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Diamantino Neves Gomes dos Santos O ENSINO DA INFORMÁTICA NA ESCOLA SECUNDÁRIA SUZETE DELGADO Licenciatura em Informática – Ramo Educacional ISE, Junho 2006

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Diamantino Neves Gomes dos Santos

O ENSINO DA INFORMÁTICA NA ESCOLA

SECUNDÁRIA SUZETE DELGADO

Licenciatura em Informática – Ramo Educacional

ISE, Junho 2006

I

Diamantino Neves Gomes dos Santos

O ENSINO DA INFORMÁTICA NA ESCOLA

SECUNDÁRIA SUZETE DELGADO

Monografia apresentada ao Departamento de

Ciência e Tecnologia, Instituto Superior da Educação,

sob orientação do Dr. Abel Cardoso e

co-orientação do Eng. Nuno Levy

como um dos pré-requisitos

para obtenção do grau de Licenciatura em

Informática – Ramo Educacional.

ISE, Junho

2006

II

Diamantino Neves Gomes dos Santos

O ENSINO DA INFORMÁTICA NA ESCOLA

SECUNDÁRIA SUZETE DELGADO

Monografia apresentada, julgada e aprovada pelo Corpo Docente do

Departamento de Ciência e Tecnológica

do Instituto superior da Educação, como parte dos requisitos de conclusão

do curso de Licenciatura em Informática – Ramo Educacional.

O Jurí,

______________________________

______________________________

______________________________

Praia, aos ___ de ___de 2006

III

“Aos meus pais (Joana e António dos

Santos), a minha madrasta (Maria),

pois sem eles não chegaria até aqui.

Aos meus irmãos (Maria e Florentino)

em especial, pela força e

compreensão.”

IV

AGRADECIMENTOS

Agradeço a DEUS, minha fonte de força e perseverança.

Ao meu orientador Abel Cardoso e o meu co-orientador Nuno Levy pela

disponibilidade e colaboração nas diversas fases da elaboração desta monografia.

Também, e de maneira especial, a João das Dores, que me ajudou muito no meu

primeiro e segundo ano do curso.

V

RESUMO

Este trabalho foi feito no âmbito de uma investigação sobre o ensino da informática,

intitulado o Ensino da informática na Escola Secundária Suzete Delgado, tendo

escolhido a ilha de Santo Antão, onde a amostra foram os alunos do terceiro ciclo e

professores daquela instituição. Para este efeito foram aplicados questionários aos

alunos e professores de informática.

Este estudo tem como objectivo principal fazer uma análise da situação do ensino-

aprendizagem nesta instituição; ter uma noção sobre a forma como se ensina e aprende

informática; quais as dificuldades que os docentes enfrentam na sua pratica do dia-a-dia,

na Escola Secundária Suzete Delgado.

Palavras – Chave: Aprendizagem; Computador; Educação; Ensino; Pedagogia;

Tecnologias;

Trabalho de Fim de Curso – O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

VI

INDÍCE GERAL

Página de Rosto..........................................................................................................................I

Página de Jurí .......................................................................................................................... II

Página de Dedicatória ............................................................................................................ III

AGRADECIMENTOS ...........................................................................................................IV

RESUMO..................................................................................................................................V

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................1

CAPITULO I – ENQUADRAMENTO TEÓRICO ..............................................................4

1.1.Contextualização.................................................................................................................4

1.2. Considerações gerais sobre a utilização dos computadores...........................................6

1.3. Considerações sobre a evolução das tendências pedagógicas........................................7

1.4. O pedagogo face às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) .....................10

1.5. O uso pedagógico das modernas tecnologias.................................................................12

CAPITULO II – A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO.....................................................15

2.1. Diferentes Usos do Computador ....................................................................................15

2.1.1. O Computador no Processo Ensino -Aprendizagem.................................................16

2.1.2 O Computador como Máquina de Ensinar .................................................................17

2.1.3 O Computador como Ferramenta de Ensino..............................................................20

2.2. Vantagens e Desvantagens do uso dos computadores no ensino .................................22

CAPITULO III – ESTUDO DE CASO: O ENSINO DA INFORMÁTICA NA

ESCOLA SECUNDÁRIA SUZETE DELGADO ................................................................24

3.1. Fundamentação e objectivos do trabalho......................................................................24

Trabalho de Fim de Curso – O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

VII

3.2. Metodologia do trabalho .................................................................................................26

3.3. Caracterização da Escola Secundária Suzete Delgado ................................................28

3.4. Descrição dos dados estatísticos .....................................................................................30

3.5. Análise dos dados estatísticos .........................................................................................33

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................36

RECOMENDAÇÕES.............................................................................................................38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS ....................................................................................39

GLOSSÁRIO ..........................................................................................................................41

ANEXOS .................................................................................................................................47

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

Diamantino Neves Gomes dos Santos

1

INTRODUÇÃO

Educação engloba ensinar e aprender. E também algo menos tangível mas mais

profundo: passar o conhecimento, bom julgamento e sabedoria. A educação tem nos

seus objectivos fundamentais a passagem da cultura de geração para geração1.

A sociedade actual vive em constantes mudanças, afectando a forma como

trabalharmos, como ocupamos os tempos livres, como relacionamos uns com os outros

e como tomamos conhecimento do que se passa à nossa volta.

A utilização do computador veio revolucionar os mais diversos sectores. Por isso, quem

não for capaz de utilizar e compreender minimamente os processos informáticos correrá

o risco de estar tão desintegrado da sociedade, como um analfabeto está na sociedade de

hoje.

Esta evolução impõe particular responsabilidade à escola. Consequentemente, uma nova

sociedade precisa dum novo tipo de escola para cumprir os objectivos do ensino. Assim,

considerámos que a escola actual deve responder aos desafios propostos, de modo a

evoluir e adaptar-se as novas exigências e necessidades da nossa sociedade.

Neste intuito, propomos este tema “O Ensino da informática na Escola Secundária

Suzete Delgado”. Para a realização deste estudo, centramos a nossa pesquisa no

concelho da Ribeira Grande, na Escola Secundária Suzete Delgado, com o objectivo de

analisar, como já referimos, o ensino da informática no processo ensino-aprendizagem. 1 Disponível no site http://pt.wikipedia.org/wiki/Educação

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

Diamantino Neves Gomes dos Santos

2

Considerámos que a utilização do computador varia no seu valor pedagógico. O

computador pela sua flexibilidade, presta-se múltiplas funções podendo enriquecer o

ensino de diversas formas. A fixação num único tipo de utilização é por isso uma

prática pedagógica a evitar.

Mediante tal facto, pensámos que a escola deve criar condições para que os alunos

possam trabalhar livremente com o computador, mantendo ao mesmo tempo uma certa

orientação pedagógica.

Para a realização deste trabalho tivemos como referencia algumas questões, como:

• Com o avanço das tecnologias nestes últimos anos, o ensino tem

acompanhado a evolução tecnológica?

• A pedagogia é a mais apreciada?

• Os currículos sofreram alterações?

• Existem materiais (meios informáticos) de apoio para os alunos?

Estas e outras questões que foram surgindo ao longo deste trabalho, serão respondidas

através das investigações feitas. Desta forma, tentaremos mostrar a pertinência deste

estudo.

Partindo desta perspectiva, dividimos o nosso trabalho em três capítulos, para além da

introdução, considerações finais, recomendações, referências bibliográficas, glossário e

anexos. No capítulo I, começamos por fazer o enquadramento teórico, onde

apresentamos a perspectiva do ensino da informática face as tecnologias de informação

e comunicação, destacando a pedagogia usada na utilização do computador nas escolas,

os efeitos do computador no processo de pensamento dos alunos, nas suas atitudes e

valores, nas suas inter relações sociais, e na dinâmica global do processo educativo.

No capítulo II falamos sobre a Informática na Educação, para tal destacamos os

diferentes usos que se faz do computador no ensino da informática, evidenciando a

utilização do computador no processo ensino-aprendizagem, ao mesmo tempo que se dá

uma noção do seu valor pedagógico, e uma ideia geral sobre as possibilidades

oferecidas pelos computadores enquanto meios auxiliares para o desenvolvimento do

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

Diamantino Neves Gomes dos Santos

3

sistema educativo. Também fizemos referências a algumas vantagens e desvantagens da

utilização do computador no ensino.

No ultimo capitulo (III), apresentamos a metodologia adoptada e quais os argumentos

que sustentamos para elaborar o trabalho de investigação, fazendo uma descrição e

análise dos dados estatísticos na Escola Secundária Suzete Delgado, onde começamos

por fazer uma descrição da situação em que a instituição (escola) se encontra, e

posteriormente apresentamos a nossa apreciação acerca da situação existente naquela

escola.

Para a realização do presente trabalho utilizamos vários instrumentos utilizados para

alcançar os objectivos propostos, adoptamos várias metodologias, tais como: pesquisa

bibliográfica; recolha de dados estatísticos; realização de questionários aos alunos e

professores; entrevistas; tratamento estatístico dos dados levantados; análise e discussão

dos dados.

Com este trabalho pretendemos dar a conhecer as dificuldades que os professores de

informática enfrentam no seu dia-a-dia, evidenciando as mais variadas estratégias que

eles coloquem para ensinar informática; como se comportam os docentes face às novas

tecnologias de informação; e quais as propostas que os docentes utilizam para ensinar

informática na Escola Secundária Suzete Delgado.

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

Diamantino Neves Gomes dos Santos

4

CAPITULO I – ENQUADRAMENTO TEÓRICO

1.1.Contextualização

“É uma maneira sistemática de elaborar, levar a cabo e avaliar o processo de

aprendizagem em termos de objectivos específicos, baseados na investigação da

aprendizagem e da comunicação humana, empregando uma combinação de recursos e

materiais para conseguir uma aprendizagem mais efectiva.” 2

De Pablos Pons, 1994, p.42

A Educação, nos nossos dias, tem uma forte relação com a tecnologia. Isto porque, cada

vez mais, seja em contextos formais ou informais, vivemos dependentes desta nova

forma de vida. Como tal é necessário mudar isso para viver numa sociedade do ensino,

viver na plenitude o conhecimento, pois temos um sector ainda restrito em termos

culturais, tecnológicos e de competitividade. Ora, o mais importante na sociedade da

informação/conhecimento é a Educação e como sabemos as instituições de ensino cabo-

verdianas, na sua maioria, não estão adequadas aos novos tempos, com os seus

programas demasiados burocráticos e passados no tempo, onde a rigidez institucional é

um entrave intransponível, para tal há que pensar no futuro.

Os tempos actuais são períodos de profundas transformações tecnológicas. A rápida

evolução e difusão das novas tecnologias, em particular as associadas aos computadores 2 Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia_e_Educação

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

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5

estão a alterar significativamente, não apenas os processos de produção de bens

materiais, mas também os processos de difusão das experiências e, consequentemente,

os modos de vida na sociedade. Este ritmo evolutivo em termos tecnológicos é

acompanhado (e possibilitado) por um volume crescente de conhecimento humano nas

mais diversas áreas do saber.

Nunca, como hoje, se tornou tão necessário o desenvolvimento de capacidades ao nível

da gestão e manipulação de informação, de modo a permitir uma interacção eficaz com

o mundo que nos rodeia.

Segundo Freitas3 a sociedade do futuro será “uma sociedade que verá, provavelmente, o

seu sucesso baseado na capacidade de acesso e tratamento / organização de informação”

Uma sociedade em que mais do que saber, interessa aceder à informação, a aumentar

em cada dia que passa o seu conhecimento, e saber trabalha-la formulando perguntas

inteligentes. Consequentemente, as pessoas terão necessidade de partilhar experiências,

informações e conhecimentos para uma melhor integração na sociedade que exige cada

vez mais das pessoas.

Na nossa perspectiva, dada a complexidade e especificidade de algum hardware e

software, a troca de experiência entre escolas é também enriquecedora, aos mais

diversos níveis (local, regional, nacional). Os desafios que se colocam à sociedade

exigem competências de gestão, organização e manipulação de informação, aliadas a

um forte espírito de solidariedade e de cooperação. Trabalhar em cooperação, partilhar

experiências e ter acesso a um novo “Know-how” sobre certos domínios, constitui um

vínculo para propiciar um ensino de qualidade.

Neste sentido, apontam as palavras de Figueiredo e Steele4 quando afirma: “ (...) é

agora largamente reconhecido que, nos domínios em rápida transformação, como os

relacionados com a educação e a formação, a informação mais útil e actualizada, não

3 FREITAS (1992), In SILVA, Leonardo Cunha, Necessidades Educativas especial: Dissertação, PORTO, 1998. Disponível em: www.lerparaver.com/amigos/leonardo_dissertacao.html 4 Figueiredo e Steele (1992), In SILVA, Leonardo Cunha, Necessidades Educativas especial: Dissertação, PORTO, 1998. Disponível em: www.lerparaver.com/amigos/leonardo_dissertacao.html

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

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se encontra nas bases de dados, mas antes na memória colectiva dos grupos de

utilizadores que operam nesses domínios”.

Partindo deste contexto, Figueiredo e Steele realça que o acesso a redes de comunicação

à distância poderá significar a interacção directa com especialistas de determinadas

áreas do conhecimento, onde os utilizadores dessas redes “ (...) podem pedir assistência

e receber, de outros utilizadores, quer respostas que satisfaçam as suas necessidades,

quer sugestões sobre o local onde podem encontrar a informação que procuram”. A

este nível, e adoptando a palavras de Freitas, “a humanidade terá nas novas tecnologias

da informação e comunicação um auxiliar precioso no sentido de uma verdadeira

disponibilização da informação por todos”.

Ponderámos que, para viver numa sociedade cada vez mais alicerçada em poderosas

redes de comunicação, implica novas mentalidades, habilidades e exigências;

permitindo estabelecer relações com as tecnologias mais prometedoras, tendo em vista

as necessidades de uma formação para uma sociedade mais moderna.

Nos últimos anos, muitos sistemas de ensino têm vindo a repensar os seus objectivos e

modelos de funcionamento, procurando renovar-se e adaptar-se às novas exigências da

sociedade actual. De entre esses objectivos destaca-se os rápidos desenvolvimentos

tecnológicos a que estamos sujeitos a assistir na sociedade e que de alguma forma têm

repercutido na prática educativa. Neste contexto, é de salientar a necessidade das novas

tecnologias para os alunos, de modo a que não fiquem excluídos destes progressos

tecnológicos.

1.2. Considerações gerais sobre a utilização dos computadores

A utilização dos computadores entrou já no quotidiano de grande parte das pessoas

abrangendo as áreas mais diversas, mas só recentemente, começou a dar os primeiros

passos como instrumento de trabalho de grandes potencialidades na Educação

Pensámos que, para a elaboração de programas para computadores é necessário bons

conhecimentos de informática e um grande investimento em tempo.

Podemos, evidentemente, utilizar programas destinados ao ensino que são, regra geral,

de aplicação imediata e que permitem um trabalho autónomo dos alunos, mas que

deixam poucas possibilidades de intervenção do professor. Entre estes dois extremos

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

Diamantino Neves Gomes dos Santos

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existem no mercado programas que foram desenvolvidos, não para um fim específico

mas para uma gama alargada de utilização, que nos permitem desenvolver rapidamente

pequenas aplicações sobre aspectos particulares como, por exemplo, a elaboração e

tratamento de textos em relatórios de actividades experimentais e de visitas de estudo, a

construção de gráficos de tipos diversos.

Segundo Figueiredo (1989), as utilizações dos computadores podem ser descritas e

sistematizadas em três grandes modalidades: modo tutor («tutor»), modo ferramenta

(«tool»), e o modo instruendo («tuttee»).

No modo tutor, o computador assume a forma mais ou menos directa, o papel do

orientador do processo de aprendizagem. Como exemplos, podem referir-se o ensino

assistido por computador em que é proposto aos alunos dialogar com um programa

didáctico e os jogos educativos.

Pensámos que, isto seria uma forma benéfica para os alunos, uma vez que vai permitir-

lhes uma certa interacção com o computador, assim através deste tipo de actividade eles

aprenderão sem nenhum esforço.

No modo ferramenta, o papel do computador é muito mais neutro e independente das

matérias a aprender. O aluno utiliza o computador como um instrumento que lhe

permite realizar tarefas muito diversificadas, directas ou indirectamente, ligadas ao

processo de aprendizagem. Os processadores de texto, os sistemas de gestão de bases de

dados e as folhas de cálculo são exemplos, a realçar, deste modo de utilização dos

computadores. A utilização destas ferramentas em educação permite estabelecer um elo

de ligação importante entre a actividade escolar e a actividade profissional. Dada a

grande diversidade de profissões que usam este tipo de ferramentas, o modo instruendo

pode ser descrito como inverso do modo tutor: o computador assume-se como aluno e

deixa a este o papel de tutor.

1.3. Considerações sobre a evolução das tendências pedagógicas

Na época presente parece que a finalidade da educação não é só “transmitir

conhecimentos” como também “contribuir para o pleno desenvolvimento da

personalidade”, que é uma questão de evolução tanto dos valores de base e dos ideais

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

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8

democráticos como também da evolução dos conhecimentos relativos ao homem e a sua

história individual, desde à infância à idade adulta.

Podemos esperar que as novas perspectivas que assim apontam, permitam definir com

mais precisão a finalidade da acção educativa e ao mesmo tempo construir um esquema

de processos pedagógicos, baseado na realidade psicológica dos docentes. Aliás,

realidade que as pedagogias tradicionais ignoraram e que as activas talvez tenha

interpretado de maneira limitada. Nesse intuito, convém relembrar alguns aspectos

fundamentais dos métodos tradicionais e dos métodos activos.

Notamos que apesar de muito depreciada, a pedagogia tradicional continua a ser a

técnica mais praticada. Por vezes orientada no sentido de uma aula “activa”, o que

constitui ainda a base do ensino em Cabo Verde. Entendemos que, é lícito procurar

compreender como é possível praticar um sistema de que se descrê, por isso é frequente

pôr em causa as estruturas e instituições educativas, nomeadamente a centralização e a

tendência para privilegiar as autoridades do professor. Considerámos que neste aspecto,

muitas vezes os professores esquecem a inércia dos modelos de ensino.

Para tal, desde as primeiras aulas, se agarram de certo modo as práticas pedagógicas dos

seus próprios professores. Involuntariamente, assim se instala e se transmita a rotina, a

cegueira psicológica, a indiferença pelos problemas reais do acto pedagógico.

De qualquer modo, achámos que a pedagogia é “tradicional” em duplo sentido.

Primeiro, porque vem da tradição, isto é, do passado greco-romano e medieval. Em

segundo, porque o objectivo é estreitamente adaptativo: orienta-se o desenvolvimento

do aluno em função da imagem que concedemos do adulto na sociedade presente. Neste

caso, notamos que o professor está totalmente centralizado no programa: visto que é

necessário “incutir”, isto é, transmitir o saber. Em síntese, tudo se passa como se o

professor, do ponto de vista da atitude fundamental, estivesse centrado sobre si mesma,

sobre os seus problemas, as suas dificuldades, a sua ansiedade latente, escolhendo bem

ou mal um método a seguir e os alunos têm que comportar de modo a permitir o seu

desempenho.

Quais são os perigos de tal prática pedagógica? Tem-se apontado frequentemente um

dos mais evidentes. Os alunos tomam o trabalho escolar como uma imposição,

dificilmente aceite e os conhecimentos não alcançam o sentido na medida em que não

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

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são integrados autenticamente pela personalidade, por isso a aprendizagem perde o seu

verdadeiro significado.

Nesta perspectiva é evidente que a escola não pode atingir as suas finalidades, quer

dizer, permitir a aquisição de conhecimentos de uma personalidade em vias de

realização, se a relação entre docente e aluno não for uma relação positiva, ou seja, uma

relação pedagógica positiva.

Considerámos que, ao contrário das pedagogias tradicionais, as pedagogias activas

desenvolveram através das reacções contra a pedagogia tradicional, descobrindo-se que

a criança não é um adulto em miniatura, nem um objecto passivo, que tem necessidades

próprias e interesses pessoais. Como diz Rousseau “ensinar é nada ensinar mas

propiciar meios para a criança se formar por si própria”.

No entanto, achámos que o espírito é o mesmo, assim convém organizar o ambiente

escolar de maneira que o aluno tenha ao seu dispor materiais que lhe permita estar

activo no processo de aquisição do saber: aprender através da acção.

Ponderámos que, os métodos e as atitudes dos professores devem, tanto quanto possível

centrar-se no aluno: é necessário estar atento a necessidades, utilizar a sua tendência

lúdica, a curiosidade no trabalho escolar.

Estimámos que, as pedagogias activas têm uma noção pouco elaborada da

personalidade, que na prática é descrita em termos de “bom” e “mau” e não em termos

de desenvolvimento funcional. Se for tomada neste ultimo sentido, não será certamente

considerada uma tábua rasa passiva, mas sim, principalmente constituída por

necessidades “naturais”, como o jogo, a curiosidade, etc. O professor aparece aqui como

um elemento da técnica educativa: guia, organizador, conselheiro.

Como afirmou Rui Grácio (1968) “O rendimento da função pedagógica da classe

depende apenas do saber do professor e de uma didáctica apropriada, mas também da

sua personalidade, nomeadamente: a) a sua capacidade de compreensão e de aceitação

dos diversos individualismos discentes e b) da sua capacidade de criação de um clima

de empenhamento no trabalho sobre a sua autoridade”.

É obvio que uma pedagogia “centrada no aluno” exige um grande esforço por parte do

professor: - uma extraordinária lucidez, um grande controlo sobre si mesmo, uma

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

Diamantino Neves Gomes dos Santos

10

sensibilização aos fenómenos psicológicos dos grupos e, sobretudo, um propósito firme

de combater as suas próprias rotinas, preconceitos e modelos, sejam quais forem os

recursos técnicos que acompanhem a informação que fornece – lições, livros, meios

audiovisuais, etc. O professor sabe que o destino do acto pedagógico começa

precisamente ao nível das suas atitudes.

Pensámos que se alguns professores tentarem sinceramente praticar esta pedagogia

dinâmica, deverão debater os seus próprios problemas profissionais em grupo, quer

dizer, no âmbito do grupo de professores. Só pelo grupo se pode fazer formação pelo

grupo. Um exemplo é a organização de estágios, que pode servir para que os futuros

professores analisem em grupo o que sucede, sensibilizando o grupo para os problemas.

Assim contribuiria para os futuros professores sentirem-se menos desarmados ao

defrontar o temível colectivo de alunos. Se a teoria de uma pedagogia inspirada em

pequenos grupos for elaborada, a prática desta pedagogia não só encontra resistências

provenientes de preconceitos e de rotina, como também requer um esforço de formação

dos professores que seria desejável pôr em prática.

1.4. O pedagogo face às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)

Acreditamos que, dada à diversidade socio-económica cabo-verdiana, é necessário

sensibilizar as pessoas para o uso das TIC. Em vista disso, achámos que deve

estabelecer um eixo instrumental, em que o aluno é capacitado para o uso dessas

ferramentas.

Partindo da concepção em que o Pedagogo / Professor é a referência essencial, não

única na educação, pensámos que é preciso incluir acções que levem o pedagogo a

compreender o papel das TIC no processo ensino-aprendizagem. Por isso, a essência

pedagógica, em que os alunos usem os recursos tecnológicos voltados para as várias

áreas do currículo, vão leva-los a compreender a tecnologia no processo ensino-

aprendizagem. De realçar que os educadores têm uma grande parcela de

responsabilidade na formação dos alunos, na formação de um ser com uma visão, uma

participação no mundo, para si, para todos e futuras gerações.

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

Diamantino Neves Gomes dos Santos

11

Acreditámos que é necessário que o Pedagogo / Professor reflicta sobre suas

experiências de aprendizagem, conteúdos e relação com as TIC. Pois à medida que o

Pedagogo toma consciência da sua competência na elaboração de estratégias próprias

para a resolução de situações didácticas, amplia a possibilidade de estar vigilante as

tentativas de resolução das tarefas por parte dos alunos.

Não queremos aqui apontar um modelo para a formação do Pedagogo frente às novas

TIC, mas explicitar nossa crença na necessidade dessa formação.

Considerámos que o processo de aprender a aprender a ensinar se prolonga por toda a

vida e o professor tem que estar consciente e responsável pela sua própria aprendizagem

para que possa responsabilizar pela aprendizagem dos outros.

GARCIA (1999) apresenta contribuições importantes sobre a formação de professores

chamando a atenção para a necessidade de se considerar tanto o aspecto pedagógico

quanto o aspecto organizacional, por constituem duas dimensões inseparáveis da acção

educativa. Para o mesmo autor uma escola em desenvolvimento é aquela que integra o

desenvolvimento do professor, do currículo e da gestão escolar orientado para a

mudança.

Concordámos plenamente com a afirmação do autor, uma vez que constata-se que

algumas instituições de ensino, nomeadamente as públicas possuem equipamentos

informáticos, mas devido as condições em termos de infra-estrutura (organização da

sala) fica muito aquém das expectativas, porque muitas vezes os alunos ficam de costa

voltadas para os professores, ou existem um pilar no meio da sala. Para tal, isso dificulta

o aluno no processo ensino-aprendizagem, devido a constantes movimentações que é

sujeitado. Mas também, muitas vezes o professor não possui a componente pedagógica

que não deve ser ignorada. Aqui, deve-se sensibilizar o professor para o acto

pedagógico, uma vez que é importante para as práticas pedagógicas. De realçar que, as

praticas educacionais no fazer diário do professor é bem mais complexa do que se

imagina e, dependem de inúmeros factores.

Alias, NÓVOA (1992, pag.9) realça que nenhuma intervenção pedagógica harmonizada

com a modernidade e os processos de inovação que estão implícitos será eficaz sem a

colaboração consciente do professor e sua participação na promoção da emancipação

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

Diamantino Neves Gomes dos Santos

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social. E ainda afirma que “não há ensino de qualidade, nem reforma educativa, nem

inovação pedagógica, sem uma adequada formação de Professores”.

Em síntese, achámos que a utilização das TIC na Educação por parte dos professores

para análise, avaliação e práticas pedagógicas tem de reflectir sobre os meios

informáticos mais utilizados na educação como recurso didáctico e avaliação desses

recursos do ponto de vista tecnológico, pedagógico e didáctico.

1.5. O uso pedagógico das modernas tecnologias

A informática é um campo vasto e riquíssimo que pode ser aproveitada para fins

pedagógicos. Podemos utilizá-la como instrumento de comunicação, de edição de

textos, de edição de gráficos, de pesquisa, de produção de conhecimento, explorando e

renovando a forma como o ensino vem sendo efectuada no sistema educacional.

Voltaríamos, assim, a ter na escola, um ambiente rico de informações, de assuntos

históricos e actuais, com capacidade de atender ao anseio natural que todo ser humano

possui, de buscar o novo. Também achámos que é uma possibilidade de escaparmos as

visões extremamente utilitárias, as quais vêem o computador somente como um veículo

de disseminação de informações, aplicando-o de forma restrita como máquina de

ensinar, uma instrução programada. Não podemos olhá-la somente como um banco de

dados cujo saber é utilizável por um usuário, isto é, não pode ser o uso do computador

pelo computador. Estas tecnologias são ferramentas de aperfeiçoamento que, ao serem

inseridas no ambiente educacional, visam a qualidade do ensino.

Considerámos que, com a ascensão da tecnologia, tornou imprescindível a introdução

da informática nas redes de ensino. Por isso, as escolas investiram, nos últimos anos, na

implantação de salas de informática, a qual não acompanharam essa evolução.

Constatamos, inclusive, que existem muitas escolas públicas bem equipadas. Entretanto,

paira ainda um desencantamento pela forma como nela se processa o ensino-

aprendizagem.

Coloca-se então a questão, o que nos falta? Um ensino centrado na produção e não no

próprio ensino? O aluno necessita tornar-se “construtor” da sua aprendizagem, para tal

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

Diamantino Neves Gomes dos Santos

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deve aprender a gerir o seu tempo. Precisamos renovar, principalmente, a forma como a

pesquisa vem sendo conduzida no sistema educacional. Por isso deve-se preparar os

professores para a utilização das novas tecnologias da informação, visando a

transformação de sua prática pedagógica. Assim melhorar a qualidade no processo

ensino-aprendizagem, mediante incorporação adequada das novas tecnologias da

informação nas escolas.

Também propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico,

tecnológico, e educar para uma cidadania global, numa sociedade tecnologicamente

desenvolvida. Desta perspectiva, precisa-se repensar o papel do aluno e do professor. O

primeiro estará diante de uma diversidade de opções, e será ele quem seleccionará essas

informações numa aprendizagem mais independente. Como usuário, desenvolverá algo

a partir do momento que aprender a manipular essas informações, ampliando seus

domínios, instaurando-se, assim, um “aprendizado através do fazer”.

Considerámos que a Internet com os conteúdos atraentes, ambiente multimédia, global e

interdisciplinar, instiga no aluno o desejo de investigação, de descoberta, além de

aumentar suas possibilidades de pesquisa. Também favorece diferentes maneiras de se

relacionar com o outro. Ao contrário do que muitos pensam, ela não oferece

oportunidades a “robotização” do ser humano ao eliminar a mediação humana no

contexto, pois isto, o livro, o jornal, a revista já o fazem. Ao usá-la, estamos

promovendo mais um meio de contacto social com outras pessoas, que desafia, exige e

estimula a intelectualização.

Ponderámos que, o uso Internet, requer operações intelectuais que vão desde o uso da

palavra, da escrita, capacidade de comparar e diferenciar, atenção, abstracção, e passa

por formas de organizar o pensamento e a acção. Também, pensámos que, a pedagogia

que se efectua na Internet, por exemplo, não é da instrução directa e explícita por via do

professor, pois a sua utilização altera a rotina escolar e os métodos de organização de

trabalhos, uma vez que é uma rede potencialmente infinita de comentários e debates.

O estudo auxiliado na Internet não é somente dirigido pelo professor nem centrado no

ensino, pois a pesquisa ocupa o centro deste. O professor terá como preocupação se

lançar aos desafios que essa nova tecnologia lhe propõe, para tal devem ser estendidos

aos aprendizes, para que eles se apropriem desses conhecimentos, numa interacção

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

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adequada. Não há uma diminuição do seu papel, mas uma mudança. O professor não é

mais o detentor do saber, mas um facilitador do processo de desenvolvimento

intelectual do sujeito.

Esse processo de aprendizagem ocorre sem que haja um ensino explícito. Não há mais o

controle da aprendizagem pelas mãos do professor, mas este está nas mãos do aluno,

havendo a liberdade para explorar e errar, sem punições. A sala de aula passa assim, a

um espaço de maior prazer, pois as tecnologias (multimédia interactiva) proporciona e

favorece uma actividade exploratória e lúdica, visto o conhecimento passar a formas de

acesso e apropriação que possibilitam ao sujeito assimilá-los plenamente e praticá-los

ao longo de sua vida.

Temos com a Internet uma dinâmica diferente daquela que se apresenta nos livros, pois

ela é determinada pela agilidade, interactividade. O computador torna-se assim, mais

um dispositivo técnico como o vídeo, a televisão, pelo qual percebemos o mundo que

nos rodeia. Pensámos que, deve-se repensar e debater o uso da comunicação em geral,

numa tentativa de inserir a instituição educacional no mundo ou vice-versa, tornando-a

um espaço entusiástico, que prepara o indivíduo para a vida e não dá prioridade ao mero

acumulo de informações.5

5 PURIFICAÇAO, Ivonélia, Pedagogia e novas tecnologias da informação e educação – Um movimento necessário para a formação do pedagogo?

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15

CAPITULO II – A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

2.1. Diferentes Usos do Computador

O ensino da informática teve a sua origem com as máquinas de ensinar. Essa ideia foi

usada pelo Dr. Sidney Pressey que em 1924 inventou uma máquina para corrigir testes

de múltipla escolha.

Segundo Valente6, Skinner, no início dos anos 50, como professor da universidade de

Harward, propôs uma máquina para ensinar, mas usando o conceito de instrução

programada.

Para este autor, a instrução programada consiste em dividir o material a ser ensinado em

pequenas partes logicamente encadeados, denominados módulos. Cada conceito é

apresentado em módulos sequenciais. Cada módulo, por sua vez, termina com uma

questão que o aluno deve responder, preenchendo os espaços em branco ou escolhendo

a resposta entre diversas alternativas apresentadas. O aluno deve ler o conceito, a

resposta certa pode ser apresentada imediatamente questionado. Se a resposta está certa

o aluno passa para o próximo módulo. Caso contrário, pelo programa ou o aluno é

6 VALENTE, José Armando. Diferentes usos do computador na educação. In computadores e

conhecimento: repensando a educação. Campinas: Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP,

1993.

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16

convidado a rever módulos anteriores ou a realizar outros módulos, cujo objectivo é

remediar o processo de ensino.

De acordo com a proposta de Skinner, a instrução programada era apresentada na forma

impressa e foi muito usada no final da década de 50 e início dos anos 60. Essa ideia

nunca se tornou popular devido a dificuldade apresentada à produção do material de

instrução e os materiais existentes não possuíam padronização, dificultando assim à sua

divulgação.

2.1.1. O Computador no Processo Ensino -Aprendizagem

Com o advento do computador, percebeu-se a possibilidade de apresentar com grande

flexibilidade o material de instrução.

Segundo Valente, durante os anos 60, diversos programas de instrução programada

foram implementados no computador – surgia então a instrução auxiliada por

computador ou “Computer Aided Instruction”, conhecida como CAI.

A difusão dos CAI nas escolas acontece com os microcomputadores. Tal facto permitiu

grande produção e uma diversificação de tipos de CAI tais como tutoriais, programas de

demonstração, exercício-e-prática, avaliação do aprendizado, jogos educacionais e

simulação.

A ideia do ensino pelo computador permitiu a elaboração de outras abordagens, onde o

computador é usado como ferramenta no auxílio de resolução de problemas, na

produção de textos, na manipulação de dados e no controle de processos em tempo real.

As novas modalidades de uso do computador na educação mostraram uma nova visão: o

uso dessa tecnologia como “máquina de ensinar”, veio a ser vista como uma nova media

educacional (o computador passa a ser uma ferramenta educacional disponível para

melhorar a qualidade do ensino).

Actualmente, vive-se em um mundo que é dominado pela informação e por processos

que acontecem de forma acelerada. Os alunos passam a substituir a memorização da

informação pela busca e uso da informação. Estamos de acordo, e pensámos que essas

mudanças podem ser assimiladas através do computador.

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17

Apreciamos que, a verdadeira função educacional é à de criar condições de

aprendizagem, por isso o computador será o facilitador do processo de desenvolvimento

intelectual do aluno.

Realçar que as diferentes modalidades de uso do computador na educação sempre irão

continuar a coexistir. É importante compreender que cada uma das modalidades

apresenta características próprias, propiciando um número maior de opções e estas,

certamente, atenderão um número maior de alunos.

Mas, as escolas normalmente, dispõem de um método que é prioritário e generalizada

para todos os alunos, por isso alguns alunos se adaptam a determinados métodos mas

outros não, e acabam por abandonar a escola.

2.1.2 O Computador como Máquina de Ensinar

De acordo com Valente o computador como máquina de ensinar é caracterizado como

uma versão computorizada dos métodos tradicionais de ensino e as categorias mais

comuns são os tutoriais, exercícios-e-prática, jogos e simulação.

Os programas tutoriais constituem uma versão computorizada da instrução programada.

A vantagem dos tutoriais consiste em o computador apresentar material com

características diferentes que não são permitidas no papel tais como: animação, som e

manutenção do controle da performance do aluno. São programas bastantes utilizados

por serem uma versão computorizada do que se já conhece em sala de aula. É um

programa que exige um treinamento mínimo.

A tendência dos bons programas tutoriais é utilizar as técnicas de Inteligência Artificial

(IA) para analisar padrões de erro, avaliar o estilo e a capacidade de aprendizagem do

aluno além de oferecer a instrução especial sobre o conceito que o aluno apresenta

maior dificuldade.

Estes sistemas (tutoriais) apresentam desvantagens como a intervenção do sistema no

processo de aprendizagem que é superficial. Uma outra desvantagem é o grande

tamanho dos programas e recursos computacionais que estes sistemas requerem.

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18

A maioria dos programas tutoriais é desprovida de técnicas pedagógicas. Eles não

requerem qualquer acção por parte do aluno, apenas se limitam a ler textos e

responderem a perguntas de múltipla escolha. Pensámos que este tipo de programa não

acrescenta nada a educação, permanecendo o ensino tradicional, e que não é uma boa

opção para o sistema educativo, uma vez que, hoje, as escolas estão voltadas para o

desenvolvimento da aprendizagem do aluno, e fornecer-lhes meios para que atingem um

grau mais elevado de conhecimento.

Quanto aos softwares de Exercíco-e-prática, são utilizados para rever o material visto

em sala de aula, o material que envolve memorização e repetição. Esses programas

requerem a resposta do aluno, propiciam feedback imediato, exploram as características

gráficas e sonoras do computador que normalmente, são apresentadas em jogos. Este

programa apresenta como vantagem ao professor, uma variedade de exercícios que o

aluno pode resolver de acordo com o seu nível de conhecimento e interesse. Isto pode

ser uma forma que deve ser explorado por parte dos professores, fornecendo meios para

aumentar tanto a habilidade de comunicação como a capacidade de produção e

aprendizagem dos estudantes e também do corpo docente.

Quanto aos Jogos educacionais apresentam uma pedagogia auto dirigida e não uma

instrução directa. Segundo proponentes desta filosofia de ensino, o aluno aprende

melhor quando ele é livre para descobrir relações por si mesmo e não ser ensinado. Esta

é considerada a maneira mais divertida de aprender.

A Simulação por sua vez envolve a criação de modelos dinâmicos e simplificados do

mundo real. Oferece ao aluno a possibilidade de desenvolver hipóteses, testá-las,

analisar resultados e aprimorar os conceitos. Considerámos que, esta modalidade é útil

na educação para o trabalho em grupo, em especial nos programas que envolvem

decisões.

Hoje em dia, com o desenvolvimento dos recursos computacionais, é possível integrar

textos, imagens de vídeo, som, animação assim como a interligação da informação de

forma não linear.

Em síntese, pode afirmar que, com todos os recursos apresentados, o computador pode

ser considerado um recurso educacional mais efectivo do que a “máquina de ensinar”.

Ele pode ser uma ferramenta eficiente para promover aprendizagem.

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19

Segundo Lollini7 (1991), o uso do computador no processo de ensino-aprendizagem

apresenta características psicopedágógicas e técnicas que favorecem o aprendizado. As

características psicopedagógicas envolvem a ausência de bloqueio cognitivo, o

relacionamento interactivo, diálogo com o próprio cérebro, correcção imediata,

transformação no relacionamento entre pensamento e acção, fala e escrita, os ritmos e

os estilos da aprendizagem e os diferentes modos de resolução de um mesmo problema.

Com relação ao bloqueio cognitivo, o computador é considerado uma máquina que

inicia uma situação de aprendizagem sem oferecer tal bloqueio. É uma máquina capaz

de repetir infinitas vezes, e ao mesmo tempo, aceitar perguntas como também

actividades na hora em que o aluno necessitar. Realçar que esta máquina não possui

respostas emotivas a problemas de carácter cognitivo, as quais o aluno não o caracteriza

como atraente.

No relacionamento interactivo, a aprendizagem ocorre por ensaio e erro, utilizando as

linguagem de alto nível, ou seja, orientadas para a linguagem natural que são usadas

pelo computador tais como Logo, Pascal, C++, entre outros. Estas linguagens estão

mais próximas da linguagem humana permitindo que o aluno proceda por ensaio e erro.

E de acordo com a metodologia científica, ele formula hipóteses, testa-as, obtém

respostas, reformula estas hipóteses até atingir o objectivo a que se propõe.

No diálogo com o próprio cérebro, o computador é considerado como uma máquina

vazia, virtualmente capaz de tudo e de nada, pois somente realiza uma acção a partir da

ordem dada pelo aluno. Este diálogo ocorre sem qualquer regra prefixada, mas existe

um objectivo que deve ser alcançado de acordo com cada aluno em particular.

Na correcção imediata, o computador envia uma mensagem de erro que o aluno

cometeu sem assumir qualquer característica punitiva. O erro é considerado uma

advertência ao longo do caminho, ficando sob a responsabilidade do aluno redireccionar

este caminho em busca do seu objectivo.

A transformação no relacionamento entre pensamento e acção, fala e escrita, consiste

em um processamento de texto em tempo real. A manipulação de palavras, frases ou

blocos inteiros de sentenças leva um tempo mínimo. O computador coloca em ordem

7 Lollini, 1991,A informática na Educação, disponível em

http://www.eps.ufsc.br/diss2000/valdete/cap2.pdf

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20

infinitas palavras ou endereços em milésimos de segundos. O aluno se preocupa com a

acção mental e o computador possibilita que ele pense, escreva, ordene, transcreva,

entre outras. A preocupação do aluno é com os erros de sintaxe e de concordância da

escrita que podem ser superados de forma rápida.

No que se refere aos ritmos e os estilos da aprendizagem, o computador em relação à

escola tradicional apresenta grande vantagem. O aluno faz sua escolha diante do

computador, executa sua tarefa sem imposições, escolhe o próprio ritmo e obtém uma

aprendizagem mais rápida demonstrando uma atitude positiva em relação às disciplinas

e a escola. Os diferentes modos de resolução do mesmo problema no computador

seguem uma acção natural. Através do computador, o aluno pode seguir diferentes

caminhos para obter uma mesma solução, isso implica dizer que ele escolhe o caminho

que desejar, obtendo um resultado que pode ser armazenado, modificado e adaptável

por outros.

As características técnicas envolvem a correcção tecnicamente “limpa” e velocidade de

execução. Na correcção tecnicamente “limpa”, o computador faz qualquer tipo de

correcção sem qualquer problema tais como apagar, inserir, etc. Um exemplo típico é a

“comparação entre a correcção feita pelo computador e uma máquina de escrever. A

máquina de escrever não apresenta fáceis manipulações ou acréscimo de textos. A

correcção implica em maior consumo de tempo, exige “redactilografia” enquanto que o

computador não exige redigitação, apenas corrige o que esta errado como uma página,

um texto, uma linha, uma letra, sem comprometer as demais partes de um determinado

trabalho”. (Lollini, 1991,p.41)

Considerámos que a característica fundamental para executar uma tarefa em relação aos

meios tradicionais, é a velocidade de execução. Um exemplo é a “a comparação entre

uma informação obtida através de um banco de dados e um arquivo tradicional

(comum). Através de banco de dados obtém-se a informação de forma rápida, em

poucos segundos, mas através de um arquivo comum para obter a mesma informação

demoraria muito tempo, horas, dias”.

2.1.3 O Computador como Ferramenta de Ensino

Para Valente, o computador deixa de funcionar como um instrumento que ensina o

aluno para passar a ser uma ferramenta que ele utiliza para desenvolver alguma tarefa.

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

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21

O aluno aprende quando executa uma tarefa que pode ser a elaboração de textos,

pesquisa de banco de dados já existentes ou até mesmo a criação de um novo banco de

dados; resolução de problemas de diversos domínios do conhecimento e representação

desta resolução segundo uma linguagem de programação; controle em tempo real, como

objectos que se movem no espaço; produção de música e o uso de rede de computadores

e controle administrativo da classe de professores e alunos.

O autor apresenta-nos alguns exemplos dos diferentes usos do computador como

ferramenta de ensino:

- Aplicativos para uso do professor e do aluno: são os programas de processamento de

texto, planilha, manipulação de bancos de dados, construção e transformação de

gráficos, calcular números. Estes softwares descritos acima podem ser caracterizados

como uma tentativa de computadorizar o ensino tradicional;

- Resolução de problemas: esta modalidade de uso do computador visa propiciar um

ambiente de aprendizado baseado na resolução de problemas. Nesta modalidade o

computador adiciona uma nova dimensão – o facto do aprendiz ter que expressar a

resolução do problema segundo uma linguagem de programação. Quando o aluno

representa a resolução do problema segundo um programa de computador ele tem uma

descrição formal e precisa desta resolução. Como exemplo pode-se citar a linguagem de

programação Logo. O Logo é apresentado através da tartaruga que se move no espaço

ou na tela como respostas aos comandos que o aluno fornece.

- Produção de música: a representação de resoluções de problemas no computador pode

ser utilizada em diferentes domínios do conhecimento, inclusive na música. Segundo

esta abordagem, o aprendizado de conceitos musicais devem ser adquiridos através do

“fazer música” e não adquirir conceitos musicais.

Em síntese, pode afirmar que uma das funções do computador como ferramenta é a de

transmitir informação e, portanto, servir como um comunicador. Assim, os

computadores podem ser interligados entre si formando uma rede de computadores e

enviar mensagens de um para o outro através de software que controla a passagem da

informação.

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

Diamantino Neves Gomes dos Santos

22

Conclui-se que as possibilidades de uso do computador como ferramenta educacional

está crescendo e os limites dessa expansão são desconhecidos. Cada dia surgem novas

maneiras de usar o computador como um recurso para enriquecer e favorecer o processo

de aprendizagem.

2.2. Vantagens e Desvantagens do uso dos computadores no ensino

Hoje, o computador é visto como um instrumento extremamente versátil e eficaz, capaz

de trabalhar em coordenação com os mais diversos aparelhos (impressora, scanner,

videoprojector, data show), reunindo em si mesmo características que o tornam num

objecto único: capacidade de tratar informação, dinâmico, interactivo, entre outras

finalidades. Mas o uso do computador não oferece somente vantagens, como também

tem as suas inconvenientes. Por isso, apresentamos algumas vantagens e desvantagens

do uso do computador no ensino.

Vantagens do computador no ensino

• Promove a interacção programa / aluno. Ao contrário da aula expositiva, do uso

do livro e das exposições com o uso de material audiovisual, o computador

exige actividade constante por parte do aluno. O aluno é um participante activo

no processo de aprendizagem, e não um observador passivo;

• O computador insiste na boa compreensão e aprendizagem de cada assunto antes

de prosseguir o programa (o mesmo não acontece com outras técnicas de

ensino);

• Cada aluno prossegue ao seu próprio ritmo. Um aluno poderá acabar numa hora

e outro em cinco horas;

• O computador só apresenta material para o qual haja boa aceitação e para cuja

elaboração esteja capacitado;

• O computador no ensino auxilia o aluno a encontrar a resposta certa, devido à

ordem previamente estabelecida da sequência do conteúdo do ensino;

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

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23

• O computador no ensino reforça cada resposta correcta do aluno. O reforço

positivo, que é seguido a cada êxito favorecerá a aprendizagem e a moldagem do

comportamento do aluno;

• A aprendizagem é feita através do reforço positivo. As técnicas “aversivas”

nunca são utilizadas. As máquinas não gritam, não batem;

• As máquinas podem ser programadas para detectar automaticamente os erros;

• A informação retroactiva (feedback) é imediata. Não existem atrasos entre a

resposta e o conhecimento dos resultados.

Algumas desvantagens do ensino por computador

• O relacionamento humano fica comprometido;

• A relação professor/aluno, objecto de estudo e pesquisas no campo

psicopedagógico fica relegado a um plano secundário;

• Não é levado em conta o imprevisto da resposta do aluno, que venha a rejeitar

determinada aprendizagem;

• Se o ensino de determinado assunto está programado, o aluno é forçado a seguir

um caminho previamente traçado, aceitando-se um mínimo de erros.

Mas,

- Os alunos mostram atitudes positivas face ao computador, gostam de trabalhar ao seu

próprio ritmo e da eliminação do embaraço público, causado pelos seus erros.

“ Os avisos alarmantes que o ensino por computador desumanizará a sala de aula,

começam a não ter fundamentos. Quando dois ou três alunos trabalham em conjunto

num único computador, existe mais colaboração ou cooperação na resolução de

problemas do que em qualquer outra altura na escola”.

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

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24

CAPITULO III – ESTUDO DE CASO: O ENSINO DA INFORMÁTICA NA

ESCOLA SECUNDÁRIA SUZETE DELGADO

3.1. Fundamentação e objectivos do trabalho

Fundamentação do trabalho

Hoje, mais do que nunca, o ensino tem se transformado num dos pilares para o

desenvolvimento da nossa sociedade. Neste intuito, as instituições de ensino,

nomeadamente as Escolas Secundárias, passaram a ser um grande centro de animação

pedagógica, de investigação científica, tecnológica e cultural, onde os professores se

mobilizam em torno de projectos comuns e inovadores, condição indispensável à

modernização e às mudanças sociais8.

A importância crescente destas tecnologias constitui um ponto de partida para reflectir

sobre o papel da escola; a natureza das suas actividades e eventuais mudanças que se

verificam para que se proporcione uma formação aos alunos. As novas tecnologias de

informação vêm lançar um desafio à escola, visto ser preciso mudar a filosofia no que

diz respeito aos objectivos do ensino, uma vez que a escola reage de forma “dolorosa” à

inovação.

Neste caso, a escola deve propor uma “revolução” pedagógica, com o objectivo de

introduzir uma nova forma do saber. Partindo disto, concordamos que a perspectiva do 8 BERNARDES, António e VELOSO, Eduardo. O computador na sala de aula. Pg 22

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

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25

ensino deve dar lugar a perspectiva da aprendizagem, que de certo modo não é fácil,

visto traduzir numa prática dos alunos, irem ao computador de uma forma autónoma

para a concretização de propósitos específicos, no quadro de outras possibilidades e

actividades que se pode fazer com a utilização do computador9.

É neste intuito, que escolhemos este tema “O ensino da informática na Escola

Secundária Suzete Delgado”, a qual evidencia a perspectiva dos alunos e professores

daquela instituição de ensino.

A escolha desta instituição deve-se ao facto de conhecer bem a realidade, por ter

estudado naquela instituição de ensino, e também por ter verificado as dificuldades e

condições existentes.

Sendo o professor, facilitador da aprendizagem, cabe a ele a responsabilidade de

motivar e orientar os alunos para a utilização do computador, de modo a tirar o máximo

proveito dele.

Hoje em dia, o ensino sendo um dos pilares para o desenvolvimento da nossa sociedade,

pensámos que o professor deve incluir acções que levem o aluno a compreender o papel

da informática no processo ensino-aprendizagem., contribuindo assim na formação dos

alunos, na formação de um ser com uma visão mais ampla.

Muito embora a utilização do computador tenha vindo a revolucionar o sistema

educativo, oferecendo muitas melhorias, muitos professores continuam a confrontar-se

com dificuldades no contexto educativo. Estamos convictos que se o professor Cabo-

verdiano tiver a oportunidade de fazer o uso devido do computador, algumas dessas

dificuldades serão minimizados, traduzindo-se numa grande melhoria a nível das

práticas educativas.

Apesar das dificuldades, o balanço do que se tem feito é altamente positivo. Para isso,

muito tem contribuído o entusiasmo por parte dos professores e as ideias que têm estado

na sua base, e do envolvimento activo do aluno. Pensámos que, é altura de criar

condições para uma melhor adequação dos recursos tecnológicos disponíveis nos

estabelecimentos de ensino, criando meios para auxiliar os professores no 9 BERNARDES, António e VELOSO, Eduardo. O computador na sala de aula. Pag. 26

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

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26

desenvolvimento de actividades referentes a utilização do computador. Também criar

condições para preparar e divulgar os materiais correspondentes aos vários programas:

manuais de utilização, indicações pedagógicas, sugestões de actividades, fichas para

utilização imediatas, entre outras.

É bem verdade, quando NÓVOA (1992, pg9) afirma que nenhuma intervenção

pedagógica harmonizada com as mais modernas tecnologias e os processos de inovação

que estão implícitos será eficaz sem a colaboração consciente do professor e sua

participação na promoção da emancipação social. Para tal, não há ensino de qualidade,

nem inovação pedagógica, sem uma adequada estratégia para o sistema educativo.

Objectivos do trabalho

Este trabalho teve como objectivo, analisar o ensino da informática no estabelecimento

de ensino no Concelho de Santo Antão, mais concretamente na Escola Secundária

Suzete Delgado. Destacam-se como principais objectivos específicos os seguintes:

Averiguar se existem boas condições em termos de infra-estruturas (recursos

informáticos) para a utilização do computador;

Saber como se comportam os docentes face as tecnologias de informação e

comunicação

Saber quais as experiências, expectativas e dificuldades dos professores em

relação a utilização do computador.

3.2. Metodologia do trabalho

Este trabalho foi feito no âmbito de uma investigação sobre o ensino da informática na

Escola Secundária Suzete Delgado, tendo como principal suporte um questionário, a

Internet e algumas pesquisas bibliográficas.

A pesquisa constará de um levantamento bibliográfico, das principais referências

teóricas a respeito das tendências pedagógicas e metodológicas do ensino da

informática.

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

Diamantino Neves Gomes dos Santos

27

Após esta etapa, foi feito um inquérito no terreno, baseado num questionário e que

através destes dados realizámos uma pesquisa empírica, de carácter descritiva, de

natureza qualitativa, pois pretende descrever e interpretar os dados, que teve como

principal objectivo descrever e analisar a situação do ensino-aprendizagem nesta

instituição.

Também foi feito um questionário destinado aos professores de informática do 3o ciclo

do ensino de informática na Escola Secundária Suzete Delgado, com o intuito de ter

uma noção sobre a forma como se ensina e aprende informática; como se comportam os

docentes face as novas tecnologias de informação; quais as dificuldades que eles

enfrentam; e quais as propostas que colocam para organizar e ensinar informática na

Escola Secundária Suzete Delgado.

Diante da impossibilidade económica e de tempo para envolver a totalidade da população

alvo, delimitamos um grupo de amostra que seja qualitativamente relevante em termos dos

depoimentos. Esta delimitação foi definida na Escola Secundária Suzete Delgado.

Partindo do princípio que o sentido de uma pesquisa qualitativa não está na obtenção do

maior número de informações iguais, e sim na consistência e variabilidade das soluções,

não se pretende encontrar uma validade estatística do grupo de amostras.

Também realizamos uma entrevista que teve como finalidade principal saber, por um

lado as mais variadas estratégias que os docentes colocam para ensinar informática, e

por outro como reagem os alunos perante a utilização dos computadores, de modo a

compreender a motivação de ambas as partes.

Há que realçar que, cada descrição menciona os pontos, elementos comuns, elementos

diferentes e as diferentes estratégias presentes.

Finalmente, assistimos a algumas aulas com o objectivo de perceber melhor a forma

como se ensina e aprende informática na Escola Secundária Suzete Delgado.

Pelos dados do questionário, no total de amostra de quarenta e oito alunos (48) e dois

(2) professores, constata-se que a instituição enfrenta algumas dificuldades quanto a

estrutura da sala de aula de informática, consequentemente o número excessivo de

alunos existentes nas turmas, devido a dimensão da sala, é uma inconveniente para um

melhor ensino naquela instituição

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

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28

3.3. Caracterização da Escola Secundária Suzete Delgado

Figura 1 – Escola Secundária Suzete Delgado

A Escola Secundária Suzete Delgado, situa-se numa pequena aldeia, habitualmente

chamada Povoação, estende-se, horizontalmente, a poucos metros sobre o nível do mar.

A povoação, fundada por volta do século XVI, e com um forte crescimento no presente,

é uma aldeia pequena que pode facilmente ser percorrida a pé.

Embora de pouco interesse turístico, a vila serve aos visitantes da ilha como ponto de

partida para uma caminhada a pé para a descoberta dos dois vales que ladeiam a

Povoação. Daqui, é possível admirar uma paisagem singular, e conhecer o modo de vida

do Santantonense, convivendo com gente acolhedora.

A escola começou a funcionar em 1989/90, na actual escola do ensino básico da Ribeira

Grande (mais conhecido por Central). Devido ao aumento da população estudantil

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

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29

tiveram que construir um edifício novo para albergar os alunos. Este edifício foi

inaugurado a 16 de Outubro de 1993.

Com o passar do tempo, a população estudantil continuou a aumentar substancialmente,

consequentemente tiveram que utilizar a escola onde funcionava o ensino básico

complementar (1º e 2º ciclo) para acolher os estudantes. De realçar que antigamente a

instituição recebia alunos de todo os cantos da ilha de Santo Antão, inclusive da vila do

Porto Novo (hoje, actualmente cidade). Mesmo com pólos em Ponta do Sol e Paul, a

instituição ainda está a receber alunos das vilas de Ponta do Sol, Paul e outras

localidades.

Inicialmente a escola era conhecida por Escola Secundária da Ribeira Grande, passando,

após o falecimento de uma professora (Suzete Delgado) a ser chamada Escola

Secundária Suzete Delgado. Esta professora era filha de pais cabo-verdianos, residentes

no concelho da Ribeira Grande, Povoação, onde nasceu e residia antes do drástico

acidente que a vitimou. Suzete Delgado era professora de Físico-Química.

A escola possui um corpo docente constituído por 79 professores, dos quais um possui o

grau de Mestrado, 24 licenciaturas, 34 bacharéis, 8 com frequência ao ensino superior, 4

com formação pedagógica no ensino básico complementar, 4 com ano zero e 4 com

outras formações. Dos 9 professores sem formação pedagógica, 4 possuem uma

formação de nível superior, mas que não está ligada a docência (engenheiros, técnicos

informáticos).

Possui ainda um total de 1846 alunos, 27 funcionários e 31 salas, 17 no edifício central

e 14 no anexo.

De realçar que existem 8 professores que tem frequência ao ensino superior e 4 com

formação pedagógica no ensino básico complementar.

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

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30

Quadro do grau de formação dos docentes na Escola Secundária Suzete Delgado

Numero % Total

Mestrado 1 1,3

Licenciatura 24 30,4

Bacharelato 34 43,0

Frequência ao ensino superior 8 10,1

Formação pedagógico para o

Ensino Básico Complementar 4 5,1

Ano zero 4 5,1

Prof

esso

res

Outros 4 5,1

100,

0%

3.4. Descrição dos dados estatísticos

Com o intuito de ter uma noção da situação do ensino-aprendizagem na Escola

Secundária Suzete Delgado, fizemos uma entrevista aos alunos do 3º ciclo e professores

de informática desta instituição, com o objectivo de realçar os aspectos necessários para

podermos apoiar na descrição e análise do funcionamento do ensino da informática. É

nesta óptica que passamos a descrever a situação do ensino nesta instituição.

Constatamos que a direcção possui Internet, e a sala dos professores possui dois

computadores com acesso a Internet. Também a sala possui rede de computadores com

acesso a Internet. De realçar que, a instituição possui duas salas de informática: uma

com 9 computadores e outra com 5 computadores. Os alunos só têm acesso à Internet

quando estão nas aulas, e se tiverem a ter aulas referentes ao conteúdo de Internet.

Segundo dados recolhidos num total de amostras de 48 alunos que estudam informática,

apuramos o seguinte:

Quanto à localização dos alunos por concelhos constatamos que a maior percentagem

pertence ao concelho do Paul (18,8 %); 12,5% da localidade de Povoação; 10,4 da

localidade de Sinagoga e do concelho de Ponta do Sol; 6,3 das localidades de Caibros,

Povoação; 4,2% da localidade de Janela e Penha França, e os restantes das localidades

de Boca de Ambas as Ribeiras, Coculi, Corda, Eito, Garça, João dias, Lombo Branco,

entre outras (ver anexo 2 – quadro I). Consequentemente isso vai ter um impacto na

O Ensino da Informática Na Escola Secundária Suzete Delgado

Diamantino Neves Gomes dos Santos

31

aprendizagem dos alunos, uma vez que os alunos moram em localidades distantes umas

das outras, não usufruindo-se das mesmas possibilidades porque um aluno que mora em

Boca de Ambas as Ribeiras não tem as mesmas oportunidades que um que mora em

Povoação.

Da análise dos dados constatamos que, alguns (4,2%) ainda não têm uma opinião

formada sobre o que é a informática; 18,8% acha que a informática é uma disciplina

escolar; e um número maior considera que é uma forma de integrar no mercado de

trabalho (77,1%) (ver anexo 2 - quadro II).

Quanto à organização e estrutura da instituição, em termos de espaço e funcionamento

da sala de informática, constatamos que existe uma única sala de informática situada no

último piso, ficando isolada das outras salas de aulas. Partindo dos dados recolhidos,

constatamos que, 68,8% dos alunos acham que a sala está bem situada, o que demonstra

que não têm uma noção onde possa ser o melhor local para situar uma sala de

informática; 22,9% argumenta que não está bem situada porque a sala é pequena com

um número reduzido de computadores, e há alunos que ficam de costas para o quadro e

para a professora se estiverem a trabalhar no computador, consequentemente a

movimentação é difícil tanto por parte do docente como dos alunos, dificultando assim

a aprendizagem dos alunos; enquanto que 8,3% considera que a sala não está bem

situada, mas não apresentam argumentos (ver anexo 2 – Quadro III).

A disciplina de informática é uma disciplina de opção. Por isso, os alunos que escolhem

esta opção passarão a assistir aulas com outros alunos de outras turmas. No total de

nove computadores, podemos afirmar, segundo dados oferecidos, que nas turmas com

um número considerável de alunos, a média deve ser três alunos por computador, mas

devido a estrutura da sala, os alunos consideram ser elevado, preferindo ser dois por

computador. Assim reduziria o embaraço, uma vez que um deles não utilizará o

computador durante a aula.

Quanto às condições na sala de informática a maioria acha que não existem condições

adequadas para dar aulas na sala (45,8%), alguns argumentam que a sala é pequena e

quente, o ar condicionado não funciona, os computadores têm problemas (16,7%) e

existem um número reduzido de computadores para o número de alunos existentes nas

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turmas (27,1%); e uma minoria (10,4%) considera que há boas condições (ver anexo 2 –

quadro IV).

Questionando se os professores propõem actividades nas aulas, a maioria respondeu que

de vez em quando (50,0%); 43,8 sempre; 6,3 responderam nunca (ver anexo 2 – quadro

VI).

A maioria dos alunos respondeu que as actividades que os professores propõem na sala

de aula são a simulação da matéria dada (83,3%); 8,3% respondeu que os professores

propõem trabalhos de grupo e exercícios; 6,3% respondeu que só ensinam a matéria; e

2,1% respondeu que não sabem quais as actividade propostas na sala de aula. (ver anexo

2 – Quadro V).

Fora das aulas, a maioria respondeu que não tem contacto com os computadores

(39,6%); 35,4% respondeu que tem contacto nos Cybercafés; 10,4% respondeu que tem

contacto em casa; outros 10,4% responderam que têm contacto em casa e nos

Cybercafés; 4,2% respondeu que tem contacto em bibliotecas (ver anexo 2 – quadro

VII).

Quanto ao questionário realizado aos dois professores que leccionam naquela

instituição, a disciplina de utilização do computador, apuramos o seguinte:

O número excessivo de alunos por computador é um dos factores que dificulta a

utilização do computador nas aulas, dificultando assim de uma forma bastante

acentuada o ensino-aprendizagem da informática naquela instituição. Também a falta de

bibliografia e de conteúdos programáticos é outro factor que dificulta na preparação das

aulas. Um facto interessante que os professores realçaram é que com a utilização dos

computadores, existe uma forte motivação exercida na maioria dos alunos, em contraste

com o flagrante desinteresse quase geral em relação pelas actividades escolares.

A inexistência de meios de apoio as aulas, ou seja, computadores acessíveis aos alunos

fora das aulas, é um factor que impede o acompanhamento dos alunos por parte dos

professores. Mas isso não impede que alguns alunos curiosos tentam praticar nos

intervalos das aulas. É importante realçar que, com o intuito de reforçar os

conhecimentos dos alunos a nível da informática, os professores realizam intercâmbio

entre escolas, trabalhos de grupo e debates sobre a evolução dos computadores.

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33

Quanto à organização e estrutura da sala de aula, responderam que a sala não está bem

localizada porque o espaço na sala é muito apertado, não deixando muito espaço para

movimentação dos alunos (no caso de turmas com maior numero de alunos) e o espaço

entre cada computador e a visualização do professor é difícil por parte dos alunos, e

também os equipamentos informáticos têm fraca qualidade, consequentemente as

condições na sala de aula não é das melhores possíveis.

Um caso curioso é que as propostas que os professores sugerem para melhorar a

qualidade do ensino da informática, baseiam-se na diminuição e distribuição de uma

parte do conteúdo programático do 12º ano para o 11º ano; no aumento do número de

salas de informática ou o número de computadores e também na renovação do

programa. A informática é ensinada no 3º ciclo (11º e 12º anos).

Pensámos que as novas tecnologias de informação têm um impacto predominante sobre

as práticas pedagógicas e mesmo sobre os resultados dos alunos, uma vez que a

informática é um recurso de auxílio tanto para o docente como para o aluno, visto que

as disciplinas estão interligadas a informática, o que contribui para ajudar nos trabalhos

escolares.

3.5. Análise dos dados estatísticos

A introdução do computador no ensino, como disciplina escolar, é recente no nosso

país, o que o torna de algum modo contraditório, porque a escola reage de forma

“dolorosa”a inovação. Muitas vezes encontramos professores com uma larga

experiência nas instituições de ensino, mas que não querem deixar alguns dos seus

métodos de ensino considerados mais tradicionais. É importante realçar que, o

computador só por si, não induz a uma pedagogia. Pelo contrário, deve ser utilizado nas

mais variadas perspectivas pedagógicas. Por isso, os educadores terão um papel

predominante, com a responsabilidade de determinar como, quando e que finalidades se

deve utiliza-lo. Nesta lógica, ponderámos que, as decisões tomadas relativamente a

utilização e enquadramento educativo que se estabeleça, tanto pode desempenhar um

papel de renovação como de simples reforço de praticas e atitudes pedagógicas cada vez

mais desfasadas nas realidades actuais.

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34

O presente inquérito coloca-se simultaneamente duas perspectivas contraditórias. Por

um lado, em relação a escola actual, que não satisfaz as necessidades dos alunos, uma

vez que as condições de ensino não são das melhores, e ainda as diversas perspectivas

da utilização dos computadores que estão longe de conter o poder inovador que muitas

vezes lhes atribuem. Por outro lado, o desenvolvimento tecnológico diversifica as

possibilidades ao alcance dos educadores que coloca em questão o processo educativo.

A utilização dos computadores é um instrumento valioso como recurso de auxílio nas

mais diversas formas, tanto para pesquisa como para trabalhos escolares (exercícios

propostos pelos professores) e mesmo edição de textos. E isso, é um facto que a escola

como instituição inovador deve acompanhar, consequentemente melhorar o

conhecimento dos alunos a nível da informática, por isso considerámos que é necessário

criar condições para um acompanhamento dos alunos por parte dos docentes. Para isso a

escola deve possuir recursos (sala de informática) onde haja recursos tecnológicos, ou

mesmo assistência aos alunos. O número excessivo de alunos é outro factor que

considerámos de grande relevo quanto a utilização curricular do computador.

Geralmente, a solução nas turmas mais numerosas têm sido a divisão dos alunos por

computadores. O grande inconveniente é o esforço acrescido que uma aula desta

natureza exige do professor, dadas as múltiplas solicitações que os alunos fazem

constantemente.

Pensámos que a escola deve criar condições para os alunos praticarem, principalmente

para aqueles que não tem condições para irem aos cybers, e isso passaria por dar apoio

aos alunos nas horas vagas. Mas isso será uma medida que exige muito do professor, a

escola deve possuir recursos financeiros para remunerar estes professores, motivando-

os.

Quanto aos conteúdos programáticos é extremamente importante e constitui um ponto

de discussão sobre a utilização dos computadores, uma vez que entra em conflito com

os actuais currículos. Para isso, os professores deverão adoptar novas abordagens,

dando maior ênfase a certo tipo de actividades. Um dos contributos seria reduzir ou

modificar os actuais currículos, de modo a serem mais flexíveis, no sentido de dar ao

professor maior liberdade para diversificar as suas propostas.

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35

No que refere às novas tecnologias de informação, convém realçar que na maioria das

nossas escolas não existe ainda a necessária sensibilidade para as possibilidades

educativas a nível de novas tecnologias informação. As opções fundamentais que

envolvem a utilização educativa da tecnologia não são tecnológicas mas sim

pedagógicas. Hoje, o professor não é visto como um mero transmissor de conhecimento,

mas ele tem que ser capaz de reflectir sobre as suas práticas pedagógicas, contribuindo

assim para um espírito de receptividade a mudança permanente, ao gosto pela

aprendizagem contínua, de abertura a inovação e renovação pedagógica.

Uma questão pertinente tem a ver com a mobilização do interesse e energia dos alunos e

também dos professores, com a sua curiosidade e criatividade, visto que o computador é

um meio de ensino, um suporte, um instrumento pedagógico, que facilita assim a

aprendizagem dos alunos que mostram um certo interesse, apetência e disponibilidade

perante essa mobilização.

A perspectiva de que gostaríamos de ver generalizada é a de o computador ser um

instrumento de trabalho, para que todos os alunos tivessem total acesso e maior

facilidade possível, e que acima de tudo um elemento de liberdade e de criatividade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sistema educativo de Cabo Verde tem um leque vasto de professores de informática,

com uma vasta experiência profissional mas sem formacão específica, ou seja, na área

de ensino. Pensámos que, a necessidade de uma formação de professores de informática

deve ser prioridade para o estado de Cabo Verde, sobretudo para aqueles que estão

directamente ligados a Educação e que se interessam por um ensino de qualidade.

Quanto à disciplina de Informática na Escola Secundária Suzete Delgado, constatámos

que, os docentes não têm as condições necessárias para que as aulas sejam dadas da

melhor maneira possível, uma vez que os recursos informáticos são insuficientes e o

espaço é muito pequeno para dar uma aula adequada.

Isto verifica-se pela organização e estrutura da sala de informática, a qual não oferece

um ensino-aprendizagem da informática de qualidade. A escola deve criar condições

para que os alunos possam tirar proveito das novas tecnologias de informação,

incentivando-os e conduzindo-os a pequenas investigações, concebendo materiais que

suportem essas actividades, e é claro salas de aulas maiores. De realçar que, deve

organizar a aula (espaço e tempo), de forma a suprir a escassez dos recursos informático

e a tirar vantagem das possibilidades educativas que o computador oferece.

Pudemos constatar que os professores reconhecem, no computador, uma instrumento

útil e eficaz na aprendizagem, mas ainda não se aperceberam do que ele pode significar

em termos do processo de renovação do ensino. Pudemos pois, aproveitar as

potencialidades que o computador oferece, de modo a permitir que os alunos sintam

cada vez motivados pela utilização do computador, favorecendo-lhes uma melhor

aprendizagem.

Com a realização deste trabalho, uma das dificuldades sentidas foi a falta de bibliografia

no que concerne ao ensino da informática, apenas encontramos livros técnicos, mas com

algum esforço e vontade conseguimos atingir os objectivos. Esperámos que este

trabalho sirva de exemplo para, de algum modo, colmatar parte desta lacuna, e que sirva

de apoio para os professores daquela instituição de ensino.

Pensámos que, não podemos esquecer que Cabo-Verde é um país pobre e ainda há que

fazer muito no sentido de minimizar estas dificuldades em termos dos recursos

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37

informáticos. Existem ainda muitos lugares que ainda nem sequer possuem um

computador, sendo necessário incentivar e sensibilizar a população destas zonas, para a

necessidade deste equipamento, para ajudar no ensino. Isto conduz-nos a uma questão

importante: como fazer para sensibilizar os alunos que vivem nestas zonas? Mas, há que

ter esperança e não ser pessimista, deve-se trabalhar de modo a arranjar subsídios e

tentar colmatar as necessidades em termos dos recursos tecnológicos, de modo a utilizar

o computador nas escolas para um ensino de qualidade, de modo que ninguém fique

excluído.

O computador coloca uma série de novos desafios a todos os intervenientes do processo

educativo. Tanto poderá ser um instrumento de libertação, poder, desenvolvimento e

inovação, como pode ser um objecto aborrecido, cansativo e opressivo. O computador

não será o grande “sortudo” que vem resolver duma vez por todas os grandes problemas

do ensino. As experiências que, ainda em escala reduzida, já foram apreendidas,

mostram claramente que muito se pode esperar deste poderoso instrumento da

educação, que é o computador.

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RECOMENDAÇÕES

Uma primeira recomendação, tem a ver com a formação de professores de informática,

relacionados com o ensino, uma vez que verifica que estão a formar muitos professores

em diversas áreas mas, isto não se verifica em termos da informática. Pensámos que o

governo deve formar mais professores de informática para o ramo de ensino, de modo a

colmatar as dificuldades de professores formados nesta área. É claro, que o governo

deve criar condições para futuros cursos nesta área, no sentido de um melhor

funcionamento e organização. Também é importante que os cursos sejam preparados,

organizados de modo a que o aluno se sinta mesmo motivado e consiga acompanhar a

formação sem grandes dificuldades.

De referir também que o Governo deve criar uma politica única para o ensino de

informática, os conteúdos devem ser os mesmos em todas as ilhas do país, e deverá

disponibilizar recursos para as escolas secundárias, principalmente para as menos

desprovidas em termos de recursos informáticos. O Governo de Cabo Verde deve

assumir que o desenvolvimento do ensino é um dos pilares para a afirmação da nossa

Sociedade. Neste intuito, deixámos algumas recomendações:

• Munir todas as escolas secundárias de recursos tecnológicos adequadas;

• Oferecer melhores condições para a formação de professores, dando maior

ênfase ao ensino tecnológico e também à utilização dos computadores como um

recurso pedagógico;

• Criar condições para que os alunos tenham melhores condições de ensino;

• Estabelecer uma politica nacional quanto a utilização do computador nas escolas

secundárias.

• Oferecer condições para que os professores já formados actualizem os seus

conhecimentos, acompanhando as evoluções.

Para isso, é fundamental apostar na formação dos professores nesta área, de modo a ser

bem aproveitado. Ainda, há que sensibilizar mais não só os alunos, mas também os

professores, para a consciencialização de como o computador é um instrumento

extremamente importante para o processo ensino-aprendizagem.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS

ALMEIDA, Fernando José, Criando Ambientes Inovadores, São Paulo, SP: Estação Palavra, 1999.

ALMEIDA, Fernando José, ALMEIDA, Maria Elisabeth Bianconcini, Aprender

construindo – A Informática se transformando com os professores. Colecção

Informática para a mudança na educação. Universidade Católica de São Paulo. Maio de

1999.

ALMEIDA, Maria Elisabeth Bianconcini, Informática e formação de professores –

Informática para a mudança na Educação, Colecção Informática para a mudança na

Educação. Universidade Católica de São Paulo. Maio de 1999.

BERNARDES, António e VELOSO, Eduardo, O computador na sala de aula. Projecto

Minerva, Departamento de Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Dezembro

de 1990.

MORGADO, Eduardo Martins, CAVENAGHI, Marcos António, REINHARD,

Nicolau, Preparação de ambientes informatizados nas escolas públicas, Colecção

Informática para a mudança na Educação. Universidade de São Paulo. Maio de 1999.

PONTE, João. O computador – um Instrumento da Educação. Texto editora, LDA.

Lisboa, 1990, 4ª edição.

PURIFICAÇAO, Ivonélia, Pedagogia e novas tecnologias da informação e educação –

Um movimento necessário para a formação do pedagogo?, Universidade Tuiuti do

Paraná. Disponível no site www.google.com.br.

SETTE, Sónia Schechtman; AGUIAR, Márcia Ângela e SETTE, José Sérgio Antunes,

Formação de professores em informática na educação – Um caminho para mudanças,

Universidade Federal de Pernambuco. Maio de 1999.

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40

VALENTE, José Armando. Diferentes usos do computador na educação. In

computadores e conhecimento: repensando a educação. Campinas: Universidade

Estadual de Campinas — UNICAMP, 1993.

VALENTE, J. A., Informática na Educação: conformar ou transformar a escola. Anais

VIII ENDIPE – Encontro Nacional de Didáctica e Prática de Ensino. Florianópolis.

Volume II, 1996.

VALENTE, J. A. Formação de professores: diferentes abordagens pedagógicas.

Disponível na Internet em http://www.proinfo.gov.br, visitado em 20 de Novembro de

2005.

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GLOSSÁRIO Computador

Termo utilizado para descrever os dispositivos de cálculos electrónicos criados a partir

da década de 50. Existem diferentes categorias de computadores, variando a utilização

que deles se faz: Computador pessoal ou PC; computadores Satélite ou Satélite;

computadores host ou servidores, etc.

Data show (Videoprojector)

Dispositivo de saída de dados utilizado em um conjunto com diascópios

(retroprojectores) para projectar em telas imagens geradas na saída de vídeo do

computador.

Dispositivo

Componente, vulgarmente de hardware, responsável pela execução de uma tarefa.

Conforme o contexto em que é aplicado o dispositivo deve ser um rato ou teclado

(como dispositivos de input (entrada)) ou um monitor e impressora (como dispositivos

de output (saída)), ou virtualmente qualquer outro elemento físico electrónico (driver e

drive).

Hardware

Parte física de um sistema de computadores, incluindo os componentes eléctricos /

electrónicos (por exemplo: dispositivos e circuitos), componentes electromecânicos (por

exemplo accionadores de discos) e componentes mecânicos (por exemplo, armários).

Informação

Formalmente conjunto de símbolos. Este é o sentido em termos tais como

processamento de informação ou teoria da informação. Os símbolos por sua vez podem

ser definidos como padrões que transportam um significado que portanto serve como

uma definição alternativa da informação.

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Informática

Conjunto de meios técnicos que tem por objecto o tratamento de dados informáticos

através da utilização de um computador, ou seja, conjunto da disciplinas cientifica e das

técnicas aplicadas ao tratamento automático da informação.

Inteligência artificial

Ramo da cibernética que se dedica a desenvolver computadores com a capacidade de

raciocinar por conta própria. A sigla AI, para Artificial Intelligence, foi criada em 1955,

por John McCarthy, em contrapartida à imagem de burro que o computador tinha (e

tem) porque não pensa, só obedece a comandos. Até hoje, nenhum projecto de AI

funcionou na prática.

Internet

Permite realizar uma série de funções baseadas em protocolos de comunicação; através

de motores de busca, poder-se-á encontrar qualquer informação em centenas de

milhares de servidores em todo o mundo. Além disso a Internet permite a troca de

correio e mesmo vários tipos de conferências com som e imagem em tempo real. O

acesso ou navegação (browser) a sites: inclui serviços do tipo comercial (.com ou .co),

universidade (.ac ou .edu), militares(.mil), e outras organizações(.org, .net). A estes

identificadores podem acrescentar os sufixos de país (.pt, no caso de Portugal). Tudo

isto pode ser acedido pelo cidadão comum, bastando ter um modem, ou outra forma de

ligação.

Jogos educacionais (pedagógicos)

Neste sentido, os jogos educacionais podem ser um elemento incentivador, capaz de

contribuir para o “processo de resgate do interesse do aprendiz, na tentativa de melhorar

sua vinculação afectiva com as situações de aprendizagem” (Barbosa, 1998). A

vinculação afectiva exerce um papel fundamental, pois, cansado de muitas vezes tentar

e não alcançar resultados satisfatórios no chamado “tempo” da escola, o aluno

experimenta sentimentos de insatisfação constantes os quais funcionam como

bloqueadores nos avanços qualitativos de aprendizagem.

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Linguagem C

É uma linguagem de programação estruturada e padronizada criada na década de 1970

por Ken Thompson e Dennis Ritchie para ser usada no sistema operativo UNIX. Desde

então espalhou-se por muitos outros sistemas operativos, e tornou-se numa das

linguagens de programação mais usadas, de preferência para o desenvolvimento de

software de sistemas, apesar de também ser usada para desenvolver aplicações.

Logo

Uma linguagem de programação de computadores, projectada para servir como

ambiente de aprendizagem de pensamento lógico e estratégias de solução de problemas,

pelo processo lúdico de exploração dos micromundos (microworlds) apresentados pelo

software.

Multimédia

Combinação de informação de texto, som, gráficos, animação e vídeo num novo sistema

padrão de computador pessoal. Essa combinação foi possível graças à introdução dos

discos ópticos nos computadores. É o uso de diferentes tipos de média para informação

(texto, áudio, gráfica, animação, vídeo e interactividade).

Multimédia interactiva

Pode-se dizer que a combinação inovadora entre o Software e Hardware, as instituições

podem criar ambientes de aprendizagem que permitem aos estudantes mudar de um

conceito a outro de acordo com o seu próprio ritmo e interesse, permitindo um nível de

interacção do usuário com os materiais audiovisuais tais como: o texto, áudio, os

gráficos e o vídeo.

Novas tecnologias de informação

Os recursos tecnológicos que permitem o trânsito de informações, que podem advir de

diferentes meios de comunicação, seja rádio, televisão, jornal, revista, livros, fotografia,

computadores, gravação de áudio e vídeo, redes telemáticas, robótica, sistema

multimédia, entre outros. O grande diferencial das tecnologias multimédia é

evidenciado pela interactividade, ou seja, a participação activa do usuário e a

capacidade de manipulação do conteúdo da informação.

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Pascal

Linguagem de programação de alto nível desenvolvida em 1971, cujo nome é baseado

no matemático francês Blaise Pascal, que se consolidou por suas características de

precisão formal e pela possibilidade de estruturar os programas. É muito recomendado

para pessoas que estão aprendendo a programar.

Programas

Conjunto de instruções que podem ser submetidos como uma unidade a determinado

sistema computacional e utilizado para dirigir o comportamento do sistema. Embora

descreva uma lista de comandos e instruções (código fonte), que dá origem a uma

aplicação, no universo da utilização da informática refere, também essa mesma

aplicação. Dependendo da linguagem em que é escrito, um programa pode ser

compilado, dando origem a um executável estanque e ou interpretando quando é

processado por um momento.

Programas educacionais

Os softwares educacionais são programas de aplicações específicas em algumas

disciplinas.

Programas tutoriais

Constituem uma versão computacional da instrução programada. A vantagem dos

tutorais é o fato de o computador poder apresentar o material com outras características

que não são permitidas no papel como: animação, som e a manutenção do controle da

performance do aprendiz, facilitando o processo de administração das lições e possíveis

programas para auxiliar.

Programas utilitários

São programas que actuam sobre o sistema operacional para melhorar o desempenho

dos mesmos ou incluir novos recursos, ou seja, administram o ambiente oferecendo

possibilidades para que o usuário organize os discos, verifique a memoria, corrija

falhas, etc. exemplos: programas de backup (copia de segurança) (destinados a realizar

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cópia segura de arquivos), compactadores de disco (como o próprio nome diz, servem

para compactar e descompactar arquivos para economizar espaço em disco. Também

podem ser usados para fazer backup), compactadores de arquivos: antivírus (programas

destinados a proteger um computador contra vírus), desfragmentadores, editor de texto,

etc.

Redes

É o conjunto de recursos, como as linhas de transmissão, enlaces e nós de comutação,

que permite a comunicação entre usuários dos terminais (telefones, estações de dados,

etc.) conectados a elas.

Scanner

Periférico de entrada (input peripheral) que permite a captação pelo computador de

textos, fotos e gráficos de qualquer material impresso. Viabiliza a transformação de

material didáctico impresso em componente de um sistema electrónico de informações

capaz de ser utilizado interactivamente a distância.

Simulações

Refere-se à possibilidade que o computador possui de reproduzir modelos de fenómenos

do mundo real, que dificilmente poderiam ser trabalhados pelos alunos com qualidade e

realismo nas formas tradicionais de ensino.

Software

Programas executados por um sistema computacional e envolve formas simbólicas e

executáveis para tais programas. Pode ser estabelecida uma distinção entre o software

do sistema, o qual é um acompanhamento essencial para o hardware com vista a

fornecer um sistema computacional globalmente efectivo (e é portanto fornecido pelo

fabricante) e software de aplicação específicos para o papel específico executado pelo

computador dentro de uma dada organização.

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Tecnologia

É o conjunto de conhecimentos de que uma sociedade dispõe sobre ciências e artes

industriais, incluindo os fenómenos sociais e físicos, e a aplicação destes princípios à

produção de bens e serviços.

Tecnológica de informação

Um termo que inclui as tecnologias utilizadas na criação, armazenamento e troca de

informação nas suas várias formas: dados, voz, vídeo ou outras imagens. Qualquer

forma de tecnologia, isto é, qualquer equipamento ou técnica, utilizada por pessoas para

manipular informação.

Visual Basic

O Visual Basic é uma linguagem de programação de autoria da empresa Microsoft, que

faz parte integrante do pacote Microsoft Visual Studio. Sua versão mais recente faz

parte do pacote Visual Studio.Net, voltada para aplicações.Net. Sua versão anterior fez

parte do Microsoft Visual Studio 6.0, ainda muito utilizado actualmente.

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Anexos

Anexo 1

Questionário

Anexo 1.1

Questionário dirigido aos alunos

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIENCIA E TECNOLOGIA

LICENCIATURA EM INFORMÁTICA

O ENSINO DA INFORMÁTICA NO LICEU DA RIBEIRA GRANDE O presente inquérito pretende fazer o levantamento das condições de ensino no liceu da Ribeira Grande com o objectivo de fazer um trabalho de investigação científica para o

curso de Informática do ISE. Data de Levantamentos: ___/___/___ Responsável pelo levantamento____________________________________________

I – IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO 1. Turma______________________________________________________________ 2. Ilha________________________________________________________________ 3. Escola______________________________________________________________ 4. Ano Lectivo: ___/___/___ 5. Idade: 10-12 13-15 16-18 19-21 +21 6. Sexo: M F 7. Residência____________________________________________________________ 8. Reside na área: Rural Urbana

II – Questionário

1. Para si, o que é a informática? Uma disciplina escolar Uma forma de integrar no mercado de

trabalho Outros. Quais?

____________________________________________________________________________ 2. Porque escolheu a informática?

Uma opção Uma imposição Uma disciplina escolar Por curiosidade Livre vontade Por acaso Outros. Quais?

____________________________________________________________________________ 3. Qual a imagem que tens da informática?

Boa Má

4. Por que aprender informática?

Necessidade de ingressar no mercado de trabalho

Formação pessoal Atingir um objectivo Necessidade pessoal Outros. Quais?

____________________________________________________________________________ 5. Gostas do (a) teu (tua) professor(a)?

Sim Não. Porque?

____________________________________________________________________________ 6. Ele (a) é simpático(a). Porque?

Veste-se bem Bonito(a) Preocupa-se com os alunos Incentiva os alunos Ajuda os alunos Outros. Quais?

____________________________________________________________________________

7. Quais os materiais utilizados pelo professor(a) nas aulas?

Data show Quadro Laptop Livros. Outros. Quais?

____________________________________________________________________________ 8. O que achas desses materiais?

Atractivos Poucos atractivos Muito atractivos Outras. Indique

____________________________________________________________________________ 9. Como é que sentes quando aprendes informática?

Motivado Muito motivado Pouco motivado

10. Que actividades costuma ser feitas nas aulas?

Jogos Ouvir musica Simulações da matéria dada Outros. Quais?

____________________________________________________________________________ 11. Costumam praticar nas aulas?

Sim. Não.

Se escolheres não, indique uma das opções abaixo. Gostarias de praticar Adorarias Não gostarias. Porque? ____________________________________________________________________________ 12. O professor propõe actividades nas aulas?

Sempre. De vez em quando Nunca

13. Fora das aulas, tens contacto com o computador?

Cybercafé Em casa Biblioteca Revistas Não.

Porque? ____________________________________________________________________________ 14. Achas que a sala está bem situada?

Sim. Não. Porque? ______________________________________________________________________

15. Gostas da forma como o professor (a) ensina?

Sim. Não. Porque? ______________________________________________________________________

16. Como é que gostarias que ele ensinasse a informática? (Dá a sua sugestão) ____________________________________________________________________________ 17. Achas que existe óptimas condições na sala de informática?

Sim. Não.

Porque?

____________________________________________________________________________ 18. Como é que fazes para praticar?

Na casa dos colegas Na sala Não praticas.

Porque? ____________________________________________________________________________ 19. Achas que o professor explica a matéria:

Bem Mais ou menos Ou nem por isso

20. Achas que a metodologia utilizada pelo professor é:

Teórica Pratica Teórica/Pratica

21. A sala possui rede de computadores?

Sim Não

22. Gostarias que houvesse rede de computadores na sala?

Sim. Não.

Porque? ____________________________________________________________________________

_______________________________

Anexo 1.2

Questionário dirigido aos professores

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIENCIA E TECNOLOGIA

LICENCIATURA EM INFORMÁTICA

O ENSINO DA INFORMÁTICA NO LICEU DA RIBEIRA GRANDE O presente inquérito pretende fazer o levantamento das condições de ensino no liceu da Ribeira Grande com o objectivo de fazer um trabalho de investigação científica para o

curso de Informática do ISE. I – IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUÍÇÃO INSTITUICAO: _________________________________________________________ ANO LECTIVO: ___/___/___ ENDEREÇO: ___________________________________________________________ TELEFONE: ___________________________________________________________

II – IDENTIFICAÇÃO DO PROFESSOR Nome: ________________________________________________________________ Localidade: ____________________________________________________________ Sexo: M F Residência actual: _______________________________________________________ Formação: _____________________________________________________________ Idade: _________________________________________________________________

III – QUESTIONÁRIO 1. Actualmente, és professor de informática:

Contratado, mas sem vinculo. Vinculado Provisório Profissionalizado Efectivo

2. Se não és efectivo, qual a área que especializaste? Indique ____________________________________________________________________________ 3. Quais as propostas que colocas para organizar as actividades dos teus alunos a fim de eles reforçarem os seus conhecimentos a nível da informática? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4. Para você, como comportam os alunos que aprendam a informática? Estão motivados?

Sim Não.

Porque? __________________________________________________________________________________________________________________ 3. Quais os principais obstáculos ou problemas que encontras quando ensinas informática no liceu da Ribeira Grande? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4. Que propostas colocas para ensinar informática no liceu? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5. Para você eles escolhem livremente a informática?

Sim Não.

Se respondeste não, indique as razões? __________________________________________________________________________________________________________________

6. Para ti, a aprendizagem é uma actividade sem responsabilidade por parte dos alunos?

Sim Não

Se respondeste não, porque? __________________________________________________________________________________________________________________ 7. Para você, a aprendizagem em Cabo Verde, em geral:

Não beneficia o seio da família Está bem preparada no seio da família, para

ser bons estudantes ou para fazer um bom estudo. 8. Quais são os acompanhamentos no seio do vosso estabelecimento?

A aula que dá As actividades administrativas da escola As actividades de preparação do curso ao

lado da informática As actividades associativas dos professores

na escola Organização das actividades escolares com

alunos carenciados 9. Quais as actividades feitas frequentemente nas aulas?

Editar textos Abordagem de conteúdo cultural Simulação no computador Outros. Quais?

____________________________________________________________________________ 10. Quais as dificuldades que encontras para preparar as suas aulas? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 11. Quais as fontes que utilizas para preparar a aula?

Internet Livros. Outros? Indique

____________________________________________________________________________ 12. Existem medidas para a reforma dos programas, de modo a acompanhar a evolução rápida das tecnologias? ______________________________________

__________________________________________________________________________________________________________________ 13. Quais os elementos do programa tradicional, na tua opinião, a suprimir para dar lugar a novos conteúdos? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 14. Quais as novas competências que achas que o docente deve possuir para submeter às novas tecnologias de informação? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 15. Achas que as novas tecnologias de informação tem algum impacto sobre os resultados dos alunos? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 16. Quais os obstáculos que impede a escola de realizar os objectivos em matéria das novas tecnologias de informação? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 17. Achas que o desenvolvimento profissional a respeito das novas tecnologias de informação terá um impacto sobre as praticas pedagógicas?

Sim. Não.

Porque? ____________________________________________________________________________ 18. Qual a metodologia adoptada nas suas aulas?

Teórica Pratica Teórica/pratica

19. Para si, a sala de informática está bem situada?

Sim. Não.

Porque? ____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________ 20. Quanto a organização da sala, está bem organizada?

Sim. Não. Porque?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 21. Como é que preferias a sala de informática?

Em U Em fila Outra sugestão.

__________________________________________________________________________________________________________________ 22. Em termos de infra-estruturas, achas que o liceu está bem equipado?

Sim. Não.

Porque? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 23. A sala de informática possui rede de computadores?

Sim. Não.

Porque? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Anexo 2

Quadros

Quadro I

Distribuição dos dados dos alunos segundo as localidades

Localidades Nº de alunos %

Boca de Ambas as Ribeiras 1 2,1 Caibros 3 6,3 Coculi 1 2,1 Corda 1 2,1 Eito 1 2,1 Garça 1 2,1 Janela 2 4,2 João dias 1 2,1 Lombo Branco 1 2,1 Lombo comprido 1 2,1 Paço 1 2,1 Passagem 1 2,1 Paul 9 18,8 Penha de França 2 4,2 Ponta do sal 1 2,1 Ponta do sol 5 10,4 Povoação 7 14,6 Ribeira da Torre 1 2,1 Rua d'Agua 1 2,1 Rua D'Orta 1 2,1 Sinagoga 5 10,4 Tanque 1 2,1 Total 48 100,0

Quadro II

Distribuição dos dados dos alunos segundo a percepção da informática

A informática é: Nº alunos %

Uma forma de integrar no mercado de trabalho 37 77,1%

Uma disciplina escolar 9 18,8%

Outros 2 4,2

Total 48 100,0

Quadro III Distribuição dos dados dos alunos segundo a Localização da sala de aula

Quanto a localização, achas que a

sala está bem situada?

Nº de alunos %

Sim 33 68,8%

Não 15 32,2%

Total 48 100,0%

Quadro IV

Distribuição dos dados dos alunos segundo as condições da sala de aula

Existem óptimas condições na

sala de aula?

Nº de

alunos

%

Sim 5 10,4%

Não 43 89,6%

Total 48 100,0%

Quadro V

Distribuição dos dados dos alunos segundo as actividades propostas pelos

professores

Quais as actividades que os

professores propõem nas aulas?

Nº de

alunos

%

Jogos 0 0%

Musica 0 0%

Simulações da matéria dada 40 83,3%

Não respondeu 1 2,1%

Outros 7 14,6%

Total 48 100,0%

Quadro VI

Distribuição dos dados dos alunos segundo as actividades feitas frequentemente

pelos professores nas aulas

Os professores propõem

actividades?

Nº de alunos %

Sempre 21 43,8%

Nunca 3 6,3%

De vez em quando 24 50,0%

Total 48 100,0%

Quadro VII

Distribuição dos dados dos alunos segundo contacto com o computador

Aonde costumas ter contacto com

o computador?

Nº de alunos %

Cybercafé e casa 5 10,4%

Cybercafé 17 35,4%

Em casa 5 10,4%

Biblioteca 2 4,2%

Não tem contacto 19 39,6%

Total 48 100,0%