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O O U ma reunião entre representantes de clubes na tarde desta terça-feira deve selar a venda dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro para o exterior. Os clubes vão analisar seis propostas que foram enviadas a eles nos últimos meses e, ao que tudo indica, optarem por aquela que, mais do que qualquer outra coisa, assegure um adiantamento de verba neste instante em que os ganhos estão congelados por conta da pandemia do coronavírus. Dentro desse cenário, o favoritismo para levar a proposta será da empresa que conseguir apresentar a proposta mais vantajosa financeiramente no curto prazo. Segundo apurou a Máquina do Esporte, as seis propostas enviadas aos clubes têm embutidas, além da venda de direitos internacionais de transmissão, direitos O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO POR ERICH BETING 1 NÚMERO DO DIA EDIÇÃO 1475 - TERÇA-FEIRA, 14 / ABRIL / 2020 de euros é o quanto o tenista Rafael Nadal e o jogador de basquete Paul Gasol pretendem arrecadar em doações para a Cruz Vermelha 11 mi Clubes definem venda do Brasileiro a exterior

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Page 1: O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO · base de fãs", disse a liga ao comunicar a suspensão. A atitude da categoria foi endossada pela Chip Ganassi, que afastou o piloto e, ainda, por

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U ma reunião entre representantes de clubes na tarde desta terça-feira deve selar a venda dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro para o exterior. Os clubes vão analisar seis propostas que foram enviadas a eles

nos últimos meses e, ao que tudo indica, optarem por aquela que, mais do que qualquer outra coisa, assegure um adiantamento de verba neste instante em que os ganhos estão congelados por conta da pandemia do coronavírus.

Dentro desse cenário, o favoritismo para levar a proposta será da empresa que conseguir apresentar a proposta mais vantajosa financeiramente no curto prazo.

Segundo apurou a Máquina do Esporte, as seis propostas enviadas aos clubes têm embutidas, além da venda de direitos internacionais de transmissão, direitos

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR ERICH BETING

1

N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1475 - TERÇA-FEIRA, 14 / ABRIL / 2020

de euros é o quanto o tenista Rafael Nadal e o jogador de basquete Paul Gasol pretendem arrecadar em doações para a Cruz Vermelha11mi

Clubes definem venda do Brasileiro a exterior

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para retransmitir os jogos para casas de apostas. A inclusão desse item após o re-sultado da licitação feita pela CBF em 2019, que envolvia apenas direitos de mídia, acabou fazendo com que a SportPromotion deixasse de levar o projeto, e também fez com que a empresa desistisse de participar da concorrência de agora.

"A gente tem propostas consistentes, que têm sido acompanhadas por uma co-missão técnica que está avaliando os projetos. Eu acredito que a gente tenha nos próximos dias uma resolução desse processo", afirmou Guilherme Bellintani, presi-dente do Bahia e um dos líderes da comissão de clubes que analisa as propostas.

De acordo com o dirigente, os detalhes que devem ser solucionados na reunião desta terça-feira envolvem a negociação conjunta dos direitos das Séries A e B do Brasileirão e, ainda, como será o prazo de pagamento para os clubes. Bellintani disse, ainda, que o dinheiro será repartido igualmente entre todas as equipes de cada uma das duas divisões, num movimento inédito dentro do futebol nacional.

"Em cada uma das séries já há a conclusão de que haverá uma divisão linear entre todos os clubes do dinheiro. Não é uma quantia significativa nesse primeiro momento, mas é um passo importante para projeção do futebol brasileiro lá fora".

Entre as propostas enviadas à CBF estão da TV N Sports em parceria com a em-presa especializada em apostas Stats Perform, das agências IMG, Pitch Internatio-nal e Lagardère e da empresa de estatísticas e apostas Sports Radar.

Algumas dessas propostas envolvem o pagamento antecipado de valores para os clubes, enquanto outras apenas consideram o faturamento conforme as nego-ciações. A necessidade, porém, deve fazer a proposta que dê mais dinheiro levar.

R E M O P R O J E TA I M A G E N S PA R A T O R C I D A E M P R É D I O

O Remo apostou na viralização de uma ação no úl-timo final de semana para conscientizarem as pessoas a fazerem o isolamento social. O clube fez projeções em um prédio em Belém (Pará) com mensagens para as pes-soas ficarem em casa e homenagens aos profissionais de saúde. A iniciativa ganhou espaço nas redes sociais.

"As projeções são um meio para conscientizar o nosso torcedor e a população em si sobre a pandemia", disse o diretor de marketing do clube, Renan Bezerra.

I M PA C T O D A PA N D E M I A V I R A

S E M I N Á R I O

A plataforma de streaming TV N Sports vai realizar entre esta terça-feira e a quinta-feira um seminário para de-bater "O Impacto do Coronavírus no Esporte". Para isso, diversos gestores e executivos do esporte foram chamados.

Sempre entre 18h e 21h30, com dois debates de 1h30 de duração, as conversas serão realizadas virtualmente e estarão disponíveis dentro da TV N Sports. Na terça-feira o debate será sobre o impacto do adiamento dos Jo-gos Olímpicos. No dia seguinte, falará sobre o futebol e a relação dos clubes com seus patrocinadores. Na quinta-feira será a vez de falar sobre o impacto do adiamento de jogos nas ligas.

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O P I N I Ã O

Racismo mostra e-Sports ainda frágil

Com a paralisação generalizada da indústria do esporte tradicional, o uni-verso do e-Sports ganhou um protagonismo improvável. A categoria, que já vinha em processo de crescimento, teve uma súbita guinada rumo

aos holofotes. De repente, ela se transformou em válvula de escape para o mercado, carente das tradicionais competições, todas elas suspensas pelo coronavírus.

Rapidamente, o e-Sports reuniu ligas, mídia e patrocinadores, todos interessados em suprir as entregas previstas pelo esporte tradicional. Há, no entanto, um problema: a categoria tem uma dinâmica própria. Isso pode ser refletivo tanto na presença dos atletas quanto no estágio de profissionalização que se encontram os jogos eletrônicos.

O caso de Kyle Larson (leia na pág. 4) é um exemplo claro disso. No domingo, o piloto da Nascar se referiu a um colega como "nigger", expressão em inglês com

conotação extremamente racista, durante um treino virtual. O abalo foi imediato. O atleta foi suspenso pela entidade ame-ricana e ainda viu patrocinadores virarem as costas. Nenhuma de seus apoiadores hesitaram em colocar um fim nos acordos.

Para além da óbvia questão moral, Larson errou ao se esquecer que estava em um ambiente totalmente diferente da-quele que lhe é de costume. Nesse novo contexto, a sua imagem e as suas palavras eram mais relevantes, justamente por se

tratar de uma transição para o mundo virtual. Talvez o linguajar errante do piloto seja comum em sua intimidade, mas controlado publicamente. É assim que funciona em qualquer auto-gestão de imagem. Talvez se fossem vazadas as palavras de jogadores de futebol em campo, poucos ficariam com seus respectivos patrocinadores.

Marcas e ligas têm apostado sabiamente no e-Sports, mas isso não significa que o contexto não demanda cuidados. Atletas tradicionais precisam de adaptações ao novo ambiente. Já os jogadores profissionais do segmento virtual precisam passar por um processo de amadurecimento neste momento de ampla mídia, um movimento que exige um profissionalismo ainda distante da realidade dos jogos virtuais.

Kyle Larson não foi o primeiro atleta a se envolver em um escândalo racista dentro do esporte, infelizmente. Mas talvez tenha sido o primeiro a se perder sim-plesmente porque estava em um ambiente adaptado ao seu, com desafios e atenções que lhe passaram desapercebidos. Poderá não ser o único, se não houver um maior cuidado nesse novo mundo de e-Sports que tem se apresentado nos últimos anos.

Larson mostra que mundo virtual

tem as suas particularidades, e que

profissionalismo precisa ser transferido

POR DUDA LOPES

diretor de novos negócios da Máquina do Esporte

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Após racismo em prova virtual,

piloto perde apoio

A paralisação das atividades do basquete há um mês fez com que a NBA decidisse mudar a estratégia para o mercado brasileiro, um dos mais importantes para a liga no ex-terior. Desde as últimas semanas, a oferta de conteúdo sobre o basquete aericano passou a ser maior para o fã brasileiro, com o relançamento do canal da NBA no YouTube e di-versas outras ações no digital.

A ideia da liga, com isso, é am-pliar o acesso gratuito a conteúdos de basquete. O canal no YouTube tem exibido o programa NBA Free-style, além de entrevistas com atle-tas brasileiros e aulas do programa de ensino jr. NBA, que estão sendo feitos das casas dos profissionais.

N B A A P O S TA E M C O N T E Ú D O E R E C R I A Y O U T U B E PA R A O B R A S I L

O YouTube anunciou para o próximo domingo (19) o lançamento da websérie "Vai Pra Cima, Fred", em

que o influenciador Fred, do canal Desimpedidos, tenta se tornar um

jogador do Magnus Futsal.Gravada pré-pandemia, a saga em que o apresentador tenta se tornar

jogador profissional de futsal terá o patrocínio da Netshoes, que será a

única marca com anúncio na trans-missão dos oito capítulos. Cada novo capítulo será lançado aos domingos.

WEBSÉRIE DE INFLUENCIADOR

COMO ATLETA DO MAGNUS

COMEÇA D IA 19

POR REDAÇÃO

O piloto Kyle Larson foi suspenso por tempo indetermi-nado pela Nascar e perdeu os patrocínios da Chevrolet e do McDonald's, além de ter sido afastado pela equipe Chip Ganassi. O motivo? Uma frase racista dita por Larson durante a disputa da etapa virtual da Nascar neste final de semana.

Em meio à disputa do torneio, que tem substituído as eta-pas regulares do calendário, Larson disse: "Não consegue me ouvir, seu negro?". O áudio de todos os pilotos estava aberto para a transmissão feita no site iRacing.com.

"A Nascar fez da diversidade e da inclusão uma prioridade e não tolerará o tipo de idioma usado por Kyle Larson du-rante o evento iRacing. As nossas diretrizes de conduta dos membros são claras a esse respeito e vamos aplicá-las para manter um ambiente inclusivo para toda a nossa indústria e base de fãs", disse a liga ao comunicar a suspensão.

A atitude da categoria foi endossada pela Chip Ganassi, que afastou o piloto e, ainda, por seus três patrocinadores pessoais: a montadora Chevrolet, o banco Credit One Bank e a rede de restaurantes McDonald's. Os três comunicaram o fim de seus contratos ainda na tarde de segunda-feira, após a Nascar e a Ganassi terem suspendido o piloto.

Pouco antes de as penas a Larson serem divulgadas, ele decidiu publicar um vídeo com um pedido de desculpas em suas contas no Twitter e Instagram, que possuem, somadas, mais de 600 mil fãs. Nele, diz que "usou uma palavra que nunca deveria e que não havia desculpas para isso".

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A paralisação das atividades do automobilismo no Brasil fez com que a Porsche Cup decidisse levar para a internet a disputa de sua temporada. E, com a confirmação da Corrida das Estrelas da categoria, a Shell deci-

diu fazer uma ação de ativação de patrocínio. A empresa de energia anunciou que será a patrocinadora do piloto que conquistar a competição no ambiente virtual.

"Estamos atentos para o mundo dos games e acompanhamos de perto o esforço da Porsche Cup em difundir o automobilismo virtual. Já estava em nossos planos promover uma seletiva e ter um representante oficial neste universo. E nada me-lhor que implantar essa ideia em parceria com a categoria que além de pioneira em e-Sports já é nossa parceira de longa data no automobilismo real. A Shell fica muito contente em participar dessa maneira da festa de aniversário da Porsche Cup", declarou Vicente Sfeir, gerente de motorsport e patrocínios da Raízen.

O patrocínio colocará o piloto virtual dentro da Academia Shell, com as mesmas atribuições e obrigações de pilotos como Ricardo Zonta e Átila Abreu. Além disso, o atleta disputará o campeonato Porsche Esports Carrera Cup Brasil e outras com-petições virtuais com as cores da empresa como patrocinadora principal. O aporte é inédito dentro da indústria de e-Sports do Brasil e também no automobilismo.

A segunda edição da Corrida das Estrelas vai reunir pilotos de carros de corrida reais com os principais nomes do automobilismo virtual. Os layouts dos carros se-rão aqueles dos que estão inscritos para a temporada 2020 da Porsche Cup.

"Não há endosso maior para nós que uma marca como a Shell se valha de nosso evento para selecionar um piloto", disse Dener Pires, promotor da Porsche Cup.

Shell usa torneio virtual para selecionar piloto

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POR REDAÇÃO