o desenho da figura humana seu uso

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O DESENHO DA FIGURA HUMANA E SEU USO NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA TÍTULO The Drawing of the Human Figure and its use in psychological assessment Roselaine B. Ferreira da Silva [a] , Aline Pasa [b] , Dieime Reis Castoldi [c] , Francieli Spessatto [d] [a] Doutora em Psicologia (PUCRS), docente-pesquisadora e Coordenadora do Laboratório de Mensuração e Testagem Psicológica no curso de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS - Brasil, e-mail: [email protected] [b] Acadêmica do Curso de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS - Brasil. [c] Acadêmica do Curso de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS - Brasil. [d] Monitora do Laboratório de Mensuração e Testagem Psicológica da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS - Brasil. Resumo O presente artigo consiste em apresentar uma breve revisão teórica acerca de um dos instrumentos mais tradicionais na avaliação psicológica: o Desenho da Figura Humana. Aliado a isso, visa a comparar diferentes sistemas de correção e interpretação, destacando semelhanças entre eles. Será enfatizado o instrumento sob a ótica projetiva, apontando a relevância desse na avaliação psicológica. A partir de estudos feitos na disciplina de Técnicas Projetivas II, do curso de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul, detectou-se a necessidade de entendimento mais aprofundado acerca desse instrumento. Para tanto, a metodologia empregada para o referente estudo consistiu em busca bibliográfica feita em bancos de dados (PsycInfo, Bireme, Scielo) e literatura da área. A partir dos estudos realizados, destaca-se a importância da técnica projetiva para auxiliar no entendimento da personalidade do sujeito. Foi possível observar que o Desenho da Figura Humana consiste em instrumento muito frequente na avaliação psicológica. Além disso, existem várias propostas de correção dessa técnica, sendo que algumas são validadas e outras caíram em desuso. Existe o interesse em resgatar a proposta de Karen Machover (1967), quanto à solicitação do Desenho da Figura Humana na Chuva. Pela literatura pesquisada, percebe-se que essa técnica consiste em procedimento importante na avaliação psicológica, seja com crianças, adolescentes ou adultos. Palavras-chave: Técnicas projetivas. Desenho da Figura Humana. Validação de instrumentos. Psicol. Argum. 2010 jan./mar., 28(60), 55-64 ISSN 0103-7013 Psicol. Argum., Curitiba, v. 28, n. 60, p. 55-64, jan./mar. 2010 Licenciado sob uma Licença Creative Commons

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O DESENHO DA FIGURA HUMANA E SEU USONA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

TÍTULOThe Drawing of the Human Figure and its use in psychological assessment

Roselaine B. Ferreira da Silva[a], Aline Pasa[b], Dieime Reis Castoldi[c], Francieli Spessatto[d]

[a]Doutora em Psicologia (PUCRS), docente-pesquisadora e Coordenadora do Laboratório de Mensuração e Testagem Psicológicano curso de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS - Brasil, e-mail: [email protected]

[b] Acadêmica do Curso de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS - Brasil.[c] Acadêmica do Curso de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS - Brasil.[d] Monitora do Laboratório de Mensuração e Testagem Psicológica da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz

do Sul, RS - Brasil.

Resumo

O presente artigo consiste em apresentar uma breve revisão teórica acerca de um dos instrumentosmais tradicionais na avaliação psicológica: o Desenho da Figura Humana. Aliado a isso, visa acomparar diferentes sistemas de correção e interpretação, destacando semelhanças entre eles. Seráenfatizado o instrumento sob a ótica projetiva, apontando a relevância desse na avaliação psicológica.A partir de estudos feitos na disciplina de Técnicas Projetivas II, do curso de Psicologia daUniversidade de Santa Cruz do Sul, detectou-se a necessidade de entendimento mais aprofundadoacerca desse instrumento. Para tanto, a metodologia empregada para o referente estudo consistiuem busca bibliográfica feita em bancos de dados (PsycInfo, Bireme, Scielo) e literatura da área. Apartir dos estudos realizados, destaca-se a importância da técnica projetiva para auxiliar noentendimento da personalidade do sujeito. Foi possível observar que o Desenho da Figura Humanaconsiste em instrumento muito frequente na avaliação psicológica. Além disso, existem váriaspropostas de correção dessa técnica, sendo que algumas são validadas e outras caíram em desuso.Existe o interesse em resgatar a proposta de Karen Machover (1967), quanto à solicitação doDesenho da Figura Humana na Chuva. Pela literatura pesquisada, percebe-se que essa técnica consisteem procedimento importante na avaliação psicológica, seja com crianças, adolescentes ou adultos.

Palavras-chave: Técnicas projetivas. Desenho da Figura Humana. Validação de instrumentos.

Psicol. Argum. 2010 jan./mar., 28(60), 55-64

ISSN 0103-7013Psicol. Argum., Curitiba, v. 28, n. 60, p. 55-64, jan./mar. 2010

Licenciado sob uma Licença Creative Commons

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Abstract

This article intends to introduce a brief theoretical review about one of the most traditionalinstruments in psychological assessment: the Drawing of Human Figure. In addition, itaims to compare different systems of correction and interpretation, highlighting similaritiesbetween them. The instrument will be emphasized in a projective view, pointing out itsrelevance in psychological assessment. From studies conducted in the discipline of ProjectiveTechniques II, from Psychology´s course at the University of Santa Cruz do Sul, it wasdetected the need for deeper understanding about this instrument. PsychInfo, Bireme, Scielodatabases and literature of the area have been consulted to obtain informations about thisinstrument. Studies show the importance of projective technique to the understanding of thesubject’s personality. It was noted that the Drawing of the Human Figure is a very commoninstrument in psychological assessment. Also there are various proposals to fix this technique;some of which are validated and others fell into disuse. There is interest in rescuing KarenMachover’s (1967) proposal on the request of Human Figure Draw in the Rain. Accordingto researched literature, this is an important technical procedure in psychological evaluation,either with children, adolescents or adults.

Keywords: Projective techniques. Drawing of the Human figure. Instruments validation.

Avaliação psicológica e o uso de testes

A avaliação psicológica consiste emprocesso que permite obter um conhecimento sobreas funções psíquicas do indivíduo, além de investigarsintomas, possibilitando um entendimento maisamplo do caso atendido. Da mesma forma visa àescolha da abordagem terapêutica a ser utilizadacom o paciente em questão (Nunes, Silva, Deakin,Dian & Campezatto, 2006).

Ressalta-se que avaliação e testagempsicológica são conceitos diferenciados. Anastasie Urbina (2000) definem o teste psicológico comouma medida objetiva e padronizada de uma amostracomportamental e atentam para o fato de que énecessária uma uniformidade de procedimento naaplicação e pontuação do instrumento. O ins-trumento sempre será representativo de umaamostra de comportamento que pode ter seusdados analisados estatisticamente, sustentando,dessa forma, suas características psicométricas.Assim, pode ser considerado como um conjuntode itens que medem um determinado fenômenopsicológico (Pasquali, 1999).

Cronbach (1996) afirma ser o termoavaliação mais abrangente que testagem, pois oprimeiro se refere mais ao ato de integrar e avaliarinformações. Os testes são considerados recursospara esse ato. Para Cunha (2000), a avaliação

psicológica consiste em um processo científico,limitado no tempo, no qual podem ser utilizadostestes e técnicas para entender problemaspsicológicos à luz de pressupostos teóricos.

A princípio, a avaliação psicológica podese apresentar numa ordem de aparecimento:identificação do fenômeno a ser avaliado (sendoesse o objeto da avaliação), identificação datestagem a ser utilizada e a avaliação propriamentedita, com seus métodos e técnicas inerentes.

Casullo (1999) salienta que o objeto deestudo da avaliação pode ser tanto um sujeito,um grupo, uma instituição ou uma comunidade.Em qualquer caso, deve ser entendido como umsistema complexo, integrado e composto pordistintos subsistemas em interação permanente.

Arzeno (1995) esclarece que, muitasvezes, a solicitação de um psicodiagnóstico édemandada pela aplicação de um teste emespecífico. No entanto, é necessário lembrar queos testes não são um objetivo em si mesmo, masinstrumentos para atingir um fim, e isto é quedeve ser esclarecido a quem faz a solicitação.

Outra forma de uso de testagem se dá noespaço terapêutico, com o propósito de estabeleceruma aliança de trabalho em psicoterapia. Nessesentido, é importante um período inicial de avaliação,sendo esse também constituído pela testagempsicológica.

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Tal como Freud (1995/1911-1913)ressalta em seus escritos, esse processo é importantepara que o terapeuta conheça seu paciente, saberqual o motivo que o trouxe à sessão, deixando opaciente falar livremente sobre o que quiser deacordo com o que lhe vem à consciência, sem sepreocupar em selecionar esses conteúdos. Esseespaço é significante para a formação do vínculoterapêutico e extremamente importante para umtratamento bem-sucedido. Sendo assim, é nesseperíodo que o profissional pode fazer uso detécnicas para compreender o funcionamento dosujeito que veio procurá-lo, a fim de obter umdiagnóstico mais preciso.

Para Werlang (2006), avaliar, nomomento prévio ao tratamento, é procedimentoimportante, pois auxilia o terapeuta a identificarquestões não manifestas no paciente. Ao mesmotempo, auxilia na verificação de problemas maiscomplexos, possibilitando a priorização deobjetivos terapêuticos.

Nesse contexto de avaliação, os testessão utilizados, muitas vezes, com o intuito deproporcionar maior fidedignidade a esse momento.Desta forma, a técnica projetiva do desenho temsido utilizada em avaliações clínicas. Em algunsmomentos, é utilizado para introduzir outrastécnicas, como o Rorschach e o Teste deApercepção Temática (TAT) em adultos, devidoà mobilização que esses podem provocar no sujeito.

Para Grassano (1996), a possibilidadede controle intelectual ou de disfarce, seja emâmbito consciente ou inconsciente, é menor nostestes gráficos que nos verbais. O grafismotambém pode ser usado como forma decomunicação, principalmente entre as crianças.Tem funcionado como expressão do desenvolvi-mento geral, pois a partir da maturação gráfica dacriança é possível estabelecer as fases do seudesenvolvimento (Campos, 1994; Grassano,1996; Wechsler, 2003).

Numa perspectiva mais livre, ou seja, naproposta de solicitar um desenho qualquer àcriança, em momento avaliativo, Di Leo (1991)compara essa expressão gráfica com o conteúdodos sonhos. Entende que, tal como o sonho, odesenho também apresenta significadosinconscientes. Desta forma, assim como oconteúdo de um sonho diz algo sobre quemsonhou, aquilo que foi desenhado diz algo sobreseu próprio autor.

São inúmeras as modalidades pelas quaispode ser visto o desenho. Ferro (2005) retrataduas delas: o desenho enquanto representaçãodas relações do mundo emocional da criança e odesenho enquanto referência ao funcionamentomental do par terapeuta-paciente.

Fazendo referência à primeira modali-dade, o desenho é uma maneira de chegar aomundo psíquico da criança, além de apresentarelementos que evidenciem a fantasia inconscienteinfantil. Já a segunda modalidade prioriza a fantasiatransferencial, possibilitando a análise da projeçãodos sentimentos da criança sobre o terapeuta.

Ainda Ferro (2005) enfatiza que o desenhonecessita ser também verbalizado. Sendo assim,para colocar em palavras aquilo que a criançadesenhou se solicita que ela faça associações, e opapel do terapeuta será o de um intérprete.

O Desenho da Figura Humana naavaliação psicológica

Num primeiro momento, o Desenho daFigura Humana surgiu com uma propostapsicométrica, na tentativa de avaliar característicasintelectuais. Binet e Simon, por volta de 1905,analisaram o desenho como sendo possível de serempregado em testes de desenvolvimento mentale aptidões específicas, como também em testespara diagnósticos especiais (Kolck, 1984).

Wechsler (2003) refere que estudossistematizados com o Desenho da Figura Humanaapareceram em torno de 1906, com a investigaçãode Lamprecht, que comparou os desenhos decrianças de diferentes países tentando encontrarpontos comuns nos seus traçados e conceitos.Igualmente, o pesquisador francês Claparède, em1907, demonstrou interesse pelos aspectosevolutivos do desenho infantil, na tentativa deaveriguar se haveriam relações entre a habilidadepara o desenho e a capacidade intelectual da criançademonstrada pelo seu rendimento na escola.

Contudo, foi somente em 1926, com acontribuição de Goodenough, que surgiu ummétodo destinado a avaliar o desenvolvimentointelectual infantil por meio do Desenho da FiguraHumana. Assim, desde essa época, o Desenho daFigura Humana tem se revelado como uma dastécnicas mais uti l izadas para aval iar odesenvolvimento cognitivo, por ser uma medida

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não-verbal conhecida por qualquer criança, defácil aplicação e baixo custo.

Além do entendimento no nível dacognição, alguns pesquisadores, como Koppitz(1988), Di Leo (1991), Hammer (1991), Cormann(2003) e Machover (1967), entendem que atravésdo desenho é possível realizar a análise dapersonalidade de um sujeito. Os elementos gráficosfalam mais sobre o sujeito do que sobre o desenhopropriamente dito. O pressuposto que norteou osestudos desses pesquisadores dizia respeito à ideiade que os desenhos de crianças poderiam ser vistoscomo indicadores do desenvolvimento psicológico.

Koppitz (1988), com base nos estudos deGoodenough e Machover e trabalhando comcrianças de 5 a 12 anos, elaborou uma lista deindicadores emocionais. Consistiu de uma escalaprópria de índices gráficos que permitem tanto aavaliação do nível de maturação mental, como adetecção e avaliação de distúrbios emocionais(Van Kolck, 1984). A mesma autora apresentouestudos sistematizados sobre os aspectosdesenvolvimentais, surgindo um sistemaquantitativo-objetivo de avaliação do DFH.1 Essesistema permitiu uma verificação da frequência deitens esperados, comuns, incomuns ou excepcionaispara cada faixa etária (Hutz & Antoniazzi, 1995).

Di Leo (1991) e Hammer (1991) enfatizamque a psicanálise conduziu as pessoas a seconscientizarem de que o inconsciente “fala” emimagens simbólicas. Esses autores identificam queexiste uma fase inicial dos desenhos realizados pelosujeito em que está em jogo não apenas ascapacidades intelectuais, como inicialmente eramanalisadas, mas também a personalidade dosindivíduos. Segundo a ótica desses autores, pelodesenho é possível investigar os aspectos subjetivosda criança, analisando-se o tamanho, a localizaçãoe o conteúdo do que foi desenhado. A pressão dolápis no papel também merece atenção no momentode avaliar o desenho.

Cormann (2003) destaca que o desenhonão comporta apenas elementos formais. Ao ladoda forma há o conteúdo e nesse se expressam ascaracterísticas de personalidade como um todo.

Machover (1967) publicou os resultadosde suas observações clínicas sobre a representaçãográfica de figuras humanas desenhadas por

crianças e adultos que apresentavam diversosproblemas psicológicos, fornecendo, dessa forma,um caráter projetivo ao Desenho da FiguraHumana, enquanto método de avaliação dapersonalidade.

Campos (1994) salienta que o sujeito nãodesenha apenas o que vê, mas o que sente em adiçãoao que vê. Esses aspectos podem ser analisadosatravés de alguns itens de correção como o tamanho,localização, pressão do traço e conteúdo do desenho.Wechsler (2003) complementa dizendo que nemsempre a criança desenha o que vê, mas o que sabesobre si mesma, muitas vezes a partir do que outraspessoas lhe falam. Para Hutz e Bandeira (2000), odesenho também pode ser a representação de outrosaspectos do indivíduo, tais como aspirações,preferências, pessoas vinculadas a ele, imagem ideal,padrões de hábitos, atitudes para com o examinadore a situação de testagem. O contexto cultural dosujeito que realizará o teste é outra questão a seranalisada, pois há possibilidade de variações nafrequência de alguns itens de correção de acordocom a cultura. Já para Pasian, Okino e Saur (2004),a experiência individual de vida influencia aselaborações projetivas.

De qualquer forma, a premissa dasolicitação de um desenho de pessoa, em avaliaçãopsicológica, diz respeito ao fato de que o sujeitoprojeta uma representação do self: a forma comose vê, assim como acredita que os outros o vêem.

Atualmente, o Desenho da Figura Humanapermite avaliar questões tanto cognitivas quanto depersonalidade. Resgatar a técnica do Desenho daFigura Humana tem sido o objetivo de algunspesquisadores. Vidal, Arteche, Hutz e Bandeira(2005) realizaram um estudo sobre o sistema Koppitzpara interpretação da Figura Humana. Nesse sentido,verificaram a capacidade discriminativa doinstrumento em diferenciar respostas de dois gruposde crianças: com e sem problemas emocionais.Concluíram que apenas os itens “omissão do corpo”(p < 0,05) e “omissão dos braços” (p < 0,01)discriminaram os grupos, sendo mais frequentes naamostra clínica. O restante dos itens não se tornouválido para discriminar crianças com problemasemocionais de crianças sem esses problemas.

Já Bueno, Moura, L’abbate e Pereda(2005) identificaram a relação entre o Desenho da

1 DFH: Desenho da Figura Humana. No decorrer do texto pode aparecer essa abreviação.

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Figura Humana, traços de personalidade einteligência. Eles constataram que alguns itens decorreção do DFH têm associação com traços depersonalidade. Já Bueno, Machado, Schmiedeckee Hamparian (2005) estudaram a relação entre odesenho da casa e traços de personalidade, edemonstraram associação significativa entre essesitens. Assim como o estudo de Castro, Bueno,Dinali, Kebleris e Martinez (2005) associou odesenho da árvore com traços de personalidade,igualmente verificando associação significativa.

Wechsler et al. (2005) analisaram aincidência de indicadores emocionais no Desenhoda Figura Humana. Concluíram que existemaspectos desenvolvimentais que influenciamcaracterísticas nos desenhos das crianças e queesses tendem a ser ressaltados, de maneira diferente,por meninos e meninas.

Dessa forma, percebem-se vários estudos,na atualidade, acerca da Figura Humana, enquantotécnica projetiva. Tal fato reforça a ideia de que ospesquisadores estão preocupados com acientificidade do instrumento. Além disso, diversosencontros científicos voltados à discussão daavaliação psicológica se constituem, cada vezmais, num momento de reflexão e questionamentossobre a legitimidade das técnicas projetivasenquanto instrumentos efetivamente confiáveispara a avaliação psicológica.

Todavia, os testes gráficos de desenhosnecessitam de estudos padronizados para poderemser autorizados para uso em avaliação psicológica.Nesse sentido, atualmente apenas o HTP (Buck,2003), o DFH (Sisto, 2005) e o DFH-III (Wechsler,2003) possuem evidências de validade quedemonstram sua eficácia no momento de avaliaruma criança. Dessa forma, cada um deles seráretratado a seguir.

Interpretações para o Desenho da FiguraHumana

DFH – III (Desenho da FiguraHumana para análise do desenvolvi-mento cognitivo infantil)

Essa testagem é específica para aplicaçãoem crianças abrangendo as idades de 5 a 12 anos.Está validado, conforme os parâmetros da Resolução

002/2003 do CFP (Conselho Federal de Psicologia),sendo muito utilizado para avaliar o desenvolvimentocognitivo. Sua interpretação se dá em âmbitoquantitativo, de acordo com a idade da criança.

A primeira proposta do DFH foi elaboradano ano de 1926, por Goodenough, como análisedo desenvolvimento cognitivo. A partir dareformulação da proposta de Goodenough,Wechsler (2003) validou o teste no Brasil.

A aplicação do instrumento é simples,consistindo em solicitar à criança que faça umdesenho de um homem e, em seguida, de umamulher, não necessariamente nessa ordem. Acorreção é baseada em 30 itens evolutivos quesão pontuados como ausentes ou presentes.Atinge-se um escore global a partir da soma dositens classificados como esperados, comuns,incomuns, e excepcionais, de acordo com a idadeda criança (Hutz & Bandeira, 2000).

Estudo de Silva et al. (2005) destaca queo DFH-III não apresenta influência de questõesculturais. Mesmo em contextos diferenciados,como zona urbana e zona rural, as criançasapresentam noção corporal semelhante, além denão evidenciar diferenças significativas na formade representar as partes do desenho. Mendoza,Abad e Lelé (2005) analisaram os itens de correçãoque compõem o DFH-III. Verificaram que o testepossui razoável unidimensionalidade, o seja, ositens de correção avaliam o constructo cognitivo.

HTP (Home-Tree-Person)

Autorizado para uso no Brasil, atravésda Resolução do CFP, n. 002/2003, esseinstrumento foi criado por John Buck em 1949.Anterior a isso, Machover (1967) já tinha realizadoalguns estudos com o desenho da pessoa. Oobjetivo de tais pesquisas era identificar aspectosda personalidade do sujeito que realiza o desenho.

Desta forma, a folha em branco tem afinalidade de representar “o palco” em que serãoexpressos os estados emocionais da criança,demonstrando o estado emocional no momentoda testagem, além de ser possível identificarconflitos mais estruturais de sua personalidade.

Na técnica do desenho da HTP (Casa-Árvore-Pessoa) solicita-se que o sujeito desenhe,em páginas separadas, o desenho de uma casa,árvore e pessoa. Quanto ao desenho da casa,

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quanto mais estruturada é a sua representação,pode-se dizer que mais adequadas são as condiçõesde funcionamento do ego (Cunha, 2000). Sãoanalisados elementos como parede, telhado,chaminé, portas e janelas, sendo que esses últimosestão relacionados ao relacionamento interpessoal.

Quanto ao desenho da árvore, pode-sedizer que são analisados elementos como copa etronco, bem como a posição do desenho na folha: seestá desenhado mais para a direita ou para a esquerda,por exemplo. Esses elementos estão relacionadoscom o equilíbrio emocional e bom relacionamentocom ambos os sexos, assim como a forma de serelacionar com o ambiente (Cunha, 2000).

Já o Desenho da Figura Humana estárelacionado aos diferentes aspectos do self. Paraalguns pesquisadores, dentre eles Hammer (1991),o desenho da pessoa revela a percepção maispróxima da consciência que o indivíduo tem de simesmo, ou de um self ideal e de sua relação como ambiente. Por essa razão, é importante analisarnão apenas o desenho, mas também o inquéritosolicitado posteriormente ao desenho feito. Essafase consiste em alguns questionamentos queBuck (2003) sugere, no sentido de aumentar aprojeção dos elementos representativos do sujeitoem questão.

Na proposta de correção elaborada poresse autor, são avaliados elementos como proporçãodo desenho em relação à folha, perspectiva edetalhes. De forma geral, esses podem informarcomo está o funcionamento de um indivíduo nocontexto de seu nível de funcionamento esperado.O uso apropriado dos detalhes fornece um índicedas capacidades do indivíduo para reconhecerelementos do dia a dia. A proporção reflete acapacidade de solucionar problemas básicos econcretos. Já a perspectiva indica como o indivíduoage frente a relacionamentos mais abstratos.

Buck (2003) também propõe a fase doinquérito, sendo esse um subsidio que o avaliadortem para melhor analisar o desenho. Em um primeiromomento a criança faz o desenho e, após o desenhofeito, ela conta o que desenhou. Esse é o momentodo inquérito, contando com o auxílio de algumasperguntas específicas sobre o desenho. É uma faseessencial para dar à criança a oportunidade dedefinir, descrever e interpretar cada desenho. Nomomento em que ela verbaliza o que desenhou,expressa seu pensamento, sentimento e memória, oque auxilia na compreensão de seu mundo interno.

Freitas e Noronha (2005), em seu estudo,destacam que o HTP é um dos instrumentos maisutilizados em processo psicodiagnóstico em umaclínica-escola, sendo usado em diferentes faixasetárias. Dessa forma, se evidencia sua utilizaçãona avaliação clínica.

Desenho da Figura Humana –Escala Sisto

A Escala Sisto (2005) é indicada paraavaliar a inteligência de crianças pequenas, oucom diminuição da capacidade auditiva oudeficiências neurológicas, não-alfabetizadas ouque não falam a língua do examinador. Aconstrução dessa escala teve como base os estudosde Goodenough. É solicitado o desenho de umapessoa e são analisados, posteriormente, 30 itensde correção, baseados nos critérios de Koppitz.

Esse estudo contribuiu para demonstrardados estatísticos de validade e precisão,mostrando as diferenças entre os sexos, análisede consistência interna e normas interpretativas.A amostra consistiu em 2.750 crianças, comidade entre 5 a 10 anos, dentre meninos e meninas,distribuídas da pré-escola até a quarta série deescolas públicas e particulares. A aplicação éigualmente simples, sendo solicitado à criançaque realize o desenho de uma pessoa. O autordivide a correção em duas partes: i tensimprescindíveis e itens para pontuação.

O trabalho de Sisto (2005) trouxe umagrande contribuição para a área de AvaliaçãoPsicológica, por ser um teste que apresenta estudosconfiáveis, com várias evidências de validade.

Desenho da Pessoa na Chuva

A técnica do Desenho da Pessoa na Chuvanão está autorizada para uso no Brasil, pois carece deestudos mais atualizados. Sabe-se que o métodoprojetivo do Desenho da Figura Humana foi propostopor Karen Machover, como forma de investigar apersonalidade e características psicológicas (Peres,2002) e, a partir dessa, surgiram reformulações doteste. É um teste de simples administração, sendoum meio direto para as projeções do sujeito.

Para Machover (1967), o examinador deverápermanecer atento a todos os comentários doexaminando durante a aplicação do teste. A solicitação

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é que se desenhe uma pessoa e, depois, deve-se daroutra folha em branco ao sujeito e solicitar que eledesenhe uma pessoa do sexo oposto. Além dessescomentários, pode-se aplicar um inquérito após arealização dos desenhos, sendo que há um modeloespecífico para crianças e outro para adultos.

O Desenho da Pessoa na Chuva, tambémproposto por Machover (1967), baseia-se noelemento chuva, que tem o caráter simbólico derepresentar as tensões pelas quais o indivíduopassa. A partir disso, seu objetivo é avaliar comoesse enfrenta as situações de estresse.

Como forma de avaliar os desenhos,Machover (1967) destacava aspectos comolocalização na página, tamanho, qualidade dografismo, estereótipos (tais como super-heróis) eimagem corporal, que abarca tamanho da cabeça,tronco, mãos, entre outras partes do corpo. Elaafirma que quando um sujeito realiza o desenhoestá se referindo às imagens internalizadas quetem de si e dos outros. O desenho, assim,representa a expressão do eu no ambiente.

Atualmente existem tentativas derevalidar essa técnica. Um estudo importante foirealizado através de uma pesquisa na cidade deSão Paulo (Vagostello, Esteves & Tardivo, 2007),sendo publicado nos Anais do III CongressoBrasileiro de Avaliação Psicológica. Essa pesquisafoi realizada com crianças vitimizadas e a propostaera verificar como a técnica do Desenho da Pessoana Chuva poderia contribuir na avaliaçãopsicológica de crianças que sofrem algum tipo deviolência. O teste foi aplicado em dois grupos: umcomposto por 42 crianças que não apresentavamqueixas de agressão e 40 que realmente haviamsofrido algum tipo de violência. Os desenhosforam classificados de acordo com a presença ouausência de oito características encontradas emoutro estudo realizado na Argentina: dimensãopequena da figura humana, ausência de pés,ausência de mãos, ausência de detalhes, formatoda chuva (chuva como lágrimas, chuva setorizadae raios) e guarda-chuva. Dessas oito característicasanalisadas, três foram sensíveis à detecção de realvitimização: ausência de detalhes, ausência deguarda-chuva e chuva setorizada.

Dessa forma, verifica-se que o Desenhoda Pessoa na Chuva é recurso útil para avaliar adimensão do conflito sentido pelo sujeito, bemcomo a fragilidade de seu ego frente a situaçõesestressantes. Ao mesmo tempo, pode auxiliar no

estabelecimento de vínculos de confiança entre opsicólogo e a criança vitimizada, sendo um meiopara que ela expresse seu sofrimento. Detecta-se,assim, o caráter projetivo do teste.

CONCLUSÕES

A partir das fontes utilizadas no decorrerdeste artigo, foi possível observar que o Desenhoda Figura Humana é instrumento muito frequentena avaliação psicológica. Além disso, existemvárias propostas de correção dessa técnica, sendoque algumas são validadas, e outras caíram emdesuso. Como exemplo desse último caso,podemos citar a proposta do Desenho da Pessoana Chuva de Karen Machover (1967).

No Desenho da Figura Humana podemser apontados alguns aspectos favoráveis à suaaplicação:

- A linguagem gráfica é a que está maispróxima do inconsciente e do egocorporal;

- Ao contrário da linguagem verbal,mesmo tendo dificuldade em seexpressar pela fala, o indivíduo poderealizar o teste;

- Seu conteúdo sofre menor influênciado consciente, sendo possível melhorexpressão do inconsciente, pois osdesenhos, na maioria dos casos, tratamde uma linguagem simbólica;

- Sua administração é simples e econômica;- No caso de pacientes com dificuldades

em se expressar verbalmente, é umaexcelente ferramenta para facilitar acomunicação.

Além desses itens, Hutz e Bandeira (2000)também colocam que, além de ser uma técnica debaixo custo, pois se usa apenas lápis e papel, trata-se de uma tarefa de fácil execução e muito bemaceita por crianças. Di Leo (1991) ainda destacaque essa é uma das formas de estabelecer umrapport rápido e de forma simples e agradável;fazendo com que a criança sinta-se mais à vontade.O autor lembra também que nos casos em que ospais têm acesso a esses desenhos, surpreendem-seao ver como seus filhos os percebem, e como vêema si mesmos dentro da família.

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Portanto, é a partir de seu desenho queo sujeito expressa a ideia que tem de si mesmo, equal sua percepção a respeito das outras pessoasque convivem com ele. Para Cunha (2000),quando alguém desenha uma figura humanaprojeta no papel a forma como se percebe.

Considerando as características encon-tradas sobre o teste de Machover (1967), deve-semencionar a importância de novos estudos naárea, pois essa técnica envolve muitos elementossimbólicos que estão diretamente relacionados àanálise da personalidade do sujeito. Contudo,fazem-se necessários estudos de normatizaçãobrasileira, com o intuito de termos normasespecíficas de correção.

Outro ponto importante diz respeito aoDesenho da Pessoa na Chuva, sendo técnicaprojetiva que pode trazer elementos significativosfrente à forma das pessoas utilizarem seus recursosegoicos nas situações diárias e conflitantes. Taltécnica pode auxiliar o psicólogo em seu trabalho,em especial na avaliação psicológica. Isso porque,dependendo do contexto a ser utilizado (na clínicaou na seleção de pessoal, por exemplo), poderepresentar um bom subsídio para detecção deproblemas ou conflitos na esfera emocional.

Além dessas questões, é possível verificarque essa técnica projetiva necessita de mais estudosque comprovem sua validade para diferentes fins.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir deste estudo, importante destacara relevância da aplicação de instrumentospsicológicos em avaliação psicológica. O Desenhoda Figura Humana merece destaque, tendo em vistasua praticidade e estudos que comprovam suacapacidade em avaliar aspectos da personalidade e,dependendo do sistema de correção, aspectoscognitivos.

Alves (2004) aponta a importância daobjetividade durante a correção de qualquerinstrumento projetivo, para que esse não se torne umaprojeção do examinador, revelando mais aspectosseus do que do examinado. Dessa forma, entende-seque a técnica projetiva do desenho pode ser suscetívela tais questões. Nesse sentido, a preocupação dospesquisadores não se estende somente ao caráter devalidade dos itens de correção do desenho da pessoa,mas também à pessoa que avalia o instrumento.

A prática clínica em psicologia deu àstécnicas projetivas um lugar de destaque e de respeitona área da avaliação psicológica. A partir de então,os instrumentos tornaram-se essenciais recursos deacesso a aspectos intrínsecos do sujeito. As pesquisasna área da avaliação psicológica estão se expandindo,mas ainda fazem-se necessárias pesquisas queaumentem a validade e a confiabilidade nosinstrumentos voltados à avaliação e à caracterizaçãode aspectos afetivos, estruturais e projetivos.

O caráter projetivo de um testeproporciona o debate entre a avaliação subjetiva ea objetiva. O fenômeno da projeção permite ainferência de aspectos subjetivos. Assim, aquiloque é projetado não é um elemento por si só, únicoe objetivo, mas a percepção que cada sujeitopossui de um mesmo elemento, pleno designificações e expressões da sua personalidade.Considerando tal questão, numa interpretaçãosubjetiva, é possível que os entendimentos de doisavaliadores não coincidam. Frente a um mesmoinstrumento ambos chegam a resultados diferentes.

Esse debate acalora a questão da validadede um instrumento projetivo, disparando opiniõesdivergentes a respeito do tema. De qualquer forma,o desenho da pessoa e o da pessoa na chuva parecemter, ao longo do tempo, demonstrado evidênciasclínicas importantes. Alguns pesquisadores tentamretomar essa técnica, com o intuito de tambémaumentar as possibilidades de técnicas eficientes notrabalho do profissional psicólogo.

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Recebido:19/11/2008Received: 11/19/2008

Aprovado: 24/03/2009Approved: 03/24/2009

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