o espaço sobrante - o caso dos viadutos

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    O espao sobrante

    O caso dos viadutos

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    O espao sobrante

    O caso dos viadutos

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    O espao sobrante

    O caso dos viadutos

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    Agradecimentos

    Aos meus irmos, amigos e colegas, que acompanharam-me ao longodesta caminhada, agradeo a vossa disponibilidade e apoio incondicional;

    guardo eternamente a vossa amizade.

    Aos meus professores, mentores e tutores, obrigado pela dedicaoproporcionada ao longo destes anos, pela transmisso do conhecimento eforma de ver a arquitectura; adquirida e louvada.

    Acima de tudo, aos meus pais, que com esforo, dedicao e persistncia,deram-me a oportunidade que outrora no tiveram, assim como, pela

    transmisso de valores, que contriburam para o alcance dos meusobjectivos, a nvel pessoal e acadmico.

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    Resumo

    A presente dissertao consiste na reflexo do impacto dos viadutos na malha

    urbana, demonstrando a potencialidade do espao sobrante, de recuperao e

    requalificao como espao pblico. Esta reflexo materializada numa proposta de

    requalificao urbana e arquitectnica para o baixo do viaduto da Rua Duque de Loul,

    no Porto.

    Tomando como ponto de partida o Movimento Moderno, desenvolve-se uma

    reflexo crtica sobre a origem dos espaos sobrantes, no sentido de compreender a

    evoluo da arquitectura, das mutaes urbanas e o espao configurado por estes

    agentes.

    A complexidade de definio e interveno no local leva necessidade de

    compreenso do que so os vazios urbanos. A caracterizao destes espaos ampla,

    podendo estes adquirir diferentes sentidos e formas. O desafio passa, portanto, pelo

    conhecimento da definio dos espaos sobrantes, bem como, pela compreenso de

    mtodos vlidos, de actuao no espao.

    Os casos de estudo so a contribuio para o conhecimento e actuao no local,

    onde surge a proposta, onde procura-se uma interveno prtica, slida e vlida, com

    sentido de integrar a envolvente prxima, e expandir, consolidadamente, o espao

    pblico da cidade do Porto.

    Palavras-Chave:Cidade; Fragmentao; Infra-estruturas; Reintegrao; Requalificao;

    Sobrante; Urbano; Vazios.

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    Abstract

    This dissertation is a reflection on the impact of viaducts and the voids they

    created in the urban fabric, attempting to demonstrate their potential for the recovery and

    rehabilitation of public space. This reflection is embodied in a proposal for the urban and

    architectural renewal of the underlying space of Rua Duque de Louls viaduct, in Porto.

    Taking as its starting point the Modern Movement, this work develops a critical

    reflection on the origin of surplus spaces, in order to understand the evolution of

    architecture, of urban mutations and of the space configured by these agents.

    The complexity of defining an onsite intervention creates a need for a proper

    understanding of urban voids. The characterization of these spaces is vast, and theyacquire different meanings and forms. The challenge is, therefore, the knowledge of the

    definition of surplus spaces, as well as the understanding of valid methods of action in

    space.

    The case studies are a contribution to knowledge and action in the particular place,

    of the proposal, which seeks to be a practical intervention, solid and valid, to integrate withthe nearby surroundings, and expand, consolidated, the public space of Porto.

    Key-words: City; Fragmentation Infrastructure, Reintegration, Rehabilitation; Leftover;

    Urban; Voids.

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    ndice

    1 Introduo ..07

    2- O espao sobrante da cidade ps-moderna

    2.1- O processo de formao do espao sobrante102.2- O conceito de vazio urbano ...15

    3- Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de estudo3.1 - High Line.. .19

    3.2A8ernA 28

    3.3Manguinhos ... .36

    Concluso Parcial dos casos de estudo ..44

    4- Estratgia de interveno sectorial

    Viaduto da Rua Duque de Loul

    4.1Anlise .47

    4.2Projecto ...50

    Consideraes Finais .60

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    Introduo

    A proposta surge pela motivao de aliar o encantamento perante os espaos fora

    do alcance do olhar urbanstico, o interesse pela recuperao destes e pelas formas de

    intervir na cidade, pelas situaes sociais e culturais especficas de cada lugar a intervir.

    Pretende-se recuperar como espao pblico, locais actualmente esquecidos e sobrantes

    da cidade contempornea, tendo a dissertao como tema de desenvolvimento: O casodos viadutos.

    Esta dissertao tem como objectivo entender o funcionamento de espaos

    pblicos informais, identificando os fluxos na vida urbana e no desenho da cidade.

    Critica-se o planeamento urbano dos modernistas, evidenciando o caso dos viadutos. O

    objectivo principal passa pela demonstrao do potencial espacial encontrado nosespaos por baixo dos viadutos, na medida em que estes espaos, em determinados

    casos, constituem-se como parte integrante da cidade, abandonada, mas essencial na

    expanso da malha urbana, se reintegrada no espao pblico. Pretende-se compreender

    o planeamento actual e a forma ideal de tornar estes espaos outra vez pblicos, de

    requalificao e desenvolvimento sustentvel, ambicionando alcanar benefcios

    econmicos, culturais e sociais, provenientes da requalificao do espao pblico. Em

    suma, pretende-se perceber o que so e como surgem estes espaos residuais nas

    cidades contemporneas; reflectir sobre o impacto destes espaos na cidade e as formas

    de apropriao, num encontro entre a arquitectura e a participao cvica, valorizando

    este tipo de informalidades.

    A marginalizao do territrio encontra-se normalmente associada a uma

    representao de lugares que apresentam condies de acessibilidade ou infra-

    estruturao deficitrias, que acumulam actividades ou populaes que se viram

    abandonados pelos investimentos. Sendo a sustentabilidade ambiental, educacional,

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    medida em que podem constituir-se espaos ldicos, mais concretamente ligados s

    actividades sociais. Estes espaos podem constituir-se numa pea fundamental na

    expanso da cidade, na conjugao dos elementos que compem esta, cozendo a malha

    urbana outrora rasgada pela construo de infra-estruturas virias.

    A metodologia para o estudo deste tema composta por levantamento

    bibliogrfico relacionado com o urbanismo, arquitectura e sociologia. O levantamento

    refere-se a espaos pblicos, abertos, que comportam actividades de lazer ou outras,

    sendo estes espaos resultantes de operaes de restruturao e requalificao urbana

    onde surjam por baixo de viadutos, analisando-se o impacto que declamaram no local.

    A recolha de informao implicou a pesquisa em arquivos e web. Desta pesquisa

    resultaram peas desenhadas, escritas, imagens e bibliografia. A informao recolhida

    sintetizada, sendo direccionada s problemticas encontradas nos espaos sobrantes e

    frmula encontrada para resolver esta cicatriz. As imagens ilustram a ideia do projecto e

    as peas escritas, e desenhadas, descrevem as questes programticas e funcionais dos

    projectos seleccionados.

    Na seleco de projectos seguiram-se determinados critrios: espaos pblicos,

    abertos; espaos resultantes de operaes urbansticas; espaos por baixo de viadutos.

    Pretende-se analisar os que englobam actividades diversificadas, ao contrrio de

    algumas situaes onde a interveno remete-se unicamente para a criao de

    percursos pedonais de atravessamento.

    O presente trabalho desenvolve-se em cinco captulos, onde, no primeiro, releva a

    motivao de anlise e contedo desenvolvido para alcanar os objectivos propostos; No

    captulo seguinte, aborda-se a evoluo e origem dos espaos sobrantes e as alteraes

    ocorridas nas cidades, bem como, a caracterizao do espao sobrante. O terceiro

    captulo enquadra-se no modelo de planeamento contemporneo, da necessidade de

    requalificao do espao pblico e da reintegrao de infra-estruturas na malha urbana.

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    O espao sobrante da cidade ps-moderna

    O processo de formao do espao sobranteO conceito de vazio urbano

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    O espao sobrante da cidade ps-moderna

    O processo de formao do espao sobrante

    O Movimento Moderno afirmou-se na dcada de 20 e teve entre os seus principais

    objectivos o zonamento da cidade. No fundo, esta ideologia ganha mais fora aps o

    CIAM de 1933 (Congresso Internacional da Arquitectura Moderna), sendo fortalecida na

    Carta de Atenas, que consolidava uma srie de aspiraes comuns s vriasmodernidades do Movimento Moderno, propondo a sectorizao urbana, dividindo

    funcionalmente a cidade segundo, residncia, trabalho, lazer e circulao.

    A primeira etapa do modernismo, que ocorre entre a primeira e a segunda guerra

    mundial, compreende o momento de experimentao, de formulaes tericas, de

    destruio e abandono do quarteiro, da rua e at da prpria praa; que em seu lugar se

    propem as tipologias da torre, da banda e do bloco1 pousados em extensas reas

    verdes desconectadas da rua. Como resultado tem-se uma cidade que deixa de se

    organizar como mistura funcional para se dividir em zonamentos rgidos; e em que se d

    a quebra de integrao recproca dos vrios elementos morfolgicos que constituem a

    estrutura urbana

    2

    .

    O perodo desde o fim da Segunda Guerra Mundial, at aos anos setenta,

    corresponde segunda etapa da arquitectura e urbanismo moderno. A necessidade de

    reconstruo, associado ao desenvolvimento econmico, conduz a um processo de

    crescimento acelerado e extenso, bem como, disperso da cidade, aproveitando-se

    dos vazios da periferia para construir, na sua maioria, edifcios de habitao, pondo emprtica os preceitos da Carta de Atenas

    Os maiores problemas do urbanismo moderno, que originam o espao sobrante,

    tm como ponto de partida, as novas tipologias construtivas e as novas formas urbanas

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    aspirava a ser usufrudo, e por isso, com o passar do tempo, ele revela-se numa sobra,

    num espao residual, um vazio nocivo no meio dos edifcios3. O outro grande factor a

    obsesso com a arrumao dos usos. Esta segregao do espao e dos usos, segundo

    sistemas de circulao, habitao, trabalho, equipamentos, lazer, etc.; espalhados pelo

    territrio segundo uma lgica prpria, resulta na automatizao e independncia fsica

    dos vrios sistemas entre si, ou seja, os vrios elementos que estruturam a cidade

    deixaro de se relacionar espacialmente e formalmente.4 Esta ideologia de cidade

    moderna, de conjuntos de sistemas autnomos que formam a cidade moderna, no seencontram numa matriz comum5 e vo contra os aspectos definidores da cidade

    tradicional.

    Existem outros factores que tambm encontram-se associados ao movimento

    moderno e que despoletam o processo da formao dos vazios urbanos. Estes devem-

    se, essencialmente, a trs grandes factores que se encontram inter-relacionados: adescentralizao industrial, a mobilidade e as polticas que regeneraram o mercado

    imobilirio.

    O apogeu da industrializao, definido pelo aumento da descentralizao das

    instalaes industriais do ncleo urbano, surge pela necessidade de novos complexos

    industriais que dependiam de melhores condies de transporte e mobilidade, a fim de

    aumentar a produo. Estas mudanas, tanto para a localizao da fbrica como das

    habitaes, representam alteraes feitas no tecido da cidade e na disperso da

    populao. A cidade fsica estendia-se horizontalmente a uma distncia cada vez maior

    do centro da cidade. A deslocao das instalaes industriais, a partir do ncleo urbano,

    causou efeitos posteriores sobre moradores da cidade, mudando a composio urbana

    das cidades, bem como as suas vivncias, onde os centros das cidades passam a

    acumular terrenos industriais em desuso e edifcios abandonados.

    A fim de aumentar a eficincia de produo, as famlias de classe trabalhadora

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    Um dos grandes problemas da cidade moderna idealizada foi encarar a circulao

    como condio urbana central, onde o automvel assume o papel principal, o meio de

    locomoo primordial. Aliado a esta devoo estavam as novas tecnologias dadas pela

    revoluo industrial; infra-estruturas que permitiam um forte impulso na mobilidade e na

    expanso da cidade. Alm de fornecer as infra-estruturas como meio dos moradores

    desocuparem o ncleo e migrarem para fora da cidade, o novo sistema virio tambm

    alterou drasticamente a paisagem urbana para os moradores que permaneceram. Muitos

    bairros da cidade foram divididos ou destrudos. A auto-estrada apresenta-se como umacicatriz na malha urbana que causa um desagradvel rudo, pontos de vista obstrudos e

    congestionamento, fazendo com que diminuam os valores dos imveis residenciais

    adjacentes e o espao intersticial entre a rodovia e os bairros torna-se negligenciado.

    Com a maior utilizao do sistema rodovirio moderno de deslocao, a rua tradicional e

    as antigas rotas mercantis das cidades ps-industriais, perdem o seu ritmo, o seu

    domnio econmico, sendo obrigadas a adaptar-se aos novos costumes, isto , o sistema

    at ento existente deixa de funcionar, e por isso, alteram-se os ritmos da cidade,

    alteram-se as actividades sociais e econmicas, como tambm, a prpria imagem da

    cidade.

    Devido ao aumento de automveis, a cidade teve de adaptar-se e fazer ajustes

    virios. Estes ajustes originaram bairros e espaos urbanos obstrudos, rasgados pela

    criao de infra-estruturas virias, onde o conjunto residencial ou bairro, torna-se

    desequilibrado e o peo fragilizado, dando assim origem aos espaos sobrantes. A

    preocupao era criar as melhores condies para as vias automveis, de assumir a

    cidade como uma infra-estrutura determinante no desenho e expanso da cidade, de

    atravessar os seus limites, sempre acompanhada pelo automvel. A flexibilidade destasredes virias deu origem disperso urbana, distanciando o convvio e a relao com a

    cidade, obrigando as actividades urbanas a adaptar-se a estas, no modo de circulao e

    de vivncia na cidade. Considera-se que o carcter mutante da paisagem urbana mais

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    anos sessenta, surgem diferentes geraes de arquitectos, historiadores, socilogos e

    crticos, tais como os Team X, Henri Lefebvre, Jane Jacobs ou Christopher Alexander7,

    que tm como objectivo combater a ideia de cidade funcionalista segregada, voltando as

    suas atenes para as problemticas do urbanismo bem como a conexo de funes.

    Os Team X surgem, durante o X CIAM, como contestao e critica aos princpios

    da Carta de Atenas, promovendo o debate do conhecimento, da diversidade de

    abordagens e vises como mtodo de arquitectar, procurando estabelecer uma nova

    atitude humanista aliada ao progresso e tecnologia, sem se prenderem a padres

    universais. No principio da sua actividade como equipa, e ainda antes de serem

    conhecidos por Team X, surge o manifesto Doorn (1954). Conscientes do progressivo

    esquecimento das solues tradicionais, das relaes sociais e do prprio tecido da

    cidade, estes assumem que a metodologia de projectar deve passar, acima de tudo, por

    analisar a particularidade do local. Como crtica s quatro funes da Carta de Atenasso propostas quatro escalas: a casa, a rua, o bairro e a cidade, onde as relaes

    humanas assumem o papel principal. A reflexo parte de uma escala menor, das

    relaes entre a casa e a rua, onde o residente o centro das prticas sociais e culturais,

    das questes espaciais que lhe permitem a apropriao, e assim, da vivncia do espao

    pblico.

    Henri Lefebvre condensa, num artigo publicado na revista LArchitecture

    dAujourdHui8, uma comparao entre a cidade tradicional e o resultado do urbanismo

    moderno, onde defende a rua tradicional como espao social, de circulao, de troca e

    encontro, em contraposio com o dilogo entre o espao contemporneo e as prticas

    sociais, demonstrando que estas prticas no conseguem processar-se no espao.

    A crtica violenta ao Movimento Moderno que a jornalista Jane Jacobs condensa

    no seu livro A Morte e Vida das Grandes Cidades Americanas, nos anos sessenta,

    colabora com o fim da mentalidade do urbanismo moderno, bem como das suas

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    produz nefastas consequncias para os habitantes9. Para Jacobs, o bom funcionamento

    das grandes cidades depende da mistura de funes. A jornalista e crtica, no tem o

    propsito de propor uma soluo da cidade moderna nem de afirmar como seria a cidade

    ideal, mas sim de criticar, de apontar para os erros do urbanismo moderno.

    Tal como Jacobs, segundo Lamas, Christopher Alexander tambm no

    apresentou nenhum sistema concreto de como se deveria organizar a cidade, mas, o seu

    artigo A City is not a Tree10 contribuiu imenso para o urbanismo, bem como para a

    crtica do funcionalismo e da cidade moderna. Neste artigo, Christopher distingue as

    cidades naturais e artificiais: a natural que resulta dum processo de evoluo lento,

    enquanto a artificial, que resultado de um planeamento, demonstrando os problemas da

    sectorizao da cidade moderna e os factores sociais aliados a este.

    Dadas as criticas, discusses e congressos realizados, desenrolam-se novas

    linhas de aco de modo a combater o impacto negativo que as aces dos arquitectos e

    urbanistas modernos tiveram na cidade. Estas linhas passam essencialmente por

    recuperar as relaes morfolgicas que haviam caracterizado a cidade tradicional11, na

    recuperao da sua integridade fsica, funcional e social12,pela mistura de funes, a

    partir da reviso das redes virias como a densificao da edificao, alertando para que

    a cidade no seja demasiado planificada e que esta deve focalizar-se mais nos seuslimites.

    sabido que os efeitos da mobilidade deram a possibilidade de criar e gerar

    conexes outrora difceis, quebrando fronteiras, permitindo trocas sociais, culturais e

    econmicas, mas, no entanto, seccionou a cidade, obstruiu e fragmentou o espao,

    retirou o papel do transeunte, contribuindo para novas vivncias, novas morfologias e,

    sobretudo, maior isolamento entre cidados. Nesta dissertao, a principal preocupao

    passa por evitar os efeitos prejudiciais originados pelas infra-estruturas virias, de

    eliminar os espaos obsoletos, de preservar a identidade, de integrar a infra-estrutura no

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    O espao sobrante da cidade ps-moderna

    O processo de formao do espao sobrante

    O conceito de vazio urbano

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    O espao sobrante da cidade ps-moderna

    O conceito de vazio urbano

    Existem vrios termos utilizados nos estudos recentes destes vazios - friches

    urbaines, terrain vague, wastelands, derelict lands, tierras vacantes- estes apresentam as

    diferentes possibilidades de compreenso deste fenmeno, no entanto denomina-se,

    aqui, por vazios urbanos, de forma a obter uma compreenso comum acerca dosaspectos que constitui estes espaos.

    Ignasi de Sol-Morales dedica-se ao estudo e crtica destes fenmenos urbanos

    contemporneos, das configuraes nos espaos caracterizados pela ausncia,

    acompanhado por uma sensibilidade distinta sobre a viso destes vazios urbanos das

    grandes cidades. A considerao de Sol-Morales para com estes espaos foi dada a

    partir da viso e percepo dos fotgrafos, dos anos 70, para a presena esttica dos

    espaos e a forma como visualizavam a cidade atravs da fotografia. A compreenso que

    temos dos objectos atravs da imagem mediatizada, uma percepo reelaborada pelo

    olho e pela tcnica fotogrfica13, e o mesmo sucede com a cidade. atravs destas

    imagens, do contacto directo, de experincias pessoais adquiridas que somos capazes

    de receber indcios, impulsos fsicos que dirigem, numa determinada direco, a

    construo de um Imaginrio que estabelecemos14.

    Em francs, terrain, tem um carcter de uma poro de solo urbano, extenso, com

    limites precisos e a possibilidade de ser edificvel, no entanto, tambm poder ter limites

    indefinidos, contudo, e em ambos os casos, apresenta-se como um espao expectante ede elevadas potencialidades de aproveitamento; j a palavra vague, tem um sentido de

    vago, de vazio, liberto de alguma funo ou actividade. Resumindo, terrain vagueencara-

    se como uma fraco de terreno expectante, que foi sujeito a mutaes ao longo do

    t t t i lid d b j i ( )

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    locais inseguros e improdutivos, onde o seu nico rendimento a imagem negativa que

    oferece cidade. Este mostra-se como um terreno por explorar, que no deu resposta a

    qualquer procedimento, no tempo e no espao, mas apresenta um potencial valioso que

    a memria; a memria de que algo aconteceu num determinado espao, a partir de

    matrias encontradas neste, que conta a histria de uma paisagem gerada ao longo do

    tempo. Este , portanto, um paradoxo, pois por um lado temos uma mensagem negativa

    do espao, impreciso, indeterminado e incerto, mas por outro lado ele cheio de

    potencialidades e expectativas.

    Assim, terrain vague tambm o encontro entre o passado e o presente, da

    identidade e a memria local. Terrain Vague permite uma observao positiva e

    estimulante, desperta um interesse na reinterpretao do local e da cidade, na elevao

    dos conceitos de diversidade e descontinuidade urbana como fundamentais no processo

    gerador e funcional, que tem vindo a formar a cidade, sobre estas situaes urbansticas,em que geralmente, numa primeira observao, so tomadas como negativas e

    problemticas

    Para melhor entender os vazios urbanos importante saber como classifica-los,

    diferenciando as caractersticas que cada vazio pode possuir. Esta caracterizao, dada

    por Andrea Rojas16, demonstra que cada vazio urbano representa a sua prpria rupturano tecido urbano, definindo estes vazios por geogrfico, funcional e fenomenolgico.

    O vazio geogrfico representa-se por uma ruptura no terreno, devido s

    caractersticas topogrficas naturais, tais como, rios, vales, colinas, entre outros

    elementos que conformam a topografia, estes tendem a condicionar a construo. Este

    vazio representa uma quebra nas condies urbanas. Em contraste com o ambiente

    urbano, estes vazios destacam-se pela capacidade de sustentar consistentemente a

    vegetao e outras formas de vida selvagem. Essas reas so muitas vezes vistas como

    uma "fuga" da cidade, utilizadas como recreio, relacionado com a natureza, e apesar de

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    fantasmas, amontoadas por edifcios abandonados, a que denominam por armazns, e

    por edifcios despidos de vida e manuteno, que oferecerem-se marginalizao.

    Os vazios fenomenolgicos so vazios originados por catstrofes naturais que

    destroem a cidade a partir de um evento individual. Este caracterizado por um espao

    construdo pelo prprio fenmeno, pelo contexto e histria, sem o domnio da

    funcionalidade urbana e das suas mutaes.

    Estes trs tipos de vazios representam uma ausncia, distinta, da condiohumana, no entanto, este cenrio tende a alterar, pois comea-se a compreender as

    condies e caractersticas que definem estes vazios, comea-se a experimentar a unio

    destes e a dar forma a estes vazios. Sendo a construo difcil, nos vazios geogrficos,

    e a sustentabilidade ambiental importantssima para a cidade, assiste-se ao aumento de

    projectos para estes vazios, essencialmente como espao de lazer, onde as zonas

    pavimentadas so cuidadosamente determinadas, bem como, condicionadas.

    Esta dissertao centra-se no vazio funcional, onde encontra-se, muitas vezes,

    associado ao geogrfico. Este vazio, a que refere-se a presente dissertao, cresceu

    acompanhado pela descentralizao industrial, tendo criado razes e tornado numa

    paisagem aceite pela comunidade, dentro do ambiente urbano. Os vazios urbanos podem

    ter diversas caractersticas, tamanhos e formas. Na cidade ps-industrial, os vazios

    urbanos no tm limites, sendo que cada vazio tem o seu prprio carcter, que uma

    reflexo, sobre a histria e o contexto local. Assiste-se a um amontoamento de espaos

    no utilizados nem reclamados, edifcios em estado runa, terrenos baldios, espaos de

    transio negligenciados e estacionamento por baixo de gigantes infra-estruturas que

    contribuem para a composio da m imagem da cidade. O espao sobrante surge comoa oportunidade de rescrever e interpretar a histria dum local, ou mesmo, de dar um final

    histria, de um stio inacabado. Esta uma necessidade da cidade, de requalificar e

    potencializar os espaos sobrantes e, se isso no se suceder, a cidade arrisca-se a

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    High LineA8ernA

    Manguinhos

    Concluso Parcial dos casos de estudo

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de estudoHigh Line | New York| James Corner Field Operations & Diller Scofidio + Renfro

    O projecto High Line de New York transforma uma runa ps-industrial

    abandonada e esquecida nos limites de Manhattan, num espao pblico longo e

    prspero. O projecto foi amplamente organizado e financiado pela cidade de New York epelos Amigos do High Line. Os Amigos doHigh Lineso um grupo sem fins lucrativos,

    dedicados preservao e reutilizao da estrutura histrica do High Line.

    Field Operations, um atelier de arquitectura paisagista, liderado por James Corner,

    trabalha no projecto em estreita colaborao com o conceituado atelier de arquitectura

    Diller Scofidio + Renfro. Vencedores do concurso da High Line 2004, foram

    seleccionados para administrar todos os aspectos do projecto. O primeiro segmento da

    High Line foi inaugurado em 2009.

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de estudoHigh Line | New York| James Corner Field Operations & Diller Scofidio + Renfro

    7- Imagem area da High Line 8- Imagem area Chelsea, High Line

  • 7/25/2019 O Espao Sobrante - o Caso Dos Viadutos

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de EstudoHigh Line | New York | James Corner Field Operation & Diller Scofidio + Renfro |

    A High Line um antigo caminho-de-ferro, histrico, ps-industrial, com uma

    extenso de 1,5 quilmetros, elevado ao longo de vinte e dois quarteires da zona Oeste

    de Manhattan. Este viaduto liga a rede ferroviria aos mercados e instalaes industriais,

    atravessando vrios edifcios, desde o distrito de Meatpacking at estao ferroviriaao lado do rio Hudson. Este caminho-de-ferro foi construdo com fim a descongestionar o

    trnsito e aliviar o ambiente urbano que por baixo passava, em Manhattan. Com as

    alteraes de produo e circulao de mercadorias, da sociedade ps-industrial, esta

    linha de comboio elevada, de uso privado, foi desactivada e cedeu s foras da natureza.

    A caracterstica mais visvel desta estrutura passou a ser a natureza que cobre toda a

    sua plataforma elevada, onde, mesmo abaixo, os moradores e visitantes da cidade

    poderiam ver as rvores que brotavam e a vegetao que superou as guardas laterais.

    O projecto High Line transforma este caminho-de-ferro, elevado, num parque

    pblico linear, que envolve o pedestre atravs de inmeros programas de lazer. Segundo

    James Corner, o projecto foi "inspirado pela melanclica e indisciplinada beleza dessa

    runa ps industrial17tendo descoberto a beleza da High Line, onde a natureza envolveu

    o que um dia fora uma pea vital da infra-estrutura urbana "18. Atravs do conceito de

    agri-tectura19, a estratgia de design passou por "combinar materiais orgnicos de

    construo numa mistura de propores que acomoda a natureza, o cultivo, o ntimo e o

    social "20. Assim, o projecto amplia os limites da urbanidade, promovendo a interaco de

    componentes urbanos e vegetais, atravs do uso de uma nova placa de beto pr-moldadoas placas so individuais, com juntas abertas e extremidades afuniladas, que

    incentivam o surgimento da vegetao selvagem21 - que compem e interliga o

    pavimento com o sistema de plantao, permitindo assim uma transio suave, bem

  • 7/25/2019 O Espao Sobrante - o Caso Dos Viadutos

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de estudo

    High Line | New York| James Corner Field Operations & Diller Scofidio + Renfro

    10- Antigo comboio na High Line 11- High Line em ps funcionamento

  • 7/25/2019 O Espao Sobrante - o Caso Dos Viadutos

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    De acordo com Diller Scofidio + Renfro, "O novo parque interpreta sua herana"23

    .Mantiveram-se os trilhos originais - a estrutura foi remodelada e retornou ao seu local de

    origem, como conjunto da rea de plantao - e as comunidades de plantas so

    baseadas na paisagem natural da High Line. Foram tambm introduzidas novas espcies

    no projecto para garantir que a vegetao represente uma mistura de "selvagem, nativo,

    resilientes, paisagens e de baixa manuteno, com grande diversidade e resistentes s

    mudanas sazonais"24. Outra caracterstica importante do projecto diz respeito aos

    materiais empregues na execuo do High Line Park, onde todos eles, desde as

    placas de beto do piso at a madeira ip - foram seleccionados em funo dos

    seus ciclos de vida, pois so materiais que garantem longevidade.

    A High Line oferece aos seus usurios vrios elementos programticos e

    conexes com a actividade urbana, existente abaixo do viaduto. O projecto representa

    uma rede ntima de percursos, praas, jardins, exposies de arte, reas de estar e de

    contemplao. O projecto tambm oferece inmeras oportunidades para o usurio

    interagir visualmente e fisicamente com a paisagem urbana abaixo. Exemplo disso a

    praa da 10th Avenue, que possui uma janela, grande, voltada para a rua, oferecendo

    aos visitantes a possibilidade de interagir com a actividade urbana. Dos espaos sob ocontrolo pblico, a maioria so cruzamentos de ruas, e portanto, so pontualizados por

    passagens destinadas ao pblico, para aceder plataforma elevada da High Line, de

    forma a garantir uma melhor comunicao entre o viaduto e a rua, como tambm, de

    proporcionar um ambiente seguro, cmodo e agradvel para o transeunte.

    Visto que muitos dos espaos encontrados por baixo do High Line so depropriedade privada, so propostos a apresentao de planos econmicos viveis, aos

    proprietrios adjacentes, de forma a incentiva-los a promover programas e usos sob a

    High Line, com o objectivo de criar um ambiente acolhedor, bem como, servir as

  • 7/25/2019 O Espao Sobrante - o Caso Dos Viadutos

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    De repente, aquilo que era considerado um incmodo na cidade tornou-se numa

    atraco, num espao pblico de elevado interesse, que baseia-se no contexto da prpria

    actividade urbana bem como nas componentes histricas do local. Assim, no s foi

    redesenhada a cidade, como tambm, o viaduto aproximou-se da populao, bem como

    do transeunte, oferecendo uma diversidade de usos e lazer. Depara-se ser extremamente

    importante o respeito e preservao da imagem, historia, memria e identidade do

    patrimnio edificado um antigo caminho-de-ferro elevado que sucumbiu no tempo e

    cedeu natureza que l floresceucomo forma de integrao na cidade, bem como, derelao com a comunidade envolvente. Deste projecto retira-se a sensibilidade para com

    o local, para com as relaes entre o transeunte e os determinados locais programticos,

    distribudos por todo o percurso da High Line, da relao com a cidade - a vida, a

    actividade urbana e os seus edifcios - entrelaada com a harmonia da natureza

    espontnea que envolveu este caminho-de-ferro antigo, bem como da sua memria,

    que nos transporta no tempo e no espao, colaborando na relao com o patrimnio

    construdo.

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de estudo

    High Line | New York| James Corner Field Operations & Diller Scofidio + Renfro

    13- Imagem area da 10 Avenue Square 14- 10 Avenue Square vista da rua

  • 7/25/2019 O Espao Sobrante - o Caso Dos Viadutos

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de estudo

    High Line | New York| James Corner Field Operations & Diller Scofidio + Renfro

    16- Espao de contemplao

  • 7/25/2019 O Espao Sobrante - o Caso Dos Viadutos

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    High Line

    A8ernA

    Manguinhos

    Concluso Parcial dos casos de estudo

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de Estudo

    A8ernA | Koog aan de Zaan |NL Architects

    Koog aan de Zaan uma vila situada numa provncia no norte da Holanda,

    Zaanstad, e que faz parte da rea metropolitana de Amesterdo. No final da dcada de

    setenta, a regio de 136.000 habitantes e de forte tradio industrial, viu-se cortada em

    duas pela construo de uma nova auto-estrada, a A8, que rompia o tecido urbano de

    forma abrupta; a igreja ficou para um lado e a Cmara Municipal para o outro. Alm do

    corte no territrio, o espao sobrante em baixo do viaduto revelou-se um verdadeiro

    resduo urbano, sem perder, no entanto, o seu potencial de voltar a unificar a vila.

    Estimulado pelo potencial destas zonas baldias e obsoletas da malha urbana, no

    sentido de atribuir a importncia necessria ao espao pblico, surge, em 2000, o

    concurso para o Prmio Europeu do Espao Pblico Urbano, que destaca, bianualmente,

    projectos de conservao e requalificao da cidade. Um dos projectos vencedores foi

    exactamente o A8ernA dos NL Architects que, pegando no enorme vazio causado pela

    infra-estrutura viria, actuou segundo um jogo de usos mistos, de necessidades einteresses da populao vizinha, em transformar aquele espao baldio no ponto focal,no

    centro do acontecimento urbano da vila.

  • 7/25/2019 O Espao Sobrante - o Caso Dos Viadutos

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de Estudo

    A8ernA | Koog aan de Zaan |NL Architects

    20- Segregao entre a Igreja e a Cmara 21- Viaduto em construo

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de Estudo

    A8ernA | Koog aan de Zaan |NL Architects |Projecto

    Aps trinta anos de abandono, o viaduto deparou-se com uma mudana de

    atitude, ao estimular os novos usos da vida urbana para uma interveno optimista,

    baseada nos desejos e sugestes dos moradores, que aspiravam por um lugar central deuso misto, em contraste com o tpico baldio e perifrico espao de estacionamento. Foi

    ento com base nessas opinies da comunidade que se formou o documento A8ernA,

    que juntava o relato das demandas e necessidades do local, assim como veio dar nome

    interveno.

    As propostas vo desde lojas de flores e peixe, supermercado, estacionamentopara 120 carros, parque e galeria de graffiti, sendo que a planta foi desenvolvida segundo

    uma colaborao entre o governo local e a populao. O projecto adicionou galeria,

    uma rampa de skate, campo de futebol, basquetebol, e ainda um ptio coberto e uma

    paragem de autocarro, para dar resposta a duas ruas transversais que atravessam a

    infra-estrutura. O programa termina com uma plataforma panormica que permite uma

    vista sobre o rio e um pequeno porto. A construo densa ao longo das margens dos rios

    impede a interaco do pblico com o Rio Zaan, e portanto, introduzido este mini porto,

    escavado da terra por baixo do viaduto, que projecta reflexos animados para o "tecto"

    como permite aproximar a comunidade ao rio, desenvolver actividades e contemplar a

    vista.

    A vegetao redundante foi retirada da praa em frente Igreja, tornando-se num

    espao muito mais aberto, livre, atraente e utilizvel, oferecendo a possibilidade de

    realizarem-se mercados e feiras no local, tornando-se um ponto de encontro animado. A

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de Estudo

    A8ernA | Koog aan de Zaan |NL Architects

    23- Viaduto antes da requalificao 24- Viaduto ps requalificao

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    O viaduto oferece a oportunidade de reintegrao com a aldeia, tornando o baixo

    do viaduto o centro de actividade social. Deste modo, ao saber aproveitar as

    potencialidades do espao residual, a auto-estrada elevada permite uma nova integraocom a malha da vila, mostrando que para activar este tipo de espaos necessrio

    desenvolver uma mistura de usos que assegurem a actividade local.

    Este projecto demonstra a possibilidade de reverter os preconceitos acerca das

    descontinuidades infra-estruturais, bem como, do entendimento destes espaos como

    inseguros ou imprprios enquanto espao pblico. Uma infra-estrutura no deve ser

    entendida como um limite, como um muro ou a marcao de uma fronteira, mas sim, um

    espao de transio, de paragem ou encontro. Esta permeabilidade faz do espao

    pblico um espao contnuo, comunicativo, criando inter-relaes com a envolvente; traz

    novas vivncias, comodidade e segurana ao transeunte. Este projecto tambm

    demonstra que a formalidade no a base de um espao pblico de sucesso, atporque, sendo Koog aan de Zaan uma vila residencial, com forte tradio industrial,

    considera-se que a formalidade est para alm das suas prioridades, das necessidades e

    desejos da comunidade local. Assim, aproveitando o baixo do viaduto e antigo parque de

    estacionamento, conseguiu-se um espao pblico, de dilogo entre a envolvente,

    promovendo o encontro entre as diferentes classes sociais e etrias, atravs de

    ocupaes e prticas informais.

    .

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de Estudo

    A8ernA | Koog aan de Zaan |NL Architects

    26- Estacionamento do baixo do viaduto 27- Recuperao do baixo do viaduto

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de Estudo

    A8ernA | Koog aan de Zaan |NL Architects

    29- Skate Park 30- Espao de reunio

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    High Line

    A8ernA

    Manguinhos

    Concluso Parcial dos casos de estudo

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de Estudo

    PAC Manguinhos | Complexo de Manguinhos, Rio de Janeiro |Projecto

    O projecto para a elaborao do Plano de Desenvolvimento Urbano e Social, para

    o complexo de Manguinhos, surgiu a partir de iniciativas do Governo da cidade do Rio de

    Janeiro, segundo as directrizes do programa PAC (Programa de Acelerao do

    Crescimento)integrao urbana, regularizao fundiria e incluso social.

    A partir dos anos 80, o local ressente-se a nvel econmico e social. Com a

    desindustrializao, as fbricas at ento existentes em Manguinhos, migram para outros

    locais, deixando para trs edifcios e amplos espaos de ningum; estes vazios, com o

    passar do tempo, foram vandalizados, e utilizados segundo prticas ilegais, causandouma maior insegurana no local. Um dos grandes problemas do local est ligado aos

    altos nveis de violncia, crime, de disputa territorial entre gangues, representando, em

    larga escala, os problemas sociais. A criminalidade, o medo e a morte, atingem nveis to

    altos que a sua artria principal, a avenida Leopoldo Bulhes, denominada por Avenida

    da Morte, e ao local onde se implementa este projecto era chamado Faixa de Gaza.

    O complexo de Manguinhos composto por dez comunidades (favelas) com uma

    populao de vinte e oito mil habitantes, inseridos em cerca de quatrocentos hectares,

    sendo a rea de interveno de mil e quatrocentos hectares. O projecto insere-se a Norte

    da cidade e cruza os principais pontos de acesso cidade do Rio de Janeiro. Este

    intersectado por uma via rpida, um rio e um caminho-de-ferro, que funciona como uma

    barreira, sectorizando o espao.

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de Estudo

    PAC Manguinhos | Complexo de Manguinhos, Rio de Janeiro |Projecto

    34- Imagem area da antiga linha frrea

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de Estudo

    PAC Manguinhos | Complexo de Manguinhos, Rio de Janeiro |Projecto

    O projecto PAC Manguinhos incorpora os quatros pontos fundamentais do

    programa nacional de urbanizao de favelas: a integrao urbana, regularizao

    fundiria, incluso social e meio ambiente. As principais linhas de aco da interveno

    passam por acabar com a segregao da cidade, imposta pela linha ferroviria,

    terminando com as reas isoladas. Assim, era necessrio melhorar a conectividade de

    toda estrutura urbana, articulando atravs de lgicas heterogneas, respeitando a histria

    de cada lugar. Dados os problemas sociais, era imperativo que o espao fosse acessvel,

    bem como usufrudo por todas as classes sociais, procurando a participao da

    comunidade. Todas estas medidas tm como objectivo a renovao da imagem dacidade.

    O Plano de Desenvolvimento Urbano e Social parte da definio dos limites da

    rea de interveno, da anlise da sua complexidade geogrfica, topogrfica, infra-

    estrutural e dos aspectos sociais; da definio de usos e prticas sociais informais,

    definindo normas de incluso dos bairros adjacentes, bem como de acessibilidade ereorganizao das centralidades.

    Alm do plano de desenvolvimento global, desenvolve-se, em particular, como um

    caso exemplar, a avenida Leopoldo Bulhes, o sector mais conflituoso, onde a linha-de-

    ferro sectorizou o espao. A Rambla, como denominada, encontra-se por baixo da

    linha-de-ferro elevada, e projectada para unir o centro cvico com a nova estao detransportes. Esta constitui a nova e forte imagem do local, na escala da cidade,

    representando a materializao de um novo tipo de espao pblico no local, conectivo e

    multifuncional. O elemento principal da proposta o prprio espao pblico, linear, onde

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de Estudo

    PAC Manguinhos | Complexo de Manguinhos, Rio de Janeiro |Projecto

    36- Imagem virtual da Rambla

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    Este espao pblico linear tambm pensado como um conector das zonas

    residenciais. Os programas estruturantes do projecto foram cuidadosamente definidos

    para atender as diferentes faixas etrias do pblico, de forma a actuar como umarticulador social, ambicionando atrair os moradores das favelas, bem como um pblico

    maior do seu entorno. No entanto, dentro deste quadro, a nfase proporcionar s

    crianas e adolescentes, atraces alternativas, para integr-los na comunidade e evitar

    que sejam seduzidos pela actividade da droga, que normalmente a origem de

    emprego nas reas pobres da cidade.

    Considera-se que este projecto aposta em revitalizar o espao, e acima de tudo,

    de resolver as problemticas sociais e a segurana, atravs da criao de uma estrutura

    que impulsione as inter-relaes sociais, o convvio e o lazer. H a noo da existncia

    de uma barreira, de uma ferida que deve ser cozida como oportunidade de criar relaes

    espaciais e sociais. Considera-se essencial a requalificao do espao por baixo do

    viaduto quando interlaado com as questes sociais, e principalmente, com a

    comunidade envolvente. A criao desta nova escala no espao, que comunica com as

    restantes partes, incentiva a participao cvica e valoriza o local.

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de Estudo

    PAC Manguinhos | Complexo de Manguinhos, Rio de Janeiro |Projecto

    38- Nova Estao de Transportes de Manguinhos

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Casos de Estudo

    PAC Manguinhos | Complexo de Manguinhos, Rio de Janeiro |Projecto

    40- Rambla em requalificao

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    Reintegrao do viaduto na malha urbana

    Concluso Parcial dos casos de estudo

    Nos casos de estudo, aqui apresentados, observa-se que todos tm como

    objectivo geral, integrar e articular as infra-estruturas no contexto da actividade urbana,

    reconvertendo estes novos espaos no centro de actividades sociais.

    Existe a percepo da existncia de um espao expectante e de elevadaspotencialidades de aproveitamento, que necessita da atribuio de um sentido, de uma

    funo ou actividade. Em todos os casos existe um aproveitamento das potencialidades

    do espao sobrante existente, superando o obstculo, que anteriormente se apresentava

    como uma infra-estrutura viria, que obstrua o espao, que rasgava o tecido urbano,

    colocando em causa as interaces e relaes sociais, bem como as relaes

    econmicas. H, portanto, uma necessidade de integrar estas infra-estruturas na malha

    urbana, de melhorar a qualidade ambiental e requalificar a paisagem construda.

    H uma vontade bem destacada neste tipo de requalificao: tornar o territrio

    permevel. De forma a estes novos espaos poderem tornar-se num conector social - um

    espao que acolha o transeunte, as zonas residenciais, comerciais e de servios, ou seja,

    que acolha a actividade urbana - estes tm de ser acessveis de forma cmoda, deter

    percursos distribuidores e diversidade de espaos e funes, suficientemente amplos,

    para que possam acolher actividades pblicas, sejam elas espontneas ou planeadas,

    sejam elas pblicas ou privadas.

    Considere-se que a High Line um projecto exclusivo para o ambiente urbano

    ps-industrial. Este representa um vazio funcional ps-industrial de sucesso, pois

    reintegra e articula o viaduto no contexto da actividade urbana; preserva e baseia-se em

    vrios componentes histricos do stio, tais como a reutilizao dos trilhos originais e o

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    A gigante estrutura High Line mantm-se, mas apesar de ser elevado muito acima

    do nvel da rua, este bem conectado, fisicamente e visualmente, e ao mesmo tempo

    separado da actividade de rua abaixo, superando assim o obstculo como seapresentava.

    O A8erna destaca-se devido ao facto de ser uma infra-estrutura viria que causa

    um grande vazio, um rasgo transformado no que mais habitual, um parque de

    estacionamento, no entanto, este consegue interligar-se com a aldeia, potencializando o

    local atravs de prticas e usos informais. Este oferece aldeia, koog aan de Zaan, um

    centro de usos mistos, a actividade urbana que no detinha. Sendo a aldeia um conjunto

    mais residencial, a proposta passou por combater a necessidade local, o que era

    realmente essencial para a vitalidade local, baseando-se na actividade juvenil para

    implementar os seus programas. A vegetao densa em torno da Igreja, e o baixo do

    viaduto, que actuavam como barreiras, so agora interligados, funcionando como um

    conjunto, dando a possibilitando os moradores terem uma melhor interaco e convivo noespao pblico criado.

    O projecto A8erna promove a interligao da praa da igreja com o baixo do

    viaduto, bem como, com a pr-escola, atravs de um percurso limpo, aberto, seguro e

    com muita actividade; no fundo, a criao de um novo centro. Atravs de uma

    ocupao segundo prticas informais, consegue estabelecer uma relao com osmoradores, apoiando-se nas necessidades destes.

    Considera-se o PAC Manguinhos uma boa proposta, com excelentes intenes

    para o local. O projecto ainda muito recente e no est totalmente concludo, mas

    acredita-se que far, com o tempo, a diferena no local, a nvel econmico, no combate

    aos problemas sociais e no desenvolvimento das relaes humanas. Julga-se que esteprojecto teve a total percepo da problemtica dos vazios urbanos, do problema e

    segregao que a linha ferroviria causava no local. Por isso, elevada a linha

    ferroviria, deixando o baixo desta para a actividade social, comercial, e a inter-relao

  • 7/25/2019 O Espao Sobrante - o Caso Dos Viadutos

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    atravs de lgicas heterogneas, promovendo a incluso social e influenciando a

    participao da comunidade.

    Entende-se que para activar e usufruir deste tipo de espaos necessrio

    desenvolver uma mistura de usos, cuidadosamente definidos, para que assegurem a

    actividade local, como tambm, para que exista uma sensao de segurana, pois se

    existe diversidade de usos e horrios, provavelmente existir diversidade de pblico a

    diferentes horas do dia, e assim, ser possvel obter-se um espao com uma presena

    constante, e poder-se- ter uma sensao de bem-estar e de segurana.

    O projecto apresentado na parte final desta dissertao segue certas linhas de

    pensamento e conceitos, abordando problemticas, bem como, variadas condicionantes

    que esto distribudas nestes trs projectos apresentados anteriormente. A ideia e forma

    de ocupao informal, destacada nos casos de estudo, vista como um potencial mtodo

    de requalificao e revitalizao do espao sobrante, de dilogo com a comunidadeenvolvente, que so uma parte essencial na recuperao destes locais, como espao

    pblico.

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    Estratgia de interveno sectorial

    Anlise

    Projecto

    Consideraes Finais

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    Estratgia de interveno sectorial

    Anlise

    O viaduto da Rua Duque de Loul situa-se no Porto, no limite do conjunto

    classificado como Patrimnio Mundial. Este viaduto, de pequena escala, foi construdo

    com o objectivo de descongestionar o trnsito do centro da cidade e esco-lo para a

    periferia. Anteriormente construo do viaduto, este conjunto, era composto pelo

    Recolhimento das Meninas Desamparadas, a actual Universidade Lusfona do Porto,

    associada a um grande jardim, que proporcionavam uma estrutura, um conjunto bem

    consolidado e bem delimitado pela Rua das Fontainhas. A necessidade de escoar o

    trnsito, que congestionava o centro da cidade, levou construo do viaduto na Rua

    Duque de Loul. Este viaduto no s veio melhorar a circulao, para fora da cidade,

    como tambm, veio fragmentar o quarteiro, impondo a sua infra-estrutura pesada sobreo antigo jardim, rasgando o terreno, sectorizando o espao, dando origem a um espao

    residual; no fundo, revela-se numa sobra de implantao. Alm de fragmentar e dar

    origem a espaos obsoletos, a forma e estrutura do viaduto desliga-se do conjunto antigo

    existente; a nvel de lgica urbana, das ruas e das suas construes,

    O espao resultante da construo do viaduto uma sobra, um espao deningum, indefinido e incerto, no uma sobra do mesmo, mas sim de um planeamento,

    de actuao segundo uma ideia. Como forma de amenizar o impacto deste, no local, bem

    como de atribuir-lhe uma funo, ou seja, numa tentativa de caracterizar o espao, e se

    possvel, de explorar-lhe economicamente, o baixo do viaduto transformado num

    parque de estacionamento. Sendo o baixo do viaduto um estacionamento, explorado pela

    Cmara Municipal do Porto, o espao associado a este ficou mais incerto e mais

    fragmentado, dada a explorao de outras entidades, privadas, como o caso das

    instalaes da Universidade Lusfona do Porto, que impem uma barreira entre o

    minsculo jardim e o espao residual

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    Os sistemas que compem o espao, bem como o ambiente urbano, deparam-se

    com um complexo conflito de escalas. Os elementos que estruturam, organizam e

    definem o sistema urbano, diferenciam-se; so caracterizados por escalas e tempos deconstruo diferentes, que causam a desordem do sistema, da imagem da cidade, bem

    como, a relao do transeunte com o local. Denota-se uma evoluo da arquitectura,

    como resposta s necessidades e funes da cidade, sem o consentimento de escala e

    imagem das construes antigas existentes. Apercebe-se que para dar resposta a este

    conflito de escalas, necessrio humanizar a cidade atravs de uma unidade de

    interveno; a criao de um sector humano25, de forma a que o Homem mantenha-se

    como controlador do espao urbano.

    Por meio das condicionantes, o espao revela imensas potencialidades. Observa-

    se que o viaduto, por ser elevado, garante permeabilidade do espao, como tambm,

    detm uma cobertura que assegura a proteco do transeunte que por baixo passa,

    assumindo-se como um espao com elevadas potencialidades de reunio e de encontro.

    Um dos factores que valorizam imenso este local a vista panormica para a cidade de

    Gaia, bem como para uma das marcas mais emblemticas do Porto, a Ponte D. Lus. De

    facto, considera-se como potencialidade, a localizao do baixo do viaduto, que est

    inserido num conjunto de construes de interesse patrimonial, tais como a Muralha

    Fernandina, a Ponte D. Lus, como tambm, a Igreja de Santa Clara. O local bemdotado a nvel de acessibilidades, sendo possvel aceder a este a partir das escadas dos

    guindais, da Rua do Miradouro - atravs de umas escadas antigas - bem como, a partir

    da Rua de S. Lus, Augusto Rosa e Duque de Loul.

    H portanto um conjunto de condicionantes que impossibilitam uma expanso

    consolidada do espao pblico e das inter-relaes deste conjunto, contudo, revelaelevadas potencialidades, de requalificao e de recuperao como espao pblico.

    Acredita-se que para solucionar esta cicatriz causada pelo viaduto, imperativo

    requalificar o baixo deste e o espao circundante, de forma a consolidar o espao

    E t t i d i t t i l

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    Estratgia de interveno sectorial

    Anlise

    Projecto

    Consideraes Finais

    E t t i d i t t i l

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    Estratgia de interveno sectorial

    Projecto

    A tentativa de recuperar como espao pblico, o espao sobrante, causado pela

    construo do viaduto da rua Duque de Loul, o ponto essencial no qual se concentra

    esta dissertao. Tendo como base os casos de estudo citados no captulo anterior,

    apresenta-se aqui uma anlise e proposta para o local o baixo do viaduto e envolvente

    prxima. Com este projecto pretende-se acabar com as problemticas do local, que

    tambm se assemelham aos casos de estudo apresentados anteriormente, que passa

    por requalificar o baixo do viaduto e recuper-lo como espao pblico; valorizar o espao

    sobrante, clarificando os seus factores e identidade territorial; fazer deste espao, um

    local de encontro, incentivando a participao da comunidade local; um local de

    passagem, inserido nos fluxos e mutaes da cidade contempornea e dar apossibilidade de, no futuro, poder expandir-se. Assim, pretende-se humanizar e

    harmonizar o vazio da cidade, aproveitando o tecto do viaduto para gerar espaos de

    qualidade, conforme os procedimentos estabelecidos, que entende-se ser as

    necessidades locais, aquelas que potencializam o espao e uma futura possibilidade de

    expanso.

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    45- Imagem area do sector de interveno

    46- Imagem area do sector de interveno

    Estratgia de interveno sectorial

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    Estratgia de interveno sectorial

    Projecto

    Requalificao do vazio

    O centro urbano detm espaos atractivos e bem frequentados; para alm das

    tpicas zonas de usos comerciais, surgem os espaos com identidade e carcter

    histrico, que atraem uma diversidade de pessoas bem como de actividades, quepossibilitam o acontecimento urbano, e assim, a revitalizao do espao. Dadas as suas

    caractersticas formais e a consciencializao da histria e do valor patrimonial do lugar,

    estas levam ao estmulo de conservao e sobrevalorizao do local, atravs de

    vontades de desenvolver actividades sociais e recreativas.

    Neste tipo de interveno , tambm, fundamental a requalificao do espaoenvolvente, inclusive as ruas circundantes, de forma a melhorar a qualidade do ambiente

    urbano, que neste caso, passa pelo prolongamento da Rua de S. Lus, tratando esta

    segundo uma ideia de espao partilhado, isto , promover a relao e partilha entre o

    peo e o automvel. Entende-se que esta rua, dada a sua poca construtiva e

    necessidades que apresentava na altura, no deve comportar estacionamento paralelo

    rua nem de desnveis entre passeio e arruamento, devido sua estrutura complexa.

    Minimizando os efeitos do trfego possibilita o controlo da rua pelo peo, que valoriza o

    local e melhora o sistema social e econmico.

    Entende-se que a interveno nos vazios urbanos deve manter, em certa medida,

    o espao vazio existente, isto , no deve ser totalmente edificado. A cidade necessita

    destes vazios, pois eles so os momentos de desafogo, de libertao da cidade

    edificada. Nem tudo deve ser preenchido, mas sim pensado, estruturado, com sentido e

    lgica. Estes espaos, na sua maioria, j detm determinadas caractersticas, bem como,

    potencializar este vazio A interaco social extremamente importante nesta proposta

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    potencializar este vazio. A interaco social extremamente importante nesta proposta.

    Tendo em conta as condicionantes do local, anteriormente anunciadas, e apercebendo-

    se das potencialidades e necessidades locaissejam as potencialidades fsicas do local,da escala do viaduto, das namoradeiras voltadas para a vista panormica, e as

    necessidades sociais, espaos prprios para encontro, de percurso, de lazer - considera-

    se que, para activar este espao e corresponder s suas necessidades, deve-se

    introduzir uma diversidade funcional de forma a cozer este fragmento. Ao contrrio das

    ideias modernistas, que sectorizavam as funes, aqui intende-se que para a vitalidade

    deste espao necessrio a mistura de funes, necessrio que seja heterogneo, que

    englobe variadas actividades, de modo a acompanhar os fluxos e as mutaes urbanas.

    fundamental que exista diversificao, diferentes pblicos e diferentes horrios, pois a

    cidade isso mesmo, diversificada, e quanto mais diversificada for, mais humana fica.26

    Considera-se que nenhum projecto e espao pblico sobrevive sem apoios financeiros.

    fundamental que estes espaos sejam apoiados por investimentos pblicos, bem comoprivados, de forma a prevalecer a sustentabilidade do local, os seus eventos e

    actividades, os seus acontecimentos e relaes sociais.

    A Norte do viaduto depara-se com uma rea seccionada, composto por um jardim,

    um anexo da Universidade e um espao residual, estritamente relacionados com as

    construes adjacentes, bem como, com o baixo do viaduto. Este um vazio residual,que necessita de uma forma, com vista a potenci-lo e inseri-lo no conjunto urbano. No

    entanto, considera-se que no por preencher esse vazio at exausto, que garante-

    se um espao pblico de sucesso, pois, como anteriormente referido nesta dissertao, a

    cidade necessita de espaos para respirar. O que se pretende ressaltar as

    potencialidades existentes do local, assumindo o seu jardim, que interpreta a memria e

    histria local, e dadas as novas necessidades, melhorar os seus percursos, permitir a

    permeabilidade de todo o conjunto, acabando com a segregao espacial.

    Este jardim nasce da memria bem como da incompatibilidade de dois

    Rua de So Lus bem como, dada a sua extenso, segundo um eixo N-S, permite

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    , , g , p

    aceder at Rua Alexandre Herculano, atravessando momentos de usos e ocupaes

    diversas.

    Estas intervenes no s devem integrar-se no tecido urbano, na colaborao da

    expanso do espao pblico, atravs de continuidades entre as malhas que compem a

    cidade, bem como servirem como ponto de encontro; devem incluir factores surpresa, na

    transio e relao destas malhas, destes espaos que diversificam-se. Este factor,

    tambm aqui proposto, remete-se para a permeabilidade das construes existentes nacidade antiga, tidas atravs de rasgos nos edifcios, funcionando como uma continuidade

    do espao pblico, de um percurso ldico, que relacionam-se com o transeunte e

    despertam a curiosidade, de descobrir o que existe para l daquela porta, que aps

    deixar levar-se pela emoo, encontra um espao aberto, com um belo ambiente de lazer

    e encontro.27

    48- Planta proposta (sem escala)

    ps-industriais, comeam a ressentir-se devido aos espaos largados ao abandono,

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    p p g

    consequncia directa das alteraes econmicas urbanas. Este ainda um tema actual,

    da cidade contempornea, onde depara-se com espaos rompidos, fragmentos dacidade. Os vazios urbanos so espaos que outrora, em certas ocasies, tiveram uma

    funo, mas deterioraram-se no tempo e no espao, encarando-se hoje como espaos

    expectantes, de requalificao e reintegrao na malha urbana, exibindo-se, dadas as

    suas potencialidades de acolhimento, como soluo dos novos modos de vida

    emergentes, suplicando uma alternativa cidade formal.

    Estes apresentam-se como pequenos espaos distribudos pela cidade, que

    germinam, associados aos fluxos e s mudanas dos processos de produo capitalista,

    crescendo nos espaos esquecidos ou ignorados dos planos urbansticos concretizados;

    so a consequncia das mutaes urbanas, fruto das transformaes causadas pelo

    Homem. Na sua generalidade apresentam-se como territrios abandonados, sobras da

    implantao de uma qualquer construo, margem de um possvel investimento

    rentvel e rejeitados pelas pessoas que compreendem o local como algo impreciso e

    inseguro.

    Distante dos espaos projectados e padronizados surgem estes novos espaos

    pblicos, distribudos pelo territrio, que comeam a dar um novo sentido paisagem

    quotidiana, atravs da reinveno do espao e das novas prticas que geram novos

    significados. Isto , os lugares banais e abandonados, buscam algo que os caracterize,

    procuram uma identidade com base nas suas fragilidades e potencialidades, onde na

    maioria das vezes, assumem-se como espaos oportunos de funes sociais informais,

    que actuam atravs da diversidade de actividades temporrias que muitas vezes so

    actividades sem horrio fixo, variando consoante a estao, aparecendo edesaparecendo consoante os ritmos e necessidades da vida quotidiana - tornam estes

    espaos em pontos de reunio, promovendo a sociabilidade e o relacionamento com o

    local Estes espaos so fundamentais na imagem da cidade como tambm na contnua

    Materializao

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    A proposta funciona como um todo. Atravs da sua materializao, busca-se

    relacionar os novos elementos com a estrutura do viaduto, com o jardim, as estruturas do

    baixo do viaduto, bem como toda a sua envolvente. Para isso opta-se por utilizar

    materiais com uma relao muito prpria com o local, com as pessoas e com a cidade,

    pois inserem-se no campo dos materiais e tcnicas tradicionais; assim, o pavimento

    proposto para o baixo do viaduto constitudo por paraleleppedos de granito, que se

    relacionam com toda a envolvente. Ainda no baixo do viaduto, os volumes propostospretendem acolher as actividades no local e criar um percurso de visita entre eles. Estes

    so constitudos por ripado de madeira na horizontal pois buscam a relao com o jardim

    e com a vista panormica sobre Gaia; assim, assume-se o baixo do viaduto como um

    elemento intermdio, onde os volumes propostos cozem, bem como agregam estes dois

    acontecimentos, o jardim, e a vista panormica. O facto de a estrutura ser em ripado de

    madeira, permite uma certa permeabilidade visual, despertando a curiosidade, como

    tambm, a possibilidade de leitura do conjunto. Estas novas estruturas no espao detm

    uma leitura informal, e para alm das relaes que configuram no espao, estes volumes

    parecem assumir-se como o sustento do viaduto, elevando-o e soltando o espao inferior.

    O jardim relaciona-se com o baixo do viaduto. Esta relao dada pela

    proximidade e acima de tudo pela materializao. Assim, o jardim apresenta-se por um

    percurso, constitudo por uma estrutura em ao e um tapete em madeira, elevado em

    relao ao solo, de forma a liberta-lo, deixando-o respirar. Esta estrutura elevada em

    relao ao solo, no sentido em que pretende valorizar este vazio e os vazios da cidade.

    Este jardim pretende assumir-se como ele ; um jardim nativo, que germinou

    naturalmente no espao e no tempo. Assim, este jardim marca a diferena, uma rupturacom a cidade formal, assumindo a sua natureza selvagem, bem como, um sistema

    distinto dos percursos da cidade tradicional. Como anteriormente referido, esta

    interveno funciona como um conjunto que detm um ambiente informal de valorizao

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    50- Maquete da Proposta

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    52- Maquete da Proposta

    Estratgia de interveno sectorial

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    Anlise

    Projecto

    Consideraes Finais

    Estratgia de interveno sectorial

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    Consideraes Finais

    A descentralizao industrial assume-se pela representao das alteraes

    fsicas, tidas no tecido urbano, na disperso da cidade que se estende na horizontal

    acompanhada pelas novas infra-estruturas virias, causando efeitos sobre a composio

    urbana das cidades, onde os seus centros passaram a acumular terrenos industriais em

    desuso, espaos sobrantes e edifcios abandonados. Pretendeu-se defender ao longo

    desta dissertao, que para requalificar o espao sobrante, necessrio desenvolver

    uma sensibilidade do local em interveno, buscando as reais necessidades do stio.

    Para potencializar estas reas, imperativo apelar participao da comunidade local,

    bem como, da criatividade heterognea que se desenvolve de mos dadas com as

    mutaes urbanas.

    Esta dissertao busca o reconhecimento destes espaos sobrantes, daqueles

    que dentro das suas condicionantes, como espao sobrante, detm imensas

    potencialidades de recuperao como espao pblico. Estes espaos que crescem

    esquecidos e ignorados pelos planos arquitectnicos e urbansticos, suscitam o interesse

    pela requalificao. No entanto, preciso perceber a quem estes podem atender, que

    destinos reservam. Para isso, entendeu-se ser um espao expectante de um novo centro

    de encontro, que acolhe e desenrola relaes, bem como actividades sociais, detendo

    condies para que seja capaz de ter uma permanncia constante.

    Defendeu-se uma metodologia de interveno, que busca exaltar os vazios da

    cidade e a necessidade destes como espao de descompresso, em vez de forar, bem

    como adaptar e ordenar novas construes escala e configurao da cidade antiga

    edificada. Seguindo esta metodologia, procurou-se mostrar que os espaos sobrantes,

    Tendo em conta as condies e caractersticas locais, tal como nos casos

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    estudados, conclui-se que a ocupao informal na cidade formal nica, como resposta

    aos fluxos e constantes acontecimentos urbanos, pois acompanha as mutaes urbanas.Mesmo detendo poucos recursos, a ocupao informal d resposta aos acontecimentos

    urbanos, porque baseada na imaginao de uso, possuindo uma riqueza e vitalidade,

    que d resposta a determinadas intenes e necessidades do tempo. Verifica-se que

    existe uma segregao da cidade alternativa com a cidade formal, no entanto, acredita-se

    que para corresponder a todas as necessidades da cidade e da populao, estas devem

    unir-se, pois isto que entende-se por cidade contempornea, uma cidade rica em

    diversidade cultural e social. Conclui-se que a ocupao informal a melhor forma de

    cozer a fragmentao dos espaos sobrantes, que articula uma inteligncia popular28o

    local com uma inteligncia institucional29a representao arquitectnica e desenho

    urbano - que expressam uma cidade contempornea, com novos sentidos e relaes

    sociais, entre espao pblico e privado, onde um espao pode transformar-se noutro,pois ele mutvel e baseia-se nas necessidades da cidade.

    Esta interveno pretende assumir-se como um ponto de partida da requalificao

    do espao pblico, da Rua do Miradouro at ao Passeio das Fontainhas, melhorando e

    potencializando os espaos residuais associados a estesque so parte da imagem da

    cidade - pela criao de ligaes entre cotas, promovendo a interaco e conexes entrepartes. Conclui-se que os problemas associados a estes espaos no so possveis de

    solucionar exclusivamente atravs da arquitectura, nem atravs de formas, dependem de

    outras reas disciplinares, pois esto condicionados por questes sociais e econmicas.

    Bibliografia

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    ndice de Imagens

    Anexos

    Bibliografia

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    ndice de Imagens

    Anexos

    ndice de Imagens

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    1- CapaJoo vilaPg.1

    2- SubcapaJoo vilaPg.2

    3- Separador O processo de formao do espao sobrante: Ponte do Carregado -http://lisboa2020.inescporto.pt/documentacao-apoio/imagens/ViadutoPonteCarregado.jpg/view Pg.9

    4- Separador Conceito de vazio urbano Joo vila - Pg-15

    5- Separador caso de estudo High Line www.thehighline.orgPg.19

    6- Imagem satlite da High Line -www.thehighline.orgPg.20

    7- Imagem area da High Line -www.thehighline.orgPg.21

    8Imagem area Chelsea, High Line -www.thehighline.orgPg.21

    9Imagem area da High Line requalificada -www.thehighline.orgPg.21

    10 - Comboio na High Line - www.thehighline.org - Pg.23

    11- High Line em ps funcionamento -www.thehighline.orgPg.23

    12- Percurso linear da High Line -www.thehighline.orgPg.23

    13- Imagem area da 10 Avenue Square -www.thehighline.orgPg.26

    14- Vista de rua da 10 Avenue Square -www.thehighline.orgPg.26

    15- 10 Avenue Square -www.thehighline.orgPg.26

    16- Espao de contemplao -www.thehighline.orgPg.27

    17- Espao expositivo e de lazer -www.thehighline.orgPg.27

    18- Separador caso de estudo A8ernA -www.thehighline.orgPg.28

    19- Imagem satlite da A8ernA -http://www.nlarchitects.nlPg.29

    20 S I j C h // l hi l P 30

    28- Pequeno porto -http://www.nlarchitects.nlPg.34

    29- Skate-Park- http://www.nlarchitects.nlPg.35

    http://lisboa2020.inescporto.pt/documentacao-apoio/imagens/ViadutoPonteCarregado.jpg/viewhttp://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.nlarchitects.nl/http://www.nlarchitects.nl/http://www.nlarchitects.nl/http://www.nlarchitects.nl/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://www.thehighline.org/http://lisboa2020.inescporto.pt/documentacao-apoio/imagens/ViadutoPonteCarregado.jpg/viewhttp://www.nlarchitects.nl/http://d/Documentos%20e%20outros/83454/Documents/ULP/5%C2%BAAno/2Semestre/-%20http:/www.nlarchitects.nlhttp://d/Documentos%20e%20outros/83454/Documents/ULP/5%C2%BAAno/2Semestre/-%20http:/www.nlarchitects.nlhttp://www.nlarchitects.nl/
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    p g

    30- Espao de encontro -http://www.nlarchitects.nlPg.35

    31- Praa Igreja -http://www.nlarchitects.nlPg.35

    32- Separador caso de estudo Manguinhos -https://www.facebook.com/photo.php?fbid=107618312718005&set=pb.107616166051553.-2207520000.1379001332.&type=3&theaterPg.36

    33- Imagem satlite da linha ferroviriaGoogle.maps.com37

    34- Imagem area -http://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexPg.38

    35- Esquio da Rambla -http://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexPg.38

    36- Render da Rambla -http://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/

    smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexPg.40

    37- Imagem virtual do plano para o novo viaduto -http://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexPg.40

    38- Nova estao de transportes de Manguinhos -http://www.jauregui.arq.br/broken_city.html -Pg.42

    39- Zona de paragem de comboios -http://www.jauregui.arq.br/broken_city.html - Pg.42

    40- Rambla em requalificao -http://www.amantesdaferrovia.com.brPg.43

    41- Imagem area da interveno -http://www.jauregui.arq.br/broken_city.html - Pg.43

    42- Separador Anlise: rea de Interveno bingmaps.comPg.47

    43- Separador Proposta: Pormenor do tapete Joo vilaPg.50

    44- Imagem Satlite da rea de intervenogooglemaps.ptPg.51

    45- Imagem Satlite do sector de intervenobingmaps.comPg.52

    Bibliografia

    ndice de Imagens

    http://d/Documentos%20e%20outros/83454/Documents/ULP/5%C2%BAAno/2Semestre/-%20http:/www.nlarchitects.nlhttp://www.nlarchitects.nl/http://www.nlarchitects.nl/https://www.facebook.com/photo.php?fbid=107618312718005&set=pb.107616166051553.-2207520000.1379001332.&type=3&theaterhttps://www.facebook.com/photo.php?fbid=107618312718005&set=pb.107616166051553.-2207520000.1379001332.&type=3&theaterhttp://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/%20smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexhttp://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/%20smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexhttp://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/%20smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexhttp://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/%20smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexhttp://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/%20smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexhttp://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/%20smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexhttp://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/%20smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexhttp://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/%20smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexhttp://www.jauregui.arq.br/broken_city.html%20-%20P%C3%A1g.42http://www.jauregui.arq.br/broken_city.html%20-%20P%C3%A1g.42http://www.jauregui.arq.br/broken_city.htmlhttp://www.amantesdaferrovia.com.br/http://www.jauregui.arq.br/broken_city.html%20-%20P%C3%A1g.43http://www.jauregui.arq.br/broken_city.html%20-%20P%C3%A1g.43http://www.amantesdaferrovia.com.br/http://www.jauregui.arq.br/broken_city.htmlhttp://www.jauregui.arq.br/broken_city.html%20-%20P%C3%A1g.42http://www.jauregui.arq.br/broken_city.html%20-%20P%C3%A1g.42http://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/%20smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexhttp://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/%20smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexhttp://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/%20smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexhttp://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/%20smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexhttp://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/%20smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexhttp://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/%20smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexhttp://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/%20smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexhttp://www.moma.org/interactives/exhibitions/2010/%20smallscalebigchange/projects/manguinhos_complexhttps://www.facebook.com/photo.php?fbid=107618312718005&set=pb.107616166051553.-2207520000.1379001332.&type=3&theaterhttps://www.facebook.com/photo.php?fbid=107618312718005&set=pb.107616166051553.-2207520000.1379001332.&type=3&theaterhttp://www.nlarchitects.nl/http://www.nlarchitects.nl/http://d/Documentos%20e%20outros/83454/Documents/ULP/5%C2%BAAno/2Semestre/-%20http:/www.nlarchitects.nl
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    Anexos

    Anexos

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    High Line

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    Casos de Estudo

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    A8ernA

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    Anexos

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    Manguinhos

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    Anexos

    Projecto

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    Esquios

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