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O Conselho da Diáspora Portuguesa agradece à Presidência da República

e ao Ministério dos Negócios Estrangeiros o apoio institucional.

Agradecemos também à Fundação Calouste Gulbenkian, Novo Banco,

Logoplaste e Nokia pelos patrocínios concedidos.

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AGENDAEncontro AnuAl 2015consElho dA diásporA portuguEsA

Palácio da Cidadela, Cascais

AbErturA

pAinEl 1: compEtênciAs pArA o século XXi: As novAs gErAçõEs Estão prEpArAdAs?

pAinEl 2: inovAção Em AudiovisuAl E mEdiA: umA oportunidAdE pArA portugAl

rElAtório dE progrEsso dE projEctos Em curso

• AcElErAr A prEvEnção dA doEnçA E promoção dA sAúdE

• Portugal, go-to-Country em ServiçoS nearShoring

EncErrAmEnto

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o consElhodA diásporAportuguEsA

O Conselho da Diáspora Portuguesa (CDP) é uma associação privada sem fins lucrativos,

constituída no dia 26 de Dezembro de 2012, com o Alto Patrocínio de Sua Excelência

o Presidente da República.

A associação tem como principal propósito estreitar as relações entre Portugal e a sua

diáspora, portugueses e luso-descendentes, para que estes, através do seu mérito,

talento e influência, possam contribuir para o reforço da reputação de Portugal e,

consequentemente, para o desenvolvimento e prosperidade do nosso país.

O principal instrumento de intervenção do Conselho da Diáspora Portuguesa é a World

Portuguese Network que envolve um conjunto alargado de Portugueses de influência

em quatro áreas: Economia, Cultura, Ciências e Cidadania.

057CONSELHO DA DIÁSPORA PORTUGUESA

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Encontro AnuAl do consElho da diáSPora - 2015

No dia 22 de Dezembro de 2015 realizou-se o terceiro Encontro

Anual do Conselho da Diáspora Portuguesa.

Estiveram presentes no Palácio da Cidadela, em Cascais, 50

Conselheiros de Portugal no Mundo, o Presidente Honorário – Sua

Excelência o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e o

Vice-Presidente Honorário – o Ministro dos Negócios Estrangeiros,

Augusto Santos Silva. Marcaram também presença alguns

membros do governo português como o Ministro da Economia

e o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, bem

como o Presidente do Partido Social Democrata e o Presidente

da Câmara de Cascais. Este Encontro incluiu dois painéis de

debate, bem como o relatório de progresso dos projectos em

curso apresentados no Encontro Anual de 2014.

Competências para o Século XXI:

as novas gerações estão preparadas?

Inovação em Audiovisual e Media:

uma oportunidade para Portugal

Relatório de Progresso de Projectos em Curso

• Acelerar a Prevenção da Doença

e Promoção da Saúde

• Portugal, Go-To-Country em Serviços

Nearshoring

O Presidente da Direcção do Conselho, Filipe de Botton, iniciou o

encontro dando as boas vindas aos novos membros do Conselho

da Diáspora e aos 50 Conselheiros de Portugal no Mundo

presentes, destacando o crescimento da rede de Conselheiros

nos últimos três anos, que hoje contempla 84 membros, oriundos

de 22 países e representados nos 5 continentes do mundo.

Filipe de Botton frisou que «a missão do Conselho e dos seus

Conselheiros consiste na defesa e promoção da imagem de

Portugal no mundo, em trazer novas ideias que contribuam para o

desenvolvimento do país em diversas vertentes e contribuir para

que estas possam ter impacto real no progresso de Portugal.»

Filipe de Botton, agradeceu também às várias instituições

presentes neste terceiro encontro, com uma especial palavra

de reconhecimento ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, que

aceitou recentemente o convite para o cargo de Vice-Presidente

Honorário do Conselho da Diáspora Portuguesa. O Ministro

dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, agradeceu o

convite e declarou «a área em que todos temos beneficiado de

um trabalho continuado de parceria e interlocução entre o Estado

e Instituições como aquela que o Conselho da Diáspora significa,

é justamente a da promoção externa da imagem e do valor de

Portugal, e dos portugueses, e de organização dessa promoção

em torno de um marketing político e social da marca Portugal.»

1

2

3

A árEA Em quE todos tEmos bEnEficiAdo dE um trAbAlho continuAdo dE pArcEriA E intErlocução

EntrE o EstAdo E instituiçõEs como

AquElA quE o consElho dA diásporA significA, é

justAmEntE A dA promoção EXtErnA dA imAgEm

E do vAlor dE portugAl, E dos portuguEsEs,

E dE orgAnizAção dEssA promoção Em torno dE um

mArkEting político E sociAl dA mArcA portugAl.”

0511CONSELHO DA DIÁSPORA PORTUGUESA

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COMPETÊNCIAS PARA O SÉCULO XXI: AS NOVAS GERAÇÕES ESTÃO PREPARADAS?

Moderação: Eduardo Marçal Grilo

Intervenientes: Raúl Galamba; Bernardo Teotónio Pereira;

e Francisco Rebelo de Andrade

Um estudo apresentado pela consultora McKinsey permite

enquadrar o problema da capacitação dos jovens para o mercado

de trabalho. Em comparação com a Europa, Portugal apresenta

um fosso nos níveis de educação e no abandono escolar,

evidenciando este último indicador níveis muito elevados entre

os jovens de 18 a 24 anos. São três os obstáculos que afectam

o desempenho e adesão ao sistema de ensino: 1) a barreira

económica; 2) descredibilização do ensino pós-secundário;

3) pouca informação disponível sobre oportunidades de trabalho.

Apesar dos níveis de desemprego actuais, grande parte dos

empregadores, em especial as PMEs, afirma não encontrar

as competências que necessita, e apenas uma minoria

expressa-se satisfeito com a formação ministrada aos alunos.

Os designados ‘soft skills’ (criatividade, comunicação, trabalho

em equipa, etc.), são as capacidades consideradas como as mais

importantes e nas quais existe maior desfasamento entre procura

e oferta, quando comparado com as ‘hard skills’ (matemática

básica, conhecimentos técnicos, experiência prévia, etc.).

As instituições de ensino devem questionar os modelos clássicos,

explorando as novas possibilidades tecnológicas, e promover

um ambiente mais criativo e dinâmico, numa perspectiva de

adequação contínua dos currículos ao serviço das necessidades

de um mercado de trabalho global. As políticas públicas terão

igualmente um papel relevante no estímulo das preferências dos

jovens para cursos que são mais procurados pelo mercado, e.g. nas

áreas STEM (Science, Technology, Engineering and Mathmetics),

e nas quais se estimam lacunas na oferta de recursos.

INOVAÇÃO EM AUDIOVISUAL E MEDIA: UMA OPORTUNIDADE PARA PORTUGAL

Moderação: Leonel Vieira

Intervenientes: Joana Vicente; Ricardo Pereira

A indústria do audiovisual e media é um dos principais sub-

sectores da indústria cultural – responsável por 2,7 mil milhões

de euros de receitas por ano e 2% do emprego nacional.

No entanto, trata-se de um sector ainda pouco consolidado,

não pela capacidade de produção, mas pela fragilidade

e precariedade da procura - os canais de televisão – que geram

instabilidade económica e financeira das empresas do sector

(um pequeno número de empresas de pequena dimensão),

dificultando a definição de estratégias comerciais de curto

e médio prazo. Apesar destas dificuldades, o desenvolvimento

da indústria do audiovisual e média nacional tem tido um

progresso assinalável nas últimas décadas e o produto nacional

tem vindo a afirmar-se cada vez mais. Tendo por base o talento

de uma nova geração de argumentistas, actores e realizadores,

as eficiências de escala permitem gradualmente atingir custos

competitivos que garantem a estabilidade contratual com

os clientes e geram elevada fidelização da audiência televisiva.

Hoje, o produto nacional lidera as audiências de televisão

e vão progressivamente conquistando bilheteira nas salas de

cinema, havendo cada vez mais títulos portugueses em exibição.

Também o sector do audiovisual e media, à semelhança de outros

sectores, tem sofrido o impacto da tecnologia digital, quer nos

processos de produção, quer como os respectivos produtos são

distribuídos e consumidos pelo mercado. Actualmente existe

uma base de 2 mil milhões de pessoas a utilizar serviços de

conteúdos distribuídos através da internet, prevendo-se que

esta base possa mais que duplicar até ao final da década, o que

poderá pressupor uma redução no investimento em televisão

(não aumentado há cerca de uma década) e pondo em causa

a sustentabilidade da produção nacional já industrializada.

Embora com uma dinâmica intermitente, Portugal reúne um

conjunto de condições para acelerar o crescimento deste

sector: talento criativo e interpretativo, condições climatéricas

favoráveis e diversidade ambiental, instalações técnicas

de qualidade e boa preparação técnica dos profissionais.

No entanto, as políticas públicas têm igualmente influência

no desenvolvimento destes mercados, desempenhando um

papel essencial - os países avançados neste sector tiveram nas

políticas públicas activas o impulso crítico para o crescimento

e consolidação – e.g. Brasil, França, os países nórdicos , Espanha

e Turquia. Como regra geral, o sucesso dos sectores do audiovisual

e media tem sempre na origem uma aposta deliberada do Estado.

12 ENCONTRO ANUAL 2015

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ACELERAR A PREVENÇÃO DA DOENÇA E PROMOÇÃO DA SAúDE

Intervenientes: Joxel Garcia; Ronald de Pinho

Comentadores: Maria João Sales Luís; Luís Costa; Laurinda Ladeiras

As doenças relacionadas com o envelhecimento da população

são o maior desafio social, político e económico da nossa era.

A longevidade do ser humano decorrente da duplicação da

duração média de vida nos últimos 70 anos abre um novo

foco de atenção: a prevenção da doença. As doenças de maior

complexidade, maior mortalidade e maior custo são aquelas com

maior incidência no nosso país, no entanto estamos perante uma

era dourada na área da saúde e da ciência, a qual em conluio

com a globalização da informação e do conhecimento, permitirá

conhecer em detalhe a formação das doenças, identificando

oportunidades de tratamento, de prevenção e de detecção

precoce, que permitem, não apenas o tratamento, mas a sua cura.

É um desafio que é possível vencer se a sociedade, de forma

colectiva, considerar a prevenção da doença e a promoção da

saúde como uma prioridade inadiável e, com isso, adoptar uma

abordagem coordenada e focada em objectivos específicos.

As doenças de grande impacto social têm igualmente a sua

origem na infância e podem ser combatidas com mais e melhor

informação. As estratégias de prevenção são determinantes não

apenas na qualidade de vida da sociedade, mas igualmente na

estabilidade macroeconómica e no nível de produtividade do

país, sendo por isso incontornáveis na sustentabilidade dos

sistemas de saúde. No entanto, a prevenção não é, nem pode ser,

uma responsabilidade exclusiva do Estado. O sector segurador,

as empresas, as instituições de ensino e os cidadãos têm

igualmente um papel a desempenhar. Torna-se assim primordial

a cooperação e integração de todos os ‘stakeholders’ envolvidos

para o sucesso de implementação das medidas de melhoria da

qualidade da saúde da população.

NearshoriNG: UMA APOSTA PARA PORTUGAL

Intervenientes: Gonçalo Costa Andrade; Pedro Martins

Comentadores: António Raposo de Lima; João Picoito

Este painel apresentou as principais conclusões de um estudo

sobre o posicionamento de Portugal como localização para

a criação de centros de serviços empresariais em operações de

outsourcing ou Nearshoring. O mercado europeu de serviços

de Nearshoring terá nos próximos anos um desenvolvimento

dinâmico, estimando-se um crescimento no período entre

2013-2019 de 15% ao ano. Num cenário “business-as-usual”,

o sector de Nearshoring nacional acompanhará o desenvolvimento

do mercado europeu, atingindo em 2019 uma quota de 9%

e duplicando em cinco anos o respectivo volume de emprego.

Mas num cenário mais ambicioso, Portugal poderá afirmar-se como

uma ‘powerhouse’ nos serviços de Nearshoring (posicionando-se

no TOP3 Europeu), atingindo uma taxa de crescimento três vezes

acima do mercado, equivalente à conquista de uma quota de

25% e um impulso no emprego de 7,3 vezes o valor de 2013, i.e.

a criação de 25.000 postos de trabalho. Para a concretização dos

benefícios estimados preconiza-se uma estratégia de melhoria

da competitividade do sector centrada em cinco factores:

custo total, qualificação, política fiscal, incentivos directos ao

investimento e alargamento da base instalada de serviços.

Ao executar as bases desta estratégia, o país poderá num

horizonte de cinco anos atingir uma posição de vantagem

competitiva face aos seus concorrentes directos e assim atrair

para o território nacional um volume substancial de negócio

e emprego.

16 ENCONTRO ANUAL 2015

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01

ENCONTRO ANUAL 2015ConsElho dA diásporA portuguEsA

compEtênciAs pArA o século XXi: As novAs

gErAçõEs Estão prEpArAdAs?

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01

compEtênciAs pArA o século XXi: As novAs gErAçõEs Estão prEpArAdAs?

As competências para o século XXI são um tema de

importância central para o país e que, pelas suas

implicações, merece ser estudado e debatido de forma

alargada e aprofundada. Estão as novas gerações

preparadas para os desafios dos mercados de trabalho

globais? Estão os sistemas de educação e formação

a preparar os jovens para estes desafios? Um estudo

apresentado pela consultora McKinsey1 permite

enquadrar o problema da capacitação dos jovens para

o mercado de trabalho. Em comparação com a Europa,

Portugal apresenta um fosso nos níveis de educação

e no abandono escolar, evidenciando este último

indicador níveis muito elevados entre os jovens de 18

a 24 anos. O desemprego jovem e o trabalho precário

são outros problemas bem identificados (não apenas

em Portugal) prevalecentes nas economias do Sul.

O estudo aponta para três obstáculos que afectam

o desempenho do sistema educativo. O primeiro obstáculo

à adesão ao sistema de ensino é a barreira económica.

Um segundo obstáculo é de natureza cultural e consiste

em que uma parte significativa dos jovens portugueses

(e possivelmente as suas famílias) não acredita que

MODERADOR:

EDUARDO MARÇAL GRILO

INTERVENIENTES:

RAúL GALAMBA

BERNARDO TEOTóNIO PEREIRA

FRANCISCO REBELO DE ANDRADE

20 ENCONTRO ANUAL 2015

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01.

o ensino pós-secundário melhore as suas perspectivas

de emprego. Finalmente, em contraste com países como

a Suíça, Alemanha e o Norte da Europa, em Portugal há

pouca informação disponível sobre as oportunidades

de trabalho. Apesar dos níveis de desemprego actuais,

grande parte dos empregadores afirma não encontrar

as competências que necessita, e apenas uma minoria

expressa-se satisfeito com a formação ministrada aos

alunos. Por outro lado, a maioria das instituições de ensino

estão convictas que estão a preparar adequadamente

os seus alunos e formandos. Os designados ‘soft skills’

(criatividade, comunicação, trabalho em equipa, etc.), são

as capacidades consideradas como as mais importantes

e nas quais existe maior desfasamento entre procura

e oferta, quando comparado com as ‘hard skills’ (matemática

básica, conhecimentos técnicos, experiência prévia, etc.).

O segmento das PMEs é aquele que enfrenta mais

dificuldades em encontrar as competências necessárias,

tendo muitas empresas dificuldades em concretizar

os investimentos necessários para preparar e adaptar

o capital humano disponível às suas necessidades. Na

fase de integração no mercado de trabalho, o apoio

na formação para o emprego é um dos factores mais

importantes e que se reflecte na empregabilidade em

seis meses após conclusão do curso. Os estudantes

que completam estágios em empresas têm uma maior

probabilidade em encontrar mais rapidamente emprego

na sua área de estudo, sendo estes uma forma de

assegurar maior experiência e aquisição de capacidades

antes da entrada efectiva no mercado de trabalho. Nesta

matéria, havendo em Portugal uma oferta bastante

1McKinsey&Company Study – “Education to Employment: Getting Europe’s Youth into Work”, January 2014.

alargada, existe espaço para alargar o número de estágios

com garantia de qualidade. A preparação no sistema de

ensino superior nacional tem sido reconhecido a nível

internacional, quer pela elevada procura dos licenciados

portugueses, quer pela preferência de estudantes

estrangeiros por várias universidades portuguesas.

A escolha do curso pelos alunos é um dos maiores desafios

para pais, educadores, instituições e a sociedade em geral.

Está em causa o equilíbrio entre a liberdade de escolha,

crenças, lógicas e preferências da procura, difíceis de

mudar, e as necessidades do país e do funcionamento da

sua economia, dinâmica e necessariamente envolta em

forte ambiente competitivo.

barreira económica

falta de confiança no ensino pós-secundário como melhoria

de perspectivas de emprego

pouca informaçãosobre oportunidades

de trabalho

0521CONSELHO DA DIÁSPORA PORTUGUESA

01. COmPETêNCIAS PARA O SéCULO XXI: AS NOvAS GERAçõES ESTãO PREPARADAS?

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os EstudAntEs quE complEtAm Estágios

Em EmprEsAs têm umA mAior probAbilidAdE Em EncontrAr

mAis rApidAmEntE EmprEgo nA suA

árEA dE Estudo.”

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As instituições de ensino devem questionar os

modelos clássicos, explorando as novas possibilidades

tecnológicas. Alerta para que o investimento em recursos

humanos, conhecimento e tecnologia necessário poderá

ser problemático para muitas instituições portuguesas.

Será necessário a adequação contínua dos currículos

numa perspectiva de inserção do aluno num mercado de

trabalho global. Esta necessidade implica uma actividade

de identificação de oportunidades e agilidade e

flexibilidade na coordenação entre diferentes disciplinas

existentes, bem como na exploração de oportunidades de

criação de novas áreas de conhecimento. As instituições

nacionais deverão promover um ambiente mais criativo e

dinâmico, numa perspectiva de serviço às necessidades de

um mercado de trabalho global. A sua imagem e marketing

poderá ser reforçada através da força e influência do

‘networking’ dos antigos alunos a trabalhar em mercados

internacionais. Algumas universidades portuguesas

trabalham já redes de ‘alumni’, seguindo o exemplo de

países como os Estados Unidos, nos quais esta prática

existe há largos anos. Sendo uma área onde Portugal tem

muito a fazer, a dinamização de redes dos antigos alunos

são de grande importância no apoio à empregabilidade,

seja na criação de redes de contactos, seja na procura de

tutores de apoio à integração no mercado de trabalho.

As políticas públicas terão igualmente um papel relevante

no estímulo das preferências dos jovens para cursos que

são mais procurados pelo mercado, e.g. nas áreas STEM

(Science, Technology, Engineering and Mathmatics), e nas

quais se estimam lacunas na oferta de recursos. O sistema

de ensino superior português é muito diversificado. As

diferentes experiências e os casos de sucesso devem

ser divulgados, discutidos e, se for o caso, replicados.

É importante haver lugar à experimentação de novas

soluções. A diversidade, a autonomia e a capacidade para

implementar estratégias diferenciadoras e focadas nas

necessidades dos alunos e do mercado, continuarão a ser

enormes vantagens para o sistema de ensino português.

As experiências mais bem-sucedidas são aquelas que

resultam de um diálogo aberto, informal e próximo

entre as universidades e os empregadores. A ligação

empresas-instituições de ensino não se resolve apenas

com a simples criação de protocolos, mas sim através de

projectos de colaboração em temas concretos.

As instituiçõEs nAcionAis dEvErão promovEr um AmbiEntE mAis criAtivo E dinâmico, numA pErspEctivA dE sErviço às nEcEssidAdEs dE um mErcAdo dE trAbAlho globAl.”

24 ENCONTRO ANUAL 2015

01.

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ENCONTRO ANUAL 2015ConsElho dA diásporA portuguEsA

02inovAção Em AudiovisuAl

E mEdiA: umA oportunidAdE pArA portugAl

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Existe uma crença geral de que os princípios da

industrialização do audiovisual e média não se aplicam

ao mercado português, que contrasta no seu fraco

desenvolvimento com os mercados maduros dos Estados

Unidos, Inglaterra, França, e emergentes como a Irlanda,

Dinamarca ou Turquia. O desenvolvimento da indústria

do audiovisual e média nacional tem tido um progresso

assinalável nas últimas décadas. O ‘prime-time’ das

televisões de sinal aberto são lideradas por conteúdos

de produção portuguesa, em contraste com o que se

passava há duas décadas. Hoje, o produto nacional lidera

as audiências de televisão. As produções nacionais vão

também progressivamente conquistando bilheteira

nas salas de cinema, havendo cada vez mais títulos

portugueses em exibição. Portugal reúne um conjunto de

condições para acelerar o crescimento deste sector:

02

inovAção Em AudiovisuAl E mEdiA: umA oportunidAdE pArA portugAl

MODERADOR:

LEONEL VIEIRA

INTERVENIENTES:

JOANA VICENTE

RICARDO PEREIRA

1 TALENTO CRIATIVO E INTERPRETATIVO

3 INSTALAÇÕES TÉCNICAS DE qUALIDADE

4 BOA PREPARAÇÃO TÉCNICA DOS PROFISSIONAIS

2 CONDIÇÕES CLIMATÉRICAS FAVORáVEIS E DIVERSIDADE AMBIENTAL

30 ENCONTRO ANUAL 2015

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um paralelo entre a indústria da moda e a do cinema.

O desenvolvimento da indústria da moda italiana

ocorreu num período de domínio de França, o grande

país da moda e de alta-costura mundial. Foi um desígnio

político de um governo italiano que posicionou Milão

como uma grande capital da indústria da moda mundial.

O mesmo ocorreu com Nova Iorque no cinema. Hoje são

produzidas cerca de 120 produções (rodagens) de filmes

por ano nesta cidade, uma das cidades mais reconhecidas

no mundo pelo cinema e pela televisão, o que se traduz

num benefício para o turismo local sem necessidade

de investimento em comunicação. O sector do audiovisual

e média, à semelhança de outros sectores, tem sofrido

o impacto da tecnologia digital, quer nos processos

de produção, quer como os respectivos produtos são

distribuídos e consumidos. A rápida aceitação e difusão

pelos consumidores das novas plataformas digitais

de distribuição – equipamentos como o ipod, iphone,

x-box, ipad, iphone e aplicações como a applestore, entre

muitos outras - criaram uma base de dois mil milhões

de pessoas a utilizar serviços de conteúdos distribuídos

através da internet, prevendo-se que esta base possa mais

que duplicar até ao final da década. Presentemente, cerca

de 25 a 30 por cento da população mundial consome

vídeos nos seus telefones inteligentes, 40 por cento

assiste a vídeos com mais de 10 minutos, e 25 a 30 por

cento filmes com mais de 20 minutos. Neste último caso,

pressupõe-se que se trata de consumo de novelas, séries

de longa duração e filmes. Os vídeos e os telemóveis,

centrais a estas dinâmicas de consumo, terão um enorme

impacto na indústria do audiovisual e media. A reunião

das famílias no lar, a uma determinada hora, para assistir

aos programas em modo de ‘broadcasting’ é cada vez mais

uma imagem do passado. O consumo de cinema e televisão

acompanhará a fragmentação e especialização dos

canais de distribuição e as ofertas dos novos operadores

no mercado (e.g. OTT- over the top content), que oferecem

serviços de conteúdo áudio e vídeo em televisão através

da internet (e.g. Netflix).

No entanto, a indústria do audiovisual ainda apresenta

forte dependência do sector da publicidade, o qual por seu

lado tem igual interligação com a evolução da economia,

do consumo e com as decisões de investimentos em

comunicação das marcas. Para estabelecer uma estratégia

para o sector é necessário estabelecer algumas bases de

consenso sobre quais são as bases de partida na quais

o seu desenvolvimento poderá assentar. Por exemplo,

o a indústria de animação (‘manga’) japonesa,

mundialmente famosa exportada para uma variedade

de mercados, tem no talento criativo e na capacidade

técnica a sua maior mais valia. As políticas públicas

têm igualmente influência no desenvolvimento

destes mercados. A este propósito, pode traçar-se

“o sEctor do AudiovisuAl E médiA (...) tEm sofrido o impActo dA tEcnologiA digitAl, quEr nos procEssos dE produção, quEr como os rEspEctivos produtos são distribuídos E consumidos.”

0531CONSELHO DA DIÁSPORA PORTUGUESA

02. INOVAÇÃO EM AUDIOVISUAL E MEDIA: UMA OPORTUNIDADE PARA PORTUGAL

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OPORTUNIDADES PARA PORTUGALA indústria cultural em Portugal contribui com 2,7 mil

milhões de euros de receitas por ano e contribui 1,7% de

Valor Acrescentado Bruto (VAB), e é responsável por 2%

do emprego nacional. A indústria do audiovisual e media

é um dos principais sub-sectores da indústria cultural,

estimando-se que represente 23% da riqueza gerada por

esta indústria.

Trata-se de um sector ainda pouco consolidado, no

qual a actividade é concentrada num pequeno número

de empresas de pequena dimensão (87% destas empresas

têm menos de dez trabalhadores e algumas são mesmo

independentes). As oscilações da procura - os canais de

televisão - geram dificuldades na estabilidade económica

e financeira das empresas do sector e não facilitam

a definição de estratégias comerciais de curto e médio

prazo. Os canais de televisão a operar em território

nacional compram ou produzem internamente produção

nacional1. No entanto, são apenas três grupos que

adquirem estes produtos (um dos quais tem produção

interna), pelo que o universo de procura potencial é muito

limitado para as empresas a operar neste sector. Trata-se

de um mercado de apenas 10 milhões de consumidores

e um universo de 3,5 milhões de telespectadores por

dia em ‘prime-time’, que consomem neste período o

produto “novela”. O produto “novela”, enquanto “série de

longa duração”, é hoje um produto com elevado nível de

industrialização e um formato consolidado em Portugal,

com algum nível de exportação2. A internacionalização

destes produtos tem enfrentado algumas barreiras, quer

porque os produtores não detêm os direitos dos produtos,

quer ainda pela concorrência de produtores de escala

global mais eficientes. Apesar destas dificuldades, o

produto português tem vindo a afirmar-se no mercado

nacional. Tendo por base o talento de uma nova geração

de argumentistas, actores e realizadores, as eficiências de

escala permitem gradualmente atingir custos competitivos

que garantem a estabilidade contratual com os clientes

e geram elevada fidelização da audiência televisiva3.

Receitas da indústriacultural em

portugal

23%Indústria do Audiovisual e Media

IndústrIa Cultural em Portugal

de receitas p/ anovalor Acrescentado

BrutoEmprego Nacional

2,7 mil milhões

1,7 % VAB 2%

1 Por exemplo, em 2015 a SIC duplicou o número de horas de emissão de produção de ficção nacional emitida, a qual é exportada para outros mercados2 A SP Televisão produz cerca de 900 episódios por ano, exportando ‘know-how’ e ‘expertise’ de produção e os próprios guiões.3 As novelas portuguesas, emitidas em horário nobre nos três principais canais portugueses - RTP, SIC e TVI – atingem uma audiência média de 800 mil a

1,5 milhões de telespectadores por dia por novela, num universo total de 3,5 milhões de telespectadores por dia.

32 ENCONTRO ANUAL 2015

02.

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A captação e retenção do talento para esta indústria,

é uma questão estratégica para as empresas produtoras

em Portugal. A indefinição e incerteza gerada por

uma procura limitada e condicionada por mudanças

frequentes de política de conteúdos cria dificuldades

às empresas produtoras para manter as equipas

e suportar os respectivos custos fixos. Para garantir

a permanência no país desta base de talento, deverá

promover-se uma maior interligação entre as actividades

de cinema, televisão e publicidade, e da sua oferta

de capacidade de produção. Em diversos mercados

as políticas públicas têm sido instrumentos decisivos para

colmatar falhas económicas, de mercado e regulatórias.

Por exemplo, medidas regulatórias impostas nos cadernos

de encargos dos concursos aos canais de televisão por cabo

que exigem a aquisição e difusão de um determinado valor

de produção nacional4. A dependência do sector nacional

de produção de três clientes (os canais de televisão),

num contexto de pressão sobre a receita publicitária,

coloca sérias limitações ao desenvolvolvimento desta

indústria, colocando em risco a sobrevivência de grande

parte das suas empresas. Uma resposta poderá decorrer

de iniciativas legislativas que garantam a aquisição

e difusão por parte de todos os operadores de canal cabo,

em ‘prime-time’, de um número mínimo de horas por dia de

emissão de produção nacional. O alargamento da procura

permitiria a produção e escrutínio pelo mercado de novos

conteúdos nacionais (para lá do produto novela) como

por exemplo séries de curta-duração, com a consequente

afimação de novos talentos e a fidelização do público

a estes formatos e à produção nacional.

4 No Brasil foi introduzida há três anos a medida que prescreve a obrigatoriedade de difusão nos canais de televisão por cabo de 1 a 2 horas de produção

nacional em ‘prime-time. Como resultado, a indústria de produção foi impulsionada e hoje o mercado audiovisual brasileiro representa, em facturação,

cerca de 2% do mercado audiovisual mundial. Em cada ano a produção de minisséries brasileiras para a televisão representa entre 500 a 800 milhões de

reais. Em França, 3,2% do volume de negócios da televisão pública é investido em produção nacional e 9% do volume de negócios da televisão por cabo

é investido em produções de língua francesa.

36 ENCONTRO ANUAL 2015

02.

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“o rEforço dAs condiçõEs dE AtrActividAdE pArA EstAs ActividAdEs Em portugAl podE significAr umA importAntE fontE dE rEcEitAs EXtErnAs.”

ONDE PODERá ESTAR PORTUGAL EM 2025?Para lá das vantagens anteriormente mencionadas, Portugal

conta ainda com acesso a fundos de apoio à produção

no contexto da promoção do mercado único digital.

Os cinco maiores países do norte da Europa, que

representam em valor uma indústria em audiovisual

e media semelhante à dos Estados Unidos, escolhem

frequentemente Portugal para a realização de filmagens,

tirando partido do número alargado de horas de sol,

uma vantagem natural do nosso país. O reforço das

condições de atractividade para estas actividades em

Portugal pode significar uma importante fonte de receitas

externas5. Embora com uma dinâmica intermitente,

a indústria cinematográfica nacional tem mostrado

progressivo desenvolvimento nos últimos anos.

Em 2015 o mercado nacional ultrapassou os 7% de peso

mundial, quando há alguns anos não ultrapassava mais

de 2%. O cinema português tem mostrado condições

de competir com as grandes produções internacionais

e assim a ocupar o ‘prime-time’ dos canais de televisão6

As tendências de mercado de preferências dos

consumidores de um estilo mais europeu nas produções7,

podem representar oportunidades latentes para o sector

nacional e para a produção portuguesa de diferenciação

da influência sul-americana e beneficiando de alguma

saturação das séries de longa duração ou telenovelas.

No entanto pode estar em causa a sustentabilidade da

produção nacional já industrializada, devido ao reduzido

5 A Stopline produziu “The Promise” em Portugal, uma das maiores deste estúdio cinematográfico, que contou com um orçamento de 100 milhões de

dólares; por semana foram gastos cerca de um milhão de euros no nosso país, mobilizando uma equipa de 500 pessoas.6 Por exemplo, França é hoje um dos dez maiores mercados do mundo, com 35% de quota mundial, que representa quase 3 mil milhões de euros, no qual

a produção nacional francesa detém entre 35 a 50 por cento do mercado.7 Nas séries de curta-duração, e.g. «Los Mistérios de Laura» e «Gran Hotel» em Espanha, «Engrenages» e «Un village Français» em França.8Tendo por referência formatos de 50 minutos (comum em televisão), o investimento médio em Portugal ronda os 35 a 40 mil euros,

podendo chegar aos 65 mil euros. Em Espanha, o mesmo investimento ronda os 300 mil euros, valor deprimido pela crise económica, mas

que em períodos de expansão pode chegar a 800 mil euros de investimento em televisão ‘prime-time’. Em França, o investimento em

canais de televisão varia entre 1,5 a 3 milhões de euros por hora, enquanto que em Inglaterra corresponde a cerca de 5 milhões de euros. 9 O Brasil é um caso exemplar de desenvolvimento do sector audiovisual a partir da indústria das novelas, posicionando-se actualmente na liderança mundial.

38 ENCONTRO ANUAL 2015

02.

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investimento em televisão, não aumentando há cerca

de uma década, que apresenta valores por minuto

muito inferiores a outros mercados europeus8. Para

garantir a sustentabilidade do sector é necessário

continuar a consolidar o produto “novela” e assim

vencer os preconceitos culturais que ainda persistem,

garantindo a estabilidade de emprego de profissionais

como condição para reter e atrair talento para

Portugal9. A indústria cinematográfica nacional

tem produzido grandes sucessos à escala interna10

e que tiveram a capacidade de penetração no mercado

internacional (em mercados exigentes como a Austrália),

projectando as indústrias culturais além fronteiras,

gerando receitas e criando renovação e maior adaptação

do sector às exigências e preferências dos mercados.

Um dos grandes desafios para o sector nacional será

fazer crescer as receitas locais. Este crescimento poderá

decorrer da aquisição de produção nacional pelos

canais de televisão por cabo, mas igualmente do esforço

de exportação das séries de longa duração portuguesas11.

Beneficiando da elevada penetração da televisão por

cabo, os diversos canais estrangeiros que operam em

Portugal têm uma quota de publicidade já relevante,

mas não têm quaisquer obrigações de contribuição para

o desenvolvimento da produção nacional, em contraste com

o que se passa em muitos outros países. A implementação

de benefícios fiscais ao investimento é outra das medidas

de eficácia comprovada em muitos países (a grande maioria

europeus), geradora de maior estímulo ao investimento

estrangeiro. Outros incentivos à atracção de investimento

estrangeiro promovem a atractividade do país e fortalecem

a imagem inovadora e contemporânea do país12. Conclui-

se que o estrangulamento do sector do audiovisual não

está na capacidade de produção, mas sim na fragilidade

e na precariedade da procura. As políticas públicas

desempenham um papel muito importante neste sector

na resposta a este desafio. Todos os países avançados

neste sector tiveram nas políticas públicas activas

o impulso crítico para o crescimento e consolidação – e.g.

Brasil, França, os países nórdicos13, Espanha e Turquia.

Como regra geral, o sucesso dos sectores do audiovisual

e media tem sempre na origem uma aposta deliberada

do Estado. Por isso, para o desenvolvimento do sector

nacional será necessário manter o estímulo à produção

de forma recorrente. Reunidas as condições adequadas,

Portugal poderá ter, numa década, um sector vibrante,

dinâmico e com projecção internacional.

10 Por exemplo, filmes como “Tabu”, ou “Mistérios de Lisboa” 11 O Brasil exporta actualmente para 100 países, sendo o maior produtor do mundo de telenovelas, com um investimento médio de c. 300 mil dólares por

hora de telenovela.12 Um caso de sucesso implementado na Irlanda é o fundo Irlandês IFB (Irish Film Board), o qual investiu directamente 7,5 milhões de euros em projectos

de cinema, televisão e animação em 2013, gerando um crescimento da produção irlandesa em 59,5 milhões de euros. Outro benefício deste investimento

decorre dos efeitos multiplicadores positivos na procura turística do país, cujo impacto traduz-se em que 20% dos turistas tenha afirmado o cinema como

um factor de influência na visita ao país em 2010.13 A Dinamarca, com metade da população portuguesa e com uma língua que muito poucos falam, conseguiu em poucos anos tonar-se exportador de série

de enorme êxito, e.g. “Borgen”, para mais de 50 países; estes produtos começaram por ser ecomendados pelo canal público.

“os divErsos cAnAis EstrAngEiros quE opErAm Em portugAl (...) não têm quAisquEr obrigAçõEs dE contribuição pArA o dEsEnvolvimEnto dA produção nAcionAl.”

0539CONSELHO DA DIÁSPORA PORTUGUESA

INOVAÇÃO EM AUDIOVISUAL E MEDIA: UMA OPORTUNIDADE PARA PORTUGAL

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03

ENCONTRO ANUAL 2015ConsElho dA diásporA portuguEsA

rElAtório dE progrEssodE projEctos Em curso

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NearshoriNG: UMA APOSTA POR PORTUGAL

AcElErAr A prEvEnção dA doEnçA E promoção dA sAúdE

INTERVENIENTES:

JOXEL GARCIA

RONALD DE PINHO

COMENTADORES:

MARIA JOÃO SALES LUíS

LUíS COSTA

LAURINDA LADEIRAS

Por todo o mundo existem oportunidades sem precedentes

nas áreas da saúde que decorrem da mudança de

perspectiva do tratamento da doença para a manutenção

da saúde. Com o envelhecimento da população

e o aumento da longevidade humana – globalmente,

a esperança de vida duplicou nos últimos 70 anos – irá

verificar-se na população acima dos sessenta anos um

crescimento exponencial das doenças relacionadas com

o cancro, diabetes, doenças cardiovasculares e alzheimer;

aos 80 anos, cerca de 40% da população já terá tido

cancro ou doença de alzheimer. Aos 80 anos 40% da popoulação terá tido cancro ou alzheimer

03

44 ENCONTRO ANUAL 2015

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Prevê-se também que um em cada quatro adultos vai

padecer de doenças oncológicas. Considerando a presente

geração mais jovem e a nova geração que está a nascer,

as estimativas de risco oncológico aumentam para um em

cada três indivíduos e um em cada dois, respectivamente.

A prevenção torna-se assim central para a sustentabilidade

dos sistemas de saúde e para a melhoria da produtividade

económica do país1. Para enfrentar esta realidade, torna-

se premente a adopção de medidas que possam alterar a

presente trajectória destas doenças.

É possível prevenir cerca de 50% das doenças de foro

oncológico, maioritariamente através de medidas de

prevenção e controlo. A aplicação eficaz destas medidas

implica uma verdadeira união dos ‘stakeholders’ envolvidos

- os poderes públicos, os sistemas de saúde e de educação,

a população activa e as famílias – para sensibilizar toda

a população para a prevenção da doença e promoção

da saúde. As instituições de ensino estão focadas para

a investigação e o conhecimento, mas não detêm

os ‘skills’ necessários para a implementação. As empresas

têm o ‘know-how’ da execução, carecendo de capacidade

de investigação. Torna-se assim primordial a cooperação

e integração destas duas vertentes para o sucesso

de implementação das medidas de melhoria da qualidade

da saúde da população. Estamos perante uma era dourada

na área da saúde e da ciência, a qual em conluio com

a globalização da informação e do conhecimento, permitirá

conhecer em detalhe a formação das doenças de foro

oncológico, identificando oportunidades de tratamento,

de prevenção e de detecção precoce, que permitem, não

apenas o tratamento, mas a sua cura. Com a introdução das

tecnologias mais radicais (como a computação cognitiva,

a análise de grandes quantidades de dados,

a nanotecnologia e novos processos em engenharia, entre

outras) será possível assistir a uma era de transformação na

área da ciência, de uma forma profunda quanto abrangente.

Como impulso, a transformação é a escala global de

colaboração e partilha de informação, que faz com

que as equipas de investigação actuem num espaço

de descoberta alargado, muito para além das fronteiras

das suas instituições.

1Estima-se que uma redução de 1% do universo de fumadores teria um impacto de 200 milhões de euros na economia portuguesa

estImatIvas de rIsCo onCológICo

1 em cada 4 adultos terá uma doença oncológica

1 em cada 3 jovensterá uma doença oncológica

1 em cada 2 bebésterá uma doença oncológica

0545CONSELHO DA DIÁSPORA PORTUGUESA

RELATóRIO DE PROGRESSO DE PROjECTOS Em CURSO03.

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“O CASO DE SUCESSO MD ANDERSONO maior centro de estudo do cancro no mundo, MD

Anderson (Universidade do Texas, nos Estados Unidos da

América) tem vindo a desenvolver e implementar técnicas

e estratégias baseadas em evidência (evidence-based

strategies and techniques) que permitem alterar com

sucesso o rumo de muitas doenças do foro oncológico e de

outras patologias. O trabalho deste centro comprovou que

a adopção de medidas para a prevenção do cancro tem um

impacto significativo na redução do número de problemas

cardiovasculares e muitas outras doenças presentes na

população. Sabe-se que cerca de 80% dos índices de

mortalidade no mundo são causados por doenças de foro

oncológico2; com a informação e conhecimento que existe

presentemente, a implementação completa de todas

as soluções e medidas já investigadas e identificadas

possibilitaria reduzir as taxas de mortalidade nos

próximos 5 a 10 anos.

Um dos aspectos relevantes para a prevenção da

doença reside também na criação de plataformas

multidisciplinares, compostas por profissionais na área

jurídica, de tradução de conteúdos e na análise de dados

e equipas de investigação junto dos próprios pacientes,

entre outras. A conjugação das diferentes dimensões

multidisciplinares permite desenvolver uma abordagem

aprofundada ao estudo da doença, percepcionar os

resultados das medidas causa-efeito e identificar

soluções para o tratamento e cura do cancro. O tabagismo

é o principal problema de saúde no mundo. Devido a

esta causa, nos próximos cinquenta anos irão perder-se

quinhentos milhões de vidas. Determinado a contribuir

para evitar este desastre, o MD Anderson Cancer Center

lançou uma iniciativa de prevenção do tabagismo,

designada «Aspire - A Smoking Prevention InteRactive

Experience». Esta iniciativa consiste num programa

multimédia interactivo, dirigido a estudantes entre os 11

e os 18 anos, que visa reduzir a iniciação do tabagismo3

e promover a cessação de quem já é fumador. Integrado

nos curricula das instituições de ensino, este programa

inclui experiências interactivas com os próprios alunos,

testemunhos e vídeos de outros adolescentes, pacientes

com cancro, profissionais de saúde e celebridades,

promovendo assim uma perspectiva de ‘tobacco-free

lifestyle’. São também abrangidas questões essenciais

para o abandono do tabagismo como a gestão do ‘stress’,

a aceitação social entre os jovens, as doenças induzidas

pelo tabaco e estratégias a adoptar para a sua cessação.

Este programa foi testado em diversos estados nos

Estados Unidos com uma abrangência de 35.000 alunos.

Pelo seu sucesso, foi adaptado nas vertentes cultural

e linguística, no sentido de permitir uma abordagem

cooperativa com outros países e a implementação nas

escolas locais com adesão dos jovens.

A Adopção dE mEdidAs pArA A prEvEnção do cAncro tEm um

impActo significAtivo nA rEdução do

númEro dE problEmAs cArdiovAsculArEs

E muitAs outrAs doEnçAs prEsEntEs

nA populAção.”

Índice demortalidade

do mundo

80%mortalidade causada por doenças de foro oncológico

0547CONSELHO DA DIÁSPORA PORTUGUESA

RELATóRIO DE PROGRESSO DE PROjECTOS Em CURSO

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2 Sendo os principais a leucemia, o cancro da próstata, do pulmão, do pâncreas, vírus HPV, cancro colo-rectal, melanoma, glioblastoma ou mieloma3 88% dos adultos fumadores iniciaram o consumo ainda na adolescência.4 Sabe-se que as sementes do cancro são implantadas desde cedo, numa fase de maior vulnerabilidade do indivíduo, através de uma inadequada exposição

solar aos raios UV, de queimaduras solares (que duplicam a probabilidade de contrair o cancro da pele ou melanoma).

Portugal e os jovens portugueses podem beneficiar da

aplicação deste programa, em conjugação com outros

planos de prevenção existentes, reforçando a promoção

de um estilo de vida sem tabaco, travando a sua iniciação,

e assim reduzir o volume de doenças conexas. Portugal é

um dos países com índices de cancro da pele (ou melanoma)

mais elevados, devido não só ao número de horas de

sol por dia, mas também devido ao comportamento da

população à exposição solar. Sabendo que é durante a

infância que a exposição solar aumenta o risco de contrair

cancro4, é fundamental proteger as crianças, quer através

de vestuário apropriado e cremes de proteção solar, quer

pela educação para a prevenção do comportamento de pais

e professores. Desenvolvido pelo MD Anderson, o programa

«Sunbeatables - A Sun Safety Curriculum for Preschoolers»,

promove diversas iniciativas de caracter informativo

dirigidas a crianças dos 3 aos 5 anos, através da utilização

de super-heróis infantis, música, cartazes, actividades

lúdicas de exterior, entre outras técnicas. As diversas

iniciativas nesta área em curso em Portugal poderão ser

complementadas com a adaptação deste programa e das

suas melhores práticas. Outro factor de sucesso na detecção

precoce das doenças relacionadas com o cancro consiste

na formação contínua dos novos profissionais de saúde

(médicos, enfermeiros e assistentes) que actuam na área

de oncologia. Com o apoio de equipas multidisciplinares

focada na recolha e análise de dados, esta nova geração de

médicos e especialistas estará capacitada para:

1 REALIzAR DIAGNóSTICOS DE FORMA MAIS PRECISA

2 DETECÇÃO PRECOCE DOS SINTOMAS

3 IDENTIFICAR MELHORES PRáTICAS DE TRATAMENTO E DE TRANSIÇÃO PARA A CURA DAS DOENÇAS

4 TER UM IMPACTO POSITIVO NA EFICIÊNCIA DOS SISTEMAS DE SAúDE EM PORTUGAL

?

Smoking Prevention Interactive Experience

Programa Multimédia Curricular para Insituições de Ensino

11 / 18 Anos(55.000 alunos)

reduzir a iniciação do tabagismopromover a cessação de quem já é fumador

EUA(várias regiões)

LOCALTARGET

OBJECTIVOS

COMO?

Experiências interactivas

Testemunhos

QUESTÕES ABORDADAS

Vídeos

Gestão de StressAceitação Social entre jovens

Doenças induzidas pelo TabagismoNovas Estratégias

Entre Alunos, Pacientes de Cancro e Profissionais de Saúde

48 ENCONTRO ANUAL 2015

03.

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“As doEnçAs dE mAior complEXidAdE, mAior mortAlidAdE E mAior

custo são AquElAs com mAior incidênciA no

nosso pAís.”

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“A árEA dA prEvEnção

vAi EXigir muito mAis

invEstimEnto, nomEAdAmEntE Em progrAmAs

E nA criAção dE cApitAis dE sEgurAdorEs.”

Persiste um ‘gap’ de conhecimento na detecção das

doenças de foro oncológico. No centro MD Anderson,

a taxa de diagnósticos incorrectos é de cerca de 25%,

enquanto que em outros centros dos Estados Unidos

esta percentagem é de 42%. Torna-se essencial maior

preparação técnica e colaboração para reduzir o impacto

destes casos, os quais mais tarde resultam em mortalidade,

nomeadamente das próximas gerações de profissionais de

saúde, as entidades públicas, o sector segurador, o sistema

de ensino e a população em geral.

A RESPONSABILIDADE DO SECTOR SEGURADOR O principal desafio que o sector segurador português vai

enfrentar nos próximos anos decorre do crescimento de

doenças relacionadas com o cancro. No entanto, Portugal

não está preparado para dar resposta a este desafio.

Em geral, as seguradoras apenas financiam tratamentos,

não intervindo a montante nem a jusante da doença.

A intervenção nestas fases constitui a base de qualquer

estratégia com possibilidade de sucesso no combate

à doença.

O sector segurador em Portugal abrange uma população

de cerca de dois milhões de pessoas. A incidência

oncológica encontra-se já reflectida em alguns programas

existentes das seguradoras. Prevendo-se um crescimento

exponencial destas doenças nos próximos anos, tendo

sido abordada de uma forma muito discreta e quase

inexistente no passado, a área da prevenção vai exigir

muito mais investimento, nomeadamente em programas

e na criação de capitais de seguradores suficientes

para dar resposta às necessidades que se antecipam.

Sendo o capital médio das apólices de seguro de saúde

de 20 mil euros, este valor não é suficiente para cobrir

o custo de dez tratamentos com fármacos tradicionais;

se considerados novos fármacos como a imunoterapia,

cada tratamento custará cerca de 15 mil euros, o que

é insustentável para qualquer seguradora com os

modelos de negócio actuais. Na área do ambulatório,

os capitais médios, em grupo, são de 1.200 euros,

enquanto que um exame de diagnóstico de medicina

52 ENCONTRO ANUAL 2015

03.

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molecular (e.g. ‘PET’) tem em média um custo unitário de

1.500 euros. É por isso imperativo e urgente sensibilizar

o sector segurador para a necessidade de aumentar os

respectivos capitais, introduzir programas de prevenção,

programas de rastreio e detecção precoce da doença ao

nível das empresas e da população activa. Em resumo,

as doenças de maior complexidade, maior mortalidade

e maior custo são aquelas com maior incidência no nosso

país. Existe hoje uma extensa base de conhecimento sobre

as causas do cancro, das quais se destacam o tabaco,

a obesidade, uma dieta inadequada e a inactividade física.

As estratégias de prevenção da doença são um caminho

incontornável. No entanto, a prevenção não é, nem pode

ser, uma responsabilidade exclusiva do Estado. O sector

segurador, as empresas e os cidadãos têm igualmente um

papel a desempenhar. É um desafio que é possível vencer

se a sociedade, de forma colectiva, considerar a prevenção

da doença e a promoção da saúde como uma prioridade

inadiável e, com isso, adoptar uma abordagem coordenada

e focada em objectivos específicos. As doenças de grande

impacto social têm igualmente a sua origem na infância

e podem ser combatidas com mais e melhor informação.

A mensagem chave a passar à população é que a prevenção

começa na infância. As medidas de prevenção da doença

podem representar um impacto económico determinante

ao nível da despesa pública e ao nível da produtividade

do país, e são por isso incontornáveis na sustentabilidade

dos sistemas de saúde. Esta questão deve ser colocada no

contexto da qualidade de vida da população, a qual viverá

mais uma a duas décadas do que a geração anterior.

0553CONSELHO DA DIÁSPORA PORTUGUESA

RELATóRIO DE PROGRESSO DE PROjECTOS Em CURSO

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NEARSHORING: umA ApostA por portugAl

Num estudo apresentado anteriormente pelo Conselho da

Diáspora Portuguesa1 , o mercado europeu de serviços de

Nearshoring terá nos próximos anos um desenvolvimento

dinâmico, estimando-se um crescimento no período entre

2013-2019 de 15% ao ano. Num cenário “business-as-

usual”, o sector de Nearshoring nacional acompanhará

o desenvolvimento do mercado europeu, atingindo em

2019 uma quota de 9% e duplicando em cinco anos

o respectivo volume de emprego. Mas num cenário

mais ambicioso, Portugal poderá afirmar-se como uma

‘powerhouse’ nos serviços de Nearshoring (posicionando-

se no TOP3 Europeu), atingindo uma taxa de crescimento

três vezes acima do mercado, equivalente à conquista

de uma quota de 25% e um impulso no emprego de

7,3 vezes o valor de 2013, i.e. a criação de 25.000

postos de trabalho. Para a concretização dos benefícios

estimados preconiza-se uma estratégia de melhoria

da competitividade do sector centrada em cinco factores:

INTERVENIENTES:

GONÇALO COSTA ANDRADE

PEDRO MARTINS

COMENTADORES:

ANTóNIO RAPOSO DE LIMA

JOÃO PICOITO

03

1 CUSTO TOTAL

3

5 ALARGAMENTO DA BASE INSTALADA DE SERVIÇOS

POLíTICA FISCAL

4 INCENTIVOS DIRECTOS AO INVESTIMENTO

2 qUALIFICAÇÃO

56 ENCONTRO ANUAL 2015

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eStima-Se que, no Curto prAzo, portugAl irá

nEcEssitAr dE mAis dE 9.000 EngEnhEiros

nA árEA dE tEcnologiAs dE informAção, um volumE quE

ultrApAssA lArgAmEntE A cApAcidAdE

dE ofErtA.”

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Ao executar as bases desta estratégia, o país poderá

num horizonte de cinco anos atingir uma posição de

vantagem competitiva face aos seus concorrentes

directos e assim atrair para o território nacional um

volume substancial de negócio e emprego. Encontram-

se a operar em Portugal já hoje exemplos de centros

de média dimensão competitivos face a outros países

da Europa central; por outro lado, persiste nos centros

de maior dimensão a necessidade de optimização

das componentes de custos não salariais. Os modelos

discutidos mostram que a competitividade de custos

é dependente do tipo de actividade e da localização

da operação, havendo espaço de optimização com

a localização de centros de serviços fora das grandes

áreas urbanas. A instalação de centros de serviços em

locais com menores índices de urbanização pode reduzir

os custos, mas pode acarretar igualmente menos factores

A instAlAção dE cEntros dE sErviços Em locAis com mEnorEs índicEs dE urbAnizAção podE rEduzir os custos.”

1“Is Portugal a go-to-country for Service Nearshoring?: Competitive analisys on the levers “full loaded cost” and “skills to serve”

60 ENCONTRO ANUAL 2015

03.

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de atractividade dos profissionais e consequentemente

maior dificuldade no seu recrutamento. A localização

dos centros de serviços na proximidade de universidades

ou institutos politécnicos permite beneficiar de uma

fonte de recursos especializados e, ao mesmo tempo,

desenvolver relações privilegiadas com as instituições,

de modo a influenciar o volume da oferta de candidatos

e os curricula dos cursos ministrados. É notória a crescente

escassez de profissionais no domínio das Tecnologias de

Informação e Comunicação. Estima-se que, no curto prazo,

Portugal irá necessitar de mais de 9.000 engenheiros

na área de Tecnologias de Informação, um volume que

ultrapassa largamente a capacidade de oferta existente

no sistema de ensino superior nacional. Esta deficiência,

limitativa da ambição de crescimento do sector, poderá

ser parcialmente resolvida com recurso à conversão

de profissionais com formações em áreas relacionadas

como a economia e gestão, ciências naturais, entre outras

conexas.

2013 - 2019

15% crescimento ao ano

+

servIços de nearshorIng no merCado euroPeu

criação de 25.000 postos de trabalho

mercadode nearshoring

na europa

25%Quota de Portugal

0561CONSELHO DA DIÁSPORA PORTUGUESA

RELATóRIO DE PROGRESSO DE PROjECTOS Em CURSO

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O Presidente da República encerrou o terceiro Encontro Anual do Conselho da Diáspora,

o último encontro como Presidente Honorário, agradecendo o contributo da rede de

Conselheiros de Portugal no Mundo sublinhando «pessoas de influência que podem

ajudar Portugal no reforço do seu prestígio externo, na captação do investimento,

na revelação das potencialidades do nosso país, no abrir de portas para as empresas

portuguesas. Considero que este Conselho é de facto um activo importante que o país

deve preservar, o que significa que o poder político deve acarinhar.»

O Presidente Honorário sublinhou o enquadramento actual de grande incerteza que vive

a União Europeia, confrontada com desafios muito complexos a que tem tido dificuldade em

responder e declarou «é neste quadro de incertezas da União Europeia e de integração

na zona do Euro que Portugal tem que concretizar aquelas que devem ser as suas

prioridades económicas: a exportação e o investimento privado. E para isso há um

factor decisivo: a confiança. A confiança dos investidores externos, a confiança

das instituições, a confiança dos mercados e a confiança das agências de rating.

É fundamental que os empresários olhem para Portugal como um país que tem um

ambiente favorável para o investimento e um país em que se pode confiar.»

Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República e

Presidente Honorário do Conselho da Diáspora Portuguesa

«Agradecemos a Sua Excelência O Presidente da República pela constante inspiração,

pelo estímulo permanente e pela disponibilidade para o Conselho da Diáspora, que,

ao longo destes anos foi sempre inquestionável. A missão e razão de ser do Conselho

é de cada vez mais, num quadro de exigência e de perseverança, mobilizar a diáspora

portuguesa e manter uma vontade estratégica permanente para o desenvolvimento

do país. Os membros do Conselho da Diáspora têm vindo a divulgar a imagem de

Portugal, com a preocupação de estar sempre presente ao lado do país, e sobretudo

de exaltar a palavra de Portugal nas várias cidades de acolhimento, respondendo

assim ao apelo dirigido pelo Presidente Honorário – O Presidente da República.»

Filipe de Botton, Presidente da Direcção do Conselho da Diáspora Portuguesa

EncErrAmEnto

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