o espaÇo definitivo de divulgaÇÃo da literatura ano … · espargindo uma canção, nas noites...

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263 O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA ANO XXII Junho de 2016 ESCRITORES Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SP Fone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia) (19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554 URL: www .copiascia.com.br * E-Mail: [email protected] DEZESSEIS ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO Cadeira 002 - José Aparecido Araújo - Patrono: Chafique Jorge Aidar ACADEMICUS PRAECLARUS

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O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA

ANO XXII Junho de 2016

ESCRITORES

Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SPFone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia)

(19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554URL: www.copiascia.com.br * E-Mail: [email protected]

DEZESSEIS ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO

Cadeira 002 - José Aparecido Araújo - Patrono: Chafique Jorge Aidar

ACADEMICUSPRAECLARUS

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Revista Literária mensal do Clube dos Escritores Piracicaba.Diagramação e ArteFinal, Administração,Publicidade e Correspondência: Coopia Digitação e ServiçosEditoriais, Rua Jacob Diehl, 77, Bairro Morumbi, CEP 13420-410, Piracicaba/SP.Não fornecemos números atrasados. Matérias assinadas são de exclusiva responsa-bilidade de seus autores.CNPJ: 01.061395/0001-03. Fonefax: (0xx19) 3426-8568. EditorResponsável: Carlos Moraes Júnior, Mtb20.836. E-mail: [email protected] Site:www.clubedosescritores.com Para Pagamentos: Conta 8013-6, Agência 4252-8, Bancodo Brasil.

REVISTA “ESCRITORES”

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL-----------------------------------------

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Alais Monteiro Pickersgill Praeclarus/Rio Grande/RS

[email protected]

Alceu Brito CorreaPraeclarus/Brasília/DF

[email protected]

Alberto SlompPraeclarus/São [email protected]

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA----------------

MAMÃE LEITORA

Pouco antes de dormirpega o livro da bagageme põe-se a ler e sorrirmamãe leitora a viagem.

Adilson Roberto GonçalvesColegiado/Lorena/SP

[email protected]

Elda Nympha Cobra SilveiraColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

SUSSURROS

Lá fora a noitegeme o seu frionas rajadas fortesdo inverno gelado.O vento frenéticolevanta arrepiosnos galhos tristesque deitam no chão.A tempestade segueno auge dos raiosestrondando trovões.Até que de repentetudo silencia...E faz-se ouvirapenas sussurrosvindos da chuva!

O CAFÉ

O caféQue aquece,Estimula,Quando amanhece,Na pausa de pensar,Importante pra descansarDevagarE as ideias organizarPara o dia iniciar.

SÍNDROME HISTÓRICA

rua do Catete, noite chuvosa,em frente ao Palácio de Getúliohá um frio na alma,54 anos depois:

não faltam motivoshistóricos parase dar um tiro no peito!

COMO MEU PAI ERA MODERNO!

Quando mocinha, ao terminar de almoçar e estando ainda àmesa, eu e minha irmã, abríamos as cartas que chegavam dos correspondentes, que eramnomes compilados de colunas de correspondência publicadas em revistas ou jornais, nemme lembro mais a fonte. Tinhamos prazer de ler essas cartas junto com papai e trocarmosidéia de como responde-las. Uns pediam nossas fotografias e papai deu-nos a idéia decortarmos as fotos e irmos enviando aos poucos até que a pessoa unisse o quebra-cabeças. Rimos muito dessa idéia e lembro-me que respondí:

— Daí ele leva um susto e nunca mais escreve!Frequentávamos clubes e jamais meu pai nos proibiu de sair,

de ir à qualquer parte, porque tinha grande confiança no nosso comportamento.Certaocasião nós, alunas do último ano do Magistério do Colegio Assunção, fomos à piscina deÁguas de São Pedro, tiramos fotos e as irmãs do Colégio ficaram umas feras e chamaram ospais para reclamar sobre o nosso comportamento, imaginem por que? Por estarmos demaiô! Hoje as freiras são bem mais modernas, muitas sabem até nadar.

As irmâs iam mostrando as fotografias das meninas para meupai e ele com cinquenta anos na época, foi olhando aquela meninas todas bonitas de maiôe fingiu que também estava chocado com nosso comportamento. Quando ele nos contoufoi uma cena hilariante, pois para nós isso era normal, não era um atentado ao pudor,porque frequentávamos a piscina do Colégio Piracicabano, como era comum na época.

Quando alguém me conta que seus pais eram rigorosos, pornão deixá-las sair de casa, proibindo-as de namorar, fico admirada, não que meu pai nãofosse exigente, ele tinha fama de bravo e tinhamos muito respeito por ele, mas com asfilhas, era muito compreensivo. Tínhamos muito dialogo, mas sem abuso de liberdade, eleimpunha limites de conduta moral.Hoje vejo tanto abuso, tanto desrespeito, parece que ospais temem os filhos, inverteram-se os papéis: são os filhos que devem tudo aos pais atédepois de formados, mas estão sempre irritados, não têm mais paciencia, estão semprecansados. Sempre se negando a ajudar, porque estão com pressa.

Não entendem quando seus pais pedem um auxilio nocomputador, celular e outras modernidades que são novidades para eles e não para seusfilhos, inseridos numa época em que a informática, de uso corrente.

Há uma grande diferença entre gerações quanto ao respeitoem família, na sociedade, nas escolas, entre alunos e professores. Anos atrás quando umpai era chamado para falar com a professora, ele ia procurar saber como educar melhor seufilho, hoje ele vai tomar satisfação, porque acha que estão implicando com seu filho, estãosempre apoiando seus erros, e assim por não saberem como agir, vão se criando deliquentesque grassam pelo Brasil afora. Já se ouve filhos dizerem aos pais: “Por favor me respeite,ouviu?”Hoje vivemos na era do medo: medo dos filhos,dos bandidos, polociais e políticoscorruptos, pedófilos, medo se sofrer bulling e muito mais.

Que saudades dos tempos em que existia respeito àsautoridade civis, religiosas, educacionais e familiares. Trechos do poema de José Quirinodo livro “Prosa Morena” “No rastro da Bandeira de Manuel”: “Vou-me embora pro passado,que o passado é bom demais.Não se vê tantos horrores, pra não viver sufocado, pra não

morrer poluido, pra não viver enjaulado, porque lá é outro astral, lá temmuito mais futuro”.

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Almir Diniz de CarvalhoColegiado/Manaus/[email protected]

Ana Maria OsórioTitular Enperito/Pelotas/RS

[email protected]

Antonio Augusto Alves AlmozaraConselho/São Pedro/SP

Antonio Araújo LoiolaPraeclarus/Campo Maior/PI

UM HOMEM, UMA MULHER

Anda sem pressapassos sem rumo,seus olhos seguema lua, as estrelas.A noite é cúmplicedos sonhos...Estende os braços,sorri,para o homemsonhado.Nas ruas seus passosse entrelaçamao cricrilardos grilos.Anda mais rápidocomo se o ventoa levasse.Lá está ele.Envoltaem seus braçoslouva o instanteque eterniza a vida.

CHAMAS FRIAS

As chamas do pensamentoqueimam os próprios motivos,mas não propagam incêndios...Esvaem-se, com o vento.

VIDA FELIZ

Vida, saúde e felicidade,E a luz que nos leva à eternidade!

Tudo nessa vida é caminho,Com Deus você não está sozinho!

A oração e a medicinaUnem nossas vidas nessa sina.

A saúde é primordialRespeite esse dom sacramental!

A vida é o caminhoCom os pais inicia seu ninho!

Com alimento, bom ensinamento e bondade.Deus nos leva à felicidade!

SAUDADES DE VOCÊ

Uma coisa bem diferenteQue mata sem doerQue me faz ate doenteA saudade de você

Essa coisa tão gostosaEssa lembrança felizE a saudade bondosaMeu coração sempre quis

A lembrança de vocêQue relembra com saudadeNuma ânsia de querer

Amo-lhe e sinto vontadeDe estar sempre a lhe verDe me abraçar com você

Antonio MoreiraPraeclarus/Rio de Janeiro/RJ

Antonio RodriguesAssinante/Santos/SP

O FUTURO É AMANHÃ

Graça e fascínio ingente,A inebriar toda a gente.Singular na unidade,Vária na produtividade, No amar, tema criatividade.Sua origem? A obstinação:Delicada simbioseDe razão e emoção.Ternura divinal

Ela é, da vida,Uma espécie de lírio.Flor dos anjos,Bem assim dos arcanjos,Rosa vermelha orvalhada,Matiz sublime do olor,Perfume onde a fragrância pousou.Suave, ditosa,Deusa, venturosa,Seu habitat é a delicadeza,Perfil da fragilidade,Irmã gêmea da feminilidade.Deus,ao criar o Universo,Fê-lo seu Jardim,Adornando-o com a mulher,E com ela brinca,Do início ao fim,Na brisa fresca da tarde,Com ternura e ardor,Glorificando-a de amor!

NOSSAS ALMAS

Não sei se é amor ou paixãoo que sente meu sofrido coraçãoa saudade é tão imensa, nem secomparaquanto à distância que nos separa

Gostei de te conheceramei teu jeito de serpedaço de sensualidaderessuscitaste minha realidade

Nossas almas já se conheciamfomos apenas reapresentadosos elos que une nossos coraçõesjamais poderão ser separados

JOVEM

Na ansiedade de muito viverCom preocupação em aprenderNo direito de tudo quererSem ter certeza o quê escolher

Num dia estou feliz em viverNo outro incapaz de entenderAs diferenças do sobreviverA imposição do faz de conta reger

Sou muito jovem para questionar,Não sei quais argumentos aplicarÀ certas pessoas, para pensar...

No momento, melhor é deixar pra lá...Mas estudar, ouvir música, dançar,Cantar e ter muito amor para dar.

Arlete Mari RaminaColegiado/Curitiba/[email protected]

LEITOR

Tenho dom, sou escritor,de trovas e lindas poesias.São poucos os leitores,que admiram essa ousadia.

José Airton MellegaDecano/Piracicaba/[email protected]

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Caris Licia Garcia do AmaralPraeclarus/Indaiatuba/[email protected]

Carlos de MoraisDecano/São Paulo/[email protected]

Areoaldo de PaulaTitular Emérito/Brasília/DF

[email protected]

AMIGOS

São mundos tão diferentes, por vezes unidos de verdade!Para juntos viverem bons momentosa curtirem uma boa amizade.

Dois amigos, dois mundos unidospelos momentos que a vida dá!Irmãos, irmãs, pode-se ganhar,amizade é tão forte, difícil de encontrar!

É uma conquista lentacom muitos pontos a acertar!Torna-se árvore de raiz profunda,muito difícil de arrancar!

O amor morre no ciúme, na traição, na incompreensão e incompatibilidade!Mas nenhum destes males será capazde destruir leal e sincera amizade!

Pensando assim, falo por mim,amigo é mais que intriga, mais que amor! Quem não tem amigos é solitário, arredio,infeliz e sofredor!

A vida deu-me grandes parceirosa dividirem suas vidas comigo!Foram tantos, tantos, incontáveiscompanheiros, colegas e amigos!

Augusto Barbosa Coura NetoPraeclarus/Florianópolis/[email protected]

Benedito Carceles TavaresTitular/Mogi das Cruzes/SP

[email protected]

VENTO

A ROSA MORENA

Uma rosa com a sua sutileza,compara-se com a minha morena,cheia de beleza.

O amor da minha morena,tem muito haver com a rosa,cheirosa e vistosa.

Morena minha rosa,que escrevoem versos e prosas.

Sou o vento amigo,que afugenta a tristura e a dor,

e espalha da madressilva o suave olor.Sou o vento sul, o vento norte,

lapidando toda sorte,ao homem de braço forte.Sou o vento da querênciaespargindo uma canção,nas noites de solidão.

Sou o vento nos cabelosda virgem toda faceira,

cheirando a flor de laranjeira.Sou o vento da tormenta,

que quando ferido arrebentaa vaidade luxenta.

Sou o vento atrevido,nas noites quentes de verão,

beijando a amante com paixão.Sou o vento dos poetas,honorificado em verso,

nos poemas do universo.

NOITE SILENCIOSA Noite silenciosa e calma,Adormecidos permanecemEm silêncios os corpos.As estrelas do céuContinuam a brilhar.A alma nessa ocasião descansa. Aproveita esse momento para fantasiar.Solta a imaginação para atuar.Faz todas as coisas que deseja.Circulando por outros lugares. Unida ao corpo permanece.Precisa continuar nesse lugar.Se sair pode não retornar.Para a sua missão sobreA terra continuar. Amanhã será um novo dia.Feliz a vida vai surgir de novo.Verá o pôr-do-sol novamente chegar.Para a sua missão na terra continuar.

LINGUAGEM PERDIDA

Escrevo para mimnas entrelinhas do eu.

Só eu falovocê ri

e eu percebo quefalei a mim mesmo.

Mundo confusoa convenção recíproca

só existe em nós.

Sorrio na expectativa de seus olhos.Volto ao meu abismo interior

e me reencontro.Nada me diz dos outrosa unidade subdividida.

Melancolia intransferível.Nível de um mundo que só a mim contém.

Seqüência de planos indistintos.Só a mim interessam estes

conceitos entrevistos.

Olho-meretirar tudo num desabrochar de floresreflorir e murchar sem conseqüências.

AMOR

Amor não é sentimentode compaixão pelo outro;é tratá-lo com respeito,afeto e carinho.Amor é contar dias e horaspara estar com a outra pessoa.O amor é infinito!

Um belo mantra componhoouvindo as ondas do mar,assim expresso meu sonho:que os homens possam se amar.

Gabriele Loureiro BruschiPraeclarus/Porto Alegre/[email protected]

Leda ColettiConselho/Piracicaba/[email protected]

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Carlos Eduardo PompeuDecano/Limeira/SP

[email protected]

Carmelinda Rodrigues da CunhaPraeclarus/Campinas/SP

[email protected]

Carmen Maria F. PilottoAssinante/Piracicaba/[email protected]

Cecília Rodrigues de SouzaConselho/Manaus/[email protected]

Cecy Barbosa CamposPraeclarus/Juiz de Fora/MG

[email protected] Pio

Assinante/São Paulo/[email protected]

Carmen Lúcia HusseinColegiado/São Paulo/SP

[email protected]

VELHOS E NOVOS NATAIS

Velhose novos Natais,sempre os mesmos,sempre iguais.

Em cada um,a esperança,que tão prontose renova,tão prontose desfaz.

Mas, na almada criança,que existeem todos nós,há sempre umaesperançade eternos Natais,sempre novos,sempre velhos,

sempre iguais.

PRINCESA MENINA

Princesa meninaque brinca de rodaque faz volta e meiasem se voltarMenina princesaque pula de cordaque corre na areiaolhando o mar

Princesa meninaque não para limpae mexe no barrosó pra se sujarMenina princesaque ri e que choramenina da ruae vive a sonhar.

Menina rainhaque olha no espaçosonha com um abraçoe sente temorRainha meninaque sabe o perigoconhece o inimigoe precisa de amor!

Menina princesaque um dia eu cuideique num outro, machuqueie com ela choreiPrincesa meninaque ontem me amoue hoje cresceue de mim esqueceu

Menina Rainhaquem te amou mais fui eu!

O CARTEIRO E O POETA

Um trazia as mensagens, singelamenteoutro as emitia, copiosamente(dolorosamente transcreviao que a vida lhe dizia)

Os poros e o vernáculo jorravam almada sapiência que os entorpeciadas palavras que os embebedavame os faziam vomitar poesia

Imagens que se sobrepunham nas noitesda cálida madrugada vaziaespaço reservado aos sofredoresque não encontravam qualquer guarida

O mar gélido da Itália cobriraos nomes gravados na areiadas mentes que haviam se tocadona simbiose do virtual terreno...

O CAJUEIRO

Havia um cajueiro no quintal do vizinhoOs galhos caíam no muro de casa com

dificuldadeAtingiam acima da altura da janela da sala

Via o cajueiro da janelaSentada no sofá da sala

E também no quintal ao lado da salaEm que brincava de casa e boneca

De bola e andava de bicicletaO sol batia no meu cabelo castanho escuro

E na minha face de meninaOuvia lá o cantar dos pássaros

Como gostava de ouvi-losAo brincar com os meus brinquedosQue saudade desse tempo eterno!

NOSSO SENTIMENTO

Você não me amava, mas me queriaVocê chorava, eu sofriaVocê falava, me iludia

Você mentia e eu não sabia.

É maravilhoso viver,Mesmo quando a pessoa amada

Está longe dos olhos e perto do coração.Tê-la perto dos olhos e longe do coração

É cumular tristeza, ingerir solidão!

Não são versos, palavras,Orações, presentes ou lágrimas

Que exprimem nosso sentimento,Mas sim o amor semeado, cultivado, construído

No dia a dia, por cada um de nós.

CENA TRANSITÓRIA

O vento sopra, a folha cai,o sol se esconde, a noite vem,a lua passa de cheia a minguante.Nada na vida é igual,somos todos mutantes.O tempo passa sem retornare tudo mudana transitoriedade da vida.

PASSAGEM

Faz-seo ritualda passagem.Tornamo-nosadultosconscientese sensatos?

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CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA

REVIRANDO TÚMULOS

Muito tem sido falado e escrito sobre “viver o presente”.Conselheiros, psicólogos, neurolinguistas e uma gama enorme de pseudoentendedoresdas coisas da vida, constantemente estão cuspindo filosofia sobre todos nós. Frasesbatidas do tipo: “o passado já ficou para trás, o futuro ainda não chegou e o que importaé o presente”. “Viva um dia de cada vez” e blá,blá,blá.

Claro que há verdades nessas afirmações, apesar daobviedade. Mas o que incomoda é que, apesar de toda a divulgação maçante dessascoisas, muitas pessoas teimam em se manter lá no passado, choramingando o tempo queera melhor e que não volta, ou, o que é pior, em qualquer discussão quando suaargumentação falha ou é inapropriada, puxam o cordãozinho do baú e vão buscar lá nofundinho alguma coisa para te jogar na cara, como se o tempo não tivesse exercidonenhum efeito corrosivo sobre aquelas mazelas.

Existem pessoas que são verdadeiros “experts” emdesenterrar defuntos e estes, via de regra já decompostos pelo tempo, não só tornam oambiente lúgubre como exalam odores terrivelmente desagradáveis ao nosso olfato.Apesar da insistência dos mais experientes que repetem incansavelmente o jargão “nãomexa com o defunto, que defunto fede”, esses profissionais da provocação mantêm suaposição inflexível e persistem na arte de trazer à tona o que há de pior no armazém dasnossas experiências passadas.Esquecem, porém, que lá estão também muitas coisas boasque praticamos outrora, das quais nos orgulhamos e que as elas proporcionaram ganhosenormes e momentos de alegria e prazer, além de benefícios irrefutáveis.

O passado serve apenas como experiência e aprendizadomas a tentativa de trazê-lo de volta vai contra a natureza e até chega a ser uma afronta aos

preceitos divinos. Esse resgate só é válido quando serve para evitarnovos erros e melhorar o nosso aprendizado para as ações presentes efuturas.

CHÁ CULTURAL

Fazia algum tempo que aquela senhora deixara para trás ocasarão estilo neoclássico, no qual se encontrava uma valiosa biblioteca. Porém numatarde fria, ambiente aconchegante, saboreando o chá estilo britânico, decidiu retirar algunslivros de autores consagrados. Tudo para dar um toque especial, cultural naquele exatomomento.Autores selecionados: José de Alencar, Machado de Assis, Joaquim Manoel deMacedo, Castro Alves, José Marti, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, PauloCoelho, Sérgio Faraco, Fernando Pessoa, Eça de Queirós e outros.

Tomou a decisão e propôs com critério classificá-los paraleituras futuras, enquanto que para aquela tarde começou com o livro de Fernando Pessoa.Abriu aleatoriamente, saboreando um poema como à abelha faz ao sugar o néctar.

Saborear obras é como sentir a brisa bater em seu rosto naorla da praia, sentir o impressionante reflexo das luzes acesas a enfocar os cristais .Aleitura floresce quando as palavras fluem, brotam livres e soltas e despertando emoçõesadormecidas. Tudo acontece livremente, sem coerção, sem aparatos das arestas e nemventos contrários que perturbem a pureza das sensações humanas.

Terminada a leitura, analisou alguns trechos, releu a biografiado escritor, situou-se no contexto poético às vezes mágico .Bateu forte em seu ego eanalisou a diferença entre ela e o outro, o limite da individualidade, o direito de ir e vir, aliberdade de expressão, respeito mútuo, sentimento de religiosidade, as diferentes aptidões.

O importante é saber que o ontem aconteceu, é passado, ohoje é hoje, mas se finda o futuro será amanhã calmo, tranquilo ou , cinzento ou azul O serhumano é capaz de lançar seus pensamentos além fronteiras. Saberá também discernir,selecionar e eliminar barreiras que provocam distúrbios.

Não é necessário anexar ao viver limites e lapidações comqualquer tipo de instrumento para que o indivíduo tenha adequada formação É interessanteanalisar e perceber como os pássaros alegremente, soltos, livres, adentram o espaço.Todos os animais obedecem e interagem com o ecossistema numa relação harmoniosa.A água do reino mineral também assume a própria natureza corre em seu leito, umedece asterras que o margeiam, abriga os peixes, mata a sede dos animais.

Obedece com rigor às leis da natureza. Esse trinômio, serhumano, animais e água tem cada qual sua finalidade e ações inerentes para exercê-las. Oser pensante para assumir sua trajetória afronta-se com as mais divergentes situações,porém estando ele preparado assumindo sua escala de valores, está com seus parâmetrosbem definidos para o bem viver. É necessário constantemente estar atento e se preciso forfechar as aberturas das interferências como imposições, lapidações, opressões que batemem desencontro com seu ideal e filosofia de vida.Lembrar-se da liberdade que age comoum farol na postura humana. O farol além de indicar a direção de algo, ainda ilumina o

cérebro mexendo com a sensibilidade. A partir daí, continuou a tomar ochá...

CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA-----------------

Antonio Benedito GalloConselho/Ribeirão Preto/SP

[email protected]

O Livro “Responsabilidade Social, Educação e Ética – Textos paraReflexão, Ação e Conhecimento”, é uma Coletânea de textos, que abordadiversos assuntos.escritos por Marcelo Astolphi Mazzei, de Piracicaba/SP, Cadeira Eno Teodoro Wanke, da Área de Letras, do ColegiadoAcadêmico do Clube dos Escritores Piracicaba. Lançamento da Editorado SESI - Serviço Social da Indústria. Contato com o autor:[email protected]

TEXTOS IMPORTANTES DE MARCELO MAZZEI

Aracy Duarte FerrariColegiado/Piracicaba/[email protected]

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AURORAS E ALEGRIAS

Não me espere, amor,venha buscar-mepois que a auroraem brevepode se acabar.A vida é curtaeu estou sozinhacansada de sonhar.

Não me espere, amor,venha acordar-mequero correr na areiaviva e soltao céu alcançarem suas mãosrejuvenescidapor seu olhar.

Não me espere, amor,venha depressaviver comigoas noitesmadrugadas e diaspois que nosso tempodeve ser vividofeito de alegrias.

Célia Lamounier de AraújoPraeclarus/Itapecerica/[email protected]

Cenira Almeida NogueiraColegiado/Mauá/SP

NOSSA AMIZADE

Amizade. tesouro inesquecívelQuando acontece marca momento.Um sentimento sensívelQue irmana duas mentes.

É refúgio e é bonança,Elo forte de afeição.Quando puro tal criançaÉ mútuo qual irmão.

Assim fica interminável.Uma. fiel ligação.No cuidado amigávelSer sincero o coração.

Intensamente o agoraPassa tempo, voa épocaMesmo que eu vá embora,Jamais nossa amizade,

Com nossa amizade,Estou contente,Louvo por este momento.E que dure para sempre.Pra o que der e vier.

TRAIÇÃO

A tua traiçãofoi levar o meu sol

a tua utopiafoi tentar seguir só

a tua promessase perdeu nas esquinas

deixas frestasfumaça, ausência

Busco outro destino

Maria Angélica B. dos SantosPraeclarus/Belo Horizonte/MG

[email protected]

Cícero Pedro de AssisConselho/São Paulo/SP

[email protected]

Ceres Marylise R. SouzaPraeclarus/Itabuna/[email protected]

TUAS CORES

Volta e meia, venho olhar as tuas obrasmas não posso simplesmente dizer sim:ou pincelas com excesso em tuas telasou falta ou sobra alguma coisa por ali.

Nada entendo de pinturas abstratas,mas as tuas, admiro e as sinto assim:são tua alma, são teu tempo, são só tuas,são teus próprios sentimentos, isso sim!

E aliados dos teus medos, tão humanos,que mais então eu poderia definir?Só sei dizer que foi olhando tua arteque em tuas cores para sempre me perdi.

O GRANDE DRAMATURGO

Eu gosto da grande arteChamada dramaturgia,Porque nela há muitas obrasQue nos dão muita alegriaDe que tanto precisamosAo nascer de cada dia.

Certas peças teatraisE também certas novelas,Eu vejo que como se fossemDeslumbrantes aquarelas,Pintadas com belas coresQue outras não há como aquelas.

As palavras ganham vidaQuando são dramatizadas,Sendo então por personagensNos papéis pronunciadas,Através de lindas cenasMuito bem elaboradas.

Muitos dos grandes papéisQue os atores representam,Como se fossem comidaNossa alegria alimentam.As mensagens transmitidasO nosso viver contentam.

O chamado dramaturgo,Que é o escritor do drama,Uma forma literáriaQue usa uma perfeita trama,Acende nos coraçõesMuitas vezes forte chama.

Em nossa literaturaDeve ser sempre lembradoNosso grande dramaturgoDeste mundo já tirado,O saudoso Dias Gomes,Que escreveu O Bem Amado.

COMO NINGUÉM JAMAIS TE AMARÁ...

Quantas vezes nos encontramos,Quantas vezes eu te amei,Como ninguém jamais te amará...No silêncio de paredes mudas, nos entregamosSem mistérios, sem segredos, sem preconceitos.E, naqueles instantes não existiaAlguém mais além de nós.E, pensamos ser eterno todo aqueleSentir que ardia e corria em nossos corpos.Mas o tempo passou... você seguiuDiferentes caminhos.Eu, estou só e o tudo que vocêAinda representa Para mim!...

Cláudio Dortas AraújoDecanoEstância/SE

[email protected]

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ARCO ÍRIS

Quando o céu encontra o mar, azul em aquarela, tão bela a corviva a brilhar, como o brilho da lua, do seu olhar. Noite escura em toda a vila, dilata apupila, desata a chorar. Com medo do vento uivante e berrante, pequena menina no barcoa vela enchendo o mar. Encolhe e recolhe o Sol a descansar. Pretidão no vão do céu e domar. A cor agora, vermelha? Amarela? O que virá? Será o azul do mar no céu a voltar?

Ou a escuridão, o preto, ou a união, o branco. Sem cores,transparência da água a desabar. Na chuva, já sem nuvem, se fundem as cores separadas,mescladas, em tons roseadas. As cores em tons diferentes vibrantes a raiar. Pintura em altaaltura no céu sem nuvem com chuva cristal com o Sol a alumiar. Tenta a criança inocentepegar os potes de ouro do conto a encontrar, mas ao chegar tão longe distante percebeque passa sem ao menos tocar. E chega com a onda que traz.

A imagem só para olhar e de novo quem toca na água, quemborra a imagem que escapa de seu polegar. Somente no céu longínquo e tãoperto conceito duvidoso de onde começa, lá se vê um ou dois plotado naíris o arco íris.

Bruno Nascimento AlleoniConselho/Rio Claro/SP

[email protected]

ASSENTADOS... UMA SITUAÇÃO DE CARÊNCIA... E DE ESPERANÇA...

Maneco e Mariana se iniciavam na condição de assentados,pois há pouco menos de um mês haviam “tomado posse” de alguns (poucos) hectares deterra – na qual, inicialmente, pretendiam plantar milho, feijão e mandioca, uma vez que suamodesta experiência consistia desse tipo plantio e da colheita subsequente.

Nesse breve espaço de tempo (menos de um mês), aindaestavam tentando se ajeitar- como costumavam dizer a pessoas que ocasionalmente os“visitavam” nesse novo local. Foi ao final desse curto período, numa manhã de temperaturaescaldante, que eles receberam o “doutor” que representava o Chefe Geral – e o fizeramcom aparente entusiasmo, apesar de suas carências de toda ordem, sobretudo carênciade apoio (financeiro e outros)à realização de seu modesto projeto: roçar, limpar e prepararaterrona que haviam recebido para o plantioe a colheita a que se propunham (Essa terronaconsistia de poucos hectares- sem comprovantes de medição).

O dito “doutor” era um simples funcionário do órgãoadministrador –ou controlador – daquilo que eles chamavam de terrona... Entenderamque deveriam reivindicar algo, devido à sua visível carência,sendo que, para isso,justificaram seus pedidos frente às demandas facilmente comprováveis.

Mas...O dito funcionário disse-lhes que apenas estavaverificando (e registrando, claro) o cumprimento das normas acordadas na concessão...Perguntou ao casal onde haviam aplicado a primeira parcela do dinheiro recebido – umpequeno adiantamento para custear o deslocamento do casal e de seus sete filhos menores,incluindo a parca alimentação – no trajeto do deslocamento e nos primeiros meses danova situação. Um tanto desapontado, Maneco tentou argumentar que precisaria dealgum dinheirinhoextrapara preparar a terra – árida e pobre – comprar insumos, além desementes e, ao menos, fazer alguns reparos nos instrumentos de trabalho... O “doutor”esboçou um sorriso sarcástico e perguntou:

— Vocês não se informaram sobre isso com o líder doassentamento? Ele está assentado há mais ou menos uns dez quilômetros deste local...Não é longe... Se virem...

Maneco a Mariana se olharam estupefatos! A carroça quepossuíam era pequena e estava com o eixo parcialmente quebrado... Como percorreriamdez quilômetros sem problemas? Sem alternativa, confessaram esse problema ao “doutor”...O dito cujo simplesmente olhou para o relógio e alegou que precisava ir, pois teria maisumas três visitas de inspeção naquela manhã... Precisava ganhar tempo...

O casal foi incapaz de esboçar uma reação – ou apresentaruma nova justificativa... Apenas seus olhares revelavam estupefação, enquanto o ditofuncionário se afastava a passos largos, diga-se: inusitadamente apressado...

Restava ao casal uma única saída: arriscar-se com a carroçaavariada e dirigir-se ao líder mencionado pelo funcionário apressado... Os filhos foramdeixados aos cuidados do acaso, fato que muito os preocupava. E as peripécias com acarroça começaram a surgir: por duas vezes Maneco teve de descer para fazer um consertoimprovisado, enquanto Mariana controlava o animal que parecia rebelar-se com aquela

situação... Outro contratempo, talvez mais angustiante, foi motivado por interrupções depassagens na estradinha que conduzia à propriedade do presumido líder...

E o tempo multiplicou – se, prolongando-se por mais trêshoras além do previsto... E os imprevistos não pararam por aí: ao chegar à propriedade dolíder, o casal se deparou com um problema inesperado: O zelador da propriedade informouque o proprietário havia se afastado por dois dias, havendo informado essa decisão aoÓrgão Coordenador antes de afastar-se... E, à semelhança do funcionário apressado, ocaseiro ironizou: “Não sabiam? Ah! É? “ Decepção total: a abóboda celeste pareciadespencar sobre as cabeças do casal... Contudo, a lembrança dos filhos deixados aoacaso foi o motivo de imediata renovação de ânimo...

E ao regressarem, embora decepcionados, Maneco e Mariananutriam alguma esperança de melhores dias e de atendimento adequado às justas demandasque ainda não haviam conseguido expressar...

E essa esperança os fez persistir, a fim de que através demuitas “idas e vindas”, eles conseguissem realizar, ao menos por partes –masprogressivamente - o justo sonho de ter garantido o seu pedacinho dechão,poder retirar dele o seu sustento e, com seu trabalho,perseguir achance de um futuro melhor para os filhos. Ao firmar esse propósito,

Eloísa Antunes MacielDecana/Santa Maria/[email protected]

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Condorcet AranhaJoinville/SC/In memoriam

[email protected]

A CRUZ

Pendeu no horizonte a cruzdo amor que te seduz,amor que deu a tua vidaa eterna luz.

A luz que te clareia a trilhae que te conduz.Conduz com retidãoe paz no coração.

A paz que te tranquilizoue encheu-te de emoçãoao ver que quando abertaÉ limpa a tua mão.

A mão que a outras já limpoue a todas sempre amou,amou porque ela encontroualguém que a seduz.

Seduz porque é divinalseduz por ser afável,pois não conhece o mal,os braços de Jesus.

MIRAGEM

Quando ela disse-me adeusSem antes edito ou éditoTampouco editalSutil e inconsútilNos frescores leitososDa sua esbeltezaOh, Deus!Que tristeza deu-me

Escarlate de furorDoido e doídoVi desterrado o inescrutávelMenoscabado o inescurecívelTer preço o que outroraSó tivera valor

Dessagrado o amorDessangrado o amarChoro o aconchego perdidoVagando no vasto desertoDo mundoA vê-la em miragem.

Cosme Custódio da SilvaDecano/Salvador/[email protected]

Dirce Ramos de LimaConselho/Piracicaba/SP

[email protected]

O HOMEM E O CÃO

Na noite chuvosa e friao cachorro molhado latia,era um gemido tão tristeque atormentavaquem passava e ouvia...

Mas, homem sem tetonão choraabaixa a cabeçae vai embora!

E, assim,continuam no mesmo abandono:o homem sem tetoe o cachorro sem dono... Darcy Reis Rossi

Colegiado/São Paulo/[email protected]

Eliana Wissmann AlyanakConselho/São Paulo/[email protected]

VIM DE LONGE

para lhe homenagearos dias bonsos papos bonsas boas dicas

vim de longepara lhe abraçarpara lhe contarpara lhe pedir

que sejamos parque fiquemos juntosque amemosque passemos

os dias juntosos sonhos conjuntosas vontades simplese os prazeres bons

RIOS DE AMOR

Corre em mim uma febre de desejos,Como se fora, selvagem torrente,

Desbravando florestas alucinadas...

Passam pelos rios de meu pensamento,Angústias indecisas, no panorama fugaz,

Dos que não têm ponte de travessia...

Amanhecem auroras fugidias,Que espoucam sóis delirantes,

No horizonte festivoDos teus braços acariciantes...

Modela tua boca, um poema,Feito de luz e de crenças pagãs,

Que embalam meus sonhos nascituros...

Solta-se, desatinado, de suas amarras,O barco da espera,Navegando a esmo,

Por meus ignotos meandros emocionais...

Pétalas da ternura,Que meu coração desfolhou para o teu,

Na ante-manhã,Servem de tapete aquátil ao veleiro

desesperado,Navegante solitário

Das brumas da traição...

Enraivecido,O rio decepa margens contentoras,

Descabela árvores ressequidas,Projeta-se cachoeira abaixo,

Com destino ao nada,

sentimentosencantadorasimpatiacomunhão:demãos.

Velho fica improdutivoSem muita presença urbana.Já querem fazer contigoA triste reforma humana!

Milton Mariano de SouzaColegiado/Governador Valadares/[email protected]

Maria de Lourdes S. MachadoPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

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O QUE DEVEMOS COMEMORAR?

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Relembrando e plagiando os versos do “poetinha”, o Grande Vinícius de Moraes: “E assim quando mais tarde me procure. Quem sabe a morte, angústiade quem vive. Quem sabe a solidão, fim de quem ama. Eu possa lhe dizer do amor (quetive): Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure”.

Ele certamente falando do amor. Eu, falando de algotranscendental, a quem associo ao amor, a mulher: Mãe, Companheira, Cuidadora,Educadora, Feminina, Sensual, Romântica, Amorosa, Esposa, além do ProfissionalOperante, participativo, independente financeiramente, que esta nova condição pós-emancipação, nos ofereceu. Mas, tudo isto, com muita moderação e equilíbrio. EstaMulher Moderna seria este exemplo típico, que desfilam todos os dias às nossas vistas?

Consumistas, vivendo em prol da beleza a qualquerpreço, retalhando-se exageradamente com cirurgias plásticas, exagerando nos exercíciosfísicos, consequentemente, musculosas; endeusando os falsos valores, num verdadeiroFalso Self. Será então, esta Mulher Moderna, o Homem desse Terceiro Milênio? Estaremosdiante do caos! Ainda bem, que nem tudo está perdido! Categoricamente: nâo. Para quepossa conviver com os seus Parceiros, também em adaptação da nova situação,constituindo Famílias Felizes, estruturadas neste Novo Universo, adaptadas amodernidade, com Filhos sadios emocionalmente. Novas células familiares, livre dosseus lutos, de suas pendências filogenéticas, etc... Enfim, a Família Ideal, Sadia e Feliz damodernidade. Só assim, esta Mulher Moderna estaria plenamente realizada como mulher,como ser humano, como mãe e como profissional bem sucedido.

Que no dia 8 de março é comemorado como o DiaInternacional da Mulher, todo mundo sabe. Mas as pessoas se lembram do real motivodisto? Não se trata de mera data comercial, uma oportunidade de movimentar as lojas:mas, existe um fato histórico que justifica a celebração e que devemos comemorar.No Dia8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americanade Nova Iorque, se mobilizaram na primeira greve conduzida apenas por mulheres.Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, que, àépoca, eram sub-humanas, incluíam agressões físicas, sexuais e uma jornada muito extensa.

Tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas(as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens(as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar omesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheresforam trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada e 130 tecelãs morreram carbonizadas,num ato totalmente desumano. O dia da mulher se tornou oficial em 1910, durante umaconferência na Dinamarca, e não se firmou apenas como uma data de presentes epropagandas bonitinhas em todo o mundo, mas como uma proposta de debate e dereflexão sobre o Papel da Mulher na Sociedade, seus avanços e as formas dedesvalorização que ainda insistem em persistir. Até quando?

Ficou decidido que 8 de março passaria a ser o “DiaInternacional da Mulher”, em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857.Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU(Organização das Nações Unidas).Conquistas das Mulheres Brasileiras:

Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marcona história da Mulher Brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheresconquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votare serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.

Você sabia? No Brasil, comemoramos em 30 de abril o DiaNacional da Mulher. Duas datas comemorativas, mas será que temos o respeito quedeveríamos ter? Marcos das Conquistas das Mulheres na História: 1788 - o Político eFilósofo Francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego eeducação para as mulheres. 1840 - Lucrecia Mott luta pela igualdade de direitos paramulheres e negros dos Estados Unidos. 1859 - surge na Rússia, na cidade de SãoPetersburgo, um Movimento de Luta pelos Direitos das Mulheres. 1862 - durante aseleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia. 1865 - naAlemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs. 1866.

No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindoo Direito de Voto para as mulheres inglesas. 1869 - é criada nos Estados Unidos aAssociação Nacional para o Sufrágio das Mulheres. 1870 - Na França, as mulheres passama ter acesso aos Cursos de Medicina. 1874 - criada no Japão a primeira Escola Normalpara moças. 1878 - criada na Rússia uma Universidade Feminina. 1893.

A Nova Zelândia torna-se o primeiro país do mundo aconceder direito de voto às mulheres (sufrágio feminino). 1901 - o deputado FrancêsRené Viviani defende o Direito de Voto das mulheres. 1951 - a OIT (OrganizaçãoInternacional do Trabalho) estabelecem princípios gerais, visando a Igualdade deRemuneração (salários) entre Homens e Mulheres (para exercício de mesma função); oque, até hoje ainda não é cumprido, a mulher ganha 30% em média, menos que os homens.

Numa Visão Psicanalítica Contemporànea, quando se fazimportante ao indivídio, sair de uma Relação Diádica, (Mãe/Bebe), onde asRepresentações são de Defesa Primária, numa Representação Coisa, que não acontecerama contento; e, da Relação Triádica, Pai/Mãe/Filho; do Handling (manuseio); do Holding(Sustentação da Onipotência Mãe/Bebe) e do Rêverie (a quebra desta Onipotência,Função Alfa da Mãe, transformando Beta em Alfa; Alfabetização Emocional) BION.

Deverão ser revistas estas Etapas, na Psicoterapia,possibilitando a esta Pessoa, sair desta situação patológica de “Colagem” com a Mãe, sefor o caso, Reinventar a sua história, Elaborar seus Conteúdos pendentes, ser “Continentedos seus próprios Conteúdos”; e, aprender a simbolizar, usar de metáforas, no Mundo daRepresentação Coisa e dos Afetos, para poder expressar seus Sentimentos, suas Emoções.O importante papel da Mulher na vida do filho ou filha.

Milênios. Lutando para sair de um Narcisismo Primário,dessa Onipotência, dessa Possessividade, dessa Agressividade, que esse PsiquismoTerrestre, arcaico, primitivo, tanático, simbiótico; tenta nos levar. O caos está dentro

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de cada um de nós, criativo ou destrutivo e aniquilador. Enquanto, Chiozza, Rascovskye outros falam de um “Psiquismo Fetal”; nós Contemporâneos, falamos de um “PsiquismoTerrestre” deste homem que está se enquadrando, nas mudanças de papeis, inversão devalores, etc., se inserindo ainda, neste Terceiro Milênio. Verifica-se ainda, que a família éum meio social e grupal em que os indivíduos estão inseridos.

Trata-se de pessoas que se influenciam mutuamente comintensidade e certa dependência emocional e respondendo a expectativas recíprocas. Afamília para o portador de necessidades especiais, de transtornos emocionais, deve sero seu “ponto de partida” a sua “base forte”, pois este requer uma readaptação destafamília que muitas vezes se abala frente á problemática da necessidade especial eemocional, em diversas situações, sendo rechaçado pela sociedade vigente.

Na Psicologia e nas Neurociências Contemporâneas, aEmpatia é uma “espécie de inteligência emocional” e pode ser dividida em dois tipos: ACognitiva = relacionada à capacidade de compreender a perspectiva psicológica dasoutras pessoas. A Afetiva = relacionada à habilidade de experimentar reações emocionaispor meio da observação da experiência alheia.

Através de Vínculos Sadios, já no simbólico, é que estaMulher Moderna, simplesmente mulher, encontrará a “Receita de Sucesso”.Enfim, por tudo isto, é que devemos Comemorar o nosso Dia. Parabéns!mulher! Valente, Guerreira, Incansável...

Célia GevartoskiPraeclarus/Piracicaba/SP

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CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA----------------

SERGINHO MOTO PEÇASVENDA DE PEÇAS, OFICINA MECÃNICA, INJEÇÃO ELETRÔNICA

Rua São João, 285, Bairro Alto - Piracicaba SP3434-6245/2532-099599633-4673(Vivo)/98265-2256(Tim)

serginho_motopeç[email protected]

Um livro primoroso de haicais é este “Estações D’alma”, de autoriade Amália Marie Gerda Bomheim, de Caxias do Sul/RS, CadeiraMaria Emília Leitão Medeiros Redi, da Área de Letras da Galeriados Decanos do Conselho Acadêmico do Clube dos EscritoresPiracicabas. Lançamento Quatrilho. Contato: 02xx54)3221-251.

LIVRO DE HAICAIS DE AMÁLIA GERDA

Emiliana Souza TeixeiraTitular Emérita/Itapipoca/CE

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Denivaldo PiaiaConselho/Campinas/[email protected]

ESTELA

Dois anos se passaramdesde aquele lindo dia.Hoje Estela, bagunça a cozinhasobe em cadeira, pra brincar na pia.

Estela princesa queridanão me canso de te olhar,de seus olhos irradia,brilho intenso a me encantar.

Estripulias pela casacom Samuel e Miguel a lhe ajudarEstela minha neta, minha vidasempre, sempre vou te amar!...

Estela estrela meninarazão do meu viver.O que mais me fascinaé sua alegria, e jeito de ser.

Meus olhos ficando cansadosestão prestes a fechar.Onde quer que esteja em meu sono,por meus netos vou zelar!

Nessa viagem astral,pelo cosmo volitarei.Buscando forças no universo,meus queridos netos protegerei!...

Antonio Carlos FusattoPraeclarus/Piracicaba/SP

TENTEI

Tentei calar a canção que existe nela,apagar o sol que nela brilha,pregar as asas de sua janela,

destruir as pontes de sua ilha.

Pensei turvar o branco do seu sorriso,poupar o mundo de sua alegria,

transformar sua garoa em granizo,e nunca mais lhe fazer poesia.

Queria... ah, como eu queriaesquecer seu nome, suas datas, seu jeito,

Apagar do calendário aquele diaarrancar suas marcas do meu peito

E como flecha lançada do arcofui buscá-la em cada canto do cais,

e, no casco do último barco,gravei seu nome para nunca mais.

BOMBEIRO DO AMOR

Quando você se aproxima de mim,O calor do teu corpoFaz o meu pegar fogoIncendiar de paixãoTesão e emoção.Suas chamas fazem estrago totalDentro do meu coração.Não há extintor que suporteTamanha devastaçãosó você é capaz de apagare suavizar, este fogo,que consome o meu coração.

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Eliseu OroColegiado/Descanso/SC

Edvaldo RosaConselho/São Paulo/SP

[email protected]

SOU LOUCO.

Que eu seja pleno em minha loucura...O sonho não fecha meus olhos,Nem embota os meus sentidos...Tenho que tomar partido,Em tudo o que me chega ás mãos...Separar o joio do trigo,Para com ele fazer o meu pão!Tenho que comer e beber de tudo!Para que meus passos tenham força,Em cada pedaço da estrada!E de cada réstia de luz,Procuro um brilho,Com o olhar fixo dos olhos...E hora de tomar partido?Obscuros são os olhosDe quem não vê poesiaEm cada romper da aurora!E nem sentido,Na dança lenta das horas!E na evolução dos dias...Realidades e fantasias,Inscrevendo a nossaExistência na história!

PRESERVAR A NATUREZAPreservar a Natureza,Ponto importante de honraPro povo e governo com certezaPois o contrário nos desonra...

Preservar a Natureza,Pôr o lixo no lixo, entãoRespeitando com delicadezaO direito de cada irmão...

Preservar nossas vertentesDe água cristalina e pura,A fim de que dessedentem os entesCom o líquido precioso, sem mistura...

Preservar da poluição o ar,Coisa que ainda temos de graçaE possamos a contaminação afastarE que cada qual sua parte faça...

Preservar da Terra a erosão,Efetuando nela a curva de nível;Assim, teremos melhor plantação,Produzindo mais gênero comestível...

Preservar a nossa rica FloraDe espécies as mais variáveisE cuidar, pois sem demora,Dos incêndios lamentáveis...

Preservar a Fauna em extinção,Ainda nos parques ela existe;Os animais merecem atenção,São seres de olhar triste...

Preservar os passarinhosQue alegres (en) cantam,Pois devoram insetos daninhosE os males nos desencantam...

Preservar o Verde tão lindo,Despertando a ecológica consciência,Destarte obteremos o bem infindoAo valorizar o bem-estar da existência...

Preservar o Meio Ambiente,Sim Deus, nosso Criador!Para que todo o ser conscienteA Mãe Natureza trate com Amor...

Felícia Terezinha Soares LopesPraeclarus/Caçapava do Sul/RS

[email protected]

Filemon Félix de MoraesColegiado/Brasília/[email protected]

RESUMINDO

A vida é comoum festim noritmo de cadamomento ecircunstância.Esperança

Você é comoo sol, que aquece,arrebata e meleva para pertodo mar, ondemora a luz,a paz.

ATÉ QUE A MORTENOS SEPARE

Quando dobramos sinosda capelaanunciandoa uniãode aliançasqueseprendemé prenúnciodelua de melMasna portada igrejajazirreversívela liberdadededois sonhos!

DEUS

De onde vens?Ensina-nos quem és.Usa-nos para sua vivência.Sopra em nós tua sabedoria.

Geraldo Gabriel BossiniColegiado/São José do Rio Preto/SP

[email protected]

Francisco Evandro de OliveiraColegiado/Belford Roxo/RJ

[email protected]

Frederico Eduardo WollmannTitular/Cachoeira do Sul/SP

A IMAGEM ESPÚRIA

De tudo que se passara entre eles,Restara apenas uma imagem espúria.

O reflexo de um lindo olhar aindaO mantinha órfão.

Mágoas, mágoas, mágoas fora tudo queFicara e isso ele não poderia esquecer.

Seu coração ainda sangrava pela dor sofrida...Ela portara-se de uma maneira ignóbil!

E ao se despedirem, nem olhar emSeus olhos teve coragem,

O tempo passou e aquele olhar aindaPermanecia e fora tudo que lhe restara

Uma imagem de um passado de um louco amor.

FELIZ NA VIDA

Na minha mão, a tua mão mimosaO meu olhar, no teu olhar entrelaçadoVejo-te tão perto, absorta, silenciosaDoido anseio de abraço apertado

O teu silêncio tem dedos cariciososEu enternecido, e tu pensativaImbuídos de sentimentos amorososTeus ternos suspiros, minh’alma cativa

Eu a fitar-te com embevecimentoPerguntei-te, na terra teu melhor momentoDo amor ter feito no coração guarida?

Por resposta tu me sorriste apenasCom voz angelical de harmonias amenas:- “Eu nunca me senti tão feliz na vida.”

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Francisco de Assis Ferraz de MelloColegiado/Botucatu/SP

Geraldo José Sant’AnnaColegiado/São José Rio Preto/SP

[email protected]

SONETO CINCO

Assim falou o tempo, senhorial,Toda a história da vida resumindoDesde a primeira célula poluindoO caldo nutritivo original.

E perguntou -- Farei o que, afinal?A Terra seu caminho irá seguindoNas órbitas celestes, evoluindoSolitária no espaço sideral.

Quantos milênios estarei vagando?Eu vagando, meu Deus, vagabundeandoSem ver o gozador e o que padece.

Terei apenas o espetáculo de astrosA se moverem sem deixar seus rastrosAté que uma outra vida recomece.

CÁ CO´OS MEUS BOTÕES

penso cá co´os meus botõesenquanto preparo meu cigarrode palha de milho e fumo dos bonssentado à beira do velho fogãoarde a lenha acesa, ouço os sonsrelinchos, cacarejos, grugulejos, berroo que mais se quer da vida?uma saborosa comidao beijo da pessoa queridao gato roçando seus péso amanhã pode ser igualzinho o hojetal qual o ontem e o lá de trásapreciar a manhã bonitao crepúsculo serenoo céu estreladoa laranjeira floridaeu me benzendo como conto mal assombradoo vento dançando no telhadoêta vida boa que fala por ela mesmanem sei de onde vimnem quero saber pra onde vouestou feliz onde estouvendo cada dia desfilarcomo formigas cortadeirase um dia serei chãotalvez vire bananeiramas isso não me amola, nãotô pensando cá co´os meus botões...

A ESTRADA

A estrada por onde caminhonão sei para onde vai.Nenhuma placa me diz, nem nada pode informarpara onde esta estradavai me levar.

Sou peregrino e caminhosem saber se a estrada que sigoé para onde quero chegar.Nem sei se quero chegarem algum lugar, pois a estradaque era a minhaficou para trás...

Helena Curiacos NallinConselho/Cosmópolis/SP

MINHA CANÇÃO DO EXÍLIO

minha terra tem garoa,onde sobrevoam míseros pardais,multidão de gente à toa,coxinhas raivosos: futebol e carnavais

“com as duas últimas gotas da minha bile”com meus botões eu penso cáporque para uns é lava a jato,e para outros lava honranas tramóias do Jucá?

o proletário e as minoriasNuma luta inglória, tentamem vão se afirmar no planalto corruptos golpistascalam a cultura,constrangem artistas,e a motosserra dos ruralistastenta apagar da históriaos palmares, as palmeiras e o sabiá.

e os pobres à direita, sóciosdo golpe e da corrupção, marcam passo na procissão,“que se arrasta pelo chão”,comandada pelo pato e o Tucanoque cassaram o canto do Uirapuru

antes de retornarmos à idade média,não permita Deus que eu morraSem que veja o Cunha Cassado,um Tucano condenadoParo... penso... impossível!não vou falar palavrão.

Iolanda Martha BeltrameColegiado/Santa Maria/RS

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Gilmair Ribeiro da SilvaConselho/Piracicaba/[email protected]

O PRAZER DE SER

O que nos faz felizesé o nosso eu.Aquilo que fizermossó para nós,que está no íntimo, por onde vemos.Particulares belezasem tudoque nutre.É céu interior,que fazemossó para nós.

CONFISSÃO

Se você perguntar a um meu amigoSe sou feliz ou não, eu lhe garantoQue ele vai lhe dizer que cá comigoTudo é beleza, maravilha e encanto.

De fato, por meu prêmio e meu castigo,Não sei no rosto colocar o prantoE o máximo que faço, que consigo,

É externá-lo em meus versos, em meu canto.

Eu sou assim. Apenas a alegriaÉ que sei exibir, mesmo por queChoradeira de nada adiantaria.

Porém, meu coração, que ninguém vê,O tempo todo vive, noite e dia,Chorando de saudade de você.

José Nogueira da CostaConselho/Itajubá/MG

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José Ângelo GiacomeliColegiado/Barra \Bonita/SP

[email protected]

José D. Nicolini Gonçales Colegiado/Osasco/SP

[email protected]

NOVEMBRO LILÁS

Se bem que me lembroTodas as mulheres de novembroTem o dom da graça raroE assim lhes comparo: Tem sabor de chocolate importadoum gosto mais refinadoAgrada ao paladar mais requintado. Contagia todas as idadesQuando seu sorriso invade.Deseja sempre o bemnão tem tempo pra maldade. Nem todas as floresterão o seu perfumeNem todas os olharesterão seus olhos. Nem todos os sentimentosterão o seu coraçãoNem todo carinhoTerão suas mãos.Vocês são estrelas na escuridãoNo teatro da imaginação.

CONTEMPLANDO

Você está ao meu ladoCom todo o carinhoContemplando a paisagemVislumbrando o caminhoPercorrido pela visagemBenção de deusNa imensidão dessa passagemPara o infinitoQue alcança os olhosMeus e teus.Com essa energiaGostosa e prazerosaCom o perfume de rosaAgradecidos olhamosUm dentro do outroCom especial olharDe quem quer ser amadoDe quem quer somente Amar.Sua presença em minha vidaFaz com que tudo ela seja coloridaPlena, alegre e floridaSensação por mim vivida.Que alcance a sua tambémQue sejamos eternos e alémTransformo estas palavrasEm oração de coraçãoPara coração.Que esta chegue até tiMinha paixão.Amém.

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA---------------- FANTASIA DE PAPEL

Uma esquecida marchinha de carnaval me faz percorrer umestreito labirinto da memória, mostrando, num retalho de lembranças, um salão improvisadoonde crianças se prendem pela cintura num animado trenzinho de carnaval, entreserpentinas penduradas do teto e amontoados de confetes pelo chão.

Indo mais fundo nas recordações, sei que eu era bempequena e não tinha como me enfeitar para a matinê infantil que estava prestes a iniciar.Mamãe algumas vezes improvisava fantasias conjugando uma saia longa com bolerinhode cetim salpicado de lantejoulas grandes, lencinho na cabeça combinando, um colar e amaquiagem. E pintar o rosto era a glória - abusar do cobiçado batom bem vermelho, oruge (blush) colorindo as maçãs do rosto e os olhos bem pintados e puxados. Valiatambém uma pintinha preta de um lado.

Mas, naquele ano de mil novecentos e antigamente, minhatia um doce de criatura, lembro-me bem, passava lá em casa os dias de folia. Começou aandar pela casa, cheia de dó, exclamando repetidamente “ Tadinha dela gente, precisamosdar um jeito, vamos fazer uma fantasia pra ela...” Mas, nada foi possível conseguir numatarde de domingo de Carnaval senão algumas folhas de papel crepom numa lojinha aolado. Titia criativa e habilidosa em trabalhos de confecções, não titubeou em sentar-se àmáquina de costura. Confeccionou, assim, uma vestimenta de papel sobre a qual só mevem na memória lampejos de babados vermelhos, amarronzados e verdes.

Laços no mesmo tom enfeitavam a cabeça. Não contestei.Do salão, perto de casa, já soavam os primeiros acordes carnavalescos da folia comcrianças correndo, rindo e cantando: “ Cidade maravilhosa... Taí, eu fiz tudo pra vocêgostar de mim... Alá, meu bom Alá... Que charrete macia que corre e não pula, toque,toque, toque,”... A verdade é que me diverti naquela tarde, longe de ser uma bailarinaresplandecente, uma graciosa colombina ou uma saltitante havaiana...

Chi!... nada disso, talvez tenha sido uma baiana estilizadanuma inusitada fantasia de papel. Se voltei de roupa inteira para casa? Nãome lembro. Ah, no Carnaval tudo vale!

Evane Barros BarbutoColegiado/Eugenópolis/MG

[email protected]ássaroscantamfloresexalamdoceperfume.

Nilza de July Costa e SilvaPraeclarus/Porto Alegre/RS

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CABELEIREIROSIVAN MARQUES

Rua Riachuelo, 545 * Centro * PiracicabaFones: 3433-7077/3371-1077

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Hazel de São FranciscoPraeclarus/São Paulo/SP

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Iva da SilvaColegiado/Francisco de Paula/RS

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HOMEM LIVRE:NOVO LÍDER

O homem livre deve trabalhar com afinco, nunca permanecerna ociosidade esperando que “tudo caia do céu”.O Senhor do Universo fornece ferramentase inteligência para que o homem construa o seu mundo que será moldado por si mesmoatravés do Livre Arbítrio na busca do Caminho que julgar ser o melhor para si.

Livre, o homem tem seus limites que devem ser respeitadospara que não caia na perdição. Aquele que se esconde na ociosidade deve ser afastado daComunidade, pois ao invés de cooperar e um peso que atravanca a evolução.

Aos dirigentes que possuem os títulos outorgados pelaSociedade, pelas Leis dos Homens, mas que poucas benesses realizar, conhecerá o caminhoda derrocada. Se o homem usar o Conhecimento com a Sabedoria suas virtudes serãomultiplicadas.

— Um líder verdadeiro, não nos moldes que conhecemos:déspotas, corruptos...

Para ser Líder necessita adquirir conhecimentos para exercersuas tarefas com harmonia e equilíbrio.

-- Ser Líder e saber Ser-.Trabalhar no aspecto Humanístico na

Sociedade, onde todos tenham reconhecido seu papel, trabalhando nastarefas que lhe estão atribuídas e recebendo o pagamento pela sua execução.

O MEMORIALUm sonho que paulatinamente se torna realidade.De um

simples museu, muito pequeno, que continha as ferramentas de um carpinteiro (IdolinoZanancieli da Silva, nosso pai), que fazia casas nos campos de cima da serra, entre os anos30 e 50 do século passado, passou a ser um espaço valorizado por toda a família.

Além do já citado, consta no acervo, os bordados de ArcíliaManique da Silva, nossa mãe; os móveis do quarto, todos feitos pelo carpinteiro; objetosda casa e documentários que fizeram e ainda fazem parte de nossa caminhada, como oprimeiro rádio (quando a música “Bertussi” entrou a todo vapor em nossa casa); umabiblioteca com aproximadamente 900 volumes (desde o “Jeca Tatuzinho”, a “Seleta emProsa e Verso”, o “Manuscrito”, até a enciclopédia “Barsa”).

O dia a dia de uma família no interior é semelhante à trajetóriade tantas outras famílias, que como nós, vivenciaram as lides de campo e mangueira nosmunicípios serranos no Rio Grande do Sul. Neste aspecto, estamos preservando umahistória que não é única, mas sim, de um grande número de pessoas de nosso município e

dos vizinhos, que de São Chico foram desmembrados.O nome é “MemorialIva da Silva”, composto de um pequeno museu histórico da família e dabiblioteca particular Iva da Silva.

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UM OLHAR QUE MARCOU A MINHA INFÂNCIA

Desde pequenina, tive muita admiração por vô Vicente e vôRamon. Esses foram meus ídolos e modelos de vida. À medida que crescia, percebi, noolhar de meu pai, uma forte semelhança com o olhar de meus avós.

Nele, o mesmo afeto, o mesmo amor. Em certas ocasiões, seuolhar ganhava significados diferentes. Tudo dependia das minhas atitudes: adequadas,brilhante e sorridente; travessas, tristonho e corretivo. Num 13 de agosto, papai entrou nomeu quarto e olhou-me com tamanha dor e sofrimento que conclui ter acontecido algomuito triste. Por alguns instantes, nenhuma palavra. Silêncio. Depois, olhando-me nosolhos e segurando minhas mãos, disse:

– Teu avô faleceu.Este olhar marcou a minha infância. Nele havia

desencanto e mágoa. Meu pai era um menino abandonado e perdido; eu, umaadulta a confortá-lo.

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA

José Antonio NappiDecano/Piracicaba/SP

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Ilda Maria Costa BrasilPraeclarus/Porto Alegre/RS

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MINHA MÃEEu queria tanto ser amado verdadeiramente por alguém.que

me respeitasse e me amasse incondicionalmente, que acreditasse em mim.Que não me acusasse injustamente. Que não me cobrasse

nada, que me amasse e não pedisse nada em troca.que amasse a minha pessoa, pelo queeu sou, pelo que sempre fui, não pelo que eu tenho, não pelo meu dinheiro, pelo meusalário, pela minha aposentadoria, pelos meus poucos bens.

Queria ser amado de verdade, mesmo que eu não tivessenenhum centavo no bolso.mesmo que eu não tivesse nenhum salário.mesmo que eu nãotivesse nenhum bem material, mesmo que eu não tivesse nenhuma roupa pra vestir enenhum pedaço de pão pra comer. Queria ser amado sinceramente.

Queria ser lembrado com saudade, com ternura sincera. Queriaser amado por alguém que eu confiasse plenamente, pois saberia que nunca me faria mal.Que eu tivesse a certeza que só quisesse o meu bem, a minha felicidade, que ficasse felizse me visse prosperando, conseguindo coisas, melhorando a vida.

Queria ser amado por alguém que se fosse preciso sesacrificasse por mim. que se fosse preciso tirasse o pão da própria boca para me dar.

Estou sentindo muita carência de um amor sincero, estousentindo muita falta de ser amado assim. Estou sentindo muita falta desseamor que eu tinha e perdi. Estou sentindo muita falta da minha mãe, que medeixou há muitos anos.

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Irene Zanette de CastañedaPraeclarus/São Carlos/SP

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Leda Mendes JorgeColegiado/Niterói/[email protected]

Lauro TeixeiraPraeclarus/Itajubá/[email protected]

Lúcia MartinsConselho/Ituporanga/SC

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VIDA

Sinto-me agora em meio gelado,Sinto frio neste inverno da idade.Vivo agora das lembranças dos temposQue ficaram no passado longínquo...Desfilam em minha mente, as figuras,Totalmente juvenis, na aurora iluminada,Dos brilhantes tempos, já quase apagados.Miro agora os olhos tristes da minha amada,E ela vê os meus tão apagados!Olhamos um para o outro,Entrelaçamos nossas mãos,E esperamos o tempo passar, passar...Nesta imensa casa, vazia de alegria,Que não reverbera mais passinhos apressados,Nem risadinhas nas brincadeiras.A casa que tanto amamos em meio a sonhos...Hoje vazia, cheia de espaços, um infinitoDe nossas lembranças, alegrias e tristezas.

CANÇÃO DA NOSSA NOITE

Entre, não vagueie triste.A madrugada está fria,a garoa e você, só.

Entre, vou acolher você.Também estou só,na mesma casa, sempre só.

Entre, precisamosde um colo quente,deixando o frio lá fora.

Agora, seremos doisa nos aquecermos na madrugada friafelizes, mesmo neste encontro fugaz.

Sei: ao amanhecer você partirá.Mas, estaremos menos infelizesNesta noite, fomos nós.

JULGAMENTO

Falar sem saber

Cheio de razão sem terInvenções do nadaPessoa precipitada

Julgar a atitudeDo outro serImaginar saberO que iria fazer

Se por em outro lugarE compreenderO que sentiu seu próximoAo proceder

Razões inusitadasAções inesperadasProceder estranhoCoisa real ou sonho

Como é o sentir...Como é o viver...Como é o proceder...Não podemos julgar e nem saber

Sina... uma vida traçada,para alguns, berço de flores,outros sem a paz sonhada,embalam seus dissabores...

Terezinha de Jesus LopesAssinante/Juiz de Fora/MG

PASSEANDO PELO MOMENTO DAS ELEIÇÕES.

As mensagens de crescimento pessoal me fascinam. Aquelasque falam da natureza, da amizade e do amor. Sou uma mulher apaixonada pela vida, porideias que mudam o destino das pessoas para o Bem, por pessoas que me fazem bem.Gosto de ver crianças, jovens e adultos com livros nas mãos e olhos na leitura.

Serão os livros que vão leva-los a descobrir a sabedoriainterior, a descobrirem seus próprios caminhos e serem felizes. A leitura liberta o indivíduo-leitor das opressões. A partir daí, o leitor saberá fazer acontecer seu destino sem influênciados interesseiros e maus conselheiros ou manipuladores e astutos políticos.

Tenho que votar. Escolho pessoas verdadeiras, honradas ehonestas e não partidos, onde se misturam todo tipo de gente sem compostura, sem ética,sem honra e mascarados pela mentira. O governo deve ser para todos e não para umpartido. Num país grande, como o nosso, não deve haver separatismos como que disseuma autoridade: “Nós e eles” . Isto é incitação à violência de uma parte do povo contraoutra parte. Isto é preconceito descarado. Lutamos contra o preconceito com leis.

Por que aqueles corruptos não são condenados e punidosexemplarmente? São presos hoje e soltos amanhã. Isto é punição? Às vezes, há gente boa,honesta e honrada, num partido, ao mesmo tempo desonesta, corrupta. Como eu poderiaescolher um partido só. Seria incoerente, se houvesse gente boa em ambos os partidos, oque é uma verdade. Não são todos que não prestam. Sonho com coisas novas para meuGrande e Belo País com gente qualificada para qualquer trabalho.

Gente honrada para administrar o dinheiro público. Nãoespero milagre, mas justiça para todos; uma economia equilibrada, sustentável; incentivoà plantação de mais alimentos para o povo; saúde e educação grátis e de qualidade emtodos os níveis, sem esquecer principalmente de um olhar mais sério e compensador paraos professores serem qualificados e bem remunerados com um salário digno como o de umdeputado. Quanto a mim, quero estar sempre aprendendo coisas novas e boas, atravésdos livros. Procuro sempre me sondar. Não sou perfeita, mas procuro sempre me corrigirquando erro. Gosto de escrever sobre a alma humana universal que é a minha própria alma,por isso, sou apolítica. Estaria, assim, me comunicando com as pessoas.

Meu coração está sempre aberto a novas paixões, a novospensamentos. Procuro renovar sempre aquilo que não serve mais para este nosso tempo.Penso como aquele filósofo: “Político, no poder, é como frauda de criança: quanto maistempo fica, mais fede”. Por isso, não deveria haver reeleição de um candidato.

Isto deve ser repensado seriamente. Então, revoluciono,enfim, minha forma de pensar. Adapto-me às necessidades atuais, porquesou crítica liricamente, sensível ao extremo e, como livre pensadora, tenhoas minhas ideias, com a sabedoria e a beleza da idade.

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Maria Helena CorazzaPraeclarus/Piracicaba/SP

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FORMIGÕES SOLITÁRIOS E SUICIDAS

Causa admiração, e certa curiosidade, o procedimento dosformigões que estão a conviver comigo, nestes últimos dias. Fico a pensar que eles têmum código de sobrevivência e o cumprem, à risca, sem esta ou aquela objeção.

Um dos itens desse código, que aqui me traz para registro, éo cumprimento de uma tarefa diária, sempre nas madrugadas, por um só formigão. Emtodas as manhãs, madrugadas ainda, quatro, cinco horas, ao adentrar a cozinha aqui dacasa, encontro um solitário formigão a passear sobre a mesa de vidro.

Embora fique penalizado, por ser um adepto da lei humana“Não matarás”, jogo-o ao chão e o esmigalho com uma chinelada.

Tantas vezes, seguidas, esse ritual já ocorreu, e continuaocorrendo, que sempre tenho certeza de que, no dia seguinte, mesma hora, estarei, maisuma vez, a infringir a tal lei. É que outra lei da vida também tem de ser cumprida: a dasobrevivência.O que me causa certa intriga, é ser um só de cada vez.

Parece que há um item do tal código dos formigões, que dizque aquela tarefa tem de ser cumprida por um único membro do clã, e que ele estejadisposto a se suicidar. Infelizmente, em se tratando da minha casa e da minha mesa de

refeições, tenho de mantê-las limpas, isentas desses pobres e porcos bichossuicidas.

José Keitel RibeiroDecano/Tres Corações/MG

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Clóvis Rolim da SilveiraConselho/Piracicaba/SP

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NO QUE VAI DAREstamos vivenciando uma época sem precedentes, de repente

o crime organizado venceu a Justiça, está andando na frente, a impunidade está imperandono País.A educação também tem seus pontos críticos: as escolas estão rodeadas debandidos e traficantes, e seus atos ficam na impunidade.A polícia prende, o juiz solta!Asaúde passa pelo caos, mas não é isso o mais importante, o mais importante e o descréditoinstitucional que passa o País aqui dentro e no exterior.

A crise Institucional que vige no País pode nos levar a umcolapso,ou para melhor entendermos o País todo vive uma crise de descrédito popular, opovo não acredita em mais nada, os impostos estão altos, e ninguém espera nada dogoverno.No que vai dar tudo isto? eu pergunto.

No mínimo, estamos sendo trollados pelo mundo inteiro. Nãoexiste mais piada de \português, e sim, piada de Brasileiro que não tem vergonha na cara,que é analfabeto político e tem coragem de comprar produtos a preçosexorbitantes, pagar os maiores juros do planeta e achar tudo isso engraçado.Acham engraçado também o fato do Tiririca ter sido eleito por duas vezes,com a maior votação da História da Pátria.

ESTE LUIZ DE QUEIRÓS QUE EU AMO

Material para falar sobre Luiz de Queirós encontra-se nasmais diversas formas como livros, jornais, revistas, no “google” atualmente, em sites... Ésó procurar e copiar, e isso, qualquer um de nós pode fazer. Contudo, meu grande amor erespeito por ele tiveram início desde minha adolescência quando vinha passar as fériasem Piracicaba na casa dos meus avós e não me cansava de pegar o bondinho com minhastias, e “passear na Escola Agrícola”. Muito pelas belezas naturais (tantas árvoresdeslumbrantes, plantações, e também as dezenas de prédios e casas (de funcionários,professores e diretores), uns já prontos, outros em construção para moradias, aulas,estudos e laboratórios futuros... Sempre percebi muito movimento lá...).

E então, cada vez mais crescia a minha admiração que sempreeste homem magnífico, demonstrou em seus sonhos e anseios que eram “fazer uma escolaagrícola prática para ensinar a arte da agricultura valorizada pela experimentação necessáriano sentido de promover uma produção agrícola sustentável para o agricultor, com respeitoao meio ambiente, com pouca teoria, mas com as pesquisas necessárias”.

Suas obras e objetivos em prol não só de alunos onde seriaminstruídos e formados, daí levando para outras plagas as bagagens de conhecimentosrecebidos nesta emérita faculdade de agronomia que se transformaria numa das maioresdo mundo, mas, pela potencialidade de trazer em si e levar à tona e a cabo, essa suntuosidadede bens voltados ao progresso. Sobretudo na alimentação saudável do homem que, paraa sorte de nossa cidade, de nosso Estado e principalmente para o Brasil surgiu iniciandoaqui em nossa cidade um dia, pelas mãos deste jovem agrônomo e ser humano batalhadordos mais valorosos, visionário por vocação dos mais criativos e competentes, nas suasidéias incríveis de avanço, sobretudo na área agrícola de um país. Luiz de Queirós rompeutodas as barreiras possíveis indo mostrar em outros lugares do mundo a riqueza decompartilhar sua participação inestimável!

Por essas e por tantas outras questões amo Luiz de Queirós!Pela sua genialidade e sagacidade, pulso firme e forte, que nada o fazia desanimar oudesistir de seus sonhos. Amo este tipo de gente! Amo a derrubada de barreiras e o desafioque parece sempre querer destruir tudo o que necessita de dedicação, carinho e afincopara se chegar lá. Por isso fiz de Luiz de Queirós meu patrono na Academia Piracicabanade Letras, da qual hoje exerço o cargo de presidente.

Com muito orgulho, principalmente por levar adiante o nomee o prestígio desta figura exuberante e bem resolvida desde tempos passados, quando ostabus eram mais ferrenhos ainda, os preconceitos e as dificuldades, grilhões a pretenderderrubar ou não deixar florescer ideais, pelo simples fato da acomodação, da inércia,inanição ou indiferença (porque não dizer, por falta de capacidade e competência?).Vaidades que perderam seu lugar, em confronto com o dinamismo e perseverança de Luizde Queirós que foi o grande vencedor.

Luiz de Queirós não teve um monumento à sua altura. Nãofoi possível! Como diz a placa em frente ao prédio principal da Esalq: “À Luiz Vicente deSouza Queirós, o teu Monumento é a tua Escola”. Magnífica e eficiente homenagemàquele que levantando sua bandeira de fé em realizar um ensino maior paragrandes conquistas nacionais e internacionais traz com ele até os dias dehoje, a glória de seu desejo concretizado no seu magnífico projeto de cultura,eficiência e amor para um mundo melhor.

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34 35 ------------ARTIGO

AGRICULTURA SUSTENTÁVEL PARA O AMANHÃAgricultura produtiva e sustentável é essencial para o

atendimento das demandas da sociedade. Temos cada vez menos pessoas trabalhandona zona rural para uma população urbana crescente e exigente. As exigências não sãoapenas por quantidade de produtos agropecuários, mas por qualidade e rastreabilidade,o que implica que o consumidor quer saber como foi o processo de produção, tantosobre aspectos agronômicos, mas também ambientais e sociais. Os consumidores dealimentos, agroenergia, fibras, plantas ornamentais etc. estão em busca de produtoscertificados, que garantam que se trata de alimentos saudáveis, energia limpa e renovávele fibras que tenham sido produzidas sem destruição de matas nativas.

É fundamental que novas tecnologias sejam incorporadasaos processos produtivos para que os recursos naturais sejam preservados, garantindoo atendimento das demandas das próximas gerações.Este é o objetivo do 67º SIMPAS, em Sinop, Mato Grosso, nos dias 23 a 25 de novembrode 2015. O título do evento “Agricultura sustentável para o amanhã” deixa claro apreocupação dos realizadores e promotores.

Contribuir, através de uma série de palestras de alto nível edebates com os agentes de desenvolvimento rural da região, a necessidade de atualizaçãotecnológica, da assimilação das inovações, na produção agrícola sustentável. São muitosos fatores que influenciam a produtividade agrícola.Estes fatores estão interrelacionados, exigindo que os profissionais, responsáveis pelaprodução, tenham uma sólida formação básica, competências profissionais amplas egeneralistas e que estejam sempre se atualizando.

São muitos os profissionais que atuam no agro, comoengenheiros agrônomos, engenheiros florestais, engenheiros agrícolas, biólogos,economistas, administradores, técnicos agrícolas etc. Todos necessitam de uma visãoampla do agronegócio que será tema de uma palestra “Tecnologia e gestão noagronegócio”. Os insumos agrícolas (fertilizantes, defensivos e sementes e mudas), cadavez mais importantes na produção, serão abordados em diversas palestras sobre fertilidadedo solo, defesa fitossanitária e importância da qualidade das sementes.

Estes insumos devem ser aplicados de maneira adequada,utilizando máquinas e equipamentos apropriados, devidamente calibrados e regulados emanejados por operadores qualificados; estes temas terão destaque nas apresentações.Também terão destaques as boas práticas agrícolas contempladas em palestras sobresegurança dos trabalhadores e alimentos seguros.Os palestrantes são profissionaisaltamente qualificados, comprometidos com a transferência de tecnologia e extensãorural. Os participantes serão agentes multiplicadores e lideranças regionais, que, duranteas discussões, poderão demonstrar suas experiências e colaborar com a difusão denovas tecnologias e procedimentos. Este evento ocorre desde 1990 e já foi realizado emtodo o Brasil, deixando marcas fortes por onde passou: aprimoramentos nos processosprodutivos.São 25 anos de trabalho ininterrupto, patrocinado pelas entidades ANDEF,ANDA, IPNI, ABRASEM, ABIMAQ e ABAG. Este ano, os realizadores são instituiçõesde ensino da região: UFMT/Campus Sinop, IFMT/Campus Sorriso, UNEMAT/Campus

Sinop e FACEM. Assim, estudantes de ciências agrárias da região tambémpoderão se beneficiar, pois terão a oportunidade de assistirem brilhantespalestras e discussões, que complementarão os ensinamentos das salasde aula.

José Otávio Machado MentenPraeclarus/Piracicaba/SP

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A RUA DAS FLORES

Poli mora numa rua toda florida. São buganvílias de todas ascores a enfeitar os muros. Uma beleza! Ao amanhecer e ao anoitecer uma grande quantidadede passarinhos, borboletas e abelhas vêm para essa rua e ficam pra lá e pra cá nessasárvores floridas.O ar é puro, pois os moradores não jogam lixo na rua e nem deixam águasempoçadas, nada de sujeira... Certo dia apareceu na rua um grupo de meninos jogandopedra nas árvores, um verdadeiro inferno, pois as pedras caíam nos telhados quebrando astelhas.Poli procurava de todas as maneiras convencer os meninos a desistir de fazer aquelasasneiras, no entanto, eles persistiam só por malvadeza.

Pedrinho era o mais peralta, o líder. Certo dia, quando elepreparava a pontaria para acertar um beija-flor, uma abelha africana deu-lhe uma ferroadabem na mão. O menino deu um grito e saiu em disparada, os outros, sem saber o que haviaacontecido saíram correndo atrás. Desde esse dia nunca mais os meninosapareceram na Rua das Flores.

BRILHO DE ESTRELA

Tenho o privilégio de ser avó de uma garota linda ... Seunome é Liz! Numa noite fria, estávamos aconchegadas às cobertas, no meu quarto,falando de tudo um pouco. Entre umas e outras, resolvemos exercitar conhecimentos ebrincadeiras ... Através do pin que eu havia comprado em uma loja de misticismo,pensamos fazer contacto com o Grande Mestre e pedir sua atenção para nossos anseios.

Descuidadamente sugeri que pedisse ajuda para ser umamenina feliz, bonita, estudiosa... Idéias de praxe! Percebi na expressão de seu olhar nãohaver agradado.Assim, dando-lhe razão e o devido respeito, perguntei o que gostariade pedir ao ente sagrado. Após um breve silêncio falou, sincera, com seus lindos olhosclaros, diante dos meus:

— Quero pedir que os pobres não sejam mais pobres... Eassim o fez no místico contato, depois do ritual previsto na mensagem que acompanhavao pin. Lição de sabedoria no meu cotidiano!Liz tinha, apenas, seis anos!

Rodeada de carinhos e cuidados, poderia não perceber adura realidade desse nosso mundo. Mas não! Liz é sensível e surpreende com suassábias ponderações! Naquele momento, lembrei meu filho Enio, pai dessa garota notável,quando criança... Por vezes, ao deitar, chorava baixinho com pena de alguma velhinhaque vira na praça, à frente da casa onde morávamos.

Fomos vizinhos do Asilo de Mendigos durante muitosanos...Era comum idosos vagarem por aqueles espaços carregando seu destino.

Obrigada, meu Deus, pelos filhos que tenho e por essaneta preciosa, minha estrela Liz!

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA

Ruth Prestes GonçalvesConselho/Manaus/AM

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Yeda Araújo PereiraColegiado/Pelotas/[email protected]

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3736 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

VERSOS...

Fiz-me de versos de poesias...Sem rimas, sem trovas e sem valorSou amigo da tristeza, da angustiaE da saudade...Poeta, pobre poeta sem valor...Que valor tem um poeta?...Que faz versos sem rimas,E que faz canções antiquadas?...Poeta... um pobre resto de saudadeUm pobre jardim sem flores...Minha alma é triste como o cantoDa rola aflita, perdida na amplidãoDo silêncio da noiteVou e levo meus versos, meus versos eMeus amores...Que são meus passos e meus sonhos,Pois onde passo eu, os cantosE por onde deixo-os, eu ficoE por onde eu vou eu os levo.Fiz-me versos de poesiasPara me tornar imortal,Já que os poetas morremMas as poesias permanecem...

Luiz Barboza NetoColegiado/Florianópolis/SC

[email protected]

Luis Antonio P. da SilvaPraeclarus/Capivari/[email protected]

CALINFÁS CLAMORÁVEIS

Plenitúrbio di alvires partânciosCornitemplas macredos crostáciosSocremandas im lacros merlânciosDecravúlvio pecór di velácios.

Nes terplantes crostídeos furláciosIm cortídeos sorcádios premâncios...Sa vordex? Nossoteles cornáciosMacavires! Necrostális plâncios...

Porcentúrias qui miltrastes sárticosEmplertantes nasmastes lúricoNe albitre im calenás pindoráveis...

Pérciflas! Xânticas! Séris márticos.Surfitantes itás cortes fúricoNe prane im calinfás clamoráveis.

SE O AMOR FALTASSE...

Se de amor tivesse falta fecharia meus braços amordaçaria meu sentir e pensaria em você

Mas o tendo a meu lado deste amor não tenho ausência pois que completa meus dias e seqüestra meu dormir

Não me importa o frio o calor não me aborrece o amanhecer é sempre luz e a noite meu louvor

Saúdo este meu amor que cultivo com paixão você sendo minha prenda e eu sua prisioneira .

Maria Luiza de M. MarinhoDecana/Rio de Janeiro/[email protected]

TEU VERDE OLHAR

Como faz tempo, meu bem!Tanto tempo sem eu ver o brilho verdedos teus olhos iluminando o meu viver.

Tão pouco foi o tempo em que a vida me sorria.Desse brilho, pouco eu pude desfrutar,pois nesse tempo eu sentiaa presença desse olhar iluminando o meu viver,fazendo-me renascer, mas, dizendo-me,que tudo um dia, ia se acabar.

Teu olhar, agora tão cansado.O tempo passou nos deixando separados.Tão triste eu fui vivendo sem jamais esqueceraquele verde olhar que me olhava apaixonado.

Agora, neste meu triste viver,só lembrança de um verde olharque no tempo ficou tão apagado.

Não posso mais dizer que teu olharilumina o meu viver, pois aquela vida,ficou sem direção, esquecida.

Pouco tempo; mas foi bela.E agora já não pode mais contarcom o brilho verde do teu olhar a iluminar,o restinho que sobrou dela.

Odila PlacênciaColegiado/Barueri/SP

[email protected]

Maria Gema MartinsConselho/São Paulo/SP

[email protected]

Nadir Silveira DiasConselho/Porto Alegre/[email protected]

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL-----------------------------------------

FADO

Tu és o meu ar.Teu fogo sou eu.E nada vai evitar.Sejamos nós, tu e eu.Em todos os termos,Espaços, lugares,Movimentados ou ermos,Antes, agora, depois.E mesmo sem termosLido as obrasDe Nietzsche,Cervantes ou Camões!

MITOLOGIA

Chronos resmunga aborrecido,esmurrando o ar de verão,compensando-sedo ódio pelos cosméticosque lhe roubamo alimento predileto:a beleza da juventude.O feminino se rejubilae o desafiasempre...

HINO AO AMOR

Esse amor que eu canteime enche o peito me ferve o sanguepercorre minhas veiastransborda por meus olhosminha bocameus porosme queima as entranhasme dissolve todaaté que eu beba sua salivame fortaleçae me recomponha em você!

Maria de Lourdes Prata GarciaAssinante/Bragança Paulista/[email protected]

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A VOLTA DE MADRINHA

Sempre tenho sonhos com a minha tia-avó que era madrinhada minha mãe, ela sempre foi muito próxima da gente, inclusive foi quem deu a imagem domeu anjo da guarda, quando eu tinha dez anos.Ao falecer não estávamos muito próximospor desavenças terrenas, mas quando ela partiu, sempre nos encontramos nesses caminhosespirituais.Dessa vez ela apareceu no nosso ambiente familiar de quando era criança,vindo falar comigo depois de muito tempo, toda feliz com uma energia renovada.

Perguntei por que ela estava aqui e ela disse que veiojustamente me visitar porque eu estava mais preparado, que era sua visita depois demuito tempo e estava muito feliz com isso.Eu perguntei a ela se tinha encontrado minhamãe lá do outro lado, ela disse que não, inquiri sobre meu irmão, a tia também respondeunegativamente, insisti e perguntei se tinha encontrado São Lázaro – pois ela também eradevota dele - foi quando ela respondeu afirmativamente, dizendo que o santo tinha umrecado para mim, que santo a gente tem somente um, o nosso anjo verdadeiro.

Ela falou que os seres de luz deram uma oportunidade a elapara vir me perguntar sobre temáticas espirituais, pois os outros espíritos falavam muitodifíceis e não entendia nada que eles diziam, mas eu entendia perfeitamente.De repenteabre-se uma porta e vem meu irmão mais velho – ainda vivo - avisando que tem alguémme chamando, eu sem deixar de olhar para minha tia – sei que nessa hora eles costumamsumir – disse que ia atender depois...Passei um bom tempo conversando para ela e meuirmão veio ao nosso encontro, conversamos muito...

Diante dessa ocorrência, estava em pleno gozo da minhaconsciência, ainda disse que essa é a prova científica de que o espírito existe, pedi parameu irmão dar um passo à frente e outro para traz, a fim de demonstrar a nossa perfeitaconsciência e que não era um sonho.Depois de tanta comemoração, a minha tia começoua perder energia e a desfalecer, só que estava consciente, já em forma de menino, elaperguntou o que era.Eu fiz o sinal da cruz no espírito dela, que começou a descer lágrimas,

me perguntando por que estava chorando, eu disse que era porque euinvoquei a presença de São Lázaro de Jesus Cristo.Foi quando eu ouviuma voz dizendo que podemos ter mais de uma religião aqui, pois paraeles lá, só existe uma religião e todas levam a um só caminho: - Deus!

Marcelo de Oliveira SouzaConselho/Salvador/BA

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Maria Luiza Vargas RamosConselho/Florianópolis/SC

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CANTO DE SEREIA

Existem pessoas muito resistentes à leitura, tanto que chegama passar pela vida sem ler sequer bula de remédio ou lista telefônica. São os chamados“analfabetos funcionais”, para quem a alfabetização não trouxe maiores vantagens e poucofazem uso dela.As crianças, por curiosidade ou por melhor preparo das famílias e dasprofessoras da Educação Infantil, gostam muito de livros, de ouvir histórias, de juntar asletras para descobrir o mundo encantado que se esconde dentro delas.

Com o passar dos anos, professores mal preparados e,geralmen-te, sem verdadeira paixão pela leitura, obrigam os adolescentes a ler o que nãotêm vontade, cobrando, através das indefectíveis fichas de leitura, as respostas e conclusõesque ele quer ouvir, sem o menor respeito pelo gosto próprio do aluno e por suasinterpretações. A partir daí, a leitura passa a ser um fardo, cada vez mais pesado e enfadonho,do qual o aluno não vê a hora de se livrar.

Muita gente entra nas livrarias, alisa as capas dos livros etêm uma vontade autêntica de conseguir gostar de ler. Alguns não resistem e adquirem oslivros, mesmo sabendo que não passarão das primeiras pági-nas, entremeadas de bocejos,numa leitura desatenta, desconcentrada, de olho no que se passa ao redor, ou até noprograma da TV. A crônica, por ser uma narrativa curta, com começo, meio e fim, permiteque os novos leitores não se sintam frustrados por não conseguirem chegar ao fim dahistória. Gostam mais de umas, menos de outras, concordam com algumas, discordam deoutras tantas, mas assim vão lendo e interagindo com o texto, exercitando a curiosidade eo interesse por um mundo que aquelas letrinhas miúdas descortinam.

Para o cronista, ser o canto da sereia para seus leitores,sobretudo para os novos, é muito gratificante.Escrever de forma simples, mas correta,ajuda bastante. A erudição pomposa não cativa leitores, forma pequenos guetos de iniciadosque pouco contribuem para a formação de um país de leitores.

A partir de agora, não resista ao canto da sereia, encante-secom ele e vá descobrindo, página por página, como o tempo passa depressa, como osproblemas ficam em luz baixa, como seu espírito se alegra com esse novoalimento. Boa leitura!

NOSSAS PERDAS

Perdemos o Acadêmico Lino Vitti, de Piracicaba/SP,, o nosso “Príncipedos Poetas”, agora Patrono da Cadeira 015, da Área de Letras, daGaleria dos Academicus Praeclarus do Clube dos Escritores Piracicaba.Os nossos sentimentos para a família e para a cidade enlutada comessa triste perda.

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Maria Antonina de Lima SoldáConselho/São Paulo/SP

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José Paulo Castro SouzaConselho/Blumenau/[email protected]

JESUS EXISTE?

Será que Jesus existe mesmo?Se existe,por que todo esse sofrimentona vida.Por que toda essa guerra,fome,uns matando aos outros.

Se Jesus existe,por que não há mais amor,alegria, compreensãopelas pessoas.

Por que as pessoasnão se ajudam,para poderem melhorarcada vez mais a vida.

Mas, ao mesmo tempo,Tem-se a certeza,Jesus existe.Porque ainda podemosencontrar alguém com amor,alegria e carinho,para as pessoas sentiremneste imensouniverso.

DIÁRIO

Quis escrever um diárioE escrevi um poema.Quis escrever um romance,Mas só compus algunsversos.

Passaram-se horas e dias,Passaram-se meses e anosE eu escrevendo,escrevendo...Sonetos, quadras, poemas.

E hoje meu velho cadernoAbandonado e esquecidoÉ um relicário de sonhosEm poemas transformados.

Mas relendo estes versosVejo que eles contêmTodas as mil históriasQue desejava contar.

Sonhos da minha infância,Ideais da mocidade,Meus sorrisos e meusprantos,As vitórias, as derrotas...Amores, desilusões,Alegrias e saudades.

Nas folhas amareladasEstá minha vida em poemas.Meus versos são o diárioQue sem perceber, escrevi.

Pilar Reynes CasagrandePraeclarus/Rio Claro/SP

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Maria Gertrudes GrecoConselho/Guaratinguetá/SP

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Paulo Dias NemePraeclarus/São Paulo/SP

ESCREVER

O que seria escrever?Colocar fora o que pensa,numa hora assim mais tensa,buscando a vida entender.

Mas escrevem com prazer,doando seus sentimentos,emoções e argumentos,mas não deixam de dizer.

As vezes dizem a verdade,mostrando a realidade sem querer fantasiar.

Pois quem escreve é um serque tem um grande saberQue é: “Como a si, o outro amar...”

O MUNDO

O mundo é bonito e maravilhosofoi criado pelo Pai da Criaçãoo homem é belo e muito formosoé capaz de sentir forte paixão.

O mundo foi engenhosamente criadopara o homem dominar e reinarpara ser querido e muito amadoe ter bom e sublime pensar.

A Deus agradeço todos os diaspor ter paz, luz e saúdeas pessoas não devem ser vaziase sim amor, amizade e virtude.

Tudo foi feito para o ser humanopara ter lazer e bastante bem estarque não haja tristeza, dor e desenganoa alegria no coração deve imperar

PONTES QUE CAÍRAM

Gestos, silêncios e palavrassão criaturas vivas,Que na sombra do inconscientearmam laços.Com elas construímos pontessobre águas turvasOu cavamos o fosso dosmal entendidos.Falta-nos o hábito de refletir.

Ser natural está em crise!Tentamos remendar anossa pobre alma.Muito mais do que palavrasFala em nós o gesto, o olhar,A química que exalamos.

Às vezes quando imaginamosum encontro,Foi só solidão... Marcas impagáveis,Queimaram, nos deformaram...

Uma boa faxina nos armáriosdo coração,Pode nos trazer um grande alívio.Esqueçamos as pontes que caíramE poderemos até mesmo sonhar!

Há fatos que não se olvidae, um, dentre tantos milfoi ser durante uma vidasoldado do meu Brasil!

Othniel Fabelino de SouzaConselho/Ribeirão Preto/SP

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Paulo Murilo Carneiro ValençaPraeclarus/Recife/PE

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José Roberto PanaiaPraeclarus/Piracicaba/SP

Marco Maurer Dalla VecchiaPraeclarus/Porto Alegre/RS

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SEXAGENÁRIO

Agora que souUm sexagenárioQuando vejoUma moça bonita

Ninguém sabeO que se passaNo meu imaginário

Me dá saudadeDo tempo que era antesNesse meu coraçãoDe ilusão distante

Lembro-meNão podia aproximarDe mulher boaQue meu coração

Balançava maisDo que canoaVencendo rio acimaSem desequilibrar a proa

Moça bonita atualTome cuidadoCom esse sexagenárioE dele não pense malPois ele não esta fora da fita

Ele esta receitadoDe um comprido azulPelo doutor urologistaQue deixa ele muito zulu

LE CCEUR QUI BAT

La vie est...comme une montagne russe ;moments tranquillites ;moments de tension.

Le cceur batà cause de grandes émotions.La vie est...une montagne russe.

Obstacles sur le chemin ;victoires et conquêtes ;acquérir la sagessepour pouvoir tout affronter.La vie est...

O SOL BRILHA

Uma das balas atingiu a espinha dorsal e em consequência,Roberto se encontra paraplégico, apenas movendo a cabeça, o tronco e os braços.As pernas estão mortas... Em silêncio, resigna-se à fatalidade que lhe esperavanaquela parada da esquina, contudo, de repente as lágrimas descem-lhe pelasfacescadavéricas, amareladas.

Nesses instantes, Nete desvia a vista, não querendo ver,fugindo ao que não pode dar jeito. E se fazendo de forte se avizinha.

-- Seu café, Roberto.As mãos de dedos magros, trêmulas se estendem para

receber a bandeja.Lá fora, o sol brilha sobre as residências, as escadarias,

os moradores, os veículos, os pedestres, em sua eterna missão de tudo agasalhar.Ao lado da cadeira de rodas, a mulher solidária, boa

companheira, aguarda que o marido termine a refeição.Espera. Contendo-se.

Pedro de Quadros Du BoisPraeclarus/Balneário Camboriú/SC

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AMANHÃS Chamado não me apresentoausente me faço distanteno amanhã repetido inconsciente o preso se dirigeao murmúrio inaudível: escolho a pílula com que deitoe sonho silênciosirrefletidosdos amanhãsnauseabundosdas canções: ofuscadasclareiras dormentesnos adormecimentos.

Raymundo Farias de Oliveira Colegiado/São Paulo/SP [email protected]

Valentina Kroeff SperbPraeclarus/Porto Alegre/[email protected]

A VIDA

A vida é um espetáculode curta duração,sombra de nuvem que passatangida pelo vento.Repentinamente,fecham-se as cortinas,apagam-se as luzes da ribaltae o silêncio patéticoinstala-se no palcopara espanto da plateia.

DURA ESCOLHA

Numa durae difícil escolha,uso minha armaduracomo uma folha.

Com artimanhas de uma guerraextremamente fria,prendo-me à terracom alegria.

Busco minha própriae singular decisão,seguindo uma linha com maestriae muita ambição.

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D. JOÃO VI

Nasceu e morreu em Lisboa. Chegou ao Brasil com41 anos. Era baixo, feio, pançudo, tinha pernas finas e pouquíssimos modos reais.

Devorava até três frangos seguidos, arrematados por4 ou 5 mangas, tudo regado a muita água uma vez que bebia vinho muito raramente.Era sossegado e sem vaidades: não gostava de roupa nova, nem de vida social.

Gostava do povo, dirigia (às vezes) o seu própriocabriolé/tílburi e vivia separado de D. Carlota Joaquina, que habitava o PalácioReal (Praça XV) enquanto ele instalou-se com os filhos na Quinta da Boa Vista,em São Cristóvão. Sua mãe, D. Maria (a louca) foi para o Convento do Carmo,no centro.Na nova capital o Príncipe-Regente tomou várias medidas a favor doBrasil: revogou a proibição das manufaturas no país (1º de abril); criou oDesembargo do Paço e a Mesa da Consciência e Ordens (22 de abril), a Casa daSuplicação do Brasil, a Intendência Geral da Polícia (10 de maio), a ImprensaRégia (13 de maio), a Real Junta do Comércio Agricultura, a Casa da Pólvora emcujo terreno se instala o Jardim Botânico, as Fábricas de Navegação (23 deagosto) e o Banco do Brasil (12 de outubro).

Os anos seguintes de sua permanência no Brasil forammarcados pela assinatura dos tratados com a Grã-Bretanha (de Amizade e Aliançae de Comércio e Navegação, em 19 de fevereiro de 1810) e pela elevação doBrasil a Reino Unido de Portugal e Algarves (16 de dezembro de 1815) quandoele passa a ser Rei. Além das Faculdades de Medicina e Direito.

Por isso, muito mais do que “uma viagem real”, apresença de D. João VI marca o começo do país Brasil, comouma nação juridicamente organizada. A Pátria-Brasil nasceu,portanto, no Rio de Janeiro.

Thales Ribeiro de MagalhãesDecano/Rio de Janeiro/RJ

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Zilda Pires TeixeiraColegiado/Rio Verde/GO

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DESCASO COM O VOTO

O voto é obrigatório para os maiores de dezoito anos emenores de setenta anos de idade, isso quer dizer que somos obrigados a cumprircom o dever de cidadão durante cinquenta e dois anos de nossas vidas,comparecendo às urnas, ou assumindo as consequências por não comparecer.

O contingente de candidatos é enorme e variado, porémdifícil é escolher um que nos inspira confiança. Quando isso acontece, ficamosfelizes e depositamos o que é de grande valia, o nosso voto, convictos de queestamos escolhendo o melhor para nos representar. Não o é que sempre acontece.

Eleito, basta começarem os conchavos para um próximaeleição, ou mesmo o convite para ocupar um pasta executiva nos altos escalões,esquecem do compromisso com o povo. Pede licença do cargo para o qual foieleito. Isso caracteriza a falta de ética, o descompromisso com o eleitorado .Éganância pelo poder.

Não avalia a decepção que causa em seu eleitorado, oqual sente-se órfão do seu candidato. As pessoas que escolheram o seu candidatoe nele votaram na certeza de que estavam fazendo o melhor para representar etrabalhar em prol do povo, ficam desamparados politicamente, sem saber a quemrecorrer. Tal fato acontece nas três esferas políticas: federal, estadual e municipal.O que denomino descaso com o voto, é essa falta de compromisso.

O cidadão se candidata a um cargo político, faz apropaganda, recebe os votos e não assume a vaga para a qual foi eleito.

Não cumpre o mandato muita vezes nem mesmo tomaposse em sua cadeira para a qual foi eleito .Ocupando outro cargo para o não foivotado , apenas indicado ou negociado. Outros tomam posse para o qual foi eleito,porém não vai até o fim de seu mandato, almeja pleitear outro cargo maisconveniente para si. Toda essa falta de compromisso, desmotiva o desejo do eleitorvotar .Também, não podemos deixar de falar das falcatruas praticadas por algunspolíticos eleitos por nós.

O voto é um instrumento poderoso que está naconsciência e nas mãos de cada cidadão. Por isso, é preciso que se tenha maisrespeito com o eleitor, faça juz ao voto recebido. Cumpra o seu mandato e suas

promessas de campanha, não decepcione o seu eleitorado.

Paulo Alberto GarbusPraeclarus/Curitiba/[email protected]

São borboletas.Sobraram alguns sonhos.Poucas ilusões.

Carlos Moraes JúniorPraeclarus/Piracicaba/SP

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O tempo é aprendizde como deve passar,pondo tudo a envelhecer.

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A UM PASSO DO INFERNO

De repente o mundo começa a girar em torno daconscientização. O meio ambiente é o assunto do momento. Todos parecem viver o tema.Como num fanatismo ecológico que une a mídia à voz de países de primeiro mundo queousam exigir de países ainda em desenvolvimento, como o Brasil, uma postura pró-verde.

Segundo a revista “Catolicismo” de dezembro de 2009,encontramos ecologistas radicais que aproveitando-se do pânico causado pelo alarmeecológico postulam a limitação da população mundial, sob a alegação de que o planetatem cidadãos demais “emissores de co2”. O teorizador dessa ONG, Paul Ehrlich, dauniversidade de Stanford, pediu uma radical diminuição da humanidade.

Esse cidadão recebeu do governo da Catalunha o prêmioRamon Margalef da Ecologia e Roger Martin da ONG “Optimum Population Trust” defendeua tese de que “cada casal que decide ter um terceiro filho ameaça o equilíbrio ambiental”Talvez por isso o aborto é um tema encarado tão normal para muitos, afinal um ser humanoé nada! Vale menos que uma planta, tão defendida por muitos. Mulheres que engravidampor não se precaverem depois que recebem o privilégio de estarem grávidas, digo privilégioporque quantas mulheres não dariam uma parte de suas vidas para poderem ter um filho enão conseguem engravidar. Perguntem a essas mulheres o que significa para elas o aborto.Então imaginem o que significa uma ONG que defende tese de que o ser humano está emdemasiado número sobre a terra e isso é causa da emissão de co2

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Teresa PicinatoColegiado/Piracicaba/SP

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A ESCOLA TERRESTRENosso belo planeta azul, nossa atual morada terrena, não é

como dizem alguns um local de expiação. Seria como ignorar as maravilhas existentesnesta magnífica parte do Universo. É uma escola que nos dá a oportunidade de aprenderas lições que a vida tem a nos oferecer para nossa evolução espiritual e desenvolvermoso ideal mais sagrado de todos que é o servir, pois ele é o maior objetivo entre todos.

Como disse o Divino Mestre, “não vim para ser servido,mas para servir” Que bela e sublime mensagem! No ato de servir existe abnegação, amor,desprendimento em relação ao próximo. Como eternos aprendizes da vida que somos,devemos ser receptivos às lições que nos são apresentadas e é certo que a dor, osofrimento, as perdas materiais ou afetivas moldam nosso caráter e fortalecem nossoespírito para novas e inusitadas jornadas de luz rumo ao infinito.

Aqui na terra é o local apropriado para aprimorarmos nossoaprendizado, dentre as inúmeras oportunidades que nos oferecem o vastíssimo campodo conhecimento humano. Mesmo nos dedicando a um determinado campo profissionaldurante toda a nossa vida, não será possível abarcar todo conhecimento que ele podeoferecer devido às mudanças constantes a que estão sujeitas. Atualmente, novas teoriase novos conceitos surgem com grande rapidez, e temos que refazer nossos antigosconceitos e atualizar-nos frequentemente, para não perdermos o bonde dahistória. Há pessoas que não aceitam as mudanças que são necessárias eúteis ao seu crescimento e enriquecimento espiritual, pois somos seres embusca constante de novos e inusitados horizontes.

Reginaldo Costa de AlbuquerqueConselho/Campo Grande/MS

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Robinson TuonColegiado/Piracicaba/SP

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Zadir Campos da SilvaConselho/Caldas Novas/[email protected]

AROMA DE PIPOCA

Balões reluzem trêmulos e à toao quadro luminoso da alegria.Bimbalha o sino e uma lembrança boarola pela amplidão etérea e fria...

A cruz na torre da matriz é o guia.E a bandinha, na praça em festa, entoamodinhas com pureza e simpatia,em que se ouve que amor tudo perdoa...

O aroma de pipoca o tempo engana...Em traje chique, voltas soberanae o teu encanto o ambiente tumultua.

Súbito um homem senta-se ao teu lado...Ergue o braço sobre o ombro perfumado...Sou ele!... E beijo-te... E olhas-me: “Sou tua!... “

CHUVAS

Depois de te amar volto a mim.Reviro meu olhar,

Vagarosamente. Até a vidraça embaçada.Respirando em êxtase, ainda.

Nuvens cinza penduram-sedo céu sombrio e escuro.

De lá cospem raios e gritamtrovões perdidos, extremos.

Águas deslizam em fluxos, sonoras.Granizos derretem-se na queda.

Gelados e intrépidos, despencam.A fúria dos céus se faz tormenta.

Aqui neste quarto sem tempo,no calor de brancos lençóis,

dentro de mim, um eu extasiado.A alegria explode. Gozoza.Numa enxurrada sem fim.

Rita Bernadete Sampaio VelosaColegiado/Américo Brasiliense/SP

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NÃO QUERO MAIS SOFRER!

Peito aberto,diálise esperando.Deitado nesta cama de hospital,entre as pernas, a fralda encharcando;na barriga,o dreno infernal.

Na sonda a urina que escorre;nas costas,pela pele as assaduras;no braço, hematoma que perdura.No olhar,a ciência de quem morre.

Oh,Deus!Ainda ontem eu sorria!Que fiz eu para isso merecer?Oh,Deus! Ainda ontem eu vivia!

E agora só te peço para morrer.Arranca dos meus olhos a apatia!Só te peço: não quero mais sofrer!

Selma Queiróz GradilDecana/São Paulo/SP

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DOIS PEDACINHOS DE MIM

Vai, querida cartinha,Vai dizer ao meu bem-amadoQue eu quero estar ao seu ladoA todo instante desta vida minha.

Leva meu amor em cada linhaE diz que meu coração apaixonadoEncontra-se deveras dilacerado;Já não tem a paz que outrora tinha.

Nesse vôo, diz ao GabrielQue ele tem dois pedacinhos de mim:Minha alma e meu coração.

Queria ser tinta e papelPara ter sua atençãoE não mais sofrer assim.

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Ricarda Maria Leal AlvimDecana/Miracema/RJ

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MEU GIRASSOL

Pego pedaços de lembrançase asfalto o meu isolado chão.Meu passaporte é livrepra viajar num mundo sem volta.Os sons não me obedecem,vagueiam e seguem sem rumo,e partem para outro horizontebem diferente, sem voz, sem canto.Vejo no quintal da minha almasomente passos envelhecidos,contornos sem brilho, sem você.Ainda escuto o seu pedido:Para que eu fosse a sua luz.Meu girassol não se voltarájamais para a minha vida.Não sou mais sol, sou sombra.Fui transformada num triste fim.Sem a sua presença, sou outono.As folhas da sua vida voaram,trazendo a saudade para mim.

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Thaís Mariane StenicoPraeclarus/Piracicaba/[email protected]

SILÊNCIO

É esse silêncio que me acalmaE esse mesmo silêncio me afligePor que não diz o que pensa?Por que não me conta os seus medos?Será tudo isso um medo?Uma forma de se defender?Não falar para não morrerNão falar para não fazerEsse seu silêncio mataÉ uma fuga da realidadeÉ um modo de se esconderDe não ter que dizer o que senteDe não ter que opinarPorque, se não sabe das coisasNão tem mesmo o que dizer sobre elas.Só espero que um dia acordeE perceba que o seu silêncioPode apenas te machucarO silêncio te fere a almaE consigo traz a mortePois as palavras são vidaE se a vida não é libertaEla apodrece e morreE a morte continua em sua almaAté que você seja a morteE a morte cresce em vocêAté que toma o seu corpoAté que encontre sua almaE todo você é morteA morte viva, em carne de morteA morte do corpo e da almaA morte de toda a vidaUm grito de silêncioNo imenso vazio da morte....

Valdemar Alves JúniorConselho/Fortaleza/CE

Maria Valeska L. CabralConselho/Rio de Janeiro/[email protected]

ASTRONÁUTICA

Ignoto universoCamada ozônioEfeito estufaBuraco negroNave AtlantisFoguete em órbitaConquista espacialExpedição ao Sistema SolarAurora artificialFenômeno do canhão elétronsAusência da gravidadeDescobertas meteorológicasRaios ultravioletasNocivos à vida na TerraObservatório terrestreLaboratório científico.

MEUS MENINOS

Multiplico-me a cada chamadode meu nome,a cada esquina virada, a cadarebeldia de moleque...Ramifico minha presença ao acreditarna mudança,no buscar alternativas... Pra salvar!Salvar a essência humana das atitudespouco humanas,onde o ser passa a não sentir... Apenasa ser... Um número!Meus meninos negros, brancos, amarelos...Mestiços! Meus meninos...Jogados à prova!Pagando o “pecado” de existir sem ter sido escolhido.É cruel apagar sorrisos tão necessáriosà renovação humana.Corromper ideias, gestos... Futuros!Multiplico-me incansavelmente!A cada menino que dentre centenasconsigo fazer sorrire este eu sei...Será meu aliado em construir novos efuturos sorrisos...Negros, brancos amarelos... Mestiços!Sorrisos de meninos!

Zeila Fátima GiangiácomoDecana/Sorocaba/SP

[email protected]

NATUREZA MORTA

Minha natureza morre.Extingue-se a paisagem de tua presença.Natureza incolorFalta tua seiva, enverdecendo meuscamposAmornecendo garoasRecriando sementes num raio de luz.Tela translúcidaFalta a raiz forte deste teu desejoApertando meu corpo ao entardecerO respirar de folhas acariciando seiosO palpitar da terra revolvendo amor.Minha natureza é deserta.Perde-se teu vulto misturado aos galhosNegros feito fundo ao morrer do sol.Por que a desesperança?Num quem sabe, pode tudo reviver?Num porém, pode o amor tudo vencer?Quem sabe, um dia acordes e teu brilhoRefletido no molhado do olhar,se transforme em arco-írisTintas dançarãoTu retornarásE no meu quadro em cores quentes,tua imagem brotará.Um dia, teu oásis vai refrescar meu meio-diaMe aquecerá quando o dia, na noite for seesconderNuma natureza estranha, debutandonovos olhosDespedindo a tristeza, o deserto e a friezaDiante do nosso amor.

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Vera Regina de BarcellosConselho/Florianópolis/[email protected]

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FORÇAS PARA VENCER...

Forças para vencerPara lutarPara transporAs barreiras da vida

Forças que vemDe onde/ quem sabe?É o toque de DeusA acariciar todos os homens...

Forças no caminhoQue ora iniciamosCom novas esperançasE com grande alegria

Forças do homem jovemQue a vida continuaQuando idoso estiverCom grande sabedoria

Forças da flor que nasceOu da alma que cantaQue o tempo difícilJá passou... com fé

Com pazForças de Luz!Força que vem de Jesus!

Wagner Luiz AndrioteColegiado/São Paulo/[email protected]

AGUA

INVENTÁRIO

Neste mundo de posses,Nada tenho de meu.Contra a soberbae a vaidade,Carrego no peitoA lição da humildadeQue a vida me deu.E do que me alimentaEu nada plantei.E até minha veste,Que encobre o pudor,Foi algum irmãoque a fez,Eu apenas comprei.Nada tenho de econômicovalor.E deste mundoesbulhado,Mas ainda de Deus,Recebi tudo acabado,Nada fiz ou criei.A compaixão pelo humano,O coração de poeta,A paz do silêncio,O bálsamo da fé,É tudo que levoE de Deus emprestei.

ATRÁS DA CORTINA

Há pessoa que nos seguem,Perseguem.Instigada por vaidade,Na ânsia de setornar celebridade,Busca a comparaçãoPara provar que são melhores,Como se estivessemnuma competição.Esses seres ínfimos,mesquinhos,São dignos de pena,Caem pelas próprias mãos,Não sabem que jamaisroubarão a cenaDe um ator no palcoda sua vida;E enquanto ficam atrásde outrem,Espiando e tramandona cortina,Esquece-se de atuar no própriopicadeiroE a história desatina,A voz desafina,Perde-se o ato e a linha.Atue na própria vida,Não trame atrás da cortina.

Terezinha Ofélia N. RennóColegiado/Itajubá/[email protected]

ONTEM

Ontemtudo era cor de rosa:As rosasmeu vestido de babadoos laços de fita nos cabelosmeus sonhos - nunca pesadelos -as faces e os cravos no jardim...Ontemróseas eram as primaverasos caminhos de gérberas;o céu de invernoas unhas dos meus dedinhosmeu nome na capa do caderno.

Ontem, é o passado esmaecidono vestido perdidona fita desfiada, que se fez pesadelo;minhas faces pálidasmeus olhos baçosmeus dedinhos enrugadosdesfolhando cravosno outono da vida!No caderno de ontemquase não se lê meu nome: - Rosa.

Água que nasce limpa,Água que o homem sujaDe tudo nela lavar.Água, estrada ligeiraDe conduzir para o mar.Água que passa serena,Mil desafios a cantar.Água fonte de vidaVidas quemurcham sedentas,olhando água a passar.

Água que mata a sedeÁgua que o homem mataÁgua que lava o corpoÁgua que o homem turvaÁgua que leva a vidaVida que o homem traga.Água que molhaos camposCampos que ohomem enxugaCom desvios,com barreiras,com açudes para a forçaou para o gado

Vera Maria da PenhaConselho/Vila [email protected]

Yara Regina FrancoPraeclarus/Araraquara/[email protected]

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