o esoterismo e sua finalidade · veículo de informação; ... pelo nosso pai maior, ... qual é o...

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“”Não faças do amanhã o sinônimo de nunca, nem o ontem te sejao mesmo que nunca mais. Teus passos ficaram. Olhes para trás ...

Mas vás em frente, pois há muitos que precisam que chegues para poderem seguir-te.”

Charles Chaplin

Revista Arte Real chega a sua 30ª edição mensal ininterrupta. Em dois anos e meio de efetivo e dedicado trabalho, em incentivo ao estudo e à

pesquisa no seio das Lojas maçônicas, podemos, assim, dizer que já estamos fazendo história. Adotamos como máxima a frase: “Tratando a cultura maçônica com a seriedade que merece!” De fato, a cultura merece prioridade. Somente através dela, é que poderemos construir, verdadeiramente, um mundo melhor, com uma sociedade mais justa e futuras gerações mais dignas.

A

Nosso trabalho tem sido elucidar, conscientizar e divulgar os mais diversos temas, dentro de uma abordagem, pautada em ensinamentos de nossa doutrina, respeitando opiniões e interagindo com nossos diletos leitores. Essa tem sido a receita de nosso sucesso, que, traduzido em números, expressa o crescimento de pouco mais de 1.500 leitores, na primeira edição, para mais de 13.200, hoje.

Nossa curta, porém profícua trajetória, nos enche de alegria, e os resultados nos servem como um verdadeiro sextante, nos orientando nessa jornada. Todavia, temos a lucidez de que muito, ainda, temos que melhorar. Todo esse sucesso se reveste de muita responsabilidade e, a cada edição, conscientemente, temo-nos comprometido em nos dedicarmos, sempre, um pouco mais, para que essa ascensão seja uma constante.

Recebemos inúmeras mensagens, solicitando novas adesões, parabenizando-nos, sugerindo-nos e apresentando valorosas críticas e considerações, e nos temos empenhado em responder a elas, respeitosa e atenciosamente.

Aproveitamos a oportunidade para agradecer a todos os irmãos, leitores, colaboradores e patrocinadores, que nos ajudam e viabilizam a edição desse altruístico veículo de informação; também, desejamos um feliz Dia do Maçom (20), embora já tivéssemos elucidado, em anos anteriores, quanto à confusão causada na ocasião da escolha dessa data.

Falando desta edição, a coluna Destaques apresenta, de autoria ignorada, a matéria “O Esoterismo e Sua Finalidade”, além de “A Lei Iniciática do Silêncio”, essa de autoria do meu querido Confrade da Academia Maçônica de Letras, Ciências e Artes do Estado do Rio de

Janeiro, Antônio Rocha Fadista. Ainda, nessa coluna, divulgamos o altruístico “Projeto Pense Alto”, com o Irmão Rodrigo Goecks à frente, que recebe o devido apoio de nossa Revista, ocupando, também, merecido espaço da coluna Informe Cultural, assim como a matéria de minha lavra “A Transição dos Malhetes e a Evolução da Ordem”, em atenção à transição de administração das Lojas e dos Grão-Mestrados.

A coluna Os Grande Iniciados destaca a matéria “Os Mistérios de Ísis”, de autoria de Marco Antônio de Lima, membro da SBE. Já, na coluna Ritos Maçônicos, apresentamos a segunda parte da série de matérias sobre “As Cruzadas – 200 anos de guerras, roubos e crimes em nome de Deus”.

Para que possamos refletir sobre a inércia atual de nossa Ordem, e, quando falo Ordem, é bom lembrar que a

Ordem somos todos nós, na coluna Trabalhos publicamos a matéria, de autoria de nosso Irmão Ernani Souza, intitulada “A Maçonaria e a Mãe de Todos os Movimentos Libertários do Brasil”.

Ressaltando a importância da união e da fraternidade, que devem existir entre nós, a coluna Reflexões apresenta a matéria “Bolo de Laranja”, em

uma abordagem muito inteligente do nosso Irmão José Prudêncio Pinto de Sá.

Muitos de nossos leitores nos têm enviado matérias, e, na medida do possível, temos publicado, em conformidade como temário de cada edição. Assim, peço a todos que continuem enviando suas matérias, pois teremos enorme prazer em publicá-las.

Desejamos a todos um feliz Dia dos Pais, abençoado pelo nosso Pai Maior, e que Suas excelsas bênçãos venham em forma de conscientização de nosso trabalho, que temos que executar, como Iniciados que somos. Que possamos despertar, em nosso interior, nosso Cristo Interno e nos transformar em ferramentas, para que o G∴A∴D∴U∴possa consolidar Sua Obra, em prol da evolução da humanidade. Que isto se cumpra!

Encontrar-nos-emos na próxima edição! ?a b

“Devemos ter, sempre, em mente que, mais importante que a realização de grandes projetos, é se fazer Grande diante das pequenas coisas que nos

predispomos a realizar!”

Revista Arte Real

Capa – Os Mistérios de Ísis...............................................CapaEditorial......................................................................................2Destaques - O Esoterismo e Sua Finalidade.....................................3 - A Lei Iniciática do Silêncio...................................................4Informe Cultural - Projeto Pense Alto.............................................................6 - A Transição dos Malhetes e a Evolução da Ordem......6

Os Grandes Iniciados - Os Mistérios de Ísis..........................7Ritos Maçônicos - As Cruzadas – Parte II..............................8Trabalhos - A Maçonaria e a Mãe de Todas as Revoluções Libertárias...9 - Tradição com Evolução.................................................10 Reflexões - Bolo de Laranja......................................................11 Boas Dicas – Livro ….................................................................13

O Esoterismo e Sua FinalidadeO Esoterismo e Sua FinalidadeAutor ignorado

Conhecimento Esotérico pode satisfazer ao anseio da humanidade por uma doutrina que satisfaça tanto a mente quanto ao coração, que

seja o remédio para as feridas da incompreensão do homem e que atire abaixo as barreiras das razões e religiões temporais. No fundo, somos todos filhos do mesmo pai e participamos da mesma origem as crenças, como os rios, vão sempre para o mar, que é a verdade única. Para isso, em sua ampla heterogeneidade, o conhecimento esotérico oferece um conjunto de ensinamentos de profunda verdade e sensatez para quem se disponha a desenvolver suas possibilidades latentes, que, por sua incalculável transcendência, se perdem no infinito.

O

Não há dúvida, então, de que o homem moderno pode falar desses conhecimentos com uma visão maravilhosa do esquema divino, cuja magnificência produzirá nele uma devoção em direção a Deus não sentida antes. Assim, também, desenvolvem-se uma compreensão intelectual e uma resposta aos variados problemas da vida, tornando, dessa forma, sua mente satisfeita, ao saber qual é o objetivo e a finalidade do universo e da sua existência. Essas perguntas todas não são contestadas satisfatoriamente nem nos cultos ortodoxos, nem na ciência ou na filosofia acadêmica. Tudo isso lhe permitirá ordenar sua existência e ajustá-la ao plano divino, sua primordial tarefa, fazendo-a de uma forma compreensiva, de tolerância e mútuo respeito com todos os seres que o rodeiam.

A sabedoria antiga não dispõe de fórmulas patenteadas para esse trabalho, nem de atalhos iniciáticos. Aos estudantes, decididos a dar seus primeiros passos na realização da grande obra, o único caminho é o conhecimento esotérico. É a oportunidade de melhorarem

por si próprios, através de um consistente programa de esforços inteligentemente dirigidos, para que possam receber, depois, de acordo com seus conhecimentos, a ajuda de que necessitam para maior superação.

Por conseguinte, não nos equivoquemos, ao estudarmos esses sagrados ensinamentos, pensando que seremos superiores aos demais, ou que isso vá auxiliar-nos a aumentar nosso prestígio ou riqueza pessoal. Devemos ter, bem presente, que a Sabedoria Divina não está interessada em melhorar a condição material do indivíduo, nem rodeá-lo de opulência. Sua finalidade não é tornar os homens ricos cm posses externas, mas em consciência ou realizações internas.

Por isso, desde o princípio, devemos entender, perfeitamente, que, se o egoísmo - fonte de todos os males - não for eliminado de nossas almas, não poderemos esperar ganhar nenhum conhecimento de positivo valor, em benefício de nossa perfeição e de nossos semelhantes. A Sabedoria Esotérica demanda muitos anos de purificação e preparação, antes que seus adeptos estejam capacitados, para instruir-se nas coisas mais primárias.

Todos nós, que tentamos empreender o estudo das verdades sagradas, contidas no

conhecimento esotérico, conscientes de nosso sincero interesse, devemos submeter-nos a um plano de vida e disciplina, compatível com nossas possibilidades, que nos possa capacitar. Por meio da constância e do amadurecimento, poderemos transmitir uma mensagem de luz e verdade aos nossos semelhantes. Se nosso propósito está bem encaminhado, devemos, então, desde o princípio, oferecer nossos serviços à humanidade, pois, em toda alma, existe esse anseio expresso. À medida que avançamos no caminho do logro, compreendemos que o doar é a única maneira de se obter e que recebemos mais, quando nos esforçamos, para transmitir ao mundo o que ganhamos.

Nossas almas, adormecidas durante séculos, aspiram, com veemência, à possibilidade de servir a Deus. Nossa meta não deve ser a glória do momento, pois o poder, que buscamos, é o de acumulação lenta e progressiva, O conhecimento é uma das mais nobres emoções humanas, e, na maioria das vezes, esse desejo pode levar-nos ao erro. O ainda pouco discernimento nos leva aos equívocos por causa do entusiasmo, da precipitação ou da falsa orientação. O primeiro passo, então, está no conhecimento; o importante é separar o útil do inútil, o imprescindível do supérfluo.

Quem busca o conhecimento esotérico deve estar consciente de que a consecução desse intento é o máximo, a que podemos aspirar em nossas vidas. Há de se reconhecer que, apesar de ser um caminho árduo, a sua realização é grandiosa e sublime, e seu ganho é incomensurável.

Esotericamente, o Templo Maçônico pode ser considerado como o corpo de um Ser Vivo, sendo a cabeça, representada pelo Oriente, de onde emanam a sabedoria, a coordenação, a supervisão, o gerenciamento do organismo. Já os Vigilantes são equiparados aos seus dois lados, sendo o direito, o 1º Vigilante, e o esquerdo, o 2º Vigilante.

O Altar dos Juramentos simboliza o coração, enquanto as colunas B∴ e J∴, os membros. Como um Ser completo e indivisível, o Templo, também, possui outros órgãos. Assim, os demais símbolos representam as partes essenciais desse corpo. Portanto, nenhum deles está ali colocado aleatória ou ocasionalmente. Nessa ocasião, fazemos, apenas, alguns destaques, uma vez que o devido estudo, mais detalhado de símbolos e simbolismos, se constitui num processo contínuo de riqueza indescritível.

Quando adentramos o Templo, somos orientados a fazê-lo rompendo a m∴com o p∴ e∴. Essa exigência tem sua razão de ser. O lado esquerdo do corpo humano é

administrado pelo hemisfério direito do cérebro, o qual controla as atividades espirituais, esotéricas, sentimentais, atemporais, artísticas, subjetivas. Ao agirmos assim, estamos, simbolicamente, mergulhando no misterioso além de dentro, na subjetividade, no reino de nosso Mestre Interno, o qual denominamos Grande Arquiteto do Universo. A relevância do estudo desses símbolos e práticas simbólicas pode ser mais bem entendida na célebre sentença de Hermes Trismegisto: “Assim como é em cima é embaixo”. Noutras palavras, quando compreendermos que os símbolos do Templo nos contam a história da Vida do Homem, e que o Homem é uma réplica do Universo, do Cosmo, poderemos começar a avaliar melhor tal importância para o nosso

desenvolvimento na Senda Maçônica.Nesse esforço continuado de

aprendizagem, instala-se, em nós, um processo educativo, repetido seguidamente nos trabalhos maçônicos: o “desbastar da Pedra Bruta”, que somos nós mesmos. Com isso, tendemos para o nosso polimento, buscando o necessário equilíbrio estético, capaz de mediar e dirigir o novo Ser, que, paulatinamente, começamos a nos tornar.

Assim, o nosso desenvolvimento na Senda Maçônica será feito à medida que nos envolvemos e nos comprometemos com os estudos de sua Filosofia e práticas correlatas.

Para finalizar tal reflexão, transcrevemos uma frase, extraída de um texto sagrado de uma tradicional e respeitável escola de esoterismo:

“Assim como a corrente de água pura da montanha brilha mais, à medida que é exposta aos raios gloriosos do Sol, assim, também, nossa consciência será mais iluminada à medida que a dirigirmos para a luz”.

Que os estudos do esoterismo, contidos nos símbolos do Templo Maçônico, possam ser valiosos instrumentos em

nossa busca da “Arte Real”. ?

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A Lei Iniciática do SilêncioA Lei Iniciática do SilêncioAntônio Rocha Fadista

latão, chamado a ensinar a arte de conhecer os homens, assim se expressou: “os homens e os vasos de terracota se conhecem do mesmo modo: os vasos, quando tocados, têm sons diferentes; os homens se distinguem pelo seu

modo de falar”.

PO pensamento do filósofo Iniciado nos oferece uma excelente

oportunidade para uma profunda reflexão, principalmente, para todos os que integram a Ordem Maçônica.

Nem sempre nos damos conta de como nos tornamos prisioneiros das palavras que proferimos. Elas são a expressão das nossas idéias, dos nossos sentimentos e das nossas emoções, e transmitem aos ouvintes a carga de energia, positiva ou negativa, que acumulamos em nossa mente.

A sociedade humana está cheia de palavras que magoam e que ofendem o próximo. Infelizmente, existem palavras em excesso, tanto no mundo profano quanto nos Templos Maçônicos.

Orientado que é para refletir sobre a realidade e sobre o significado oculto das palavras, o Maçom sabe que, em última análise, a palavra é o reflexo da essência interna do ser humano.

Não por acaso, a Doutrina Maçônica recomenda o silêncio a todos os Maçons durante o período de aprendizado, de acordo, aliás, com a Escola Pitagórica, da qual a Maçonaria extraiu alguns dos Princípios que compõem o seu acervo filosófico.

A Escola, fundada pelo Filósofo de Samos na cidade de Crotona, preconizava o aperfeiçoamento do ser humano pelo estudo e pela prática da meditação e tinha um sistema de três graus: de Preparação, de Purificação e de Perfeição.

No Grau de Preparação, os neófitos eram, apenas, ouvintes e cumpriam um período de observação, durante o qual o objetivo era, pela prática do silêncio, desenvolverem a capacidade de análise e de interpretação sobre tudo que se passava a seu redor. Para atingirem o Mestrado, no Grau de Perfeição, era necessário praticarem o silêncio durante cinco anos.

Sem dúvida, constitui grande prova de disciplina para todos nós, quando, no Primeiro Grau, ouvimos os Companheiros e os Mestres sem expressarmos as nossas próprias opiniões sobre os assuntos tratados em Loja.

Chilon, um dos sete sábios da Grécia Antiga, quando perguntado sobre qual a virtude mais difícil de praticar, respondia laconicamente: calar.

No Zend Avesta, que contém toda a sabedoria da antiga Pérsia, encontramos normas e regras sobre o uso e o controle da palavra, cuja universalidade desafia os séculos.

Ao entrarmos em nossa Sublime Instituição, encontramos, na ritualística, referências à sacralidade da palavra, que, como meio de expressão dos pensamentos e dos sentimentos, deve ser sempre dosada, moderada, e espelhar o equilíbrio interno do orador.

Como dizia o Irmão Dante Alighieri na Divina Comédia, exortando o seu personagem Metelo: “usa a tua palavra como um ornamento”.

Na realidade, o silêncio, a meditação e a análise são a única via que leva à libertação das paixões e dos maus pensamentos. Não é por acaso que a maioria dos

Ritos Maçônicos reserva aos Irmãos o silêncio durante o período de aprendizado. O Rito Adonhiramita, mais radical nesse sentido, estabelece que só os Mestres podem usar livremente a palavra.

Inúmeras são as Peças de Arquitetura, escritas por Irmãos em muitos países do Mundo, sobre o uso da palavra em Loja e sobre a Lei Iniciática do Silêncio.

À primeira vista, o silêncio poderia parecer ao Irmão Aprendiz um condicionamento e uma restrição à sua liberdade de expressão. No exercitar a autodisciplina, em seu silêncio, os Irmãos apreendem, com muito maior intensidade, tudo o que ouvem e tudo o que veem. Na realidade, o Aprendiz dialoga consigo mesmo e, nesse

diálogo, analisa, critica e tira suas próprias conclusões; em suma, pelo silêncio, a Maçonaria estimula os Irmãos do Primeiro Grau a desenvolverem a arte de pensar, a verdadeira e nobre Arte Real.

Isso não significa que os Irmãos Aprendizes estejam proibidos de usarem a palavra em Loja. Existem mesmo ocasiões em que não só podem, como devem se manifestar, principalmente, para tratarem de assunto relevante, como por exemplo, na apreciação das informações sobre os candidatos à Iniciação.

Ao cruzarem as portas de uma Loja Maçônica, trazendo consigo os conceitos de liberdade total, os Irmãos, paulatinamente, aprendem a controlar os seus impulsos, aprimorando o seu caráter e preparando-se para ser mais um líder na construção da sociedade do futuro, na qual prevalecerão a Liberdade responsável, a Igualdade de oportunidades e a Fraternidade solidária. Por isso mesmo, a prática do silêncio deve ser entendida como um exercício de auto-aperfeiçoamento e, jamais, deverá ser entendida como uma proibição ritualística.

Tudo se resume na prática da Lei do Amor. O amor se oferece, não se pede e não se exige. Certamente, o Grande Arquiteto do Universo ilumina e abençoa a todos os que pensam mais e falam menos, pois espiritualizam a sua matéria e são os Seus filhos mais diletos. ?

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Projeto Pense AltoProjeto Pense AltoFrancisco Feitosa

onheça o Projeto Pense Alto, encabeçado pelo nosso Irmão Rodrigo Goecks, auxiliado por voluntários. Trata-se de um projeto social, focado

no ensino profissionalizante para jovens, que visa à inserção e à escalada social através da carreira em vendas, atendimento e call center.

CO Projeto pretende profissionalizar jovens (18 a 25

anos) em risco social, abrindo portas para a entrada no mercado formal de trabalho ou para um próprio negócio, além de gerar impacto social em suas vidas e nas de suas famílias, despertando-os para as possibilidades de “vencer na vida” através do trabalho honesto.

Em 2008, foram formados 33 jovens. Em 2009, encontram-se 30 alunos matriculados no curso de 8 meses (240 horas/aula), que acontecem aos sábados, das 08h30m às 17h30m, sendo oferecido café da manhã, almoço,

lanche, passagem e cesta básica. Os 3 melhores alunos, ao final do curso, recebem prêmios.

O Projeto Pense Alto funciona na Rua Otacílio Novaes, 172, Taquara, Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Possui infraestrutura: sala com datashow e lousa, mais sala de informática. Os professores são especialistas nas disciplinas.

O projeto é patrocinado pela Aliança do Brasil (BB Seguros), e todos os recursos financeiros são geridos pelo Instituto da Criança e auditados pela PricewaterhouseCoopers. O Instituto da Criança é a incubadora social do Pense Alto.

Nosso Irmão Rodrigo necessita de voluntários que possam auxiliá-lo nessa empreitada altruística. Maiores informações poderão ser obtidas através dos telefones (21) 3624-5684 ou pelo site do projeto www.pensealto.com.br .

A Revista Arte Real apoia o Projeto, assim como todas as iniciativas em prol de um mundo melhor! ?

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A Transição dos Malhetes e a Evolução da OrdemA Transição dos Malhetes e a Evolução da Ordem

Francisco Feitosa Revista Arte Real parabeniza os Veneráveis Mestres que ora deixam seus cargos e, com sua missão devidamente cumprida, engrossam, com

mais sabedoria, as colunas de suas Lojas. Roga ao G∴A∴D∴U∴ muita Luz aos que assumiram a direção de suas Lojas nesse período de transição de administração, desejando uma gestão profícua em realizações.

A

Congratula-se, ainda, com os Grão-Mestres que ora deixam e recebem o Malhete Supremo de suas Obediências. Que possam expressar a vontade das Lojas jurisdicionadas e, despojados de vaidade e interesses pessoais, empenhar-se na preservação da Maçonaria como uma Escola de Iniciação, que sempre pugnou em prol do aperfeiçoamento do homem, levando-o ao encontro do seu Princípio Criador.

Em especial, gostaríamos de expressar nossa grande alegria pela assunção do Grão-Mestrado do nosso querido Irmão e Confrade, membro da Academia Maçônica Maranhense de Letras, Osvaldo Pereira da Rocha, que, no dia 24 de junho próximo passado, passou a empunhar, com as inúmeras virtudes que lhe são peculiares, o Malhete do GOAM – Grande Oriente Autônomo do Maranhão.

Poderoso Irmão Osvaldo e demais Grão-Mestres de todas as Potências Maçônicas, em suas mãos está o destino de nossa Sacrossanta Ordem. A transição de Malhetes, a renovação das administrações é por demais saudável e fundamental para a evolução da Instituição e, consequentemente, do Maçom e da sociedade em si. Que o G∴A∴D∴U∴ ilumine suas mentes e corações, a fim de que podermos escrever uma nova e profícua página na história da Maçonaria brasileira.?

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Os Mistérios de Ísis*Os Mistérios de Ísis*Marco Antônio de Lima

a sua origem, quando os homens tinham uma natureza mais divina que humana, o conhecimento (Vidya) era propriedade de todos e predominou,

universalmente, durante a Idade de Ouro ou Satya Yuga. Nessa época, não havia a necessidade dos Mistérios, pois o homem estava em contato direto com a verdade. Disse-nos o insígne fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, Professor Henrique José de Souza, que, "ao se multiplicar rapidamente, múltiplas foram, também, as idiossincrasias do corpo e da mente. E o espírito encarnado manifestou-se em debilidade. Nas mentes menos cultivadas e sãs, enraizaram-se certos exageros contrários à natureza e consequentes superstições. Dos desejos e paixões, até então desconhecidos, nasceu o egoísmo, pelo qual abusaram os homens de seu poder e sabedoria, até que, finalmente, foi preciso limitar o número de conhecedores. Assim, teve lugar a Iniciação e seus Mistérios". Desde então, cada povo adotou um sistema religioso de acordo com a sua capacidade intelectual e necessidades espirituais, restringindo-se a bem poucos o verdadeiro conhecimento, que se converteu em Mistérios, a fim de que fosse resguardado de possíveis profanações.

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Os Mistérios de Ísis estão diretamente relacionados com os ensinamentos, deixados por Osíris, quando da emigração, à frente de seu povo, para o local onde hoje se acha Ábidos, no Egito, fugindo das catástrofes que logo destruiriam a Atlântida. Os emigrantes atlantes, que se refugiaram no Egito, levaram consigo sua religião e ali construíram templos e monumentos (pirâmides), nos quais foram guardados os Mistérios e onde eram feitos rituais de iniciações do faraó e dos membros da família real.

As pirâmides eram símbolo do princípio criador da natureza, assim como da origem da excelsa hierarquia dos Espíritos (Devas, Pitris etc.), simbolizando, ainda, o universo fenomenal, o mundo ideal e visível. As medidas das grandes pirâmides coincidem, ainda, com as do alegórico Templo de Salomão, emblema do ciclo da Iniciação, como coincidem com as da Arca de Noé e a Arca da Aliança. Antônio Castanho Ferreira, que pertenceu às fileiras da Sociedade Brasileira de Eubiose, disse-nos, ainda, que "a construção das pirâmides data da época em que Alpha Polaris era a estrela polar, isto é, há 31.150 anos, aproximadamente. Portanto, é de uma época anterior à do (derradeiro) cataclismo atlante (cerca de 9 mil a.C.), tendo sido sua construção dirigida por sacerdotes daquele país que emigraram para o Egito, e mais tarde reconstruídas pelos faraós da IV dinastia, com o auxílio dos hierofantes egípcios, que conservaram, em seus arquivos secretos, a herança da tradição iniciática atlante e sua contagem de tempo relativa a essas construções".

O Templo de Osíris, em Ábidos, foi construído por Seti I, faraó da XIX dinastia, sobre as ruínas de uma construção anterior. Nesse templo, além de Osíris, eram homenageados Ísis, Horus, Pthah e outras divindades, hierarquicamente, sob a supremacia de Osíris. Ábidos, primeiro santuário do culto de

Osíris, foi, também, a primeira Grande Loja para os ritos secretos dos Mistérios, predecessores da Franco-Maçonaria primitiva. A esse respeito, disse-nos Antônio Castanho Ferreira, que pertenceu às fileiras da Sociedade Brasileira de Eubiose, que o Templo de Ábidos foi "o primeiro santuário de iniciação aos Mistérios, no antigo Egito".

Como deusa dos Mistérios, Ísis era representada com o rosto coberto por um véu impenetrável. No Templo de Ísis, em Saís, havia uma fachada com os seguintes dizeres: "Sou tudo o que foi, é e será. E nenhum mortal jamais tirou o véu que encobre minha divindade aos olhos humanos".

A iniciação nos Mistérios de Ísis compreendia as seguintes etapas:

a) uma entrevista do postulante com um hierofante, que julgava se ele era digno ou não de conhecer os Mistérios;

b) uma iniciação noturna, cujo conteúdo o postulante estava proibido de revelar;

c) a seguir, o postulante era submetido a duas provas: a prova do fogo e a prova da água.

Ao final, elevado acima de si mesmo e tendo dominado as tentações dos sentidos, ao postulante, que vencia todas as provações, era conferida a invulnerabilidade e a ascensão celeste (o direito de penetrar na esfera da Verdade), e ele fazia um juramento de silêncio e submissão. No entanto, após a realização dessas etapas, o postulante não tinha ultrapassado mais do que os umbrais da iniciação, e, a partir desse momento, começavam longos anos de estudo e aprendizagem. Segundo Edouard Schuré, o iniciado, "antes de se elevar a Ísis Urânia, deveria conhecer a Ísis Terrestre, instruir-se nas ciências físicas e androgônicas", estudar os hieróglifos e as lições dos mestres, aprender a ciência dos minerais e das plantas, a história do homem e dos povos, a medicina, a arquitetura e a música sagrada.

Os Mistérios de Ísis simbolizavam a dramatização do drama vivido pelo divino Osíris, que, vindo ao mundo como benfeitor para minorar as tribulações do homem, encontrou o mal e foi, temporariamente, vencido em seu esforço para fazer o bem. No entanto, ao ser ressuscitado, tornou-se vencedor da morte e Senhor da Justiça. Desse modo, a busca de Ísis por Osíris e os esforços diligentes, para ressuscitá-lo, representavam a busca, empreendida pelo iniciado, para recuperar as partes de si mesmo, esquecidas ou abandonadas. Com a reencenação dos Mistérios, criavam-se novo corpo e nova alma, mais refinados e mais envolvidos com a realidade do que aqueles que se perderam. Nas palavras de J. Houston, "nos Mistérios de Ísis e Osíris, morremos para uma parte de nós mesmos e renascemos em um Eu mais profundo e fecundo, para quem a realidade interior não mais está oculta e a exterior é compreendida em muitos níveis."

* Matéria publicada na Revista DHÂRANÂ, órgão oficial de divulgação da SBE – Sociedade Brasileira de Eubiose – edição de fevereiro de 2003. ?

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As Cruzadas – Parte IIAs Cruzadas – Parte II

200 anos de guerras, roubos e crimes em nome de Deus

Francisco FeitosaA Cruzada dos Mendigos

apelo do papa Urbano II obteve, ao menos de início, uma resposta bem morna por parte dos soberanos e dos grandes senhores feudais, mas,

ao contrário, uma adesão entusiasta, superior às previsões, nas classes mais baixas. Pregadores, que viajavam pela Europa anunciando a Cruzada, obtinham muito sucesso junto aos aventureiros, homens de armas, miseráveis e camponeses famintos, que sonhavam em mudar de vida.

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A Primeira Cruzada (1096 a 1099) foi chamada a dos "mendigos", pois era composta, principalmente, por pessoas muito pobres e famílias camponesas, provenientes, na maioria, da França, Alemanha e Itália, que esperavam encontrar, no Oriente, a liberdade da opressão dos senhores feudais e novas terras, onde pudessem estabelecer-se.

Por volta de 20 de abril de 1096, antes mesmo que a Cruzada "oficial" estivesse pronta, um exército de vinte mil pessoas, guiadas pelo monge e pregador Pedro, o Eremita, partiu de Colônia. Sem provisões ou dinheiro, os cruzados, durante sua longa viagem, realizavam pilhagens. Ao chegar à cidade húngara de Zemun, um tumulto, iniciado por uma discussão banal, se transformou em uma verdadeira batalha. Os cruzados atacaram a cidade, saquearam-na mataram quatro mil húngaros (todos cristãos) e, por isso, fugiram às pressas. Em seguida, destruíram um contingente militar de turcos fiéis ao imperador e saquearam e incendiaram Belgrado.

Ao chegarem aos arredores da cidade sérvia de Nis, os seguidores de Pedro provocaram outros incidentes, obrigando as tropas do governador cristão Nicetas a lutar contra eles. Muitos cruzados foram trucidados, outros foram presos (incluindo mulheres e crianças) pelo resto da vida. Após muitas travessias, os sobreviventes, finalmente,

chegaram a Constantinopla. O Imperador Aleixo I Comneno perdoou-os pelos crimes cometidos e convidou Pedro para uma audiência na corte.

"Aleixo, com sua experiência, julgava a expedição muito pouco eficaz e temia que, se passasse pela Ásia, fosse destruída pelos turcos. Por outro lado, a indisciplina dos peregrinos o obrigou a afastá-los o quanto antes dos arredores de Constantinopla. Os ocidentais cometiam furtos sem fim, faziam irrupções em palácios e nas cidades dos

subúrbios, roubavam até o chumbo dos telhados das igrejas." (Runciman, 1996, p. 112.)

Em 8 de agosto, foram embarcados para além do estreito de Bósforo. Durante sua breve campanha, abandonaram-se a ferozes saques, massacrando e torturando até mesmo os habitantes cristãos da área. Dizem que alguns chegaram a assar crianças em espetos. Mas, nos primeiros grandes combates militares contra o exército turco, os "mendigos" foram exterminados. Alguns se salvaram renunciando ao Cristianismo; outros, mulheres e crianças, por terem bela

fisionomia, foram vendidos como escravos. A última bandeira dos sobreviventes foi salva por uma expedição de socorro bizantina.

A expedição de Pedro não foi a única do tipo "faça você mesmo". Outras cruzadas menores partiram na mesma época. Por exemplo, Gautier Sans-Avoir, um pequeno dono de terras francês, partiu de Colônia com alguns milhares de seguidores poucos dias antes de Pedro e entrou nos territórios do Império Bizantino, encontrando as autoridades totalmente despreparadas para sua chegada. Em Belgrado, pilhou os campos próximos e lutou contra a guarnição da cidade, saindo vencedor. Muitos cruzados foram mortos em combate, outros foram queimados vivos dentro de uma igreja. O exército de Gautier foi seguido e escoltado até Constantinopla, onde se juntaria ao de Pedro, o Eremita, dividindo com ele o destino trágico.

A Cruzada dos Príncipes e dos Cadetes

A primeira Cruzada "oficial", que partiu, também, em 1096, era composta de cavaleiros bem armados e bem equipados, como Godofredo de Bulhões e seu irmão Balduíno. Em sua maioria, eram cavaleiros cadetes, ou seja, nobres sem terras, que perderam o direito de sucessão e eram particularmente ambiciosos e ávidos por terras. Muitos deles já tinham trabalhado como mercenários, alguns até como piratas.

Esses cruzados, também, como seus antecessores "mendigos", tiveram alguns acidentes de percurso durante a viagem. Por exemplo, Balduíno, em Constantinopla, capturou sessenta pechenegues que tentavam frear os roubos dos cruzados e matou vários outros. O próprio Godofredo teve desentendimentos com as tropas imperiais de Bizâncio, até que cedeu e aceitou jurar fidelidade ao imperador.

Um ramo da cruzada, que havia seguido outro caminho, encontrou um vilarejo de hereges paulicianos na estrada e queimou as casas com os moradores dentro.

De qualquer forma, os cruzados provaram seu valor no campo de batalha. Conquistaram Niceia (durante o ataque, os soldados cristãos cortaram as cabeças de muitos cadáveres inimigos e jogaram-nas do outro lado das muralhas, para enfraquecer o moral da guarnição turca), que se entregou, no entanto, às tropas bizantinas, evitando um provável massacre. Em seguida, expugnaram Tarso, e aqui começaram seus desentendimentos. A cidade fora "libertada" pelos cavaleiros de Tancredo, mas Balduíno, chegando com um exército mais numeroso, obrigou-os a ir embora e deixou, do lado de fora das muralhas, um destacamento de trezentos cavaleiros, vindos nesse meio-tempo para ajudar os homens de Tancredo.

Apesar das súplicas, Balduíno não os deixou

entrar, e os cavaleiros foram massacrados durante a noite pelas forças turcas, que corriam pelos campos.

Depois de Tarso, foi a vez de Edessa, cidade habitada na maioria por armênios cristãos, onde os cruzados fundaram seu primeiro estado. Aqui, Balduíno deixou que uma revolta local matasse o governador legítimo, Thoros, que o havia adotado como um filho em uma cerimônia pública, e transformou a cidade em um condado de seu domínio. A seguir, utilizou o tesouro de Edessa para comprar, em dinheiro, o emirado de Samosata, ocupando a cidade de Saruj em nome do príncipe muçulmano Barak (na prática, ele se havia tornado um mercenário pago por um "infiel"), mas a tomou para si.

Em Antióquia (conquistada graças à traição de um oficial armênio), os cruzados não pararam até terem assassinado o último turco, fosse ele homem ou mulher. Fala-se de milhares de mortos. Na confusão, também, foram mortos muitos cristãos. Todas as casas dos cidadãos, cristãos ou muçulmanos, foram pilhadas. Grande parte das riquezas, das provisões e das armas encontradas foi inconscientemente destruída.

O cavaleiro Boemundo, futuro príncipe da Antióquia, comprou a cabeça do emir Yaghi-Siyan, que um camponês lhe levara como troféu de caça. "Não se podia andar na rua sem pisar em um cadáver, e todos, logo, entravam em putrefação no calor do verão, mas Antióquia era cristã de novo." (Runciman, 1996, p. 202.)

Outro massacre aconteceu na cidade de Maarat an-Numan. Quando entraram, os cruzados mataram todos que encontraram e saquearam e incendiaram as casas. Boemundo prometera incolumidade a todos que se rendessem e se refugiassem em uma grande sala, próxima da porta principal. Mas as coisas não aconteceram bem assim: os homens foram trucidados, e as mulheres e as crianças foram vendidas como escravos.

* Esse é um trabalho de pesquisa e compilação. ?aa b b

A Maçonaria e a Mãe de Todas as Revoluções LibertáriasA Maçonaria e a Mãe de Todas as Revoluções Libertárias

“Quando a voz da pátria chama / Tudo deve obedecer / Por ela a morte é suave / Por ela cumpre morrer / Se todos nós nos juntarmos / Conseguiremos vencer.”

Frei Caneca

Ernani Souza*m Pernambuco, fez-se vingar, verdadeiramente, pela primeira vez, todos os movimentos libertários de nosso país, através da mãe de todas as

revoluções libertárias do Brasil: a Revolução Pernambucana, de 06 de março de 1817.

EToda essa metamorfose social teve início sob o jugo

e determinação da primeira Loja Maçônica do Brasil, Areópago de Itambé, nascida em Pernambuco, em 1796, fundada por Manuel Arruda Câmara, ex-frade carmelita, médico e botânico, formado pela faculdade de Montpellier na França.

Tal loja e suas principais filiadas, as lojas, Academia do Paraíso, Academia de Suassuna; Patriotismo, Restauração, Pernambuco do Oriente, Pernambuco do Ocidente e outras, serviam como locais de discussão e difusão das ideias libertárias, surgidas através do Iluminismo Francês.

A Revolução Pernambucana, de 06 de março de 1817, foi a precursora fiel da Independência do Brasil, da Proclamação da República, da Abolição da Escravatura, dos Direitos Civis Igualitários, da Liberdade de Imprensa, da Liberdade de Religião, da Liberdade de Pensamento, da Primeira Constituição Democrática do Brasil, da Primeira Universidade Popular do Brasil, da Primeira Bandeira Republicana e Independente de nosso país, que, hoje, corresponde à atual Bandeira Oficial do Estado de Pernambuco.

Vieram, no rastro dessa Revolução, de 06 de março de 1817, outras significativas revoluções nativistas, oriundas, também, do Estado de Pernambuco, todas de caráter emancipacionista e republicano:A Convenção de Beberibe (1821), movimento revolucionário, de caráter emancipacionista e republicano, com que os pernambucanos derrubaram o governador português Luís do Rego Barros, decretaram a

independência de Pernambuco e elegeram uma junta governativa;

A Confederação do Equador (1824), movimento revolucionário, de caráter emancipacionista e republicano, ou mais certamente autonomista, ocorrido no Nordeste do Brasil, tendo Pernambuco como centro irradiador e lider da revolta, que proclamava a independência do Nordeste do restante do Brasil;

A Revolução Praieira (1848), movimento revolucionário, de caráter emancipacionista e republicano, liberal e federalista, ocorrido na província de Pernambuco; a última revolta do Brasil Império, que ganhou o nome de praieira, pois a sede do jornal, comandado pelos liberais

revoltosos (chamados de praieiros), localizava-se na Rua da Praia.

Todos esses movimentos libertários nascidos no Estado de Pernambuco, foram forjados dentro de Lojas Maçônicas ou tiveram maçons como seus principais líderes.

Naquela época, a Maçonaria tinha grande influência na vida brasileira, fomentava discussões políticas e difundia, abertamente, suas ideias sobre: liberdade, república e democracia.

A Revolução Pernambucana, de 06 de março de 1817, durou, apenas, 75 dias e acabou debaixo de uma repressão violenta, cruel e impiedosa, com 1.600 mortos e feridos e mais de 800 degredados.

A Maçonaria pernambucana sempre se fez presente em todos esses momentos.

Dos cinco membros do governo provisório, estabelecido na nova República Pernambucana, quatro eram maçons, sendo liderados por Domingos José Martins (Governador), Pe João Ribeiro Pessoa de Mello e Montenegro, Capitão Domingos Teotônio Jorge Martins Pessoa, José Luís de Mendonça e o profano Manoel Corrêa de Araújo.

Dos quatorze mártires da Revolução Pernambucana, de 06 de março de 1817, oito eram maçons: José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima (Padre Roma), fuzilado na Bahia, em 29 de março de 1817; Padre João Ribeiro Pessoa de Mello e Montenegro, suicidou-se em Paulista, em 20 de maio de 1817; Antônio Henrique Rabelo, enforcado no Recife, em 5 de julho de 1817; Domingos Teotônio Jorge Martins Pessoa, enforcado no Recife, em 10 de julho de 1817; Domingos José Martins, fuzilado na Bahia, em 12 de julho de 1817; José Luiz de Mendonça, fuzilado na Bahia, em 12 de junho de 1817; Miguel Joaquim de Almeida e Castro (Frei Miguelinho), fuzilado na Bahia, em 12 de julho de 1817; José de Barros Lima (leão coroado), enforcado no Recife, em 10 de julho de 1817. Além dos não-maçons: Padre Pedro de Souza Tenório, enforcado no Recife, em 10 de julho de 1817 (Vigário de Itamaracá); Padre Antônio Pereira de Albuquerque, enforcado no Recife, em 6 de agosto de 1817; Amaro Gomes da Silva Coutinho, enforcado no Recife, em 21 de agosto de 1817; Francisco José da Silveira, enforcado no Recife, em 21 de agosto de 1817; José Peregrino Xavier de Carvalho, enforcado no Recife, em 21 de agosto de 1817; Inácio Leopoldo de Albuquerque Maranhão, enforcado no

Recife, em 6 de setembro de 1817.De todas as revoluções libertárias, que existiram no

Brasil, a de 06 de março de 1817, foi a única que, realmente, mudou, para sempre, a história desse país.

Infelizmente, por falta de conhecimento, os jovens do Brasil e, em particular, os de Pernambuco, que, desinformados, atravessam, aos cânticos, a ponte de Gabara, não dão a merecida importância histórica a que fazem jus os mártires.

O justo e perfeito seria que esses fatos históricos, de tão grande relevância para o nosso país e para nossos jovens, fossem levados, curricularmente, para todas as salas de aula do Brasil, tornando sempre vivo e forte o brilho dessa chama heróica, acesa com o fogo da própria vida pelos nossos mártires, no anseio de, sempre, iluminar os princípios da igualdade, liberdade e fraternidade no coração e no futuro de nosso povo.

Encerramos com as palavras do ilustre Maçom, Monsenhor Muniz Tavares:

“Tempo virá em que 06 de março de 1817 será para todos os brasileiros um dia de festa nacional.”

*O autor é M∴M∴ da A∴R∴L∴S∴ Philotimia n° 0093, do Oriente de PE.?

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Tradição com Evolução Tradição com Evolução

“Os homens fazem a sua própria história, mas não o fazem como querem... a tradição de todas as gerações mortas oprime, como um pesadelo, o cérebro dos vivos.

Karl Max

José Valdeci de Souza Martins ossa Instituição Maçônica tem um ditado muito sábio: “tradição com evolução”. Se perguntarmos, apenas, a cinco diferentes Irmãos qual a origem da

Maçonaria ou, até mesmo, a sua tradição ou evolução, provavelmente, teremos cinco versões diferentes.

Será que, em nossa Instituição Maçônica, no decorrer de sua fundação, a tradição acompanhou a evolução? Acredito que, com a evolução, muitas coisas mudam sua trajetória em relação à tradição.

A primeira mudança da atualidade foi a passagem de Maçonaria Operativa para Maçonaria Especulativa. Com essa mudança, onde a lenda maçônica, quando operativa, estava ligada aos antigos construtores do Templo de Salomão, hoje, Ela trata, única e exclusivamente, de trabalhar o Homem, isto é, desbastar a Pedra Bruta. Isto é o suficiente?

N Podemos perceber as mudanças pelo que se segue: “A corporação de pedreiros é constituída, exclusivamente, por pessoas do sexo masculino. Essas pessoas, admitidas como membros de uma Loja, devem ser homens bons e de princípios virtuosos, nascidos livre, de idade madura, sem vínculos que o privem de pensar livremente, sendo, também, vedado a homens de comportamento duvidoso ou imoral”.

Nós, maçons, devemos trabalhar, seguindo nossos Landmarks, considerados as mais antigas leis que regem a Maçonaria universal. Muito já se tem escrito e discutido acerca dos Landmarks na Maçonaria. Devemos respeitar e acatar, escrupulosamente, os Landmarks e a tradição maçônica, temos condições e categoria para praticá-los em qualquer parte do mundo.

Devemos ser especulativos, sim, mas de forma a sermos iluminados pelas leis máximas, expressas no Livro da Lei, sob o modelo da alegoria do Construtor Sagrado, e auxiliados pelos conhecimentos pagãos da antiguidade; erguer o Templo Interno de nossa personalidade, a fim de abrigarmos a Individualidade Superior, a centelha do Grande Arquiteto do Universo.

De uma forma geral e completa, a tradição, com a evolução, especializa-se no cultivo da filosofia, liturgia, simbologia, História e legislação maçônica. E deveríamos abranger nossa especulatividade, estudando os grandes problemas nacionais e universais e suas implicações e consequências no futuro da Pátria e da humanidade.

Pelo conhecimento que temos, infelizmente, no Brasil, a tradição está perdendo espaço para interesses escusos. A Maçonaria foi responsável por questões políticas, e havia uma irmandade mais coesa, mais compacta; existia a Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Diante de tantos questionamentos do que evoluiu em relação à tradição, pode-se concluir, com tudo isso, que a verdadeira evolução está em buscar ensinamentos do Grande Arquiteto do Universo e guardá-los, usando-os nos momentos oportunos.

Enfim, somos mestres na arte de compor oposições e não podemos desprezar o repositório inesgotável de ensinamentos, velados por alegorias que nos proporciona a história (ou lenda) da construção do Templo do Rei Salomão. Não devemos desprezar a nossa tradição operativa só porque a arqueologia, ainda, não obteve provas irrefutáveis; não negaremos a tradição bíblica somente por insuficiência de escavações arqueológicas.

O que devemos evoluir é lapidar o nosso Eu Interior, o nosso Verdadeiro Templo de Salomão, o Templo da Paz, onde a paz do Grande Arquiteto do Universo está sempre onipresente em nossos corações.

*O autor é Membro da A∴R∴L∴S∴ Acácia Pantaneira, 59 – G∴L∴M∴E∴M∴S∴ ?

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Bolo de LaranjaBolo de LaranjaJosé Prudêncio Pinto de Sá

erta vez, um Irmão declarou que se admirava, porque a Maçonaria conseguia manter juntos tantos diferentes em corpo e alma, tornando

uniformes os seus procedimentos e absorvendo críticas e agressões sem se deixar corromper, intimidar ou ameaçar. E eu lhe fiz uma consideração, que é a seguinte.

CPedi-lhe que imaginasse que eu lhe estava

apresentando vários ingredientes e utensílios comuns, pois lhe faria algumas perguntas a respeito. E lhe apresentei ovos partidos, suas gemas e claras à mostra, farinha de trigo, manteiga, fermento, suco de laranja, raspas de casca de laranja, sal e açúcar. A seguir, mostrei-lhe uma batedeira, uma colher de pau, uma forma de assar, um fogão com forno, uma caneca transparente de medir, uma peneira, uma colher de sopa e palitos dentais de madeira. Ele ficou intrigado com a lista apresentada, mas nada questinou. Então, eu lhe perguntei que semelhança tinha a gema do ovo com a farinha de trigo, e ele, embaraçado, não teve resposta. Antecipei-me e disse: nenhuma. Repeti a pergunta para o sal e o suco de laranja, e ele, começando a entender, disse: nenhuma. Mais uma vez, indaguei: e entre a colher de pau e o fermento? Sua resposta: nenhuma.

Depois dessa primeira parte, concordamos que estávamos em presença (imaginária) de vários ingredientes

e materiais comuns numa cozinha, que não tinham quase nada em comum. Tínhamos sólidos, líquidos e pastosos, secos e molhados, doces e salgados, cheirosos e inodoros, etc. Mas, certamente, todos desiguais. Foi quando, numa segunda leva de considerações, quis saber o que aconteceria, se, usando os utensílios disponíveis e uma receita apropriada, eu peneirasse a farinha, ajuntasse os ingredientes numa forma apropriada (irrelevante para o raciocínio desejado), misturasse tudo muito

bem, usando a batedeira e observando o resultado. Perguntei: o que eu tinha produzido, então? Ele hesitou, e eu antecipei a resposta: massa homogênea. Questionei mais: podemos distinguir, agora, o ovo da farinha, o sal do fermento, o suco de laranja do açúcar. Ele disse que não, que era impossível, pois estavam todos misturados numa massa homogênea.

Na terceira parte da análise, eu lhe disse que, depois de batida, eu deixaria a massa descansar por uma hora e, depois, a colocaria numa forma untada e levaria ao forno aquecido por cerca de quarenta minutos. Passado o prazo, retiraria a forma do forno e observaria o resultado. Perguntei-lhe, então, o que

eu estaria vendo. E ele disse que, provavelmente, um bolo . Eu indaguei: você gosta de bolo? Respondei que sim. Insisti: por quê? Argumentou, meio atrapalhado, que era gostoso, doce e que todo mundo gosta de bolo. E perguntei se, então, afinal, eu havia produzido um bolo de que todos gostavam, e ele concordou.

Passei à parte final das considerações. Falai-lhe que, usando objetos, ingredientes e equipamentos simples, comuns e bem-conhecidos, havia transformado vários itens diferentes num conjunto agradável, bom e útil a quase todos, aprovado pela imensa maioria das pessoas do mundo inteiro. Para isso, eu havia combinado as suas propriedades de tal forma, que, juntos, não mais podiam aparecer isoladamente, todos participando do produto final. Mais ainda, asseverei que havia conseguido isso, submetendo os ingredientes a tensões, golpes e temperaturas muito fortes, que nós mesmos, humanos, não suportaríamos, durante muito tempo, findo o qual, os ingredientes, já irreconhecíveis, ao entrarem no forno, dele saíram compondo um alimento apreciado por todos, saboroso e nutritivo. A última indagação foi: como você chamaria esse bolo? Não pestanejou: bolo de laranja. Por quê? Argumentou que era pelo gosto nítido do bolo. Comentei que, embora cada ingrediente ou utensílio contribuísse para a formação do bolo, o nome dele designaria aquele componente que se destacasse mais, para facilidade de identificação, pois não teria sentido chamá-lo de bolo de forno (a maioria dos bolos é) ou bolo de colher de pau (que ninguém entenderia). Isso não impedia que a farinha desse consistência suave ao bolo, o açúcar o fizesse doce e agradável, o sal o temperasse com sutileza, o fermento o fizesse crescer, as raspas de laranja lhe acentuassem o sabor, os ovos o mantivessem úmido e

macio e a manteiga lhe garantisse a coesão necessária para um bolo. E tudo foi conseguido por meio de instrumentos úteis, sem os quais o produto final seria muito difícil de conseguir.

Concluí as minhas observações, dizendo-lhe que os seres humanos, em sociedade, são ingredientes sociais muito diferentes entre si e têm dificuldade para uma convivência útil, agradável e eficaz. Para que isso possa ser obtido, é necessário que sejam amalgamados por um propósito comum, submetidos aos embates desafiadores contra os obstáculos às suas intenções e se submetam a um longo período de convivência, para a maturação de sua intimidade. Além disso, é necessário que o calor dos grandes problemas os estimulem por tempo suficiente, para que, depois de amalgamados em associação, transformem-se num conjunto harmonioso, apreciado e respeitado por todos e capaz de alimentar e nutrir os valores sociais do meio, onde se inserem, além de, juntos e homogeneamente, agirem em proveito do bem-comum e da coletividade. Porém, ao contrário do bolo de laranja, não existe nenhuma receita de bolo para isso; cada grupo deve procurar a sua própria combinação.

Encerrei a conversa perguntando: a Maçonaria, como a conhecemos, está fazendo isso? Somos um bolo de laranja ou uma mistura inacabada e inútil? Fiquei, desta vez, sem resposta final.

*O autor é M∴I∴ da A∴R∴L∴S∴ A Luz Vem do Oriente 3.014, G∴O∴B∴, Oriente de Porto Belo, SC, Rito Adonhiramita ?

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a LivroLivro bGostaria de sugerir a leitura do livro do meu querido Confrade, Escritor e Acadêmico Maçom, Robson Rodrigues

da Silva, intitulado “POMPAS FÚNEBRES”, lançado no mês de julho de 2009 pela Editora A Trolha. Autor de vários livros, nosso Irmão Robson trata o tema, por sinal, muito pouco conhecido de muitos, com profundidade e conhecimento. Trata-se de um estudo elucidativo merecedor de leitura reflexiva e de ilustrar o acervo da mais nobre biblioteca. Recomendo com empenho! Façam contato com o autor: [email protected] (21) 2604-7146 / 9834-9956. ?

aa bbrte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, fundada em 24 de fevereiro de 2007, com registro na ABIM – Associação Brasileira de Imprensa Maçônica – 005-JV, que se apresenta como mais um canal de informação, integração e incentivo à cultura maçônica, sendo distribuída, diretamente, via Internet, para mais de

13.200 e-mails de Irmãos de todo o Brasil e, também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões, sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores. Sentimo-nos muitíssimo honrados em poder contribuir, de forma muito positiva, com a cultura maçônica, incentivando o estudo e a pesquisa no seio das Lojas e fazendo muitos Irmãos repensarem quanto à importância do momento a que chamamos de “¼ de Hora de Estudos”. Obrigado por prestigiar esse altruístico trabalho.

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Editor Responsável, Diagramação, Editoração Gráfica e Distribuição: Francisco Feitosa da Fonseca - M∴I∴ - 33ºRevisor: João Geraldo de Freitas Camanho - M∴I∴ − 33º Colaboradores nesta edição: Antonio Rocha Fadista – Ernani Souza – José Prudêncio Pinto de Sá – Marco Antônio de LimaEmpresas Patrocinadoras: Arte Real Software – Costa, Rubbo & Souza - CH Dedetizadora – CONCIV - CFC Objetiva Auto Escola – Dirija Rent a Car - López y López Advogados – - Olheiros.com – Santana Pneus – Sul Minas Lab. Fotográfico – Sysprodata – Turmalina – Vivenda do Chela. Contatos: ( (35) 3331-1288 / 8806-7175 E-mail - [email protected] Skype – francisco.feitosa.da.fonseca MSN – [email protected]

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