o caminho do bem - jornal da saude · respeito, esforçar-se para lhe explicar bem a situação,...

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Parasita afinal vive nas células da gordura Equipa de investigadores localiza o principal es- conderijo dos parasitas de doença que causa so- nolência permanente. Até agora, pensava-se que se encontravam no sangue e no cérebro. Em Angola, registam-se algu- mas dezenas de casos anualmente |Pag. 8 Doença do sono 7 erros masculinos que afectam a saúde da mulher Existem hábitos e com- portamentos típicos dos homens que prejudicam o bem-estar deles e o seu. Saiba quais são os que mais irritam as mulheres e veja como os contrariar. |Pag. 23 Como funciona a tiroide? Apesar da grande preva- lência de doenças desta glândula, ainda surgem muitas dúvidas sobre o tema. As patologias asso- ciadas afectam milhares de cidadãos. |Pag. 18 O Caminho do Bem European Society for Quality Research Lausanne EUROPE BUSINESS ASSEMBLY OXFORD jornal Ano 7 - Nº 72 Maio 2016 Mensal Gratuito Director Editorial: Rui Moreira de Sá MINISTÉRIO DA SAÚDE GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA aude a saúde nas suas mãos A N G O L A da Angola quer mais atenção às mordeduras de serpentes Na 69ª Assembleia da OMS, Angola ratifica e co-organiza evento para que a mordedura da serpente volte a fazer parte da lista das Doenças Tropicais Negligenciadas. Perceba a importância.| |Pag. 4 O paciente angolano gosta que o médico o atenda sem pressa e o trate com respeito Conclusões de estudo Numa consulta médica Investigação conclui ainda que o doente aprecia ser chamado pelo nome e que lhe expliquem a situação O angolano considera que o mais importante numa consulta é o médico atendê-lo sem pressa, cumprimentá-lo / saudá-lo, tratá-lo com respeito, esforçar-se para lhe explicar bem a situação, zelando pela sua confidencialidade, aconselhá-lo sobre como evitar a doença e de- monstrar competência técnica. Estas são algumas das conclusões de um estudo que o Jornal da Saúde realizou recentemente em Luanda. Saiba tudo. |Pags.10 e 12

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Page 1: O Caminho do Bem - Jornal da Saude · respeito, esforçar-se para lhe explicar bem a situação, zelando pela sua confidencialidade, aconselhá-lo sobre como evitar a doença e de

Parasita afinalvive nas células da gorduraEquipa de investigadoreslocaliza o principal es-conderijo dos parasitasde doença que causa so-nolência permanente.Até agora, pensava-seque se encontravam nosangue e no cérebro. EmAngola, registam-se algu-mas dezenas de casosanualmente |Pag. 8

Doença do sono

7 erros masculinosque afectam a saúde damulher

Existem hábitos e com-portamentos típicos doshomens que prejudicamo bem-estar deles e o seu.Saiba quais são os quemais irritam as mulherese veja como os contrariar.|Pag. 23

Como funciona a tiroide?Apesar da grande preva-lência de doenças destaglândula, ainda surgemmuitas dúvidas sobre otema. As patologias asso-ciadas afectam milharesde cidadãos. |Pag. 18

O Caminho do BemEuropean Society for

Quality ResearchLausanne

EUROPE BUSINESS ASSEMBLY

OXFORD

jornalAno 7 - Nº 72Maio 2016Mensal Gratuito

Director Editorial: Rui Moreira de Sá

MINISTÉRIO DA SAÚDEGOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA aude

a saúde nas suas mãosA N G O L A

da

Angola quer mais atenção às mordeduras de serpentesNa 69ª Assembleia da OMS, Angola ratifica e co-organiza evento para que a mordedura da serpente volte a fazerparte da lista das Doenças Tropicais Negligenciadas. Perceba a importância.| |Pag. 4

O paciente angolano gosta que o médico o atenda sempressa e o trate com respeito

Conclusões de estudo

Numa consulta médica

Investigação conclui ainda que o doente aprecia ser chamado pelo nome e que lhe expliquem a situação

O angolano considera que o mais importante numa consulta é o médico atendê-lo sem pressa, cumprimentá-lo / saudá-lo, tratá-lo comrespeito, esforçar-se para lhe explicar bem a situação, zelando pela sua confidencialidade, aconselhá-lo sobre como evitar a doença e de-monstrar competência técnica. Estas são algumas das conclusões de um estudo que o Jornal da Saúde realizou recentemente em Luanda.Saiba tudo. |Pags.10 e 12

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2  EDITORIAl Maio 2016 JSA

Conselho editorial: Prof. Dr. MiguelBettencourt Mateus (coordenador),Dra. Adelaide Carvalho, Prof. Dra.Arlete Borges, Dr. Carlos (Kaka) Al-berto, Enf. Lic. Conceição Martins,Dra. Filomena Wilson, Dra. HelgaFreitas, Dra. Isabel Massocolo, Dra.Isilda Neves, Dr. Joaquim Van-Dú-nem, Dra. Joseth de Sousa, Prof. Dr.Josinando Teófilo, Prof. Dra. MariaManuela de Jesus Mendes, Dr. Mi-guel Gaspar, Dr. Paulo Campos.Director Editorial: Rui Moreira de Sá

[email protected]; Redacção: Cláudia Pinto; FranciscoCosme dos Santos; Magda CunhaViana.Correspondentes provinciais:Elsa Inakulo (Huambo); Diniz Simão(Cuanza Norte); Casimiro José(Cuanza Sul); Victor Mayala (Zaire)MARKETING E PUBLICIDA-

DE: Eileen Salvação Barreto Tel.: +244 945046312 E-mail: [email protected] Edição deste nú-mero: Cláudia Pinto, Fotografia: Jor-ge Vieira.

Editor:Marketing For You, Lda - RuaDr. Alves da Cunha, nº 3, 1º andar -Ingombota, Luanda, Angola, Tel.:+(244) 935 432 415 / 914 780462, [email protected]ória Registo Comercial deLuanda nº 872-10/100505, NIF5417089028, Registo no Ministérioda Comunicação Social nº141/A/2011, Folha nº 143.Delegação em Portugal:Beloura Of-fice Park, Edif.4 - 1.2 - 2710-693 Sin-tra - Portugal, Tel.: + (351) 219 247

670 Fax: + (351) 219 247 679E-mail: [email protected] Geral: Eduardo Luís MoraisSalvação BarretoPeriodicidade: mensal Design e maquetagem:Fernando Al-meida; Impressão e acabamento: DamerGráficas, SATransportes: Francisco Carlos de An-drade (Loy) Tiragem: 20 000 exemplares.

Audiência estimada:80 mil leitores.

FICHA TÉCNICA 

Parceria: 

www.jornaldasaude.org

O Fundo Monetário Internacional (FMI) há várias décadas que exige

dos governos a aplicação de políticas orçamentais restritivas como

condição para prestar auxílio financeiro aos países. Basicamente, tra-

duzem-se em cortes na despesa pública para que as receitas cubram

os gastos do Estado. Estas políticas nem sempre deram bons resul-

tados ao longo da história, em especial nos sectores mais desprote-

gidos das sociedades onde foram aplicados.

Este mês, um relatório da Organização para a Cooperação e o

Desenvolvimento Económico (OCDE) revelou que o aumento

do desemprego e os cortes na saúde, consequências da crise, em

2008, teriam contribuído para um aumento da mortalidade por

cancro, matando mais de 500 mil pessoas no mundo. "Associamos

a recente crise económica a 260 mil mortes adicionais por cancro

nos países da OCDE, entre 2008 e 2010, sendo 160 mil delas na

União Europeia", afirma o trabalho, publicado na revista britânica

"The Lancet". A nível mundial, “são mais de 500 mil mortes além

do normal por cancro nesse período de dois anos", disse o médico

Mahiben Maruthappu, do Imperial College de Londres, coordena-

dor do estudo. “Verificou-se que o aumento das taxas de desem-

prego está directamente associado ao aumento da mortalidade

por cancro, porque, devido às medidas de austeridade, programas

de saúde pública e gastos pessoais com saúde foram cortados”,

explicou o investigador.

O FMI vai começar no dia 1 de Junho as negociações com o go-

verno com vista à implementação de um programa de assistência.

O renomado economista Alves da Rocha, da Universidade Cató-

lica, já alertou e disse esperar "políticas e medidas de ajustamento

em baixa das contas do Estado e das contas económicas da Na-

ção", significando "agravamento da austeridade e retração do cres-

cimento do PIB”.

Para além de cortes no orçamento da saúde – já por si insufi-

ciente – um dos nossos receios – compartilhado aliás, também, pe-

lo académico – é, por exemplo, a curto prazo, como é que o Go-

verno vai justificar e defender a contratação anunciada de mais

2.146 trabalhadores para a saúde, entre médicos e enfermeiros –

absolutamente vitais para dar resposta às gritantes necessidades

de pessoal nos hospitais?

Alerta lançado, resta-nos apoiar o Executivo nas negociações

que tem pela frente com o FMI e esperar que o sector da saúde

não seja sacrificado.

O FMI e a saúde Rui MoReiRa de Sá

Director [email protected] O Jornal da Saúde chega gratuitamente às suas mãos graças

ao apoio das seguintes empresas e entidades socialmente

responsáveis que contribuem para o bem-estar dos angolanos

e o desenvolvimento sustentável do país.

QUADRO DE HONRAEmpresas Socialmente Responsáveis

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n O projecto visa ajudar ospaíses do continente a com-bater as doenças tropicais ne-gligenciadas (DTN), que afec-tam mil milhões de pessoasem todo o mundo, a maioriadas quais na região africana."O ESPEN garantirá que os

programas nacionais de com-bate às DTN tenham a infor-mação, o conhecimento e osrecursos financeiros necessá-

rios para acelerar o combate aessas doenças", disse a direc-tora da OMS para África,Matshidiso Moeti.Segundo a OMS, as DTN

constituem um obstáculo pe-sado e constante, principal-mente para as comunidadesmais pobres, marginalizadase isoladas do mundo.A África Subsaariana con-

centra 40% da incidência glo-bal de DTN e, embora possamser evitadas e tratadas, estasdoenças continuam a desfi-gurar e a incapacitar, destruin-do vidas, impedindo as crian-ças de frequentarem a escolae mantendo as comunidadesna pobreza, lamenta a OMS.O ESPEN irá vigorar até

2020 e deverá prestar apoiotécnico e de angariação defundos aos países endémicos,na perspectiva de que estas

doenças são facilmente con-troláveis, através da adminis-tração preventiva de medica-mentos nas comunidadesafectadas.Um estudo da Universida-

de Erasmus, de Roterdão, es-tima que cumprir os objecti-vos definidos para 2020 nocontrolo das DTN permitiriapoupar 52 mil milhões de dó-

lares e evitar o equivalente a100 milhões de anos poten-ciais de vida perdidos devidoà doença, deficiência ou mor-te prematura na África Sub-saariana.Só em Angola, onde se es-

tima que 12 milhões de pes-soas estejam afectadas porpelo menos uma das doençastropicais negligenciadas,

cumprir as metas da OMS até2020 permitiria poupar 2,8 milmilhões de dólares e 1,9 mi-lhões de anos de vida até 2030.Em comunicado, a OMS

adianta que o projeto conta jácom investimentos da Agên-cia dos Estados Unidos para oDesenvolvimento Internacio-nal (USAID), assim como doKuwait Fund, do Departa-mento de DesenvolvimentoInternacional (DFID) do Rei-no Unido, da Fundação Bill &Melinda Gates, do END Fund,do Banco Árabe para o De-senvolvimento Económicoem África, e outras institui-ções.Juntas, estas instituições

contribuíram com um valortotal de 7,4 milhões de eurosem financiamento, mas aOMS alerta que serão neces-sários maiores compromissosfinanceiros e políticos por par-te dos governos africanos paragarantir que essas cinco doen-ças sejam controladas e elimi-nadas.

3ACTUAlIDADEJSA MAio 2016

nO governante fez este pro-nunciamento quando inter-vinha no debate geral da 69ªAssembleia Mundial da Saú-de, que decorreu este mêsem Genebra, Suíça, sob o te-ma principal “Transformar onosso mundo: agenda 2030para o desenvolvimento sus-tentável”.Na ocasião, informou que

o Governo criou um grupode trabalho com a participa-ção técnica de parceiros edesenvolveu um Plano Na-cional de Resposta à Epide-mia que inclui cinco compo-nentes principais: vigilânciada doença, vacinação, con-trolo integrado do vector,cuidados clínicos e mobiliza-ção social.O ministro revelou que o

governo, que considera osurto como prioridade, dis-ponibilizou cerca de 70 mi-lhões de dólares para cobriros custos de vacinas de febreamarela, medicamentos es-senciais e gastos operacio-nais.Deu a conhecer que o

executivo angolano decidiuvacinar toda a população, eque cerca de oito milhões depessoas foram já vacinadas,registando-se neste momen-to uma tendência para o de-créscimo do número de no-vos casos e de óbitos.O responsável assegurou

o empenho total do executi-vo angolano na garantia doscuidados de saúde essen-ciais à população e nas me-didas com vista a pôr termo aepidemia de febre amarela.

Escassez de vacinasEntretanto, manifestou-sepreocupado com a escassezde vacinas contra a febreamarela no mercado inter-nacional, já que o stockexis-tente não é suficiente para ademanda mundial. “Conta-

mos com o empenho daOMS e da Aliança GAVI parao aumento da produção devacinas”, sublinhou.O ministro Luís Gomes

Sambo agradeceu à missãoda OMS integrada pela suadirectora-geral, MargarethChan, e a directora regionalpara África, Moeti, que sedeslocou recentemente aAngola para assessorar o go-

verno nas medidas de res-posta à epidemia, conformeo JS noticiou.Em relação à reforma da

OMS, disse que aprecia o re-latório apresentado, apesardos níveis variáveis da im-plementação de cada umadas suas componentes.“Entendemos que a com-

ponente de gestão foi com-prometida pelo surto de ébo-

la que afectou a África doOeste, e que tem colocadosob pressão a estrutura e sis-temas da OMS”.A 69ª Assembleia Mun-

dial da Saúde abordou temasvariados, como a “Promoçãoda saúde através do curso davida”, “Reforma da OMS”,“Doenças transmissíveis”,“Sistemas de Saúde”, “Pro-grama de orçamento e ques-

tões financeiras”, e “Financia-mento e programa de orça-mento para 2016-2017".Decorreram painéis su-

bordinados aos temas “For-talecimento dos sistemas desaúde através de sustentabi-lidade, preços acessíveis”,“Combater doenças cardio-vasculares através de cuida-dos primários de saúde”,“Enfrentar o desafio globalda segurança de medica-mentos para melhorar a se-gurança e qualidade da as-sistência ao paciente”, entreoutros.A cerimónia de abertura

da 69ª Assembleia Mundialda Saúde foi presidida peloministro da Saúde de Omã,Ahmed Al-Saidi, na presençada directora geral da OMS,Margareth Chan.A delegação angolana in-

tegrou o representante per-manente de Angola juntodos escritórios da ONU, emGenebra, embaixador Apoli-nário Correia, técnicos doMinistério da Saúde, da mis-são diplomática e entidadesacadémicas.

Ministro Sambo garante todos os esforçospara pôr fim ao surto de febre amarelaO ministro da Saúde, Luís

Gomes Sambo, sublinhou os

esforços do governo angola-

no e seus parceiros no com-

bate ao surto de febre ama-

rela que assola o país, desde

Dezembro de 2015.

O Projecto Especial Alarga-

do para a Eliminação das

Doenças Tropicais Negligen-

ciadas (ESPEN, na sigla em

inglês) foi anunciado pelo es-

critório da Organização

Mundial de Saúde para a re-

gião africana, durante uma

cerimónia à margem da As-

sembleia Mundial de Saúde,

que decorreu em Genebra.

OMS lança parceria para eliminar doençastropicais negligenciadas em África

Na 69ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra

“Só em angola, onde se estima que12 milhões de pessoas estejam afectadas por, pelo menos, uma das doenças tropicais negligenciadas, cumprir as metas da oMS até 2020 permitiria poupar 2,8 mil milhões de dólares e 1,9 milhões de anos de vida até 2030”

A 69ª Assembleia Mundial da Saúde reuniu ministros e técnicos, este mês, em Genebra, Suiça, sob

o lema "Transformar o nosso mundo: agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável"

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n Pois é…provavelmentenunca tinha pensado nissoantes. E repare que não sãopequenas as probabilidadesde estar tranquilamente apassear, ou a trabalhar, numazona rural, atravessar-se nocaminho de uma mambanegra, de uma bitis, ou deuma naja, e, de repente, sen-tir no pé, na perna, ou numamão os dentes afiados deuma destas cobras perigosas,dores, e o veneno a subir pelacorrente sanguínea, directoao coração, com eventual re-dução da frequência cardía-ca, insuficiência renal, vómi-to, diarreia e necrose no localda picada. Apesar do cenárioepidemiológico das morde-duras de serpentes em Ango-la ser praticamente desco-nhecido, aqui mesmo ao la-do, na RDC, as estatísticasapontam para 120 a 450 mor-deduras por 100 mil habitan-tes. Feitas as contas, do ladode cá da fronteira, como so-mos 25,8 milhões, temos en-tre 31 e 116 mil manos que,todos os anos, sofrem comestes acidentes ofídicos. En-tre 1,4 e 5 % não resistem emorrem. Felizmente, há quem no

país pense nestas eventuali-dades, investigue no terreno,trabalhe e proponha solu-ções. Mais: levou o assunto à69ª Assembleia Geral daOMS que se realizou estemês em Genebra, conformerelatamos na página 3, por-que “apesar da relevância doproblema, as mordeduras deserpentes têm recebido pou-ca atenção por parte das au-toridades de saúde pública”. Trata-se da professora

Paula Regina Oliveira, actualdecana da faculdade de me-dicina de Benguela e coorde-nadora dos estudos sobreserpentes realizados peloCentro de Investigação e In-formação de Medicamentose Toxicologia (CIMETOX),

em Malanje, que criou e de-senvolveu .Concretamente, esta aca-

démica que sai do gabinete efaz trabalho de campo, pal-milhando centenas de quiló-metros à cata de serpentespara lhes extrair o veneno eestudá-lo, advogou, em no-me de Angola, ao lado de 19outros países, no sentido dasmordeduras de serpentesvoltarem a fazer parte da listadas chamadas Doenças Tro-picais Negligenciadas(DTN). Integrou a equipa doMinsa que esteve em Gene-bra e ajudou a ratificar e a co-organizar o evento paralelo“An Integrated Global Initia-tive to Reduce SnakebiteDeath and Disability”. Umfeito!“Estou muito satisfeita em

poder continuar a dar o meucontributo para o país, por-que de nada nos vale fazer-mos estudos e desenvolverestratégias se não forem po-liticamente compreendidase implementadas a nível go-vernamental, pelo que estaratificação junto da OMS sereveste de suma importânciaporque demonstra que asautoridades de saúde estãosensíveis e preocupadas, nãoobstante estarem neste mo-mento focadas com a epide-mia da febre amarela”, reve-lou ao JS.

Antivenenos específicos“O único tratamento efectivopara os evenenamentos pormordeduras de serpentes é aadministração do antivenenoespecíficos”, diz-nos Paula Oli-veira. No entanto, como a suadisponibilidade depende depolíticas de saúde pública, ocontinente africano viu-se abraços com uma crise deabastecimento no início dosanos 90, acarretando um au-mento da morbi-mortalidadepor estes acidentes. Não háprodução nacional de antive-nenos na maioria dos paísesafricanos, cujo acesso à tera-pia antiveneno somente épossível com a aquisição deprodutos fabricados por labo-ratórios privados que, muitadas vezes, nem o veneno das

serpentes da flora angolanapossuem na sua composição.

Estudo sobre tipos de venenos

Actualmente, o CIMETOX en-contra-se a conduzir um estu-do sobre os tipos de venenos eenvenenamentos por serpen-tes em Angola, fruto de umconvénio com o Instituto Bu-tantan (Brasil) que foi iniciadocom uma actividade de cam-po denominada expediçãoNdala Lutangila (ver Jornal daSaúde, Abril 2015). Esta activi-dade de campo teve como ob-jectivos, para além de captarserpentes vivas para a extracc-ção do referido veneno, pôrem prática uma estratégia pa-ra dimensionar a importânciados acidentes ofídicos e divul-

gar medidas de prevençãojunto das populações vulne-ráveis. De acordo com os resulta-

dos, das 258 pessoas entrevis-tadas, 151 referiram experiên-cia própria. A faixa etária maisafectada foi a dos 20 aos 49anos com 51,6%. Os segmen-tos corporais mais atingidosforam o pé, perna e mão. Asserpentes mais frequente-mente implicadas nesses aci-dentes foram as Dendroaspispolylepsis também designadapor mamba negra, ou NDA-LA, com 28,5 % dos casos, se-guido da Bitis arientans, com23, 7% e da Naja ssp com20,55 %.

Doença da pobrezaAs características que fazemcom que as mordeduras deserpentes sejam consideradasDTN, e uma doença da po-breza, estão presentes em An-gola, dado que o país está si-tuado a oeste da África Subsa-riana, onde as estimativas daincidência de acidentes ofídi-cos são elevadas, a populaçãorural, com escassos recursos,é a mais afectada, o acesso dasvítimas aos serviços de saúdeé limitado, não existem estra-tégias educativas de preven-ção, não é uma doença de no-tificação obrigatória, não háfornecimento regular de anti-venenos adequados ao país eos profissionais de saúde têmpouco conhecimento sobretoxicologia.

4 ACTUALIDADE Maio 2016 JSA

Se for mordido por uma serpente venenosa o que é que faz?

Milhares de angolanos são vítimas

Cobras atacam a velocidades supersónicas

n Uma cobra ataca as pre-sas a uma velocidade tão rá-pida quanto 40 milissegun-dos. Investigadores espe-ram conseguir perceber ofenómeno para poderemusá-lo para benefício hu-mano.

As cobras não são animaisespecialmente fortes e mui-tas espécies são pequenas eesguias. No entanto, são dos

predadores mais mortíferosdo mundo. Esta capacidadeassassina deve-se não à suaforça, mas sim à sua rapidez.Segundo um estudo publica-do em Março de 2016, a velo-cidade média do ataque deuma cobra é entre os 44 e os70 milissegundos. Já o ser hu-mano demora 200 milisse-gundos a pestanejar, o quequer dizer que enquantouma pessoa pestaneja, uma

cobra pode atacar até quatrovezes.Uma cobra é tão rápida a

atacar que, caso o ser huma-no se deslocasse a tal veloci-dade, desmaiaria, devido aoaumento da pressão sobre oseu corpo.David Penning, um dos in-

vestigadores responsáveispelo estudo, referiu numa en-trevista à BBC que, na maiorparte das vezes, quando ata-

cadas por uma cascavel, assuas presas nem se aperce-bem que estão a ser atacadas,devido à rapidez do ataque.Esta velocidade da cobra

só é possível porque o réptiltem entre 10 mil e 15 mil mús-culos, mesmo as espéciesmais pequenas. Os investiga-dores supõem que as cobrasretraem estes músculos, atéque se soltam, criando ummovimento de mola.

Rui MoReiRa de Sá

Jornal da Saúde de angola

[email protected]

Por forma a reverter a

situação das mordedu-

ras de serpentes em

Angola, a equipa do CI-

METOX propõe:

- Definição de políticas do

Ministério da Saúde, e go-

vernamentais em geral,

destinadas ao financiamen-

to para o controlo e pre-

venção.

- Promoção, junto das po-

pulações, de campanhas

educativas sobre as medi-

das de prevenção de aci-

dentes.

- Financiamento e promo-

ção de investigações sobre

as serpentes venenosas e

os acidentes ofídicos, com

vista a determinar a inci-

dência de acidentes, a mor-

bidade e a mortalidade,

identificar as espécies que

os causam e produzir no

país os soros específicos.

- Garantir que os soros im-

portados tenham a com-

posição necessária e sejam

adquiridos, conservados e

distribuídos de forma ade-

quada.

- Garantir os meios para o

tratamento nos locais

(postos de saúde) mais

próximos das áreas de ha-

bitação dos agricultores e

pastores, que são as princi-

pais vítimas.

- Aprofundar conhecimen-

tos sobre o manuseio e o

tratamento das vítimas de

mordeduras de serpentes

entre os profissionais de

saúde.

- Estabelecimento de pro-

tocolos para o tratamento

de casos nas unidades de

saúde.

Urgências Cimetox

Tlm.: 943 002 006

O que há a fazer

Na 69ª Assembleia da OMS, Angola ratifica e co-organiza evento para que a mordedura

volte a fazer parte da lista das Doenças Tropicais Negligenciadas

O ministro da saúde de Angola, Luís Gomes Sambo, acompanhado pela decana Paula Regina Oli-

veira, preparam a apresentação na 69ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra

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6 ActuAlidAde Maio 2016 JSA

Zika: risco de microcefalia

em fetos varia entre 1 e 13%

nUm feto infectado com o ví-rus Zika corre um risco de de-senvolver microcefalia entre1 e 13% durante o primeirotrimestre de gravidez, segun-do um estudo publicado estemês na revista New EnglandJournal of Medicine.Os investigadores dos cen-

tros norte-americanos decontrolo de doenças chega-ram a esta estimativa criandoum modelo matemático ba-seado em estatísticas de infe-ções por vírus Zika e de casosde microcefalia na Polinésiafrancesa, que sofreu um surtoem 2013, bem como no esta-do da Baía, no Brasil.O Brasil foi duramente

atingido por uma epidemiade Zika, acompanhada deum aumento do número decasos de microcefalia.Esta malformação congé-

nita irreversível, habitual-mente rara, traduz-se em be-bés que nascem com o crânioanormalmente pequeno eapresentam um desenvolvi-

mento cerebral incompleto.Normalmente, a microcefaliaé rara, verificando-se em 0,02a 0,12% dos nascimentos nosEstados Unidos.A frequência de outras

malformações de nascençamais habituais, como a trisso-mia 21, é inferior a 1%. Esta éa primeira estimativa de riscode microcefalia em fetos demulheres que foram infeta-das durante a atual epidemia.

Relação causa-efeitoOs investigadores dos centrosde controlo de doenças e daUniversidade de Harvard de-terminaram que há uma rela-ção muito forte de causa-efei-to entre uma infecção pelo ví-rus Zika durante o primeirotrimestre da gravidez e o riscode microcefalia no feto, quese torna irrelevante no segun-do e terceiro trimestres degestação.O Brasil, onde o Zika é

maioritariamente transmiti-do por mosquitos, é o país, atéà data, mais afectado peloscasos de microcefalia, mas ocenário poderá repetir-se

noutros locais.“Se o risco de infeção pelo

Zika nas mulheres grávidas ede microcefalia nos fetos quecarregam é semelhante nou-

tras zonas geográficas onde ovírus ainda não está propaga-do, podemos esperar muitoscasos de microcefalia e ou-tros efeitos cerebrais nefas-

tos”, afirmam os autores doestudo.No Brasil há registo de cer-

ca de 3.600 grávidas infecta-das pelo Zika desde janeiro.

Desde o início da epidemiaem 2015 contam-se mais de1.400 casos de microcefalia ede outros problemas neuro-lógicos confirmados

Cientistas descobrem mecanismo celular na origem da infertilidade femininan Uma equipa de investiga-dores do Instituto Gulben-kian de Ciência (IGC) desco-briu, numa experiência coma mosca da fruta, o mecanis-mo numa estrutura das cé-lulas que está na origem dainfertilidade feminina. A es-trutura chama-se centríolo etem de ser eliminada noóvulo (célula feminina) du-rante a sua formação, para,quando este for fecundado,gerar um embrião.Quando o óvulo não per-

de os seus próprios centrío-los, ficando, no momento dafertilização, ao mesmo tem-po, com os centríolos trans-portados pelos espermato-zoides (células masculinas),a divisão celular faz-se anor-malmente, o embrião não sedesenvolve, a fêmea é infértil.

A perda de centríolos naformação do óvulo deve-se àperda do revestimento des-tas estruturas, que as prote-gem, porque falta uma pro-teína reguladora chamadapolo. Quando essa proteínaé reposta, o revestimentodos centríolos não desapa-rece e estas estruturas nãosão eliminadas. O mecanis-mo foi identificado na mos-ca da fruta, mas é visível emtodos os animais, incluindoos seres humanos. As con-clusões do estudo, lideradopor Mónica Bettencourt-Dias, do IGC, são publicadasna revista Science.

Estruturas fundamentaisOs cientistas sabiam, desdea década de 30, que os cen-tríolos são estruturas fun-

damentais para a multipli-cação das células e que, pa-ra darem origem a um em-brião, só podem ser herda-das dos machos. “A divisãocelular tem de ter um nú-mero muito certinho decentríolos”, vincou à Lusa ainvestigadora Mónica Bet-tencourt-Dias, coordena-dora do Laboratório de Re-gulação do Ciclo Celular.Quando tal não aconte-

ce, e existem no óvulo cen-tríolos da fêmea e do ma-cho, e, portanto, um núme-ro incorreto de centríolos, oembrião não se desenvolve.Em situações normais, oscentríolos desaparecem naformação do óvulo porqueperdem o seu revestimen-to, devido à falta da proteí-na polo.

O grupo de Mónica Bet-tencourt-Dias descobriuque este revestimento (for-mado por proteínas) prote-ge os centríolos, impede odesaparecimento destasestruturas. Ao repor o re-vestimento dos centríolosno óvulo, no momento er-rado, durante a sua forma-ção, restituindo a proteínareguladora, os centríolosnão desapareciam e as cé-lulas não se multiplicavam.Para a investigadora, o

revestimento dos centrío-los pode ser também im-portante para o estudo daregeneração celular e docancro, uma vez que,“quando perdem os cen-tríolos, as células estão blo-queadas, não podem proli-ferar”.

Investigadores chegaram a esta estimativa criando um modelo matemático baseado em estatísticas de infeções por vírus Zika

LEONARDO MUNOZ/EPA

As conclusões do estudo, liderado por Mónica Bettencourt-

Dias, são publicadas na revista Science

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8 INVESTIGAÇÃO Maio 2016 JSA

Parasita da doença do sono vivenas células da gordura

nPara a Organização Mun-dial de Saúde (OMS) é umadas doenças tropicais negli-genciadas que atingem po-pulações pobres em África,na Ásia e na América latina eque dificilmente têm acessoa tratamentos e formas deprevenção. Esta de que fala-mos ocorre em vários paísesda África subsaariana, no-meadamente em Angola,onde há moscas tsé-tsé quetransmitem o parasita que aprovoca – oTrypanosomabrucei –, através de picadas.Põe em risco 65 milhões depessoas. Pensava-se que oparasita da doença do sono,na infecção nos mamíferos(nós incluídos), usava comoreservatórios principais osangue e, mais tarde, o cére-bro, onde origina sintomasneurológicos como um esta-do permanente de sonolên-cia e apatia. Quase sempre osdoentes sem tratamento en-tram em coma e morrem.Agora, uma equipa portu-guesa descobriu que o reser-vatório principal do parasitaé outro: o tecido adiposo, ouseja, vive entre as células dagordura.

As descobertasA equipa coordenada porLuísa Figueiredo, do Institu-to de Medicina Molecular deLisboa (IMM), fez este anún-cio na última edição da revis-ta Cell Host & Microbe. O ar-tigo científico – que tem co-mo autoras principaisSandra Trindade e Filipa RijoFerreira, também do IMM –relata duas descobertas emrelação ao parasita da doen-ça do sono, ou tripanosso-míase humana africana, eque poderão traduzir-se emformas mais eficazes decombate a esta infecção.

Eis a primeira descoberta,

nas palavras de Luísa Figuei-redo: “Antes do nosso estu-do, pensava-se que os para-sitas da doença do sono seencontravam principalmen-te no sangue e alguns no cé-rebro. O que nós descobri-mos é que há um tecido emque um enorme número deparasitas da doença do sonose esconde. É o tecido adipo-so. A ‘enorme’ quantidadesignifica que há muitos maisparasitas no tecido adiposodo que no sangue.”

Assim, os espaços entre ascélulas da gordura (adipóci-tos) são, afinal, o principalesconderijo dos parasitas.Estas são aquelas células quetêm sacos de lípidos: quandoengordamos, estes sacos sãomaiores do que quando so-mos magos. Se antes se pen-sava que o parasita existiaem grande quantidade nosangue e em menos quanti-dade no cérebro, os novos re-sultados vêm alterar estaideia. E podem explicar aenorme perda de peso quecostuma estar associada aesta doença.

Assim, na primeira fase dainfecção nos mamíferos, oparasita está no sangue e naszonas entre as células da gor-dura mais ou menos simul-tâneo e, numa segunda fase,chega ao cérebro e a outrosórgãos. “Mesmo na segundafase, onde de facto os parasi-tas estão no cérebro, no cora-ção e nos pulmões, há maisparasitas no tecido adiposo,

seguido do sangue.”Parasitas diferentes

O outro avanço: “A segundadescoberta é que os parasitasque se encontram no tecidoadiposo são bastante dife-rentes dos do sangue”, expli-ca Luísa Figueiredo. “Antesdo nosso artigo, a comunida-de científica pensava que pa-rasitas no sangue e no cére-bro eram iguais. Os nossosresultados mostram que osparasitas se adaptam aos te-cidos, por isso é que os para-sitas no tecido adiposo e nosangue são muito diferentes.O que nos pode levar a ques-tionar se os parasitas do cére-bro também serão diferen-

tes. Isso é que ainda não sa-bemos.”

E que diferenças são es-sas? As experiências da equi-pa, em ratinhos, revelaramque os parasitas obtêm aenergia de que necessitamde maneiras distintas, con-forme os tecidos onde estão.Os parasitas do sangue ob-têm-na apenas de açúcares,enquanto os que se alojamentre as células da gordurausam também os lípidos co-mo fonte de energia. Para so-breviverem no sangue ou nagordura, há mudanças noprograma genético. Têm ac-tivos genes distintos.

Diga-se ainda que, namolécula de ADN, os genessão instruções de fabrico deproteínas. Essas instruçõessão “lidas” e “traduzidas” poroutra molécula – o ARN –,para que a maquinaria da cé-lula possa fabricar essas pro-teínas com determinadasfunções no organismo.“Quando há mais ARN deum gene, diz-se que esse ge-ne está mais activo”, explicaLuísa Figueiredo.

Análise do ARNFoi precisamente através daanálise do ARN que equipaconseguiu descobrir que osparasitas do sangue e da gor-dura eram diferentes. “Tive-mos que arranjar uma estra-tégia que nos desse umaperspectiva global”, conta ainvestigadora. “Como as pro-teínas são o resultado da tra-

dução de moléculas de ARN,então se mostrássemos queo padrão de moléculas deARN era diferente podería-mos saber se as funções (equais) eram diferentes.” Re-sultado: “Encontrámos 2000genes cujo ARN está presen-te em quantidades diferentesnos parasitas do sangue e dagordura.”

Entre os 2000 genes, aequipa verificou que haviagenes do metabolismo:“Nesta grande classe de ge-nes, há os de uma via [bio-química] específica, a beta-oxidação [de ácidos gordos].Estando activa, os parasitasdo tecido adiposo têm a ca-pacidade de usar gorduracomo fonte de energia”,acrescenta a investigadora.

O mistério das recaídasA existência de um reserva-tório do parasita desconhe-cido até ao momento poderáexplicar, por exemplo, as re-caídas de alguns doentes tra-tados no início da infecção eque, segundo as análises clí-nicas, já estavam livres dosparasitas no sangue. “Peran-te isto, médicos e cientistasquestionavam-se: ‘Onde seescondem os parasitas quenão foram eliminados pelofármaco?’”, especifica por suavez um comunicado de im-prensa do IMM.

Segundo o site da OMS, hácinco fármacos para eliminaro parasita: dois usados na faseem que está no sangue (e cau-sa sintomas pouco específi-cos, como dores de cabeça, fe-bre, fraqueza, dores nas arti-culações) e três, que são maistóxicos e difíceis de adminis-trar, quando já está no cérebro(o sintoma mais característico

são as alterações do sono, mastambém há alterações decomportamento). “Não hánúmeros precisos da percen-tagem de pessoas em que otratamento não é eficaz. Ospoucos estudos que existemapontam para cerca de 5%,mas o verdadeiro valor podeser muito diferente, depen-dente dos fármacos, do está-dio da doença, etc.”, explicaLuísa Figueiredo. “É impor-tante relembrar que, se as pes-soas não forem tratadas, mor-rem. A doença do sono é mor-tal, com algumas poucasexcepções reportadas recen-temente.”

Importância das descobertas

Quando se pergunta sobre aimportância destas desco-bertas, a investigadora subli-nha precisamente esse as-pecto. “Há fármacos que nãopenetram facilmente no teci-do adiposo. Esta pode seruma das razões por que, porvezes, os tratamentos contraa doença do sono não sãoeficazes”, diz. “Os própriosparasitas que residem no te-cido adiposo, por serem dife-rentes dos do sangue, po-dem ser resistentes ao trata-mento. Isto pode, mais umavez, contribuir para o trata-mento não ser eficaz.” Eacrescenta ainda: “Há um la-do novo da biologia do para-sita que era totalmente des-conhecido e que precisa deser estudado no futuro, sequisermos compreender adoença na sua totalidade edefinirmos melhores méto-dos de diagnóstico e trata-mento.”

Existem medicamentoscapazes de eliminar o parasitado tecido adiposo? “Esses es-tudos ainda não foram feitos.É um dos próximos projectosque queremos desenvolver”,responde a investigadora,acrescentando que as desco-bertas da sua equipa ajudarãoao desenvolvimento de novostratamentos. “Provavelmente,os fármacos devem conseguirentrar no tecido adiposo e pe-lo menos eliminar a maioriados parasitas. O problema é seficam lá ‘alguns’. Basta ‘pou-cos’ para poder voltar a causardoença.”

“Há fármacos que não penetram facilmente no tecido adiposo. Estapode ser uma das razões por que, por vezes, os tratamentos contra a doença do sono não são eficazes”

Teresa Firmino

Equipa de investigadores lo-calizou o principal esconde-rijo dos parasitas de doençaque causa sonolência per-manente. Se não for trata-da, os doentes morrem.Também afecta o gado. Ori-gina perdas económicas empaíses de África, entre osquais Angola.

De acordo com o director-

geral do Instituto de Com-

bate e Controlo da Tripa-

nossomíase de Angola, Jose-

nando Teófilo, entre 2013 e

2014 foram examinadas

253.969 pessoas, das quais

165.907 em campanhas de

prospecção activa, tendo si-

do diagnosticados 104 ca-

sos positivos.

De acordo com as estatísti-

cas do Instituto, em 2013 fo-

ram diagnosticados 69 ca-

sos e em 2014 foram regis-

tados 35, enquanto que em

2015, até Setembro, já ti-

nham sido notificadas 22

pessoas infectadas.

A situaçãoem Angola

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10 INVESTIGAÇÃO SOCIAL Maio 2016 JSA

O angolano gosta que o médico o cumprimente, atenda sem pressa, trate com respeito e explique a situação

nEstas são algumas das con-clusões de um estudo querealizámos recentementecom base em entrevistasefectuadas junto a umaamostra aleatória da popula-ção residente em diversosmunicípios de Luanda, como objectivo de conhecer, naperspectiva do paciente,quais os aspectos mais im-portantes na interacção/co-municação com o médicodurante uma consulta. Oquestionário continha 50 per-guntas agrupadas em quatrodimensões: processo, ética,conteúdo e afectiva.Os resultados revelaram

ainda que as pessoas dão es-pecial importância ao factode o médico informar sobreos riscos, custos e benefíciosdos exames complementaresde diagnóstico e do trata-mento, fazer perguntas sobreas suas queixas, mostrar inte-resse pelo seu problema, dar-lhe toda a informação a res-peito, saber colocar-se “nasua situação”, dar suporte ver-bal e emocional, manter ocontacto visual enquanto falae dar uma explicação do quevai acontecendo durante oexame/observação.

Satisfação durante a última consulta

A investigação pretendeutambém apurar o nível de sa-tisfação durante a última con-sulta realizada, relativamenteaos 50 aspectos em análise.Verificou-se que a dimensãoética foi a que gerou maior sa-tisfação junto dos pacientes,

designadamente nos pontos“Zelar pela confidencialidadeda situação”, “Tratar com res-peito” e “Ser conselheiro”.Segundo concluímos, ne-

nhuma dimensão na relaçãomédico-doente se posicio-nou como ponto fraco. Po-rém, é necessário prestar al-guma atenção à parte afecti-va, pois a satisfação com estaencontra-se no limite parapassar a ponto fraco.O conteúdo é a dimensão

que gera menos satisfação,contudo é também a que temmenos importância para ospacientes. Todavia, é neces-sário não descurar esta di-mensão.Em resumo, tendo em

conta os aspectos que sãopercepcionados como osmais importantes para a co-municação entre médico edoente, verifica-se que a satis-fação com os pontos relacio-nados com a dimensão afec-tiva e do conteúdo são os quemais necessitam de “atenção”.

Ensino médicoO estudo evidencia e chamaa atenção para a necessidadede se conhecer as expectati-vas e necessidades do utenteface à comunicação e infor-mação na consulta médica,considerando as suas especi-ficidades pessoais, de saúde edoença.Sublinha também a perti-

nência do médico informar apopulação utente, consumi-dor dos serviços de saúde, va-loriza o papel do paciente ereforça a sua importância co-mo elemento fundamentaldentro do sistema de saúde,na adequação e melhoria doscuidadosFinalmente, chama a

atenção para a necessidadede, na formação médica, re-forçar as perícias comunica-tivas em benefício, não só doacto médico, como da huma-nização do processo e dobem-estar e satisfação doutente.Em futuros estudos sobre

este assunto, recomendamosque a amostra seja maior, tor-nando-a mais representativada população.

“Os resultados revelaram ainda que as pessoas dão especial importância ao facto de o médicoinformar sobre os riscos, custos e benefícios dos exames complementares dediagnóstico e do tratamento, fazer perguntas sobre as suas queixas e mostrar interesse pelo seu problema”

Durante uma consulta médica

Rui MoReiRa de Sá

Jornal da Saúde de angola

[email protected]

O angolano considera que o

mais importante numa con-

sulta é o médico atendê-lo

sem pressa, cumprimentá-

lo / saudá-lo, tratá-lo com

respeito, esforçar-se para

lhe explicar bem a situação,

zelando pela sua confiden-

cialidade, aconselhá-lo sobre

como evitar a doença e de-

monstrar competência téc-

nica.

Distrito/Bairro onde reside

Perfil demográfico

FemininoMasculino

54%46%15-24anos

25-34anos

35 e maisanos

41% 32% 26%

IDADE MÉDIA: 30 anos

7%13%

25%5%

26%15%

5%2%2%

Município de Luanda : MaiangaMunicípio de Luanda : Ingombota

Município de Luanda : Kilamba KiaxiMunicípio de Luanda :Sambizanga

Município do CacuacoMunicípio de BelasMunicípio de Viana

Província de Malanje: Munic. MalanjeProvíncia de Benguela: Munic. Lobito

Primário Secundário Médio

11% 13% 31%

Superior

45%

Estado civil

NÚMERO MÉDIO DE FILHOS: 1 FILHO

20%

Casado (a)

80%

Solteiro (a)

Dimensão Ética (1/2)Importância dos aspectos ÉTICA

Base: 100 inquiridos

Zelar pela confidencialidade relativa à minha situação

Tratar-me com respeito

Informar-me dos riscos, custos e benefícios dos examescomplementares de diagnóstico e do tratamento

Saber o que é melhor para mim

Ser conselheiro

Dar suporte verbal, emocional e segurança

Informar o que é o meu problema (diagnóstico) ou as hipóteses dediagnóstico e dar-me toda a informação sobre ele

Mostrar-se interessado no meu problema e saber colocar-se na minhasituação

Ser amigo e educador

Informar-me sobre os vários tratamentos

Explicar as razões porque determinado tratamento é recomendadopara mim

Escala: 1 - Sem nenhuma importância; 2 - Um pouco/ sem importância; 3 - Neutro; 4 - Importantes; 5 - Muito importante

4,58

4,58

4,51

4,48

4,46

4,44

4,40

4,40

4,38

4,38

4,36

4semanas

5 a 8semanas

9 a 16semanas

17 a 24semanas

Mais de 24semanas

Há quanto tempo foi a umaconsulta médica?

10%24% 16%26% 24%

42%Doença

Natureza da consulta

35%Rotina/Controlo

15%Exame físicocompleto

8%Ns/Nr

61%Clinica Geral

Médico

39%Especialista

59%Privada

Instituição

41%Pública

33%Clinica

Local

15%Hospital

13%Centro de saúde

Caracterização da última consulta

SATISFAÇÃO

4,07MÉDIA

41%Muitosatisfeitos

43%Satisfeitos

84%

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12 INVESTIGAÇÃO SOCIAL Maio 2016 JSA

Dimensão Ética (1/2)Importância dos aspectos

Base: 100 inquiridos Escala: 1 - Sem nenhuma importância; 2 - Um pouco/ sem importância; 3 - Neutro; 4 - Importantes; 5 - Muito importante

Prestar atenção/escutar e dar respostas apropriadas enquanto eudescrevo a minha situação

Mostrar interesse sobre a minha satisfação com a consulta

Manter um contacto visual adequado enquanto fala para mim

Informar sobre o que é possível prever sobre o meu problema(prognóstico)

Fazer-me sentir como se eu pudesse falar de qualquer tipo deproblema sem quaisquer receios

Promover todas as condições possíveis para a minha privacidade

Posicionar-se ao mesmo nível (ex.: sentado) enquanto fala comigo

Informar/explicar/e discutir comigo os resultados do exame físico,exames complementares de diagnóstico e do tratamento

Tratar-me pelo nome

Mostrar interesse em que seja eu a decidir sobre o tratamento quequero realizar

Não me criticar por ter ido consultar outro colega/pedir uma segundaopinião

4,33

4,24

4,24

4,16

4,15

3,96

3,94

3,81

3,78

3,35

3,25

ÉTICA AFECTIVA

Base: 100 inquiridos

Atender-me sem ser apressadamente

Cumprimentar-me, saudar-me

Dar-me suporte verbal, emocional e segurança

Estar bem-disposto e, adequadamente, manter o sentido de humor

Manter um contacto visual adequado enquanto fala para mim

Fazer-me sentir como se eu pudesse falar de qualquer tipo deproblema sem quaisquer receios

Conhecer as minhas expectativas, crenças e necessidades emrelação ao meu problema e seu tratamento

Não me criticar por ter ido consultar outro colega/pedir uma segundaopinião

Aprovar/concordar com as minhas opiniões

Escala: 1 - Sem nenhuma importância; 2 - Um pouco/ sem importância; 3 - Neutro; 4 - Importantes; 5 - Muito importante

4,62

4,49

4,44

4,24

4,24

4,15

3,82

3,25

2,96

Dimensão AfectivaImportância dos aspectos

+ IMPORTANTES ( 4,5)

Atender-me sem ser apressadamente

PROCESSO

Base: 100 inquiridos

Esforçar-se/mostrar interesse em que eu compreenda

Dar uma explicação do que vai acontecendo durante oexame/observação

Informar como tenho acesso a ele e a sua disponibilidade futura (oude outro colega) para me ajudar quando preciso

Conhecer as minhas expectativas, crenças e necessidades emrelação ao meu problema e seu tratamento

Perguntar a minha opinião

Escala: 1 - Sem nenhuma importância; 2 - Um pouco/ sem importância; 3 - Neutro; 4 - Importantes; 5 - Muito importante

4,50

4,25

4,15

3,82

3,31

Dimensão ProcessoImportância dos aspectos

+ IMPORTANTES ( 4,5)

Esforçar se/mostrar interesse em que eu compreenda

CONTEÚDO

Base: 100 inquiridos

Aconselhar-me como evitar/prevenir a doença e manter-me saudável

Mostrar competência técnica/ter conhecimentossobre o meu problema

Fazer perguntas sobre as minhas queixas (sinais e sintomas)

Fazer perguntas sobre os medicamentos que estou a tomar (quais eem que doses), incluindo medicina tradicional

Deixar-me falar sobre os medicamentos que estou a tomar (quais eem que doses)

Deixar-me falar sobre as minhas queixas (sinais e sintomas)

Fazer perguntas sobre a minha situação psicológica

Fazer um exame físico

Fazer perguntas sobre outras formas de terapêutica que fiz ou estou afazer

Escala: 1 - Sem nenhuma importância; 2 - Um pouco/ sem importância; 3 - Neutro; 4 - Importantes; 5 - Muito importante

4,71

4,64

4,60

4,47

4,44

4,36

4,20

4,18

3,93

Dimensão Conteúdo (1/2)Importância dos aspectos

+ IMPORTANTES ( 4,5)

Aconselhar me como evitar/prevenir a doença e manter me saudável

Mostrar competência técnica/ter conhecimentossobre o meu problema

Fazer perguntas sobre as minhas queixas (sinais e sintomas)

CONTEÚDO

Base: 100 inquiridos

Deixar-me falar sobre outras formas de terapêuticaque fiz ou estou a fazer

Deixar-me falar sobre os meus sentimentos e emoções

Fazer perguntas sobre os meus problemas do dia a dia

Fazer perguntas sobre a minha situação social, familiar e profissional

Deixar-me falar sobre a minha situação social, familiar e profissional

Fazer perguntas sobre os meus sentimentos e emoções

Deixar-me falar sobre os meus problemas do dia a dia

Fazer perguntas sobre as minhas relações sociais

Deixar-me falar sobre as minhas relações sociais

Escala: 1 - Sem nenhuma importância; 2 - Um pouco/ sem importância; 3 - Neutro; 4 - Importantes; 5 - Muito importante

3,83

3,42

3,39

3,36

3,30

3,27

3,04

3,02

2,82

Dimensão Conteúdo (2/2)Importância dos aspectos

Observando os aspectos per si e segundo a percepção dos pacientes, verifica-se queos mais importantes são os seguintes:

Aspectos mais importantes na relação médico-doente

Base: 100 inquiridos

MÉDIA

ZELAR PELA CONFIDENCIALIDADE RELATIVA À MINHA SITUAÇÃO

TRATAR-ME COM RESPEITO

INFORMAR-ME DOS RISCOS, CUSTOS E BENEFÍCIOS DOS EXAMESCOMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO E DO TRATAMENTO

ATENDER-ME SEM SER APRESSADAMENTE

ESFORÇAR-SE/MOSTRAR INTERESSE EM QUE EU COMPREENDA

ACONSELHAR-ME COMO EVITAR/PREVENIR A DOENÇA E MANTER-ME SAUDÁVEL

MOSTRAR COMPETÊNCIA TÉCNICA/TER CONHECIMENTOSSOBRE O MEU PROBLEMA

FAZER PERGUNTAS SOBRE AS MINHAS QUEIXAS

Escala: 1 - Sem nenhuma importância; 2 - Um pouco/ sem importância; 3 - Neutro; 4 - Importantes; 5 - Muito importante

4,58

4,58

4,51

4,62

4,50

4,71

4,64

4,60

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14 CORAÇÃO Maio 2016 JSA

Problema das válvulas cardíacas - O que é?

nOs problemas das válvulascardíacas incluem-se emduas categorias:Estenose – A abertura daválvula é demasiado estreita,o que interfere com o fluxode sangue para a frente.Regurgitação (ou Insufi-ciência) – A válvula não seencerra adequadamente,apresentando uma fuga quepode causar um refluxo sig-nificativo de sangue.Os problemas das válvu-

las cardíacas podem sercongénitos, o que significaque estão presentes aquan-do do nascimento, ou adqui-ridos depois do nascimento.Um problema valvular

cardíaco é classificado comocongénito quando algumfactor durante o desenvolvi-mento fetal leva a válvula aapresentar uma anomalia, oque ocorrem em cerca deum em cada 1.000 recém-nascidos. A maior parte des-tes bebés apresenta uma es-tenose da válvula pulmonarou aórtica. Na maior partedas vezes não pode ser de-terminada uma causa espe-cífica, mas os investigadoresconsideram que muitos ca-sos são causados por facto-res genéticos (hereditários).Esta convicção deve-se

ao facto de existir um riscoconsideravelmente elevado(2 a 6%) de anomalias valvu-lares nos pais e irmãos dosrecém-nascidos afectados,em comparação com umrisco global inferior a 1% napopulação em geral. Em 2 a4% dos problemas valvula-res cardíacos, o defeito car-díaco encontra-se relaciona-

do com a saúde ou factoresambientais que afectaram amãe durante a gravidez. Es-tes factores incluem diabe-tes, fenilcetonúria, rubéola,lúpus eritematoso sistémicoe substâncias ou medica-mentos ingeridos pela mãe(álcool, lítio, determinadosmedicamentos para as con-vulsões).Tal como já foi referido

um problema valvular car-díaco diz-se adquirido seocorrer numa válvula queera estruturalmente normalna altura do nascimento. Al-gumas causas comuns deproblemas valvulares car-díacos adquiridos incluem:—Febre reumática, umadoença inflamatória que po-de seguir-se a uma infecçãobacteriana (estreptocócica)não tratada da faringe—Endocardite, uma infla-mação com infecção das vál-vulas cardíacas—Estenose aórtica calcifica-da idiopática, um problemadegenerativo observado nosidosos, no qual as cúspidesda válvula aórtica se tornamespessadas, fundidas e infil-tradas com cálcio—Sífilis—Hipertensão arterial—Arteriosclerose—Doenças do tecido con-

juntivo, como a síndrome deMarfanOs problemas valvulares

cardíacos afectam cada vál-vula de uma forma ligeira-mente diferente, pelo quefaz sentido considerá-las emseparado:

Válvula aórticaA válvula aórtica abre parapermitir que o sangue passedo ventrículo esquerdo paraa aorta, o vaso sanguíneo degrandes dimensões que levao sangue oxigenado do cora-ção para o resto do corpo. Asdoenças desta válvula in-cluem:Estenose aórtica congénita– Quando uma criança nas-ce com uma estenose aórti-ca congénita, o problema équase sempre uma válvulaaórtica bicúspide, o que sig-nifica que a válvula tem duasabas em vez das habituaistrês. Em cerca de 10% dos re-cém-nascidos afectados, aválvula aórtica é tão estreitaque a criança desenvolvesintomas cardíacos gravesno primeiro ano de vida. Nosrestantes 90%, a estenoseaórtica congénita é desco-berta apenas quando é en-contrado num sopro cardía-co no exame físico.Estenose aórtica adquirida

– Na idade adulta, a estenoseaórtica é habitualmentecausada por febre reumáticaou por calcificação da válvu-la aórtica. Algumas investi-gações recentes sugeremque o mesmo processo quecausa aterosclerose nas arté-rias do coração pode contri-buir para o desenvolvimen-

to de uma estenose aórtica.Esta doença é responsávelpor 25% dos problemas val-vulares cardíacos nos adul-tos, sendo 80% dos doentesdo sexo masculino.Regurgitação aórtica – Naregurgitação aórtica, a vál-vula aórtica não encerraapropriadamente, permitin-do que o sangue reflua parao ventrículo esquerdo, ou se-ja, volte para trás. Por um la-do, esta doença diminui ofluxo de sangue oxigenadopara a frente através da aortae por outro acaba por levar auma dilatação (distensão)do ventrículo devido ao flu-xo retrógrado de sangue quenele entra. Nos adultos, cer-ca de dois terços dos casosde regurgitação aórtica sãocausados por febre reumáti-ca e 75% dos doentes são dosexo masculino.

Válvula mitralA válvula mitral abre parapermitir que o sangue passeda aurícula esquerda para oventrículo esquerdo. Asdoenças desta válvula in-cluem:Estenose mitral– A esteno-se mitral congénita é rara. Odoente adulto típico é umamulher cuja válvula mitralfoi lesada por uma febre reu-

mática.Regurgitação mitral – Talcomo na estenose mitral, acausa é frequentemente a fe-bre reumática, mas o doentegeralmente é um homemadulto. A regurgitação mitralpode igualmente resultar deataques cardíacos ou dequalquer situação que altereo tamanho global e a confi-guração do ventrículo es-querdo.Prolapso da válvula mitral– Nesta situação, os folhetosda válvula mitral não encer-ram apropriadamente. Tra-ta-se de uma doença enig-mática que afecta sobretudomulheres entre os 14 e os 30anos de idade. A causa sub-jacente é desconhecida e amaioria dos doentes nuncachega a ter sintomas.

Válvula pulmonarA válvula pulmonar encon-tra-se localizada entre o ven-trículo direito e a artéria pul-monar, permitindo que osangue pobre em oxigénioflua do lado direito do cora-ção para os pulmões para seroxigenado. As doenças destaválvula incluem:Estenose pulmonar congé-nita – Nos relativamentepoucos recém-nascidoscom uma estenose pulmo-

Entre as cirurgias mais frequentes em Angola destaca-se a da válvula mitral, a estrutura do coração responsável pela passagem de sangue da aurícula esquerda para oventrículo esquerdo. Na imagem, esta operação a ser realizada no hospital Josina Machel

Adaptação científica:

CArolinA VAz MACedo

Validação científica:

António VAz CArneiro

Harvard Medical School

O coração tem quatro vál-vulas: aórtica, mitral, tricús-pide e pulmonar. Tal como asválvulas utilizadas na canali-zação doméstica, as válvulascardíacas abrem para per-mitir que o líquido (sangue)seja bombeado para a fren-te e encerram para impediro líquido de refluir para trás.As válvulas cardíacas huma-nas são constituídas porabas de tecido denominadasfolhetos ou cúspides.

Contacte o seu médico ime-

diatamente se começar a

sentir quaisquer sintomas

que possam estar relaciona-

dos com um problema car-

díaco, especialmente falta de

ar, dor no peito, batimentos

cardíacos rápidos ou irregu-

lares ou desmaios.

Se lhe tiver sido diagnostica-

do um problema numa vál-

vula cardíaca, pergunte ao

seu médico se faz parte dos

grupos actualmente consi-

derados de risco para endo-

cardite. Em caso afirmativo,

irá necessitar de tomar anti-

bióticos antes de ser subme-

tido a determinados proce-

dimentos médicos ou dentá-

rios nos quais as bactérias

podem entrar no sangue e

infectar a válvula anormal.

Quando contactar um profissional

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16 CORAÇÃO Maio 2016 JSA

nar congénita grave, a crian-ça desenvolve insuficiênciacardíaca ou cianose (umacoloração azulada dos lá-bios, das unhas e da pele) noprimeiro mês de vida. Namaior parte dos casos, a vál-vula encontra-se deforma-da, com dois ou três folhetosparcialmente fundidos.Problemas da válvula pul-monar no adulto – Nosadultos, a válvula pulmonarencontra-se mais frequente-mente lesada devido a umahipertensão pulmonar (umapressão anormalmente ele-vada dentro dos vasos san-guíneos nos pulmões), ge-ralmente relacionada comdoença pulmonar obstruti-va crónica. As lesões secun-dárias à febre reumática e àendocardite são relativa-mente raras.

Válvula tricúspideA válvula tricúspide permiteo fluxo de sangue da aurícu-la direita para o ventrículodireito. As doenças desta vál-vula incluem:Estenose tricúspide– Esta égeralmente causada por umepisódio de febre reumáticaque habitualmente lesa emsimultâneo a válvula mitral.A estenose tricúspide é rela-tivamente rara na Europa ena America do Norte.Regurgitação tricúspide –A regurgitação tricúspideocorre tipicamente devido ahipertensão pulmonar, maspode ser causada por insufi-ciência cardíaca, enfarte domiocárdio, endocardite outraumatismo.

SintomasMuitas pessoas com proble-mas valvulares cardíacos li-geiros não têm quaisquersintomas e a válvula anor-mal é descoberta apenasquando é auscultado um so-pro cardíaco no exame físi-co. Nos problemas valvula-res cardíacos mais graves, ossintomas variam ligeira-mente dependendo de quala válvula envolvida:Problemas valvulares car-díacos congénitos– Um es-treitamento acentuado daválvula pode causar um pro-blema denominado ciano-se, no qual a pele fica azula-da, e sintomas de insuficiên-cia cardíaca.Estenose aórtica – A este-nose aórtica geralmente nãocausa sintomas até a abertu-ra da válvula se estreitar paraaproximadamente um terçodo normal. Os sintomas in-

cluem falta de ar durante oesforço (dispneia de esfor-ço), uma dor no peito rela-cionada com o coração (an-gina de peito) e desmaios(síncopes).Regurgitação aórtica – Umdoente pode apresentaruma regurgitação aórticasignificativa durante 10 a 15anos sem que se desenvol-vam sintomas significativos.Quando os sintomas come-çam, podem ocorrer palpi-tações, arritmias cardíacas,falta de ar durante o esforço,dificuldade em respirarquando o doente está deita-do (ortopneia), falta de ar sú-bita e intensa a meio da noi-te (dispneia paroxística noc-turna), sudação, angina esintomas de insuficiênciacardíaca.Estenose mitral – Os sinto-mas incluem falta de ar como esforço, falta de ar súbita eintensa a meio da noite (dis-pneia paroxística nocturna),arritmias cardíacas, espe-cialmente fibrilhação auri-cular, e emissão de sanguecom a tosse (hemoptises).Em alguns doentes, for-mam-se coágulos de sangue(trombos) na aurícula es-querda, que podem deslo-car-se ao longo dos vasossanguíneos e lesar o cérebro,o baço ou os rins.Regurgitação mitral – Ossintomas incluem fadiga,falta de ar durante o esforçoe dificuldade em respirarquando o doente está deita-do.Problemas da válvula pul-

monar – Os sintomas in-cluem fadiga, desmaios esintomas de insuficiênciacardíaca.Estenose tricúspide – Estasituação causa geralmentefadiga e sintomas de insufi-ciência cardíaca. Muitosdoentes apresentam simul-taneamente sintomas de es-tenose mitral.Regurgitação mitral– Estadoença valvular causa prin-cipalmente sintomas de in-suficiência cardíaca, em par-ticular dificuldade respirató-ria.

DiagnósticoSe tiver sintomas, o seu mé-dico irá começar por avaliaro risco de problemas valvu-lares cardíacos e irá fazer-lheperguntas sobre a sua histó-ria familiar de problemascardíacos, a sua história pes-soal de febre reumática, sífi-lis, hipertensão arterial, ate-rosclerose ou doenças do te-cido conjuntivo e o seu riscode endocardite causado pelautilização de drogas endove-nosas ou um procedimentomédico ou dentário recente.Se o doente for um bebé,

o médico irá fazer perguntassobre a saúde da mãe e osfactores de risco ambientaisdurante a gravidez.O médico pode suspeitar

de que tem um problemavalvular cardíaco com basenos seus sintomas específi-cos e na história clínica. Paraapoiar o diagnóstico, o mé-dico irá examiná-lo, prestan-do especial atenção ao cora-

ção, com avaliação do seutamanho aparente (para ve-rificar se está dilatado) ecom utilização de um este-toscópio para procurar aexistência de sopros cardía-cos à auscultação.Uma vez que alguns pro-

blemas valvulares cardíacosespecíficos produzem tipospróprios de sopros, pode fre-quentemente efectuar-seum diagnóstico provisóriocom base no som caracterís-tico do sopro e na altura dociclo cardíaco em que ocorre(ou seja, se quando o cora-ção está a bombear ou se emrepouso).Para confirmar o diag-

nóstico de um problema nu-ma válvula cardíaca e para

avaliar os seus efeitos sobreo coração, o médico irá pedirexames diagnósticos quepodem incluir um electro-cardiograma (ECG), uma ra-diografia do tórax, análisesde sangue para avaliar umainfecção nos doentes comuma suspeita de endocardi-te, um ecocardiograma, umecocardiograma com Dop-pler e um cateterismo car-díaco.Nas pessoas que não

apresentam quaisquer sin-tomas, os exames diagnósti-cos podem tornar-se neces-sários depois de o médicodescobrir um novo soprocardíaco durante um examefísico de rotina.

Duração esperadaDe um modo geral, os pro-blemas nas válvulas cardía-cas persistem ao longo da vi-da e podem agravar-se gra-dualmente com o tempo. Oscausados por uma endocar-dite podem por vezes pro-duzir sintomas graves e umadeterioração rápida dentrode alguns dias.

PrevençãoNão existe forma de prevenira maioria dos problemasvalvulares cardíacos congé-nitos. Nas grávidas devemser programados regular-mente cuidados pré-natais edeve ser evitado o consumode álcool.Pode prevenir muitas das

anomalias valvulares cardía-cas adquiridas ao prevenir afebre reumática, para o que,

em caso de faringite estrepo-tocócica (infecção da gar-ganta provocada por um ti-po específico de bactéria),deve tomar os antibióticosexactamente conformeprescrição médica.

TratamentoSe tiver um problema valvu-lar cardíaco ligeiro semquaisquer sintomas, o médi-co pode simplesmente mo-nitorizar a sua situação. Osinvestigadores estão a estu-dar se as estatinas (medica-mentos habitualmente usa-dos para diminuição do co-lesterol em excesso) podemdiminuir a progressão da es-tenose aórtica, mas aindanão existe qualquer evidên-cia de que esta abordagemdiminua a necessidade decirurgia. Se apresentar sintomas

moderados a graves, o trata-mento será determinado pe-la gravidade dos sintomas epelos resultados dos examesdiagnósticos. Embora o mé-dico possa dar-lhe medica-mentos para tratar tempora-riamente sintomas comoangina de peito, arritmiascardíacas e insuficiência car-díaca, pode eventualmenteser necessário recorrer auma reparação ou substitui-ção da válvula anormal. Talpode ser efectuado de diver-sas formas diferentes:Valvuloplastia percutâneacom balão (para estenose)– Neste procedimento, é in-troduzido através da válvulacardíaca estreitada um pe-queno cateter com um balãona ponta, que é então insu-flado e puxado para trásatravés da válvula para aalargar.Valvulotomia utilizando acirurgia tradicional (para aestenose)– Neste procedi-mento, o cirurgião abre o co-ração e separa os folhetos daválvula que se encontramfundidos.Substituição valvular – Asválvulas cardíacas defeituo-sas podem ser substituídaspor uma válvula mecânica,feita de plástico ou Dacron,ou por uma válvula biológi-ca feita de tecido retirado deporco, vaca ou de um dadorhumano falecido. Depois dacirurgia, os doentes com vál-vulas mecânicas devem to-mar medicamentos anticoa-gulantes para prevenir a for-mação de coágulos desangue.

Nos doentes que são sub-

metidos a tratamentos cirúr-

gicos para problemas valvu-

lares cardíacos, o prognósti-

co é bom. Por exemplo, pelo

menos 77% das crianças

com mais de um ano de ida-

de com uma estenose aórti-

ca congénita vivem durante

pelo menos 20 anos após

uma valvulotomia. Nos adul-

tos, 80 a 85% dos doentes

sobrevivem durante pelo

menos cinco anos depois de

uma substituição da válvula

aórtica e 60% dos doentes

vivem durante pelo menos

10 anos depois de uma repa-

ração ou substituição da vál-

vula mitral.

Prognóstico

COrAçãO dE ANgOlANO Nos doentes que são submetidos a tratamentos cirúrgicos para problemas valvulares cardíacos, oprognóstico é bom

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O sistema, de nome Coagu-Chek INRange, permite aospacientes que têm de tomaros anticoagulantes, partici-par nos testes através deuma simples picada no de-do, indicou, em comunica-do, o grupo sediado em Ba-sileia, na Suíça, e presenteem Angola.

O teste, com duração de60 segundos, permite aosseus pacientes, que fre-quentemente fazem medi-

ções, continuar as suas acti-vidades quotidianas nor-mais mantendo em simul-tâneo a ligação com os pro-fissionais de saúde, viaBluetooth.

Estes testes de auto-me-dição permitem, por outrolado, aos clínicos, acede-rem quase em tempo realaos dados dos pacientes egerirem melhor os trata-mentos, tudo isto com re-dução dos preços de custo.

17INOVAÇÃOJSA Maio 2016

O grupo farmacêutico suíço Roche anunciou o lançamento

de um teste para auto-medição ligado à tecnologia Blue-

tooth, para facilitar o tratamento ao domicílio de pacientes

que tomam anticoagulantes.

Solange do Amaral | Pediatra

Cacimbo Agasalhe os filhosOs encarregados de educação, na época de cacimbo, devem agasa-

lhar devidamente os seus filhos, com roupas adequadas ao clima, de

forma a evitar doenças do foro respiratório.

Os próximos meses são os mais críticos do ano, a julgar pela facili-

dade que os micro-organismos patogénicos e outros parasitas en-

contram na sua deslocação de um lado para outro, através das ven-

tanias que atingem as comunidades.

Nesta época, as doenças mais frequentes são as respiratórias agu-

das, gripes, sinusites, renites, bronquites, conjuntivites e alérgicas.

Daí a necessidade de se redobrarem os cuidados para evitá-las.

CONSELHO MÉDICOGrupo farmacêutico Roche lança teste para anticoagulantes ligadospor Bluetooth

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18 ENDOCRINOLOGIA Maio 2016 JSA

Como funciona a tiroide?

nAs doenças da tiroide atin-gem, em todo o mundo, maisde 300 milhões de pessoas.Números preocupantes, so-bretudo se pensarmos queexistem poucos endocrinolo-gistas em Angola (apenas 170em Portugal) e que, apesardas doenças da tiroide seremmuito frequentes, são poucoconhecidas e valorizadas.Além disso, muitas pessoasnão sabem o que é a tiroidenem reconhecem a sua fun-ção no organismo. Comece-mos então pelo início.

O que é a tiroide?Sabe o que é a tiroide? Sabiaque é uma glândula em for-ma de borboleta localizadana base do pescoço, à frenteda traqueia e abaixo da maçãde adão. Pois é, é aqui que tu-do começa. Quando a tiroideaumenta excessivamente asua produção, estamos pe-rante uma situação de hiper-tiroidismo, que pode mani-festar-se por mais batimentoscardíacos, tremores, transpi-ração abundante, mais calor,cansaço marcado, emagreci-mento e maior número dedejecções.

Por outro lado, sintomascomo cansaço, lentificaçãoglobal, obstipação, rouqui-dão, pele seca, cabelo que-bradiço, podem relacionar-secom a diminuição da produ-ção de hormonas tiroideias,constituindo o quadro de hi-potiroidismo. De acordo coma endocrinologista, IsabelTorres, são as mulheres asmais afetadas pelas perturba-ções do funcionamento da ti-roide.

Para que serve?A tiroide controla o metabo-lismo através da produção deduas hormonas, a triodotiro-nina (também conhecida co-mo T3) e a tiroxina (tambémconhecida como T4). A T4tem apenas um efeito ligeirona aceleração da velocidade

dos processos metabólicosdo corpo e converte-se no fí-gado e em outros órgãos nu-ma forma metabolicamentemais activa, a T3. As hormo-nas tiroideias são essenciaispara o funcionamento ade-quado de todos os tecidos eórgãos.

Estas permitem ao orga-nismo utilizar as suas reser-vas de energia de modo efi-ciente, mantendo- o quente eassegurando um bom fun-cionamento dos músculos.Quando a produção de T3 eT4 pela tiroide diminui (hipo-tiroidismo), a produção deTSH (hormona estimuladorada tiróide) pela hipófise(glândula localizada na basedo cérebro) aumenta.

Pelo contrário, se a tiroideproduz hormonas em exces-so (hipertiroidismo), a produ-ção de TSH pela hipófise di-minui. É deste modo que o or-ganismo tenta regular ofuncionamento da tiróide,mantendo os níveis de hor-monas tiroideias no sanguedentro dos valores normais.

Como se diagnostica?É importante valorizar devi-damente a tiroide pois sãomuitas as doenças que lhe es-tão associadas. Felizmente,«são fáceis diagnosticar e de

tratar», de acordo com o Jáco-me de Castro, diretor do Ser-viço de Endocrinologia, Dia-betes e Metabolismo do Hos-pital Militar Principal, emPortugal, «porque os endocri-nologistas têm uma grandecapacidade de intervenção»,justifica.

Para tal, em primeiro lugar,há que «falar com os doentespara conseguirmos perceberdo que se queixam», defendeo especialista. Posteriormen-te, deve-se desmistificar o mi-to de que são necessáriosmuitos exames para a realiza-ção de um diagnóstico cor-recto. «Temos de agir comparcimónia. Para algunsdoentes, a prescrição de umaecografia é útil mas não valeráa pena solicitar muitos maisexames de imagem», diz-nos.

As principais doenças da tiroide

Há dois grandes grupos dedoenças da tiroide. Aqueleem que a tiroide funciona mal(demais no caso do hiperti-roidismo ou de menos no ca-so do hipotiroidismo) e aque-le em que a tiroide cresce deforma desordenada com pos-sibilidade de surgirem nódu-los. «Uma análise ao sanguepermite avaliar a quantidadede hormonas produzidas pe-

la tiroide, auxiliando o médi-co no diagnóstico e na defini-ção do melhor tratamento aseguir», explica a especialista.

Estas são as principais doenças da tiroide:

HipotiroidismoÉ uma doença frequente-mente autoimune em que ashormonas da tiroide estãoem quantidade insuficienteem circulação e comprome-tem o normal funcionamentodo organismo. «Este começaa produzir algumas substân-cias intituladas de anti-cor-pos que inibem o seu funcio-namento. Estima-se que 1% a2% da população sofra de hi-potiroidismo», afirma Jáco-me de Castro. A lista de sinto-mas inclui um aumento dasensibilidade ao frio, fadiga,cansaço e queixas neurológi-cas.

Mas não se fica por aqui,podendo gerar um estado de-pressivo, prisão de ventre, al-terações musculares, formi-gueiros, aumento de peso, al-terações menstruais e/oudiminuição da frequênciacardíaca, entre outros. Geral-mente, o diagnóstico é confir-mado através de um simplesexame de sangue. Os valoresque ajudam no diagnósticodo hipotiroidismo são a dosa-gem de TSH e a dosagem deT4 (tiroxina).

O diagnóstico de hipotiroi-dismo é confirmado quandoo paciente apresenta TSH ele-vado e T4 baixo. «É muito gra-tificante tratar estes doentesporque conseguimos assegu-

rar-lhes uma melhor qualida-de de vida. Para isso, precisa-mos de diagnosticar, tratar eacompanhar os doentes, coma medicina geral e familiar»,defende Jácome de Castro. Otratamento passa pela substi-tuição das hormonas tiroi-deias.

«Com um bom tratamen-to, os doentes deverão ser ca-pazes de ter uma vida nor-mal», afirma o endocrinolo-gista do Grupo de Estudos daTiróide. Quando não tratado,o hipotiroidismo, não só di-minui a qualidade de vida,como pode ter sérias compli-cações, entre as quais um rit-mo cardíaco tão baixo quepode levar ao coma, altera-ções da tensão arterial e dosníveis de colesterol, que po-dem resultar em doenças car-díacas, infertilidade e doençade Alzheimer.

HipertiroidismoÉ uma perturbação causadapelo excesso de hormonas ti-roideias no sangue. Ocorrequando a glândula tiroide seencontra hiperactiva. Esta pa-tologia pode adoptar diversasformas que incluem a doençade Graves e o bócio tóxico no-dular. Os principais sintomassão o nervosismo, insónias,ansiedade, irritabilidade, oaumento da frequência car-díaca, perda de peso, o au-mento de apetite e/ou a into-lerância ao calor.

A doença pode ser detec-tada com um simples teste desangue para pesquisar os ní-veis de TSH. Apesar do trata-mento ser eficaz, muitos pa-cientes ainda não estão diag-nosticados e continuam asofrer enquanto os seus sinto-mas estão a ser confundidoscom outros quadros sintoma-tológicos, podendo passaranos com diagnósticos com-pletamente errados, o queprovoca um aumento da gra-vidade do problema.

Não existe um tratamentoigual para todos os doentescom hipertiroidismo. A tera-pêutica, normalmente, é es-colhida em função do tipo eseveridade da patologia, daidade e das outras possíveispatologias do paciente. Nocaso do hipertiroidismo du-rante a gravidez, «exige umavigilância muito mais aperta-da», conclui Jácome de Cas-tro.

“Os principaissintomas dohipertiroidismo sãoo nervosismo,insónias, ansiedade,irritabilidade, oaumento dafrequência cardíaca,perda de peso, oaumento de apetitee/ou a intolerânciaao calor. A doençapode ser detetadacom um simplesteste de sanguepara pesquisar osníveis de TSH”

Cláudia Pinto

Apesar da grande prevalên-

cia de doenças desta glându-

la, ainda surgem muitas dú-

vidas sobre este tema. As pa-

tologias associadas afectam

milhares de angolanos.

«Os nódulos com menos de

um centímetro não têm sig-

nificado clínico. A partir des-

se limite, os doentes devem

ser referenciados ao endo-

crinologista e vigiados regu-

larmente pelos clínicos ge-

rais», indica o especialista. O

cancro da tiroide apresenta-

se, na maior parte das vezes,

sob a forma de um nódulo.

Ocasionalmente, sob a for-

ma de gânglio linfático cervi-

cal aumentado, rouquidão,

dificuldade em engolir ou

respirar.

Em 90% dos casos, este tipo

de cancro tem um bom

prognóstico, pois a cirurgia

é, na maior parte das vezes,

curativa, não causa dor nem

incapacidade e o tratamento

de radiação é, geralmente,

eficaz. O carcinoma da tiroi-

de é mais frequente em pes-

soas que receberam trata-

mento de radiação na cabe-

ça, no pescoço ou no peito.

«A esmagadora maioria dos

nódulos não são malignos e

os que o são podem ser tra-

táveis na generalidade dos

casos», conclui Jácome de

Castro.

Dos nódulos

ao cancro

da tiroide

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Rua Comandante Gika, nº 225, luanda -Angola

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20reSponSAbilidAde SociAl Maio 2016 JSA

Projectos deinvestimentosocial visamcapacitar aspopulações e instituiçõeslocais

n “A BP Angola, em conjunto comoos seus parceiros, apoiam projectosque contribuem para o desenvolvi-mento e a redução da pobreza eabrangem iniciativas práticas, co-mo melhoria do acesso a serviçosbásicos (tais como escolas, centrossociais ou hospitais) e ajuda às pes-soas na sua vida privada – atravésdo apoio aos menos aptos ou daprestação de serviços de reabilita-ção”, lê-se no relatório de sustenta-

bilidade da BP Angola que seráapresentado no próximo dia 16 deJunho, em Luanda.

A petrolífera financia uma sériede projectos que visam melhorar asaúde comunitária, reforçar a im-portância da segurança ocupacionale proteger o ambiente natural. Naárea da saúde incluíram, em 2015, aremodelação de hospitais e instala-ções de cuidados de saúde, a realiza-ção de exames médicos e consultasem comunidades rurais e o apoio àmelhoria de infraestruturas que re-sultaram no acesso a água potável.

Rui MoReiRa de Sá

[email protected]

De acordo com o Vice-Presidente para

área de Comunicação e Relações Exter-

nas da BP Angola, Paulo Pizarro, “começa-

mos por estabelecer cuidadosamente os

nossos projectos, assegurando que con-

têm objectivos claramente definidos. Tra-

balhamos com parceiros implementado-

res e outras organizações no desenvolvi-

mento de um projecto, a fim de garantir

que este é correctamente direccionado,

possui objectivos precisos e realizáveis e

tem possibilidades de continuar depois de

o nosso apoio terminar”.

Segundo o responsável, “quando um pro-

jecto está a decorrer, mantemos contac-

tos regulares com o parceiro de imple-

mentação − uma ONG, por exemplo − para saber qual é a situação e recebe-

mos também relatórios de progressos regulares do nosso parceiro. Após a sua

conclusão, certificamo-nos de que a iniciativa é avaliada – o que pode incluir

uma avaliação objectiva independente, envolvendo a recolha de informação di-

rectamente junto das pessoas afectadas pelo mesmo”, conclui.

O quadro ao lado resume os projectos empreendidos desde 2007, que ainda

se encontravam activos em 2015, e destaca novas iniciativas que tiveram início

em 2015.

Como avaliar o impactodo projecto social

A BP em Angola Relatório de Sustentabilidade de 201540

A BP Angola e os seus parceiros em projectos sociais

Preservação das tartarugas marinhas

Laboratório de simulação médica para enfermeiros

Mestrado em direito e em gestão de negócios de petróleo e gás

Programa de estágios profissionais e comunitários

Mestrado em gestão e governação ambientais

Bolsas de mestrado para estudantes angolanos

Bibliotecas para melhorar a aprendizagem

Proficiência em língua inglesa

Aplicar a investigação para apoiar a preservação das tartarugas marinhas na costa angolana, facultar experiência prática aos estudantes universitários e sensibilizar as comunidades locais para a necessidade de preservar as tartarugas.

Equipar um laboratório médico para ministrar aulas práticas a estudantes e profissionais, especialmente no âmbito dos procedimentos e métodos requeridos em situações de emergência ou de traumatismo.

Criar uma base de conhecimento local em direito e gestão de negócios de petróleo e gás.

Oferecer aos estudantes universitários experiência de trabalho através do contacto directo com comunidades em áreas urbanas, semiurbanas e rurais, com o objectivo de os apoiar na preparação das suas teses de licenciatura e proporcionar-lhes experiência prática sobre o mercado de trabalho e questões sociais cruciais.

Capacitar o pessoal técnico no Desenvolvimento de aptidões relacionadas com a exploração sustentável de recursos e a protecção ambiental.

Contribuir para o crescimento e desenvolvimento profissionais de indivíduos chave com possibilidade de se tornarem futuros líderes em diversos sectores, incluindo a saúde.

Capitalizar os investimentos realizados pela BP e os seus parceiros dos blocos, fornecendo uma vasta gama de livros e recursos e aumentar a eficiência de professores e bibliotecários.

Apoiar a criação de um Centro de Excelência para o Ensino de Inglês, a fim de ministrar formação sustentável a funcionários do governo.

Benguela, Luanda, Namibe, Zaire

Luanda

Luanda

Bengo, Benguela, Cunene, Huambo, Luanda, Zaire (Soyo)

Luanda

RU

Benguela, Bíe e Huíla

Luanda

2011-2015

2015

2007-2014

2010-2015

2014-2015

2015-2018

2015-2016

2015-2016

827,700

293,000

1,639,200

981,400

278,500

300,000

200,000

300,000

BP100%

Bloco 18

BP100%

Bloco 31 and BP100%

BP100%

Bloco 31

BP100%

BP100%

Faculdade de Ciências (Universidade Agostinho Neto)

JMJ e Instituto de Enfermagem

CEJES (Universidade Agostinho Neto)

DW

Faculdade de Ciências (Universidade Agostinho Neto)

Embaixada Britânica em Luanda

Rise Angola

IFAL

Nome do projecto

Objectivo Local Período Orçam. total (US$)

Financiamento Parceiros

Educação

Capacitação

As nossas iniciativas de investimento social visam capacitar as populações e instituições locais.

Angola continua a enfrentar desafios sociais, incluindo pobreza e condições de vida que limitam oportunidades para muitas pessoas. Embora existam muitos desafios em áreas urbanas, incluindo Luanda, alguns dos problemas mais graves ocorrem em zonas rurais distantes da capital.

Nós e os nossos parceiros apoiamos projectos que contribuem para o desenvolvimento e a redução da pobreza e abrangem iniciativas práticas, como melhoria do acesso a serviços básicos (tais como escolas, centros sociais ou hospitais) e ajuda às pessoas na sua vida privada – através do apoio aos menos aptos ou da prestação de serviços de reabilitação.

Apoiamos uma série de projectos que visam melhorar a saúde comunitária, reforçar a importância da segurança ocupacional e proteger o ambiente natural.

Os projectos na área da saúde incluíram a remodelação de hospitais e instalações de cuidados de saúde, a realização de exames médicos e consultas em comunidades rurais e o apoio à melhoria de infra-estruturas que resultaram no acesso a água potável e melhor

De olhos postos no Rio: apoio aos atletas paralímpicos angolanos

A BP Angola orgulha-se de patrocinar o Comité Paralímpico Angolano, tendo já em vista os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro em 2016

Angola tem um dos números mais elevados de deficientes do mundo. Apoiamos o desporto adaptado porque este permite a integração social e personifica valores que consideramos importantes, como coragem e excelência.

A nossa delegação de atletas nos Paralímpicos esteve presente no stand da BP na sessão de 2015 da FILDA. O recordista mundial, José Sayovo, que é deficiente visual, representou a BP no nosso stand no quarto dia da feira.

Promover melhores cuidados de saúde

“No âmbito do apoio a um hospital local de Luanda, doámos material e equipamento médico para melhorar os serviços prestados à população da área.

O donativo ao hospital Divina Providência em Luanda incluiu equipamento, como medicamentos, camas, colchões, luvas, cadeiras de rodas e lençóis e é a segunda parte de uma remessa de quatro contentores encomendados pela BP em parceria com a ONG Project CURE, sedeada nos Estados Unidos. Esta organização, especializada em equipamento médico, recolhe materiais de hospitais, farmacêuticas, grossistas e doadores nos Estados Unidos, e distribui-os por hospitais de todo o mundo.

O atendimento médio no estabelecimento hospitalar é de 800 doentes externos por dia e aproximadamente 130 internados. O donativo irá contribuir para mitigar a escassez de medicamentos e equipamento.

‘Para funcionar bem, um hospital precisa de equipamento e materiais de qualidade. O donativo que recebemos da BP aumenta a qualidade dos nossos serviços e irá beneficiar milhares de famílias.”

Chiara Giusto Directora administrativa do hospital

“O hospital é eficiente, está bem organizado, limpo, bem conservado e dispõe de pessoal médico de alto nível (muitos dos quais são voluntários) apesar de atender diariamente um elevado número de doentes com fundos e recursos humanos limitados. Constitui uma excelente aplicação do nosso investimento e vamos continuar a apoiá-los para maximizar o seu impacto e partilhar a sua experiência.”

Adalberto Fernandes Director de Sustentabilidade e relações externas da BP Angola

A BP e os seus trabalhadores apoiam as vítimas das cheias no Lobito

Os trabalhadores e contratados externos da BP Angola uniram-se para doar bens e prestar apoio à população do Lobito, na província de Benguela, após as cheias que devastaram a região em Abril, destruindo centenas de casas e estruturas da cidade e matando pelo menos 70 pessoas.

A doação foi realizada através da Comissão de Protecção Civil e Bombeiros, uma instituição multissectorial que presta apoio na resposta a catástrofes naturais, tais como cheias, secas e incêndios florestais. Um grupo de trabalhadores ofereceu vestuário, sapatos e materiais de ensino para ajudar as milhares de pessoas que perderam todos os seus pertences na catástrofe, muitos dos quais tiveram os seus meios de subsistência levados pela água.

Com vista a complementar os esforços dos trabalhadores, a BP Foundation fez uma contribuição de $25,000, através da Rise International, uma ONG parceira da companhia. A BP Angola também doou $25,000, através de uma iniciativa de várias petrolíferas para ajudar o governo e a população afectada a erguer infraestruturas básicas na nova zona. No total, as companhias angariaram aproximadamente $1.21 milhões. O projecto está a ser implementado pela USAID.

Numa cerimónia realizada pela BP e o Comité Paralímpico Angolano para assinalar um ano até ao início dos jogos no Rio, Albino da Conceição, Secretário de Estado para os Desportos afirmou: “A confiança nos atletas paralímpicos vai muito além de uma actividade desportiva normal, dado que contém uma forte mensagem inclusiva. Estes homens e mulheres são uma referência na nossa sociedade e os seus feitos elevam a auto-estima de todas as pessoas com deficiência.”

Construção de escola – Casa Mãe

Construção de escola – Instituto Politécnico de Kikolo

Reabilitação e ampliação de escola – Cdte Tomas Ferreira

Construção de centro comunitário – Sé Catedral do Lobito

Construção e equipamento de biblioteca e cantina – escola de Camabatela

Actividades desportivas no Huambo

Equipamento médico

Apoio às vítimas de cheias

Programa de água e saneamento

Proporcionar o acesso e melhores condições às populações de zonas periurbanas e rurais através da construção de uma escola com seis salas de aula e áreas administrativas.

Proporcionar o acesso e melhores condições a alunos do ensino técnico através da construção de uma escola com 24 salas de aula e áreas administrativas.

Proporcionar o acesso e melhores condições a alunos do ensino secundário, através da melhoria estrutural e ampliação da escola para 24 salas de aula, instalações desportivas e áreas administrativas.

Proporcionar aos jovens instalações polivalentes para ensino profissional e actividades culturais.

Capitalizando investimentos anteriores realizados pela BP e parceiros do Bloco 18, as novas instalações visam melhorar a qualidade do ensino e do bem-estar social.

Apoiar o desenvolvimento organizacional e institucional do clube para permitir a expansão das modalidades desportivas e o pleno desenvolvimento dos jovens.

Aquisição de equipamento essencial de diagnóstico para aumentar as capacidades, incluindo formação básica para o pessoal

Prestar assistência às comunidades deslocadas pelas cheias calamitosas que ocorreram em Março de 2015, visando criar condições básicas na nova área de fixação disponibilizada pelo governo.

Promover o acesso sustentável a água potável às comunidades rurais e reforçar a regulação do sector, bem como promover uma abordagem ao abastecimento de água e saneamento baseada nos riscos.

Cuanza Norte

Luanda

Benguela

Benguela

Cuanza Norte

Huambo

Luanda

Benguela

Bíe, Cunene, Huambo

2015

2015

2015

2015

2015

2015

2014-2015

2015

2011-2015

185,400

1,000,000

1,283,700

1,273,700

247,800

1,000,000

95,000

250,000

1,314,700

Bloco 18

Bloco 18

Bloco 18

Bloco 18

Bloco 18

Bloco 18

Bloco 31

BP100%

BP100% and Bloco 18

Rise Angola

Rise Angola

Rise Angola

Rise Angola e Sé Catedral do Lobito

Ordem dos Frades Menores Capuchinhos

Clube Petro do Huambo

JMJ Consultant

USAID

Development Workshop (DW)

Desenvolvimento empresarial

Desenvolvimento de capacidades

Empresa promove o empreendedoris-

mo para diversificar a economia e dimi-

nuir a dependência do petróleo

BP Angola

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nA embalagem simples reduz igual-mente o grau de atractividade dosprodutos do tabaco e elimina o usodas embalagens como forma de pu-blicidade e promoção do tabaco.Além disso, limita o uso de embala-gens e rótulos enganadores e au-menta a eficácia das advertências afavor da saúde.

A Austrália foi o primeiro país aimplementar integralmente as em-balagens simples, em 2012. O paísrevelou que a taxa de fumo diária di-minuiu entre 15,1% a 12,8%, entre2010 e 2013.

Mensagem da OMSPela sua importância, reproduzi-mos, a seguir, a mensagem integralda directora regional para África daOMS, Matshido Moeti.

“Todos os anos, no dia 31 de Maio,comemoramos o Dia Mundial SemTabaco, com o objectivo de realçar osperigos associados ao uso do tabacoe à exposição ao respectivo fumo.Neste dia, também renovamos anossa advocacia em prol de políticaseficazes para travar a epidemia do ta-baco. A razão é que o tabaco conti-nua a ser o único produto de consu-mo legal que mata, quando é usadocomo os fabricantes pretendem.

Todos os anos, em todo o mun-do, morrem mais de cinco milhõesde pessoas por usarem produtos dotabaco. Por outro lado, a nível mun-dial, morrem mais 600 mil pessoasque não são fumadoras, por expo-sição ao tabagismo passivo. Na Re-gião Africana, morrem, todos osanos, aproximadamente 146 miladultos, com 30 ou mais anos deidade, por doenças relacionadascom o tabaco. Isso faz do tabacoum dos principais factores de riscoevitáveis de doenças não transmis-síveis, tais como as doenças cardio-vasculares, o cancro, doenças pul-

monares crónicas e diabetes. O tema deste ano do Dia Mundial

Sem Tabaco é “Preparar o uso deembalagens simples”. Embalagemsimples de produtos do tabaco refe-re-se a medidas que exigem que asembalagens de todos os produtosdo tabaco tenham cor e apresenta-

ção normalizadas, e contenhamapenas o nome do produto. A em-balagem simples restringe ou proíbeo uso de logos, cores, imagens demarca e informação promocionalnas embalagens dos produtos do ta-baco.

A embalagem simples reduzigualmente o grau de atractividadedos produtos do tabaco e elimina ouso das embalagens como forma depublicidade e promoção do tabaco.Além disso, limita o uso de embala-gens e rótulos enganadores e au-menta a eficácia das advertências afavor da saúde. Trata-se de uma me-dida baseada em evidências queprotege a saúde pública, pode salvarmuitas vidas e deve ser usada emcombinação com outros métodos,como parte de uma abordagemmultissectorial abrangente da lutacontra o tabaco.

A Austrália foi o primeiro país aimplementar integralmente as em-balagens simples, em 2012. A lei aus-

traliana exige que os produtos do ta-baco sejam vendidos com grandesimagens gráficas de doenças rela-cionadas com o tabaco; as embala-gens podem conter o nome dasmarcas mas não logótipos. Desdeentão, a Irlanda o Reino Unido e aFrança aprovaram leis semelhantessobre a implementação de embala-gens simples e muitos outros paísesestão a considerar formalmenteadoptar legislação a esse respeito.

A experiência da Austrália revelaque esta medida está a ter bons re-sultados, ajudando os fumadores acompreender que todas as marcasde tabaco são prejudiciais. O país re-velou que a taxa de fumo diária di-minuiu entre 15,1% a 12,8%, entre2010 e 2013. Até ao momento, ne-nhum país da Região Africanaadoptou legislação sobre embala-gens simples.

Impacto semelhanteEstamos certos de que, quando ospaíses da nossa Região adoptaremesta medida, o impacto será seme-lhante.

Ao comemorarmos o Dia Mun-dial Sem Tabaco de 2016, exorto osEstados-Membros a priorizaremmedidas que imponham o uso deembalagens simples. A adopção deuma abordagem multissectorial naluta contra o tabaco é fundamental.Os países deverão adoptar políticasque incluam advertências pictóricasnas embalagens e nos rótulos. De-vem considerar a proibição total dapublicidade ao tabaco, bem comoda sua promoção e patrocínio, nocumprimento das suas obrigaçõespara com a Convenção-Quadro daLuta Antitabágica da OMS.

Exorto igualmente as pessoas, asfamílias e as organizações da socie-dade civil a juntarem-se a nós paraassinalar o Dia Mundial Sem Taba-co, no sentido de sensibilizarmos opúblico para os benefícios das em-balagens simples para a saúde pú-blica.

Trabalhemos em conjunto, parapromover e implementar as emba-lagens simples dos produtos do ta-baco, de modo a que possamos di-minuir as doenças relacionadascom o tabaco e as mortes prematu-ras. Preparemo-nos todos, porque éeste o momento próprio para aadopção das embalagens simples!”

22 DIA MUNDIAL SEM TABACO Maio 2016 JSA

Para combater o tabagismo

OMS considera baixa

prevalência de fumadores em

Angola

A prevalência de fumadores em

Angola é baixa, mas ainda assim

deve ser implementada lei que

regula o consumo do tabaco, de

acordo com o oficial de Informa-

ção da Organização Mundial da

Saúde (OMS) para a Promoção

da Saúde, José Caetano, citado

pela Angop.

O tema deste ano do Dia MundialSem Tabaco, celebrado a 31 deMaio, é “Preparar o uso de embala-gens simples”. Embalagem simplessignifica que todos os maços de ci-garros tenham uma cor e apresen-tação normalizadas, e contenhamapenas o nome do produto. Isto é,não tenham os logotipos das mar-cas, nem cores, nem qualquer in-formação promocional nas emba-lagens dos produtos do tabaco.

- A Austrália já implementou a medida: taxa de fumo diária diminuiu, em três anos, entre 12,8 e 15,1%

- Em África morrem anualmente 146 mil pessoas por doenças devido ao tabaco

1Marque um dia concreto para dei-xar de fumar (no prazo máximo

de 15 dias).

2Até chegar o dia fixado, faça algu-ma preparação: enumere as razões

que o levam a deixar de fumar e treinepequenos períodos de abstinência.

3Aprenda a conhecer-se enquantofumador: identifique os momentos

e o número de cigarros que fuma eprocure avaliar quais são os cigarrosque fuma apenas por “tédio”.

4Comunique a decisão às pessoasmais próximas para se sentir mais

apoiado.

5Durante alguns dias (ou mesmosemanas), pode sentir-se ansioso,

inquieto e irritado. Pode também sen-tir dificuldades em dormir e concen-trar-se. Lembre-se que são sintomaspassageiros e que já muitas pessoas osultrapassaram. Você também vai con-seguir.

6Tenha sempre presentes as razõesque o levaram a deixar de fumar.

7Faça uma alimentação saudável,para evitar o aumento de peso.

8Evite locais com fumadores e afas-te objectos que lhe lembrem o ta-

baco – ex. cinzeiros e isqueiros.

9Pratique actividade física, pois aju-da a controlar a ansiedade e per-

mite-lhe estar em boa forma.

10Não desista: se tiver uma re-caída, fixe uma nova data e re-

comece a tentar.

Parar de fumar em 10 passos

Um cigarro contém cerca de4.000 substâncias com efeitos tóxicos e irritantes, 70 das quaismencionadas como canceríge-nos.Alguns exemplos:- Nicotina, responsável pela reduçãoda irrigação sanguínea nos tecidos eno sistema nervoso central;- Substâncias radioactivas (comoPolónio 210 e Carbono 14);- Metais pesados (como o chumboe o cádmio) que se concentram no fí-gado, rins e pulmões;- Monóxido de carbono que assu-me o lugar do oxigénio conduzindo àintoxicação do organismo;- Alcatrão (altamente cancerígeno).

As substânciastóxicas de um cigarro

OMS advoga uso de embalagens simples, todas iguais, sem marca, nem cor

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23mulherJSA Maio 2016

nQuando os nossos ante-passados viviam nas caver-nas, a sobrevivência da es-pécie dependia de uma es-pecialização de tarefas entreos géneros. Os homens ca-çavam em grupo e as mulhe-res recolhiam alimentos nasimediações e cuidavam daprole. Pode ter sido esta es-trita divisão de ocupaçõesque condicionou algumasdiferenças biológicas entrehomens e mulheres... Elestêm força corporal paracompetir com outros, elasusam a linguagem para al-cançar objetivos, argumen-tar e persuadir.

O urologista Nuno Mon-teiro Pereira indica algunscomportamentos masculi-nos atuais que afectam asaúde deles e a nossa, en-quanto que a psiquiatra Ma-ria Antónia Frasquilho suge-re estratégias que podemajudar. Veja o que pode fazerpara enfrentar o problema esaiba qual a melhor formade motivar o seu parceiropara minorar a situação:

1. Não ir ao médico«Por questões de indiscipli-na e dificuldades em encarara realidade, os homens nãovão ao médico até aos 50anos, altura em que conside-ram a necessidade de umarevisão, como se fossem umcarro com 50 mil quilóme-tros», refere Nuno MonteiroPereira. «Nessa idade, a saú-de da próstata e a disfunçãoerétil são as principais preo-cupações masculinas», con-clui. Apesar de ser um exclu-sivo dos homens, também

afecta as mulheres.«Os homens têm dificul-

dade em assumir a fragilida-de humana até que os pri-meiros sinais de falência sur-jam ou que, na meia idade,percebam que a vida temum fim e as doenças podemapressá-lo. O clima familiarpode ficar mais tenso devidoàs preocupações que moti-vam», analisa Maria AntóniaFrasquilho.Apelar ao bom senso e res-ponsabilidade do seu par-ceiro é uma das melhoresformas de combater estecomportamento. «A boa oumá saúde é cada vez maisuma escolha pessoal. Quan-to mais precoce o diagnósti-co médico e mais rápido otratamento, mais longevida-de e melhor qualidade de vi-da», aconselha a psiquiatra.

2. RessonarAcontece a 40 por cento doshomens a partir dos 30 anose a 30 por cento das mulhe-res após a menopausa. Terexcesso de peso, tomar me-dicação para dormir, dormirde barriga para cima, respi-rar pela boca e consumir ál-cool podem agravar o pro-blema. «Impossibilidade deconciliar o sono, péssimaqualidade do mesmo e irri-tação são impactos habi-

tuais na pessoa que não res-sona. Um incómodo queatinge até quem dorme emquartos contíguos», refere apsiquiatra.

Existem muitas soluções,na maioria simples, que po-de adoptar para contrariaresta situação. A especialistaaconselha que lhe «demons-tre que a procura de uma so-lução será um bem co-mum». «Refira um caso co-nhecido em que o sucessofoi conseguido e ponha oseu marido a falar com essapessoa», avança ainda.

Para Maria Antónia Fras-quilho, a melhor estratégia ésó uma. «Como muitos ho-mens duvidam que resso-nam faça uma gravação econfronte-o com a evidên-cia. Não critique, mas incen-tive o comprometimentocom a ida ao médico», suge-re a especialista.

3. Não partilhar sentimentos«Os homens não gostam departilhar as suas ideias, nemos seus pensamentos ouemoções. Quando são inco-modados com perguntasmetem-se na sua concha e,quanto mais insistirem comeles, menos falarão», co-menta Nuno Monteiro Pe-reira. «Quando a comunica-

ção não é fluida, quando sóse fala das funcionalidadesdo dia a dia e a partilha emo-cional é suprimida instala-sea frustração, o stresse, o de-sencanto e até a depressão»,afirma a psiquiatra.

«Seja compreensiva, nes-te caso o peso da biologia éforte», aconselha a especia-lista. «Não desista de conver-sar, mas sem pressionar de-masiado. Seja agradável eexprima de forma adequadaas suas emoções e necessi-dades. Isto motiva a proxi-midade e a partilha emocio-nal», sugere ainda.

«Mudar comportamen-tos arreigados é um proces-so de longa duração e podeser necessária a intervençãode um perito. Os especialis-tas de saúde mental (psi-quiatras e psicólogos) são aescolha acertada», referetambém a especialista.

4. Comer muita gordura«A maioria dos homens nãose preocupa muito com o as-pecto ou a saúde do própriocorpo e deixa-se engordaraté apanhar um susto a nívelcardíaco e passar a ser maisdisciplinado», reconheceNuno Monteiro Pereira.Uma barriga proeminente«não é nada atraente e re-presenta um risco sério de

doenças fatais ou muito in-capacitantes que preocu-pam toda a família», refere,no entanto, a médica.

«Converse sobre mudan-ças de estilo de vida (dieta,exercício físico e menos ál-cool) e incentive-as em fa-mília. Disponibilize-se amarcar uma consulta e de oacompanhar ao médico»,sugere ainda a especialistaMaria Antónia Frasquilho.Não assuma, contudo, o pa-pel de mãe do seu parceiro.«Numa relação entre adul-tos, as escolhas são indivi-duais. Quando se transfor-ma o outro em infantil e de-pendente, ele não levanenhuma mudança a sério»,alerta a psiquiatra.

5. Fumar«O fumador viciado fumaem qualquer lado, no carro,em casa... Normalmente, hádois momentos em que oshomens deixam de fumar:quando nascem os filhos equando começam a surgirproblemas de saúde em queo tabaco constitui um factoragravante», esclarece o uro-logista. «O tabaco é fonte demúltiplas doenças, mas o fu-mo passivo encurta ainda avida dos que partilham omesmo espaço», refere Ma-ria Antónia Frasquilho.

«Acresce o odor a tabaco,que entranha tudo e todos»,refere ainda a psiquiatra. Aespecialista aconselha que«utilize todos os argumentosquanto aos perigos diretos eindiretos do fumar, inclusivepara a família». «Seja afirma-tiva e não permita que se fu-me em sua casa e muito me-nos no carro», recomendaainda. «Arranje um mea-lheiro e desafie-o a depositaro dinheiro que gastaria como tabaco», propõe Maria An-tónia Frasquilho.

6. Não beber água«O facto de 20 por cento dapopulação feminina sofrerde infeções urinárias recor-rentes faz com que as mu-lheres bebam mais água. Poroutro lado, o facto de elesnão usarem mala, impede-os de andarem sempre comuma garrafa por perto», jus-tifica Nuno Monteiro Perei-ra.

Para os convencer utilizeargumentos como «a água éfonte de saúde e de bem-es-tar. Até a pele fica mais toni-ficada». À refeição, coloquesempre um jarro com águana mesa e sirva de modelo.Prepare uma infusão para sie ofereça-lhe uma chávena.

7. Recusar o protector solarConceitos enraizados asso-ciados à masculinidade po-dem levá-lo a não aplicarcosméticos. Esta é, contudo,a melhor forma de prevenirum melanoma quando háexposição solar. Dê o exem-plo. Proteja-se e proteja osseus filhos e responsabilizetambém o seu companhei-ro pelo exemplo que dá aosfilhos.

Nuno Monteiro Pereirareconhece que «não é fácilconvencer um homem amudar, mas todas as mulhe-res sabem que o conseguempor via de dois mecanismos,o massacre ou a sedução».O massacre pode durar me-ses ou anos e cria mais mal-estar, embora eles possamaté fazer o que elas queremsó para não as ouvirem. Asedução é mais eficaz por-que a resposta é imediata.

Leonor Macedo

com nuno Monteiro Pereira

(urologista)

e Maria antónia FrasquiLho

(psiquiatra)

Existem hábitos e compor-

tamentos típicos dos ho-

mens que prejudicam o

bem-estar deles e o seu. Sai-

ba quais são os que mais irri-

tam as mulheres e veja co-

mo os contrariar.

7 erros masculinos que também afectam a saúde feminina

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24 tuberculoSe Maio 2016 JSA