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O BRASIL E OS REGIMES INTERNACIONAIS DE MEIO AMBIENTE: O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS DOS ANOS 1970 AO INÍCIO DOS ANOS 2010 Karina Okamoto Silva

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O BRASIL E OS REGIMES INTERNACIONAIS DE MEIO AMBIENTE: O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS DOS ANOS 1970 AO INÍCIO DOS ANOS 2010

Karina Okamoto Silva

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O BRASIL E OS REGIMES INTERNACIONAIS DE MEIO AMBIENTE: O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS DOS ANOS 1970 AO INÍCIO DOS ANOS 2010

Karina Okamoto Silva

Rua João Galo, nº 1015 – 16200-086 – Birigui/SP

Mesa de Comunicação 03 – Globalização e Relações Internacionais

Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (UNESP/Marília)

[email protected]

(18)99776-5559

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RESUMO: Quando a temática ambiental começou a ganhar espaço no cenário

internacional, o Brasil possuía uma postura defensiva quanto à mesma. Por ser, porém, um

país conhecido pelo seu gigantesco patrimônio ambiental, passou a desenvolver diversos

instrumentos nacionais procurando proteger e preservar esse patrimônio. O presente estudo

tem o objetivo de analisar a participação do Brasil nos regimes internacionais de meio

ambiente, enfatizando a análise de sua posição em relação ao tema, que passou de uma

postura conservadora para outra de liderança, desde a década de 1970 até os dias atuais.

Avalia-se também o desenvolvimento do país quanto às problemáticas ambientais no

âmbito nacional e como este contribuiu e pode contribuir para o âmbito internacional.

PALAVRAS-CHAVES: Regimes internacionais, meio ambiente, Brasil, mudança climática.

ABSTRACT: When the environmental issues began to take space in the international

scene, Brazil had a defensive position about the same. However, due to it be a country

known for its huge environmental parimony, it started to develop several national

instruments searching for protect and preserve this patrimony. This study aims to analyze

tha participation of Brazil in the environmental international regimes, emphasizing the

analysis of its position in relation to the theme, that passed of a conservative position to

another of leadership, since the decade of 1970 to the present day. It also evaluates the

country’s development on the environmental issues in national level and how this

contributed and can contribute to the international level.

KEYWORDS: International regimes, environment, Brazil, climate change.

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INTRODUÇÃO

Desde antes dos anos 1980, muitos teóricos das relações internacionais

visualizavam maneiras de se promover a cooperação internacional em diferentes temas, e é

a partir desse período que Amaral (2011) afirma que tal promoção da cooperação vem

sendo observada, entre outros aspectos, através dos regimes internacionais.

No período da Guerra Fria, os temas que não fossem relacionados à segurança ou

economia não eram considerados muito relevantes no ambiente internacional. Também

nessa época, mais precisamente na década de 1970, a temática ambiental começa a ganhar

espaço a partir da criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

(PNUMA) em 1972. Diversos outros instrumentos relacionados à preservação do meio

ambiente foram instituídos, muitos deles com foco na preservação das florestas e da

biodiversidade e, mais recentemente, visando tratar a mudança do clima também.

Este trabalho vai efetuar um levantamento dos principais instrumentos que

compõem os regimes internacionais de meio ambiente e buscar identificar algumas de suas

influências diretas e indiretas na gestão do meio ambiente no Brasil, e também os

instrumentos criados no País para a proteção e preservação do mesmo, e como cenário

nacional influencia o cenário internacional nessa temática.

Esse levantamento será feito através dos instrumentos criados nesses regimes desde

os anos 1970 até o início dos anos 2010. Para isso, será apresentado o conceito de regime

internacional e logo em seguida será exposto o processo e principais instrumentos que

compõem os regimes internacionais de meio ambiente. Também será comentado sobre os

instrumentos nacionais de proteção e preservação ambiental e o envolvimento que o Brasil

tem com os regimes internacionais de meio ambiente, com foco na tentativa de amenização

da mudança climática e proteção e preservação de suas florestas.

A metodologia deste trabalho foi feita através de pesquisa bibliográfica e coleta de

informações na internet, principalmente em sites de organizações e programas que tratam

desta temática.

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CAPÍTULO 1 - Regimes Internacionais x Governança Global

Este trabalho trata do envolvimento que o Brasil tem com os regimes internacionais

de meio ambiente, e desse modo, é necessário entender o conceito de regime internacional,

que muitas vezes é confundido com governança global. Porém, de acordo com a

bibliografia relevante sobre o assunto, há uma diferença entre ambos, e o objetivo desse

primeiro capítulo é esclarecer brevemente o conceito de ambos.

A governança global está relacionada a um processo de aproximação entre

diferentes países, povos, indivíduos e atores internacionais que deparam com problemas

comuns entre eles, e que os levam a perceber que não poderiam ser solucionados sem uma

organização (VIEGAS, 2012). James Rosenau diz que a governança “compreende as

atividades dos governos, mas também inclui os canais através dos quais outros comandos

fluem no formato de metas estabelecidas, orientações e políticas desenvolvidas” 1.

Aproximadamente nos anos de 1980 é que surge a governança global, contudo, é

em 1994 que uma definição sobre a mesma é apresentada no relatório da Comissão sobre

Governança Global, dizendo que ela pode ser considerada “a totalidade das diversas

maneiras pelas quais os indivíduos e as instituições, públicas e privadas, administram seus

problemas comuns” (COMISSÃO SOBRE GOVERNANÇA GLOBAL, 1996, p. 2).

Ressalta-se também que ela é vista como um conjunto de relações intergovernamentais

envolvendo as organizações não-governamentais (ONGs), movimentos civis, empresas

multinacionais e mercados de capital global.

Dessa maneira, a governança tem a “condição necessária para resolver problemas

sociais e principalmente econômicos, e passa agora a assumir um novo papel: é agora um

exercício que envolve Estados, a sociedade civil e o setor empresarial” (GONÇALVES,

2011, p. 40). Abdala (2007) afirma então que essa governança em nível global pode ser

caracterizada pela regulação nas relações internacionais sob variados temas pelos quais o

público e os decisores conduzem suas preocupações em relação a problemas comuns, em

1 2003 apud SETTE, 2010, p. 16.

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geral de ordem global, como a segurança, os direitos humanos e o meio ambiente, o qual é

objeto deste trabalho.

Segundo Gonçalves a governança global “surge dentro de um novo paradigma, que

é o da sociedade global”, onde há “a passagem do Estado soberano, único e absoluto ator a

exercer o poder, tanto no plano nacional quanto internacional, para uma nova situação”

(GONÇALVES, 2011 p. 41). Ele ainda ressalta que nessa configuração o poder é dividido

entre Estados e outras entidades, onde são necessárias novas instituições, caracterizadas

por regimes internacionais.

O mesmo autor aponta a relação dos conceitos de governança global e regimes

internacionais. Para ele os regimes internacionais seriam “uma das maneiras possíveis de

promover a governança global” onde “a governança diz respeito à busca de solução de

problemas comuns, os regimes seriam uma das possibilidades de promover a governança”

(GONÇALVES, 2011, p. 43).

Oran R. Young (1989) também diferencia esses dois termos, sendo que para ele a

governança global possui um caráter mais amplo e aberto, já os regimes internacionais são

conjuntos de princípios, normas, regras e procedimentos de tomada de decisão referidos a

questões específicas, definição esta que foi proposta por Krasner. Cristina Yumie Aoki

Inoue (2007) ainda destaca que eles “fazem a mediação entre variáveis causais e o

comportamento do Estado”.

Arthur Bernardes do Amaral fala do surgimento dos regimes internacionais,

destacando que desde a década de 1980 os teóricos das relações internacionais já viam uma

solução para promover a cooperação interestatal no âmbito internacional através desses

regimes. Assim, ele destaca os mesmos como sendo “deliberadamente construídos pelos

atores com o propósito de mitigar o caráter de auto-ajuda das RI ao demonstrar aos Estados

a possibilidade de obter ganhos conjuntos por meio da cooperação” (AMARAL, 2015,

s/p).

Outra definição sobre os regimes internacionais, e sobre a qual este trabalho se

baseia, é a do autor Stephen Krasner, que diz que os mesmos são o “conjunto de princípios,

normas, regras e procedimentos de tomada de decisão” (KRASNER, 1983, p. 2) referidos a

questões específicas. Outros dois autores, Stephan Haggard e Beth A. Simons (1987),

salientam que regimes são exemplos de comportamento cooperativo, os quais de fato

facilitam a cooperação. Desse modo, pode-se notar a conexão dos regimes internacionais

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com o desenvolvimento, pois sem as regras, que de acordo com a bibliografia que trata

relevantemente do assunto, são estabelecidas pelos primeiros, não se pode obter um bom

desenvolvimento.

CAPÍTULO 2 – Regimes Internacionais de meio ambiente

Dentre os regimes internacionais podemos encontrar os regimes internacionais de

meio ambiente, e para compreender o contexto dos mesmos, é necessário voltar alguns

anos, lá no período da guerra fria. Nessa época de ambiente bipolar, os temas que não

fossem relacionados à segurança internacional ou à economia ficaram bastante restritos.

Dessa maneira, o tema “meio ambiente” não passava, então, de um compromisso sem força

jurídica com base na Declaração de Estocolmo2 de 1972, que considerava essa questão

como uma das futuras prioridades da humanidade.

Nesse período dos anos 1970 essa temática começa a ganhar espaço, ainda que, de

acordo com Viegas (2012), de forma bastante restrita. Assim, em 1972 realizou-se a

Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente Humano, conhecida também como a

Conferência de Estocolmo, que, segundo Ribeiro “marcava o ambientalismo internacional e

[...] inaugurava um novo ciclo nos estudos das relações internacionais” (RIBEIRO, 2001, p.

74). Essa conferência tinha o propósito de fornecer um quadro do meio ambiente humano,

dirigindo a atenção dos governos e da opinião pública sobre a importância e urgência dessa

questão.

Lago (2007) afirma que esse evento permitiu elevar o patamar de discussão dos temas

ambientais a um nível antes reservado apenas a temas com longa tradição diplomática. Desse

modo, a temática ambiental passou para um contexto mais abrangente, com importantes

amplificações nas áreas política, econômica e social, e a forma de como o tema foi tratado

no âmbito multilateral foi um dos fatores de sua evolução.

Nesse mesmo período também foi criado o Programa das Nações Unidas para o

Meio Ambiente (PNUMA), que passou a funcionar em 1973. Ribeiro (2001) aponta que

esse programa operava, em um primeiro momento, voltado para o toma do meio ambiente,

ganhando um maior peso institucional na Organização das Nações Unidas (ONU). A

partir de então, foram criados outros instrumentos relacionados à preservação do meio

2 Documento publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o meio ambiente humano.

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ambiente, muitos deles com foco na preservação das florestas e da biodiversidade e mais

recentemente na mudança do clima também.

Em 1983, foi criada a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

(CMMAD), com o intuito de discutir e propor meios de harmonizar o desenvolvimento

econômico e a preservação ambiental. Tal Comissão ficou conhecida como a Comissão

Brundtland, que trouxe o conceito de desenvolvimento sustentável para o discurso público

no relatório Nosso Futuro Comum, em 1987, a saber: “O desenvolvimento sustentável é o

desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a

capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não

esgota os recursos para o futuro” (WWF, 2015, s/p).

As recomendações feitas por esse relatório é que levaram à realização da

Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD),

que também ficou conhecida como ECO 92, Cúpula da Terra ou Conferência do Rio, por

ter se realizado na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1992. Nesses vinte anos de

intervalo entre a Conferência de Estocolmo e a do Rio de Janeiro, o enriquecimento do

debate em torno da questão do meio ambiente deu-se em todos os níveis possíveis:

governamental, não-governamental, empresarial, acadêmico e científico.

A CNUMAD “representou um momento importante no arranjo das relações

internacionais sobre a temática ambiental” (RIBEIRO, 2001, p. 108), onde foi estabelecido

“um discurso alarmista, afirmando que aquela reunião poderia ser a última oportunidade

para ‘salvar a Terra’” (RIBEIRO, 2001, p. 108). Desse modo, o objetivo dessa conferência

era estabelecer acordos internacionais que mediassem as ações antrópicas no ambiente.

Assim, foram elaboradas duas declarações: a Declaração do Rio, que era uma carta de

princípios pela preservação da vida na Terra, e a Declaração de Florestas, que estabelecia

a intenção de manter as florestas.

Outro importante documento que foi aprovado nessa reunião de 1992, foi a Agenda

21, a qual “pode ser definida como um instrumento de planejamento para a construção de

sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção

ambiental, justiça social e eficiência econômica” (MMA, 2015, s/p). Trata-se então de um

programa de ação que estimula os governos, a sociedade civil e os setores produtivo,

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acadêmico e científico a planejarem e executarem programas destinados a mudar as

concepções tradicionais de desenvolvimento econômico e proteção do meio ambiente.

No ano de 1997, foi adotado na Conferência de Quioto, um documento importante

no que diz respeito à mudança do clima, que era o Protocolo de Quioto. Esse documento

tinha o objetivo de regulamentar a Convenção Climática, criando leis e metas de redução e

combate ao aquecimento global, em diferentes níveis para alguns países desenvolvidos e

países em desenvolvimento.

Dez anos após a CNUMAD, ocorreu, em 2002, a Cúpula Mundial sobre

Desenvolvimento Sustentável (em inglês, Earth Summit 2002), conhecida como Rio+10, na

cidade de Johanesburgo, na África do Sul. Essa conferência foi convocada com o objetivo

de estabelecer um Plano de Implementação que acelerasse e fortalecesse a aplicação dos

princípios aprovados no Rio de Janeiro em 1992. O desafio do processo preparatório dessa

Cúpula era progredir onde se havia verificado impasse ou se não havia cumprido desde a

última conferência.

Lago (2007) ressalta que esse evento foi planejado para dar uma importância às

contribuições que demonstrassem meio viáveis do desenvolvimento sustentável nos níveis

local, regional, nacional e internacional. Dessa maneira, foi elaborada a Declaração de

Joanesburgo sobre o Desenvolvimento Sustentável, que reafirmou então os compromissos

que foram firmados na CNUMAD, especificando os desafios que estavam sendo

enfrentados pelas nações representadas e reafirmando seu compromisso com o

desenvolvimento sustentável.

Mais recentemente, em 2012, realizou-se também na cidade do Rio de Janeiro, a

Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, conhecida como

Rio+20. Essa conferência estava baseada em três pilares, o econômico, o social e o

ambiental, e com dois principais temas, a economia verde no âmbito do desenvolvimento

sustentável e da erradicação da pobreza, e a estrutura institucional para o desenvolvimento

sustentável. O objetivo da Rio+20 era assegurar um comprometimento político para esse

desenvolvimento sustentável e avaliar o progresso feito até o momento do evento,

verificando as falhas que ainda existem na implementação dos resultados dos principais

encontros sobre esse tema.

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Como visto, a temática ambiental vem se ampliando cada vez mais no âmbito

internacional, em um contexto pós-Guerra Fria. A preocupação com a sua preservação e

proteção é cada vez maior e diversos instrumentos vêm sendo formulados, principalmente

a partir dos anos 1990, com o objetivo de tentar amenizar os danos causados ao meio

ambiente, dentre eles a mudança climática e danos às florestas e biodiversidade. E muitos

desses instrumentos acabaram influenciando o Brasil a tomar iniciativas para a proteção e

conservação de seu meio ambiente, o que pode-se notar no próximo capítulo.

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CAPÍTULO 3 – O Brasil e os regimes internacionais de meio ambiente

O Brasil vem participando de várias conferências e tratados que envolvem a

temática ambiental, que por sua vez abrangem a mudança climática e as florestas, que são

o principal foco deste trabalho. O País teve grande interesse provocado pela Cúpula

Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, onde foi demonstrado com muita clareza que

os temas ligados às questões de meio ambiente haviam tomado espaço nos diversos setores

da sociedade brasileira.

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Nas discussões sobre esse assunto, o Brasil ocupou importante posição procurando

focar nas questões que considerava cruciais para seu desenvolvimento, desde 1992, quando

o mesmo sediou um evento sobre a mesma temática, até o presente momento. Ana Flávia

Barros-Platiau descreve bem esse cenário, alegando que: “a explosão de normas ambientais

juntamente com a realização de mais de dez grandes conferências-quadro, nos anos 90 e início

do novo século, mostram o crescimento da importância da questão ambiental” (PLATIAU,

2004, p. 120) não só no âmbito internacional, mas também no Brasil.

Devido ao País receber muitas críticas relativas à preservação dos seus recursos

naturais, Platiau (2006) afirma que o mesmo adotou uma política externa forte e decidida

no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável ao longo da evolução do debate

internacional sobre o tema. No início, porém, o País adotou uma postura conservadora

quanto ao tema, e somente a partir da década de 1990 que ele começou a adaptar-se aos

regimes ambientais, assumindo então uma posição de liderança na primeira década do

século XXI.

Um exemplo dessa postura conservadora foi o ocorrido na Conferência de

Estocolmo em 1972, onde o Brasil, juntamente com a China, liderou a formação de uma

coalizão de países do Terceiro Mundo contrários ao reconhecimento da importância dos

problemas ambientais. Contrariamente a essa atitude do país em recusar a lidar com os

problemas ambientais, foi a sua grande participação, a partir dos anos 1990, nos

instrumentos que tratam da temática ambiental, como no Protocolo de Quioto, o

documento internacional mais conhecido sobre mudanças climáticas, onde o País pertence

ao grupo dos países do não-Anexo I3.

Novamente Platiau dá uma declaração sobre o Brasil dentro desse assunto, dizendo

que o mesmo é “o maior detentor de riquezas biológicas do planeta, divide a Floresta

Amazônica com outros setes Estados, possui uma população enorme, um mercado

promissor e um dos maiores potenciais agrícolas em função das outras riquezas já

mencionadas” (PLATIAU, 2006, p. 251). E devido a isso, desde os anos 1980, e

principalmente nos anos 1990 e 2000, o país passou a participar de diversos foros

3 Os países não-Anexo I (países em desenvolvimento) são aqueles que não se comprometeram em assumir metas obrigatórias de redução de emissão, apesar de alguns adotarem ações voluntárias nesse âmbito.

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internacionais sobre meio ambiente, liderando alguns desses eventos e sendo receptor de

outros ligados à área, tais como as citadas Convenção das Nações Unidas Sobre Meio

Ambiente e Desenvolvimento (Rio+10) e Cúpula Mundial Sobre Desenvolvimento

Sustentável (Rio+20), que ocorreram na cidade do Rio de Janeiro.

E não só no âmbito internacional que o Brasil se desenvolveu na questão ambiental,

mas nacionalmente ele criou diversos instrumentos de preservação do meio ambiente. Um

dos primeiros instrumentos criado no País foi o Sistema Nacional do Meio Ambiente

(SISNAMA), instituído em 1981 e regulamentado em 1990. A sua atuação se dá mediante

articulação coordenada dos órgãos e entidades que o constituem, observando o acesso da

opinião pública às informações relativas às agressões ao meio ambiente e às ações de

proteção ambiental.

Oito anos depois da criação do SISNAMA, foi criado o Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Este órgão tem como principais

atribuições exercer o poder de polícia ambiental, executar ações das políticas nacionais de

meio ambiente e ações supletivas de competência da União de conformidade com a

legislação ambiental vigente. Ainda nos anos 1990, precisamente no ano de 1992, foi

criado o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o qual:

[...] tem como missão promover a adoção de princípios e estratégias para o conhecimento, a proteção e a recuperação do meio ambiente, o uso sustentável dos recursos naturais, a valorização dos serviços ambientais e a inserção do desenvolvimento sustentável na formulação e na implementação de políticas públicas, de forma transversal e compartilhada, participativa e democrática, em todos os níveis e instâncias de governo e sociedade. (MMA, 2015, s/p)

Dessa forma, Eduardo Viola explica brevemente sobre a atuação brasileira na

temática ambiental, falando sobre os tratados relacionados ao meio ambiente global, onde:

O Brasil tem apoiado desde o início todos os tratados relacionados ao meio ambiente global assinados durante os anos 1990: a Convenção de Basiléia sobre o Controle dos Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito, de 1989, a Emenda de Londres ao Protocolo de Montreal, estabelecendo mecanismos de transferência de tecnologia para a substituição de CFCs, de 1990, a Emenda de Madri (1991) ao Tratado da Antártica, que estende por mais cinqüenta anos a moratória para atividades econômicas naquele continente, a Convenção sobre Biodiversidade (1992), e a criação (1991) e expansão (1993) do Global Environment Facility. Na negociação do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (1998-2000), a delegação brasileira esteve dividida, com os representantes do Ministério de Meio Ambiente apoiando a

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posição europeia contrária ao comércio internacional de organismos geneticamente modificados. (VIOLA, 2004, p. 92)

E assim ele demonstra a diferença da atuação brasileira nessa área entre os anos

1970, quando o Brasil teve pouca participação nas negociações sobre o tema, e os anos

1990 para cá, com uma maior participação do País nesse âmbito. O mesmo autor aponta

que em 1992, na Conferência do Rio, a posição brasileira fundamentou-se nos seguintes

aspectos:

[...] os problemas ambientais globais são muito importantes e sua resolução deve ser priorizada pela comunidade internacional; a responsabilidade pelos problemas ambientais globais tem sido diferenciada entre diferentes países ao longo da história e isso deveria estar refletido nas políticas para lidar com eles, devendo os países ricos assumirem a maior parte dos custos. (VIOLA, 2004, p. 95)

Nos anos 1990, o Brasil foi assumindo então uma “posição globalista”, liderando a

criação de acordos e processos de preservação e proteção ambiental e, consequentemente,

no início dos anos 2000, o país foi adquirindo uma fase de maior protagonismo e,

atualmente, ele é signatário de mais de 40 atos relacionados ao meio ambiente, dentre eles

regionais, bilaterais e multilaterais.

Alguns instrumentos de preservação ambiental criado no âmbito internacional

influenciam o Brasil quanto à sua ação nessa área. Um desses instrumentos é o PNUMA,

que promove a disseminação “entre seus parceiros e a sociedade em geral, informações

sobre acordos ambientais, programas, metodologias e conhecimentos em temas ambientais

relevantes da agenda global e regional, gerando uma participação e contribuição mais

intensa de especialistas e instituições brasileiras em fóruns, iniciativas e ações

internacionais” (ONU, 2015, s/p).

A Agenda 21 proposta na Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança

Climática (UNFCCC, sigla em inglês) também influencia a pauta do meio ambiente no

Brasil, que gerou a Agenda 21 brasileira, documento construído a partir das diretrizes da

Agenda 21 global. De acordo com o MMA (2015) esse documento é um instrumento de

planejamento participativo para o desenvolvimento sustentável, que tem como eixo central

a sustentabilidade, compatibilizando a preservação ambiental, a justiça social e o

crescimento econômico.

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Nesse contexto ambienal, é importante destacar que o Brasil desenvolveu processos

nacionais para a proteção do mesmo contribuindo assim para o progresso das ações

internacionais que dizem respeito ao tema. Esse processo de criação também se deu

porque o País passou a desenvolver uma política externa forte no que diz respeito à

preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável no debate internacional,

devido à sua grande atuação na área desde os anos 1990, e que vem se fortificando mais

nos anos 2000. Além dos instrumentos nacionais, o Brasil também incluiu em sua agenda,

processos criados no âmbito internacional, para ampliar sua política ambiental, como a

Agenda 21 brasileira.

Questões sociais também entram na formulação de alguns instrumentos de

preservação do meio ambiente no País, como a criação da Comissão Nacional de

Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Então, através de

todos esses mecanismos citados anteriormente, pode-se notar o envolvimento do Brasil nos

regimes internacionais de meio ambiente e a contribuição que ele oferece ao âmbito

internacional nesse contexto, e vice-versa, com a finalidade de um melhor

desenvolvimento dos instrumentos de meio ambiente.

CONCLUSÃO

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O presente trabalho buscou abordar a questão do envolvimento que o Brasil tem

com os regimes internacionais de meio ambiente. No primeiro capítulo foram apresentados

os conceitos de governança global e regimes internacionais na visão de diferentes autores,

para um melhor entendimento do contexto do trabalho. Verificou-se que o conceito de

regimes internacionais envolve a cooperação entre os países em determinado assunto, e por

isso os instrumentos descritos no decorrer do trabalho se encaixam nesse contexto de

regimes internacionais.

O segundo capítulo explicou uma categoria dos regimes internacionais, a do meio

ambiente. Também foram expostos os diversos instrumentos que o compõem, desde os

anos 1970, onde a temática ambiental não tinha força, passando pelo momento da Guerra

Fria, onde ela começou a ganhar espaço, e chegando ao início dos anos 2010, onde nesse

último trajeto ganhou muita força.

Desse modo, no terceiro capítulo foi abordada a questão do Brasil nessa área, e

também foram apresentadas diferentes posições que ele tomou diante do tema. Na década

de 1970 o País tinha uma postura defensiva diante dos problemas ambientais, e até liderou

uma coalizão de países contrários a lidarem com esses problemas, na Conferência de

Estocolmo em 1972. Da década de 1980 em diante, o Brasil mudou essa postura, passando

a aderir instrumentos criados no âmbito internacional que visavam à preservação do meio

ambiente. E na década de 2000, particularmente no ano de 2006 em diante, o País passou a

ter uma posição de “liderança estratégica” de acordo com Fernanda Carvalho (2010).

O Brasil propôs a criação de alguns mecanismos no cenário internacional com a

finalidade da preservação do meio ambiente nacional, e que também contribuiria com essa

mesma ação em outros países, como o Fundo de Desenvolvimento Limpo que não ganhou

simpatia dos países desenvolvidos e depois veio a se tornar o MDL; o mecanismo de

REDD, que nasceu de uma parceria entre o governo brasileiro e americano; o PPG7, uma

iniciativa brasileira que foi apresentada em 1990 em uma reunião do G-7, e depois lançada

em 1992; e o IPF, proposto pelo País com a finalidade de regular o uso da floresta.

E também pode-se verificar o envolvimento do regime internacional de meio

ambiente no Brasil através de alguns instrumentos criados no âmbito internacional, como a

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Agenda 21, a qual influenciou a criação da Agenda 21 brasileira para um planejamento de

desenvolvimento sustentável e preservação ambiental no País; e o PNUMA que ajuda a

gerar uma participação e contribuição mais intensa de especialistas e instituições

brasileiras em fóruns, iniciativas e ações internacionais sobre o tema.

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