o dhaa nos mostra que as pessoas têm o direito de estar

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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME - MDS FUNDAÇÃO DE APOIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO R.G.SUL - FAURGS REDE INTEGRADA DE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL - R E D E S A N CURSO DE FORMAÇÃO DE GESTORES PÚBLICOS DE SAN FGP-SAN-2010 MÓDULO II FUNDAMENTOS DE SAN PRODUÇÃO TEXTUAL FINAL (MB) ARQUIVO DISPONIBILIZADO NA BIBLIOTECA VIRTUAL DO PROJETO REDESAN Título: Alimentação Saudável, Multifuncionalidade e Intersetorialidade. Autor: Marcelo Mazeta Lucas. Palavras Chave: Alimentação Saudável; SAN. Categoria: MB ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, MULTIFUNCIONALIDADE E INTERSETORIALIDADE. Marcelo Mazeta Lucas Mauá SP SETEMBRO 2010

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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME - MDS

FUNDAÇÃO DE APOIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO R.G.SUL - FAURGS

REDE INTEGRADA DE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS

DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL - R E D E S A N

CURSO DE FORMAÇÃO DE GESTORES PÚBLICOS DE SAN – FGP-SAN-2010

MÓDULO II – FUNDAMENTOS DE SAN

PRODUÇÃO TEXTUAL FINAL (MB)

ARQUIVO DISPONIBILIZADO NA BIBLIOTECA VIRTUAL DO PROJETO REDESAN Título: Alimentação Saudável, Multifuncionalidade e Intersetorialidade. Autor: Marcelo Mazeta Lucas. Palavras Chave: Alimentação Saudável; SAN. Categoria: MB

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, MULTIFUNCIONALIDADE E

INTERSETORIALIDADE.

Marcelo Mazeta Lucas

Mauá – SP

SETEMBRO – 2010

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME - MDS

FUNDAÇÃO DE APOIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO R.G.SUL - FAURGS

REDE INTEGRADA DE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS

DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL - REDESAN-2010

CURSO DE FORMAÇÃO DE GESTORES PÚBLICOS DE SAN – FGP-SAN-2010

MÓDULO II – FUNDAMENTOS DE SAN

PRODUÇÃO TEXTUAL FINAL

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, MULTIFUNCIONALIDADE E

INTERSETORIALIDADE.

Marcelo Mazeta Lucas

Mauá-SP/(11) 4519-8556 / Campinas (19) 97472920

[email protected]

Trabalho apresentado como requisito de conclusão do

Curso de Formação de Gestores Públicos de SAN-2010

[O conteúdo e forma do trabalho são de responsabilidade do(s) autor (es)]

Sumário

Introdução……………………………………………………………………… 2

Primeiro capitulo Alimentação saudável e adequada …………………………. 2

Segundo capitulo Papel do Poder Público e da sociedade civil………………... 6

Terceiro capitulo Intersetorialidade e multifuncionalidade …………………… 7

Conclusão ……………………………………………………………………… 9

Bibliografia……………………………………………………………….…… 10

Introdução

Esta PTF foi constituída a partir da exigência para o termino do II modulo para

gestores em SAN, com o objetivo de conhecer melhor os conceitos de alimentação saudável e

adequada, assim como os papeis dos atores envolvidos em SAN, os espaços e profissionais,

em vista à minimização da problemática que envolve os alimentos.

A partir da vivencia e ouvindo as experiências dos beneficiados em seu cotidiano de

vulnerabilidade social e mais especificamente alimentar, que foi sugerido este tema.

Assim o capitulo um contém uma análise do conceito de alimentação saudável e

adequado envolvendo nutrientes, higiene e os benefícios em aproveitar os alimentos

integralmente, como prevenção para saúde e forma de minimizar os desperdícios.

No capitulo dois foi abordado os papeis de cada um, poder publico e sociedade, assim

como obrigações e deveres diante dos direito a alimentação inserida na Constituição Federal

em 05/10/2010.

No capitulo três é apresentado o conceito de intersetorialidade e multifuncionalidade

dos EPANs, como forma de gerar renda e informar sobre a política de SAN e o DHAA.

Para finalizar, algumas considerações sobre a temática e algumas sugestões para se

alcançar os objetivos propostos política de SAN.

Primeiro capítulo: Alimentação saudável e adequada

O DHAA nos mostra que as pessoas têm o direito de estar livre da fome e da má-

nutrição, assim como tem o direito a uma alimentação adequada. E a LOSAN estabelece que:

Alimentação adequada é um direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade

da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na

Constituição Federal, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se

façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da

população (LOSAN, art.2º).

Para nosso corpo se manter saudável necessita de alguns cuidados especiais, sendo a

alimentação um dos principais deles. Uma alimentação saudável deve ser constituída por

alimentos que fazem parte dos nossos hábitos alimentares diários como: arroz, feijão, carne,

óleos, ovos entre outros. Os alimentos se classificam em:

- Alimentos construtores: têm a função de construir e reparar o organismo. São alimentos

ricos em proteínas e sais minerais (carnes, leite e derivados, ovos, feijão, soja, lentilha, grão

de bico, etc.).

- Alimentos energéticos: tem a função de fornecer energia para o trabalho interno e externo

do corpo. São alimentos ricos em carboidratos e gordura (açúcares, mel, farinhas, arroz,

macarrão, pães, biscoitos, óleos, manteiga, gorduras, etc.).

- Alimentos reguladores: sua função é a de contribuir para que tenhamos resistência às

doenças, pele sadia, boa visão, bom funcionamento dos intestinos e de todo o organismo. São

alimentos ricos em vitaminas, minerais, água e fibras (legumes, verdura e frutas).

Diante disto, alimentação saudável é aquela em que há todos os nutrientes adequados e

necessários para o bom funcionamento do organismo. Para tal temos como base à pirâmide

alimentar, que nos mostra os alimentos saudáveis e em quantidade adequada.

A orientação sobre como deve ser uma alimentação saudável e equilibrada, que

envolve quantidade e tipos de alimentos, muitas vezes se torna difícil e impraticável para a

maioria das pessoas. Isto se deve em parte pela situação social vivenciada atualmente, e por

outro lado o desperdício, ou seja, enquanto muitos não conseguem ter o necessário para

sobrevivência outros jogam fora. E ainda há o fato de que a maioria das mulheres trabalha

fora, e pela praticidade dão preferência a alimentos de preparação rápida ou lanches.

As principais metas da pirâmide alimentar são orientar o consumo variado de

alimentos, ingestão menor de gorduras saturadas e colesterol, maior consumo de frutas,

verduras, legumes e grãos além, da ingestão moderada de açúcar e sal. A pratica de exercícios

físicos é recomendada visando à perda ou manutenção do peso adequado como também, a

prevenção de doenças entre elas, as cardiovasculares, diabete, hipertensão e osteoporose.

Para que se alcancem os valores recomendados os alimentos foram divididos em oito

grupos e cada grupo, indica as porções adequadas de cada alimento, sendo distribuídos em

quatro níveis na pirâmide alimentar.

Na base da pirâmide encontram-se os alimentos que devem estar presentes na

alimentação em maior quantidade. Assim, à medida que for subindo os níveis na pirâmide, a

freqüência ou quantidade dos alimentos deve diminuir nas refeições.

Para o bom funcionamento do organismo é necessário que os alimentos de todos os

grupos façam parte do seu plano alimentar, não esquecendo a água.

A quantidade de porções de cada grupo recomendada para um individuo depende de

sua necessidade de energia que está relacionada com a idade, peso, estatura e atividade física.

Diante do exposto, podemos dizer que a quantidade recomendada para um individuo nem

sempre é a mesma para outro.

A associação de uma alimentação saudável, ingestão de água e atividade física é igual

a uma vida saudável com maior imunidade, peso ideal e prevenção de doenças.

Uma alimentação quando adequada e variada, previne deficiências nutricionais e

protege contra doenças infecciosas, porque é rica em nutrientes que podem melhorar as

defesas do organismo.

Nutrientes são substancias encontradas nos alimentos, indispensáveis ao ser humano e

que tem funções especificas e funcionam associadas, ou seja, para o efeito desejado faz se

necessário o consumo de varias substancias.

Proteínas – substancias que vão formar e manter os músculos, os ossos, o sangue, os

órgãos, a pele e o cérebro, construir novos tecidos, promover o crescimento. É o grupo da

carne, do peixe e dos ovos.

Carboidratos – substancias que fornecem energia (calorias) para todas as atividades

do organismo. Devendo ser consumido moderadamente. É o grupo do arroz, macarrão, batata,

farinha, entre outros.

Lipídios (gorduras) – substancias que, como os carboidratos, vão fornecer energia ao

organismo, de forma mais concentrada. Deve ser consumido em pouca quantidade. É o grupo

dos óleos de oliva, de girassol, de soja, e também da manteiga e da margarina.

Vitaminas e minerais – são compostos orgânicos e minerais que vão ajudar todo o

organismo a funcionar. A principal função das vitaminas é regular e coordenar a atividade das

células. Entre as maiores fontes está o grupo das frutas e verduras.

Cada vez mais, vêem-se estudos relacionados ao consumo de alimentos para

preservação de envelhecimento precoce; câncer; diabetes; doenças do coração e hipertensão.

Pode-se dizer que os alimentos são verdadeiros medicamentos naturais quando adequado.

Faz parte de todo este processo a higiene, visto que higiene são os cuidados que

devemos ter, principalmente quando se trata de manipular alimentos.

Os bons hábitos de higiene são de grande importância para a nossa saúde, pois evitam

perigos como transmissão de doenças e intoxicações alimentares, que são causadas por

pequenos seres vivos chamados de uma maneira geral de micróbios, germes, bactérias ou

vírus.

Para evitar a contaminação alimentar, deve ser adotado práticas de higiene corretas,

tanto no preparo dos alimentos como na higiene pessoal, ambiental, de equipamentos e

utensílios. Sendo que higiene é tão importante para a sua saúde quanto para as outras pessoas,

além de que um lugar limpo inspira confiança e nos proporciona saúde, respeito e admiração.

E também, faz parte desta política de SAN, aproveitar integralmente os alimentos, ou

seja, adotar alternativas de aproveitamento das partes popularmente conhecidas como

descartáveis, pois são ricos em vitaminas, ferro, potássio e outros nutrientes.

No Brasil ainda existe muito desperdício de alimento, são toneladas e toneladas que a

cada dia são jogados no lixo. Estima-se que 30% da produção mundial sejam desperdiçados

devido ás falhas no sistema de colheita, transporte, armazenagem e comercialização. E por

outro lado, muitas vezes não sabemos e nem temos o hábito de aproveitar algumas partes dos

alimentos, o que ocasiona desperdício.

Segundo o IBGE, o desperdício no consumo doméstico de alimentos chega a 20% da

sua produção.

E na forma de desperdício caseiro, o mais comum é o não uso de talos, folhas e cascas,

pois as pessoas ainda não vêem com bons olhos e não conhece o valor nutritivo em utilizar

todas as partes dos alimentos, o que faria diminuir os gastos com alimentação e melhoraria a

qualidade nutricional do cardápio, reduziria o desperdício de alimento, e ainda, tornaria

possível a criação de novas receitas.

Esse conceito deve ser realizado no dia a dia por qualquer pessoa, independente de sua

classe social ou econômica, pois ajudaria a eliminar preconceitos de que esse tipo de

alimentação é só usado em programa social voltados a população de baixa renda.

O combate ao desperdício pode começar de maneira bem simples, como através do

aproveitamento integral dos alimentos, além do planejamento do que se coloca no prato e da

programação do consumidor antes de ir ao supermercado.

O mundo produz diariamente comida em quantidade suficiente para alimentar toda à

população do planeta. O Brasil que produz 25,7% a mais de alimentos do que necessita para

alimentar a sua população é, no entanto, mais de 44milhões de brasileiros vivendo na linha da

miséria.

Estima-se que 39 mil toneladas de comida em condições de alimentar uma pessoa

alimentam uma outra boca, a do lixo. O que se joga fora e suficiente para dar café, almoço e

jantar diariamente a 19 milhões de pessoas.

Eis alguns alimentos que podem ser aproveitados integralmente: folhas de cenoura,

beterraba, batata doce, nabo, couve-flor, mostarda, hortelã, e rabanete; cascas de batata

inglesa, banana, laranja, mamão, pepino, maçã, abacaxi, berinjela, beterraba, melão, maracujá,

goiaba e abóbora; talos de couve-flor, brócolis, beterraba, couve, agrião e salsa; entrecasca de

melancia e maracujá e sementes de abóbora, melão, jaca, melancia e mamão.

Diante do exposto, para atingir os objetivos da Política Pública de Segurança

Alimentar e nutricional é necessário maior disponibilidade de alimentos, mais higiene como

segurança e prevenção, aproveitamento integral como forma de minimizar o desperdício, tudo

isto dentro de um contexto sócio-educativo, como forma de ampliar cidadania daqueles em

situação de vulnerabilidade.

Além de que cada ator envolvido, ou seja, poder público e sociedade civil cumpram

seu papel e tenha responsabilidade em seu âmbito de ação.

Segundo capítulo: Papel do Poder Público e da sociedade civil

Com a inclusão da alimentação como direito social, em 05/02/2010, na Constituição

Federal em seu artigo 6º, onde se lê:

“São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o

lazer, a segurança, a previdência social, a proteção á maternidade e á infância, a

assistência aos desamparado, na forma desta Constituição, (EC nº 26/2000 e EC nº

64/2010)”.

Diante deste marco legal e sabendo que todo direito vem acompanhado de deveres e

obrigações, a alimentação saudável e adequada para se efetivar de fato necessita do

envolvimento tanto do governo quanto da sociedade civil organizada, cada qual em seu

âmbito de ação.

E o Brasil, assim como todo seu território, deve ser soberano para garantir a segurança

alimentar de seu povo, respeitando as características culturais, manifestadas no ato de se

alimentar. É obrigação do Estado brasileiro, no contexto das relações nacionais e

internacionais, assegurarem o direito humano á alimentação e efetiva-lo em articulação com a

sociedade civil, cada parte cumprindo suas atribuições específicas com vigilância constante e

ações preventivas.

Desta forma, cabe ao Poder Público obedecer a legislação sobre Direitos Humanos,

garantindo o respeito, a proteção, a promoção e o provimento do DHAA, ou seja, é seu papel

planejar, executar, controlar e avaliar as ações que o promovam. E tem como obrigação tornar

público, ou melhor, informar e divulgar a sociedade civil (sujeitos) sobre seus direitos, para

tal pode-se utilizar de ações educativas, entre outros.

Nos termos do PIDESC em seu artigo 2º e 11º, as obrigações do Estado quanto ao DHAA

são:

a) Obrigação de adotar medidas, com máximo de recursos disponíveis, para realizar

progressivamente o DHAA.

b) Obrigação de adotar as medidas necessárias para assegurar o direito fundamental de

todos de estar livre da fome.

c) Obrigação de não discriminar.

d) Obrigação de cooperar internacionalmente.

Por outro lado, temos os titulares de direitos e consequentemente portadores de

obrigações, que são os indivíduos sozinhos ou em sociedade. Estes indivíduos têm seus

direitos explicitados em legislações, portanto, tem obrigação de participar e conhecer seus

direitos para que sejam cumpridos em sua integra, pois muitos perdem os direitos por não

conhecê-los.

Vale lembrar que os indivíduos inseridos na sociedade têm sua particularidade, portanto é

único e titular de direitos, mas para exercer sua cidadania de fato é necessário participar, se

organizar e respeitar, pois o direito de cada individuo termina quando começa o do outro.

Portanto, cada qual deve exercer seus direitos cumprindo seus deveres e obrigações. E

para que se alcance este objetivo há urgência no trabalho intersetorial e na

multifuncionalidade dos EPANs, pois só assim acredita – se haver autonomia daqueles

considerado excluídos . Haja visto que a 2ª meta para 2015 do primeiro Objetivo de

Desenvolvimento do Milênio – ODM “é redução à metade da proporção da população

mundial que passa fome”.

E esta tem sido uma das principais preocupações a guiar a participação do Brasil nos

fóruns internacionais, o qual o país adotou como meta a erradicação da fome até 2015.

Terceiro capitulo: Intersetorialidade e multifuncionalidade

A política de SAN deve estar pautada em um conjunto de ações planejadas para

garantir a oferta e o acesso aos alimentos para toda a população promovendo a alimentação

adequada como forma de prevenção da saúde. Devendo ser sustentável em diferentes setores e

áreas de ação, visando à autonomia dos sujeitos ou famílias excluídas socialmente e

promovendo a qualificação para geração de renda.

A política de SAN avança e deve promover a intersetoriedade e o melhor

aproveitamento dos espaços existentes, ou seja, deve capacitar os atores envolvidos a começar

dos que estão a frente nos EPANs (funcionários, agricultores e sociedade civil).

Promover ações conjuntas com a sociedade civil organizada para superação das

desigualdades econômicas e sociais, ou seja, desenvolver e estimular atividades produtivas,

como instrumentos de construção da cidadania e desenvolvimento humano. Devendo

assegurar a qualidade; quantidade e o aproveitamento integral dos alimentos, pois entende –

se que indivíduos bem alimentados produzem mais e há mais qualidade de vida.

A partir das legislações que fazem parte do marco legal (jurídico), “o Estado

regulamenta procedimentos, critérios, competências e atribuições dos entes envolvidos em

uma política setorial” (texto didático S-01/II de 05 a 09 de julho/2010).

O ITC, agência da ONU e da OMC, que tem marcante atuação em projetos de redução

da pobreza, valoriza a utilidade dos diversos aspectos da multifuncionalidade, incluindo o

artesanato, culinária e as manifestações do conhecimento e da cultura popular.

Sugere-se utilizar, no contra fluxo, ou seja, nos horários em que os RPs termine suas

atividades aulas de culinária, panificações, entre outros. E ainda usar parte do equipamento

para exposições de trabalhos artesanais, por exemplo. Incentivando assim a geração de renda

alternativa e/ou informal, além de organização da sociedade civil, visto que para isto tenham

que se organizar em cooperativas ou associações. E os Bancos de Alimentos e a própria

secretaria de segurança alimentar poderiam ser utilizados para educação alimentar com

parcerias firmadas com a vigilância sanitária, SESC, SAS, entre outros.

O trabalho multifuncional vem atender as necessidades de busca por inovações e

adaptações a partir de uma necessidade atual.

Portanto a multifuncionalidade tanto pode ser no sentido de aproveitar espaços, não os

deixando ociosos, assim como pode ser pela exigência do mercado em adquirir funcionários

pró – ativos, com potencial criativo e gerador de idéias com grande importância.

Relatórios do IPCC tornam a multifuncionalidade um dos mais valiosos bens de uma

região, localidade ou cidade.

A multifuncionalidade permite combinar a função produtora de alimentos,

conservação do meio ambiente e melhoria das condições de vida dos trabalhadores e usuários,

assim como alternativa de geração de renda.

Assim como a multifuncionalidade é de grande relevância a intersetoriedade, tanto no

sentido da integração da equipe de SAN, como para uma melhor qualidade no atendimento

para os usuários dos programas.

Intersetorialidade é a: “articulação de saberes e experiencias no planejamento,

realização e avaliação de ações para alcançar efeito sinergico em situações complexas visando

o desenvolvimento social, superando a exclusão social”(www.iij.derecho.ucr.ac.cr).

E ainda, sendo intersetorialidade a capacidade de interagir em regime de colaboração

com outros, ou seja, são varios setores colaborando e pensando em um mesmo problema,

porém com olhares proprios e diferenciados, como exemplo, a Segurança Alimentar pensando

o alimento como complemento da alimentação e a saúde como prevenção.

Para que isso torne realidade é necessario formar pessoas que aprendam a ser

cidadãos e terem consciência de seus direitos, mas também que possam reconhecer o direito

do outro. Daí a importancia de se treinar funcionarios que operam os serviços publicos para

garantirem os direitos sociais da população. Para tanto, torna-se importante novas praticas,

tanto do profissional como dos usuários.

Nessa perpectiva, surge a noção de rede como a interação de pessoas, instituições

familias, municipios, mobilizados com o objetivo de agir coletivamente, pois falar em rede é

perceber os problemas no conjunto e possibilidades de solução. E essas mudanças só serão

efetivadas quando houver um olhar novo para a realidade social.

Daí a importancia em consider a multifuncionalidade dos EPANs e a intersetorialidade

com sua interdependência . Isso permitirá uma nova lógica para gestão.

Nesse sentido, é importante ter profissionais com qualificações especificas. Vale ressaltar

tambem a importancia da educação alimentar e/ou ações educativas, contendo uma equipe de

profissionais especializados, estagiarios e ainda, que se façam parcerias com faculdades, po

exemplo.

Portanto, os problemas sociais são diversos e afetam pessoa ou grupo de pessoas em geral,

no mesmo territorio de ação. E a intersetorialidade que envolve ações interligadas, tanto no

setor como no conhecimento e no poder profissional , deve sr uma maneira de provocar

mudanças nas praticas e na busca de solução.

Sendo assim, essas soluções devem ser encaminhadas conjuntamente, respeitando a

autonomia de cada setor e/ou ator, mas de maneira integrada para gestão da cidade, buscando

superar a fragmentação das politicas e considerando o cidadão na sua totalidade.

Conclusão

Diante do exposto na pesquisa, conclui-se que para alcançarmos a meta de erradicar a

fome e a pobreza extrema ate 2015, significa adaptar a partir da necessidade do

conhecimento, informando os beneficiarios quanto seus direitos e deveres, assim como

envolve-los nas discussões e responsabilidade é de suma importância.

Diferente do que se pensa, o Brasil produz mais alimento do que prescisa para

alimentar sua população, porém o desperdicio e o não aproveitamento integral dos alimentos

faz com que boa parte da população viva em insegurança alimentar.

Essa condição é fato, pois de um lado há os que desperdiciçam e do outra pessoas

passando fome, e ambos necessitam de orientação e auxilio. As condições de vida tão

diversas são a comprovação disso, enquanto cada sujeito, quer seja poder publico ou

sociedade, não assumir seu papel diante dos desafios desta problemática não conseguiremos

saná-los.

Tanto no poder publico, quanto na sociedade civil existe reivindicações concretas,

relativas a fome, expressas na politica de SAN e seus marcos legais, porém, necessita vencer

tabus, falta de conhecimento e aceitação para minimizar e solucionar a tematica. Enquanto

isto, as desigualdades socio economicas e de oportunidades são mantidas.

Enquanto existem sujeitos e condições de vida menos favoraveis, alguns vivem com

mais segurança e conforto. Não se pode generalizar situações vividas, nem tampouco fazer

juizo de valor. Enfim, é so com a união das ações que haverá possibilidades em alcançar os

objetivos propostos nesta política considerada de grande importância.

Bibliografia

BURITY, Valéria…[et al.].- Brasilia, DF:ABRANDH, 2010.204p./Direito Humano à

Alimentação Adequada no Contexto da Segurança Alimentar e Nutricional

BRASIL: Constituição de 1988 - 34ª edição 2004 – Editora Saraiva.

LOSAN, lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006

TEXTOS REDE SAN – Cursos de Gestores públicos 2010

www.iij.derecho.ucr.ac.cr (acessado19/09/2010 as 9:30hs).

www.unesp.br (acessado 17/09/2010 as 14:00hs).