o castigo eterno a w pink

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  • 8/6/2019 O Castigo Eterno a W Pink

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    O CASTIGO

    ETERNOA. W. PINK

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    INTRODUO

    Nosso propsito agora escrever sobre uma das mais solenes verdades ensinadas na Palavra de Deus.E, antes de comear, voltamo-nos ao Senhor e ardentemente suplicamos a sabedoria e a graa de cujanecessidade sentimos aguda conscincia; suplicamos que o Senhor nos preserve de todo erro naquiloque vamos dizer, e que nada nestas pginas desagrade ao Santo, "de quem viemos e a quem servimos". Oh,que possamos escrever no esprito dAquele que disse: "Quem conhece o poder da tua ira? e a tua clera,segundo o temor que te devido?"(Sl 90.11).

    O assunto que vamos tratar precisa de nfase em nossos dias. Na grande maioria dos nossos plpitosnada se ouve sobre o assunto, e o fato de que ele tem to pouco espao na pregao moderna um sinal dostempos, uma das muitas evidncias de que a apostasia est s portas. bem verdade que h muitos que estoorando por um avivamento mundial, mas me parece que seria mais apropriado (e mais bblico) que se ore aoSenhor da seara que Ele levante e suscite obreiros que preguem sem medo e com fidelidade as verdadesque com certeza trariam um avivamento.

    Embora seja verdade que todo avivamento genuno procede de Deus, Ele no agecaprichosamente ao enviar os avivamentos. Estamos convictos de que Deus nunca abre mo dos Seus direitossoberanos de decidir quem e onde Ele vai abenoar conforme a Sua boa vontade. Mas tambm cremos que nesteassunto, como em qualquer outro, h uma conexo direta entre causa e efeito. E um avivamento o efeitode uma causa prvia. Um avivamento, como uma converso genuna, operado por Deus atravs daPalavra a Palavra aplicada pelo Esprito Santo, sem dvida. Por isso, necessria alguma coisa mais (de

    nossa parte) do que orao: a Palavra de Deus tem de receber um lugar, um lugar proeminente, o maisproeminente lugar. Sem isso, no haver avivamento, no importa quantas sejam as atividades e quovigorosas se mostrem as emoes.

    minha convico profunda que a coisa de que mais precisamos hoje uma ampla proclamao destasverdades que menos so aceitveis carne. Aquilo de que precisamos hoje uma exposio bblica docarter de Deus Sua absoluta soberania, Sua inefvel santidade, Sua justia inflexvel, Sua veracidadeimutvel. Aquilo de que precisamos hoje uma exposio bblica da condio do homem natural suadepravao total, sua insensibilidade espiritual, sua inveterada hostilidade contra Deus, o fato de que ele "j estcondenado" e que a ira de um Deus que odeia o pecado paira agora mesmo sobre ele. Precisamos hoje de uma exposio bblica do alarmante perigo em que os pecadores se encontram a terrvel eindescritvel maldio que os aguarda, o fato de que se eles avanarem um pouco que seja na direo emque andam, eles com certeza sofrero a devida retribuio das suas iniqidades. Precisamos hoje de umaexposio bblica da natureza dessa punio que aguarda os perdidos quo terrvel essa punio , adesesperana dessa punio, quo insuportvel ela , que ela no tem fim, que eterna. por causadessas convices que estamos tentando soar o alarme tanto por escrito como por viva voz.

    Talvez algum dos leitores julgue necessrio que apresentemos provas sobre o que afirmamos nopargrafo anterior. Podemos imaginar algum leitor questionando: "Talvez algumas dessas verdades sejamnecessrias aos perdidos, mas com certeza voc no est querendo dizer que esses assuntos tm deser apresentados ao povo de Deus!" Mas exatamente isso que estamos querendo dizer, essa justamentea nossa inteno. Leiam de novo as Epstolas, caros amigos, e reparem o lugar que recebe nelas cadaum desses assuntos! exatamente porque essas verdades foram omitidas das ministraes pblicas aos santosque agora encontramos em nossas assemblias esse tipo de cristo fraco, sentimental, desequilibrado. Umaclara viso dos majestosos e aterrorizantes atributos de Deus baniria muita da nossa leviandade eirreverncia. Um melhor entendimento da depravao de nossa natureza nos humilharia, e nos faria ver anossa profunda necessidade de usar os meios apropriados da graa. Uma viso do alarmante perigo em

    que se encontra o pecador nos levaria a "considerar os nossos caminhos" e nos tornaria mais diligentesem "confirmar a vossa (nossa) vocao e eleio". A compreenso do horrvel sofrimento que aguarda osperdidos (e que cada um de ns merece plenamente) aprofundaria imensamente a nossa gratido, e noslevaria a agradecer a Deus com mais fervor o fato de termos sido arrancados como ties do fogo, e libertos da iravindoura; e, tambm, isso nos faria mais fervorosos em nossas oraes em favor dos que ainda no esto salvos.Alm disso, pregaes bblicas e esclarecedoras sobre esse assunto, em alguns casos, pelo menos, alertariamaqueles que tm forma de piedade, mas que negam na prtica o poder de uma vida santa. Talvez esse tipo depregao tivesse algum efeito na grande multido de frequentadores de igreja que "se sente vontade em Sio".Quem sabe essas pregaes, pela interveno de Deus, pudessem acordar os indiferentes, e levar alguns queandam despreocupadamente e indiferentes a clamar: "O que eu preciso fazer para ser salvo?" Lembre-se de queo solo tem de ser arado antes de se poder semear; e as verdades acima mencionadas so necessriascomo preparao para o Evangelho.

    Quanto ao castigo eterno dos perversos, h poucos, ao que parece, que entendem a vital importncia de

    publicar em alta voz essa verdade, e menos ainda so os que se apercebem da profunda seriedade doque est envolvido na recusa de faz-lo. Pode-se ver a importncia de um testemunho claro a respeito dessadoutrina ao reparar o lugar destacado que ela recebe na Palavra; e, por outro lado, a seriedade de negar essadoutrina se evidencia pelo fato de que essa negao uma rejeio da verdade de Deus.

    A necessidade de dar a esse solene assunto um lugar proeminente em nosso testemunho evidente,2

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    pois nosso sagrado dever alertar os pecadores do medonho perigo que correm e ordenar que fujam da iravindoura.

    Manter-se em silncio atitude criminosa; por qualquer coisa em lugar disso apresentar ao perversouma falsa esperana. A grande importncia de expor essa doutrina, livremente e frequentemente, tambm sepode ver pelo seguinte: com exceo da cruz de Cristo, nada alm desta doutrina do castigo eterno manifesta toclaramente a odiosidade do pecado. Qualquer mudana que se fizer na doutrina da punio eterna simplesmenteservir para atenuar a maldade do pecado.

    Propusemo-nos a tratar do assunto seguindo as seguintes divises: Primeiro, examinaremosbrevemente algumas das principais objees que se apresentam contra a verdade da eterna punio. Em

    segundo lugar, agrupamos vrias passagens que tratam do destino dos perdidos, mostrando que a morte sela odestino do pecador, que a sua condio depois disso completamente sem esperana, que a punio que oaguarda interminvel. Em terceiro lugar, examinaremos as Escrituras que jogam luz sobre a natureza da punioque aguarda o perdido. Por ltimo, faremos uma aplicao prtica de todo o assunto tratado.

    CAPTULO 01

    OBJEES DOUTRINADO CASTIGO ETERNO

    Seria impossvel, ao analisar as objees que se fazem verdade do castigo eterno, considerar todos osargumentos inventados pela mente frtil da incredulidade influenciada por Satans. Consideraremos, todavia, osargumentos de maior peso, aqueles que tm maior aceitao entre os incrdulos. Vamos classific-los daseguinte forma: Em primeiro lugar, dedues que se fazem dos atributos de Deus. Em segundo lugar,passagens bblicas a que recorrem os universalistas. Em terceiro lugar, textos bblicos usados pelosaniquilacionistas. Em quarto lugar, declaraes de que o castigo no penal e retributivo, mas disciplinar ecorretivo.

    1. DEDUES QUE SE FAZEMDOS ATRIBUTOSDE DEUS

    (1)DeusAmor. Dessa premissa bblica conclui-se que Ele jamais haver de lanar nenhuma de Suas

    criaturas na desgraa eterna.Mas temos de lembrar que a Bblia tambm nos diz que Deus luz, e que entre a luz e as trevas no

    pode haver comunho. O amor de Deus no um sentimento emocional que anula o discernimento moral. O amorde Deus um amor santo, e pelo fato de ser assim Ele odeia o mal; sim, est escrito: aborreces a todos os quepraticam a iniquidade (Sl 5.5).

    As Escrituras falam com muito mais frequncia da clera e da ira de Deus do que do Seu amor ecompaixo. Por mais assustador que isso possa soar, , contudo, um fato. Basta usar alguma concordncia paraconstat-lo por si mesmo. Argumentar, ento, que, pelo fato de Deus ser amor, Ele no infligir tormento eternoaos perversos, desconhecer que Deus luz, e difamar a Sua santidade.

    (2)DeusMisericordioso. Pode ser que o homem seja pecador, e que a santidade exija que ele sejapunido, mas argumenta-se que a misericrdia divina haver de intervir, e, mesmo que o castigo no sejarevogado por completo, imagina-se que a sentena ser modificada e os termos do castigo sejam

    abreviados. Diz-se que o tormento eterno dos perdidos no se harmoniza com um Deus de misericrdia.Se por misericrdia de Deus queremos dizer que Ele complacente demais para repartir entre Suas

    criaturas o castigo devido, pela lgica devemos aplicar isso a todos os demais atributos de Deus (j queso todos infinitos), e concluir que nenhuma de Suas criaturas pode sofrer de forma alguma. Contudo, evidente que isso no verdade. Os fato negam isso. As criaturas de Deus sofrem, muitas vezes de modoexcruciante, at mesmo nesta vida. Olhe o mundo de hoje, e repare na indizvel misria que abunda emtodos os lugares; lembre-se, ento, que, por mais misterioso que seja para ns, isso tudo permitido por umDeus cheio de misericrdia. Depois, leia no Antigo Testamento os juzos do dilvio, a destruio de Sodoma eGomorra com fogo e enxofre do cu; as pragas sobre o Egito; os juzos que se abateram sobre Israel; e entosaiba que essas coisas no foram impedidas pela misericrdia de Deus! Argumentar, ento, que, porque Deus misericordioso Ele no haver de lanar no lago de fogo cada um que no tiver o nome escrito no Livro da Vida, fazer-se de cego diante de todos os juzos de Deus do passado!

    (3) Deus Justo.

    Muitas vezes se diz que Deus seria injusto se sentenciasse perdio eternaqualquer de Suas criaturas faltosas.

    Mas quem somos ns para julgar se justo ou no o Deus que sabe todas as coisas? Quem somos nspara dizer o que consistente ou no com a justia de Deus? Quem somos ns para determinar o que

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    haver de justificar da melhor forma a benevolncia ou a retido de Deus? O pecado debilitou de tal forma anossa capacidade de julgar, obscureceu nosso entendimento, entorpeceu nossa conscincia, perverteu de talforma nossa vontade, corrompeu de tal forma nosso corao, que somos totalmente incompetentes parajulgar nesse assunto. Estamos de tal forma infectados pelo pecado e fomos to afetados por ele, que somoscompletamente incapazes de avaliar o que de fato ele e o castigo que esse pecado merece. Imagineum grupo de criminosos avaliando, julgando a validade, a retido e a pertinncia da lei que os condenou! Averdade nisso tudo que Deus no ser medido por padres humanos e quantas vezes se perde isso de vista!

    Mas ser que nos demos conta de que negar a justia do castigo eterno tambm repudiar agraa de Deus? Se a perdio eterna injusta, ento ser livre dessa perdio tem de ser direito do pecador; e, se

    admitimos isso, a sua salvao no pode jamais ser atribuda graa, que favor imerecido! Alm disso, negar a justia do castigo eterno deixar de levar em conta a conscincia crist, que testemunha universalmente quea punio, e a punio somente, tudo o que cada um de ns merece. Alm disso, se o pecadordesprezou e rejeitou a felicidade eterna, existe alguma razo pela qual ele deveria reclamar contra a justia damisria eterna? Finalmente, se existe uma maldade infinita no pecado como de fato existe ento o castigoinfinito a sua adequada recompensa.

    (4) Deus Santo. E, pelo fato de Deus ser infinitamente santo, Ele tem infinito dio pelo pecado.Dessa premissa bblica alguns concluem erroneamente que, por essa razo, Deus haver de triunfar, no fim,sobre o mal por meio do banimento de todo e qualquer vestgio dele do universo; de outra forma, dizem, ficacomprometido o carter moral de Deus.

    Mas replicamos a esse sofisma da seguinte forma: A santidade de Deus no evitou que o pecadoentrasse no Seu universo, e Ele permite que permanea todos esses milhares de anos, por isso um Deus

    santo coexiste e pode coexistir com um mundo de pecado! Talvez algum contra-argumente: H vrias eboas razes por que o pecado permitido agora. Exatamente, contestamos. E quem sabe quais soessas razes? Podemos at conjecturar, mas quem sabe de fato? Deus no nos informa sobre isso naSua Palavra. Quem, ento, est em posio de dizer que no haver talvez razes eternas necessidades para a contnua existncia do pecado? a mais certa verdade que Deus vai triunfar sobre o mal. O Seu triunfoser manifesto pela priso dos Seus inimigos num lugar onde no mais causaro dano, e onde nos seustormentos a Sua santa indignao contra o pecado haver de fulgir pelos sculos dos sculos. O lago de fogoser a coroa da completa derrota de Satans.

    2. PASSAGENS BBLICASA QUE RECORREMOS UNIVERSALISTAS

    Os universalistas se dividem, de modo geral, em duas classes: aqueles que ensinam a salvao final detoda a raa humana, e aqueles que declaram a salvao final de todas as criaturas, inclusive do diabo,

    dos anjos decados, e dos demnios. O tipo de passagens bblicas a que ambos apelam so versculos ondeaparecem as palavras todos, todos os homens, todas as coisas, o mundo. A maneira mais simples derefutar o ponto de vista deles sobre essas passagens mostrar que esses termos normalmente tm osentido restringido pelo seu contexto imediato.

    A questo levantada pelos universalistas se reduz a saber se os termos todos os homens etodas as coisas so usados, nas passagens que falam de salvao, num sentido limitado ou ilimitado. Vamosconsiderar, ento, algumas passagens onde ocorrem esses termos, mas onde impossvel dar-lhes umsentido perfeito ou fora absoluta:

    Saam a ter com ele toda a provncia da Judia e todos os habitantes de Jerusalm; e, confessando osseus pecados, eram batizados por ele no rio Jordo (Mc 1.5). Estando o povo na expectativa, e discorrendotodos no seu ntimo a respeito de Joo, se no seria ele, porventura, o prprio Cristo (Lc 3.15). E foram tercom Joo e lhe disseram: Mestre, aquele que estava contigo alm do Jordo, do qual tens dado testemunho,est batizando, e todos lhe saem ao encontro (Jo 3.26). De madrugada, voltou novamente para o templo, e todo

    o povo ia ter com ele; e, assentado, os ensinava (Jo 8.2). porque ters de ser sua testemunha diantede todos os homens, das coisas que tens visto e ouvido (At 22.15). Vs sois a nossa carta, escrita em nossocorao, conhecida e lida por todos os homens (2 Co3.2).

    Em nenhuma das passagens acima os termos todos, todos os homens, todo o povo tm extensoilimitada. Em cada uma dessas passagens esses termos gerais possuem somente sentido relativo. NasEscrituras, o termo todos usado de duas formas: pode significar todos sem exceo (ocorre compouca frequncia), ou pode significar todos sem distino (esse o significado mais comum), ou seja, detodas as classes e de todas as espcies velhos e jovens, homens e mulheres, ricos e pobres, instrudos eanalfabetos, e em muitas ocasies judeus e gentios, homens de todas as naes. Muito frequentemente o termotodos se refere a todos os crentes, todos que esto em Cristo.

    O que acabamos de dizer a respeito do uso relativo e restrito dos termos todos e todos os homenstambm se aplica inteiramente ao termo todas as coisas.

    Nas Escrituras, essa outra expresso que com frequncia se usa com significado bastantelimitado. Apresentamos alguns exemplos: Um cr que de tudo1 pode comer, mas o dbil come legumes (Rm14.2). No destruas a obra de Deus por causa da comida. Todas as coisas, na verdade, so limpas (Rm 14.20).

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    Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns (1 Co 9.22). Todas ascoisas so lcitas, mas nem todas convm (1 Co 10.23). de tudo vos informar Tquico, o irmo amado e fielministro do Senhor (Ef 6.21).

    Posso todas as coisas naquele que me fortalece (Fp 4.13). Em cada uma dessas passagens, asexpresses todas as coisas, tudo, todos tm significao restrita.

    Outro grupo de passagens usadas pelos universalistas so versculos onde aparece a expresso omundo. Mas um exame cuidadoso de cada uma dessas passagens onde esse termo ocorre no Novo Testamentohaver de mostrar que no somos forados a entender que se referem raa humana inteira, porque eminmeras ocasies o seu sentido bem mais restrito. Considere os seguintes exemplos: Porque o po de

    Deus o que desce do cu e d vida ao mundo (Jo 6.33). Repare que aqui no uma questo de oferecer vidaao mundo, mas de dar vida. Ser que Cristo d vida vida espiritual e eterna, uma vez que isso que estsendo considerado aqui a todo e qualquer membro da famlia humana?

    Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo (Jo 7.4). Aqui evidente que o mundo expresso indefinida apresente-Se em pblico, aos homens em geral, o sentido bvio aqui. De sorte queos fariseus disseram entre si: Vede que nada aproveitais! Eis a vai o mundo aps ele (Jo 12.19). Serque os fariseus queriam dizer que a raa humana toda estava indo aps ele? claro que no.Primeiramente, dou graas a meu Deus, mediante Jesus Cristo, no tocante a todos vs, porque, em todo omundo, proclamada a vossa f (Rm 1.8). Ser que isso significa que a f dos santos de Roma era conhecida ecomentada por toda a raa humana? Ser que todos os homens em todos os lugares falavam da f deles? Serque todos sem exceo do imprio romano conheciam esses irmos? A palavra da verdade doevangelho, que chegou at vs; como tambm, em todo o mundo (Cl 1.5,6). Ser que a expresso todo o

    mundo aqui significa toda a humanidade, sem exceo nem distino? Ser que todos os homens em todos oslugares ouviram o Evangelho? evidente que o significado desse versculo que o Evangelho, em vez dese manter confinado na Judia e entre as ovelhas perdidas da casa de Israel, espalhou-se sem restries pormuitos lugares. e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta (Ap 13.3). Sabemos, por meio de outraspassagens bblicas, que a referncia, aqui, no a todos os homens sem exceo.

    Por meio das passagens citadas acima, vemos, ento, que no h nada que nos obrigue aconceder significao ilimitada aos termos todos os homens, todas as coisas, todo o mundo. Dessa forma,quando insistimos que todo o mundo salvo, e que todos os homens so remidos, so oajuntamento de crentes e todos os homens que recebem a Cristo como Salvador pessoal, em vez deinterpretar as Escrituras para agradar a ns mesmos, estamos expondo esses versculos em plena harmonia comas outras passagens bblicas. Por outro lado, dar a esses termos significao ilimitada e faz-los significar todossem exceo interpret-los de forma incoerente com as muitas passagens que claramente ensinam que hpessoas que no final vo se perder.

    Antes de prosseguir para nossa prxima subdiviso, uma ltima observao sobre o universalismo. Osimples fato de que o universalismo to popular entre os perversos prova irrefutvel de que essesistema no ensinado na Bblia. Lemos em 1 Corntios 2.14: Ora, o homem natural no aceita as coisas doEsprito de Deus, porque lhe so loucura; e no pode entend-las, porque elas se discernem espiritualmente. Ofato de que o homem natural aceita o ensino de que todos no final sero salvos um sinal seguro de que isso nopertence s coisas do Esprito de Deus. Os mpios detestam a luz, mas amam as trevas; portanto, uma vezque consideram loucura a verdade de Deus e a rejeitam, passam a considerar razoveis as mentiras dodiabo, e avidamente as engolem.

    3.TEXTOS BBLICOSUSADOS PELOS ANIQUILACIONISTAS

    A verdade uma s, consistente, eternamente imutvel. O erro, semelhana da Hidra2, tem

    muitas cabeas, inconsistente e contraditrio, sempre mudando de forma. Os homens esto de tal formadeterminados a convencer-se de que o castigo eterno dos mpios um mito, que a inimizade da mente carnalinventou uma variedade de formas para sair de debaixo do jugo dessa verdade que lhes parece to odiosa. Deusfez ao homem reto, mas ele buscou muitas invenes (Ec 7.29). Uma dessas invenes a teoria de que a mortedo mpio se transformar num eterno esquecimento, e que, depois de ressurgir e serem julgados diante dogrande trono branco, eles sero aniquilados no lado de fogo. Por incrvel que parea, houve muitos e aindah muitos que advogam essa idia e a ela se aferram; e o que ainda mais inimaginvel, usam a Palavra de Deuspara sustentar esse erro. Essa a razo por que faremos uma breve meno desse ensino aqui.

    1 Nogrego,omesmotermopav(pas)queaparecetraduzidocomotodasascoisasemRm14.20.2 Serpentedesetecabeas,daMitologiaGrega,querenasciamquandodecepadas,anoserquefossemtodascortadasde

    umsgolpe.FoimortaporHrcules.

    O primeiro tipo de textos bblicos que eles usam so versculos onde aparece o termo morte. Morte nomais absoluto sentido. Eles consideram a morte como a passagem da existncia para a no-existncia; umacompleta extino do ser. A morte aplicada tanto alma como ao corpo. Como descobrir, ento, o erro dissotudo? Respondemos: recorrendo Palavra de Deus. O significado de uma palavra no se obtm

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    procurando sua etimologia nem observando a forma como foi usada por escritores pagos, nem por meiode um dicionrio da lngua em que est escrita a Bblia, nem mesmo de lxicos gregos, mas se encontraobservando a forma em que usada nas Sagradas Escrituras. O que significa, ento, o termo morte, da forma queo Esprito Santo o usa?

    Vejamos em primeiro lugar 1 Corntios 15.36: Insensato! O que tu semeias no vivificado, seprimeiro no morrer. Eis aqui a ilustrao e o tipo que o Esprito Santo d da morte e ressurreio de um crente.Considere: ser que o germe vivo daquilo que semeado se extingue antes de produzir fruto? evidente queno. Sem dvida, h uma deteriorao da casca exterior e a reside a analogia com a morte do homem mas o germe vivo dentro da casca no morre, caso contrrio no seria possvel uma colheita. Morte, ento, de

    acordo com essa ilustrao do Esprito Santo, no aniquilao. A mesma ilustrao foi usada por nossoSenhor. Ele disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se o gro de trigo, caindo na terra, no morrer, fica eles; mas, se morrer, d muito fruto (Jo 12.24). O caule e a espiga de gros na poca da colheita nada maisso que o germe vivo plenamente desenvolvido. assim com o homem. O corpo morre; a alma continua viva.Repare como isso fica evidente, de forma inequvoca, nas palavras do Senhor registradas em Mateus 10.28: Notemais os que matam o corpo e no podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecerno inferno tanto a alma como o corpo. O homem incapaz de matar a alma! Mas Deus pode reparecuidadosamente a distino fazer perecer (no matar) no inferno tanto a alma como o corpo. Como perecer outra palavra usada de forma indevida, e erroneamente definida pelos aniquilacionistas, temos de dispensar aela algumas palavras de esclarecimento.

    As palavras destruir, destruio, perecer etc., conforme usadas nas Escrituras, no significam nuncaa cessao da existncia. Em Mateus 10.7, uma das principais palavras gregas para destrudo traduzidacomo as ovelhas perdidas da casa de Israel. Esses israelitas no haviam deixado de existir, mas estavamafastados de Deus! Em Marcos 2.22, traduz-se a mesma palavra como perder em conexo com odres decouro, que o vinho novo arrebentou. Dessa forma tambm, a palavra perecer no significa nunca aniquilao nasEscrituras. Em 2 Pedro 3.6, lemos: veio a perecer o mundo daquele tempo, afogado em gua. O mundo quepereceu, quer se refira terra pr-admica, ou ao mundo destrudo pelo Dilvio, no se reduziu a nada. Quando aEscritura fala, ento, dos mpios perecendo e sendo destrudos, ela o faz com o objetivo de expor o erro dessesque afirmam possuir um evangelho para os que morrem sem estarem salvos. Dessa forma, quando a Escrituraensina o fato que os mpios pereceram, ela exclui toda esperana de uma subsequente salvao. O texto de 1Timteo 5.6 nos informa que existe uma morte em vida mesmo agora: entretanto, a que se entrega aosprazeres, mesmo viva, est morta e assim ser na eternidade.

    O absurdo e a falta de base bblica do aniquilacionismo so fceis de expor. Se por ocasio da morte opecador deixa de existir, por que ressuscit-lo para depois aniquil-lo outra vez? A Escritura fala do castigoe do tormento do mpio; mas qualquer um pode ver que isso no aniquilao! Se a aniquilao fosse tudo o

    que estivesse aguardando os mpios, eles nunca haveriam de saber que receberam a justa e devida recompensadas suas iniquidades! A Escritura fala de graus de punio para os perdidos; mas a aniquilao tornariaisso impossvel; a aniquilao nivelaria todas as distines e desconsideraria todos os graus de culpa. Em Isaas33.14, lemos o seguinte: Quem dentre ns habitar com o fogo devorador? Quem dentre ns habitar comchamas eternas? Longe de serem aniquilados, os pecadores habitaro com o fogo devorador! As Escriturasfalam repetidas vezes de choro e ranger de dentes daqueles que so lanados no inferno; e isso, de uma vezpor todas, acusa de mentirosos aqueles que declaram o aniquilamento do ser.

    4.ATEORIADE QUEOCASTIGODOSPERVERSOS DISCIPLINARECORRETIVO

    Existem aqueles que admitem que os mpios sero lanados no inferno, mas que insistem que ocastigo corretivo e no retributivo. Inventou-se uma espcie de purgatrio protestante, cujo fogo serve parapurificar em vez de punir. Uma idia dessas desonra grandemente a Deus. Alguns dos que sustentam essaidia dizem querer honrar a Cristo, mas na verdade O desonram absurdamente. Se os homens que morreramrejeitando o Salvador depois havero de ser salvos, se o fogo do inferno tem como objetivo fazer aquilo que osangue da cruz no pde fazer, ento por que foi necessrio o divino sacrifcio todos poderiam sersalvos pelos sofrimentos disciplinares do inferno, e assim Deus poderia ter poupado o Seu Filho. Alm domais, se Deus Se compadece tanto de Seus inimigos e no deseja seno um final feliz de infinita compaixo paraaqueles que desprezaram e rejeitaram Seu Filho, perguntamos: Por que, ento, Ele toma providncias toterrveis para com eles?

    Se eles no precisam de outra coisa seno de disciplina amorosa, no poderia a sabedoria divinainventar alguma medida mais gentil do que entreg-los ao tormento do lago de fogo pelos sculos dossculos? Essa uma dificuldade insupervel no caminho dos que defendem a teoria que estamosrefutando. Mas uma vez que percebemos que o lago de fogo o lugar do castigo, e no da disciplina, e que a irade Deus e no o Seu amor que lana ali os rprobos, desaparece toda e qualquer dificuldade sobre o assunto.

    Por mais inconsistente que possa ser, h aqueles que argumentam que o fogo do inferno deve asua eficcia disciplinar ao sangue de Cristo. Esses inimigos da verdade receberam uma boa resposta deSir Robert Anderson: Essa punio, ... precisa ser a penalidade devida aos seus pecados; de outramaneira seria injusto aplic-la. Se, ento, os perdidos havero de se salvar por fim, isso tem de acontecer ouporque eles cumpriram a penalidade; ou por meio da redeno (ou seja, porque Cristo sofreu essa

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    penalidade por eles). Mas se os pecadores podem salvar-se por satisfazer a justia divina cumprindo apenalidade que o pecado merece, ento Cristo no precisava ter morrido. Se, por outro lado, os remidospudessem ser condenados, embora destinados vida eterna em Cristo, para que eles mesmos sofressem apenalidade do pecado, seriam destrudos os fundamentos da nossa f. No so eu repito asconsequncias normais e disciplinares do pecado que se seguem ao julgamento, mas sim as consequnciaspenais, referentes ao castigo do pecado. Dessa forma, podemos entender como pode o pecador escapar damaldio que lhe destinada por meio do pagamento vicrio do seu dbito, ou podemos (pelo menosem teoria) admitir que ele pode ser liberado pagando pessoalmente at o ltimo centavo. Mas levar o pecador apagar o que deve, e depois libert-lo porque algum pagou tudo antes que ele terminasse de faz-lo por completo

    isso totalmente incompatvel tanto com a justia como com a graa (Human Destiny).Alm do mais, se for verdade que os condenados no lago de fogo continuam sendo objeto dabenevolncia divina; que, como criaturas da Sua mo, o Senhor continua velando por eles com a mais benignaconsiderao, e o fogo inextinguvel nada mais do que uma vara na mo de um Pai sbio e amoroso,perguntamos: Como que isso pode se harmonizar com a maneira constante com que as Escrituras falam dosdescrentes? Deus no nos deixou sem saber como Ele haver de julgar aqueles que aberta e persistentemente Odesafiaram. Repetidas vezes a Bblia nos informa o solene fato que Deus v os perversos como estorvos, queLhe causam repulsa. Eles so comparados a lixo, e no a ouro (Sl 119.119); so palha sem valor (Mt3.12); so vboras (Mt 12.34); so vasos de desonra e vasos de ira (Rm 9.21,22); eles sero postos debaixodos Seus ps (1 Co 15.27), so como rvores em plena estao dos frutos, destes desprovidas, duplamentemortas, desarraigadas (Jd 12) e por essa razo no esto preparadas seno para o fogo; como aqueles quesero vomitados da boca do Senhor (Ap 3.16), ou seja, como objetos de repugnncia. Algumas dessaspassagens descrevem os rprobos judeus; outras, pecadores de entre os gentios; algumas referem-se

    queles que viveram em dispensaes passadas; outros pertencem presente; algumas falam de homensque se encontram deste lado do tmulo, outras falam daqueles que j passaram para o outro lado. Um dosobjetivos de chamar-lhes a ateno mostrar como Deus julga os Seus inimigos. O que se pode avaliar daspassagens acima (e poderamos com facilidade citar muitas outras) no se harmoniza com a viso de que Deusos contempla com amor e que nutre por eles somente os mais ternos afetos.

    Podemos comentar uma outra classe de passagens bblicas a esse respeito. Porque levantarei a minhamo aos cus e direi: Eu vivo para sempre. Se eu afiar a minha espada reluzente e travar do juzo a minha mo,farei tornar a vingana sobre os meus adversrios e recompensarei os meus aborrecedores. Embriagarei asminhas setas de sangue, e a minha espada comer carne; do sangue dos mortos e dos prisioneiros,desde a cabea, haver vinganas do inimigo (Dt 32.40-42). Ser que isso se enquadra na teoria de que Deusnada tem alm de compaixo para com aqueles que O desprezaram e O desafiaram?

    Mas, porque clamei, e vs recusastes; porque estendi a minha mo, e no houve quem desse

    ateno; antes, rejeitastes todo o meu conselho e no quisestes a minha repreenso; tambm eu me rireina vossa perdio e zombarei, vindo o vosso temor, vindo como assolao o vosso temor, e vindo a vossaperdio como tormenta, sobrevindo-vos aperto e angstia. Ento, a mim clamaro, mas eu noresponderei; de madrugada me buscaro, mas no me acharo (Pv 1.24-28). Ser essa a linguagem deAlgum que continua com propsitos de misericrdia para com os Seus inimigos?

    Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ningum se achava comigo; e os pisei na minha ira e osesmaguei no meu furor; e o seu sangue salpicou as minhas vestes, e manchei toda a minha vestidura (Is 63.3).Pese isso com cuidado, e ento pergunte se um tratamento assim se d queles sobre quem o Senhor nutre nadaalm de compaixo.

    Se algum dissesse que todas essas passagens so do Antigo Testamento, bastaria dizer que so,de fato. Mas quem est falando ali o mesmo Deus que Se revela no Novo Testamento. Mas considere tambmum versculo do Novo Testamento. O Cristo de Deus dir aos homens: Apartai-vos de mim, malditos, para o

    fogo eterno (Mt 25.41). Ser possvel imaginar que o Filho de Deus pronunciaria essa terrvel maldio sobreaqueles que foram designados meramente para um tempo de castigo disciplinar, aps o qual eles estaro parasempre com Ele em perfeita bem-aventurana?!

    Temos procurado, dessa forma, mostrar que as vrias objees levantadas contra o castigo eterno nose sustentam diante do teste das Escrituras Sagradas; e que, embora muitas vezes apresentadas deforma plausvel, e com a declarada inteno de justificar o carter de Deus, contudo na realidade essasobjees no so nada mais do que argumentos da mente carnal, que inimizade contra Deus.

    Tendo-nos desvencilhado das principais objees que se fazem contra a verdade do castigo eterno,passaremos agora a considerar: O DESTINO DOS PERVERSOS.

    CAPTULO 02

    O DESTINODOS PERVERSOS

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    extremamente necessrio que tratemos desse solene assunto com imparcialidade e com equilbrioemocional. Oremos a Deus autor e leitor juntamente para que todo pr-julgamento e preconceito sejaremovido de nossas mentes. Faramos mal se nos sentssemos aos ps da Infinita Sabedoria determinados anos agarrar ao que previamente j tnhamos concludo. No h nada que seja mais ofensivo a Deus do que ousarexaminar a Sua Palavra, professando um desejo de aprender o que Ele pensa, quando j comantecedncia resolvemos em proveito prprio aquilo que ela vai dizer. Algum j disse que deveramos trazernossas mentes s Escrituras como papis em branco so trazidos s impressoras, para que possamreceber unicamente a impresso dos tipos. Que essa graa nos seja concedida a todos ns, que possamos

    sempre apresentar nossas mentes ao ensino do Esprito Santo, para que ali seja impresso apenas o queDeus designar. Que nosso nico desejo seja ouvir O que diz o Senhor?

    1. A CERTEZADO SEU JULGAMENTO

    Est escrito: aos homens est ordenado morrerem uma s vez, vindo, depois disto, o juzo (Hb 9.27).Este um dos muitos versculos que refutam os erros dos aniquilacionistas, os quais dizem que ojulgamento do pecador a prpria morte. Mas aqui morte e julgamento so claramente distintos. Um segue aoutra.

    H numerosas passagens bblicas que estabelecem o fato de que haver um futuro julgamentopara os pecadores. Em Eclesiastes 11.9 lemos o seguinte: Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teucorao nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu corao e agradam aos teus

    olhos; sabe, porm, que de todas estas coisas Deus te pedir contas. Alm do mais, em Eclesiastes 12.14,somos informados que Deus h de trazer a juzo todas as obras, at as que esto escondidas, quer sejam boas,quer sejam ms. O Novo Testamento d testemunho da mesma verdade: porquanto [Deus]estabeleceu um dia em que h de julgar o mundo com justia, por meio de um varo que destinou e acreditoudiante de todos (At 17.31). A descrio do prprio julgamento est em Apocalipse 20.11-15.

    No h dvida que esse julgamento com certeza vai acontecer o Senhor sabe livrar daprovao os piedosos e reservar, sob castigo, os injustos para o Dia de Juzo (2 Pe 2.9). O pecador no ternenhuma possibilidade de evit-lo. Ningum vai escapar dele Como escapareis da condenao do inferno?(Mt 23.33). Qualquer resistncia, individual ou coletiva, ser intil O mau, evidente, no ficar sem castigo(Pv 11.21). Deus no deixar de vingar-Se dos Seus inimigos, nem mesmo que eles se unam em confederaopara tentar resistir a Ele.

    2. A MORTE SELAO DESTINODOS PECADORES

    As Escrituras ensinam claramente que a oportunidade que o homem tem para a salvao se limitaao perodo da vida aqui na terra. Se ele morre sem salvao, seu destino est inexoravelmente traado. H doistextos bblicos no Novo Testamento em que mais se baseiam aqueles que afirmam que h, para os perdidos,esperana aps a morte. Ambos esto na Primeira Epstola de Pedro. Vamos examin-los, ento, brevemente.

    Porque tambm Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus;mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Esprito; no qual tambm foi, e pregou aos espritos empriso; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de No,enquanto se preparava a arca (3.18-20). Mas esses versculos no se referem de forma alguma apregao ouvida por aqueles que j tivessem passado desta vida. Esse texto simplesmente nos relataque o Esprito de Deus pregou atravs de No, enquanto a arca estava sendo construda, queles que eramdesobedientes; e porque eles recusaram atender a essa pregao, eles agora so espritos em priso.

    No foi Cristo mesmo que pregou, mas o Esprito Santo, como se v claramente no incio do verso 19 no qual tambm o no qual aponta para trs para o Esprito no final do versculo 18. Que o EspritoSanto mesmo Se dirigiu aos antediluvianos ns sabemos atravs de Gnesis 6.3: O meu Esprito no agirpara sempre no homem. O Esprito agiu atravs da pregao de No. Que No era um pregador, ns oaprendemos em 2 Pedro 2.5.

    A segunda passagem bblica se encontra em 1 Pedro 4.6: para este fim, foi o evangelho pregadotambm a mortos. Mas esse texto no nos apresenta problema nenhum. O Evangelho foi pregado; no diz queest sendo pregado, nem que ser pregado outra vez a eles! O fato de usarem esse tipo de passagem s nosmostra a fraqueza de argumentos e a impossibilidade de provar a idia que tentam sustentar.

    Que a morte sela o destino dos perdidos, podemos provar de forma negativa atravs do fato conclusivo,por si mesmo de que no temos uma s ocorrncia descrita em nenhum dos Testamentos, Antigo e Novo, dealgum pecador sendo salvo depois da morte. No existe nem mesmo uma s passagem bblica que acene

    com a esperana de uma promessa de que isso acontea no futuro. Mas h passagens bblicas quecontm ensino claramente oposto a isso. Vamos examinar alguns desses textos, agora.

    Vejamos, primeiro, Provrbios 29.1: O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz,de repente ser destrudo sem que haja remdio. A verdade est to explcita e inequvoca, que noprecisa nem de explicao nem de reforo de nossa parte. Uma vez que o pecador rebelde morre, isso haver de

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    ocorrer sem remdio. Nada poderia ser mais claro: a morte sela o seu destino.

    Alm do mais, em Mateus 9.6, lemos o seguinte: Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobrea terra autoridade para perdoar pecados disse, ento, ao paraltico: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tuacasa. Por que o Senhor no disse simplesmente O Filho do Homem tem autoridade para perdoar pecados eento parou? Isso teria sido suficiente para replicar aos que O criticavam. Entendemos que a nica razopor que o Salvador fez questo de adicionar as palavras sobre a terra foi para nos fazer entender o seguinte:depois que o pecador deixa a terra, o Filho do Homem (Cristo em Seu carter mediatrio) no tem autoridadepara perdoar pecados!

    Uma ocorrncia similar que acabamos de considerar encontra-se em Joo 12.25: Quem ama a

    sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preserv-la- para a vida eterna. Repare queo contraste de idias estaria perfeito sem as palavras restritivas neste mundo Quem ama a sua vidaperde-a; mas aquele que odeia a sua vida preserv-la- para a vida eterna. Tornamos a repetir queentendemos como a nica razo de Cristo adicionar essas palavras qualificativas aquele que odeia a suavida neste mundo preserv-la- para a vida eterna o seguinte: mostrar que o destino ficadefinitivamente determinado uma vez que deixamos este mundo.

    No texto de 2 Corntios 5.10, que se refere aos crentes, temos outro exemplo do cuidadoso usoda linguagem qualificativa: Porque importa que todos ns compareamos perante o tribunal de Cristo, paraque cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo. Os santos tero de dar conta nomeramente daquilo que fizeram, mas havero de receber de acordo com o que fizeram por meio do corpo. Noentra em considerao o que fizeram no intervalo que vai do momento em que deixaram o corpo at aressurreio.

    Em Joo 8.21, encontramos registrado o que Cristo disse aos Seus inimigos: Vou retirar-me, e vs meprocurareis, mas perecereis no vosso pecado; para onde eu vou vs no podeis ir. Repare cuidadosamente aordem das duas ltimas partes da frase. Uma vez que eles morressem nos seus pecados, seria impossvel quefossem para o cu. A solenidade da fora desse versculo se torna mais evidente se o contrastarmoscom Joo 13.36: Perguntou-lhe Simo Pedro: Senhor, para onde vais? Respondeu Jesus: Para onde vou, nome podes seguir agora; mais tarde, porm, me seguirs. Repare na ausncia da palavra agora em Joo8.21. A Pedro foi dito, como a um caracterstico santo, mais tarde, porm, me seguirs (para o cu); mas para osmpios Cristo declarou: para onde eu vou vs no podeis ir!

    3. O QUE AGUARDAO PECADOR NA MORTE

    Nesse assunto, obviamente nos voltamos ao ensino do Senhor, para obtermos luz, porque Ele falou

    mais do que qualquer outra pessoa a respeito do futuro dos perversos. E no o fazemos em vo, pois em Lucas16 O encontramos removendo o vu que oculta de ns aquilo que est alm da morte. Ele nos conta de umhomem rico que morreu e foi sepultado (v. 22). Mas ele no cessou de existir. Longe disso; o Senhorcontinuou a histria, dizendo: No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos. No h porque duvidar queCristo estava aqui descrevendo a real experincia desse homem rico aps a morte; afirmar de outra forma tornar-se culpado da blasfmia de acusar o Filho de Deus de usar uma linguagem que Ele sabia que haveria deiludir incontveis multides daqueles que no futuro leriam o registro das Suas palavras. No h quem se aproximedesta passagem bblica sem preconceito mental que de alguma forma creia que ela trata de algo alm de umaclara e simples descrio daquilo que aconteceu ao perverso aps a sua morte. Somente aqueles que de antemochegaram concluso que no existe tormento para o descrente aps a morte, que se aproximam destapassagem bblica determinados a explicar de forma diferente o sentido bvio dela, que rejeitam aquiloque ela contm e lem nela aquilo que ela no contm.

    No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos. A palavra grega traduzida aqui como inferno

    Hades, que um termo genrico para o mundo invisvel, para onde passam as almas de todos ao morrer. Noh dvida que se deve ao fato de que as almas dos santos bem como as dos pecadores so descritas comoentrando no Sheol, na morte, que levou os tradutores a verter o termo como sepultura em vrios casos. Mas ofato que tanto em hebraico como no grego existe uma palavra inteiramente diferente usada parasepultura deveria ter impedido um erro desses. O Esprito Santo, por toda parte, cuidadosamentepreservou a distino entre os dois termos. Um exame atencioso de cada passagem no Velho e no NovoTestamentos onde essas palavras ocorrem mostrar que h vrias coisas que se dizem sobre a sepultura(hebraico: QUEBER; grego: MNEMEION) que jamais poderia ser dito a respeito de Sheol ou Hades; e muitascoisas so ditas desse ltimo que jamais se podem relacionar aos primeiros.

    Por exemplo: tanto a palavra hebraica como a palavra grega para sepultura ocorrem no pluralcontinuamente; com Sheol e Hades isso nunca acontece.

    Com frequncia, a palavra hebraica e a palavra grega para sepultura so usadas como possesso de

    indivduos minha sepultura (Gn 50.5); a sepultura de Abner (2 Sm 3.32); e o depositou no seu tmulo novo(de Jos), que fizera abrir na rocha (Mt 27.60); Os sepulcros dos justos (Mt 23.29) etc. Em Gnesis 50.5,lemos: no meu sepulcro que abri para mim. Quanto ao Sheol e ao Hades no se encontramreferncias desse tipo. J dissemos o suficiente para provar que nem Sheol nem Hades so a sepultura. Podemosafirmar confiantemente, dessa forma, que nem Sheol nem Hades jamais deveriam ser traduzidos como sepultura

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    ou a sepultura.

    Hades refere-se ao mesmo lugar que Sheol. A sua identificao inequivocamente estabelecidapor meio da comparao entre o Salmo 16.10 com Atos 2.27: Pois no abandonars a minha alma aoSheol (Sl 16.10) Porque no deixars a minha alma no Hades em Atos 2.27. Mas importante manter emmente que o Sheol ou Hades tem dois compartimentos, reservados respectivamente para os salvos e para osperdidos. E entre esses dois, nosso Senhor nos informa, existe um grande abismo (Lc 16.26).O compartimento que agora estamos considerando o que recebe a alma dos perversos. Cristo declara que neleexiste uma chama que atormenta. Isso est em perfeita harmonia com o ensino do Antigo Testamento comreferncia ao Sheol. Em Deuteronmio 33.22, lemos o seguinte: Porque um fogo est acendido na minha ira,

    Arde at o mais profundo Sheol. Tambm na parbola do trigo e do joio, nosso Senhor disse o seguinte:no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado (Mt 13.30).A explicao disso se encontra nos versculos 40-42 do mesmo captulo: Assim como o joio colhido equeimado no fogo, assim ser na consumao deste mundo. Mandar o Filho do Homem os seus anjos, eeles colhero do seu Reino tudo o que causa escndalo e os que cometem iniquidade. E lan-los-o nafornalha de fogo; ali, haver pranto e ranger de dentes. Como isso acontece no final desta era e antes decomear o julgamento, a fornalha de fogo deve referir-se ao Hades, e no ao lago de fogo.

    Voltando, ento, ao ensino de Lucas 16 sobre a experincia do perverso imediatamenteaps a morte, lemos o seguinte: E, no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos. Temos aqui um serque tem percepo, uma pessoa consciente, num lugar definido, sofrendo ali de forma excruciante. Ele estavaem tormentos. A sua angstia era to grande, que ele suplicou que algum molhe em gua a ponta do dedo eme refresque a lngua (v. 24). Mas esse alvio lhe foi negado. Foi-lhe pedido que lembrasse como elehavia vivido um adorador de Mamon. Somos assegurados de que essa ser a maldio de todo aquele quemorrer em seus pecados.

    4.ATOTALFALTADEESPERANADOSPERDIDOS

    At agora vimos que, primeiro, o julgamento dos perversos certo; segundo, a morte sela a maldiodeles; terceiro, ao morrer, a alma dos incrdulos vai para o Hades, para o compartimento do mundo invisvelreservado para os perdidos, para ali ser atormentada na chama de fogo. Ali eles permanecem at o julgamento,quando sero ressuscitados e trazidos diante do grande trono branco para receber a sua sentena final.Dedicamos, por isso, uma seo especial para demonstrar que, depois que os perversos so retirados do Hades,mesmo ento no h nenhuma esperana quanto sua salvao.

    A primeira referncia bblica a que apelamos como prova disso Joo 5.28,29: todos os que esto nossepulcros ouviro a sua voz. E os que fizeram o bem sairo para a ressurreio da vida; e os que fizeramo mal, para a ressurreio da condenao. Esse o solene anncio do Filho de Deus. Pesemos bem as Suaspalavras. Aqui Ele nos diz de forma breve aquilo que aguarda a totalidade dos mortos. Eles esto divididosem duas classes: aqueles que praticaram o bem, e aqueles que praticaram o mal. Para uns haver aressurreio da vida; para os outros, a ressurreio da condenao. Para os que praticaram o malno haver ressurreio para uma poca de prova, e no haver ressurreio para salvao; massimplesmente e somente a ressurreio da condenao. Isso remove o prprio fundamento em que algum possaquerer construir a futura esperana para os perversos!

    Em 1 Tessalonicenses 4.13, lemos o seguinte: No queremos, porm, irmos, que sejais ignorantescom respeito aos que dormem, para no vos entristecerdes como os demais, que no tm esperana. Aqui oapstolo traa um contraste entre o cristo que sente pesar pela morte de crentes queridos, e o pago quelamenta a perda dos seus queridos. O cristo pode entristecer-se com a partida de um parente ou amigo salvo,mas ele pode confortar-se com a bendita esperana que encontra nas Escrituras, a esperana de serem

    reunidos na vinda do Senhor. Essa esperana no tm o pago e o no-salvo na cristandade, os quaislamentam a perda dos amigos no-salvos. Sim, eles no tm esperana. Isso no se atenua de forma algumapelo fato de que em Efsios 2.12,13 ns lemos a respeito daqueles que estavam sem esperana e queno entanto foram aproximados pelo sangue de Cristo. O texto de Efsios fala daqueles que estavam vivos nomundo, e enquanto se est aqui existe sempre uma esperana de que possam ser salvos; embora enquantopermanecem sem serem salvos eles esto sem esperana, isto , sem nenhuma esperana garantida pelasEscrituras. Mas a passagem de Tessalonicenses fala daqueles que saram deste mundo sem serem salvos, epara eles no h esperana. Quaisquer que sejam as vs esperanas que os perversos possam agoracultivar com respeito ao futuro, a expectao dos perversos perecer por completo (Provrbios 10.28)!

    Uma outra referncia que prova a situao sem esperana daqueles que rejeitaram a verdade de Deusencontra-se em Hebreus 10.26-29: Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termosrecebido o pleno conhecimento da verdade, j no resta sacrifcio pelos pecados; pelo contrrio, certaexpectao horrvel de juzo e fogo vingador prestes a consumir os adversrios. Sem misericrdia morre pelo

    depoimento de duas ou trs testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moiss. De quanto mais severo castigojulgais vs ser considerado digno aquele que calcou aos ps o Filho de Deus, e profanou o sangue da alianacom o qual foi santificado, e ultrajou o Esprito da graa? Para nosso presente propsito no precisamosparar para considerar de quem essa passagem fala de modo especfico. suficiente saber que ela tratadaqueles que deliberadamente resistiram luz. A respeito desses somos informados que j no resta sacrifcio

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    pelos pecados. Se j no resta sacrifcio pelos pecados, ento eles mesmos tm de sofrer a penalidade divinapor eles. Essa mesma passagem nos informa o que essa penalidade; fogo vingador que haver dedevor-los. um juzo sem misericrdia. um castigo mais severo do que aquele que sobreveio a quem nofez caso da lei de Moiss.

    Porque o juzo sem misericrdia para com aquele que no usou de misericrdia. A misericrdia triunfasobre o juzo (Tiago 2.13). verdade que o apstolo est escrevendo, aqui, a santos, mas neste verso quecitamos h uma notvel mudana na linguagem dele, e aqui ele obviamente est falando dos no-salvos. Noverso anterior, ele havia dito Vs3, mas agora ele muda para aquele. Aquele que no usou demisericrdia (para com seu semelhante) ser julgado sem misericrdia por Deus; e isso, a despeito do fato de

    que a misericrdia triunfa sobre o juzo. A ltima clusula aparece claramente com o propsito de injetarsolenidade ao que se diz antes. Juzo sem misericrdia linguagem que nos lembra Isaas 27.11, onde lemoso seguinte: este povo no povo de entendimento; por isso, aquele que o fez no se compadecer dele eaquele que o formou no lhe mostrar nenhum favor. Se esse juzo, ento, sem misericrdia, ele fecha a portaa toda possibilidade de alguma suavizao final, ou mesmo uma modificao dessa terrvel sentena! E como issoexpe a inconsistncia da esperana cultivada por muitos, qual seja, que no ltimo grande Dia eles pensam emlanar-se na misericrdia dAquele a quem agora desprezam e desafiam! Ser vo clamar misericrdia naquelaocasio. Desde a antiguidade Deus diz a Israel: Pelo que tambm eu os tratarei com furor; os meus olhos nopouparo, nem terei piedade. Ainda que me gritem aos ouvidos em alta voz, nem assim os ouvirei 4. Assim serno juzo final.

    Podemos considerar tambm uma outra referncia bblica associada a esse assunto: ondas bravias domar, que espumam as suas prprias sujidades; estrelas errantes, para as quais tem sido guardada a negridodas trevas, para sempre (Jd 13). Isso terrivelmente solene. Este versculo refere-se futura porodaqueles que agora transformam em libertinagem a graa de nosso Deus e negam o nosso nicoSoberano e Senhor, Jesus Cristo (Jd 4). Para eles est reservada a negrido das trevas, para sempre. Ainfinita noite da sua maldio jamais ser abrandada por uma simples estrela de esperana. Dessa formaprocuramos demonstrar que a Palavra de Deus, por meio de uma variedade de expresses, cada qualconvincente e sem ambiguidade, revela a total falta de esperana daqueles que participarem daressurreio da condenao.

    Queremos, agora, considerar:

    5.AMORADAFINALDOSPERDIDOS

    Essa morada final recebe pelo menos dois diferentes nomes no Novo Testamento: Geena e lago de

    fogo. Vamos agora examinar o ensino das Escrituras sobre o assunto.Primeiro, Geena a forma grega da expresso hebraica vale de Hinom, que era um profundo

    desfiladeiro ao oriente de Jerusalm. Esse vale de Hinom era a princpio usado para ritos idlatras (2 Cr 28.3).Mais tarde, tornou-se um cemitrio (Jr 7.31), ou mais provavelmente um crematrio. Mais tarde ainda tornou-se o lugar onde o lixo de Jerusalm era jogado e queimado (cf. Josefo). Havia constante fogo, a fim de consumir asujeira e o entulho ali depositados.

    Segundo, esse vale de Hinom prenunciava a grande lixeira do universo o inferno, exatamente comooutros lugares e pessoas das Escrituras do Antigo Testamento descreviam outros objetos mais vis porexemplo, o rei de Tiro em Ezequiel 28. Da mesma forma que aquilo que se diz desse rei tem em vista um outromais sinistro do que ele, assim aquilo que se diz do vale de Hinom simbolizava aquilo que muito mais horrvel.Da mesma forma que no se pode restringir o rei de Tiro a um mero homem do passado, tambm nopodemos limitar a Geena ao vale que existia outrora perto de Jerusalm.

    Terceiro, nosso Senhor usou o vale de Hinom como um smbolo do inferno, e assinou com o seloda Sua autoridade o mais amplo e mais solene alcance da palavra. Deve-se considerar com cuidado que, quandofalava da Geena, Ele nunca Se referia ao mero vale literal perto de Jerusalm, mas empregava o termo paradesignar o lugar dos tormentos eternos.

    3 O pronome Vs, em portugus, encontra-se implcito na desinncia verbal (segunda pessoa do plural). Na Bblia em ingls, o pronome

    Ye (Vs) aparece escrito juntamente com o verbo, por fora das caractersticas da prpria lngua inglesa.4 Ezequiel 8.18.

    Quarto, Geena, no sentido usado no Novo Testamento, refere-se a um lugar. Se o teu olho direito teserve de pedra de tropeo, arranca-o e lana-o de ti; pois te convm mais que se perca um dos teus membros, doque todo o teu corpo seja lanado na Geena (Mt 5.29. Veja tambm Mt 18.9).

    Quinto, o fogo da Geena eterno. Se a tua mo te servir de pedra de tropeo, corta-a; melhor entrares

    na vida manco, do que, tendo duas mos, ires para a Geena, para o fogo inextinguvel, onde o seu verme nomorre e o fogo no se apaga (Mc 9.43,44).

    Sexto, Geena o lugar onde tanto a alma como o corpo so destrudos. No temais aos que matam ocorpo, mas no podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer na Geena tanto a alma comoo corpo (Mt 10.28). Essa passagem muito importante, porque mais do que qualquer outra ela nos capacita

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    a entender o real sentido desse termo. O fato de que tanto a alma como o corpo so ali destrudos, provapositiva de que nosso Senhor no estava Se referindo ao vale de Hinom. Assim, tambm, o fato de que o corpo destrudo ali, faz com que seja certo que Geena no outro nome para Hades. Ao considerar esse soleneversculo, deveramos lembrar que destruir no significa aniquilar. Alguns levantam uma objeo ao fatode que Cristo aqui no disse expressamente que Deus vai destruir tanto alma como corpo no inferno, masapenas disse Temei Aquele que pode fazer isso. Isso nos permite uma simples e conclusiva resposta. muitoevidente aqui que Cristo no est atribuindo a Deus um poder que ningum pode negar, mas que Ele,apesar disso, jamais haver de exercer! Ele no estava simplesmente afirmando a onipotncia de Deus,mas expressando uma solene ameaa que tambm ser executada. Que era isso que Ele pretendia, fica sem

    sombra de dvida estabelecido quando comparamos Mateus 10.28 com a passagem paralela de Lucas 12.5:Eu, porm, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lanar noinferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer. Essa ameaa ns sabemos que ser cumprida.

    Stimo, Geena o mesmo que lago de fogo. H quatro coisas que indicam isso, e, juntas,constituem uma prova cumulativa e clara. Primeiro, o fato de que na Geena Deus destroi tanto almacomo corpo (Mt 10.28). Isso mostra que os perversos que ali so destrudos j receberam corposressuscitados. Segundo, o fato de que o fogo da Geena eterno: ele inestinguvel (Mc 9.43). Em lugarnenhum se diz isso do fogo do Sheol ou do Hades. Terceiro, em Isaas 30.33, aprendemos que Tofete estpreparado para o rei isto o rei de Daniel 11.36, que o Anticristo, o assrio de Isaas 30.3121. Ora,Tofete outro nome para o vale de Hinom, como se pode ver por uma referncia a Jeremias 7.31,32.Em Apocalipse 19.20, somos informados que a Besta (o Anticristo) juntamente com o Falso Profeta serolanados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre. Dessa forma, pela comparao de Isaas 30.33com Apocalipse 19.20, aprendemos que a Geena e o lago de fogo so uma mesma coisa. Finalmente, repare a

    ausncia de Geena em Apocalipse 20.14: A morte e o Hades foram lanados no lago de fogo, significando aspessoas a quem a morte e o Hades dominaram a morte dominando o corpo; o Hades reclamando a alma.Pelas palavras finais do versculo Esta a segunda morte fica claro que quando a morte e oHades so lanados dentro do lago de fogo isso se refere aos seus cativos, s suas vtimas. Repare ento queno somos informados que a Geena foi lanada no lago de fogo, porque a Geena e o lago de fogo so omesmo lugar. Apresentaremos agora alguns comentrios sobre o lago de fogo e enxofre. A anlise a seguir indicao ensino das Escrituras sobre o assunto.

    Primeiro, o lugar que finalmente haver de receber a Besta e o Falso Profeta: Ap 19.20.

    Segundo, o lugar que finalmente receber o diabo: Ap 20.10.

    Terceiro, o lugar que finalmente receber todos aqueles cujos nomes no forem encontrados no livro davida: Ap 20.15 e cf. 21.8.

    Quarto, um lugar de tormento: Ap 20.10.

    Quinto, um lugar cujo tormento incessante e jamais acabar, dia e noite por todos ossculos: Ap 20.10 e cf. 14.11.

    Sexto, ele tambm chamado de a segunda morte: Ap 20.14, 21.8, etc.

    Stimo, ele no tem poder sobre o povo de Deus: Ap 20.6 e cf. 2.11.

    No sexto item acima, informamos que o lago de fogo tambm chamado de a segunda morte.H pelo menos trs razes que se podem sugerir para explicar o porqu disso. Primeira, esse nome declaraque os tormentos sem fim do lago de fogo so a penalidade e o salrio do pecado. O salrio do pecado amorte. Segunda, o uso desse nome chama a ateno ao fato de que todos que so lanados no lago defogo estaro eternamente separados de Deus. Da mesma forma que a primeira morte a separao da alma docorpo, assim a segunda morte ser a eterna separao da alma de Deus Estes sofrero penalidade deeterna destruio, banidos da face do Senhor e da glria do seu poder ( 2 Ts 1.9). Terceira, esse ttulo

    enfatiza o horror do lago de fogo. Para o homem comum, a morte o maior de todos os seus medos. Elenaturalmente recua dela, ela o que ele mais teme. Quando, ento, o Esprito Santo denomina o lago de fogocomo a segunda morte, Ele est enfatizando o fato de que ele um objeto de horror, do qual o pecador deveriafugir.

    6.AETERNIDADEDOSSOFRIMENTOSDOSPERDIDOS

    A respeito desse ponto, a linguagem das Escrituras extremamente explcita. Em Mateus 25.41,lemos do fogo eterno. Em Mateus 25.46, lemos do castigo eterno. Em Marcos 3.29, lemos do eterno juzo.E em 2 Tessalonicenses 1.9, lemos da eterna destruio. Estamos cientes de que os inimigos daverdade de Deus tm tentado alterar indevidamente essa palavra traduzida como eterna. Mas osesforos deles tm sido inteiramente fteis. impossvel traduzir essa palavra grega por outra, fato quese torna evidente pelo seguinte: A palavra grega AIONIOS, e o seu significado e extenso foramdefinidos de forma terminante pelo Esprito Santo em, no mnimo, duas passagens bblicas: no atentando nsnas coisas que se vem, mas nas que se no vem; porque as que se vem so temporais, e as que seno vem so eternas (2 Co 4.18). Aqui se estabelece um contraste entre as coisas que se vem e as

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    coisas que se no vem; entre as coisas temporais e as coisas eternas. Ora, bvio que, se as coisastemporais durassem para sempre, no haveria anttese entre elas e as coisas eternas. Tambm bvioque, se as coisas eternas fossem apenas de longa durao, ento no poderiam ser apropriadamentecontrastadas com as coisas que so temporais. A diferena entre as coisas temporais e as eternas neste versculo to grande como a diferena entre as coisas que se veem e as coisas que se no vem.

    O segundo exemplo, que tem as mesmas caractersticas de 2 Corntios 4.18, igualmenteconclusivo. Em Filemon 15, lemos o seguinte: Pois acredito que ele veio a ser afastado de ti temporariamente, afim de que o recebas para sempre. Aqui a palavra grega traduzida como para sempre AIONIOS. O apstolosuplica a Filemon que receba Onsimo, que fugiu do seu senhor, e a quem Paulo agora envia de volta. Quando o

    apstolo diz o recebas para sempre, evidente que o significado que ele nunca mais ser banido, nunca maisser vendido, nunca mais ser despedido. AIONIOS, aqui, contrastado com temporariamente, paramostrar que significa exatamente o oposto dessa expresso.

    Eterno (ou para sempre) o nico e invarivel significado de AIONIOS no Novo Testamento. Amesma palavra, traduzida como destruio eterna, castigo eterno, fogo eterno traduzida como vidaeterna em Joo 3.16; salvao eterna em Hebreus 5.9; Sua eterna glria em 1 Pedro 5.10. No hnecessidade de nenhum argumento para provar que nessas passagens impossvel traduzir apropriadamente deoutra forma as palavras para sempre e eterno. E assim tambm ocorre com as outras passagensbblicas. O fogo eterno coincide com a existncia do Deus eterno. O castigo eterno dos perdidos seestender por todo o tempo da vida eterna dos crentes. O juzo eterno dos perversos no ter fim assimcomo no ter fim a eterna salvao dos remidos. A eterna destruio dos descrentes se mostrar tointerminvel como a glria eterna de Deus. Negar o primeiro negar o ltimo. Afirmar a eternidade deDeus comprovar a perpetuidade do sofrimento dos Seus inimigos.

    7.OCARTERFINALDOESTADODOSPERDIDOS

    A maldio daqueles que forem lanados no lago de fogo irrevogvel e definitiva. H muitos fatos queprovam isso. O perdo dos pecados est limitado vida nesta terra. Uma vez que o pecador sai deste mundo,no resta mais sacrifcio pelos pecados. O fato de que a alma do mpio, ao morrer, vai imediatamente para afornalha de fogo (Mt 13.42), d testemunho do carter permanente do seu estado futuro. O fato de que, maistarde, a sua ressurreio para condenao (Jo 5.29) exclui toda possibilidade de um alvio de ltima hora. Ofato de que ele lanado de corpo e alma dentro do lago de fogo prova que nessa hora ele recebe a sua porofinal. O fato de que o lago de fogo denominado de segunda morte denota a completa desesperana dasituao do condenado. Da mesma forma que a primeira morte o separa para sempre deste mundo, assim asegunda morte o separa para sempre de Deus.

    Em Filipenses 3, o apstolo Paulo fala dos inimigos da cruz de Cristo e, movido pelo Esprito Santo, elenos diz que o destino deles a perdio (v. 19). Ele no poderia ter usado linguagem mais forte e maisinequvoca. Alm do fim, no existe mais nada. E o fim dos inimigos da cruz de Cristo destruio, e nosalvao. A palavra grega traduzida aqui como fim TELOS. Ns a encontramos nas seguintes passagens: oseu reinado no ter fim (Lc 1.33); Porque o fim da lei Cristo, para justia de todo aquele que cr (Rm 10.4);no teve princpio de dias, nem fim de existncia (Hb 7.3); Eu sou ... o Primeiro e o ltimo, o Princpioe o Fim (Ap 22.13).

    Como acabamos de ver, o captulo vinte de Apocalipse descreve o julgamento final dos mpios diante dogrande trono branco, depois do qu eles so lanados para dentro do lago de fogo. Os captulos seguintes osdois ltimos da Bblia podem ser lidos com cuidado e diligentemente examinados, mas no se encontrar alinem sequer uma indicao de que aqueles que foram lanados no lago de fogo em algum tempo futuro haverode sair dali. Em vez disso, encontramos no ltimo captulo da Palavra de Deus a seguinte afirmao solene:

    Continue o injusto fazendo injustia, continue o imundo ainda sendo imundo (Ap 22.11). Dessa forma, o carterfinal do seu estado expressamente declarado na pgina final das Escrituras Sagradas.

    Nos dois ltimos captulos, consideramos alguns dos principais sofismas criados pelos incrduloscontra a verdade do castigo eterno, e tambm examinamos o ensino das Escrituras com respeito aodestino dos mpios. Aproximamo-nos, agora, do mais solene aspecto do nosso assunto, ou seja: A ESPCIEDE CASTIGO QUE AGUARDA OS PERDIDOS.

    CAPTULO 03

    A ESPCIEDE CASTIGO QUE

    AGUARDA

    OS

    PERDIDOS

    1.APARTE QUECABEAOS MPIOS LOGOAPSASUA MORTE

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    Voltamo-nos, primeiro, ao ensino de nosso Senhor em Lucas 16. Aqui, aprendemos as seguintesverdades: No Hades, os perdidos esto em plena posse das suas faculdades e sensibilidades. Elesenxergam, j que o homem rico viu Abrao ao longe, e Lzaro no seu seio (v. 23). Eles sentem, j queele estava em tormentos (v. 24). Eles suplicam misericrdia, visto que ele pediu embora em vo uma gota de gua fria para a sua lngua (v. 24). Eles continuam em posse da memria, pois aohomem rico foi pedido que lembrasse o que ele tinha recebido durante a sua vida na terra (v. 25). impossvel que eles se encontrem com os redimidos, visto que h entre eles um grande abismo (v. 26).

    Indizivelmente solene isso tudo. Os perdidos no somente sero atormentados em chamas, mas asua angstia ser intensificada infinitamente pela viso dos redimidos que esto sendo consolados. A

    ento eles havero de ver a alegre poro dos bem- aventurados que eles desprezaram, preferindo osprazeres transitrios do pecado. E como, alm disso, o fato de continuarem a possuir a capacidade de lembrarhaver de intensificar os seus sofrimentos! Quo imensa ser a tristeza com que recordaro asoportunidades desperdiadas, as censuras dos pais e amigos desdenhadas, os avisos dos servos de Deus nolevados em considerao, as proclamaes do evangelho de Deus menosprezadas. E ento saber que noh como escapar, no h meio de alvio, no h esperana de perdo! O seu destino ser insuportvel; nohaver como aguentar a sua horrvel sina. O Filho de Deus asseverou que ali haver choro e ranger dedentes (Mt 13.42). muito significante que Cristo tenha Se referido a isso exatamente sete vezes denotando o completo sofrimento e angstia deles. Veja Mateus 8.12; 13.42,50; 22.13; 24.51; 25.30; Lucas13.28.

    2.ODESTINOFINALDOSMPIOS

    1. As Escrituras falam desse destino final como a penalidade de eterna destruio, banidos da facedo Senhor (2 Ts 1.9). Ningum, a no ser aquele que de fato conhece a Deus, pode comear a avaliar oque significa ser eternamente banido da presena do Senhor. Para sempre separado da Fonte de todo bem!Nunca jamais gozar a luz da face de Deus! Nunca jamais regozijar-se com o calor da Sua presena. Isso, isso o mais horrvel de tudo. O texto de 2 Tessalonicenses 1.9 deixa bem claro que o julgamento de Mateus 25,com a sua sentena eterna, nos d uma viso do que acontece aps o julgamento. A eterna destruio, banidosda face do Senhor se equipara com Apartai-vos de mim, malditos.

    2. O destino final dos mpios chamado de castigo eterno (Mt 25.46). Em 1 Joo 4.18, a mesmapalavra grega traduzida como tormento. Esse termo comunica a satisfao da justia de Deus. Napunio dos mpios, Deus demonstra a Sua majestade ultrajada. Nisto o castigo se diferencia da correoou disciplina. O castigo no se destina a beneficiar aquele que o sofre. Ele se destina a impor a lei e aordem; ele necessrio para preservar o governo.

    3. O destino final dos mpios chamado de tormento. Sabemos disso pelo fato de que o fogo eternoonde sero lanados os mpios preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25.41), o que, mais do queesclarecer quem o haver de suportar, especifica e refora a enormidade e o horror desse castigo. Esseversculo expe a severidade do castigo dos perdidos. Se o fogo eterno foi preparado para o diabo e seusanjos, quo insuportvel no ser! Se o lugar do tormento eterno, no qual todos os descrentes sero lanados, o mesmo onde o arqui-inimigo de Deus haver de sofrer, quo terrvel no deve ser esse lugar!

    Atravs de Apocalipse 20.10, torna-se claro que esse fogo eterno, preparado para o diabo e seusanjos, produzir o mais terrvel sofrimento. Ali somos informados que Satans ser atormentado de dia e denoite, pelos sculos dos sculos. No h dvida de que esse tormento ser tanto interno como externo, mentale fsico. A palavra ocorre a primeira vez no Novo Testamento em Mateus 8.6: Senhor, o meu criado jaz emcasa, de cama, paraltico, sofrendo horrivelmente. A mesma palavra ocorre outra vez em Apocalipse 9.5, ondelemos de gafanhotos infernais, vindos do poo do abismo, a quem foi dado poder de atormentar os homens. Sua

    ao descrita assim: E o seu tormento era como tormento de escorpio quando fere algum.O sofrimento que causaro ser to intenso, que os homens buscaro a morte e no a acharo;

    tambm tero ardente desejo de morrer, mas a morte fugir deles (Ap 9.6). Esse tormento significa nada maisnada menos do que a mais excruciante dor que somos capazes de conceber. No temos nem idia de quanto osofrimento do inferno haver de exceder qualquer dor que se possa sentir aqui na terra.

    4. O destino final dos mpios descrito como sofrer a pena do fogo eterno (Jd 7). Mas h muitos quedizem ser essa uma expresso meramente figurativa. Perguntamos: Como que eles sabem disso? Onde que Deus disse isso nas Escrituras? Pessoalmente, cremos que quando Deus diz fogo Ele quer dizerfogo. Recusamo-nos a embotar o fio da espada de Sua Palavra. Foi o dilvio figurativo? Foram figurativoso fogo e enxofre que desceram do cu e destruram Sodoma e Gomorra? Foram figurativas as pragasque desceram sobre o Egito? Ser figurativo o fogo que haver de queimar esta terra, fazendo com que oselementos se derretam abrasados? No! Em cada um desses casos somos obrigados a tomar as palavras

    das Escrituras em sua significao literal. Que prestem contas a Deus aqueles que se atrevem a afirmar queo fogo do inferno no literal. No somos juzes deles; mas recusamo-nos a aceitar a suavizao que elesfazem dessas palavras solenes. Para este escritor, o fogo literal no apresenta dificuldade nenhuma. Osperdidos possuiro corpos literais quando forem lanados no inferno. Os anjos tambm tm corpos; e, peloque nos dado supor, tambm o diabo possui um corpo.

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    Mas muitas vezes se pergunta: Como que o corpo dos perdidos pode ser atormentadoeternamente se o fogo literal? No seriam consumidos completamente pelo fogo? Mesmo se notivssemos condies de responder a essas perguntas, ainda creramos que as Escrituras significamexatamente o que dizem. Mas somos gratos que a Palavra de Deus responde a essa questo. Em xodo 3,lemos da sara no deserto, que ardia com fogo, e contudo no se consumia! Em Daniel 3, lemos dos trs jovenshebreus que foram lanados na fornalha ardente na Babilnia, e contudo no foram consumidos. Como foique isso aconteceu? De alguma forma, que desconhecemos, Deus preservou a sara e os corpos dos trs jovens hebreus. Ser Deus, ento, incapaz de preservar os corpos dos condenados de se consumirem? evidente que no. Mas no somos nem mesmo deixados meramente nessa inevitvel inferncia. Em Marcos

    9.47-49, lemos o seguinte: melhor entrares no reino de Deus com um s dos teus olhos do que, tendo osdois, seres lanado no inferno, onde no lhes morre o verme, nem o fogo se apaga. Porque cada um sersalgado com fogo. A expresso salgado com fogo confirma o que dissemos acima. O sal um conservante;por conseguinte, quando somos informados que cada um que lanado na Geena ser salgado comfogo, aprendemos que o prprio fogo, longe de consumir haver de preservar. Se algum perguntar:Como pode ser isto? Responderemos: Porque esse fogo foi preparado por Deus (Mt 25.41).

    5. O destino final dos mpios descrito como uma associao com os mais detestveis dosperversos. Quanto, porm, aos covardes, aos incrdulos, aos abominveis, aos assassinos, aos impuros, aosfeiticeiros, aos idlatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe ser no lago que arde com fogo eenxofre, a saber, a segunda morte (Ap 21.8). Ah, prezado leitor, avalie bem essa linguagem solene. Vocpode ser algum de cultura e de modos refinados. Avaliada por padres morais, sua vida talvez seja exemplare sem defeito; talvez voc se orgulhe de sua honestidade e autenticidade; voc talvez seja muito detalhista naescolha de amigos e muito cuidadoso ao evitar a companhia dos profanos e pessoas de maus costumes;

    talvez voc seja at mesmo religioso, e contemple com desprezo e compaixo os idlatras destemundo. Mas Deus diz que, se voc morrer na incredulidade, a sua poro ser com os abominveis, osassassinos, os impuros, os feiticeiros, os idlatras e com todos os mentirosos. Pense no que significa passara eternidade na penitenciria do universo em companhia de Caim, e Fara, e Judas! Pense no que significarser trancafiado com os vis sodomitas! Pense no que significa ser encarcerado para sempre com todos osblasfemadores que j viveram neste mundo!

    6. A poro final dos mpios descrita como a negrido das trevas, para sempre (Jd 13). Os seusterrveis sofrimentos nunca jamais sero aliviados; os seus tormentos sero interminveis. No h meio deescapar. No h possibilidade de aliviar a sentena. No haver ningum capaz de auxili-los e intercederpor eles diante de Deus. Eles receberam muitas vezes a oferta de um Mediador neste mundo; masnenhuma oferta dessas lhes ser feita no lago de fogo. Para os perversos, diz o meu Deus, no h paz. (Is.57.21).No haver lugar de descanso no inferno; nenhum refgio onde possam encontrar um pouco detrgua; nenhuma fonte refrescante onde possam refrescar-se. No haver nem mudana nem variaono seu destino. Dia e noite, para todo o sempre, sero punidos. Sem nenhuma esperana de melhora,afundaro em indescritvel desespero.

    7. A poro final dos mpios estar alm da capacidade de resistncia do seres humanos. Todoo que cair sobre esta pedra ficar em pedaos; e aquele sobre quem ela cair ficar reduzido a p (Mt 21.44).H muitos que agora dizem: Se no final eu me encontrar no inferno, farei de tudo para suport-lo da melhorforma possvel, como se por meio de fora de vontade e deciso mental pudessem, pelo menos em parte,animar-se e habilitar-se para a situao. Mas ai deles! As suas resolues no valero nada.

    comum que os homens, neste mundo, evitem calamidades, mas se por fim so atingidos,fazem de tudo para conviver com elas. Fortificam-se em espri to e decidem adequar-se s dificuldades damelhor forma possvel. Renem toda a coragem e resoluo, determinados a no se entregar ao desespero.Mas ser totalmente em vo que os pecadores tentem fazer isso no lago de fogo.

    De que adianta a um verme que est prestes a ser esmagado por uma grande rocha, juntar forase esforar-se para lidar contra o peso dessa pedra, e tentar evitar ser esmagado por ela? Menos aindauma pobre alma condenada ao inferno ser capaz de aguentar o peso da ira do Deus Altssimo.

    No importa o quanto o pecador se fortalea agora para suportar os sofrimentos do inferno, noprimeiro momento em que sentir as chamas, o seu corao haver de derreter como cera diante da fornalha Estaro fortes as tuas mos, nos dias em que eu vier a tratar contigo? Eu, o SENHOR, o disse e o farei(Ez 22.14). Se esse o caso com os pecadores impenitentes, que eles no podem nem fugir do seu castigo,nem livrar-se dele, nem suport-lo, o que ser deles ento? Vou responder com as palavras de outrem:

    Eles sucumbiro completamente na morte eterna. Ser um sucumbir do corao, que no temosnem condies de imaginar. Temos uma idia de como ser ao repararmos no corpo quando est emsofrimento extremo. A natureza do corpo aguenta por tempo considervel sob dor muito forte, de forma

    a no entrar em colapso. Haver grandes esforos, ofegantes gemidos de lamento, e convulses. Essesso os esforos da natureza para ficar firme quando submetida a dor extrema. Aparentemente, existe nanatureza uma grande resistncia contra capitular diante do sofrimento extremo; uma espcie deincapacidade de entregar-se completamente ao caos total. Mas s vezes a dor fsica to extrema eintensa, que a natureza do corpo no resiste; embora se recuse a capitular, ela no pode lidar com a dor; nota-

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    se algum esforo, alguns espasmos, e arquejos, pode haver um grito ou dois, e a natureza capitula sob aviolncia dos tormentos, sucumbe, e o corpo morre. Essa a morte do corpo. Dessa forma ser com a almano inferno; ela no ter fora nem poder para livrar-se a si mesma; e o seu tormento e horror sero tograndes, to extraordinrios, to imensamente desproporcionais sua fora que, sem ter condies depelo menos aguentar, ainda que seja infinitamente contrrio natureza e inclinao da alma de capitularcompletamente; contudo ela capitular, ela vai capitular total e completamente, sem permanecer nenhumresqucio de conforto, ou fora, ou coragem, ou esperana. E embora ela no seja nunca aniquilada, asua existncia e percepo no sero jamais canceladas: contudo essa ser a profundeza infinita daescurido na qual ela haver de afundar, esse ser um estado de morte, de morte eterna.

    A natureza humana anseia a felicidade; da natureza da alma desejar e buscar o bem-estar; equando se encontra em situao adversa, ela tambm suspira por alvio; e quanto maior a adversidade,mais intensamente busca ajuda. Mas se lhe negado todo alvio, se toda fora subjugada, todo apoio se vai;ento a alma sucumbe na escurido da morte. Ns conseguimos formar uma idia muito tnue desse assunto;no conseguimos conceber o que esse sucumbir da alma numa situao dessas. Mas para ajudar o leitor aformar uma idia, imagine-se lanado numa fornalha acesa em alta temperatura, ou num forno de olaria, ondetanto a dor quanto o calor fossem muito mais intensos do que quando acidentalmente se toca uma brasaacesa. Imagine tambm que o seu corpo tenha de ficar ali por quinze minutos, no meio do fogo, fogo pordentro e fogo por fora, como se fosse uma brasa acesa, plenamente consciente da carne a queimar; qualno seria o horror que voc sentiria ao entrar numa tal fornalha! E quo longos no lhe pareceriam essesquinze minutos! Se fosse cronometr-los, como lhe pareceria lento o ponteiro do cronmetro! E depois deaguentar por um minuto, quo desesperadora no seria a lembrana de que ainda teria de suportar os outrocatorze minutos.

    Mas qual seria o efeito sobre a sua alma, se voc soubesse que teria de permanecer ali sofrendoaquele tormento por um perodo inteiro de vinte e quatro horas! E quo maior no seria o efeito, se vocsoubesse que teria de suportar o tormento por um ano inteiro, e quo infinitamente maior se voc soubesseque teria de suport-lo por mil anos! Oh, ento, qual no seria o desespero se voc lembrasse, se vocsoubesse que teria de aguentar por todo o sempre! Que no haveria fim para o tormento! Que, depois demilhes e milhes de eras, o seu tormento no estaria mais prximo de um fim do que estava antes; e quevoc nunca, nunca teria alvio! Mas esta ilustrao consegue dar apenas uma idia; o seu tormento no infernoser infinitamente maior. Dessa forma, o corao de qualquer pobre criatura afundar em completodesespero naquele lugar! Quo completamente inexprimvel e inimaginvel ser o desamparo e odesespero da alma que se encontrar nessa situao (Jonathan Edwards).

    Em resumo, essa a poro que aguarda o perdido a eterna separao da Fonte de todo bem; ocastigo eterno; o tormento da alma e do corpo; uma vida sem fim no lago de fogo, junto com os mais

    detestveis dos perversos; sem nenhum raio de esperana; completamente oprimido e esmagado pela irado Deus que pune o pecado. E bom lembrar na Palavra de Quem que encontramos essas solenesafirmaes! Elas so encontradas na Palavra dAquele que fiel, e por isso escreveu em linguagem clara eindiscutvel, de forma que ningum se engane. Essas afirmaes so encontradas na Palavra dAquele que nopode mentir, e por isso Ele no fez uso de linguagem exagerada. Elas so encontradas na Palavra dAquele quediz o que pensa e pensa o que diz, e por isso este escritor, por exemplo, no se atreve a fazer outra coisa senoreceb-las pelo seu valor declarado.

    CAPTULO 04

    APLICAES PRTICASDO ASSUNTO

    O assunto que acabamos de estudar nos conduz a vrias concluses:

    1) Aprendemos a maneira como ser feita a defesa e justificao tanto do carter quanto dotrono de Deus. Que tipo de julgamento poderia ser considerado severo demais para aqueles que no fizeramcaso de um Ser to poderoso como o Altssimo? Se algum culpado de traio contra um governante terrenomerece perder a vida, que tipo de castigo poderia ser suficientemente grande para aquele que preferiu seusprprios prazeres em lugar da vontade e da glria de um Deus infinitamente bom? O desprezo para comalgum infinitamente superior merece sofrimento infinito. Deus ordenou ao pecador que se arrependa; Ele o

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    convidou por meio de ofertas cheias de graa; Ele supriu generosamente cada uma de suas necessidades; eEle lhe apresentou o Filho do Seu amor Seu tesouro escolhido e contudo os homens persistem em seucaminho perverso. O pecador no ter nenhum fundamento, ento, para apelar contra a sentena do Juiz detoda a terra, uma vez que Ele no apenas lhe ofereceu misericrdia, mas tambm lidou com ele commuita pacincia, quando poderia, com justia, t-lo eliminado quando pecou pela primeira vez e poderiat-lo lanado no inferno na primeira vez que recusou a graa que lhe estava sendo oferecida.

    O fato de Deus ser soberano exige que castigue qualquer pessoa que se rebele contra Ele. simplesmente apropriado que Ele deixe bem clara a Sua supremacia como governador do universo. A criatura seatreveu a declarar a prpria independncia: o assunto resultou em amotinao contra o Rei, e por essa razo

    que se torna necessria a defesa e a justificao do trono de Deus Agora sei que o SENHOR maior quetodos os deuses; porque na coisa em que se ensoberbeceram, os sobrepujou (x 18.11). Quando Fara seatreveu a fazer frente contra Jeov, Deus manifestou a Sua autoridade, destruindo-o no marVermelho. A um outro rei, Ele o transformou num animal do campo, a fim de faz-lo saber que o Altssimoquem reina sobre o reino dos homens. (Dn. 4.28-37) Dessa forma, quando se encerrar a histria deste mundo,Deus far uma plena e final manifestao da Sua soberana majestade. Embora Ele hoje suporte (no ame)com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdio, isso ocorre a fim de que, naquele Dia,Ele possa mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder (Rm 9.22).

    2) Aquilo que estudamos serve para revelar a tolice e a loucura da maior parte da humanidade, que,por causa de gratificaes momentneas, corre srio risco de ter de aguentar todos esses tormentos eternos.Eles preferem um pequeno prazer, ou uma pequena fortuna, ou uma pequena honra terrena e fama (que duraapenas por um pouco) em lugar de uma salvao do lago de fogo. Se verdade que os tormentos do inferno

    so eternos, de que adiantar ao homem se ele ganhar o mundo inteiro e perder a prpria alma? Quem so osloucos que ouvem e lem essas coisas e dizem crer nelas, que esto vivos por um pouco de tempo, algunspoucos e curtos anos no mximo, e contudo so displicentes a respeito daquilo que lhes diz respeito nomundo vindouro, onde no haver nem mudana nem fim! Quo loucos se mostram quando ouvem que, seinsistirem no pecado, sero eternamente desgraados, e contudo no se movem, mas escutam isso com tantaindiferena como se isso absolutamente no lhes dissesse respeito! E contudo eles no sabem que talvez seencontrem nessas chamas de tormento antes do final da prxima semana!

    Como triste notar que essa indiferena domina a grande maioria dos nossos companheiros. Aidade faz pouca diferena. Os jovens esto ocupados com seus prazeres; os de meia-idade, com seu progressoneste mundo; os de idade, com as coisas que j realizaram ou deixaram de realizar. No caso dos primeiros, a concupiscncia da carne; com os segundos, a concupiscncia dos olhos; com os terceiros, a soberbada vida que afugenta da mente deles todo e qualquer pensamento srio sobre a vida por vir. ... ocorao dos homens est cheio de maldade, nele h desvarios enquanto vivem; depois, rumo aos mortos (Ec

    9.3). Oh, o poder ofuscante do pecado! Oh, a aparncia enganosa das riquezas! Oh, a perversidade docorao humano! No h nada que revele tanto essas coisas como a viso de homens e mulheres satisfeitosconsigo mesmos, tranquilos e sossegados, enquanto esto suspensos sobre as chamas eternas, segurosapenas pelo frgil fio da mortalidade, o qual pode romper-se a qualquer momento.

    3) Aquilo que aprendemos sobre o castigo eterno deveria fazer tremer todo leitor ainda no salvo, medida que lesse estas pginas. Essas coisas no so meras abstraes, mas so temveis realidades, comoincontveis milhares de pessoas j descobriram ao amargo preo da sua prpria vida. Talvez elas no pareamreais para voc neste momento, mas em pouco tempo se voc continuar a rejeitar o Cristo de Deus elassero a sua prpria sina. Voc, tambm, levantar os olhos no inferno, e ver os santos no cu. Voc,tambm, suplicar uma gota de gua para aliviar sua terrvel agonia, mas ser tudo em vo. Voc,tambm, implorar por misericrdia, mas ento j ser tarde demais. Oh, leitor ainda no salvo,suplicamos que voc no despreze estas coisas nem as remova dos seus pensamentos.

    Foi assim que milhares antes de voc agiram, e a prpria lembrana da sua estupidez agora intensificaos seus tormentos. muito melhor voc tornar-se desprezvel agora por um tempo, do que chorar egemer e ranger os dentes por toda a eternidade. muito melhor perturbar a sua atual paz falsa do que nuncaprovar a verdadeira paz por toda a eternidade.

    O Senhor Jesus afirma: se, porm, no vos arrependerdes, todos igualmente perecereis(Lc.13.3). Quem quer que seja voc, jovem ou velho, rico ou pobre, religioso ou ateu, se nunca se reconciliou comDeus, ento isso que o aguarda ao final da sua vida. Esse, esse o inferno sobre o qual voc est agorasuspenso, e no qual voc est prestes a ser lanado neste exato momento. intil enganar-se comesperanas de que voc talvez consiga escapar dele, ou dizer em seu prprio corao Talvez no sejaassim; talvez essas coisas tenham sido apresentadas piores do que realmente so. Essas coisas esto deacordo com a Palavra da Verdade, e se voc no se deixar convencer por esta Palavra quando apresentada por

    homens em nome de Deus, ento o prprio Deus Se responsabilizar por provar a voc que essas coisas soassim mesmo.

    No pense que estranho o fato de Deus tratar voc to severamente, ou que a ira que voc haverde sofrer seja to grande. Por maior que ela seja, ainda no ser to grande quanto a misericrdia que vocagora est desprezando. O amor de Deus, a Sua maravilhosa graa ao enviar o Seu prprio Filho para morrer

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  • 8/6/2019 O Castigo Eterno a W Pink

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    pelos pecadores, em tudo to grande e maravilhosa como essa indizvel ira. Voc recusou aceitar a Cristocomo o Salvador da ira vindoura, voc desprezou o amor de Deus que chegou at a morte, por que ento vocno haveria de sofrer a ira na mesma intensidade da graa e do amor que voc rejeitou? Ser que ainda pareceincrvel que Deus endurea de tal forma o Seu corao contra um miservel pecador e derrame sobre elecom infinito poder a sua ira sem misericrdia? Ento pare e pergunte: No igualmente incrvel que euendurea o meu corao contra Ele, contra a graa infinita, contra o Filho do Seu amor? Oh, queridosamigos, encarem a pergunta do prprio Cristo: Como escapareis da condenao do inferno? (Mt 23.33). Hsomente uma forma de escapar, e essa correr para o Salvador. Se voc no quiser cair nas mos do Deusvivo, ento jogue-se nos braos do Cristo que morreu Beijai o Filho para que se no irrite, e no

    pereais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamar a ira. Bem- aventurados todos os que nelese refugiam (Sl 2.12).

    4) As coisas que aprendemos deveriam levar toda pessoa que se diz crist a um cuidadoso autoexame. Pese com cuidado os assuntos tremendamente solenes que dizem respeito a se voc de fatopassou da morte para a vida. Voc no pode dar-se ao luxo de permanecer incerto quanto a isso. O queest em jogo por demais importante. Lembre-se de que o dano ser contra voc mesmo. Lembre-se de quevoc tem um corao enganoso. Lembre-se de que o diabo o grande enganador das almas. Lembre-se deque H caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo d em caminhos de morte (Pv 4.12). Lembre-sede que est escrito o seguinte: Muitos, naquele dia, ho de dizer-me: Senhor, Senhor!

    Porventura, no temos ns profetizado em teu nome, e em teu nome no expelimos demnios, eem teu nome no fizemos muito