homem na interação com o outro. Nesse contexto partiu-se
do conhecimento acumulado pelos alunos, na intenção de construir e melhorar
conceitos, além de promover transformações no trabalho docente que garantam a
aprendizagem, integrando ações mediadoras no processo de ensino. A reflexão e
avaliação dos encaminhamentos caracterizam-se como uma ação criadora de
possibilidades, que conduzam o educador e o educando a serem capazes de
entender o verdadeiro fundamento de se trabalhar com pesquisa escolar.
Com a proposta de trabalhar a pesquisa na escola utilizando a internet
como recurso, transformou-se o laboratório em um segmento da sala de aula e da
biblioteca convencional, aliando o ensinar ao uso mais adequado da tecnologia,
numa tentativa de superar a metodologia da cópia tão utilizada por educandos,
quando solicitados a realizarem uma pesquisa.
A internet possibilita modificar a forma de ensinar e aprender podendo o
professor estar junto com os alunos, orientando, esclarecendo, discutindo,
problematizando situações que os levem aprender a estudar, percebendo em
História suas diversas versões. Pode-se aprender através dos conteúdos conceitos
que instrumentalizem sua prática social, política e cultural na sociedade, tornando
assim a história uma disciplina vinculada a vida e perceber naturalmente o valor de
conhecer o passado humano, como agente transformadores que somos.
Ressalta-se as mudanças nas concepções das práticas do ensino de
História trabalhando temas interessantes ao aluno em seu presente, buscando
explicações retornando ao passado, dando significados, compreendendo portanto a
História. Assim o conhecimento e as reflexões de teorias mais atuais com novos
encaminhamentos metodológicos, podem ajudar na implementação das aulas,
21
trazendo sensíveis melhorias. Na conclusão de Lima,
Há uma necessidade urgente de mudanças nas concepções e, sobretudo na prática do ensino de História, ”Parindo-se do presente, daquilo que representa o interesse e as necessidades do aluno, em direção ao passado na busca da explicação [...] através de um movimento dialético entre presente e passado, presente na aprendizagem geral-específico/ específico-geral, tornando-se significativa, capaz de mudanças sociais. (LIMA. 2001 p.117. Revista do Laboratório de Ensino de História/UEL)
Na mesma linha de estudo Moran (2007, p. 24), se refere ao tema dizendo
que “[...] a aprendizagem precisa cada vez mais incorporar o humano, a
afetividade, a ética, mas também as tecnologias de pesquisa e comunicação em
tempo real”. Ao encontro desses ideais de mudanças de concepções e práticas,
Santos defende a criação de ambientes virtuais de aprendizagem, livres e gratuitos
para favorecer a orientação, a articulação e a aproximação do educador com o
educando. O laboratório de informática torna-se então um ambiente de interação,
discussões e socialização de saberes.
Inserir os alunos no mundo das tecnologias conectadas é um importante
passo para preparar as pessoas para o mundo atual. As TICs facilitam a pesquisa e
a comunicação entre os pares permitindo criações de novos pensares e realizações
de novas ações.
O ambiente virtual de aprendizagem (AVA) é uma expressão já utilizada há
bastante tempo por técnicos de informática e educadores, segundo Santos (2003),
“(…) é um espaço fecundo de significação, onde seres humanos e objetos técnicos
interagem potencializando a construção do conhecimento (…)”, podendo ser tanto
presencial quanto a distância. No Ensino Médio por ser um sistema presencial,
utilizamos a Plataforma Moodle, pois sendo um ambiente via internet dá suporte aos
educadores e educandos, oferecendo vários recursos para prática interativa e
cooperativa. O conteúdo não é trabalhado de forma estanque, ao contrário, ocorre a
construção por meio da interatividade, podendo vir a tornar os participantes
narradores de suas próprias conclusões, construindo de pequenos a grandes textos
22
advindos de seus questionamentos e criticas.
Pode-se concluir que houve um favorecimento ao ensino de História se
adequar às novas metodologias, aos trabalhos de pesquisa escolar como o uso dos
recursos tecnológicos. Neste caso a utilização da Plataforma Moodle, que pode vir
a facilitar na resolução do trabalho acrescentando o uso de novos recursos e
ampliando o espaço de aprendizado escolar para além da sala de aula, contribuindo
para uma possível mudança de postura e de ação pedagógica de educandos e
educadores, trazendo vantagens ao processo ensino-aprendizagem.
O tema “A Violência contra a Mulher: uma questão histórica”, nos pareceu
ser um tema oportuno a ser trabalhado, pois permeia períodos históricos pouco
significativos se trabalhados de maneira isolada. Entretanto, se partirmos de uma
problemática atual como essa, estaremos discutindo as relações interpessoais e
buscando mudanças nas “Relações de Poder” vigentes (entre homens e mulheres).
Estaremos também alimentando um processo de conscientização constante na
tentativa de compreender os comportamentos e os papéis sociais determinados
pelo sistema, para assim construir novas identidades sociais, onde haja
reconhecimento das diferenças para superação da desigualdade na vida de homens
e mulheres. Podemos concluir que o desvelo dessa problemática, ao resinificar
conteúdos e práticas do ensino de História, pode ampliar e construir conceitos
válidos à prática educativa, que continue a construção da cidadania feminina dentro
de patamares de maior igualdade e justiça. Dessa forma, o ensino de História trará
consequência a nossa prática cotidiana tanto na escola quanto fora dela.
Decorrente disso e para proporcionar aos alunos interação das opiniões e
ideias prévias, os mesmos foram levados ao laboratório, onde iniciaram sua
participação na primeira atividade do ambiente virtual de aprendizagem por meio de
um fórum, onde assistiram a dois vídeos postados na biblioteca do AVA referentes
ao 7º seminário Nacional: A Mulher e a Mídia com o tema “Mulheres no poder”,
divulgado pela Agência Patrícia Galvão – Notícias e conteúdos sobre os direitos das
mulheres. Inicia-se falando do Brasil pela primeira vez na história sendo governado
por uma mulher, e segue-se com falas fabulosas de histórias de mulheres que lutam
e que vencem, perseguem seus objetivos, são fortes e corajosas.
23
O segundo vídeo clipe “Rosas” Atitude Feminina, um rap sobre a violência
contra a mulher de classe menos favorecida, que numa história trágica é levada à
morte, sem forças nem condições de lutar. Neste momento, os alunos após
assistirem os vídeos indicados, colocaram suas ideias sobre o assunto e puderam
interagir com os colegas e com a professora, falando de sua posição pessoal e dos
conhecimentos que tinham acerca do tema.
Esta atividade teve a duração de uma semana, período que pudemos
discutir o tema, levantar hipóteses, achar culpados, soluções, rever conceitos,
defender conceitos e também foi um momento de aproximação, começamos a nos
conhecer melhor, nos preocupar uns com os outros. Porque o fulano não veio à
aula? O que houve? Entrou ou não no fórum? Com certeza nesta situação podemos
afirmar que os alunos trabalharam mais felizes, sentiram-se importantes, mesmo
enfrentando as dificuldades decorrentes do mau funcionamento tecnológico do
laboratório da escola, tiveram disposição para participar buscando espaços
alternativos.
Pode-se constatar que como tutor, o professor tem mais possibilidades de
estimular e fortalecer reflexões críticas mais profundas sobre o tema que se
trabalha, podendo intervir nos momentos que julgue pertinentes, para que os alunos
reanalisem convicções já existentes podendo então haver mudanças de posturas
frente a situação, procurando fazê-los perceberem que as ações dos sujeitos
históricos do passado são responsáveis pela cultura que herdamos, que a cultura
que deixaremos de herança depende de nossas ações como sujeitos históricos
hoje, ações essas retratadas no ensino de História. No fórum o foco da interação se
deu em torno da problemática objetivando refletir a realidade mais próxima,
despertando o interesse dos educandos a respeito do tema.
Como se pode perceber, o encaminhamento dado proporcionou a disciplina
de História aulas mais prazerosas, saindo um pouco da velha rotina e promovendo
a interação de todos acerca do assunto trabalhado. Transcorrido o tempo do fórum
deu-se continuidade com a realização da segunda etapa, onde foi realizada uma
atividade proporcionando um momento para leitura e Interpretação de textos por
meio de um questionário. Os textos para leitura referiam-se aos tipos de violência:
o patriarcalismo, a violência e a discriminação contra a mulher, a violência contra a
24
mulher como um fenômeno social, estatísticas sobre a violência contra a mulher.
Estes foram postados previamente no espaço – biblioteca.
Para que os alunos compreendessem que a violência contra a mulher está
ligada a permanências da cultura do mundo ocidental, trazendo a história das
mentalidades para análise de como, e, por que os modos de pensar e de agir de
épocas e lugares diferentes foram permanecendo em outros contextos. Quais
mudanças podemos elencar, considerando a democracia e a existência de leis
específicas. O questionário proposto apresentou a seguinte problematicidade: a
cultura histórica estabelecida ao longo do tempo, a imposição de valores e normas
sociais, os discursos referentes a igualdade de direitos interferem em nossa vida
cotidiana? Que leituras já haviam sido feitas sobre o tema? As raízes da cultura
patriarcal ainda estão presentes na sociedade atual e contribuem para permanência
das desigualdades, sendo um dos fatores da violência contra a mulher?
Esta foi a etapa de maior dificuldade, porém, como a atividade realizou-se no
ensino presencial, as dúvidas surgidas foram discutidas em sala de aula para
melhores esclarecimentos antes de sua conclusão. Na terceira etapa para concluir o
trabalho de pesquisa no ambiente interativo, propôs-se como atividade final, um
diário com a finalidade de 'produzir' um texto. Para isso os educandos foram
oportunizados a escolher para maior embasamento, leituras de artigos e vídeos
referentes ao crescimento da violência contra a mulher em links selecionados da
internet, e outros textos de escolha própria para procederem a uma produção
textual intitulada: 'Denunciem a violência contra a mulher'. Segundo Lavoretti , é
importante observar que:
Somente no final do século XX a história das mulheres consolidou-se em área própria do conhecimento histórico e obteve reconhecimento nos países europeus, na América do Norte e no Brasil. De fato, a presença feminina no espaço público, sua luta pela igualdade de direitos, sua inclusão no mercado de trabalhado, bem como sua consolidação em outros campos são motivos de questionamentos a respeito do enfoque histórico. É uma preocupação da historiografia, dos governos e de outras instituições em incluir a mulher em abordagens de gênero para que se estude, se discuta e se possível que modifique essa trajetória. (LAVORETTI, 2009, p.8).
25
Nesse sentido fomos alertados na obra Sexualidade, um dos Cadernos
Temáticos da Diversidade que discutem questões de gênero, entre elas a violência
conta a mulher, reafirmando que a escola pública “[...] é um espaço privilegiado para
discussões qualificadas sobre sexo e sexualidade, sobre as relações que se
estabelecem entre homens e mulheres nos diferentes momentos históricos de
nossa sociedade”. Tal proposta aos professores da rede pública do Estado do
Paraná, possibilitam repensar a construção social, histórica, cultural, que é
indissociável do discurso escolar (2009, p.06).
Ao se propor as relações culturais como um dos conteúdos estruturantes
para o estudo da História, conforme as Diretrizes Curriculares da Educação Básica
de História considera-se que:
Com as mudanças ocorridas nos últimos trinta anos os modelos de explicação do passado tem sido questionados. Essa crise dos paradigmas explicativos ocasionou rupturas profundas na história e permitiu a inclusão de diferentes propostas e abordagens que incluam a cultura como ponto de partida para a análise histórica. (DCE – História, 2008 p.67).
Nesse sentido, o presente tema vem contribuir para um repensar de
conceitos e pré-conceitos, propondo uma educação norteada à igualdade e ao
respeito entre os gêneros. Também a conscientização sobre nossa importância
enquanto agentes responsáveis pelas mudanças ou permanências em nosso
tempo, que podem ser e/ou vir a ser benéficas para nós e para as gerações futuras.
Para a realização desta atividade de encerramento os alunos tiveram como
suporte, sugestões de leituras em links com artigos, notícias e vídeos , onde os
educandos puderam colher argumentações à produção de um texto, o qual poderia
ter o título: 'Denunciem a violência contra a mulher', ou outro neste mesmo sentido
para conclusão das atividades propostas.
Notou-se como resultado deste último momento que os alunos
compreenderam as raízes da questão da violência na sociedade contemporânea.
Os tipos de violência e os mecanismos de coibição existentes, além da necessidade
de ações permanentes que são necessárias às mudanças de atitudes das pessoas,
26
para que a violência diminua. Entendemos que mudando a formas de pensar e agir
das pessoas em relação a este assunto, tragam uma vida mais saudável e
igualitária. Conseguiram relacionar a questão da violência ao modelo de sociedade
e a construção histórica que se desenvolveu em cada região, a exemplo do Brasil.
Deram sugestões de ações que podem ser feitas a nível local, por parte das
instituição públicas e privadas como jornais, escolas e igrejas para coibir e combater
a violência. Alguns lembraram que o assunto não deve ser esquecido nem pela
escola e nem pelas famílias mais conscientes, mesmo que seja, com pequenas
ações ou pequenos grupos.
Trabalhando de forma interativa com os alunos é mais gratificante. Utilizando
a tecnologia como recurso a interatividade é mais trabalhoso, porém é um caminho
adequado a contratação do conhecimento. Estudar História por outros prismas
torna-se mais atraente, significativo e útil na formação humana.
3. Considerações finais
Atualmente temos a nosso dispor uma diversidade grande de formas de
ensinar e aprender. Observamos uma pluralidade de concepções teóricas, políticas,
ideológicas e metodológicas no ensino de História nas escolas da rede pública.
Nesse contexto, defendemos um diálogo crítico e permanente entre os sujeitos
envolvidos na construção dos saberes históricos no espaço educativo, focando
valores, atitudes, crenças e comportamentos adquiridos em diferentes tempos e
espaços, buscando renovar cotidianamente nossas práticas dentro e fora da escola,
procurando agir como cidadãos, sujeitos da história e do conhecimento, criando
possibilidades de mudanças. Nessa perspectiva de análise, o trabalho desenvolvido
com os alunos de ensino média da EJA, foi uma experiência no trabalho docente e
discente que nos levou a reflexões importantes e significativas no sentido de rever
nossas práticas, cultivar uma postura reflexiva, possibilitando cultivar atitudes de
tolerância, respeito e crítica a desigualdade entre os gêneros, além da necessidade
de propor para o ensino desta disciplina ações práticas, baseadas em concepções
mais atuais voltadas para a significação dos conteúdos.
Quanto a prática metodológica, percebemos que quanto mais avançadas as
27
tecnologias, maiores serão as necessidades de relações pedagógicas e domínio
das mesmas para podermos avançar na educação, encontrando novos caminhos
de integração entre o tecnológico e o humano, ligando o ensino presencia ao virtual
com recursos que possam ligar os dois espaços, tanto na escola omo em outros
ambientes, possibilitando principalmente o ensino de pesquisa escolar mediado
pelo professor por meio de recursos existentes no ambiente escolar e doméstico.
A realização deste trabalho dá possibilidade à realização de novas
pesquisas, visto que novos recursos tecnológicos são criados e podem ser incluídos
em nossas metodologias escolares, bem como a possibilidade de aproveitamento
de carga horária no ensino presencial, mediante propostas interativas que incluam
educandos e educadores em atividades a distância no Ensino Médio - EJA
presencial, levando em conta as características de maturidade e, o fato de serem
serem adultos trabalhadores com uma gama de saberes adquiridos ao longo de
suas vivências.
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