o brasil a caminho do bicentenário da independência: onde estamos? para … · 2015-11-25 · o...
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O Brasil a caminho do
bicentenário da independência:
Onde estamos? Para onde
vamos?
Eduardo Costa Pinto
Professor do Instituto de Economia da UFRJ e ex-técnico de pesquisa e
planejamento do IPEA22 de agosto de 2012
Rio de Janeiro/RJ
Estrutura da Apresentação
•Parte I – Como chegamos até aqui: um brevíssimo panorama da economia brasileira (1822-2000)
•Parte II – Onde estamos? O padrão de crescimento da economia brasileira na década de 2000
•Parte III – Para onde vamos? Tendências estruturais da economia mundial, Crise dos países centrais e cenários de longo prazo para a economia brasileira
PARTE I
Como chegamos até aqui: um brevíssimo panorama da economia
brasileira (1822-2000)
O período Imperial no Brasil
•Padrão de acumulação agrário-exportador
•Oligarquias agrárias regionais escravocratas
•Centralização do poder imperial com manutenção do poder das oligarquias regionais: aliança frágil sustentada na defesa da escravidão
República Velha e nascimento da industrialização:
do domínio das oligarquias cafeeiras à sua crise de
hegemonia (1889 -1930)
•Padrão de acumulação agrário-exportado centrado no café
•Oligarquias agrárias regionais com a hegemonia dos segmentos paulistas: preservação da estrutura fundiária
•Trabalho assalariado e política monetária
Desenvolvimento e industrialização no Brasil:
1930-1980
•Ordem predominantemente urbano-industrial
•Indústria como a solução para resolver os problemas do subdesenvolvimento
•Vulnerabilidade Externa
•Modelo de Substituições de Importações
• Instável aliança entre as frações do bloco no poder e a saída autoritária
Duas décadas perdidas: os anos 1980 e 1990
•A crise da dívida dos anos 1980: baixo crescimento, inflação elevada e vulnerabilidade externa
•O modelo neoliberal dos anos 1990: abertura comercial, liberalização financeira, redução do papel do estado (privatização, ajuste fiscal, etc.)
PARTE II
Onde estamos? Padrão de crescimento da economia brasileira
na década de 2000:
crescimento do consumo, queda na participação industrial, primarização da
pauta exportadora e bloco no poder
Balanço de Pagamento, investimento direto e em carteira
e transações correntes (US$ bilhões)
Fonte: Bacen
-60,0
-40,0
-20,0
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Balanço de pagamentos Transações correntes
Investimento direto Investimento em carteira
Exportações, importações e saldo comercial
brasileiro (US$ bilhões)
Fonte: Bacen
25 34 45 46 40 25 25 20 303
13-1
55 58 6073
96
118
138
161
198
153
202
256
91
121
173
128
182
226
634847
5656
74
-20
40
100
160
220
280
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Balança comercial Exportação de bens Importação de bens
PIB, investimento (FBKF), consumo total e das
famílias – Brasil e Mundo (variação anual - %)
Fonte: IBGE - Contas Nacionais; FMI
1995-02 2003 2004 2005 2006 2003-06 2007 2008 2009 2010 2007-10
Total 2,4 -0,3 3,9 3,9 4,5 3,0 5,8 5,0 4,1 6,3 5,3
Famílias 2,6 -0,8 3,8 4,5 5,2 3,2 6,1 5,7 4,4 6,9 5,8
1,2 -4,6 9,1 3,6 9,8 4,5 13,9 13,6 -6,7 21,3 10,5
16,9 15,3 16,1 15,9 16,4 15,9 17,4 19,1 18,1 19,5 18,5
2,3 1,2 5,7 3,2 4,0 3,5 6,1 5,2 -0,3 7,5 4,6
Invest. (FBKF)
PIB
FBKF (% PIB)
BRASIL
Consumo
2003 2004 2005 2006 2003-06 2007 2008 2009 2010 2007-10
21,2 22,1 22,4 23,2 22,2 23,7 23,8 21,7 22,8 23,0
3,7 4,9 4,5 5,2 4,6 5,4 2,8 -0,6 5,3 3,2FBKF (% PIB)
PIB
MUNDO
PIB, consumo das famílias e FBKF (valores
encadeados de 1995; média de 2005=100)
Fonte: IBGE - Contas Nacionais Trimestrais
80,0
90,0
100,0
110,0
120,0
130,0
140,0
150,0
160,0
170,0
180,0
2000
T1
2000
T4
2001
T3
2002
T2
2003
T1
2003
T4
2004
T3
2005
T2
2006
T1
2006
T4
2007
T3
2008
T2
2009
T1
2009
T4
2010
T3
2011
T2
2012
T1
Consumo final das famílias PIB FBKF
Desemprego e Renda (RM’s)
Fonte: IBGE - PME
1.482
1.331 1.3331.365
1.4251.476
1.6401.6871.570
1.53311,7
12,3
11,5
9,8 10,0
7,9 8,1
6,76,0
9,3
1.200
1.300
1.400
1.500
1.600
1.700
1.800
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
4
6
8
10
12
Rendimento médio real efetivo das pessoas ocupadas Taxa de desenprego, RMs %
Salário mínimo real
200
250
300
350
400
450
500
550
600
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11
Salário mínimo real
(a preços de agosto de 2011 deflacionado pelo IPCA)
Fonte: IPEADATA
Consumo das Famílias e PIB da Indústria de
transformação (valores encadeados de 1995;
média de 2005=100)
Fonte: IBGE - Contas Nacionais Trimestrais
70,0
80,0
90,0
100,0
110,0
120,0
130,0
140,0
2000
T1
2000
T4
2001
T3
2002
T2
2003
T1
2003
T4
2004
T3
2005
T2
2006
T1
2006
T4
2007
T3
2008
T2
2009
T1
2009
T4
2010
T3
2011
T2
2012
T1
Consumo final das famílias PIB - Indústria - transformação
Duas dinâmica macroeconômica diferentes: 2003-2006 e 2007-2010
Padrão 2003-2006:
Crescimento foi praticamente impulsionado pela dinâmica mundial e seus efeitos (“primários” e “secundários”) sobre a economia brasileira;
O aumento das exportações induziu o aumento dos investimentos (efeito secundário), em termos absolutos e relativos, dos grupos econômicos da indústria de commodities intensiva em capital
Dinâmica do investimento pode ser explicada a partir da teoria dos determinantes do investimento de Kalecki (disponibilidade de recursos financeiros próprios acumulados pela firma; variação nos lucros; variação do estoque de capital – nível de utilização)
Duas dinâmica macroeconômica diferentes: 2003-2006 e 2007-2010
Padrão 2007-2010:
Crescimento foi impulsionado pela dinâmica mundial e seus efeito ("secundários”) sobre a economia brasileira e pela dinâmica interna;
Aumento do salário mínimo e da massa de rendimentos;
Avanço do crédito ao consumidor: entre 2007 e 2010, expandiu-se de forma significativa (de 30,2% do PIB do crédito total para 45,2% do PIB do crédito total);
As medidas de combate a crise internacional.
Participação no Valor Adicionado a preços básicos
Fonte: IBGE
Participação da Indústria de Transformação (% PIB) – 1997-
2011 (encadeados a preço de 1995 – acumulado em quatro
trimestres)
Fonte: IBGE
14,4
13,0
15,9
14,6 14,9
13,2
12,5
13,0
13,5
14,0
14,5
15,0
15,5
16,0
16,5
1997.
I
1997.
IV
1998.
III
1999.
II
2000.
I
2000.
IV
2001.
III
2002.
II
2003.
I
2003.
IV
2004.
III
2005.
II
2006.
I
2006.
IV
2007.
III
2008.
II
2009.
I
2009.
IV
2010.
III
2011.
II
Indústria de transformação (% PIB)
Produtividade do trabalho - 2000-2009 (preços
constantes de 2000, em mil R$)
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Var. ¹ Var. ²
Agropecuária 3,3 3,6 3,7 3,9 3,7 3,7 4 4,4 4,8 4,7 5,0% 4,3%
Indústria 18,4 18,4 18,1 18,2 18,4 17,6 18 18,2 17,8 17,1 -0,4% -0,8%
Extrativa 69 70,8 74,9 76,9 73,2 79,4 83,9 80,5 83,5 81,1 2,4% 1,8%
Transformação 18,5 18,9 18,7 18,4 18,6 17,6 17,9 18,2 18,1 17,1 -0,3% -0,9%
Outros industriais 16,1 15,4 14,7 15,1 15,6 15,3 15,8 15,8 15,2 15,3 -0,7% -0,6%
Serviços 14,8 14,7 14,5 14,3 14,5 14,6 14,5 15 15,5 15,5 0,5% 0,5%
Total 12,9 13 12,9 12,9 12,9 12,9 13,1 13,6 14 13,9 1,0% 0,8%
Setor / Ano
Macro-setores
Agropecuária: aumentoIndústria: redução
IT: reduçãoServiços: aumento
Notas: ¹ Variação média anual entre 2000 e 2008
² Variação média anualentre 2000 e 2009
Fonte: : IBGE; SQUEFF & PINTO (2012)
Saldo Comercial por setores produtivos 2000/2010 (US$ bilhões)
Fonte: FUNCEX/MDIC
-30,4
16,6
30,1
3,6
-35,0
-30,0
-25,0
-20,0
-15,0
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Indústria de Transformação Agropecuária
Extrativismo Mineral Não classificado
Bloco no poder durante o
governo Lula
Evolução do patrimônio líquido real do setor financeiro e não-financeiro 1995-2007 (R$
bilhões) (1995=ano base; deflacionado pelo IPCA anual)
5 0 ,4 4 8 ,6 4 7 ,7 4 7 ,05 6 ,1 6 0 ,1 6 2 ,8 6 4 ,0 6 7 ,2
7 9 ,66 9 ,4
9 1 ,31 0 9 ,8
2 3 2 ,12 4 9 ,2
2 3 1 ,2 2 2 6 ,32 4 1 ,5
2 3 0 ,22 4 2 ,3
2 6 9 ,32 8 0 ,5
3 1 5 ,9
3 4 5 ,2
2 6 2 ,8 2 5 8 ,6
SF / y = 4 ,2 8 6 te n d + 3 5 ,6 9 7
R 2 = 0 ,8 0 8 1
SN F / y = 5 ,8 3 1 9 te n d + 2 1 9 ,5 5
R2 = 0 ,4 0 4 2
0 ,0
5 0 ,0
1 0 0 ,0
1 5 0 ,0
2 0 0 ,0
2 5 0 ,0
3 0 0 ,0
3 5 0 ,0
1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7
SF SN F L in e a r (SF ) L in e a r (SN F )
Nota: Setores: SNF – Setor Não-Financeiro; SF – Setor Financeiro
Fonte: Banco de Dados da Pesquisa. Elaboração própria a partir das informações do Balanço Anual da Gazeta Mercantil
Evolução da participação (%) do patrimônio líquido por setores de atividade
4 , 8 4 , 8 5 , 6 5 , 3
4 , 9 6 , 4 5 , 3 4 , 6
2 3 , 3 2 3 , 6
3 3 , 1 3 7 , 4
4 , 9 4 , 2
3 , 2
4 1 , 13 5 , 1
2 7 , 4 2 2 , 5
2 , 7
3 , 82 , 8
1 6 , 42 0 , 7 2 1 , 7 2 4 , 1
2 , 1 1 , 11 , 2
1 , 41 , 8
2 , 5
0 %
1 0 %
2 0 %
3 0 %
4 0 %
5 0 %
6 0 %
7 0 %
8 0 %
9 0 %
1 0 0 %
1 º F H C 2 º F H C 1 º L U L A 2 º L u l a ( 1 º A n o )
S F
S O
S I
I T
I D
I C
C C
A G
Nota: Setores: AG – Agronegócio; CC – Construção Civil; IC – Indústria de Commodities; ID – Indústria
Difusora; IT – Indústria Tradicional; SI – Serviços de Infra-estrutura; SO – Outros Serviços; SF
– Setor Financeiro
Fonte: Banco de Dados da Pesquisa. Elaboração própria a partir das informações do Balanço Anual da Gazeta
Mercantil
Evolução real dos Lucros Líquidos do IC e SF
(1995 = base deflacionado pelo IPCA) (R$ bilhões)
2,0 2,1
14,112,5
22,6
27,6
31,8 31,4
36,1
-2,8
5,6
9,410,4
12,1
14,8
21,1
27,5
4,2 3,34,0
7,7
-0,7
5,9
3,5
7,3
11,2
IC:y = 3,1093tend - 6,4244
R2 = 0,8863
SF:y = 1,9853tend - 4,2471
R2 = 0,8756
-10,00
-5,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
IC
SF
Linear (IC)
Linear (SF)
Nota: Setores: AG – Agronegócio; CC – Construção Civil; IC – Indústria de Commodities; ID – Indústria
Difusora; IT – Indústria Tradicional; SI – Serviços de Infra-estrutura; SO – Outros Serviços
Origem do Capital: E – Empresa Estatal; M – Empresa Multinacional; N – Empresa Privada Nacional
Fonte: Banco de Dados da Pesquisa. Elaboração própria a partir das informações do Balanço Anual da Gazeta
Mercantil
Evolução da Participação (%) dos Lucros Líquidos por Setores de Atividade
8 ,4 7 ,0 4 ,9 4 ,2
8 ,0 7 ,4
2 2 ,0
4 0 ,0 5 2 ,0
4 4 ,0
6 ,8
2 ,83 6 ,0
6 ,9
7 ,5
1 0 ,7
6 ,3
0 ,1
2 ,2
2 ,2
1 1 ,5
3 5 ,02 6 ,7
3 3 ,5
2 ,6 2 ,6
2 ,51 ,6
1 ,0
1 ,0
1 ,2
1 ,2
0 %
1 0 %
2 0 %
3 0 %
4 0 %
5 0 %
6 0 %
7 0 %
8 0 %
9 0 %
1 0 0 %
1 º F H C 2 º F H C 1 º L U L A 2 º L u la (1 º A n o )
S F
S O
S I
IT
ID
IC
C C
A G
Nota: Setores: AG – Agronegócio; CC – Construção Civil; IC – Indústria de Commodities; ID – Indústria
Difusora; IT – Indústria Tradicional; SI – Serviços de Infra-estrutura; SO – Outros Serviços
Fonte: Banco de Dados da Pesquisa. Elaboração própria a partir das informações do Balanço Anual da Gazeta
Mercantil
Evolução da Taxa de Lucro do IC e SF - 1995-2007 (%)
-5,7
9,4
15,5 15,2
21,3
3,1
21,7
16,9
25,5 26,225,1
-1,3
12,3
7,0
13,0 15,0
17,5
25,123,1
2,76,1
4,86,3
10,5
20,821,2
IC/y = 2,0139tend + 0,576
R2 = 0,7172
SF/y = 2,0633tend - 1,567
R2 = 0,8119
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
SF
IC
Linear (IC)
Linear (SF)
Nota: Setores: IC – Indústria de Commodities; SF – Setor Financeiro
Fonte: Banco de Dados da Pesquisa. Elaboração própria a partir das informações do Balanço Anual da Gazeta
Mercantil
Principais fatos estilizados do estoque e do fluxo de riqueza das frações do bloco no poder, sob o governo Lula
Grande burguesia nacional e internacional do agronegócio => manutenção do estoque de riqueza e fluxo de riqueza instável; (manteve sua posição)
Grande burguesia internacional e nacional que orienta sua produção o mercado interno (CC, S, IT e ID) => redução do estoque de riqueza em virtude da queda relativa do fluxo de riqueza com melhora relativa entre 2007 e 2010;
Grande burguesia industrial que orienta sua produção ao mercado externo (commodities) => forte elevação do estoque de riqueza em virtude do aumento relativo do fluxo de riqueza (subiu );
Grande burguesia bancária-financeira => estabilidade intertemporal relativa do estoque de riqueza, manutenção de elevados fluxos de riqueza, bem como de altas taxas de retorno (manteve sua posição).
PARTE III
Para onde vamos?
China e Tendências estruturais da economia mundial, Crise nos países centrais e cenários (ameaças e oportunidades) para o desenvolvimento brasileiro
Tendências estruturais da economia mundial e China
• Elevação (e manutenção em níveis altos em termos históricos recentes) dos preços internacionais das commodities decorrente do efeito direto e indireto da demanda chinesa e também da elevação dos custos de produção desses produtos;
• Redução e/ou estabilização dos preços mundiais dos produtos industriais fruto da pressão competitiva da produção industrial da China (que combina salários baixos, economias de escala e de escopo, novas formas de organização e gestão da produção - tecnologia frugal, produção modular, etc. );
Tendências estruturais da economia mundial e China
• Manutenção dos termos de troca favorável aos países em desenvolvimento (relaxando a restrição externa), especialmente os africanos e latino-americanos que exportam commodities. Esta condição é uma decorrência da primeira e da segunda tendências;
• Ampliação mundial do consumo de massa em virtude da mudança de preço relativo entre manufaturas e salários que vem permitindo o acesso produtos indústrias a segmentos da população mundial que até então viviam na condição de subsistência. Esta condição é uma decorrência das três tendências acima, especialmente da segunda
Índice de Preços das Commodities (2005=100)
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
Fonte: FMI
Índice de Preços das Commodities: metais (2005=100)
Fonte: FMI
-30,00
20,00
70,00
120,00
170,00
220,00
270,00
Classe média global: despesas (milhões de US$ em PPP 2005 ) – 2009;2020;2030.
Fonte: Kharas (2010)
Dinâmica da Economia Internacional
após a crise de 2008•As economias centrais (EUA e Europa) não conseguiram restabelecer as taxas de crescimento anterior a crise (com a exceção da Alemanha)
•Economias em desenvolvimento já obtiveram crescimento próximo ao observado antes da crise
•Países em desenvolvimento passaram a contribuir para o crescimento numa proporção maior do que os desenvolvidos
Dilema dos EUA
•A depressão econômica (queda no estoque de
riqueza das família e empresas, baixo
crescimento dos investimentos e do PIB,
elevado endividamento das famílias, alto nível
de desemprego);
•Crise política que dificulta a adoção de
medidas (notadamente a fiscal) que estimulem
o crescimento.
Europa: estagnação e elevação do risco soberano
• O PIB previsto da região em 2011 foi menor do
que o verificado em 2007 quando medido a
preços constantes;
• As taxas de crescimento econômico previstas
para os próximos anos não passaram de 2% ao
ano;
• A taxa de desemprego da região prevista para
2013 ainda será (cerca de 30%) maior do que a
verificada antes da crise;
O risco soberano dos PIGS (Portugal, Irlanda,
Grécia e Espanha)
• O desemprego atinge, atualmente, cerca de 14,5% da
população economicamente ativa na Grécia e na
Irlanda, 12% em Portugal e 20% na Espanha
• O PIB destas economias em 2011 foi significativamente
inferior ao verificado em 2008 (cerca de 3% menor na
Espanha e em Portugal e cerca de 10% menor na Grécia
e na Irlanda);
• O aumento do endividamento público
Questões para pensar os caminhos da
economia e do Estado brasileiro
Dado o fortalecimento dos segmentos exportadores, será possível ao Estado brasileiro, deslocar parte do excedente gerado por esse setor para outros segmentos produtivos intensivos em tecnologia e produtores de bens salários?
Caso se amplie a especialização regressiva da estrutura industrial, em curso, o que restará para um projeto nacional com inserção soberana quando os preços relativos se modificarem?
Para onde queremos ir?
Mudanças no Bloco no poder?
Oportunidades para a retomada do
desenvolvimento
Cenário 1 – O sonho possível do
desenvolvimento
• Fissura da hegemonia do bloco no poder
• Maior autonomia relativa do Estado Brasileiro
• Redução significativa da restrição externa
com redução da vulnerabilidade externa
estrutural
• “Consumo de massa” com avanço do papel
da indústria
• Linha de maior resistência política
Cenário 2 – Crescimento menor com
melhoria social, sem desenvolvimento
• Redução significativa da restrição externa de
curto prazo, mas com manutenção de
elevada vulnerabilidade externa estrutural
• Pequena política
• “Consumo de massa” com vazamento de
renda (redução ainda maior do papel da
indústria)
• Linha de menor resistência política