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O Campeao l Outubro/2011 l Pág.

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Jornal quinzenal

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Editorial Caldeirão

Na véspera do julgamento que pode res-tringir o controle externo do Judiciário, o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Cezar Peluso, comandou a reação às críticas feitas aos juízes pela corregedora na-cional, Eliana Calmon. Uma reunião convo-cada às pressas por Peluso atrasou em mais de duas horas o início da sessão de ontem do conselho e gerou uma crise sem precedentes no órgão.

Peluso chegou carregando uma cópia das declarações feitas por Eliana Calmon em entrevista à Associação Paulista de Jornais (APJ), na qual ela afirmou que a magistratu-ra hoje “está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga”.

Logo que os conselheiros se sentaram e os servidores deixaram a sala contígua ao plenário, Peluso disse: “Se os senhores não leram, leiam, porque em 40 anos de magistratura nunca li uma coisa tão grave.” E prosseguiu, conforme relatos dos conselheiros presentes: “É um aten-tado ao Estado Democrático de Direito”.

No texto, declarações da ministra que, na visão de Peluso e dos demais conselheiros, punham todos os magistrados brasileiros sob suspeita. “Acho que é o primeiro caminho para a impunidade da magistratura”, afirmou a mi-nistra sobre a proposta de restringir o controle

externo do Judiciário. Em seguida, na mesma entrevista à APJ, publicada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo, ele citou os “bandidos”.

Enquanto o texto passava de mão em mão e alguns conselheiros diziam já ter conheci-mento da entrevista, Peluso questionou em voz alta e desferindo uma palmada na mesa: “Eu quero saber o que o conselho vai fazer”. E aguardou uma reação.

Eliana Calmon pediu a palavra. Disse que ainda não havia lido a entrevista e afir-mou desconhecer sua repercussão. Reafirmou o que pensava, que na sua opinião há de fato juízes que se valem do cargo para cometer cri-mes. Peluso reagiu. “Então a senhora cumpra sua função, traga os nomes, monte o processo e traga as provas e nós punimos todos eles.” Eliana então disse que enfrenta problemas na corregedoria que atrapalham em certos mo-mentos as investigações. Peluso alterou nova-mente. “Então diga quais são os problemas.”

À noite, a corregedora afirmou ao Estado que não falava de toda a categoria: “Falei de alguns poucos que estão querendo se esconder atrás da toga, para causar esse estrago absur-do”. Ela se disse “preocupada com o esvazia-mento da corregedoria, com a dificuldade que temos de investigar”. E que considera o CNJ “uma luz no fim do túnel para fazer as devidas correções de rumo”.

Juíza: “temo precisar da Justiça”

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Os políticos da aldeiaEm Nova Odessa está sendo costurada

uma camisa-de-força para abrigar lobo e cor-deiros. De um lado, o PDT do prefeito Ma-nuel Samartin, 30 anos no poder. Do outro lado, o PT, eterna oposição, até então.

Recentemente os sobrinhos de Lula es-tiveram no Olimpo municipal em visita ao burgo-mestre de plantão. Na tese dos visitan-tes, não há nenhuma inconveniência se as-sociar em Nova Odessa ao PDT do prefeito, visto que a nível nacional o PDT dá apoio ao governo do PT. Mas, para o eleitor da aldeia, é difícil assimilar tal flerte pois se acostumou a acompanhar Marco Pigato, a principal es-trela do PT, que sempre esteve a esbravejar frases como “Nova Odessa é governada por coronéis, isso precisa acabar!”.

E agora? Que costura é essa, que estará obrigando o ex-vereador a engolir o que sem-pre pregou da tribuna?

Em consulta a maduros observadores da política local, eram muito favoráveis as chances para o ex-vereador Benjamim Viei-ra de Souza, o Bill do PSDB ser eleito em 2012. Mas esses observadores pontuam que

Advogado afirma que Vereador Nenê Réstio será processado - O Vereador Ânge-lo Roberto Restio, usou a Tribuna da Câmara para atacar o advogado José Pereira, presi-dente do PPS, “Ele não me conhece, jamais me uno a esse cara. Nível baixo! Fez de tudo para me expulsar do PMDB, fez de tudo para me ver em maus lençóis no caso do Gerva-sio”, esbravejou.

A este jornal, Dr. Jose Pereira, afirmou que “o Nobre Vereador, afirmou que tenho ‘nível baixo’, ele vai ter que se explicar para o corregedor da câmara e, judicialmente, já estou tomando as medidas cabíveis, do mais, sou advogado e costumo falar somente em juízo” afirmou o advogado.

***

Poluição visual - O Jornal de Nova Odessa publicou carta de leitor cobrando pertinência por parte da prefeitura quanto ao

seria perigoso esse jovem de origem humilde ganhar a eleição e começar a mexer em ar-mários repletos de esqueletos adormecidos, nada favoráveis à atual administração.

Certamente estão aí os interesses dessa costura. O atual prefeito que não pode nova-mente se reeleger, está em situação descon-fortável pois dizem as boas línguas que seu eventual candidato, o médico Dr. Lourenço ainda é muito discreto em termos de visibi-lidade política.

Os caciques do PT foram ao Olimpo con-versar, mas algumas estrelas garantem que até pode haver acordo - mas o cargo princi-pal é inegociável. Pode haver confiança num acordo entre lobo e cordeiro?

De uma forma ou de outra, se tal cerzi-mento de cacos se consolidar, quem perderá é a cidade.

Afinal, governar sem oposição que fisca-lize é uma tentação natural ao cordeiro para se tornar ditador. Quando os interesses de al-guns se sobrepõem aos do cidadão, confirma-se o que todos já sabem: políticos de Brasília e da aldeia são iguaiszinhos...

fato de estar usando dois pesos e duas medi-das para com os comerciantes da cidade e às grandes construtoras que vêm de fora cons-truir aqui seus empreendimentos.

Os faixódromos vieram disciplinar a publicidade que poluía a cidade e foi algo positivo conduzido pela pasta de Indústria e Comércio, gerenciada por Dimas Starni-ni, virtual candidato a prefeito pelo Partido Verde.

O leitor perguntava se objetivo impedir apenas comerciantes de Nova Odessa e não forasteiros que teriam liberdade para ocupar espaços da cidade à vontade.

Em Americana, construtora que está im-plantando um pombal na divisa com Nova Odessa reclamou que foi impedida por Nova Odessa em distribuir panfletos na cidade en-quanto que a concorrente que está implantan-do conjunto residencial semelhante na cida-de, faz o mesmo lá em Americana.

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A marcha contra a corrupçãoEla transita pelos mais diversos meios: na TV, na internet, ligue seu rádio ou leia um jornal, ela estará presente.

CBN - Hoje é dia de marcha contra corrupção de novo Lucia?

Lucia Hippolito - É verdade, até agora, pelo que eu estou informada são 27 cidades que vão ter marcha contra a corrupção.

E é curioso porque não são só Capitais. Por exemplo, em Minas Gerais, além de Belo Horizonte a cidade de Alfenas, que é uma cidade pequena e não é um gran-de centro, vai ter também sua marcha contra corrupção. Isso vai ser de nor-te a sul do país. Vai ser de Belém do Pará até o Rio Grande do Sul. É uma coisa interessante porque mostra que a sociedade está despertando, ela está acordando, não tem importância que seja dois, três, quatro gatos pingados, mas o fato é que a gente começa a per-ceber que os brasileiros não estão mais dispostos há continuar pagando essa barbaridade de impostos e receber de volta péssimos serviços, e uma parte substancial desses impostos que são pagos serem desviados para corrupção,

e ai não ver ninguém preso, ninguém punido, ninguém castigo por isso.

A gente trabalha e o dinheiro dos nossos impostos é surrado, é duro, e a ca-pacidade do estado brasileiro de extrair imposto da população é cada vez maior, e ao final você vê tudo isso escorrer pelos de-dos, pela mão, e a justiça não pune, a justi-ça não castiga quem desvia esse dinheiro.

Então eu acho que é um movimento importante, é um movimento que a socie-dade não está esperando o poder público, não estão esperando também esses movi-mentos meio pelegos do tipo Centrais Sin-dicais, UNE, esses tradicionais puxadores de rua que hoje estão todos atrelados ao governo.

É um movimento da garotada, é um movimento de profissionais liberais, é um movimento de gente que apenas discuti a democracia e essa liberdade de se manifes-tar, e tudo isso a gente deve prestar uma homenagem a esses jovens porque, se não fosse essa tecnologia de comunicação ins-

tantânea, de todo mundo falar um com o outro, de rede sociais, de face book, de IPhone, IPad, essa coisa toda, ficaria mui-to mais difícil a convocação.

O desejo existe, a indignação existe, mas a facilidade da convocação da comu-nicação é a tecnologia que está, enfim, pro-porcionando.

Eu estive em Brasília no dia 10 de outu-bro, uma segunda feira a noite, como par-te da comemoração dos 20 anos da CBN para participar de um talk show, e tinha uma quantidade enorme de gente, entre as quais, muitos jovens, muito mesmo, eu estava falando a respeito dessa convoca-ção, e dizia que o comício das diretas, o primeiro comício das diretas tinha apenas cinco mil gatos pingados em Goiânia e no final acabou com um milhão e quinhentos mil. As diretas não vieram mais a ditadu-ra acabou.

Havia muitos jovens na platéia, no fi-nal veio um batalhão de jovens conversar comigo, inclusive gente com a camiseta

escrito “NÃO A CORRUPÇÃO” movi-mento contra a corrupção, etc, e eles es-tavam panfletando ali, aproveitando que havia um grande número de gente politi-zada, em uma segunda feira à noite que chovia em Brasília, encheu o teatro, o au-ditório, para ir lá ouvir falar de política, então aproveitaram para ir lá panfletar, e é isso mesmo, atividade política começa assim, eu já fui militante e é assim mesmo que é, a gente vai para esses lugares que tem muita gente, vai panfletar, vai chamar o povo para esse movimento.

Vamos acompanhar isso, porque eu tenho a impressão que esse vai ser uns dos mo-vimentos mais interessante que a gente vai ver na secunda década do século XXI.A primavera Árabe, nos Estados Unidos está todo mundo ali ocupando o Wall Street, meio assim sem convocação de li-derança, sem palavra de ordem, e o povo que está indo mesmo, como vamos ver, vamos acompanhar que a coisa promete.

Lúcia Hippolito

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Opinião “Projetar

Vocês têm que resistir, o ministro tem que resistir”.“Luiz Inácio Lula da Silva, aconselhando o PC do B e

Orlando Silva, a não entregarem o ministério do Esporte

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Laboratório clínico - mau atendimento

Degrau à entrada de laboratório Pasteur, em Nova Odessa há anos dificulta acesso de idosos e usuários de cadeiras de rodas.”

“O Laboratório Pasteur, posto de coleta de Nova Odessa, há anos atende à cidade mas é preciso ser usuário dali para descobrir que o atendimento não prima pela qualidade de serviços congêneres em Ame-ricana.Há poucos dias, uma idosa foi levada de automóvel pelas filhas, e à porta dessa empresa, perguntando à recepção por uma cadeira de rodas recebe-ram a informação de que não havia tal equipamento disponí-vel naquela unidade. Cliente insatisfeito deve procu-rar a concorrência? A família indignada descobriu que o usuário ali não conta muito, pois o laboratório certamente negocia diretamente com o convênio...

Na segunda quinzena de julho passado publicou-se aqui protesto

(à esquerda) e a matriz da em-presa, em Santa Bárbara d’Oeste

reagiu contatando este jornal. Explicaram que não havia

cadeira de rodas pois não era necessário, pois quando precisasse

coletariam material dentro do veículo, não precisando o idoso descer do mesmo e que a rampa para cadeirante não existia por-

que o prédio não era próprio...O vereador Réstio, sensível ao assunto logo após, conseguiu

aprovação de Lei que obriga labo-ratórios clínicos e casas bancárias

em Nova Odessa a oferecererem cadeiras de roda e se adequarem

para acesso aos mesmos.Cidadania é respeito e muitas

empresas ainda se fazem de rogadas. Nesse caso, tão logo a Lei se fez, a rampa na porta do

laboratório se materializou...

Um fato em focoA facilidade do crédito tem feito pequenas cidades

se tornarem grandes problemas para seus administradores, principalmente algo específico

chamado trânsito. Com transporte coletivo deficiente, Nova Odessa se tornou grande compradora

de motos e carros. Não ter um veículosmesmo enferrujadinho, é sofrer muito.

Mas o acesso a veículo próprio é abrir o livro da falta de preparo para se viver em coletividade.

Respeito é algo praticado por poucos e as fotos tomadas na esquina do prédio da redação de

O Campeão mostram o que a cidade exige semáforos que também deem preferência aos pedestres.

04

Cidades “Caro Sarney: ser imortal na Academia Brasileira de Letras é mole. Quero ver é tentar ser aqui fora!” - Oscar Niemayer

PUBLICADO

AQUI EM

AGOSTO 2011

Por que uma empresa resiste a atender ao bom senso? Uma pequena rampa custa ninharia e a empresa

resistia. Foi preciso uma Lei para implantá-la.

Rampa de alumínio

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“Segredo da longevidade: não viva cada dia como se fosse o último. Viva como se fosse o primeiro.”- Oscar Niemayer

Quem é o grande educador: os pais, o professor ou o mundo?

Educação

A todos esses pais que estão aí reclamando: educação não se aprende na escola. Isso nada mais é que o reflexo da

educação que vocês, senhores pais,estão dando aos seus filhos”

- Do internauta Fernando Julião, sobre conflitos entre professores e alunos em

escolas públicas, no Portal RAC.

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“Na minha idade, a melhor coisa de acordar de madrugada para ir ao banheiro é ter acordado.”- Oscar NiemayerEducação

Os diversos trabalhos realizados e expostos pelos alunos mostraram como a saúde pode ser promovida através da arte e com muita criativi-dade.

Quem compareceu no último sá-bado (08/10) ao Colégio Objetivo de Nova Odessa pode comprovar a ca-pacidade criativa e de realização dos alunos e professores da instituição. Trabalhando com o tema “Promo-vendo a Saúde com Arte”, alunos de todos os ciclos desenvolveram ma-ravilhosos trabalhos que trataram o tema com muita responsabilidade e acima de tudo com muita arte. Com mais de 22 salas cuidadosamente preparadas com diversos trabalhos e inúmeras maquetes, o público pode conhecer melhor o corpo humano, as doenças que afetam nossa saúde, os males provocados pelo tabaco e álcool, os alimentos que auxiliam na prevenção de doenças, a relação da saúde com o meio ambiente em que vivemos e também como a escolha da profissão correta faz bem a saú-de. “Uma das propostas do colégio é que o aluno possa vivenciar o seu

aprendizado. Através de pesquisas, trabalhos e palestras eles colheram as informações necessárias e desen-volveram suas maquetes, cadernos e projetos para apresentação. Em todos os trabalhos houve o auxílio e acom-panhamento dos professores incenti-vando a criatividade e a superação dos limites.” destacou a diretora do colégio Keli Cristina Miano. A alegria dos alu-nos em explicarem o que aprenderam era visível, em toda classe os visitan-tes eram questionados se gostariam de explicações, que por sua vez, eram muito bem detalhadas. A feira também contou com a intensa participação dos pais que auxiliaram a confecção dos trabalhos de seus filhos, sendo que um pai conseguiu junto ao Corpo de Bom-beiros um uniforme completo para ex-posição na classe que abordou o tema sobre roupas que protegem o corpo contra males que podem ser causados pelo exercício de algumas profissões. O colégio conseguiu junto a Prefeitura de Nova Odessa o envio de uma UTI Móvel e um Consultório Odontológico Móvel que realizaram exames de gli-cemia, aferição de pressão, pequenas

Colégio Objetivo promove a “Saúde com Arte”

consultas e orientações odontológicas. A Vigilância Sanitária também esteve na feira distribuindo materiais e orien-tações sobre a Dengue, inclusive so-licitou alguns trabalhos apresentados pelos alunos para exposição em outros eventos. “Foi muito gratificante a troca

Alunos criaram órgãos do corpo humano mostrando o funcionamento de cada sistema.

de experiências com pais, alunos, en-tidades e sociedade. Estamos felizes em poder compartilhar informações importantes e fundamentais para au-mentar a qualidade de vida das pes-soas e comunidade” finalizou a dire-tora do colégio.

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O Estado do Rio foi condenado a inde-nizar em R$ 5 mil um aluno da rede pública que teve a orelha puxada pela professora em sala de aula, há quase dez anos. Segundo a ação, a professora arrastou o garoto pela ore-lha até o lugar que ela considerava adequado, afirmando em seguida para a turma: “Que isso sirva de exemplo para vocês.”

Para o juiz Milton Delgado Soares, da 2.ª Vara Cível de Itaguaí, região metropolitana, a

atitude “em um dia de fúria” foi “excessiva-mente vexatória”. Ele decidiu que a profes-sora deve ressarcir os cofres públicos.

O episódio ocorreu em novembro de 2001, no Colégio Estadual Vila Bela, em Mesquita, Baixada Fluminense. Só dois anos depois, a mãe do estudante, Eucinéa Antunes de Souza, procurou a Defensoria Pública. Ela contou que Eliane Luiz Fernandes havia aca-bado de substituir o professor da turma de seu

filho quando o agrediu na frente dos colegas. Em sua defesa, Eliane negou o episódio e ale-gou que já havia sido “minuciosamente” in-vestigada num procedimento administrativo. O juiz pediu, então, a cópia do documento. O relatório da Secretaria de Educação apontava a “culpabilidade da servidora indiciada” e de-terminava suspensão por 15 dias. De acordo com Soares, a ementa “é bastante elucidativa ao reconhecer que houve ocorrência de “cons-

trangimento ilegal” e desnecessário ao menor (...) incompatível com as aptidões necessárias para que um profissional possa desempenhar tal atividade no ensino fundamental”. O juiz escreveu que seria “mais inteligente” chamar o inspetor, retirar o aluno de sala e informar o responsável da indisciplina do estudante. “Do contrário, acabaríamos por ressuscitar, em pleno Estado democrático de direito, pu-nições bárbaras como a palmatória”.

Puxão de orelha a aluno rende punição

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Educação

Até a década de 60, os homens desem-penhavam uma função social única. Eles eram os chefes das famílias, os gestores das empresas, os formadores de opinião e os donos do poder, além de terem a obrigação de ser os provedores financeiros da casa. Após a revolução feminista e a conquista de direitos iguais, as mulheres ganharam um lugar de destaque na sociedade, en-trando para o mercado de trabalho e assu-mindo funções que antes eram apenas dos homens. Com isso, o papel masculino se transformou e eles tiveram que buscar seu lado emocional, que havia sido deixado de lado, adquirindo responsabilidades funda-

mentais, como cuidar dos filhos e ajudar com as tarefas domésticas.

É inquestionável a importância da fi-gura masculina na criação dos filhos, pois passamos grande parte de nossas vidas nos projetando em alguém. A imagem daquela pessoa nos serve de referência. Apesar da constituição diferenciada das famílias nos dias de hoje - em que as mulheres também podem ser chefes de famílias e a separa-ção dos casais é comum - o homem deve estar presente durante o crescimento das crianças para que, na fase de formação psi-cológica, elas o tenham como exemplo de comportamento.

Uma criança sem esta referência pode ter seu desenvolvimento sexual atrasado, o que pode gerar traumas. Além disso, por não ter tido uma figura masculina para se espelhar, quando adultas, essas pessoas podem não saber lidar com a vida familiar, com a criação das crianças e com a educa-ção de seus filhos.

É comum encontrarmos homens na faixa dos 40 e 50 anos com conflitos rela-cionados à criação rígida que receberam. Nestes casos, o trauma não se dá pela au-sência do exemplo masculino, mas pelo próprio exemplo recebido.

A psicanálise pode ser um bom cami-

Ausência de modelo masculino em casa Crianças sem esta referência podem não saber lidar com a família na vida adulta

nho para quem tem problemas familiares relacionados à falta de uma presença mas-culina em casa, já que ela ajuda no auto-conhecimento e na eliminação de fatos e episódios que nos perturbam ou nos atra-palham a viver melhor.

Em 15 de julho é comemorado o Dia Internacional do Homem. Nesta data, convido todos a refletir sobre o papel da figura masculina na sociedade moderna, após as transformações de suas funções e de suas responsabilidades.

Paulo Giraldes, Psicanalista e hipnólogo clínico, mais informações no site: www.paulogiraldes.com.br

Qual a profissão mais importante para o futuro de uma nação? O engenheiro, o advo-gado ou o administrador? Vou decepcionar, infelizmente, os educadores, que seriam seguramente a profissão mais votada pela maior parte dos leitores. Na minha opinião, a profissão mais importante para definir uma nação é o arquiteto. Mais especificamente o

arquiteto de salas de aula.Na minha vida de estudante freqüentei

vários tipos de sala de aula. A grande maioria seguia o padrão usual de um monte de ca-deiras voltadas para um quadro negro e uma mesa de professor bem imponente, em cima de um tablado. As aulas eram centradas no professor, o "lócus" arquitetônico da sala de aula, e nunca no aluno. Raramente abrimos

a boca para emitir nossa opinião, e a maior parte dos alunos ouve o resumo de algum livro, sem um décimo da emoção e dos ar-gumentos do autor original, obviamente com inúmeras honrosas exceções.

Nossos alunos, na maioria, estão desmo-tivados, cheios das aulas. É só lhes perguntar de vez em quando. Alguns professores ado-ram ser o centro das atenções, mas muitos estão infelizes com sua posição de ator obri-gado a entreter por cinqüenta minutos um bando de desatentos.

Não é por coincidência que somos uma nação facilmente controlada por políticos mentirosos e intelectuais espertos. Nossos arquitetos valorizam a autoridade, não o indi-víduo. Nossas salas de aula geram alunos in-telectualmente passivos, e não líderes; puxa sacos, e não colaboradores. Elas incentivam a ouvir e obedecer, a decorar, e jamais a ser criativos.

A primeira vez que percebi isto foi quan-do estudei administração de empresas no

exterior. A sala de aula, para minha surpre-sa, era construída como anfiteatro, onde os alunos ficavam num plano acima do profes-sor, não abaixo. Eram construídas em forma de ferradura ou semicírculo, de tal sorte que cada aluno conseguia olhar para os demais. O objetivo não era a transmissão de conheci-mento por parte do professor, esta é a função dos livros, não das aulas.

As aulas eram para exercitar nossa ca-pacidade de raciocínio, de convencer nossos colegas de forma clara e concisa, sem "en-cher lingüiça", indo direto ao ponto. Apren-díamos a ser objetivos, a mostrar liderança, a resolver conflitos de opinião, a chegar a um comum acordo e obter ação construtiva. Tínhamos de convencer os outros da viabili-dade de nossas soluções para os problemas administrativos apresentados no dia anterior. No Brasil só se fica na teoria.

No Brasil, nem sequer olhamos no rosto de nossos colegas, e quando alguém vira o pescoço para o lado é chamado à atenção. O

importante no Brasil é anotar as pérolas de sabedoria.

Talvez seja por isto que tão poucos bra-sileiros escrevem e expõem as suas idéias. Todas as nossas reclamações são dirigidas ao governo - leia-se professor - e nunca olhamos para o lado para trocar idéias e, quem sabe, resolver os problemas sozinhos.

Se você ainda é um aluno, faça uma pe-quena revolução na próxima aula. Coloque as cadeiras em semicírculo. Identifique um problema de sua comunidade, da favela ao lado, da própria faculdade ou escola, e tente encontrar uma solução. Comece a treinar sua habilidade de criar consenso e liderança. Se o professor quiser colaborar, melhor ainda. Lembre-se de que na vida você terá de ser aprovado pelos seus colegas e futuros com-panheiros de trabalho, não pelos seus antigos professores.

Stephen Kanitz é administrador (www.kanitz.com.br).Publicado na Revista VEJA,

edição 1671, nº 42 de 18/10/2000, pág.23

Revolucione a Sala de AulaStephen Kanitz

“Existem apenas dois segredos para se manter a lucidez na minha idade: o primeiro é manter a memória em dia. O segundo eu não me lembro.” - Oscar Niemayer

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“Só me arrependo de uma coisa na vida: de não ter cuidado melhor da minha saúde para poder viver mais.” - Oscar NiemayerTecnologia

Muita gente não percebeu que já estamos na segunda década do terceiro milênio. Mais rápido do que o rodar do planeta é o desenvol-vimento tecnológico que ocorre nele. Quais as dez tecnologias mais influentes da década que contém os anos de 2000 a 2009?

10.º Televisores de alta definição - As televi-sões de alta definição destacam-se por permitir que outras mídias também evoluíssem. A qua-lidade de imagens passou a ser mais exigida, o que levou a tecnologia aos padrões HD de hoje, com filmes e jogos com resoluções altíssimas e qualidade muito superior às mais antigas.

9.º Mídias de armazenamento - Disquetes? Esqueça! Em 2000, discos rígidos de 10 GB era luxo, quase nada se comparado aos tera-bytes de hoje. Discos de gravação também me-recem uma citação, afinal, a evolução de CDs para Blu-rays garantiu 49 GB de dados a mais.8.º Processadores e chips gráficos - Os com-putadores não foram inventados para jogos. Na verdade, eles não foram nem mesmo inventa-dos para uso pessoal, mas sim para comunica-ção militar. Se você ainda não está convencido da importância dessas placas, lembre-se de que elas também são responsáveis pela possi-bilidade de computadores rodarem vídeos em alta definição (e também 3D).

7.º GPS - Estes sistemas de mapas na infor-

mática também são responsáveis por vários outros serviços que até mesmo quem não pos-sui um GPS está mais do que acostumado a utilizar. Google Street View (acabou de che-gar ao Brasil), Google Maps e tantos outros serviços que integram estes só se tornaram possíveis graças aos métodos de mapeamento por satélites.

6.º iPods (MP3 Players) - Os tocadores por-táteis de CDs surgiram ainda nos anos 90. Em 2001, a Apple lançou o que seria um verdadei-ro marco na história da tecnologia mundial: o iPod. Depois dos MP3, vieram os MP4 e to-dos os outros sucessores que podem reprodu-zir vídeos, músicas e fotografias, podem tirar fotografias e gravar vídeos, podem possuir jo-gos, GPS e muitas outras funcionalidades que ninguém imaginava nos primeiros iPods.

5.º Smartphones - Os telefones inteligen-tes são importantes por um motivo: integrar computadores e celulares. Smartphone é todo aquele celular que possui um sistema opera-cional, permitindo aplicações desde de edi-ção de textos, até jogos e utilitários. O mais prático é a conexão com internet por redes sem fio.

4.º Notebooks e netbooks - Os computadores portáteis são considerados revolucionários, porque tiraram a computação de cima das me-

sas e a colocaram em movimento. Foi o passo que faltava para que a informática saísse de casa e começasse a alçar novos voos.

3.º - Dados por redes sem fio - Não fosse a internet sem fio dificilmente os usuários en-contrariam tantas funcionalidades disponíveis em seus computadores para que os levassem para fora de casa. E não são apenas os com-putadores que desfrutam das maravilhas da mobilidade. Não fosse a transmissão de da-dos sem fio, muitos aparelhos deixariam de ser tão úteis. Smartphones perderiam milhares de funcionalidades, video games portáteis não poderiam mais ser utilizados para partidas em rede, alem de e-readers, tablets e players por-táteis também não poderiam mais ser utiliza-dos para acesso à internet.Também é necessário lembrar que os concei-tos de internet sem fio foram utilizados tam-bém pelos desenvolvedores das tecnologias 3G, que levaram a internet para locais ainda mais distantes..

2.º Internet banda larga - O que você faz na internet? Joga? Baixa vídeos e músicas? Assiste a filmes em streaming? Pois todas estas opções só foram disponibilizadas para você porque a internet banda larga surgiu. Sabemos que nem todos os usuários possuem conexão rápida em seus computadores, mas foi esta conexão que permitiu que os grandes

serviços fossem criados e crescessem tanto. Grande parte dos softwares que você usa em seu computador também só está no atual ní-vel de desenvolvimento porque a banda larga permitiu. Exemplos não faltam: o Windows Live Messenger possui tantos recursos gráfi-cos porque é possível baixar seus mais de 100 MB rapidamente.

1.º Motores de busca - Antes de dizer que não há motivos para colocar os motores de nesta lista, uma pergunta deve ser feita para você mesmo: “eu uso o Google com que fre-quência?”. É muito provável que você utilize o serviço pelo menos duas ou três vezes por dia. A grande maioria dos usuários de internet faz pesquisas o tempo todo.

Seja para encontrar um site ou um progra-ma, o Google é a grande fonte de resultados. Em julho de 2000, o site atingiu a marca de um bilhão de páginas indexadas (hoje este número já passa da marca de 1 trilhão). Com indexações quase instantâneas, grande parte das páginas pode ser encontrada no motor de busca, minutos após a publicação.

Com este incrível número de páginas registradas nos servidores, dificilmente você poderá buscar por algo (que exista) e não en-contrará nos resultados do Google. Em um re-sumo rápido, o Google revolucionou a década porque tornou possível o encontro de tudo o que há na internet em poucos segundos.

Tecnologias que mudaram a década!

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“Nunca penso na morte, nunca. Vou deixar para pensar nisso quando tiver mais idade.” - Oscar NiemayerProfissionais de Ouro

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Mães de UTI - Que energia é essaCom os avanços da medicina, bebês debilitados e com síndromes

Comportamento

Com os avanços da medicina, bebês debilita-dos e com síndromes raras sobrevi-vem. Eles dependem de UTI e da força ímpar de suas mães. Há dramas de mulheres que abandonam a própria vida para ajudar o filho a lutar. Aqui, elas contam o que tiveram de aprender e o que fazem para não enlouque-cer

Contam-se no país 16 678 leitos em uni-dades de terapia intensiva para recém-nasci-dos e crianças. Desse total, um quinto é ocu-pado por pacientes crônicos em internação prolongada por meses ou anos. Quase 3,4 mil brasileiras estão enclausuradas nessas UTIs enquanto os filhos desafiam a morte. Muitas vezes sem ver a luz do sol e a cor da rua, elas se exilam da vida profissional e pessoal, dei-xam de lado o marido e os outros filhos. Cer-cadas de monitores, cateteres, tubos, bombas de infusão e respiradores que avivam seus pe-quenos, enfrentam um jogo de tudo ou nada. O que sabiam antes pouco serve no estres-sante mundo hospitalar: elas têm de aprender a ser mãe de quem está por um fio. Devem lidar com um corpo frágil, que nem sequer pode mamar seu leite e se aquecer no seu colo. A rotina da criança tampouco lhes per-tence – médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e fonoaudiólogos decidem tudo. A primeira vista, o grupo mais parece um batalhão de intrusos interpondo-se na relação mais tenra, primitiva e indispensável que se estabelece entre mãe e bebê no início da existência dele. É preciso lucidez – algumas entrevistadas ci-tam também espiritualidade – para assimilar a árida realidade de uma UTI.

Primeiro, pelo inesperado. A gestante entra na maternidade para parir um sonho e, no lugar dele, se depara com doenças in-curáveis e adversidades. Em geral, é este o enredo: elas perdem o chão com a notícia de que o rebento não deixará o hospital. Mesmo informada pelo exame cariótipo fetal de que o filho nasceria com síndrome de Edwards, a fotógrafa Daniela Nunes Frison, 34 anos, só viu a tradução disso na prática. “Raphael saiu da sala de parto direto para a UTI da Pro Matre, em São Paulo. Nunca foi para casa”, conta. Não demorou a perceber que perdera o protagonismo. “Havia uma emergência, meu bebê precisava dos médicos para se salvar.” Aos 4 meses, o menino foi de ambulância para o Hospital Infantil Sabará, onde ocupa um dos 28 leitos da UTI pediátrica, morada de outros quatro doentinhos crônicos. “Eu li tudo sobre o assunto”, diz a fotógrafa apon-tando o laptop. “A síndrome causa problemas

neurológicos, cardíacos e pulmonares, torna o portador incompatível com a vida.” A des-peito disso, a mãe canta para o filho, conver-sa. “Digo que ele tem uma irmã, Giovanna (4 anos), que o espera lá fora. Peço que resista e se aprume, porque o pior já passou.”

O resumo feito, no mesmo Sabará, pela guia de turismo Patrícia Longo Schneider, 37 anos, é real e preciso: “Perdi meus po-deres”. Sentiu-se impotente nas vezes em que o filho foi reanimado em paradas car-díacas, resgatado de convulsões e entubado. Patrícia, a ágil e experiente mãe de segunda viagem – tem Beatriz, 5 anos –, uma expert em dar banhos e fazer papinhas, se esvaziou. Seu filho Bernardo, 9 meses, teve os dois rins retirados na tentativa de contornar a sín-drome de Denys-Dhash, que produz tumores nesses órgãos. “Fiquei amuada no meu canto vendo a correria em torno dele. O máximo que fazia era tocar de leve a cabecinha, com medo de desligar cabos que o conectavam às máquinas. Só o coloquei no colo aos três meses de internação. Pensei: ‘Sou mãe, ele é meu, de novo’.” Em agosto, o bebê chegou a trocar a UTI por um quarto no hospital, mas pegou uma virose e voltou. Há oito meses, se submete a sessões diárias de hemodiálise. Terá de ganhar peso para enfrentar um trans-plante renal.

Mãe de dois adolescentes, de 17 e 15 anos, a aeroviária Rosana Greco Fernandes, 39 anos, não contava com a síndrome de Pa-tau em seu caçula, Fernando, 6 meses, fru-to de uma gestação-surpresa. “Procuro não pensar quanto tempo o meu filhote vai viver. As outras crianças entram e saem; Fernandi-

nho e eu vamos ficando. A cada mês comple-tado, faço uma festa de aniversário”, revela no Hospital São José, no Rio de Janeiro. Esperto, ele acompanha com o rosto a voz de Rosana. “Meu bebê nasceu sem o nervo óptico e não enxerga. Tem seis dedinhos, um defeito no pênis e a epiglote dele é tão fina e mole que não consegue engolir. Depende de sonda para se alimentar”, afirma. Ela está às voltas com um dilema: terá de reassumir o trabalho, na Gol Linhas Aéreas, e ficará bem menos tempo com o filho.O problema profissional de Ducineli Botelho, 35 anos, professora da Universida-de de Brasília, foi resolvido com uma licen-ça. O marido, José Setubal, também funcio-nário público, se transferiu para São Paulo. Ambos permanecem com Larissa na UTI do Hospital Israelita Albert Einstein. Já vai fa-zer dois anos. Em outubro de 2009, a mulher visitava a família em Fortaleza quando des cobriu que o líquido amniótico havia seca-do. Ao parto de emergência se seguiram 40 dias de sufoco. O diagnóstico de Larissa era uma interrogação, a barriga dela distendia – e ainda pegou uma infecção generalizada. “A equipe disse que não havia nada a fazer e que minha filha não aguentaria a viagem para um centro maior”, lembra Ducineli. Sua resposta à época comprova o perfil heroico que começava a incorporar: “Se ela vai mor-rer, prefiro que morra tentando”. Numa UTI aérea, voou com marido e bebê. “A epopeia durou 12 horas, com turbulência, duas ater-rissagens e parte do caminho feito de ambu-lância, porque o Aeroporto de Congonhas não autorizou o pouso.” A confirmação da doença renal policística autossômica reces-siva levou Larissa à sala de cirurgia para a

retirada dos dois rins. Em janeiro deste ano, voltou para um transplante. Mas está entuba-da, pois seu organismo miúdo ainda rejeita o órgão herdado de uma criança de 3 anos. Vai manter-se em hemodiálise até o novo rim engrenar. “Para estar aqui, é preciso três coisas”, revela a mãe. “Fé em Deus, amor in-condicional e paciência. É como se Larissa estivesse subindo uma escada com muita di-ficuldade. Ela para, toma fôlego, se reanima e recomeça.” Enquanto isso, Ducineli espera. E produz muito leite. Doa parte para um ban-co. “Já foram inúmeros litros do meu sangue branco.”

Traço comum às quatro entrevistadas: a esperança desmedida de dias melhores. “A medicina não é uma ciência exata e ao mé-dico não cabe ser prepotente. Não se pode dizer que elas estejam erradas no otimismo”, diz Eduardo Troster, coordenador médico da UTI pediátrica do Einstein, com 30 anos de experiência. “Antes, bebês como esses, con-siderados inviáveis, morriam. Com os avan-ços da medicina e da tecnologia, cada vez temos mais pacientes crônicos e complexos na UTI. Criamos uma geração de crianças que dependem de suporte para tudo: de tra-queostomia para respirar, gastrostomia para se alimentar, prevenção de osteoporose, por-que ficam imobilizadas, cuidados para evitar trombose e embolia pulmonar, entre outros.” O perfil da mãe também mudou. “Ela aca-ba se tornando especialista naquela criança e dá informações para a equipe. Põe a más-cara, participa de procedimentos invasivos, é mais uma pessoa para ajudar a evitar er-ros”, enumera. A vinda das mães para o front é recente. “Só em 1990, com o Estatuto da Criança e do Adolescente, os hospitais foram obrigados a aceitar um dos pais em tempo integral”, lembra Lucília Santana Faria, 22 anos de UTI pediátrica, coordenadora médi-ca da unidade do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. “Antes, elas visitavam os filhos por uma hora e tinham de sair. Choravam na porta, as crianças lá dentro.” Ainda hoje, há médicos que se queixam de que mães atra-palham e a qualquer alteração no monitor, colocam a enfermagem em pânico. “Discor-do, o benefício é maior. A criança fica calma, sente-se segura, cria condições para a melho-ra”, relata Lucília.

As mulheres pagam um preço alto por tanta valentia, sacrificando a própria saúde. “Esquecem de si, ignoram sintomas, muitas vezes ficam próximo de se despersonalizar”, diz Germana Savoy, psicoterapeuta do Sa-bará. “Fazemos tudo para humanizar a UTI, mas acontece.” Ela explica: “Desautorizadas

Há um ano e dez meses no hospital, a professora Ducineli Botelho faz do quarto da filha a casa da família. “UTI tem altos e baixos e exige paciência. É como se Larissa subisse uma escada com dificuldade. Ela toma fôlego e recomeça”

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que leva uma mãe à superação?raras sobrevivem. Eles dependem de UTI e da força ímpar de suas mãesna maternagem, porque a equipe sabe mais que elas, podem evadir-se da sua função, deixar o bebê. Ou ocorre o oposto, quando se envolvem muito com a patologia do filho, rompem laços sociais, familiares e profis-sionais”. Para suportar, vão se adaptando ao ambiente, que é agressivo. “A estética hos-

pitalar, o ruído dos aparelhos e alarmes, as emoções dramáticas nos corredores, tudo é pesado demais”, observa Germana. “E elas acabam de pendentes do ambiente, como a vítima de seu agressor.” Ocorre também culpa exacerbada, em mães que se julgam responsáveis pela anomalia do filho. E ainda depressão, síndrome do pânico, distúrbios de sono e alimentares.

A dedicação exclusiva ao filho faz os ho-mens se afastarem. Na UTI, de cada dez ca-sadas, três são abandonadas pelo marido nos primeiros seis meses. Em um ano de inter-nação, a separação atinge 50%; acima des-se período, 70%. “Às vezes, sou dura, digo para uma mulher que deve sair para jantar com o marido, ir às sessões de musicotera-pia do hospital”, conta Lucília. Ela narra um episódio de extremo adoecimento. Depois de perder o filho, a mãe quis ajudar a preparar o corpo. Findo o processo, comunicou que se arrumaria para acompanhar a criança. A equipe imaginou que se referia a ir no carro funerário para a cidade da família. “Mas es-tava sendo literal: foi ao hotel onde costuma-va tomar café da manhã, subiu até o último andar e se atirou”, lembra Lucília. “Perder um filho não tem nome. Há uma inversão na ordem natural da vida, e isso pode ser insu-portável”, observa o doutor Troster.

“Eu já conversei com Deus: se for im-

A aeroviária Rosana Greco e o filho, que nasceu há seis meses e respira com a ajuda de aparelhos. “Não penso sobre quanto tempo Fernandinho vai viver. As outras crianças

entram e saem. Meu filhote e eu vamos ficando. A cada mês faço uma festa de aniversário”

A guia de turismo Patrícia Schneider, com o bebê, recebe a visita da filha, Beatriz. “Eu tocava a cabecinha de Bernardo, de leve, com medo de desligar os cabos que o ligavam às máquinas. Peguei no colo aos três meses de UTI. Pensei: ‘Ele é meu, de novo’” - Patrícia Schneider

possível a recuperação do Rafa, ele pode decidir. Eu vou aceitar”, afirma Daniela. Ela se apoia no grupo do Facebook “Mães da UTI”, onde se leem frases como: “Os filhos não são nossos. Recordam-se? Foram apenas emprestados”. Exuberante no seu otimismo, Patrícia estende às outras mulheres da UTI

suas descobertas. Algumas delas: “Chorar perto do filho atrapalha”; “Na UTI, dorme-se duas horas, a insônia destrói, traz desânimo, faz a gente ver defeitos nos médicos, na ins-tituição. Nessa hora, o remédio é descansar”. Então, ela sai de cena e cochila na sala dos pais. Desde dezembro longe de sua Mogi das Cruzes (SP), Patrícia voltou para casa uma única vez, no Dia das Mães, e teve uma con-versa com Beatriz. “Eu disse: ‘Filha, o Ber-nardo está muito, muito doente. Os médicos estão fazendo tudo para ele sarar e não virar uma estrelinha’. E minha menina entendeu: ‘Mãe, virar estrela é morrer, não é?’ Explicar a morte quando ela pode estar tão perto de nós não é tarefa fácil.”

Elas recorrem a lembranças prosaicas para não perder o prumo. Ducineli se entrega ao verde. “Tenho saudade de andar pela na-tureza, em Brasília. Fecho os olhos, enxergo o lago Paranoá. Estou sedentária, engordei 22 quilos, me faz falta caminhar.” Patrícia se imagina dormindo na própria cama, de pijama – na UTI deita-se de camiseta e cal-ça bailarina –, lavando o cabelo sem pres-sa, comendo em prato de louça no lugar do marmitex plástico. Daniela diz que a família está balançada, e fica pensando em um jantar calmo com a filha, Giovanna, tendo Rafa ao lado e o marido, Marcos, servindo queijo e

cervejinha. Rosana restaura a memória da época em que, nas pausas, ficava de papo para o ar, sem relógio. Ou vendo um fil-me. UTI, no entanto, requer ação e não sonho. Então, sempre que podem dão uma escapadinha, deixando um parente no posto. Ducineli tratou de alugar um apar-tamento e corre para o refúgio de madru-gada, cozinha com o marido, respira. “Se você não es tá inteira, só atrapalha. Tam-bém aprendi a confiar na equipe.” Ao lado da filha, escreve uma tese de doutorado que entregará no fim do ano. Daniela ten-ta trabalhar à beira do leito. “Minha vida parou, perdi negócios, tenho que voltar a fechar contratos de cobertura fotográfica de eventos infantis”, afirma. Ela convoca profissionais para substituí-la e edita no computador as imagens que eles enviam. Procura nem pensar que o marido pode se encantar com outra. “Não dá tempo de namorar, estou esgotada”, diz. Conta que o aperto de mão e o abraço forte de Mar-cos já rendem prazer. Patrícia crê que “a cumplicidade do marido é mais forte que noites de amor”. Para Rosana, sexo virou comemoração: “Depende de Fernandinho. Se ele está bem, a gente relaxa, tem clima. Se não respira direito, Sérgio e eu só fa-lamos nis so”.

As entrevistas são permeadas de gran-des achados. Ducineli, por exemplo, não precisa de mais nada: “Saí de Brasília com uma malinha de grávida, cheguei a São Paulo com roupas emprestadas e, mesmo acampada, estou muito bem”.

O preçoA dedicação exclusiva ao filhofaz os homens se afastarem.

O Campeão Outubro / 2011

Entendeu também que UTI “não é fim de linha para pacientes terminais, mas para quem precisa de cuidados especiais”. Elas são unânimes em declarar que as crianças ensinaram “a olhar o problema de frente”, que mudaram suas crenças e as levaram à compreensão de que a vida não nos perten-ce. “Planos”, diz Patrícia, “não devem nos guiar – ganhar um dia já é vitória.” Mas elas não declamam apenas lições subjeti-vas. Advogam para si o direito ao home care. Com uma estrutura em casa pareci-da com a de uma UTI, poderiam integrar o filho à família. Estão brigando com os convênios, fazem ofícios, enviam laudos médicos, pedem liminares na Justiça... Mas essa é uma outra história de resiliên-cia materna para contar depois.

Continua na pág. seguinte

Na UTI, de cada dez casadas, três são abandonadas pelo ma-rido nos primeiros seis meses. Em um ano de internação, a

separação atinge 50%; acima desse período, 70%.

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“A vida é um BBB, e eu quero ser o último a sair” - Oscar Niemayer

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Antonio Severino da Silva começou a fabricar blocos em Americana e logo comprou uma máquina de caçambas que automatizava a alimentação da prensa na construção de blocos de cimento. Daque-le lance de insana ousadia, a concorrência, viu a Blocos e Lajes Bahia ocupar espaço no mercado. Mas administrar empresa não é cheirar flores...

Certa feita, Antonio estava de semblante abatidíssimo, observando que naquele dia teve de vender um de seus três caminhões, para cobrir um cheque, pois levara espeta-cular calote de um empreiteiro...

Desde sua fundação a Blocos e Lajes Bahia sempre esteve anunciando nas pá-ginas de O Campeão e foi como um flash back instantâneo que emocionou esse editor ao se lembrar do fato acima ao testemunhar a chegada de uma frota de 12 caminhões Volkswagen modelo Constellation, zero quilômetro!

Antonio mantém a pulso firme toda a família em sua volta para ajudá-lo a admi-nistrar inclusive, a nova filial em Limeira, quase 40 caminhões, pás-carregadeiras, empilhadeiras algo próximo a 200 funcioná-rios que dão à empresa sustância para estar presente em todo o Estado de São Paulo e praticamente, a maioria dos edifícios da região têm paredes com sua grife. É difícil um projeto Minha Casa Minha Vida que não tenha sua marca.

Antonio Severino da Silva, qual a es-trela que brilhou, Steve Jobs, também não

Fábio Prado, nascido há 33 anos em Nova Odessa, graduou-se em Educação Física pela Unimep e desde a tenra idade sempre frequentou academias. O desejo de possuir o próprio espaço sempre foi seu norte. E isso aconteceu!

No ano passado, após 10 anos de estra-da, Fábio abriu sua academia oferecendo a Sumaré uma academia cujos equipamen-tos era top de linha e o requinte chegou ao ponto de oferecer monitor de LCD com TV Sky em cada esteira ergométrica.

Agora, a Academia Fábio Prado está em contagem regressiva para mudar-se para um prédio de 720m2 na Av. Am-pélio Gazzetta, logo acima do Colégio Net Work, já em Nova Odessa. O atual espaço em Sumaré será ocupado exclusi-vamente por academia de lutas marciais. O novo projeto é ousado pois apenas o portal de entrada já desperta curiosida-de dos transeuntes. Haverá quadra de squash, estacionamento para 43 carros, salas climatizadas, equipamentos de últi-ma geração, profissionais formados, salas de spinning e ginásticas com som e ilumi-nação top de linha, horário elástico das 05 às 24h00, loja e lanchonete que atenderá também a público externo. Fábio Prado é mais um desses novos empreendedores que percebeu ser o público local melhor do que qualquer outro. Afinal, se Sumaré ou Nova Odessa não têm a oferecer, esse público vais buscar fora.

Wagner e Simone eram namorados quando conseguiram a franquia Wizard Idiomas em Hortolância e logo implanta-ram em Nova Odessa a segunda unidade. Terceiro passo, quando assumiram a uni-dade Wizard em Americana já estavam casados.

Na princesa tecelã, após um ano, mudaram a escola para prédio maior, na privilegiada praça Comendador Müller, e novamente o mesmo já não comporta a demanda.

Epreendedores comprometidos em su-perar metas, Wagner está empolgado em concluir o MBA Wizard, curso fechado, uma tendência essa formação, cujos mes-tres e doutores são os laureados da rede - os melhores franqueados - que estão na condição de orientadores aos jovens fran-queados.

Enquanto renomadas faculdades bra-sileiras como uma FGV, FEA, etc., os orientadores são oriundos de várias árvo-res profissionais, na Wizard são esperiên-cias de vencedores no mesmo segmento que estarão transmitindo para colegas também franqueados. Essa linguagem de colega para colega, algo que as grandes corporações começam a utilizar ao redor desse mundo literalmente cada vez mais pequeno - e a perspicácia para utilizar essa sinergia interna é o grande diferen-cial para elevar-se cada vez mais acima da concorrência.

Auto ElétricaRadar e o prédio novo

Fazendoo que gosta

Nosso blocode cada dia

- Trabalho com meu pai desde 12 anos, hoje estou com 27 anos

Quanto tempo durou a construção?Marcel - 11 meses

Quantos anos tem seu pai hoje?Marcel - Meu pai tem hoje 56 anos.Mais da metade da vida aqui na Auto

Elétrica?

Marcel Rodrigues FantimJosé Aparecido Fantim

Após grande churrasco regado a cer-veja num sábado de sol, a família Fantin apresentou aos amigos suas novas e amplas instalações incluindo uma sala de recepção mais bem equipada que muito consultório na região. Afinal, a partir de agora os clien-tes dessa auto elétrica terão na sala de espe-ra confortável TV de tela grande, frigobar, revistas e jornais diários e o indispensável cafezinho.

Para a nova construção, que não foi reforma, pois mudaram de endereço para se construir o novo prédio, e agora, inau-gurado, os Fantin são sorrisos de felicidade a todo visitante.

O Campeão - Aqui na nova Radar, o que vocês pretendem oferecer para os seus clientes?

Marcel - Mais conforto, facilidade para pagar, melhor atendimento, proporcionar

Franqueado competente

Gente que faz1

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Causos de

Nova Odessa

“Alguns homens melhoram depois dos 40. E eu mesmo só comecei a me sentir gato depois dos 90.” - Oscar Niemayer

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Internet mais fácil. Além da tecnologia 3D, a Infi-nita Nano Full LED LEX8 de 47’’, da LG, oferece acesso a conteúdos da internet e o recurso Wireless aVready, que permite a conexão sem fio entre equi-pamentos de áudio e vídeo e a TV. O controle remoto com sensor de movimento controla o cursor na tela, facilitando a navegação. Preço sugerido: R$ 9 mil.

Lazer

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Tecnolgia, o objeto de desejo!

Movimento com nitidez. Viera 3D com 58", da Panasonic, reproduz imagens em 3D utilizando o plasma, que tem tempo de resposta mais curto que as outras tecnologias. A opção favorece os fanáticos por videogames, que conquistam imagens em alta resolução. Vendida com dois óculos, sai por R$ 11 mil.

Selecionamos quatro aparelhos de televisão com um algo a mais: imagens em 3D, conexão com internet e funções sem fio.

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2D que Vira 3D.Com apenas 0,79 cm de espessura em 55",

a 3D LED TV Série 9000, lançamento da Samsung, dispõe

de função All 3D, que converte imagens em duas dimensões

para três. Na função REC Extended PVR, o usuário pode

gravar programas em um pendrive ou HD externo para

assistir mais tarde. Preço sugerido: R$ 18 mil.

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Entrevista

A Villa Flora que queremosO Campeão - Sr. Vladimir, o Senhor veio de onde, e qual é vossa profissão?Vladimir - Campinas, sou posentado da CPFL e moro no Villa Flora há 3 anos.

O Campeão - Por que a disposição de candi-datar-se a tal cargo?Vladimir - Vendo que muitas coisas poderiam ser feitas pelo bairro procurei dentre as atri-buições de cada diretoria verificar aquelas que mais se enquadravam com o meu perfil, optan-do pela de Diretor Superintendente.

O Campeão - Quais os cargos de direção des-sa associação?Vladimir: Diretor Superintendente, Diretor Te-soureiro, Diretor Comunicação, Diretor Esporte Cultura e Lazer, Diretor Manutenção e Limpe-

za,, Diretor Meio Ambiente, Diretor Segurança e Transito, Diretor Reforma e Ampliação O Campeão – Bonito mural foi montado pela construtora no principal saguão comercial na época inicial de vendas. Esse mural em azule-jos decorados fazia homenagem as primeiras famílias que acreditaram no empreendimento e ali constava os nomes de “Os Pioneiros do Villa Flora”; essa feliz iniciativa se tornou forte apelo de marketing para seduzir novos moradores. Entretanto, passaram-se os anos e... O painel sumiu! Para aquelas famílias que ali eram homenageadas, tal afresco tornou-se patrimônio da comunidade. Convenhamos, várias crianças chegaram a dizer com orgulho “Minha família é uma pioneira do Villa Flo-ra!”. Onde andam tais azulejos? Por acaso tal

assunto chegou a ser discutido na Associação?Vladimir - Sim, este assunto é uma de minhas preocupações, tanto que já estou em contato com alguns voluntários para que juntos possamos conseguir resgatar a historia do Villa Flora.

O Campeão - Certamente essa diretoria deve ter uma convivência de boa vizinhança com a construtora, mas há moradores que se sentem traídos, pois alguns equipamentos não foram implantados pelo empreendedor e um desses compromissos como argumento de venda na época seria a manutenção do lago e seu en-torno... O que a diretoria poderia adiantar a esses moradores?Vladimir – Quanto ao Parque do Lago, através da nossa diretora de meio ambiente, estamos em negociações com os órgãos competentes e interessados em adotá-lo. Já as Áreas Institu-cionais estamos em negociações com a PMS (Prefeitura Municipal de Sumaré) e Construtora Rossi para construção dos equipamentos con-forme previsto. Já foi realizada uma reunião en-tre PMS, Construtora Rossi e AMVF (Ass. dos Moradores do Villa Flora) , quando foi aprova-da em assembléia as propostas apresentadas, e também foi agendada a segunda reunião para darmos andamento nas negociações).

O Campeão - Há informação de que a vossa diretoria conseguiu aprovar por unanimidade uma antiga reivindicação para implantar mo-nitoramento eletrônico no bairro. Como será a implantação desse projeto?

Vladimir - Vamos monitorar o bairro em sua totalidade de forma que todos os condomínios também tenham suas entradas monitoradas. O monitoramento será instalado em uma única etapa. O Campeão - E, se um síndico interessado em

ampliar tal estrutura específica para seu con-domínio haverá possibilidade de tal parceria?Vladimir - Sim.O Campeão - O pessoal da segurança na en-trada do bairro tem encontrado dificuldade na identificação de moradores que entram com vidros fumês dos veículos levantados, e que tal fato põe em risco a segurança do coletivo. O que essa diretoria teria a comentar?Vladimir - Já temos algumas alternativas em estudo aguardando outras medidas, que temos que implantar antes para que possamos resol-ver este problema. O Campeão - O Villa Flora “explodiu” em ter-mos de movimento, e temos notado boa atua-ção da administração em campanhas educa-tivas, a última delas, por ocasião da semana nacional do trânsito, foi muito bem divulgada aqui dentro e acreditamos que tenha alcança-do seu objetivo. Haverá continuidade? Afinal, muita gente se esquece de desacelerar mesmo depois de entrar no bairro... Vladimir - Vamos dar continuidade na cons-cientização através de novas campanhas. O Campeão - Agradecendo a atenção, por fa-vor, sua palavra final.Vladimir - Aos moradores do Villa Flora, que-ro deixar aqui, minha nota de agradecimento pela cooperação, apoio e receptividade à Asso-ciação de Moradores. Nosso objetivo é sempre estreitar o relacionamento com os moradores, e mesmo sem ter atingido 100% desse objeti-vo, podemos dizer que estamos no caminho e muito felizes por isso. Agradeço também ao nosso Centro Comercial, que tem nos apoiado em cada empreitada. Ainda há muito a fazer, mas estamos trabalhando duro para obtermos ótimos resultados, sempre priorizando o bem estar do nosso morador.

Vladimir B. do Prado, diretor superintendente da Associação dos Moradores da Villa Flora

Projeto inovador, o Villa Flora encantou a maioria dos moradores logo na primeira visita. A mancha verde com seu lago, é um partimônio para Sumaré.

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