o céu é o limite jornal a saúde nas suas mãos aude angola · médicos emangola, carlosalberto...
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jornalAno 4 - Nº 46 Janeiro2014Mensal Gratuito
Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro
O Céu é o Limite
MINISTÉRIO DA SAÚDE
GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Saúde no HuamboMortalidade materno-infantildiminui
audea saúde nas suas mãos
A N G O L A
da
Ganhos em saúde O Bastonário da Ordem dos Médicos de Angola e presidente do IX Congresso Internacional dos
Médicos em Angola, Carlos Alberto Pinto de Sousa, quer que “os debates e a troca de experiên-
cias entre os profissionais resultem em ganhos de saúde para a nossa população”. O maior even-
to internacional na área da saúde que se realiza anualmente no país, reúne cerca de 1200 profis-
sionais, a 24 e 25 de Janeiro, em Luanda.
A mortalidade materno-infantil,
em menores de um ano,
decresceu de 21,6%,
em 2012, para 14,9% em
2013. E em menores de 5 anos
baixou de 41,1 para 16,6%.
Cerca de 6000 profissionais
em 257 unidades sanitárias
garantem o sistema de saúde
na província |7
Madrinhas do parto
Afecto na horade dar à luzAs evidências não deixam dúvi-
das: investigações mais recentes
demonstram que a presença e o
apoio emocional e afectivo de
uma acompanhante junto à partu-
riente pode diminuir até 50 % as
taxas de cesariana, 60 % os pedi-
dos de anestesia e 40 % o uso de
forceps. O projecto já arrancou na
Lucrécio Paím, em Luanda.|4
DiabetesAnálogos de insulina de acção
rápida e prolongada |10
Hipertensão arterial e riscocardiovascularParticularidades terapêuticas |6
Novas tecnologias de avaliaçãoe reabilitaçãoneuropsicológi-ca em AngolaA neuropsicologia tem vindo
a assumir-se como uma área
de excelência no que respeita
à interface entre as ciências
neurológicas e as ciências do
comportamento, tomadas
em sentido lato, sendo a sua
influência de inegável importância
tanto ao nível da intervenção
clínica propriamente
dita, quanto da validação dos
seus resultados. Conheça os
últimos avanços.|8
Hospital PenitenciárioPsiquiátrico
Pela saúde mental de quemestá em conflitocom a leiA presença de pacientes com
transtornos mentais em prisões
não apenas lhes retira o direito a
cuidados e tratamento, mas tam-
bém os conduz a possíveis maus-
tratos e estigmatização. Para
garantir melhores condições de
assistência a este tipo de reclusos,
foi inaugurado, em Luanda, o pri-
meiro Hospital Penitenciário Psi-
quiátrico. O Jornal da Saúde foi ao
encontro do director, o médico Rui
Pires, para saber como é que a ins-
tituição está preparada para este
grande desafio.|18
Conselho editorial: Prof. Dr. Miguel BettencourtMateus, decano da Faculdade de Medicina aUAN (coordenador), Dra. Adelaide Carvalho,Prof. Dra. Arlete Borges, Dr. Carlos (Kaka) Alber-to, Enf. Lic. Conceição Martins, Dra. FilomenaWilson, Dra. Helga Freitas, Dra. Isabel Masso-colo, Dra. Isilda Neves, Dr. Joaquim Van-Dúnem,Dra. Joseth de Sousa, Prof. Dr. Josinando Teófi-lo, Prof. Dra. Maria Manuela de Jesus Mendes,Dr. Miguel Gaspar, Dr. Paulo Campos.Director Editorial: Rui Moreira de Sá [email protected]; Directora-adjunta:Maria Odete Manso Pinhei-ro [email protected]; Redacção: Andreia Pereira; Esmeralda Miza; Lu-
ís Óscar; Madalena Moreira de Sá; Mara Mota;Maria Ribeiro; Patrícia Van-Dúnem.Correspon-dente provincial: Elsa Inakulo (Huambo) Publicidade:Maria Odete Pinheiro Tel.:935 432 415 [email protected] Revisão:Marta Olias; Fotografia:An-tónio Paulo Manuel (Paulo dos Anjos). Editor:Marketing For You, Lda - Rua Dr. Alves da Cun-ha, nº 3, 1º andar - Ingombota, Luanda, Ango-la, Tel.: +(244) 935 432 415 / 914 780 462,[email protected]. ConservatóriaRegisto Comercial de Luanda nº 872-10/100505, NIF 5417089028, Registo no Mi-nistério da Comunicação Social nº141/A/2011, Folha nº 143.
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ao apoio das seguintes empresas e entidades socialmente
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e o desenvolvimento sustentável do país.
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Gestão Estratégica e Governance na Saúde Luanda, 27 a 31 de Janeiro de 2014Gestão da Inovação e da Qualidade de Serviços na Saúde Luanda, 24 a 28 de Fevereiro de 2014
www.jornaldasaude.org
2 Janeiro 2014 JSA
Angola vive momentos de paz há mais de umadécada, o que tem permitido aos angolanos vol-tar a sonhar e realizar projectos que contribuempara o progresso das famílias que, no passadomais recente, não poderiam concretizar-se de-vido ao estado de guerra que vivemos.
Volvido este período triste e doloro-so das nossas vidas, é hora de ana-lisar e reflectir sobre o esta-do actual do nosso teci-do social.
Daí que Sua Ex-celência o Presi-dente da Repú-blica vem mani-festando a suaenorme preo-cupação coma degradaçãodos valores éti-cos, culturais emorais da nossasociedade donderessaltam a violência,a defesa da vida, a estabi-lidade das famílias, entre ou-tros.
Nesse sentido, a Primeira-dama lan-çou um apelo para a honrosa missão dedevolver aos angolanos a paz de espíri-to, de concórdia e, sobretudo, a recupe-
ração do ego milenar da alma angolana na suaidentidade própria.
Em resultado desta convocação a FundaçãoLwini lançou o Programa de Intervenção Social“Educar é a Nossa Missão” – ao qual o Jornal daSaúde se associou – que, através de campanhas
de sensibilização e divulgação para amudança de comportamento e
de boas práticas no seio dasfamílias e da sociedade,
procura contribuirpara uma sociedadediferente, onde ca-da um assume asua responsabi-lidade.
Os inúme-ros colóquios,palestras, reu-niões e encon-tros com líderes
das comunidades,têm um tema men-
sal para debate. Con-vidamos assim os leito-
res do JS a desmultiplicaremeste esforço junto às suas unidades
de saúde, empresas, instituições, escolas,igrejas, comunidades onde se inserem,promovendo um encontro de sensibiliza-ção e debate sobre cada tema.
Tema de Janeiro
PRUDÊNCIA
Prudência significa actuar com cuidado.Classicamente é considerada uma virtude. É sa-ber distinguir as coisas desejáveis das que con-vém evitar. É frequentemente associada comsabedoria, introspecção e conhecimento. Serprudente é:
• Dizer o indispensável• Agir de acordo com as advertências• Guardar segredos• Evitar conflitos• Analisar o que se escuta• Cuidar da saúde mental, física e espiritual.
A prudência requer:• Percepção• Discernimento• Estar alerta sobre o que se passa ao nosso
redor, antes de julgarmos. É preciso saber calar e escutar. Investigar, in-
formar-se, reflectir e ter em conta a própria ex-periência antes de decidir. É saber arrepender-mo-nos de algo incorrecto que dizemos, ou fa-zemos.
A prudência diz-nos quando falar e quandocalar; quando correr e quando parar; quandobaixar a cabeça e quando erguê-la; é simples-mente não correr riscos desnecessários.Temas colaterais para o mês de Janeiro:Reflexão, Determinação, Paciência.
Tema de Fevereiro
PATRIoTIsmo
Patriotismo significa amar a minha pátria eser-lhe útil. É o sentimento de amor e devoçãoà pátria e aos seus símbolos. A pátria é a nossaorigem comum. Sejamos ricos ou pobres, po-derosos ou não, partilhamos o mesmo solo, amesma língua, a mesma bandeira, a mesmamoeda, a mesma trajectória histórica, a mesmacultura e símbolos em geral.
O patriotismo é muitas vezes confundidocom nacionalismo. Nacionalismo é considera-do uma ideologia ou um idealismo que leva aspessoas a serem patriotas.
O patriotismo é o espírito de solidariedadeentre as pessoas que têm interesses comuns epor isso não se demonstra apenas nas catás-trofes naturais, enviado ajudas. Vive-se diaria-mente, sendo justos, respeitosos, responsáveis,generosos e honestos. É um sentimento que,ao lado das leis, sustenta a democracia.
Ser patriota é estar inteirado de quem sãoe o que fazem os nossos governantes e votarpara pessoas idóneas não é apenas um direito.É uma obrigação que qualquer um de nós queama a sua pátria deve cumprir, enquanto cida-dão.Temas colaterais para o mês de Feverei-ro: Nacionalismo, Ordem, Tolerância, Discerni-mento.
Educar é a nossa missão
ACTUAlIDADe 3Janeiro 2014 JSA
A primeira edição do programa de especialização em Gestão da saúde termina nomês que vem. mais de 20 participantes preparam-se para completar com sucesso ossete módulos que compõem o curso. o Jornal da saúde entrevistou alguns dos novosgestores da saúde do país.
“AGORA TEMOS AS FERRAMENTAS PARASOLuCIONAR OS PRObLEMAS DE SAúDEDA NOSSA POPuLAçãO”Álvaro Zita ViegasDirector do Hospital Municipal
do Quikulungo (Kuanza Norte)
“Estava a faltar um curso destespara estarmos melhor prepara-dos para enfrentar os desafios queestão à nossa frente. Agora temosas ferramentas para solucionar osproblemas de saúde da nossa po-
pulação.Como responsável, penso aplicar os conheci-mentos adquiridos em equipa, dando as orienta-ções fundamentais para o nosso melhor desem-penho, segundo as novas teorias de marketing, lo-gística e finanças. O meu objectivo ao participardeste curso é poder doravante executar as mi-nhas tarefas com mais determinação porque ago-ra tenho os conhecimentos e as condições paraa aplicação na prática”.
“O NOSSO SAbER VAI AJuDAR OS hOSPITAIS A SuPERAREM MuITAS DIFICuLDADES” mariana FernandesDirectora do Hospital Provincial do Bié
“Alguns de nós, gestores hospita-lares, temos feito uma gestão em-pírica com base nos anos de tra-balho no sector, ou por conhe-cermos muito bem a estrutura eo pessoal que nela funciona. Mas,
com este curso, são-nos dadas ferramentas parapassarmos a gerir melhor os recursos que nossão atribuídos para administrar e planificar, de for-ma correcta, as funções que nos foram conferi-das. O nosso saber vai ajudar os hospitais a supe-rarem muitas dificuldades e, assim, a fazer crescer,quer em quantidade, quer em qualidade, os cui-dados preventivos e curativos que prestam. Porexemplo, após o módulo sobre finanças – uns dosque mais gostei, pela matéria da orçamentação –estarei pronta, sobretudo, a direccionar melhoros meus gastos através da elaboração de orça-mentos”.
“Já SOLuCIONEI ALGuNS PRObLEMASGRAçAS AOS CONhECIMENTOS quE ADquIRI”Araão da silvaDirector do Hospital Materno Infantil
do Kuanza Norte.
“Já pude solucionar alguns proble-mas graças aos conhecimentosque adquiri nos módulos destaformação e que se traduzem na va-lorização dos profissionais que de-la participam. No meu caso o efei-
to é grande, porque o hospital materno-infantil doKuanza Norte tem crescido, muita coisa mudou emudará para melhor nos próximos tempos. Tam-bém sei que, dentro de alguns anos, a muitos di-rectores de hospitais ser-lhes-á pedido, no currí-culo, formação em gestão de saúde, competênciasfundamentais para dirigir a sua unidade, sabendo oque está a fazer e sem atropelos”.
“AS MATÉRIAS APRENDIDAS SãO O SuPORTE DA MINhA ACTuAçãO DIáRIA”Tomás ChiangaChefe da Secretaria Provincial
de Saúde de Cabinda
“Este curso vem beneficiar-me muito, visto que asmatérias e os conteúdos ministrados constituem
praticamente o suporte base daminha actuação diária, a qual con-siste na gestão e administraçãodos serviços de saúde de umaprovíncia. Decerto que, quandoconcluir os módulos, estarei pre-
parado para enfrentar vários desafios, nomeada-mente a melhoria da qualidade da assistência, amelhoria das competências técnicas do pessoal,a formação de quadros e a locação logística ne-cessária para a prestação de serviços de cuidadosà população, entre outros. E só tenho a louvar acompetência técnica dos profissionais das enti-dades organizadoras: o INDEG/ISCTE, a Marke-ting For You e o Jornal da Saúde. Como se diz nagíria brasileira, este curso é, para mim, nota 10”.
CRESCER JuNTOSFernando VicenteDirector do Hospital Municipal da Caála
“Considero tratar-se da confir-mação de um desiderato do de-senvolvimento do nosso país:bem-haja a parceria público-pri-vada no sentido de poder alavan-car a questão basilar da formação
dos recursos humanos. Outro aspecto muito im-portante é que este Programa de Especializaçãoproporciona-nos crescer juntos. De facto, temosaproximadamente 50% das províncias de Angolaaqui representadas, o que faz com que, precisa-mente, uma parte significativa possa aproveitaresta experiência, do ponto de vista da qualifica-ção de recursos e apropriação daquilo que são osconceitos globais de desenvolvimento”.
“ESTA FORMAçãO CONSTITuI uMAChANCE DE SuPERAçãO E uM PRIVILÉ-GIO PARA NóS, DO INTERIOR DO PAíS”miguel Gaspar sebastiãoDirector do Hospital Geral do Kuanza Norte
“A expectativa é positiva porquevai ao encontro do objecto socialdo nosso hospital que é a presta-ção de melhores cuidados aosutentes, mas com o menor custopossível.
Esta formação surge no âmbito do plano globalda formação de quadros – representa uma chan-ce de superação e um privilégio para nós, do in-terior do país. Espero que os cursos tenham con-tinuidade para que todos os médicos e directo-res hospitalares possam comungar da mesmaideia. Este curso é uma mais valia porque estamos a serdotados de conhecimentos que nunca tivemos epensávamos que só com uma deslocação para fo-ra do país é que poderíamos fazê-lo. Assim, vemosreduzida a distância e os custos. Resta-nos asso-ciar, de forma paulatina, tudo o apreendido à prá-tica”.
“GERIR COM RACIONALIDADE”José QuibulukutoAdministrador do Hospital Provincial
do Kuanza Norte
“Estamos a ser munidos de ins-trumentos essenciais para quepossamos manusear com exac-tidão aquilo que é posto ao nos-so cuidado a fim de gerirmoscom racionalidade.
um dos principais benefícios que provém des-ta acção de formação é a capacitação para umagestão direccionada a uma assistência diferen-ciada (o que é exactamente pretendido), isto é,uma assistência que se adeqúe à disponibilida-
de de recursos que são postos ao nosso alcan-ce”.
“A ORGANIzAçãO É ExCELENTE ASSIMCOMO A GRANDE CAPACIDADE DOSFORMADORES EM TRANSMITIREM OSSEuS CONhECIMENTOS”manuel Domingos BumbaTécnico de Contabilidade e Administração do
Hospital Militar Principal de Luanda
“A grande expectativa quantoàquilo que estamos a aprender éo de, posteriormente, transpor-tar para a realidade – este é, tam-bém, um grande objectivo. A or-ganização é excelente assim co-
mo a grande capacidade dos formadores emtransmitirem os seus conhecimentos”.
“ADquIRIMOS CONhECIMENTOS PARAENFRENTAR OS DESAFIOS DO DIA A DIA”Fuankenda munkamaDirector do Hospital Municipal Mártires do Kuíto
“Este curso é bem-vindo porque estamos a ad-quirir conhecimentos que nos permitem en-
frentar os desafios que vivemosno nosso dia-a-dia. O que maisgostei foi o capítulo de gestão,tanto dos utentes, como doshospitais, designadamente a par-te financeira.
A minha primeira medida a pôr em prática seráensinar os meus colaboradores: transmitir-lhesos conhecimentos claros que absorvi neste cur-so para que todos possam contribuir para a me-lhoria do nosso hospital. E já estamos a gerirmelhor as questões organizacionais: vamos con-seguir aumentar a capacidade até 90 camas nasnaves de internamento”.
uMA MAIS-VALIAmanuel Rosélio da silva
Engenheiro de gás medicinal da
Samsung Medical
“ O Programa de Especializaçãotrouxe para o país o que nós tí-nhamos de procurar no exterior.Estou próximo da minha institui-
ção e faço a actualização dos meus conhecimen-tos. Isso é muito bom. uma mais- valia”.
Os novos gestores da saúde em Angola
Conforme o parto ia sendotratado como assunto médi-co, os eventos foram ocorren-do basicamente em hospitaise maternidades, com a assis-tência de uma equipa espe-cializada: o médico obstetra,a enfermeira ou auxiliar deenfermagem, o pediatra. Ca-da um com sua função bas-tante definida. Mas, especificamente,
quem cuida do bem-estar fí-sico e emocional daquelamulher que está prestes a darà luz? Essa lacuna pode e de-ve ser preenchida pela acom-panhante de parto ou “dou-la”, que, na língua grega, sig-nifica mulher que serve, co-mo são chamadas em algunspaíses. Apesar de ser uma função
antiga, é hoje em dia, parado-xalmente, que uma acompa-nhante de parto se torna im-prescindível. O ambientemecanizado dos grandeshospitais e a presença degrande número de pessoasdesconhecidas tende a fazeraumentar o medo, a dor e aansiedade na hora do parto.Se este é também um mo-mento emocional e afectivo,é de apoio igualmente emo-cional e afectivo que umamulher precisa. Assim surgem, aqui em
Angola, mais concretamentena Maternidade LucréciaPaím, em Luanda, as Madri-nhas do Parto.
Projecto inovadorPara sabermos mais sobre
esta brilhante iniciativa, fo-mos ao encontro da médicaAntonieta Judite Lucango,presidente do comité de hu-manização da maternidade ecoordenadora do projecto. De acordo com esta res-
ponsável, o projecto envolvemais de 70 mulheres voluntá-rias, com idades compreen-didas entre os 30 e 60 anos,que vão estar na sala de partoa prestar um apoio emocio-
nal e afectivo às mulheres.Darão primazia às que estive-rem em trabalho de parto pe-la primeira vez, de modo quese sintam seguras e capazesde ter o bebé. Antonieta Lucango garan-
te que as madrinhas do partoestão bem treinadas, com ca-pacidade de tranquilizar asmulheres com palavras deencorajamento. Numa acçãode formação teórica e práticaque decorreu durante duassemanas, tomaram conheci-mento sobre o que é o parto,as relações interpessoais namaternidade, biossegurança,técnicas não medicamento-sas de alívio da dor, massa-gens e técnicas respiratórias.Só não estão habilitadas a fa-zerem os partos. Como fezquestão de salientar a nossaentrevistada, as madrinhasdo parto não substituem osmédicos, nem os enfermei-ros.Maria Azevedo, uma
das madrinhas, partilhouconnosco a sua alegria aodizer que para ela “este éum momento inesquecível,está tudo a correr bem, é delouvar esta iniciativa da ma-ternidade. Até ao momentojá acompanhei quatroparturientes e dei todo omeu carinho dirigin-do-lhes palavras de fé.Duas delas precisa-ram de massagens pa-ra atenuar a dor”.Outra madrinha, Eli-
sa C. Bastos, aproveitoupara lançar o convite nosentido de outras mulheres
abraçarem esta causa. “Tra-ta-se de uma forma de de-monstrar amor ao próximo.Aqui lidamos com aquelamulher que se encontra
no momento mais vulnerá-vel de sua vida. É notória a sa-tisfação das parturientes por-que, por causa da ajuda que
lhes damos para perde-
rem o medo, o trabalho departo é facilitado”.
Como surgiu a ideia“O projecto Madrinhas do
Parto surgiu da necessidadeque há de humanizar os par-tos e reduzir a mortalidadematerno-infantil, através damelhoria da assistência à mu-lher que vem dar à luz na nos-sa maternidade, com a ajudade outras mulheres. Recolhe-mos a experiência de outrospaíses, como Estados Unidosde América, Portugal e Brasil,onde nas salas de parto exis-tem essas figura denomina-das Amigas do Parto”.
Perfil das madrinhas“São mulheres principal-
mente provenientes de igre-jas, dos 30 aos 60 anos de ida-de, que já tenham tido partosnaturais, alfabetizadas, segu-ras e confiantes, saudáveis fí-sica e psicologicamente”, re-feriu.
Uma boa notícia para as futuras mães de todo paísEste projecto não vai ficar
apenas pela Maternidade Lu-crécia Paim. Segundo o Mi-nistério da Saúde, a formaçãodo primeiro grupo de madri-nhas Auscultação à Juventudeno que diz respeito à necessi-dade de humanização noscuidados de saúde, principal-mente a nível das maternida-des. Assim sendo, há a garan-tia que o número de madri-nhas do parto no país vai cres-cer ao longo deste ano.
4 SAÚDE REPRODUTIVA Janeiro 2014 JSA
MArA MoTA
Antigamente, um pouco por
todo mundo, era comum a
futura mãe ser assistida ao
longo do trabalho de parto
por outras mulheres mais ex-
perientes. Eram vizinhas, pa-
rentes, ou mulheres que já ti-
nham filhos e já haviam pas-
sado por aquela experiência.
Madrinhas do parto
As madrinhas Elisa Bastos e Maria Azevedo acompanham Dorca, uma mamã prestes a dar à luz
AntonietaLucango
As madrinhasdo parto estão
bem treinadas, comcapacidade detranquilizar asmulheres compalavras deencorajamento”
“
Elisa Bastos
Trata-se deuma forma de
demonstrar amor aopróximo. Aqui lidamoscom aquela mulherque se encontra nomomento maisvulnerável de sua vida.É notória a satisfaçãodas parturientesporque, por causa dado parto é o início deum importanteprocesso, além de serparte da resposta auma das principaispreocupaçõesapresentadas noFórum de ajuda que lhes damospara perderem omedo, o trabalho departo é facilitado”
“
Maria Azevedo
É de louvaresta iniciativa
da maternidade. Atéao momento jáacompanhei quatroparturientes e deitodo o meu carinhodirigindo-lhes palavrasde fé. Duas delasprecisaram demassagens paraatenuar a dor”
“
Vantagensevidentes
As pesquisas mais
recentes demonstram
que a presença de uma
acompanhante de parto
pode diminuir
em:
50% as taxas
de cesariana
20% a duração do
trabalho de parto
60% os pedidos
de anestesia
40% o uso da
oxitocina
40% o uso de
fórceps
“Embora estes dados se refiram a pesquisas
no exterior, é muito provável que os números
em Angola sejam tão favoráveis quanto os acima
mostrados” enfatizou a coordenadora do
projecto, Antonieta Lucango.
Apoio psíquico e emocional na hora de dar à luz
5publicidadeJSA Janeiro 2014
6 DOENÇAS CARDIOVASCULARES Janeiro 2014 JSA
(...)
“Problema
extremamete importante
pelo risco aumentado de AVC
(cerca de 5 vezes)é a presença de
Fibrilhação Auricular (FA). A HTA
é o principal factor de risco que
coexiste com FA não valvular. A
prevenção de AVC cardioembólico
passa, obrigatoriamente, pela
terapêutica anticoagulante
(...)”
Mais de 7,5 milhões de mor-tes/ano podem ser sua con-sequência de acordo comdados da Sociedade Inter-nacional de Hipertensão.Calcula-se que, em 2025, onúmero de hipertensos atin-girá 1560 milhões.Segundo dados da OMS,
cerca de 60% dos AVCs e de50% da doença cardíaca is-quémica são atribuíveis avalores tensionais sub-ópti-mos. Em meta-análise de 61estudos prospectivos envol-vendo cerca de 1 milhão deindivíduos ficou comprova-da uma duplicação de mor-talidade cardiovascular paracada aumento de 20mmHgde pressão sistólica usual(ou 10mmHg de pressãodiastólica). A hipertensão raramente
ocorre isolada. Tomandocomo exemplo, mais umavez, o estudo de Framing-ham, menos de 20% dos ca-sos de hipertensão arterialnão tinham concomitante-mente outros factores de ris-co e mais de 50% dos hiper-tensos tinham 2 ou mais fac-tores de risco adicionais (odobro do esperado).
Múltiplos factores de riscoA presença de factores de
risco adicionais agrava signi-ficativamente o risco condi-
cionado pela elevação ten-sional, em particular a exis-tência de diabetes que, pelomenos, duplica o risco con-dicionado por aquela, riscoeste que aumenta aindacom a presença de microal-buminúria ou proteinúria. É evidente que no doente
hipertenso, habitualmentecom múltiplos factores derisco, o objectivo primordialda terapêutica a instituir de-verá ser, portanto, não sóbaixar eficazmente a pres-são arterial mas, numa pres-pectiva de prevenção de se-quelas cardiovasculares ourenais, melhorar o perfil dorisco global do indivíduo le-vando em consideração, co-mo é evidente, a terapêuticaadequada de todos os facto-res de risco coexistentes.Está perfeitamente de-
monstrada a diminuiçãodos acidentes cardio e cere-bro vasculares com o con-trole tensional, sendo con-sensual valores alvo abaixode 140/90mmHg. Nos dia-béticos são contudo aconse-lhados valores diastólicosinferiores a 85mmHg segun-do as últimas guidelines enos hipertensos com insufi-ciencia renal eventualmentevalores de pressão sistólicainferiores a 130mmHg secoexistir proteinuria.Embora qualquer dos
cinco grupos terapêuticospossa ser usado desde quebaixe eficazmente a pressãoarterial, especialmente emhipertensos com risco car-diovascular elevado (porexemplo diabéticos ou cominsuficiencia renal), terãoque se utilizar associaçõesmedicamentosas e, particu-larmente nestes 2 grupos, asassociações deverão incluirfármacos que interfiramcom o sistema renina-an-giotensina, sendo, segundoalguns estudos, a associaçãoIECA ou ARA2 com antago-nistas do cálcio a mais eficaz.
Novos anticoagulantesProblema extremamete
importante pelo risco au-mentado de AVC (cerca de 5vezes)é a presença de Fibri-lhação Auricular (FA). AHTA é o principal factor derisco que coexiste com FAnão valvular. A prevençãode AVC cardioembólicopassa, obrigatoriamente,pela terapêutica anticoagu-lante classicamente comvarfarina. No entanto, alémde obrigar a análises fre-quentes para monitorizaçãodo INR que deverá manter-se entre 2 e 3, (tendo assimuma janela terapêutica es-treita) tem sido demonstra-do que pelo menos 50% dosdoentes medicados comvarfarina não tem estes valo-res. Ultimamente surgiram
novos anticoagulantes oraisque demonstraram eficáciapelo menos semelhante à davarfarina e facilidade de ad-ministração e segurança su-perior, não necessitando demonitorização analítica doefeito anticoagulante, sendoas hemorragias intracrania-nas e as fatais significativa-mente menos frequentes.O Rivaroxabano é um
destes novos fármacos sen-do um inibidor directo e al-tamente selectivo do factorXa. Tem baixa variabilidadeinter-individual, elevadabiodisponibilidade (80-100%) e 2/3 da dose admi-nistrada sofre degradaçãometabólica hepato-biliar
sendo 1/3 excretada de for-ma inalterada por via renal.Tem rápido inicio de acção(pico 2-4h) uma semivida de7-13 horas e em individuoscom “clearance” de creatini-na até 50 ml/m não tem ne-cessidade de ajuste de dosee pode, além disso, ser admi-nistrado apenas uma vezpor dia o que o distingue deoutros anticoagulantesorais e poderá contri-buir para a tão im-portante maioradesão à terpêuti-ca. Além da pre-venção de AVC eembolismo sisté-mico em doentescom FA não val-vular (como foibem demonstra-do no estudoROCKET-AF)
ticos após sindrome coroná-ria aguda. É evidente que a presen-
ça de HTA é um factor de ris-co especialmente para he-morragia intracerebral sen-do, por isso, fundamentaluma avaliação correta dorisco /benefício recorrendoàs tabelas que avaliam o ris-
co de AVC e a o risco he-morrágico em doentescom FA não valvularcom indicação paraanticoagulação oral,tendo a preocupa-ção acrescida demanter os valorestensionais bemcontrolados.
Hipertensão arterial e risco cardiovascularParticularidades terapêuticasJ. Braz Nogueira
A hipertensão arterial
(HTA) é o mais importante
factor de risco modificável
para doença cardiovascular,
cerebral e renal. Segundo os
resultados do estudo de Fra-
mingham, pode-se afirmar
que na população em geral o
risco de um acidente cardio-
vascular aterosclerótico
“major” é 2 a 4 vezes maior
nos hipertensos. A HTA foi
ainda recentemente reco-
nhecida como o principal
factor de risco para mortali-
dade global.
Professor Catedrático da Medicina daFaculdade de Medicina da Universidadede Lisboa (FMUL)Director da Clínica Universitária deMedicina I da FMULCoordenador da Área de Medicina I eRegente de Medicina Interna do 4º anodo Mestrado Integrado em Medicina daFMULCoordenador do Estágio de Medicina (6ºano) do Mestrado Integrado em Medicinada FMUL
Membro do Conselho Científico da FMULDirector do Serviço de Medicina I doHospital de Santa Maria/CHLNCoordenador da Consulta deHipertensão do Hospital de SantaMaria/CHLNEspecialista Europeu de HipertensãoArterial (Sociedade Europeia deHipertensão)Presidente da Direcção da AssociaçãoPortuguesa de Hipertensão (hoje
Sociedade Portuguesa de Hipertensão) de1994 a 1997Vice-Presidente da Sociedade deHemorreologia e Microcirculação(2006/2010)Presidente da Assembleia Geral daSociedade Portuguesa de Hemorreologiae Microcirculação (2011/2013)Presidente do júri de vários concursoshospitalares e para atribuição de prémios
científicosMembro do Conselho Disciplinar daOrdem dos Médicos de 1993 a 1998Membro do Conselho Geral da FundaçãoPortuguesa de CardiologiaMembro da Sociedade Internacional deHipertensão, da Sociedade Europeia deHipertensão e da Sociedade Europeia deCardiologiaEditor-Chefe da Revista Portuguesa deHipertensão e Risco CardiovascularMembro do Conselho Científico devárias revistas médicasPrémios Hoescht de Cardiologia (1981),
Squibb de Hipertensão Arterial da SPC(1984), de Neurociência Prof. Egas Monizda SPN (1991), Delta de Hipertensão daAssociação Portuguesa de Hipertensão(1997), Novartis para melhor Poster daAssociação Portuguesa de Hipertensão(2003)Mais de 200 trabalhos publicados e 6livros editados, mais de 250comunicações e mais de 200participações em conferências, palestras emesas redondasPartuicipação e coordenação de váriosestudos de investigação científica
Nota CurricularJ. Braz Nogueira
está também aprovado naprevenção de tromboembo-lismo venoso em doentessubmetidos a artroplastia daanca ou joelho, tratamentoda trombose venosa profun-da e embolia pulmonar e, re-centemente, para a preven-ção de eventos ateroscleró-
JSa Janeiro 2014 7Saúde Huambo
O director provincial da saú-de, Frederico Juliana, real-çou, por outro lado, a dimi-nuição da mortalidade ma-terno-infantil que decresceu,em menores de 1 ano, de21,6% em 2012 para 14,9%em 2013; quanto à mortalida-de infantil em menores de 5anos baixou de 41,1 para16,6%, enquanto a mortalida-de materna sofreu uma redu-ção de 333,7 para aproxima-damente 280,5%.
Redução da incidência da maláriaPor outro lado, a vacina-
ção de rotina foi bastante in-crementada. No que se refereà redução da incidência demalária, a província doHuambo foi considerada amais eficiente em termos na-cionais, pois, segundo Frede-rico Juliana, em comparaçãocom o ano de 2012, em quemorreram 31 doentes, 2013revelou-se um ano bastantepositivo, com apenas 18 óbi-tos. Os dados relativos à mor-
talidade, em termos gerais,melhoraram também signifi-cativamente, atendendo aoesforço que o executivo temempreendido: a comprová-loestão as estatísticas que nosindicam que o número deóbitos caiu cerca de 33% de2012 (122) para 2013. “Por-tanto, estamos a fazer umbom trabalho, tendo em con-ta as recomendações emana-das pelo Ministério da Saúde,pela Presidência da Repúbli-ca e pelo Governador Fausti-no Muteka”, considerou o di-rigente.
Infra-estruturas de saúdeVerificou-se o aumento do
número de novas infra-estru-turas , tendo sido igualmentelevados a cabo melhoramen-tos em algumas das já exis-tentes: foram construídas 21unidades sanitárias, corres-pondendo a 120 camas, e ospostos de saúde de tipo 1 fo-ram beneficiados e transfor-mados em postos do tipo 2,passando a prestar serviçosde saúde 24 horas por dia. Poroutro lado, alguns centros decarácter provisório passarama unidades definitivas. Nestemomento estão em processode reabilitação alguns hospi-tais municipais, como é o ca-so do Hospital do Ekunha, eoutros encontram-se aindaem construção em todos osmunicípios da província. Ac-tualmente o Huambo conta
com 257 unidades de saúde.Nos hospitais de referên-
cia, como o Centro de Saúdeda Mineira, o Hospital deReabilitação Física Dr. Antó-nio Agostinho Neto, o Hospi-tal do Kasseque e o HospitalGeral, verificou-se um signi-ficativo incremento salarial, oque, segundo o responsávelcom quem falámos, possibi-litou melhorar a assistênciamédica às populações.
Saúde na AldeiaNo que às actividades rela-
cionadas com o sector diz res-peito, destacam-se os projec-tos Saúde na Aldeia e Feira daSaúde, os únicos no país quetêm como seu principal ob-jectivo o de levar os serviçosde saúde ao encontro das po-pulações. “Conseguimos rea-lizar, nas mais variadas e re-cônditas localidades, consul-tas de oftalmologia, pediatria,medicina, ginecologia, esto-matologia, medição de glice-mia, testagem de sal de cozi-nha, palestras sobre preven-ção de doenças e promoçãoda saúde, entre outros”. Estessão projectos que, segundoJuliana, hão-de prosseguirdevido aos bons resultadosque se têm alcançado.
Cólera controladaReferindo-se à situação
actual da cólera que assola aprovíncia desde o último tri-mestre do ano passado, o res-
ponsável considerou-a con-trolada, porquanto, no iníciodo surto, o diagnóstico apon-tava para mais de 10 casos pordia e, actualmente, verificam-se menos de 3, aproximando-se a erradicação da doença;apesar disso, garantiu que otrabalho prossegue com vistaà sua total eliminação, “até aomomento, temos o registo de127 casos diagnosticados, en-tre os quais 8 falecidos confir-mados por cólera”.No capítulo das necessi-
dades actuais, tendo em con-ta o crescimento populacio-nal do Huambo, há que reco-nhecer que a província care-ce de não menos do que de500 médicos, de 3000 enfer-meiros e mais de 2000 técni-cos de diagnóstico e terapêu-tica. Necessitamos ainda decatalogadores, maqueiros,seguranças, lavadeiras, co-peiros e de todo um conjuntode profissionais que ajudama prestar um serviço de exce-lência à população que acor-re às nossas unidades sanitá-rias. Nesse sentido, torna-seindispensável contratar ain-da muito pessoal no nossosector e pensamos que o go-verno fará todo o possível pa-ra, pouco a pouco, ir colma-tando tal dificuldade, acres-centou o responsável comquem contactámos.
Meios de transporteQuanto aos meios de
transporte, o número de am-bulâncias é satisfatório, a jul-gar pela sua distribuição portodos os municípios da pro-víncia: “temos ambulânciasem todas as unidades sanitá-rias, como centros, postos ehospitais municipais, alémde dispormos de um Institutode Emergências Médicascom 12 viaturas para socorreros doentes que necessitem deuma atenção urgente”.Assim, para o ano de 2014,
foram apontadas como prio-ridades a formação de recur-sos humanos e a contrataçãode médicos estrangeiros e na-cionais para ir cobrindo as va-gas nos centros comunais emunicipais.Há ainda a previsão da
construção de cerca de 3 cen-tros e 5 postos de saúde emcada um dos 11 municípios.
As maiores preocupações: sinistralidade rodoviáriaQuestionado sobre o que
mais o preocupa no sectorque dirige, Frederico Julianareferiu-se ao quadro epide-miológico: “preocupa-nos,em primeiro lugar, a sinistra-lidade rodoviária. Só para re-ferir alguns dados, no ano de2012 morreram 312 pessoas
no Huambo e em 2013 os óbi-tos ascenderam a 423. Paraalém disso, por cada pessoaque morre, pelo menos 12 fi-cam feridas, das quais cercade 4 apresentarão sequelaspermanentes. É um assuntoque o executivo provincial enacional terá de resolver combrevidade, porquanto temosmuitos mototaxistas e são es-tes que têm causado 80 a 90%dos acidentes na província doHuambo.
...e a tuberculosePreocupa-nos também a
tuberculose, por constatar-mos que esta doença está aafectar cada vez mais pes-soas e que, quando associa-da ao VIH/sida, se torna al-tamente perigosa, pelo quetem estado a dizimar muitasvidas. As doenças respirató-rias agudas também nos in-quietam, embora o quadroem Angola já não difira mui-to dos dados disponíveis anível internacional, se con-siderarmos que este tipo deenfermidade constitui a pri-meira causa de morte emtermos mundiais. Há aindaa considerar as doençasdiarreicas agudas, bem co-mo a má nutrição infantil,que também afectam mui-tas crianças na nossa pro-víncia.
O departamento de saúdepública no Huambo conti-nua com o trabalho de sensi-bilização para eliminar adoença da cólera que assolaa província desde o últimotrimestre do ano passado. Naúltima semana, os técnicosorganizaram feiras de saúdenalgumas localidades, comoé o caso do bairro de Benfica,onde o surto teve origem eque reúne o maior númerode casos registados. Segundoa chefe do referido departa-mento, várias actividades
têm sido levadas a cabo, co-mo palestras, projecção defilmes e distribuição de hipo-clorito de cálcio à populaçãoque ainda continua a consu-mir água imprópria. Georgi-na Figueiredo afirmou ter si-do alcançado o resultado de-sejado, tendo em conta aconsiderável redução de ca-sos registados diariamente.Refere ainda que espera aqualquer momento que sejadeclarada a eliminação totaldo surto. Segundo nos disse,neste momento a luta centra-
se em eliminar os focos dedoença que ainda persistemnalgumas localidades.A actividade estendeu-se
aos bairros de Santo Antónioe de Calomanda, que rece-beram igualmente uma feirade saúde no âmbito do pro-grama Uhayele Vimbo (Saú-de na Aldeia), com objectivode sensibilizar a populaçãosobre a existência da doençade cólera. Durante o evento,foram ministradas palestrascom vista à promoção dasaúde e à prevenção da refe-
rida epidemia. Foram igual-mente discutidos problemascomo o saneamento básicoambiental (recolha de lixo eaberturas de valas de drena-gem); a desinfecção de ca-cimbas/poços de água, valasde drenagem e latrinas; otratamento dos casos de có-lera encontrados; a distri-buição de solução de hipo-clorito de cálcio e de lixívia.Apostou-se na sensibiliza-ção da população através daprojecção de vídeos ou demensagens educativas para
evitar o alastrar da doença.Concluídos os trabalhos,
a chefe do departamento desaúde pública da Direcçãode Saúde, Georgina Figuei-redo, afirmou que, tendo emconta as observações efec-tuadas, a sua principal preo-cupação se prende com a es-cassez de água potável na lo-calidade, razão pela qual al-guns populares ainda con-somem água imprópria, di-ficultando assim a eficáciado combate ao surto de cóle-ra que afecta a região.
Elsa Inakulo |
Correspondente no Huambo
O ano de 2013 foi positivo
para a área da saúde no
Huambo. O responsável má-
ximo pelo sector na provín-
cia confirmou o seu cresci-
mento baseando-se nos nú-
meros que apontam para
uma importante melhoria a
este nível no biénio 2012-
2013, salientando-se a entra-
da no sistema de 8 médicos
nacionais e de 12 estrangei-
ros, de mais de 10 novos en-
fermeiros licenciados, maio-
ritariamente de nacionalida-
de angolana, e de mais de
500 enfermeiros gerais, en-
quadrados por concurso pú-
blico e transferidos de algu-
mas províncias para o
Huambo, perfazendo um nú-
mero de trabalhadores que
ultrapassa os 6000, o que se
traduz num significativo
acréscimo em relação a
2012, altura em que existiam
apenas 5312.
Departamento de saúde pública anuncia para breve o fim do surto de cólera no Huambo
Frederico Juliana A
mortalidade materno-in-
fantil, em menores de 1
ano, decresceu de 21,6%
em 2012 para 14,9% em
2013; quanto à mortali-
dade infantil em meno-
res de 5 anos baixou de
41,1 para 16,6%≠
Cerca de 6000 profissionais em 257unidades sanitáriasgarantem o sistema de saúde no Huambo
8 nEurOlOGiA Janeiro 2014 JSA
O campo de intervenção daneuropsicologia, ao contrá-rio do que é geralmente assu-mido, remonta a temposmuito antigos, mas só come-ça a desempenhar um papelde relevo a nível mundial porvolta da década de 70 do sé-culo passado; em Angola, co-meça a ter maior visibilidadea partir de 2012, aquando dacriação da formação pós-gra-duada em NeuropsicologiaClínica. Nessa altura deram-se os primeiros passos verda-deiramente consistentes ealicerçados em bases científi-cas para a afirmação deste ra-mo do conhecimento comouma área de progresso no do-mínio das neurociências,passando a integrar o serviçodiferenciado e complemen-tar de outras áreas clínicas ecomeçando a estar envolvidona intervenção efectiva napopulação afectada pordoenças do sistema nervosocentral, tanto em termos deavaliação como de reabilita-ção neuropsicológica.
Dadas as necessidadesque o país manifesta nestaárea e o vasto campo de pos-sibilidades que se lhe abrem,o médico Martinho Luemba,docente da Faculdade deMedicina da UniversidadeAgostinho Neto, com o apoioincondicional do Ministro daSaúde, José Vieira Dias Van-Dúnem, propôs alargar o ho-rizonte da intervenção futura– a começar a ser construídajá no presente –, graças à dis-ponibilização de novas tec-nologias de ponta, de eleva-do reconhecimento interna-cional, com aplicação nocampo das neurociências clí-nicas e básicas, numa pers-pectiva terapêutica, de inves-tigação e de docência, com oobjectivo de colocar Angolanum registo de funciona-mento muito similar ao quede mais recente se vai fazen-do em centros de referênciamundial. Na verdade, e em
nossa opinião, só assim sepoderão desenvolver de for-ma inequívoca as potenciali-dades que o país tem de seafirmar com as suas própriascapacidades e de estabeleceruma interacção profícuacom outros centros, semprecom a missão de melhorar aqualidade de assistênciaprestada e o desempenhoprofissional dos seus técni-cos.
AS TRÊS NOVAS “FERRAMENTAS” DANEUROPSICOLOGIATomando como ponto de
partida o que atrás foi dito,passamos a descrever, de for-ma resumida, a vinda de trêsnovas “ferramentas” relacio-nadas com a área da neurop-sicologia, nas suas várias ver-tentes, que permitirão que,em Angola, se realizem inter-venções ao nível do que demelhor existe em termosmundiais.
Sistema de testes de VienaComeçamos por destacar,
na área da avaliação neurop-sicológica, o VTS (Sistema deTestes de Viena), que possi-bilita a informatização dostestes neuropsicológicos, oque constitui uma inegávelmais-valia na área do diag-nóstico neuropsicológico,podendo ser utilizado, igual-mente, como um importantemeio complementar noutrosdiagnósticos médicos.
O Sistema de Testes deViena (VTS) é um equipa-mento informatizado paradiagnóstico psicológico, lídera nível mundial. O VTS inter-liga-se aos computadoresconvencionais à venda nomercado através de hardwa-re e de software especifica-mente construídos para res-
ponder a todos os requisitosda Psicometria. Possibilita aavaliação de dimensões nãopassíveis de medição atravésde testes tradicionais, comoé o caso dos tempos de latên-cia das respostas, permitin-do, por outro lado, uma totalautomatização e racionaliza-ção dos métodos de trabalhoao nível da aplicação e daavaliação dos testes psicoló-gicos, garantindo assim ele-vados níveis de objectividadee de precisão. É, pois, possí-vel criar baterias de avaliaçãonas mais diversas dimen-sões, como, por exemplo, emparâmetros relacionadoscom a inteligência, a atenção,a memória, a capacidade dereacção, a motricidade fina, acoordenação bimanual e fac-tores de personalidade. Gra-ças ao recurso a uma plata-forma multimédia, este equi-pamento permite uma enor-me aplicabilidade nas váriasáreas de intervenção no âm-bito da neuropsicologia.
Para além da informatiza-ção dos serviços, está a ser le-vada a cabo a melhoria e odesenvolvimento de proto-colos de avaliação neuropsi-cológica cada vez mais preci-sos, a par de metodologias de“screening” neuropsicológi-co, para levantamento dascasuísticas de grandes qua-dros neuropsicopatológicosdecorrentes de sequelas cog-nitivas pós-AVC, epilepsia,sequelas pós-TCE e outrasdoenças não só neurológicascomo também psiquiátricas,abrangendo desde a popula-ção infantil até à geriátrica.
Cogniplus e BiofeedbackNo âmbito da reabilitação
neuropsicológica, vamosagora descrever, de forma su-mária, o CPS (Cogniplus) e o
Biofeedback e EEG Biofeed-back, já que constituem duasgrandes mais-valias dasquais a terapêutica neuropsi-cológica em Angola passa adispor.
O CogniPlus (CPS), umproduto recentemente de-senvolvido pela firma Schuh-fried, GmbH, constitui umsistema multimédia eficientepara o treino das funçõescognitivas, tendo por base asmais avançadas investiga-ções no campo da psicologiae da neuropsicologia clínicas.
O CogniPlusencontra-seestreitamente relacionadocom o Sistema de Testes deViena. Assim, o diagnósticoinicial, a intervenção e a rea-valiação estão eficazmenteinterligados através da utili-zação conjunta dos referidosequipamentos, devendo-sesalientar aqui que o respon-sável por todos estes desen-volvimentos no querespeita à áreada neuropsi-cologia emAngola te-ve o cui-dado depensardesde oinício numaintegração di-nâmica entre oCPS e o Biofeedback comtodos os seus módulos, enca-rando a reabilitação numaperspectiva integradora,com elevado potencial ino-vador, tanto para as neuro-ciências clínicas como bási-cas.
O Biofeedback 2000 x-pert (BFB) Trata-se de um equipa-
mento para diagnóstico psi-cofisiológico e terapia com-pletamente inovador. Con-siste num método cientifi-
camente comprovado quepermite ao utilizador tomarconsciência das suas fun-ções fisiológicas e aprendera influenciar tais reacções.Em determinados quadrosclínicos, as técnicas de bio-feedback revelaram-semesmo o método de terapiamais eficaz.
Este sistema de Biofeed-back, assente numa tecno-logia de transmissão de da-dos Bluetooth®, integra pro-gramas de treino para áreasde intervenção específicas,tais como treinos de respira-ção, de relaxamento e deconfrontação (fobias), rea-bilitação neuromuscular,electromiografia, circulaçãosanguínea, electroencefalo-grafia e variabilidade da fre-quência cardíaca.
O domínio das novastecnologias informáticas decomunicação e de inclusão/
desenvolvimento assu-me cada vez maior
relevância nainquestioná-vel interfaceentre a con-dição hu-mana de ba-se e o incre-
mento de no-vas ferramentas
computorizadas naárea clínica, assistencial eeducacional. Esta é umaquestão premente na nossasociedade de informação,assente na competição nasmais variadas dimensões –económica, social, privada,política; educacional, desaúde, entre outras – tantomais que, na base, todaselas assentam na capacida-de física e intelectual, emsentido lato, do ser huma-no, com especial impactona sua saúde, numa pers-pectiva biopsicossocial.
Todas estas novas meto-dologias e protocolos me-lhoram de forma muito sig-nificativa a possibilidade deavaliar, preservar, optimi-zar, reabilitar, reestruturare reintegrar os sujeitos compatologia neurodegenerati-va (de que são exemplo osquadros demenciais em fa-se inicial, entre outras situa-ções), bem como indiví-duos que sofreram trauma-tismos cranianos ou aci-dentes vasculares cerebrais.Importa também referir osresultados positivos quenos permitem obter ao ní-vel de problemáticas queafectam o comportamentoe as funções nobres do cére-bro, tais como a atenção, amemória, funções executi-vas, controlo emocional,competências intelectuais,que nos acompanham des-de o nascimento até à idadegeriátrica e que constituema base da produtividade eda manutenção da capaci-dade do ser humano em seauto-gerir, produzir riquezae relacionar-se com o osseus semelhantes, no fundoa optimização da indepen-dência e a capacidade denegociar de forma adapta-da com o seu mundo “inter-no” e “externo”.
Em suma, podemos afir-mar que é imprescindívelempreender um esforço,tanto na vertente clínica co-mo na formativa e tecnoló-gica, no sentido de percor-rer a longa e difícil mas op-timista e necessária cami-nhada que conduza à máxi-ma promoção do potencialhumano de base nos sujei-tos que manifestam algumtipo de problema nas váriasetapas da vida, face a umconceito que se afigura cen-tral: o ser cidadão na sim-ples razão de se sentir útilno seio de uma comunida-de que responda aos seusanseios e aos da sua família,buscando o equilíbrio nospilares de uma sociedadeque se pretende o maisequitativa possível, colo-cando Angola ao nível doque melhor se vai fazendono resto do mundo.
Temos desde já um bomexemplo para o futuro, comvista a um desenvolvimentoseguro e continuado, nestepequeno grande passo deafirmação forte e decidida daárea das neurociências narealidade angolana e mun-dial.
A introdução das novas tecnologias de avaliação e reabilitação neuropsicológica em Angola
Martinho LueMba
neuropsicológo
A neuropsicologia tem-se vin-
do a assumir como uma área
de excelência no que respeita
à interface entre as ciências
neurológicas e as ciências do
comportamento, tomadas
em sentido lato, sendo a sua
influência de inegável impor-
tância tanto ao nível da inter-
venção clínica propriamente
dita quanto da validação dos
seus resultados.
Alguns avanços no campo das neurociências
António Ramos e Martinho Luemba, Biofeedback e EEG Bio-
feedback, no curso de formação em Neuropsicologia (Lisboa,
Dezembro de 2013)
António Ramos e formandos de Luanda a trabalhar no Biofeed-
back e EEG Biofeedback
“O
CPS (Cogniplus),
o Biofeedback e EEG
Biofeedback constituem
duas grandes mais-valias
das quais a terapêutica
neuropsicológica em
Angola passa a
dispor”
9publicidadeJSA Janeiro 2014
10 DIABETES Janeiro 2014 JSA
IntroduçãoInvestigadores do Instituto de
Ciências Clínicas e Translaccio-nais da Northwestern University,em Chicago, nos EUA, publica-ram em Março de 2010 um artigobastante didáctico sobre a opti-mização da terapêutica insulínicana diabetes de tipo 1 e tipo 2. Nes-sa publicação, os autores incluí-ram uma tabela actualizada sobreas propriedades fármaco-cinéti-cas das diversas insulinas e deanálogos de insulina como agen-tes isolados ou em formulaçãocombinada de pré-mistura (1),conforme mostra a tabela 1.
Na prática clínica, o recursoterapêutico à insulinização ficageralmente relegado para as últi-mas opções disponíveis no trata-mento da diabetes tipo 2 (DM2).O estudo Diabetes Attitudes, Wis-hes and Needs (DAWN) mostrouque mais de metade dos profis-sionais de saúde utiliza a necessi-dade do tratamento insulínicocomo uma ameaça aos pacientes,caso eles não assumam um papelmais activo em relação ao contro-lo glicémico. Mais grave ainda:cerca de 55% dos médicos e en-fermeiros incluídos no estudoafirmaram que adiariam o inícioda insulinoterapia “até que fosseabsolutamente necessário”. Res-salte-se que esse estudo foi con-duzido em treze países da Euro-pa, América do Norte, Ásia e Aus-trália, envolvendo 3.800 profissio-nais de saúde. (2)
Mais recentemente, em Agostode 2006, um posicionamentoconjunto de consenso entre aAmerican Diabetes Association(ADA) e a European Associationfor the Study of Diabetes (EASD)foi publicado no Diabetes Care,sublinhando, entre outras coisas,o papel fundamental da insulino-terapia no algoritmo de trata-mento da DM2. Considerandoque a insulina é a opção farmaco-lógica que promove maior redu-ção adicional nos níveis de A1C(entre 1,5% e 2,5%), o consensoda ADA/EASD considera a insuli-nização já como o segundo passono algoritmo de tratamento daDM2, logo após o passo inicialque prevê modificações no estilode vida e o uso da metformina.Este segundo passo no algoritmo,além da insulina, inclui tambémas sulfonilureias e as glitazonas,sendo que a definição do agentede escolha entre essas três opçõesdeve ser baseada nos níveis deA1C. A insulinoterapia está indi-cada em pacientes com A1Cmaior que 8,5% ou que apresen-
tem sintomas secundários de hi-perglicemia. (3)
Perfis de acção das insulinas humanas e dos análogos de insulina humanaBasicamente, existem quatro
modalidades de apresentaçõescomerciais de insulina:
1) insulinas humanas em mono-terapia;2) Insulinas humanas em pré-mistura;3) análogos de insulina humanaem monoterapia;4) análogos bifásicos de insulinahumana.
INDICAÇÕES CLÍNICAS GE-RAIS PARA O USO DE ANÁLO-GOS DE INSULINA DE LONGADURAÇÃOA principal função da insulina basalé regular a homeostase hepática daglicose no estado de jejum ou entreas refeições, mimetizando o queocorre com a secreção fisiológica deinsulina pelas células beta pancreá-ticas em indivíduos não diabéticos.
Em 2008, a entidade The Cochra-ne Collaboration publicou uma re-visão sobre o papel dos análogos deinsulina de longa duração no trata-mento da diabetes tipo 1, em com-paração com a insulina NPH. Foramavaliados aspectos comparativos deeficácia e segurança entre as insuli-
nas glargina, detemir e NPH. Resu-midamente, essa análise mostrouuma eficácia similar da glargina e dadetemir em comparação com aNPH, em termos de potencial de re-dução da hemoglobina glicada(A1C), facto reconhecido há algumtempo.
Por outro lado, o documento daCochrane Collaboration indicouque os análogos de insulina se mos-traram superiores à NPH quantoaos seus efeitos nocturnos, resultan-do em níveis mais baixos de glice-mia de jejum e num número menorde episódios de hipoglicemia noc-turna. A percentagem de indivíduosque experimentaram hipoglicemianocturna foi significativamente
mais baixa no grupo dos análogosde insulina, com um coeficiente deprobabilidade de apenas 0,70. (4)
No Brasil, em Dezembro de 2010,a ANVISA publicou no Boletim Bra-sileiro de Avaliação de Tecnologiasem Saúde (BRATS) uma excelenterevisão sobre insulina glargina e in-sulina detemir no controlo da diabe-tes mellitus tipo 1. Os resultados des-sa revisão apontaram na mesma di-recção, ou seja, para a eficácia simi-lar entre análogos de longa duraçãoe insulina humana NPH e umamaior relevância no uso de análogosde insulina em determinados pa-cientes com DM1 como, por exem-plo, os que apresentam maior fre-quência de episódios de hipoglice-mia nocturna. (5)
Por sua vez, a American DiabetesAssociation (ADA), na sua publica-ção mais recente de Standards ofMedical Care in Diabetes (2011), re-conhece como válida a opção tera-pêutica de utilização de análogos deinsulina em pacientes com DM1que sofrem com maior frequênciade episódios de hipoglicemia. (6)Em resumo, e com base nas evidên-cias da literatura internacional, po-demos inferir que os análogos de in-sulina de longa duração podem serutilizados como insulina basal empacientes com condições clínicasespeciais.
Por serem bem mais previsíveisna sua acção do que a insulina NPH,tornam-se indicados para pacientescom DM1 (e DM2 em fases maisavançadas, insulinopénicas) queapresentem oscilações importantesdas suas glicemias diárias, com al-ternância de episódios de hipo e hi-
Análogos de insulina de acção rápida e prolongadaMAyquE GuzMAn CAyADO
Especialista em Endocrinologia, Professor Instrutor
Clínica Multiperfil, Luanda
A tabela 2 resume as principais características dos perfis
de acção das preparações insulínicas disponíveis.
Figura 1 – Perfis de acção das diferentes insulinas e análogos de insulina
Fonte: Hahr A.J. e Molitch M.E. “Optimizing Insulin Therapy in Patients With Type 1 and Type 2 Diabetes
Mellitus: Optimal Dosing and Timing in the Outpatient Setting”. Disease-a-Month. 2010; 56:148-162.
11publicidadeJSA Janeiro 2014
12 DIABETES Janeiro 2014 JSA
perglicemias, já que essas oscilações, alémdos riscos inerentes associados, são impor-tantes factores de diminuição da qualidadede vida.
São, ainda, indicados a pacientes queapresentem episódios de hipoglicemianocturna, que causam grande stress para opaciente e seus familiares, pois esses aná-logos comprovadamente diminuem osepisódios de hipoglicemia nocturna.
Não existe um regime de tratamento doDM que atenda as necessidades de todosos tipos de pacientes. Diferentes opções te-rapêuticas devem ser disponibilizadas paragarantir o tratamento mais próximo doideal, combinando eficácia terapêutica esegurança para o paciente.
Perfil terapêutico da insulina glarginaA glargina é um análogo da insulina re-
sultante da substituição do aminoácido gli-cina na posição 21 da cadeia A pela aspara-gina, e da adição de duas moléculas de argi-nina na posição 30 da cadeia B. Tem um pHácido (4,0) e é completamente solúvel nessepH. Seguindo-se à injecção subcutânea, es-sa solução ácida é neutralizada e forma mi-croprecipitados, os quais lentamente se dis-sociam em hexâmeros, dímeros e, final-mente, monómeros capazes de serem ab-sorvidos através dos capilares. Ela não podeser misturada com outras insulinas na mes-ma seringa, pois isso alteraria a fármaco-ci-nética de ambas as insuli-nas. A insulina glarginacomeça a actuar no espa-ço de aproximadamenteduas horas. Ela é relativa-mente plana e isenta depico, comparada com ainsulina NPH, e é lenta-mente absorvida e liber-tada para a circulação,alcançando um plateaude acção biológica em 4a 6 horas e durando até24 horas. (7) Em termosde segurança de usoquanto ao potencialmitogénico, na maio-ria dos tipos celularestestados in vitro a actividade mitogénica foisimilar entre a insulina glargina e a insulinaregular humana. (8)
A insulina glargina, quando comparadaà insulina NPH na hora de dormir, em pa-cientes com DM2, foi associada a menor hi-poglicemia nocturna. Similarmente, outroestudo (Treat-to-Target) (9) mostrou que aadição de insulina glargina ao deitar, empacientes diabéticos de tipo 2 mal contro-lados com um ou dois agentes antidiabéti-cos orais, era tão eficaz quanto a insulinaNPH, com redução significativa da hipogli-cemia nocturna. Em pacientes com DM1,a insulina glargina mostrou ser igualmenteeficaz se administrada antes do pequeno-almoço, antes do jantar ou antes de dormir,embora episódios de hipoglicemia noctur-na pareçam ocorrer com uma frequênciasignificativamente menor quando ela é ad-ministrada de manhã. O que importa émanter o mesmo horário de aplicação to-dos os dias.
Aspectos diferenciaisentre insulina glargina e detemirAmbos os análogos de insulina de longa
duração têm vários pontos positivos quan-do comparados com a insulina NPH. Tal-vez seja de destacar a menor frequência e
intensidade das hipoglicemias, principal-mente as nocturnas. Em relação ao núme-ro de aplicações, o que temos visto é que ainsulina glargina parece necessitar, de fac-to, de apenas uma aplicação diária, en-quanto a insulina detemir necessita maisfrequentemente de duas aplicações diárias,pelo menos nos pacientes com diabetes ti-po 1 e nos pacientes com diabetes tipo 2 jána fase insulinopénica, quando se compor-tam à semelhança dos pacientes com dia-betes tipo 1.
Quanto à questão do menor ganho depeso, parece que ambas teriam uma vanta-gem em relação à insulina NPH. Os dadosfavoráveis à insulina detemir nesse aspectoparticular parecem ser mais consistentes,com resultados favoráveis mesmo após umano de tratamento. (10)
Indicações clínicas parao uso de análogos de insulina de longa duraçãoOs análogos de insulina de longa dura-
ção são utilizados como insulina basal nu-ma ou duas doses diárias. Por serem bemmais previsíveis na sua acção do que a in-sulina NPH, tornam-se indicados para pa-cientes com diabetes tipo 1 (e tipo 2 em fa-ses mais avançadas, insulinopénicas) queapresentem oscilações importantes desuas glicemias diárias, com alternância deepisódios de hipo e hiperglicemias, já que
essas oscilações, além dos riscos ineren-tes associados, sãoimportantes factoresde diminuição daqualidade de vida.São também indica-dos para pacientesque apresentem epi-sódios de hipoglice-mia nocturna, causade grande stress para opaciente e familiares,pois esses análogos di-minuem comprovada-mente as hipoglice-mias nocturnas.
Em termos de con-trolo metabólico, a lon-go prazo, ainda há pou-
cos estudos, mas, aparentemente, pacien-tes mal controlados com insulina NPH te-riam uma discreta melhoria na sua hemo-globina glicada, quando essa insulina ésubstituída pelos análogos de longa dura-ção, talvez fruto de uma diminuição dosepisódios de hipoglicemia. Isso porque, aocorrigi-la, muitos pacientes passam para ooutro extremo, por alimentação excessiva.Embora, pelo seu custo, essas insulinas nãopossam ser prescritas a todos os pacientes,acreditamos que uma razoável parcela dapopulação de diabéticos possa beneficiarsobremaneira dessa opção.
INDICAÇÕES CLÍNICAS GERAIS PARAOS ANÁLOGOS DE INSULINA DE ACÇÃO ULTRA-RÁPIDAOs análogos de accão ultra-rápida permi-tem uma boa aproximação dos perfis fisio-lógicos da secreção de insulina. Actualmen-te, existem três análogos de insulina de ac-ção ultra-rápida: a insulina lispro, a insulinaasparte e a insulina glulisina. Embora o con-trolo glicémico geral possa ou não ser dife-rente com a utilização dos análogos de ac-ção ultra-rápida (quando comparado aoque contém insulina), regular a administra-ção adequada destes análogos permite umamaior flexibilidade, tanto para os adultos
14 DIABETES Janeiro 2014 JSA
como para as crianças que apresen-tem uma alimentação irregular, poisesses análogos podem ser aplicadosimediatamente após as refeições,quando a ingestão alimentar já foibem quantificada(11).
Os análogos de acção ultra-rápi-da são eficientes na redução das os-cilações das glicemias pós-pran-diais, tanto da DM1 como da DM2.(12) A utilização de análogos da in-sulina de acção ultra-rápida tam-bém está indicada no caso dos pa-cientes que apresentam tendênciaa ter hipoglicemia nos períodos pós-prandiais tardios e nocturnos. Estesbenefícios devem-se a uma menorvariabilidade da absorção e à sua ac-tuação como verdadeira insulinaprandial destes análogos.
Os análogos de acção ultra-rápi-da (lispro, asparte e glulisina) po-dem ser utilizados em sistemas deinfusão contínua de insulina (SIC) e,também, por via endovenosa, em si-tuações especiais e dentro do am-biente hospitalar. Um estudo com-parando a lispro com a insulina re-gular demonstrou uma redução de12% nos episódios de hipoglicemia,principalmente os nocturnos. (11)
Atualmente, tanto a insulina as-parte como a lispro estão aprovadaspara serem utilizadas em SIC de in-sulina, tanto na DM1 como na DM2.Recentemente, a insulina glulisinatambém se mostrou uma alternativaeficaz nesse sentido. Reacções alér-gicas locais e sistémicas podemocorrer após o uso desses análogos.Embora se pensasse que os análogos
de insulina de acção ultra-rápida fos-sem menos antigénicos, já foram re-latados casos de alergia a insulina as-parte, a lispro e a glulisina . Estes ca-sos sugerem que os análogos de ac-ção ultra-rápida podem não ser umaboa alternativa para o uso da insuli-na regular nestas situações.
Os principais inconvenientes douso desses análogos são o seu maiorcusto e a falta de cobertura nos esta-dos pós-prandiais tardios (4 a 6 ho-ras após as refeições) necessitandofrequentemente de um aumentonas doses das insulinas basais.
Perfil terapêutico do análogo de insulina glulisinaUm novo análogo de insulina de
acção rápida que foi desenvolvido éa glulisina. Esta é semelhante à insu-lina humana, com excepção da trocada asparagina pela lisina na posiçãoB3 e da lisina pelo ácido glutâmicona posição B29. A insulina glulisinaé um análogo de insulina de curtaduração com propriedades farma-codinâmicas e farmacocinéticascomparáveis às da insulina lispro.
A insulina glulisina tem comopropriedade única a de activar pre-dominantemente a via de sinaliza-ção do substracto do receptor-2(IRS-2), que desempenha um papelimportante no crescimento e sobre-vivência da célula beta. Contudo,novos estudos são necessários paracaracterizar a real vantagem da insu-lina glulisina sobre a insulina lisproou insulina asparte nesse sentido.
Indicações clínicas paraos análogos de curta duraçãoEmbora o controlo glicémico ge-
ral possa ou não ser diferente com autilização dos análogos de curta du-ração, quando comparado com in-sulina regular (13), a administraçãoadequada destes análogos permiteuma maior flexibilidade, tanto paraos adultos como para as criançasque possuem uma alimentação ir-regular, pois estes análogos podemser aplicados imediatamente apósas refeições, quando essa ingestãoalimentar já foi bem quantificada.Os análogos de curta duração sãoeficientes na redução das oscilaçõesdas glicemias pós-prandiais, tantoda DM1 como da DM2. (14) Outraindicação para a utilização de aná-logos da insulina de acção curta sãoos pacientes que apresentam ten-dência a ter hipoglicemia nos perío-dos pós-prandiais tardios e noctur-nos. Estes benefícios devem-se auma menor variabilidade da absor-ção e a uma actuação como verda-deira insulina prandial destes aná-logos. Ambos os análogos de curtaduração (lispro e asparte) podemser utilizados em bombas de infusãocontínua subcutânea.
Um estudo comparando a lisprocom a insulina regular demonstrouuma redução de 12% nos episódiosde hipoglicemia, principalmente osnocturnos. (13) Actualmente, tantoa insulina asparte como a lispro es-tão aprovadas para serem utilizadascomo infusão de insulina subcutâ-
nea contínua (IISCC), tanto na DM1como na DM2. Recentemente, a in-sulina glulisina também se mostroucomo uma alternativa eficaz nessesentido. Reacções alérgicas locais esistémicas podem ocorrer após ouso desses análogos. Embora sepensasse que os análogos de insuli-na de acção curta fossem menos an-tigénicos, já foram relatados casosde alergia à insulina asparte, à lisproe à glulisina. Estes casos sugeremque os análogos de curta duraçãopodem não ser uma boa alternativaà insulina regular convencional nes-te contexto. A insulina asparte induzmenos reacções imunológicasquando comparada à insulina NPH,regular ou à lispro. Os principais in-convenientes do uso desses análo-gos são o seu maior custo e a falta decobertura nos estados pós-pran-diais tardios (4 a 6 horas após as re-feições), necessitando frequente-mente de um aumento nas dosesdas insulinas basais. (15)
REFERÊNCIAS1-Hahr A.J. e Molitch M.E.. Optimizing Insulin The-rapy in Patients With Type 1 and Type 2 DiabetesMellitus: Optimal Dosing and Timing in the Outpa-tient Setting. Disease-a-Month, 2010, vol. 56,pp.148-162.2-Peyrot, M. et al.. Resistance to Insulin TherapyAmong Patients and Providers – Results of the cross-national Diabetes Attitudes, Wishes, and Needs(DAWN) study. Diabetes Care, 2005, vol. 28,pp.2673-2679. Disponível em: http://care.diabetes-journals.org/cgi/content/full/28/11/2673?maxtos-how=&HITS=10&hits=10&RESULTFORMAT=&searchid=1&FIRSTINDEX=0&sortspec=relevance&volume=28&firstpage=2673&resourcetype=HWCIT. Acesso em 29 de Agosto de2006.3-Nathan, D.M. et al.. Management of Hyperglyce-mia in Type 2 Diabetes: A Consensus Algorithm forthe Initiation and Adjustment of Therapy - A Con-
sensus Statement from the American Diabetes As-sociation and the European Association for the Stu-dy of Diabetes. Diabetes Care, 2006, vol. 29, pp.1963-1972. Disponível em:http://care.diabetesjournals.org/cgi/re-print/29/8/1963. Acesso em 10 de Outubro de 2006.4- Vardi M., Jacobson E., Nini A. and Bitterman H.,Intermediate Acting Versus Long Acting Insulin forType 1 Diabetes Mellitus. Cochrane Database ofSystematic Reviews, 2008, n.º 3, artigo CD006297.DOI: 10.1002/14651858.CD006297.pub25- Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVI-SA), Insulina Glargina e Insulina Detemir no Con-trole da Diabetes Mellitus Tipo 1. Boletim Brasileirode Avaliação de Tecnologias em Saúde (BRATS),Ano V, Dezembro de 2010, n.º 13. Disponível em:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ct/pdf/brats2010_n13.pdf. Acesso em: 04 de Janeiro de 2011.6- American Diabetes Association. Standards ofMedical Care in Diabetes – 2011. Diabetes Care,2011, vol. 34, supl. 1, pp.11-61.7- Oikine, R. et al.. A Critical Appraisal of the Role ofInsulin Analogues in the Management of DiabetesMellitus, Drugs, 2005; vol. 65(3), pp.325-340.8- Dunn, C.J. et al.. Insulin Glargine. An Updated Re-view of its Use in the Management of Diabetes Mel-litus. Drugs, 2003, vol. 63(16), pp.1743-1778.9- Riddle, M. et al., The Treat-to-Target trial: rando-mized addition of glargine or human NPH insulinto oral therapy of type 2 diabetic patients. DiabetesCare, 2003, vol. 26 (11), pp. 3080-3086.10- De Leeuw, I. et al.. Insulin detemir used in basal-bolus therapy in people with type 1 diabetes is asso-ciated with a lower risk of nocturnal hypoglicaemiaand less weight gain over 12 months in comparisonto NPH insulin. Diabetes Obesity and Metabolism,2005, vol. 7(1), pp.73-82.11- Anderson, J.H. Jr, Brunelle R.L.. Koivisto V.A. etal.. Reduction of Postprandial Hyperglycemia andFrequency of Hypoglycemia in IDDM Patients onInsulin-Analog Treatment. Diabetes, 1997, vol. 46,pp.265-70.12- Plank J., Wutte A., Brunner G., et al.. A DirectComparison of Insulin Aspart and Insulin Lispro inPatients With Type 1 Diabetes, Diabetes Care, 2002,vol. 25, pp.2053-7.13- Anderson, J.H. Jr, Brunelle R.L.. Koivisto V.A. etal., Reduction of postprandial hyperglycemia andfrequency of hypoglycemia in IDDM patients on in-sulin-analog treatment, Diabetes, 1997, vol. 46,pp.265-70.14-Plank J., Wutte A., Brunner G., et al.. A directcomparison of insulin aspart and insulin lispro inpatients with type 1 diabetes. Diabetes Care, 2002,vol. 25, pp. 2053-7.15- Bolli G.B.. Physiological insulin replacement intype 1 diabetes mellitus. Experimental and ClinicalEndocrinology and Diabetes Journal, 2001, vol. 109,Supl. 2, pp.317- 332.
A Clidopa anunciou, este mês, a abertura dos seus ser-
viços a particulares. A decisão da clínica resulta dos
avultados investimentos efectuados em 2012 e 2013,
dotando-a das mais recentes tecnologias médicas.
Recorde-se que a Clidopa, uma clínica privada com
gestão profissional, fundada em Janeiro de 1996, tem
sede em Luanda, uma delegação na província do Zaire,
e presta assistência médica a cerca de 50 mil pessoas,
até agora principalmente de empresas petrolíferas e
corpo diplomático. Tem ao seu serviço cerca de 300
profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros,
técnicos e auxiliares, dos quais 90 por cento são de na-
cionalidade angolana. Um terço tem formação supe-
rior.
Esta prestigiada unidade de saúde angolana faz par-
te de seis organizações internacionais: OtherWays
(Paris), FEBP (Geneve), GTLC (Madrid), BID (Madrid),
World Confederation of Business (Houston) e Euro-
pean Society for Quality Research (ESQR), em Madrid.
Clidopa abre serviço a particulares
Há dez anos que actuamos nos sectores desaúde, higiene e beleza em Angola.
Com o Know How adquirido pela Neofarmaem Angola e a busca diária por qualidade nos produtos e serviços, conquistámos a Certificação da ISO 9001, em Outubro de 2009, e desde sempre somos referência
em processos de logística no país.
Possuímos parcerias maduras com grandes indústrias farmacêuticas em todo o mundo.
Estamos prontos para Servir!
16 CONSUMO SAUDÁVEL Janeiro 2014 JSA
O dicionário de direitos hu-manos, define a mediaçãocomo, “uma forma consen-sual de resolução de contro-vérsias, nas quais as partes,por meio de diálogo franco epacífico, têm a possibilida-de, elas próprias, de solucio-narem o seu conflito, con-tando com a figura do me-diador, figura terceira, im-parcial, que facilitará a con-versação entre elas”.A mediação possibilita a
transformação da “culturado conflito” em “cultura dodiálogo”, na medida em queestimula a resolução dosproblemas entre e pelas pró-prias partes. A valorizaçãodas pessoas é um ponto im-portante, uma vez que sãoelas os atores principais eresponsáveis pela resoluçãoda divergência.A relação de consumo
acontece quando existe in-teresse mútuo entre consu-midor (pessoa física ou jurí-dica a quem sejam forneci-dos bens e serviços ou trans-mitidos quaisquer direitos eque os utiliza como destina-tário final, por quem exerceuma actividade económicaque vise a obtenção de lu-cros) e o fornecedor (aqueleque fornece um produto ouserviço ao mercado de con-sumo). Por sua vez, um con-flito “é uma ocorrência si-multânea de, pelo menos,dois impulsos ou motivosincompatíveis, sentidos porum indivíduo. Assim sendo,verifica-se sempre que háuma situação em que ocorreuma oposição de forças deintensidade aproximada-mente igual”.* A mediação dos conflitos
na relação de consumoacontece quando existe in-teresse das partes desavin-das em resolver pacifica-mente o diferendo, quer se-jam, países, grupos econó-micos, pessoas singulares,famílias ou outros. Na relação de consumo,
o conflito ocorre quandouma ou mais partes sente oseu interesse prejudicado.Os “contendores”, na tenta-
tiva de vencer a “disputa” deforma pacífica, recorrem auma instituição ou especia-lista na área. Tudo isso como objectivo de encontraruma solução pacífica, ba-seada no diálogo aberto efranco, nas evidências, semdescurar a legislação exis-tente e os factos materiaiscomo documentos/com-provativos e/ou testemu-nhas ou provas entre outros.É importante lembrar queda instituição mediadora,ou mediador (a), é esperadoum trabalho voluntário,postura ética e isenta, demaneira que o processo re-sulte credível para as partes.
O papel do mediadorO mediador auxilia na
construção de um diálogoeficaz, ponderado e satisfa-tório.As partes interessadas na
mediação devem acordarsobre as regras do processode mediação, assim comofazer chegar a comunica-ção a outros interessa-dos, ou público emgeral, se for neces-sário. Devem igual-mente concordarsobre o desfechodo assunto e chegar aacordo. É importantenotar que todos os deta-lhes da mediação, de umaou de outra forma, podeminfluenciar no bom anda-mento do processo. Porexemplo, o respeito a legis-lação existente, testemu-nhos, tempo de resolução deconflitos e suas decisões, etc.O mediador não deve tomardecisões, mas as partes de-vem chegar a conclusões.Os conflitos na relação de
consumo abrangem váriasáreas da vida social onde ha-ja consumo. Tais conflitossão eminentes na idade con-temporânea. Pois com os ní-veis de industrialização e ainevitável globalização, vi-vemos num mundo de con-sumo, com interesses algoantagónicos, que, mal geri-dos, podem ser responsá-veis pela perda de vidas hu-manas. As Nações Unidas,governos e associações re-gionais, aprovam periodica-mente diplomas legais quefortificam as políticas públi-cas para áreas sensíveis davida social como a saúde. Amediação de conflitos naárea da saúde, ambiente ecomércio obedece aos mes-mos critérios e enquadra-sena relação de consumo. Os
consumidores devem gerirseus conflitos na base dosserviços disponíveis no país,numa estreita e oportuna re-lação com os órgãos admi-nistrativos e de justiça. A salade mediação dos conflitosna relação de consumo dis-ponível peloINA-DEC éumes-
paço de suma importânciapara um país como Angola,em crescimento económicoacelerado.
NotasLei 15/03 – lei de Defesa do Consu-midorGARCIA, Leonardo de Medeiros.Direito do Consumidor. Ed. JusPodivm, 6ª ed. 2012. P. 11 a 42.* In Infopédia [Em linha].Porto: Porto Editora,2003-2014.SALES, Maiade Morais
Dicionário de direitos Humanos: C:\Users\suporte\Desktop\INA-DEC\Dicionário de Direitos Huma-nos Mediação de confli-tos.mht
A importância da mediação de conflitos na relação de consumoNo presente artigo, preten-
demos fazer uma breve in-
cursão na importância da
mediação de conflitos na re-
lação de consumo, seus bene-
fícios para os cidadãos e suas
regras, já que é um meio mui-
to recorrido na resolução e
prevenção de conflitos, quer
políticos, quer sociais e eco-
nómicos.
INADEC inaugura sala de mediação de conflitosA Ministra do Comércio, Rosa Pacavira,inaugurou, este mês, a sala do INADECde mediação de conflitos na relação deconsumo. Um acto de suma importân-cia para a vida dos consumidores e ven-dedores de bens e serviços em Angola.O espaço é único no país. Oferece confor-to, dispõe de advogados competentes, ga-rante sigilo profissional, autonomia aoscontendores, estimula o diálogo franco,aberto, e confiança à instituição. Visa no-bres objectivos, nomeadamente: dimi-nuir o volume de processos do poder ju-diciário; aumentar a celeridade na reso-lução dos conflitos de consumo; reduziro desgaste emocional e do custo financei-
ro das partes; melhorar a facilidade de co-municação entre consumidor e vendedorde bens e consumo, assim como a melho-ria e maior harmonização dos relaciona-mentos interpessoais. Esta realidade con-tribui para a melhoria da qualidade de vi-
da dos angolana. Ao acto, estiveram presentes distintas fi-guras do seu pelouro como o secretário-geral, Barroso António, os directoresHenrique Barbosa, Gilberto Dilo, a direc-tora-geral e adjunto do INADEC, respec-tivamente, Paulina Semedo e Bendinhode Freitas, entre outras individualidades. Recorde-se que o INADEC trabalha nadefesa dos direitos do consumidor há,sensivelmente, 16 anos. Desde o seu sur-gimento, entre outras tarefas, praticousempre a mediação na relação de consu-mo. É, actualmente, a única instituição dogénero nos países africanos de língua ofi-cial portuguesa (PALOP).
“Omediadorauxilia na
construção de umdiálogo eficaz,ponderado esatisfatório”
18 saÚDe Mental Janeiro 2014 JSA
— Que objectivos justificam acriação deste hospital? — São essencialmente do foroassistencial. O nosso problemaprincipal é com a população penalque, na fase pré-sentencial ou pós-sentencial, apresente alterações decomportamento ou do foro psi-quiátrico. O hospital surge paradar resposta a essa demanda depacientes privados de liberdade eque apresentam alterações decomportamento. Por outro lado,objectivamos a prestação da assis-tência médico-legal aos órgãos depolícia, aos órgãos da Procurado-ria e aos tribunais, do ponto de vis-ta forense. Vamos realizar períciasforenses quando nos forem solici-tadas. Também temos comoorientação do nosso órgão central,que é a Direcção dos Serviços Pri-sionais, dar formação e treina-mento em Psiquiatria a enfermei-ros, a médicos não especializadose a terapeutas ocupacionais. — Como está funcionalmenteestruturada esta unidade? — Estamos na fase inicial mastemos todas as condições criadaspara começar a internar os primei-ros pacientes. Temos 60 leitos pre-parados, existe uma área adminis-trativa que dá suporte à instituiçãoe a área técnica, composta por mé-dicos psiquiatras, psicólogos clíni-cos, terapeutas ocupacionais e as-sistentes sociais. Temos tambémuma área dedicada aos aspectospenitenciários, que dá apoio à po-pulação penal e responde pela se-gurança prisional e controlo penal. — São muitos os reclusos queprecisam de apoio psiquiátrico? — Sim. São muitos a nível deLuanda e de todo o país. Daí a ne-cessidade deste hospital de refe-rência. Há sobrelotação prisional.Há cadeias que estão dotadas paraxis reclusos e têm o dobro. Isso, porsi só, já cria condições para que aspessoas desencadeiem alterações
de comportamento. Por outro la-do, também constatamos que hápessoas que entram em choquecom as normas sociais e moraispor serem já portadoras de trans-tornos mentais. Por isso, pensa-mos que, com o nosso apoio, so-bretudo com as perícias que vãoser feitas aqui, vamos conseguirdestrinçar o doente mental do cri-minoso. O lugar do doente mentalé no hospital e o lugar do crimino-so é na cadeia. Este é também ummotivo (se não o maior) que justi-fica e dá importância à existênciadeste hospital. — Quais são os principaisproblemas psicológicos que osreclusos apresentam? — São de toda a índole. Não diferemuito das patologias que apresen-tam os outros doentes não priva-dos de liberdade. Temos, porexemplo, muitos quadros psicóti-cos, esquizofrenias, transtornos bi-polares, transtornos de adição(drogas e álcool) e muita epilepsia.Temos muitos doentes epilépticosa fazer terapia nas nossas cadeias. — Acha que estes transtornos éque levam os indivíduos a come-terem crimes? — Acredito que seja a falta deassistência ao doente mental que,muitas vezes, está na base doscomportamentos que colidemcom a lei por parte destas pessoascom transtornos. Se nós tivésse-mos uma rede de cuidados de saú-de mental comunitária distribuídapelas províncias, muitas dessaspessoas não viriam cá parar, prin-cipalmente aquelas que, a olho nu,não conseguimos ver que são por-tadoras de transtornos mentais.Assim sendo, nós temos tambémcomo objectivo, a partir daqui des-te hospital, criar uma rede de cui-dados de saúde mental peniten-ciários, dar formação numa pri-meira fase a enfermeiros e come-çar a instalar núcleos de saúdemental nas principais penitenciá-rias do país. Julgo que ao nível doMinistério da Saúde também al-guns passos foram dados. Sei que
já há psiquiatras no Huambo e naHuíla já se fala em psiquiatrias co-munitárias. Acredito que só assimvamos conseguir debelar grandeparte dos problemas que encon-tramos no sistema penitenciário,no que tange à saúde mental dosreclusos. — Como é que o vossotrabalho é recebidopelos reclusos? — Na verdade,
este tipo de cuidados não come-çou a ser prestado agora. Há unsbons anos que temos dado assis-tência psico-social aos reclusosnas principais cadeias do país. Na-turalmente, eles mostram-se satis-feitos porque sentem o nosso cari-nho e vontade de ajudá-los, sen-tem a nossa preocupação com osseus problemas psicológicos,emocionais e sociais. Com estehospital eles vão sentir-se muitomelhor porque temos condiçõesde acomodação, condições paratratar e para reabilitar, que vão, emgrande parte, satisfazer as necessi-dades destes reclusos. — Falou em condições. Comoestão em termos de assistênciamedicamentosa? — Hoje, a psiquiatria éessencialmente apoiada pela psi-co-farmacologia. Temos agentespsicotrópicos. Recebemos o pri-meiro lote e aguardamos a chega-da do segundo. Do ponto de vistade fármacos estamos bem. Os psi-cólogos clínicos também vão tra-balhar com esta população. Quan-to a recursos terapêuticos, até estemomento, as coisas estão bem en-caminhadas. — Qual é o papel da família nesteprocesso? — A família sempre jogou umpapel muito importante em todosos momentos e aqui não é diferen-te. Daí a necessidade de termosaqui também o assistente social. Éo profissional que vai estabelecer aponte entre o recluso-doente e a
família, entre o recluso-doente e aProcuradoria ou órgãos de polícia.O assistente social sabe como en-volver a família em todo o processoterapêutico. — Como explica os casos depessoas que justificam a sua ac-ção criminosa com uma supostaperturbação mental? — Já nos temos debatido comvários problemas de simulação. Apsiquiatria forense está dotada demeios para aferir quando se tratade uma simulação ou dissimula-ção. Existem técnicas para distin-guir os dois casos. Isso não nospreocupa. Aliás, todas as vezes queindivíduos apresentam este com-portamento, nós temos consegui-do identificar e os procedimentoslegais são activados de imediato.Não é o indivíduo que afirma terproblemas. Não lhe basta dizerque é portador de transtornos epor isso cometeu o crime. Nós, psi-quiatras forenses, é que provamose documentamos se a pessoa éportadora de transtornos mentais. — As pessoas que trabalham nascadeias são atingidas emocional-mente pela convivência com estetipo de reclusos-doentes. Comoé que os agentes ou técnicos de-verão lidar com isso? — Esta é uma área nova para osfuncionários dos serviços prisio-nais ou penitenciários mas, para li-dar com toda esta situação, vamosdar formação básica sobre psi-quiatria, para que eles possam me-lhor ajustar-se às necessitadas detratamento especial destes reclu-sos. — Quanto aos crimes passionais,como é que podem ser tratados eprevenidos? — As pessoas que cometemcrimes passionais, são pessoas im-putáveis, são responsabilizadas doponto de vista judicial pelo crime.A nossa função é provar a eventualexistência de algum afecto intenso
que impedisse o indivíduode reconhecer a ilici-
tude do acto pra-ticado.
Pela saúde mental de quem está em conflito com a leiMara Mota
a presença de pacientes comtranstornos mentais em prisõesnão apenas lhes retira o direito acuidados e tratamento mas tam-bém os conduz a possíveis maus-tratos e estigmatização.para garantir melhores condiçõesde assistência a este tipo de reclu-sos, foi inaugurado, a 23 de De-zembro de 2013, o primeiro Hos-pital penitenciário psiquiátricoem angola.o Jornal da saúde foi ao encontrodo director, o médico rui pires,para saber como é que a institui-ção está preparada para estegrande desafio.
Hospital penitenciário psiQuiátrico
rui pires “o lugar do doente mental é no hospital e o lugar do criminoso é na cadeia”
Qual é o perfil do criminoso com
distúrbios mentais?
“Aparentemente, é uma pessoa
normal. Um doente bipolar na fa-
se maníaca torna-se expansivo e
verborreico, fica inquieto, tem
comportamentos e atitudes que,
às vezes, ferem a moral pública.
Esse indivíduo, na rua ou em casa,
por conta do comportamento
agressivo que pode apresentar, se
agredir alguém, for detido pela
polícia e encaminhado para as
instâncias prisionais, torna-se
nosso paciente.
Há sobrelotação prisional:cadeias que estão dotadas para xis reclu-
sos e têm o dobro. isso, por si só, já criacondições para que as pessoas desenca-
deiem alterações de comportamento.por outro lado, também se constata quehá pessoas que entram em choque comas normas sociais e morais por serem já
portadoras de transtornos mentais
19publicidadeJSA Janeiro 2014
20 COngreSSOS Janeiro 2014 JSA
“Trata-se de uma ocasião ímpar,onde os médicos do país se reúnemno mesmo espaço para trocar expe-riências, debater e dar contribui-ções aos planos que estão em cursona área da saúde”, afirma, em entre-vista ao Jornal da Saúde, o bastoná-rio da Ordem dos Médicos de Ango-la, e presidente do Congresso, Car-los Alberto Pinto de Sousa. “Preten-demos discutir os mais recentesavanços no conhecimento da saú-de, em particular da medicina, e tro-car experiências entre os médicosnacionais e estrangeiros no sentidode transformarmos as experiênciasde vida nos diferentes contextos emganhos de saúde e, particularmen-te, da saúde da nossa população”.
As três linhas de força do CongressoSegundo Pinto de Sousa “foi de-
lineado um programa que abordatrês grandes linhas de força do Pla-no Nacional de DesenvolvimentoSanitário: a operacionalização daprestação de cuidados de saúde anível comunitário e em cada umdos três níveis da pirâmide de pres-tação de cuidados; o aperfeiçoa-mento da organização, gestão efuncionamento do Sistema Nacio-nal de Saúde, através da afectaçãodos recursos necessários e da adop-ção de normas e procedimentosque proporcionem o aumento da
eficiência, da qualidade e dos valo-res éticos ínsitos no Sistema Nacio-nal de Saúde; e a participação natransformação das determinantessociais da saúde e a promoção deparcerias nacionais e internacio-nais, em prol da redução da morta-lidade materna e infantil e dos pro-gramas de combate às grandes en-demias”.
As conferências, simpósios e mesas redondasO Congresso apresentará quatro
grandes mesas redondas, designa-damente sobre organizac a o dos
servicos de sau de – a municipali-zacao, a diminuicao das assimetriasda prestacao de cuidados de saudee inserc ao na rede de cuidados –,saúde e cidadania, o estado da artemédica e empreendedorismo einovação. As conferências “serão 20sobre temas clínicos, de gestão e ad-ministração, além de oito simpó-sios, 43 temas livres e 34 cursos pré-congresso que iniciaram já no dia21, muito concorridos aliás. De sa-lientar as conferências de aberturae encerramento, proferidas, respec-tivamente, pelos senhores ministroda Saúde e secretário de Estado daSaúde, sobre o Plano Nacional deDesenvolvimento Sanitário e sobreo Plano Nacional de Desenvolvi-mento dos Recursos Humanos”.
Mas as não estarão apenas mé-dicos. “Convidámos especialistasde áreas afins, como sociólogos, psi-cólogos, jornalistas”. De destacartambém a homenagem que seráfeita a médicos nacionais que com-pletaram 25 anos ao serviço da me-dicina. “São muitos anos de traba-lho”, garante Pinto de Sousa.
Para encerramento, realiza-se aIV Gala do prémio de investigaçãobiomédica que vai galardoar os mé-dicos que se dedicaram à investiga-
ção científica no ano de 2013.
Feira Médica Hospitalarcom 20 paísesPor sua vez, a 2ª edição da feira
Médica Hospitalar apresenta asinovações no domínio das tecnolo-gias, ciência, equipamentos, medi-camentos e dispositivos. Constituiuma oportunidade para os médicosse actualizarem em termos de avan-ços tecnológicos e trocarem expe-riências com os fornecedores destemateriais, para que se criem laçosde cooperação e proximidade. Ocertame alberga 145 expositores(directos e indirectos), de 20 países.
“Quem sai a ganhar é a saúdedos angolanos”, conclui Pinto deSousa..
“Queremos que os debates e a troca de experiências resultem em ganhos de saúde para a nossa população”Nos dias 24 e 25 de Janeiro, sob o le-ma “O Compromisso dos Médicosno Âmbito do Sistema Nacional deSaúde – Um Imperativo Ético,Constitucional e Social”, realiza-se,em Luanda, o maior evento interna-cional na área da saúde. O IX Con-gresso Internacional dos Médicosem Angola vai congregar cerca de1200 médicos de todo o país e maisde 60 convidados estrangeiros, en-tre cientistas, professores universi-tários e investigadores.
Bastonário e Presidente do Congresso, Pinto de Sousa
O Congresso em números
Participantes: ....................1.200
Conferências: ........................20
Temas livres: ..........................43
Simpósios: ................................8
Cursos: ....................................34
Expositores: .........................145
Países representados: ..........20
21publicidadeJSA Janeiro 2014
Certifique-se de que o preço afixado é o que vai pagar;Leia atentamente o rótulo e toda a informação relativamente ao produto. É muito importante;Toda a informação sobre o produto ou serviço deverá estar em língua portuguesa;Tenha em atenção as datas de produção e caducidade, para sua segurança;Verifique sempre a apresentação comercial do produto ou bem adquirido.Não deve estar danificado ou ter amolgadelas,Na compra de electrodomésticos, ou qualquer outro bem duradouro, solicite a garantia por escrito e teste-o sempre que possível, no estabelecimento comercial, antes de efectuar o pagamento;Verifique sempre a sua factura para se certificar daquilo que realmente pagou e conserve-a para o caso de reclamação;Reclame e denuncie sempre que necessário for: é um direito e dever do consumidor.
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26 Janeiro 2014 JSA
A plataforma informática uIN dá substância ao “Processo Clínico Electrónico”, um repositório dinâmico dos dados relativos à saúde de cada cidadão
O gerador atmosférico de água captaa humidade do ar e transforma-a emágua pura, saudável e altamente oxi-genada. No processo de remoção dehumidade, o ar exterior é desidratadoe refrigerado o que faz com que seja oideal para funcionamento em am-bientes internos. O sistema usadoserve para diversas finalidades: fazerágua, tirar humidade do ar, purificaro ar interno.
De acordo com o responsável co-mercial da empresa, Caetano Baptis-ta, o sistema compacto é ideal parautilização doméstica, hotéis, escolas,edifícios comerciais, conjuntos resi-
denciais, hospitais e aplicações mu-nicipais.
Segundo Caetano Baptista “o ge-rador de água é uma máquina quefunciona através da temperatura. Is-to significa que depende do nível dehumidade do ar e da temperatura pa-ra produzir a água. O nível de humi-dade ideal deve ser de pelo menos55% para se conseguir o melhor de-sempenho. Mas mesmo em locaiscom baixo nível humidade, a máqui-na produzirá água, embora não tãorapidamente. A temperatura ideal é30º ou superior. Travessa Almeida Garret, 5º - 13,Vila Alice, Luanda - Caetano Bap-tista Tel.: 945 625 066 E-mail: [email protected]
A partir da humidade do arMáquina que produz água pura já disponível em AngolaUma máquina capaz de produzir até30 litros / dia de água pura para beberjá está disponível no mercado angola-no, pela mão da empresa especializa-da Energia e Luz. O Instituto Nacionalde Saúde Pública, do Ministério daSaúde, analisou uma amostra da águae não tem dúvidas: “É própria para oconsumo humano”.
INOVAÇÃO
TICs para a saúde na Médica HospitalarO cheque-saúde, o processoclínico electrónico do utentee as aplicações informáticasde gestão são exemplos docontributo dos sistemas deinformação para a melhoriada prestação de cuidados desaúde, no âmbito da rede deatenção à saúde dos cidadãose comunidades, apresenta-dos pela empresa XPLOR-ITpresente na feira MédicaHospitalar.
A XPLOR-IT é uma em-presa de tecnologias de infor-mação e comunicação queanalisa, desenvolve, imple-menta e suporta soluções in-formáticas, reunindo com-petências técnicas nas váriasáreas: estratégica, funcional eoperacional. Graças à expe-riência dos seus accionistas ecolaboradores em diversossectores, e parcerias estraté-gicas, a empresa apresentaum portefólio integrado deprodutos e serviços de valoracrescentado multidimen-sional único.
Visando a promoção daexcelência dos serviços desaúde, a XPLOR-IT Saúde ac-tua em três dimensões: Saú-de Para Todos, Saúde em Re-de e Gestão na Saúde.
As soluçõesA área Saúde Para Todos
visa aproximar os prestado-
res de cuidados de saúde doscidadãos e comunidades econtribuir para a resoluçãode assimetrias no acesso aserviços de saúde. Apresen-tam soluções que dão supor-te às políticas de equidade noacesso a cuidados de saúde,reduzindo o custo da sua im-plementação e optimizandoo retorno do investimentopúblico.
As soluções Saúde em Re-de visam a partilha de infor-mação de saúde em rede,aumentando a disponibili-dade e utilidade dos dadospara o prestador de cuida-dos de saúde, permitindo aocidadão consultar e gerir oacesso à informação de saú-de que lhe diz respeito. Aplataforma informática uINdá substância ao “ProcessoClínico Electrónico”, um re-positório dinâmico dos da-dos relativos à saúde de cadacidadão.
A área de Gestão na Saúdesuporta a gestão estratégicade organizações da saúdeem busca da excelência ope-racional. Engloba aplicaçõesinformáticas que focam a ra-cionalização de meios, re-cursos, custos e investimen-tos, a optimização da cadeiaprodutiva, suprimentos eoperações, e a monitoriza-ção e análise da actividade.
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28 RESPONSABILIDADE SOCIAL Janeiro 2014 JSA
Ao fim de sete anos, o paíspassou a dispor de cerca de100 técnicos altamente qua-lificados, o curso passou amestrado e os próprios do-centes angolanos da UANestão hoje mais bem prepa-rados nesta área específicade importância estratégicapara o país. “As instituiçõespúblicas e as empresas pe-trolíferas empregam hoje es-tes técnicos angolanos espe-cializados nos seus departa-mentos jurídico, de procure-ment e de contratos, graçasao programa de pós-gradua-ção”, assegura-nos Adalber-to Fernandes, responsávelda BP Angola pelo lança-
mento e gestão do progra-ma. Actualmente, diz-nos,“muitos são altos quadrosem escritórios de advoga-dos, petrolíferas, Ministériodos Petróleos, Finanças, nasAlfândegas, etc.”.
Breve históriaA BP Angola dispunha de
um protocolo que apoiavaas áreas de engenharia eciências da UAN. Contudo,detectou a necessidade deinvestir também no direitodo petróleo, uma lacuna sé-ria num país cujas receitasprovêm basicamente da ex-portação desta matéria-pri-ma. “No início, a intenção
era apenas de incluir umacadeira no curso de licencia-tura. Mas rapidamente con-cluiu-se que seria melhoruma pós-graduação em di-reito de petróleo e gás. A BPAngola contratou consulto-res académicos que traba-lharam com a Faculdade deDireito, conceberam o pro-grama e este arrancou”, ex-plica-nos Adalberto Fernan-des.Foram realizados quatro
cursos de pós-graduação,com o apoio pedagógico deprofessores brasileiros e daUniversidade de Houston,nomeadamente em 2007,2009, 2011 e 2012. Em 2013,
transformou-se num mes-trado em direito do petróleoe gás e administração, com aduração de dois anos. O curso inclui um vasto
espectro de módulos, in-cluindo ética e transparên-cia, direito comparado – on-de os estudantes aprendemcomo são feitos os contratosem Angola, EUA, Brasil, Por-tugal,... –, redacção de con-tratos, direito angolano depetróleo e gás – onde ficama saber, por exemplo, comose estrutura um Joint Opera-ting Agreement (JOA), ouum Production Share Agree-ment (PSA), entre outros –,introdução à indústria de
petróleo e gás – desde o pro-cesso de pesquisa, drilling,avaliação, desenvolvimento,refinação, produção, venda,à exportação, transporte, en-fim todo o ciclo. Com fre-quência realizam-se, tam-bém, conferências, abertas àcomunidade, sobre transpa-rência e ética nos negócios.A BP Angola previu, ini-
cialmente, 2,3 milhões dedólares para financiar trêsedições do programa e pres-tou uma assistência técnicasignificativa, O financiamen-to foi subsequentemente re-forçado para cobrir o progra-ma de Mestrado (LLM/MBA) em Direito de Petróleoe Gás e Administração.Aproveitando o sucesso
do programa, a Faculdadede Direito da UAN consti-tuiu, entretanto, o Centro deEstudos Jurídicos, Económi-cos e Sociais, coordenadapor Neto Sambo, agora res-ponsável pelo funciona-mento do programa de Mes-trado. Esta iniciativa rece-beu também apoio financei-ro e técnico da BP Angola.
“O LLM é um curso de ele-vada qualidade no país, oqual conta com o contri-buto de profissionais, en-tre nacionais e estrangei-ros, com 20 ou mais anosde experiência no ramo daindústria petrolífera”, as-segurou, em entrevista àredacção, uma ex-alunadesta pós-graduação e ac-tual conselheira jurídicada BP Angola, RossanaSantos
— Porque fez o LLM? — A principal razão que melevou a inscrever no LLM foio facto de trabalhar comoconselheira jurídica numaempresa petrolífera, paraalém do gosto em aprendersempre mais. O "saber" de-finitivamente não ocupa lu-gar.Terminei em 2012.—Qual o balanço que faz?— O curso foi muito bemorganizado em diferentesmódulos, abrangendo des-ta forma os tópicos essen-ciais relacionados com opetróleo e gás em geral. Osmódulos foram ministra-dos por diferentes professo-res, de acordo com as suasespecialidades. Participa-ram do cursos vários pro-fessores convidados de di-
ferentes países, o que per-mitiu uma dinâmica bas-tante interessante e multi-cultural. — Qual a importância pa-ra a sua carreira?— O LLM foi de extremaimportância para a minhacarreira, pois, como referi,trabalho no departamentojurídico de uma empresapetrolífera, estando emcontacto directo com as-suntos relacionados comesta indústria. O LLM per-mitiu-me ter uma visãomais abrangente da indús-tria, e ajudou-me a enten-der melhor o seu contexto.Por exemplo, na execuçãodo meu trabalho, tenho porvezes a necessidade de revi-sitar módulos ministradosno LLM.—E para Angola? — O LLM é um curso de ele-
vada qualidade no país, oqual conta com o contribu-to de profissionais (nacio-nais e estrangeiros) com 20ou mais anos de experiên-cia no ramo da indústriapetrolífera. O LLM já fazparte há alguns anos docurrículo académico da Fa-culdade de Direito da Uni-versidade Agostinho Neto,o que contribui positiva-mente para a melhoria e di-versidade do ensino supe-rior, sendo um curso ímparem Angola. Muito emborafosse dedicado ao direito dopetróleo e do gás, fizeramparte do 3.º Curso que fre-quentei, não apenas juris-tas e advogados, mas tam-bém engenheiros, econo-mistas e até uma psicóloga.Significa dizer que profis-sionais de diversas áreaspoderão beneficiar do LLM.
Pós-graduação em direito de petróleo e gás forma especialistas que beneficiam a indústria e o Estado angolano Rui MoReiRa de Sá
A BP Angola iniciou, em 2007,
um programa de apoio à Fa-
culdade de Direito da UAN
para a criação de um progra-
ma de pós-graduação (LLM)
em direito de petróleo e gás.
O objectivo consistia em for-
mar profissionais angolanos
para servir adequadamente
os interesses da indústria pe-
trolífera e do Estado angola-
no, afim de tornar os contra-
tos de partilha de petróleo
benéficos para todos.
Boas práticas
Conselheira Jurídica da BP, Rossana Santos
Como se formam quadros úteis às empresas e ao país
“O LLM é um curso de elevada qualidade”
“Sou técnico na DirecçãoNacional de Impostos doMinistério das Finanças.Toda a minha carreiraprofissional foi na área dodireito fiscal. No LLMaprendi matérias parale-las que fizeram com que eucompreendesse melhor odireito fiscal petrolífero”,assegura, em entrevista aoJornal da Saúde, SaydiHenda, aluno do primeirocurso do LLM. Para estequadro, o LLM “especiali-zou mais angolanos em Di-reito do petróleo e do gás, oque fez com que o país setornasse tecnicamentemais rico e autónomo”.
— Quais as razões que o le-varam a fazer o LLM?Quando terminou?— Tendo em conta a minhaformação académica e pro-fissional era necessário fazerum curso que pudesse con-solidar estas duas realidades.O LLM funcionou como a ce-reja num delicioso bolo. Istoé, consolidou os meus co-nhecimentos práticos, deucientificidade aos meus co-nhecimentos teóricos e au-mentou a minha paixão portributação de petróleos. Fuifinalista, com êxito, do 1º cur-so do LLM, ministrado pela
Universidade Agostinho Ne-to, no ano lectivo 2007/2008.— Qual a sua opinião sobreo curso?— O curso foi muito bemconcebido e ministrado porprofessores conceituados ecom grande prestígio inter-nacional. A organização docurso conseguiu juntar umbom leque de alunos, comvárias experiências profissio-nais, e um conjunto de pro-fessores que transcenderamas expectativas e deram res-posta à elevada necessidadeque havia em Angola de umcurso sobre petróleo e gás.— Qual a importância dasua frequência para a suacarreira profissional?Enquanto profissional, soutécnico de impostos da Di-recção Nacional de Impostosdo Ministério das Finanças.Toda a minha carreira profis-
sional foi na área do direitofiscal. No LLM aprendi maté-rias paralelas que fizeramcom que eu compreendessemelhor direito fiscal petrolí-fero. Era como se eu tivesseacesso à floresta e deixasse devisualizar somente algumasárvores. — E para o país e quadrosangolanos em geral?— Ao longo de todas as edi-ções do LLM, mais angola-nos especializaram-se emDireito do Petróleo e do Gás,o que faz com que o país setornasse tecnicamente maisrico e autónomo. Finalmen-te, gostaria de destacar duasfiguras que, na minha pers-pectiva de estudante, foramo suporte muito importantedo 1º LLM da UniversidadeAgostinho Neto: os licencia-dos Norman Nadorff e Car-los Feijó.
Ex-aluno Saydi Henda
“O LLM especializou angolanos em Direito do petróleo e do gás, o que tornou o país tecnicamente mais rico e autónomo”
29JSA Janeiro 2014 reSPonSaBilidade SoCial
Prioridade à Saúde Ocupacional
Encontros mensais, treinamentos corporati-vos e cursos de capacitação dos profissionaisde saúde dos contratos fazem parte do Progra-ma Integrado de Saúde da Odebrecht Angola.Desde 2011, a coordenadora da Saúde Ocu-pacional da empresa, Paloma Baiardi Gregó-rio, tem apostado na propagação da culturada prevenção das doenças ocupacionais e dosriscos de acidentes de trabalho como formade obviar a inexistência de cursos desta espe-cialidade nos centros académicos de Angola.Em Janeiro de 2013 teve início o I Curso de Ca-pacitação em Saúde Ocupacional, com dura-ção de nove meses e participação de 25 profis-sionais.
O Projeto de Implementação do Programade Ergonomia arrancou em Janeiro de 2013,envolvendo as equipas de Saúde e Segurançado Trabalho. O arranque deu-se com os pro-jectos PRP-Programa de Realojamento dasPopulações – Casa Zango, AHE Cambambê e
Desvio do Rio – AHE Laúca. Na segunda quin-zena de Fevereiro, a fisioterapeuta Cristina Lo-pes ministrou o módulo de Capacitação emErgonomia aos participantes no Curso de Me-dicina Ocupacional visando a actuação comeficácia na prevenção de doenças osteomus-culares e a promoção da qualidade de vida noambiente de trabalho.
Mexa-se, Estamos Juntos! O Programa deAlongamentos Preventivos: Mexa-se, Esta-mos Juntos! resultou de uma série de estudossobre as actividades laborais no âmbito doPrograma de Ergonomia. Cristina Lopes des-tacou as reacções positivas dos participantese lembrou que se pode “promover a qualida-de de vida com exercícios de baixa intensida-de e curta duração, que também auxiliam nalibertação de substâncias que promovem asensação de bem-estar. A resposta está nocorpo e o importante é evitar o sedentarismo.”
Saúde nas Aldeias privilegia criançasO Projecto Katata-Lôvua daOdebrecht Infraestruturalançou o programa Saúdenas Aldeias, em Agosto, nobairro Mbumba Tembo e es-tendeu-o aos restantes 27bairros da comuna do Lôvua(Lunda Norte). Virgínia Ma-chado Silva, responsável daárea social da Odebrecht,
conduz este programa sani-tário dirigido às comunida-des na área da educação epromoção da saúde com vis-ta à prevenção de doençasinfecciosas. Destaque para ahigiene infantil – ensinandocrianças a lavar as mãos e osdentes, por exemplo – e a dis-tribuição de kits de higiene.
Combate à Malária preocupaNa qualidade de mem-bro permanente do Fó-rum Nacional dos Par-ceiros Contra a Malária,a Odebrecht Angolacontribui directamentepara as iniciativas daComissão de Elabora-ção da Política Nacionalde Intervenção de BaseComunitária do Programa Nacional Contra a Malária, res-ponsável pelas directrizes para a resposta contra a doençaque mais vítimas fatais faz em Angola e causa um impactosignificativo no sector produtivo, colocando em risco o de-senvolvimento do país. A Odebrecht Angola promove pa-lestras regulares para os seus trabalhadores sobre esta te-mática.
Odebrecht aposta em Comité Empresarialpara reforçar luta contra o VIH e a Sida
Construtora atenta e empenhada nas metas estabelecidas pelo governoBREVES
Formação de
socorristas – O
projecto da Odebrecht
Cahata/Lóvua (Lunda
Norte), formou 24
socorristas para atender
situações de emergência
de colaboradores que se
encontrem distantes de
hospitais. Durante 8
horas (4 teóricas e 4
práticas), estiveram
envolvidos participantes
de todas as áreas da
construtora: produção,
engenharia,
administração, eléctrica,
equipamentos, social e
saúde.
Bwé Saúde – O
programa Chaleno
Kiambote, no projecto
Aproveitamento
Hidroeléctrico de
Cambambe da
Odebrecht, formou 28
agentes voluntários de
saúde para actuarem na
prevenção de doenças
como o HIV/Sida, malária,
tuberculose e diarreia nas
cidades de Cambingo,
Terra Nova, Massangano
e Kalenga. O programa
integra o projecto Bwé
Saúde.
Trânsito Seguro – Mais
de 50 voluntários
estiveram nas ruas de
Luanda e Ndalatando
(Kuanza Norte), em
Agosto, para sensibilizar
os utentes das vias
públicas (automobilistas e
peões) sobre os cuidados
a ter. Promovida pelo
Projecto Via Expressa da
Odebrecht Infraestrutura
e a Direcção Nacional de
Viação e Trânsito, em
colaboração com o INEA
– Instituto de Estradas de
Angola, a iniciativa
permitiu abordar cerca
de 20 mil utilizadores.
Projecto Zango - Em
Maio de 2013,
representantes das áreas
de saúde, segurança,
recursos humanos e
apoio social da
Odebrecht reuniram-se
com os inspectores de
saúde no Município de
Viana para trocar
informação necessária e
útil para o combate à
malária e ao dengue, que
têm significativas
repercussões no
absentismo.
Cancro da mama – A
área de saúde do
Projecto Via Expressa da
Odebrecht Infraestrutura
em Angola promoveu um
ciclo de palestras para
mulheres sobre o cancro
da mama, durante o mês
de Outubro de 2013.
Médicos ensinaram a
realizar o autoexame.
A Odebrecht apoiou a realizaçãode um Fórum Empresarial emJunho, em Luanda, para sensibi-lizar o sector privado a aderir aoComité Empresarial Contra oVIH e a Sida (CEC). A construto-ra partilhou a sua “ferramenta”empresarial para a manutençãoda saúde do trabalhador, redu-ção do absentismo e garantia daprodutividade: o Grupo de Aju-da Mútua (GAM). Marcus FelipeFernandes, director de Planeja-mento, Pessoas e Relações Insti-tucionais da Odebrecht reforçouo empenhamento da empresaem relação às metas estabeleci-das pelo governo angolano rela-tivamente ao VIH/Sida.
Em Outubro, o CEC promo-veu um almoço de trabalho emLuanda para debater questões
relacionadas com o controlo daepidemia em Angola, que con-tou com as presenças de MichaelSibidé, director-executivo daONUSIDA e subsecretário dasNações Unidas, de José Van-Dú-nen, ministro da Saúde, e Dulce-lina Serrano, directora do Insti-tuto Nacional da Luta Contra aSida. Desde 2002, a Odebrechttem apoiado e estimulado a pre-venção e o controlo do VIH/Sidaem Angola e Michael Sibidé rea-firmou 2015 como meta para ter“crianças a nascer sem sida”.
No Dia Mundial da Luta Con-tra a Sida (1 de Dezembro) maisde 500 trabalhadores das em-presas que integram o CEC par-ticiparam na Marcha de Solida-riedade. O bloco unificado foiencabeçado pela directora pro-vincial de Saúde de Luanda, Ro-sa Bessa.
Luís Medeiros
GARRAFAS PELO AMBIENTE.O Centro de Formação Acredi-tar PRP, no Zango 4, incluiuuma ideia inovadora e favorá-vel à preservação do meio am-biente no módulo específico dePedreiro: reutilizar garrafas deplástico, previamente enchi-das com areia, em substituiçãode blocos de concreto na cons-trução de uma espécie de pó-dio. O Acreditar Angola é umprograma de responsabilidadesocial da Odebrecht.
30 RESPONSABILIDADE SOCIAL Janeiro 2014 JSA
Medicina do trabalhoUma preocupação prioritá-ria da Chevron é a saúdeocupacional. O departa-mento médico, dirigido porAna Ruth Luís, tem 70 mil vi-sitas por ano em três clínicase nos seis postos de cadauma das plataformas da pe-trolífera. Por ano, cerca de 4mil testes de rotina a menosde 5 mil trabalhadores, in-cluindo os de Grupo de Ris-co que são obrigados a reali-
zar pelo menos um teste. No"laboratório" de Cabinda, aChevron foi a primeira em-presa angolana a fazer aAvaliação da CapacidadeFuncional através de um ro-bô operado por um médicoque monitoriza as frequên-cias cardíaca e respiratória,determinando os limites emque o empregado é capaz deexecutar as tarefas em segu-rança.
Yola Semedo dá a caraA cantora Yola Semedo foi o rosto decampanhas publicitárias pela Che-vron na luta contra o cancro da ma-ma e malária. No Dia Mundial daLuta Contra o Cancro de Mama, pa-trocinou anúncios colaborandocom a Fundação Mulheres ContraCancro da Mama ( FMCCM ) e como Centro Nacional de Oncologia.Uma sessão evocativa realizada nosalão multiuso do Tafe, em 31 deOutubro, contou com a presença dogoverno da província de Cabinda eum testemunho da presidente daFMCCM, Vanda Freire .
A prestigiada artista também rea-lizou a campanha "Combata a Ma-lária, Junte-se a Nós", que incluiu adoação de mosquiteiros à popula-ção, na cidade de Cabinda, no dia 25de Abril. A directora geral de Políti-cas, Relações Públicas, Governa-mentais e Médicas da Chevron,Vanda Andrade, lembrou que " amalária em Angola ainda é a princi-pal causa de morte."
Companhia petrolífera contribuiu fortementepara o desenvolvimento nos últimos 25 anos
O investimento da Chevron em programas sociais ultrapassa os 20 mil milhões de kwanzasBREVES
Suporte para
população
Inauguração de
postos de saúde (nas
aldeias de Mpuela e
Tungo no município
de Cacongo), sistemas
de água potável
(Tchiafi na
comunidade ), a
reabilitação de uma
escola (na aldeia
Futila), instalação de
postes com painéis
solares e doação de
medicamentos e
equipamentos para
análise clínica aos
centros de saúde fora
da cidade de Cabinda,
foram as formas
encontradas pela
Chevron e seus
parceiros do Bloco 0
para "contribuir para
o desenvolvimento
das áreas mais
remotas da província
de Cabinda", como
explicou a directora
de Políticas, Relações
Públicas,
Governamentais e
Médicas da Chevron,
Vanda Andrade.
Nestes projectos, a
Chevron - Cabinda
Gulf Oil Company
Limited, Sonangol,
Total e Eni Angola
Production Petroleum
investiram mais de
250 milhões de
kwanzas (cerca de 2,5
milhões de dólares).
Encontro
com estudantes
Estudantes de
Geociências da
Universidade
Agostinho Neto
(UAN) participaram
num seminário com
técnicos e diretores
da Chevron, em Julho,
por ocasião da Filda -
Feira Internacional de
Luanda, com o
objectivo de aprender
mais sobre suas
futuras profissões e
indústrias.
Expo Enfermagem
A Chevron esteve
presente na primeira
primeira exposição de
produtos, serviços e
equipamentos para a
prática de
enfermagem que
decorreu em paralelo
ao Congresso
Internacional da
Ordem dos
Enfermeiros, no final
de Novembro, no
Centro de
Conferências do
Futungo de Belas,
em Luanda.
O compromisso da Chevronem ajudar o povo angolanotem passado por uma abor-dagem abrangente para odesenvolvimento das comu-nidades, considerando osfactores de melhoria doacesso a necessidades hu-manas básicas e educaçãopara apoiar fontes sustentá-veis de renda, como a agri-cultura, a pesca e a criaçãode pequenas negócios.
No sector da saúde, aChevron tem investido naredução das principais cau-sas de doença e morte, espe-cialmente entre mulheres ecrianças. Entre os programasfinanciados estão as campa-nhas de promoção da saúdecom foco na prevenção outratamento de doenças co-mo a malária, HIV / SIDA, tu-berculose , poliomielite, can-cro de mama e anemia falci-forme.
Há 20 anos que a Chevronapoia o banco de sangue deCabinda, em particular nofornecimento de todos osequipamentos e consumí-veis médicos e na formação
dos profissionais da saúde.Só em 2012, através da
UNICEF, a Chevron e seusparceiros do Bloco 0 e Bloco14 doaram ao ministério daSaúde de Angola cerca de120 milhões de kwanzas(1,17 milhões de dólares) pa-ra financiamento de um pro-grama de combate ao vírusselvagem da poliomielite. Adoação beneficiou cerca demeio milhão de criançasmenores de cinco anos nasprovíncias de Cabinda, Lun-da Norte, Lunda Sul, Zaire,Uíge e Malanje.
Os investimentos emeducação também tiveramresultados significativos. Acompetição "Aprenda Brin-cando”, para a promoção da
aprendizagem fora da salade aula, envolveu mais de1.500 alunos em Cabinda emais de duas mil crianças de10 escolas públicas nas pro-víncias de Cabinda, Huam-bo e Luanda que participa-ram de um concurso de re-dação e escrita.
A Chevron e os seus par-ceiros financiaram a cons-trução de mais de 3 escolasprimárias em Cabinda, comuma capacidade conjuntapara 4 mil alunos, em 50 sa-las de aula.
Estas escolas têm trazidorecursos inovadores, nãovistos antes em escolas pri-márias em Cabinda, incluin-do 40 lugares com computa-dores, uma biblioteca equi-
pada, sala de primeiros so-corros , cafetaria, instalaçõesdesportivas polivalentes eum campo de futebol.
Promover o comérciomais sustentável e facilitar asrelações de longo prazo en-tre produtores, fornecedo-res, bancos, empresas deprocessamento e distribui-dores de culturas comerciaisde produção agrícola tam-bém tem sido preocupaçãoda Chevron, juntamentecom os programas de forma-ção e fornecimento de equi-pamentos para os pescado-res e comerciantes de peixeda província de Cabinda.
SegurançaApós a campanha nacio-
nal para a segurança rodo-viária realizada em 2012 emparceria com a Direcção Na-cional de Trânsito Rodoviá-rio, a Chevron doou 30 mi-lhões de kwanzas ( USD$300,000 ) para a aquisição de1.500 cadeiras de rodas e tri-ciclos para a Fundação Lwinique distribuiu às pessoas ne-cessitadas em todo o territó-rio angolano. A Chevrontambém doou cerca de 100milhões de kwanzas ( USD$1 milhão) para a aquisiçãode mais de 2.100 bicicletas eoutros equipamentos de se-gurança para os jovens emáreas rurais do Huambo eCabinda. Os acidentes rodo-viários são a segunda causade morte em Angola.
“Investimentos como o verificado na construção de um posto de saúde na aldeia de Tungo têm sido emblemáticos do esforço da
Chevron e dos seus parceiros do Bloco 0 na contribuição para o desenvolvimento das zonas mais remotas da província de Cabinda”
Luís Medeiros
A Chevron e os seus parcei-
ros de negócios investiram
mais de 20 biliões de kwanzas
(cerca de 210 milhões de dó-
lares) em projectos de apoio
à educação, saúde, desenvol-
vimento social e ambiental
de milhões de angolanos du-
rante os últimos 25 anos.
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