o bandeirante - n.188 - julho de 2008

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Informativo Mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores Regional do Estado de São Paulo Ano XVI - nº. 188 - JULHO de 2008 Redação: [email protected] - (11) 9182-4815 OBandeirante Jornal Um pouco de história - I (Continua na última página) por Helio Begliomini Médico urologista Presidente da SOBRAMES-SP “A história não é apenas um livro cujas páginas se pode ignorar: é ela o túmulo dos medíocres e o panteão dos heróis; o dedo do acusador dos inimigos e a proclamação do valor que tiveram e o puseram a serviço do povo e da terra.” - Wanderley Dias Origem A primeira entidade de médicos escritores que se tem notícias foi fundada em 21 de fevereiro de 1949, com o nome de Groupement des Écrivains Médicins – GEM. Reunia sete membros e teve como presidente Maurice Bedel. Seu crescimento foi rápido, alcançando prestígio e internacionalizando-se. Em 1956, realizou seu primeiro congresso na cidade de San Remo, Itália. O nome da entidade foi, posteriormente, mudado para Union Mondiale des Écrivains Médicins – Umem. Em dezembro de 1963, Eurico Branco Ribeiro, eminente cirurgião, natural de Guarapuava – PR, mas radicado na cidade de São Paulo, recebeu uma carta de Lucien Diamont-Berger, então secretário-geral da Federação Internacional da Sociedade de Escritores Médicos, estimulando a criação de uma associação similar no Brasil. Eurico Branco Ribeiro, motivado a empenhar-se nessa nobre causa, disponibilizou seu espírito empreendedor, congregante, persuasivo e fraterno, fruto de uma liderança contagiante e de um caráter edificante. O congresso da Umem realizado na Grécia, onde participou um grupo de médicos literatos brasileiros sob a liderança de Eurico Branco Ribeiro, foi o estopim para a fundação da entidade. A Sociedade Brasileira de Escritores Médicos – Sbem – foi fundada por Eurico Branco Ribeiro, em 23 de abril de 1965, nas dependências da Associação Paulista de Medicina (APM). Teve como sede o Sanatório São Lucas, situado à rua Pirapitingüi n o 80, no bairro Liberdade da capital paulista, uma vez que esse nosocômio era presidido por ele. Os dezoito sócios fundadores que estiveram presentes na sessão de instalação, na APM, foram por ordem alfabética: Antônio de Almeida Prado, Attílio Zelante Flosi, Cantídio de Moura Campos, Cecílio José Carneiro, Cordeiro Elias Habib, Divaldo Gaspar de Freitas, Eurico Branco Ribeiro, Gláucio Bandeira, Ida Laura Ricardo de Salles (a única mulher do grupo), José da Conceição Ferraz de Salles, José Pedro Leite Cordeiro, João Carvalhal Ribas, Júlio Abramczyk, Juvenal da Silva Marques, Manuel de Abreu Campanário, Nelson Libero, Octacílio de Carvalho Lopes e Paulo Fraletti. Na ata de fundação está consignado que justificaram suas ausências na efeméride de fundação: Eduardo Adami (Poços de Caldas – MG), Edson Ruivo de Souza (Santos – SP), Paulo de Almeida Toledo (São Paulo, capital), Acácio Ribeiro Vallim (São Paulo, capital), Arthur Dalmasso (Teresópolis – RJ) e Durval Sarmento Rosa Borges (São Paulo, capital). Na ocasião foi empossada a diretoria provisória, tendo Gláucio Bandeira (PR) como presidente e Eurico Branco Ribeiro (SP) como secretário-tesoureiro, aliás, função essa que desempenhou até março de 1978, mês e ano de sua morte. A Sbem passou a ser filiada da Umem em data não identificada. O XVI congresso da Umem foi realizado em Regenesburgo – Alemanha, em 1972. Sob a coordenação de Eurico Branco Ribeiro compareceram mais seis representantes brasileiros: Henrique Furtado Portugal (Belo Horizonte – MG); Lycurgo de Castro Santos Filho (Campinas – SP); e da capital paulista Octacílio de Carvalho Lopes, Divaldo Gaspar de Freitas, Dionysio de Klobusitzky e Durval da Rosa Borges. Expansão da Entidade Carlos da Silva Lacaz, terceiro presidente da entidade (1968-1970), teve como meta primacial em seu mandato, a expansão da sociedade para outros estados da federação. Para tal, sua diretoria criou e aprovou o “Regulamento das Regionais da Sociedade Brasileira de

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Page 1: O Bandeirante - n.188 - Julho de 2008

Informativo Mensal da Sociedade Brasileira de Médicos EscritoresRegional do Estado de São Paulo

Ano XVI - nº. 188 - JULHO de 2008

Redação: [email protected] - (11) 9182-4815

OBandeiranteJornal

Um pouco dehistória - I

(Continua na última página)

por Helio BegliominiMédico urologista Presidente da SOBRAMES-SP

“A história não é apenas um livro cujas páginas se podeignorar: é ela o túmulo dos medíocres e o panteão dos

heróis; o dedo do acusador dos inimigos e a proclamação dovalor que tiveram e o puseram a serviço do povo e da terra.”

- Wanderley Dias

OrigemA primeira entidade de médicos escritores que se

tem notícias foi fundada em 21 de fevereiro de 1949, como nome de Groupement des Écrivains Médicins – GEM.Reunia sete membros e teve como presidente MauriceBedel.

Seu crescimento foi rápido, alcançando prestígioe internacionalizando-se. Em 1956, realizou seu primeirocongresso na cidade de San Remo, Itália. O nome daentidade foi, posteriormente, mudado para UnionMondiale des Écrivains Médicins – Umem.

Em dezembro de 1963, Eurico Branco Ribeiro,eminente cirurgião, natural de Guarapuava – PR, masradicado na cidade de São Paulo, recebeu uma carta deLucien Diamont-Berger, então secretário-geral da FederaçãoInternacional da Sociedade de Escritores Médicos,estimulando a criação de uma associação similar no Brasil.

Eurico Branco Ribeiro, motivado a empenhar-senessa nobre causa, disponibilizou seu espíritoempreendedor, congregante, persuasivo e fraterno, frutode uma liderança contagiante e de um caráter edificante.

O congresso da Umem realizado na Grécia, ondeparticipou um grupo de médicos literatos brasileiros sob aliderança de Eurico Branco Ribeiro, foi o estopim para afundação da entidade.

A Sociedade Brasileira de Escritores Médicos –Sbem – foi fundada por Eurico Branco Ribeiro, em 23 deabril de 1965, nas dependências da Associação Paulista deMedicina (APM). Teve como sede o Sanatório São Lucas,situado à rua Pirapitingüi no 80, no bairro Liberdade dacapital paulista, uma vez que esse nosocômio era presididopor ele.

Os dezoito sócios fundadores que estiverampresentes na sessão de instalação, na APM, foram porordem alfabética: Antônio de Almeida Prado, AttílioZelante Flosi, Cantídio de Moura Campos, Cecílio JoséCarneiro, Cordeiro Elias Habib, Divaldo Gaspar de Freitas,Eurico Branco Ribeiro, Gláucio Bandeira, Ida LauraRicardo de Salles (a única mulher do grupo), José daConceição Ferraz de Salles, José Pedro Leite Cordeiro, JoãoCarvalhal Ribas, Júlio Abramczyk, Juvenal da SilvaMarques, Manuel de Abreu Campanário, Nelson Libero,Octacílio de Carvalho Lopes e Paulo Fraletti.

Na ata de fundação está consignado quejustificaram suas ausências na efeméride de fundação:Eduardo Adami (Poços de Caldas – MG), Edson Ruivo deSouza (Santos – SP), Paulo de Almeida Toledo (São Paulo,capital), Acácio Ribeiro Vallim (São Paulo, capital), ArthurDalmasso (Teresópolis – RJ) e Durval Sarmento Rosa Borges(São Paulo, capital).

Na ocasião foi empossada a diretoria provisória,tendo Gláucio Bandeira (PR) como presidente e EuricoBranco Ribeiro (SP) como secretário-tesoureiro, aliás,função essa que desempenhou até março de 1978, mês eano de sua morte.

A Sbem passou a ser filiada da Umem em datanão identificada. O XVI congresso da Umem foi realizadoem Regenesburgo – Alemanha, em 1972. Sob acoordenação de Eurico Branco Ribeiro compareceram maisseis representantes brasileiros: Henrique Furtado Portugal(Belo Horizonte – MG); Lycurgo de Castro Santos Filho(Campinas – SP); e da capital paulista Octacílio de CarvalhoLopes, Divaldo Gaspar de Freitas, Dionysio de Klobusitzkye Durval da Rosa Borges.

Expansão da EntidadeCarlos da Silva Lacaz, terceiro presidente da

entidade (1968-1970), teve como meta primacial em seumandato, a expansão da sociedade para outros estados dafederação. Para tal, sua diretoria criou e aprovou o“Regulamento das Regionais da Sociedade Brasileira de

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Jornal O Bandeirante

ANO XVI - nº. 188 - Julho 2008

Publicação mensal da SOBRAMES-SP -

Sociedade Brasileira de Médicos

Escritores - Regional do Estado de São Paulo

Sede: Rua Alves Guimarães, 251 -CEP 05410-000 - Pinheiros - São Paulo - SPTelefax: (11) 3062-9887 / 3062-3604

Editores: Flerts Nebó, Marcos GimenesSalun.Redatores: Helio Begliomini, MarcosGimenes Salun, Flerts Nebó.

Jornalista Responsável: Marcos GimenesSalun - (MTb 20.405 - SP).

Redação e Correspondência: Av.Prof.Sylla Mattos, 652 - ap. 12 - Jardim SantaCruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010.E-mail: [email protected].: (11) 9182-4815 / 6331-1351

Colaboradores desta edição: Jacyra daCosta Funfas, Mélida Francisca VelascoCassanello, Alitta Guimarães Costa Reis,Josyanne Rita de Arruda Franco, HelmutAdolf Mataré e Maria do Céu CoutinhoLouzã.

Diretoria - Gestão 2007/2008 - Presidente:Helio Begliomini; Vice-Presidente:

Josyanne Rita de Arruda Franco; Primeiro-

Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã;Segundo-Secretário: Evanir da SilvaCarvalho; Primeiro-Tesoureiro: MarcosGimenes Salun; Segundo-Tesoureiro: LigiaTerezinha Pezzuto; Conselho Fiscal

Efetivos: Flerts Nebó, Arary da Cruz Tiriba,Luiz Jorge Ferreira; Conselho FiscalSuplentes: Carlos Augusto Ferreira Galvão;Geováh Paulo da Cruz; Helmut AdolfMataré.

Projeto Gráfico e Diagramação:Rumo Editorial Produções e EdiçõesLtda. CNPJ.07.268.251/0001-09E-mail: [email protected]

Matérias assinadas são de

responsabilidade de seus autores e nãorepresentam, necessariamente, a

opinião da Sobrames-SP

PRESTIGIE E COLABORE. AS INICIATIVAS DA SOBRAMES-SPPODERÃO SER MUITO MELHORES SE VOCÊ TAMBÉMPARTICIPAR. OS ACONTECIMENTOS PODEM ESTAR

DEPENDENDO DE UMA AÇÃO POSITIVA SUA.

Tiragem desta edição: 250 exemplares(papel) e mais de 1.000 exemplares

enviados por e-mail.

expediente

O Bandeirante - Julho de 20082

longevità

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Estética facial, corporal e odontológica * Massagem *

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Ortopedia e Traumatologia GeralCRM 18317

Av. República do Líbano, 34404502-000 - São Paulo - SP

Tel. 3885 8535 / Cel. 9932 5098

Colabore na Edição

Para facilitar o trabalho de edição destejornal e de seu suplemento literário, enviesempre os seus textos em meio magnético,

entregando-o gravado em disquete ouenviando-o para o e-mail da redação

[email protected]

Desde janeiro de 2007, quando teve início a presente gestão, a diretoria daSobrames-SP vem se empenhando em manter a entidade em funcionamento da melhormaneira possível. Além de dar seguimento a todos os projetos e conquistas das diretoriasque os precederam, os atuais gestores da regional São Paulo buscaram criar novosmecanismos visando incentivar seus associados a participarem. Foi assim que surgiram osprêmios “Rodolpho Civile” de assiduidade e “Aldo Miletto” de melhor desempenho, ambosjá em segunda edição. Na mesma trilha, surgiu também o concurso para escolha de umHino para a Sobrames-SP, que neste mês encontra-se em julgamento.

Há também a preparação para o produção de mais uma obra coletiva dos autorespaulistas, através da publicação da “A Pizza Literária - décima fornada”, prevista paralançamento em novembro próximo. Estes eventos, junto a um trabalho assíduo e constantepara manter a Sobrames em funcionamento, dão prova do compromisso que a atual diretoriaassumiu e vem cumprindo até aqui.

Neste momento em que está em andamento o processo eleitoral para escolha dadiretoria para o biênio 2009-2010 (veja nota na página 7), espera-se que os confradespaulistas mantenham-se unidos e perseverantes como vêm sendo ao longo do tempo. Aúnica chapa inscrita mantém basicamente o mesmo grupo que vem atuando na direção daregional no presente biênio, com alguns pequenos ajustes. Diante da ausência de outroscandidatos, uma vez mais Helio Begliomini submete seu nome e o dos demais companheirosde chapa para receberem o voto de confiança para que possam conduzir por mais umperíodo os destinos da Sobrames Paulista. É só com o apoio de todos e com a participaçãoefetiva de seus associados, que a Sobrames-SP poderá manter-se em destacada posiçãono cenário nacional, fazendo do culto às letras e à literatura amadora o seu maior objetivo.

Um compromisso com a Sobrames

Jantar de aniversárioem setembro

No próximo dia 18 de setem-broa SOBRAMES regional do estado de SãoPaulo estará completando o 20ºaniversário de sua fundação. Paracomemorar essa importante data estásendo organizado um jantar, que serárealizado no dia 26.09.2008, a partir de20h30, no restaurante Mare D’Itália,que fica na Rua Joaquim Floriano nº 211,no Itaim Bibi. Para que se tenhamelhores condições de organizar oevento, solicitamos que os interessados

inscrevam-se durantes as PizzasLiterárias de julho, agosto e setembro.Estima-se um custo aproximado de R$30,00 por pessoa. Bebidas serãocobradas à parte de cada participante.

ErramosNa edição anterior grafamos de formaindevida o título da matéria de capa,que teve continuidade na página oitodaquele número, onde o mesmo errose repetiu. O correto seria “Reflexos

do XXII Congresso Brasileiro de

Médicos Escritores” e não comoconstou (XII).

Page 3: O Bandeirante - n.188 - Julho de 2008

3O Bandeirante - Julho de 2008 - SUPLEMENTO LITERÁRIO

Uma paulistanano meio dos

oriundos

Jacyra daCosta Funfas

Advogada

São Paulo - SP

Boa noite,meu amor

Mélida FranciscaVelasco CassanelloMédica cardiologista

São Paulo - SP

Quando, mensalmente recebo “O Bandei-rante”, renovo o meu interesse em lê-lo, pois todosos trabalhos em prosa ou em verso enriquecem omeu saber.

Mas, em “O Bandeirante” de fevereiro de2008, um trabalho do Dr. Helio Begliomini chamou-me à atenção pela verdadeira aula de português,língua oficial falada no Brasil, em Portugal e nasantigas Províncias Ultramarinas. No Brasil, tão maltratada e mal reconhecida pelos seus filhos.

Sabemos que não é um idioma fácil de falar ede escrever. Porém, há pouco interesse dos nossosgovernantes e é pouca a importância que dão aosprofessores do Ensino Fundamental e aos pequenosque iniciam sua vida escolar que é a base de toda avida falada e escrita. Há erros de concordância verbala todo o instante, ditos por autoridades; há pluraisde palavras ditas incorretamente, etc.

Vi, em um programa na televisão a “herdeirado trono do Brasil” – se aqui estivéssemos numamonarquia – responder a uma pergunta dointerlocutor e usar o plural de cidadão como“cidadões”.

Certa vez uma atendente, sentada à sua mesapara preencher documentos com meus dados,perguntou meu nome. Pronunciei, vagarosamente:Jacyra com “Y”. A atendente escreveu meu nomeaté “Jac” , fez uma pausa de dúvida e me perguntou:“com Y é sobrenome?”

Considero a cidade de São Paulo um mundoem miniatura, tal é a diversidade de oriundos detoda parte do planeta, mas que se entendemmisturando seus idiomas.

Nessa torre de Babel, adotamos algumaspalavras que acabam entrando para o nossovocabulário. É certo que há muito usamos ogalicismo, o italianismo e o hábito faz o costume.Cada vez mais construímos uma língua portuguesalonge da perfeição, daquela que gostaríamos deouvir como as notas musicais sonoras e suaves.

Parabéns, doutor Helio Begliomini. Devemoscultivar e cultuar a “última flor do Lácio, inculta ebela”

Boa noite, meu amor.Eu vou emboraÉ noite de lua cheia.É tarde, eu vou emboraÉ noite de lua cheia.

Boa noite, meu amor...Mas, beija-meAssim se despertam meus desejos.É noite ainda.Eu não quero ir embora.É noite ainda.Desejo ficar em teu peito,Onde vagam meus desejos.

Boa noite, meu amor.A estrela brilha.É noite ainda.Quero ficar em teu peito.Assim nosso amor brilha.É noite ainda.Quero ficar em teu peito.

Boa noite, meu amor.Dormiremos entre beijos.Treme teu corpo, treme tua alma.É noite ainda.Deixa-me dormir delirando.

Boa noite, meu amor.Não vou mais embora.

Page 4: O Bandeirante - n.188 - Julho de 2008

SUPLEMENTO LITERÁRIO - O Bandeirante - Julho de 20084

Alitta GuimarãesCosta Reis

Médica psiquiatra

São Lourenço - MG

A músicade Mô

Trabalho em um ambulatório de Saúde Mentale, por várias razões, este é um dos serviços maisgratificantes de que já participei. Os pacientes são umdesafio constante: há pouco tempo para atendê-los, ademanda é grande. Quem já trabalhou no sistemapúblico de atenção à saúde sabe: são muitos os papéisa serem preenchidos, é preciso prescrever emdiferentes receituários, atender acompanhantes queajudam ou atrapalham, pacientes que chegamalgemados com escolta, perícias, laudos, pacienteschorando e em crise. As psicopatologias fre-qüentemente são acompanhadas do compro-metimento da fala e da comunicação. Existe a ala dossemi-internos, que ali circulam, uns gemendo, outrosteimosamente sentando-se no chão, quase todosquerendo conversar. Há muita dor e sofrimento, osolhares e gestos o revelam.

Quando comecei a trabalhar tive uma boasurpresa: a música de Mô. Com um violão velho Môfazia festa, tocando e cantando. Os pacientesgostavam, cantando também, e até tentando uns passosde dança.

Um dia o violão de Mô quebrou. Parece quealguém esbarrou ou pisou nele, essas coisas queninguém fica sabendo ao certo. Mô passou a ser aimagem da tristeza. Antes, quando passava pela janelada sala onde eu estava dando consultas, sempre dizia:“Majestade”. Era a sua forma gentil de tratar algumaspessoas. Mas depois que o violão se foi, ele ficouacabrunhado, pelos cantos, irritadiço, caladão.

No final do ano nós participamos de uma lindafesta de encerramento, com a presença dos pacientes,funcionários, o gestor e o prefeito. A comida estavaexcelente, obra de Sílvia, Quelli, Tânia e equipe, quese desdobraram mais de dois dias para que tudo dessecerto. Os acompanhantes e familiares dos semi-internosvieram e todos pareciam muito alegres no almoço,menos Mô. Sorria um pouco, mas não era mais omesmo.

Lá pelo meio da festa alguns pacientes queriamservir-se de qualquer maneira e minha atenção sevoltou para eles, mas sem maiores preocupações,porque, silenciosa e eficientemente, Abel e os rapazessempre sabiam o que fazer.

Então, repentinamente, um murmurinho, umruído de passos, e uma clareira foi formada em meioà gente que se comprimia e circulava na sala principal.Ouviram-se aplausos: estava sendo entregue um violãopara Mô, novinho em folha! A início ele não conseguiumostrar alegria, de tão espantado.

- Ora, não fique aí parado, cante para nós –pedimos.

E o resto da festa foi um encantamento. Ficoupor conta da música de Mô!.

Amar é ser diverso, ambivalente,é disfarçar o que se quer e o que se sentee ter vontade de não se arrepender.É arriscar num jogo: imprevisível.É apostar naquilo que parece incrívele crer depois que não podia ser.Amar é caminhar por sobre pedrasé não saber se o agora é hora certae logo mais achar que perdeu tempo...É debater a alma em agonia,é não saber se é sonho ou fantasiae acarinhar furtivos pensamentos.Amar é estar perdido na ilusão de um momentoe ter no outro seu caminho e contento,acreditar que o impossível não existe.É estar atento, insone, às vezes tristee acreditar ser puro encantamento...Amar é despedida, espera e desencontro.É não saber se faz um mês ou mesmo um anoe ter nos olhos a paixão que não desiste.É ser divino aceitando ser profanoe ter no peito a dor do desengano:achar-se a rir da própria insensatez.

Sobreo amor

Josyanne Ritade Arruda Franco

Médica pediatra

Jundiai - MG

Page 5: O Bandeirante - n.188 - Julho de 2008

5O Bandeirante - Julho de 2008 - SUPLEMENTO LITERÁRIO

A conquista do poder e o valor da vida

Helmut Adolf MataréMédico radiologista

Bertioga - SP

Aspirar ao poder ou querer dominar é a extensão doinstinto de auto-conservação. Isto já se observa no comportamentodos cachorros. Eles não permitem que um cachorro estranho ouum gato seja introduzido no círculo da vida que lhes da subsistência.

Possuir um poder é um fascínio. Um ditador,freqüentemente, luta até a morte, para permanecer na situação demando. Quais são os métodos, para se chegar ao poder? Numa triboprimitiva pode ser a força braçal ou guerreira que permite a ascensãoao poder.

No século passado foram os japoneses que dominavamgrande parte da China com força militar. Após a conquista de umacidade ou região, eles firmavam-se no poder mediante intimação.Com prisões e matanças arbitrárias eles mostravam aos chinesesque o poder dos ocupantes era ilimitado.

Nos tempos bíblicos, a atividade religiosa ou profética eraa fonte do poder. Crenças alheias as do profeta eram severamenteproibidas. “Não deixarás viva a bruxa!” Os antigos astecas e incastinham uma lei idêntica: pena de morte para a bruxa.

Na Europa medieval, uma coroação era um ato religioso.E, quem não acreditava em Deus ou Cristo, foi condenado à morte.Assim, a igreja firmava-se no poder. Isto comprova que na idademédia o mais alto valor não era a vida, mas a submissão aosrepresentantes da religião e aos dogmas da igreja.

O preceito da Bíblia que um homem que mata deve perdersua vida, era razoável, porque se aplicava contra os que agiam pormotivo torpe. Hoje, ao contrário, estamos no dilema perante osassassinos sadistas ou terroristas, que vivem nas prisões ou que estãoem liberdade, porque eles possuem o mais alto valor que nósconhecemos: a vida humana.

Numa sociedade democrática é a retórica e a capacidadede hipnotizar as massas com argumentos atraentes ou lisonjeiros,que leva ao poder. Quando proferidas com impecável pronúncia,estas promessas têm força hipnotizante, notadamente, se visamriqueza, segurança ou glória.

Trezentos anos atrás, alguns fundadores de religiões novasutilizavam-se de um recurso muito primitivo, mas eficiente paraampliar o círculo de crentes: eles prometiam devassidão sexual.Assim fizeram os anabatistas na Alemanha, no início de sua atividade.

Os políticos costumam apelar a um grande número deemoções. Ora são nobres ideais, ora sentimentos de amor oucompaixão, ora indignação contra injustiças, ora o contrário: apostulação de privilégios com os quais, sorrateiramente, prometem-se grandes lucros a determinada classe ou agremiação partidária.Ora eles advertem um planejado ou iminente terror, contra o qualadvogam ser indispensável uma severa disciplina.

Entre outros métodos de chegar ao poder, destaca-se aindaa incitação à histeria ou à autopiedade. Os comunistas usaram estemétodo. Também nos tempos atuais há pregadores que afirmamque o Cristo crucificado é o símbolo da classe operária torturada eabusada. Assim, eles colocam-se na vanguarda, se, por acaso, eclodiruma revolta dos operários contra as outras classes.

Na revolução francesa, certos advogados denunciavam orei de ser um acaparador, o que era mentira. Acusavam-no tambémde ser um proxeneta, o que, em parte, era verdade. O rei Luiz XVIrebatia estas acusações com grande habilidade, durante três anos,mas, sua defesa minguou, quando foram descobertos os documentosque comprovavam que ele estava conspirando com os austríacoscontra a França.

Também Cristóvão Colombo entendia de demagogia.Sabendo que, em breve, ocorreria um eclipse da lua, ele aproveitou-se da credulidade e religiosidade dos índios, para fazer-lhes crer queele estivesse familiarizado com o estado de ânimo do Deus da Lua.Ele atribuía a visível diminuição da luminosidade da lua à tristeza doDeus da Lua, por causa da desobediência dos índios a suas ordens dejuntar o ouro para ele.

Um semelhante ardil foi usado pelos evangelistas. Elesderam a entender que Cristo não teria sido condenado à mortepelos romanos, se os judeus de Jerusalém não tivessem insistido nacrucificação. Com esta acusação eles criaram uma consciência deculpa na mente do simples povo de Jerusalém, culpa esta que eles,como arautos de Javé, relacionavam ao merecido castigo. Pois, osjudeus foram cruelmente expulsos da Palestina, poucos anos depoisdo martírio e Golgata.

Hoje estamos assistindo, no Brasil, a uma estranha distorçãode valores morais. A propaganda enfoca a necessidade de combatera violência, como se a violência fosse sempre um crime, e como se oscrimes insidiosos não representassem nenhum perigo para asociedade. Esta distorção é evidentemente uma propagandapreventiva para uma grande parte dos políticos que pertencem aomundo do crime não violento, chamado corrupção. Seria terrívelpara eles, se o povo brasileiro hoje reagisse contra a corrupção comviolência, de forma semelhante como fez o povo francês mais deduzentos anos atrás.

Se estes políticos que se confessam ser irrestritamente afavor da vida, fossem honestos, eles cuidariam em primeiro lugar daeliminação dos grandes criminosos que, mesmo nas prisões,continuam a comandar matanças, terror e intoxicações. Se os políticosamassem o povo, eles seguiriam a bíblia e mandariam verter o sanguedaquele que verteu sangue alheio.

Tudo indica que os maometanos perceberam a hipocrisiaque tomou conta de mundo ocidental. Eles iludem-nos, mostrandoque eles conhecem em número maior de valores que nós. E commuito orgulho lançam mão de vidas humanas e de suicídios, paracultivar seus ideais.

Temos hoje quatro ideologias no Brasil que restringem olivre fluxo do pensamento sobre a vida humana. A primeira provémdo poderoso mundo do crime, que deseja proteger os corruptos.Ela invoca o direito à vida para todos, e a proibição de toda violência.Essa é a orientação de nosso governo.

A segunda doutrina é aquela que combatia antigamente aescravatura. Ela ressalta a igualdade e o direito à autodeterminaçãodos homens. Essa ideologia abolicionista, se bem que perdeu emimportância, ainda está viva no Brasil e distorce a noção do direitopenal e cível.

A terceira pedra de toque é o repúdio gerado pelas notíciasde matanças em massa, chamadas genocídios, ocorridos na UniãoSoviética, na Alemanha nazista e na China comunista. Nestes paises,os políticos determinavam, se uma vida era útil ou não. A reprovaçãodestas matanças é tão emocionante, que paralisa o raciocínio sobre apena máxima, sobre a mortalidade infantil e sobre a limitação dosnacituros. A maioria das pessoas que se orgulham de condenarsolenemente o holocausto e as limpezas étnicas e políticas, perdemde vista o problema crucial de nosso tempo, que é o aumento dahumanidade, que se transformou numa praga de carne viva.

A quarta perturbação do pensamento filosófico provémdo incrível avanço da medicina, mormente da medicina social e dapopularização da medicina individual, que antigamente era umaarte secreta, e hoje é acessível a todo cidadão. Os políticosaproveitaram este progresso abalroante, para fazer do tratamentomédico um direito, que a constituição e a lei chamamimpropriamente: o direito à saúde.

Verdade é que a lei suprema da profissão médica é aconservação da vida humana. Mas esta ética, própria da classe médica,não pode ser estendida aos três poderes que regem um país. Outrosprofissionais, por exemplo, um fazendeiro, um cientista, um artista,um capitão de belonave, um astronauta, um explorador, um inventortêm ideais totalmente diferentes, e, evidentemente, os celerados efacínoras também não pensam sobre a vida como um médico.

Se os poderes públicos adotam cega e estupidamente aética da classe médica, eles cometem um crime avassalador contra aMãe Terra e, com isso também contra a país ao qual deveriam dedicar-se. Pois o globo terrestre que tem treze mil quilômetros de diâmetro,possui vida em terra firme somente até a profundidade de noventacinco centímetros, exceto nos desertos. Esta tênue e delicada camadaviva deveria ser protegida em primeiro lugar. A vida da Mãe Terra deveria figurar como valor supremo ecomo critério principal de toda jurisdição e ordem pública. Somenteassim haveria esperança de evitar-se uma catástrofe total.

Page 6: O Bandeirante - n.188 - Julho de 2008

SUPLEMENTO LITERÁRIO - O Bandeirante - Julho de 20086Uma estrela infeliz

Maria do CéuCoutinho LouzãRelações Públicas

São Paulo - SP

Era uma estrelinha diferente. Achava quebrilhar todas as noites não era a melhor coisa e viviasempre sonhando com uma nova experiência. Olhara terra todas as noites lá tão longe a deixava curiosa ecada vez mais interessada em conhecer o planeta queera tão azul. Depois de muita insistência, pedindo aoSenhor Deus que a deixasse descer até à terra, Eleatendeu o seu pedido. Sim, ela poderia visitar a terra,porém deveria permanecer somente por três dias,após os quais tinha que voltar ao seu lugar nofirmamento.

E assim foi. Com uma grande alegria em seucoração partiu para a sua primeira e grande aventura.Sem se despedir deixou as colegas surpresas e atémesmo assustadas com a sua coragem.

Na madrugada, o sol já começava a surgir nohorizonte e a estrela passou por sobre montanhasnevadas, vilarejos muito graciosos ora próximos aflorestas ou nas encostas de morros com plantaçõescuidadas, viu os campos verdes, trigais douradosdançando aos sabor do vento, desertos de areiasinfindas, pequenos riachos que se transformavam emrios caudalosos, sendo interrompidos por lindascascatas que despencavam brancas pelas rochas, entrematas exuberantes e se transformavam novamentenum rio que acabava no oceano. Este, ora calmo rolavalevemente sua água pela praia de areia branca, oraquebrava em ondas muito zangadas, espumantes e quese atiravam contra rochas ou pelas areias de algumacosta recortada e sem fim. Como a terra era linda!pensava enquanto observava um grandioso castelo nomeio de um lago. Estava maravilhada com tanta coisanova que de lá onde morava não podia ver.

Já mais tarde parou numa cidade. Assustada,mal podia compreender o que acontecia. Haviaautomóveis e ônibus que percorriam as ruas muitodepressa. As pessoas andavam de um lado para outro,pareciam muito ocupadas ou nervosas. A estrelinhaestava admirada e cada vez mais se perguntava o quepoderia fazer para que ninguém tivesse tanta pressa.O sol já começava a descer no horizonte quando aestrelinha viu uma praça, com lindo gramado ecanteiros floridos. Bancos espalhados onde pessoas

descansavam, conversavam ou liam jornal. Algumascrianças brincavam com bonecos, bolas ou corriam unsdos outros numa brincadeira sem fim. De repentechamou a sua atenção uma linda estátua branca. Vestiaum terno todo branco e no paletó comprido viam-sebotões dourados. Tinha cartola, luvas e sapatosbrancos. Estava em cima de um pedestal e tocava umviolino, branco também, ou melhor parecia tocar.Curiosa, permaneceu a olhar e viu aos pés da estátuauma caixa com moedas. Muitas pessoas que passavamolhavam admiradas e seguiam o seu caminho. Ascrianças muito curiosas queriam permanecer mais umpouco mas eram puxadas pelas suas mães que estavamcom pressa e alguns transeuntes admirando a belezado conjunto, jogavam uma moeda na caixa que estavaaos seus pés.

A estrela observava a estátua. O rosto era brancocomo toda a sua indumentária mas os olhos eramazuis e surpresa! Piscavam! Então ele era uma estátuaviva! e era muito bonito!

Ao escurecer a estátua desceu do seu pedestal,colocou o violino debaixo do braço, apanhou a caixano chão e foi-se embora.

A estrela sentia-se muito cansada pois estavaacostumada a dormir de dia e só ficar acordada à noite.O seu primeiro dia na terra havia sido muito agitado.Assim procurou um lugar para descansar. Os pássarosvoavam para se esconder nas copas das árvores, via-segente caminhando apressada para tomar condução ealguns mais idosos deixavam os bancos onde passarama tarde sentados, e aos poucos a praça estava vazia.Resolveu recostar-se numa torre da igreja. Dali pôdever as suas companheiras que brilhavam na companhiada lua, no azul escuro da noite e exausta adormeceu.

A manhã já estava adiantada no dia seguintequando despertou e viu que o sol já ia alto. Procuroupela estátua, mas o seu lugar estava vazio. Desapontadadecidiu esperar. Perdera o interesse em descobrir econhecer mais coisas no nosso planeta. Sonhadora ecuriosa pensou como seria bom poder conversar, comaquela figura de olhos azuis, saber o seu nome e contar–lhe quem ela era. De repente no meio da gente quepassava pela rua, a estrela viu a estátua vindo. E comono dia anterior subiu na caixa branca segurou oviolino com o seu queixo branco e com a mão direitaempunhou o arco como se fosse tocar e ali permaneceusilencioso e imóvel o resto do dia. E assim se repetiu acena no terceiro dia. A estrelinha estava cada vez maisapaixonada pela a estátua branca de olhos azuis. Masa data de retorno estava marcada e triste a estrelinhateve que partir para o lugar que lhe tinha sidodestinado no firmamento. Mas triste não conseguiamais cumprir o seu papel: não podia brilhar mais.Apagada não cintilava mais no azul do seu lugar, poisestrelas infelizes não brilham!

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7O Bandeirante - Julho de 2008

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agenda

AGOSTO - 7 reunião de diretoria /

21 Pizza Literária.

SETEMBRO - 4 reunião de diretoria

18 Pizza Literária (eleições e

Aniversário da SOBRAMES-SP)

OUTUBRO - 2 reunião de diretoria /

16 Pizza Literária.

NOVEMBRO - 6 reunião de diretoria

20 Pizza Literária / 29 lançamento

da 10ª. Coletânea.

DEZEMBRO - 4 reunião de diretoria

18 Pizza Literária (posse da

diretoria eleita para 2009/2010)

As Pizzas Literárias acontecem na Pizzaria BONDEPAULISTA, na Rua Oscar Freire, 1.597 - Pinheiros -19h30. As reuniões da diretoria acontecem no Centrode Estudos do Hospital São Camilo - Av.Pompéia - 1.178- Pompéia - 19h30.

Eleições 2008: só umachapa está inscrita

No próximo dia 18 desetembro serão reali-zadas as eleições paraescolher a nova di-retoria da regionalpaulista da Sobrames,para o biênio 2009/2010.Encerrado oprazo regulamentarpara as inscrições,apenas uma chapaapresentou-se. Trata-se da chapa“Renovado Amor à Sobrames-SP”, queestá assim composta: Presidente: HelioBegliomini; Vice-presidente: Josyanne Ritade Arruda Franco; Primeira-secretária:Ligia Terezinha Pezzuto; Segunda-secretária: Maria do Céu Coutinho Louzã;Primeiro-tesoureiro: Marcos GimenesSalun; Segundo-tesoureiro: RobertoAntonio Aniche; Conselho Fiscal (efetivos):Flerts Nebó, Carlos Augusto FerreiraGalvão e Luiz Jorge Ferreira; ConselhoFiscal (suplentes): Rodolpho Civile, GeovahPaulo da Cruz e Helmut Adolf Mataré. Têmdireito a votar todos os associados commais de um ano de filiação à Sobrames eque estejam quites com a tesouraria.

Participe dapróxima fornada daColetânea Sobrames

As inscrições encerraram-se em 31 de julhoe o concurso que visa escolher um Hino paraa Sobrames - SP recebeu as letras escritaspor seis concorrentes. Os trabalhos serãoentregues para julgamento aos sóciosadimplentes que estiverem presentes naPizza Literária de Agosto e enviados pelocorreio aos ausentes. O prazo para adevolução dos pareceres pelo correio é 30de setembro. Os envelopes devem serenviados para Marcos Salun - Av.Prof.SyllaMattos, 652 - cj.12 - São Paulo - CEP.04182-010. A revelação do vencedor será nareunião da diretoria de 2 de outubro, noCentro de Estudos do Hospital São CamiloPompéia, às 19:30 horas, aberta a todos osmembros da entidade.

Concurso do Hino teveseis letras inscritas

Já estão sendo expedidas ascorrespondências para os associadosda regional São Paulo, contendo todasas informações necessárias paraparticipação na próxima fornada dacoletânea “A Pizza Literária”. Trata-seda décima edição dessa obra que já setornou tradicional na SOBRAMES-SP eé conceituada em todo o Brasil. Elaserá produzida no sistema cooperativoentre os autores e tem lançamentoprevisto para 29 de novembro. Osinteressados poderão participar comtextos em prosa ou verso e a cadapágina contratada o autor receberá 5(cinco) exemplares da obra. Cadaautor poderá contratar quantaspáginas quiser, sendo que o númeromínimo de páginas por autor será de 4(quatro). Os textos devem sergravados em disquete, programa Word,na fonte Times New Roman, corpo 12e devem ser acompanhados de uma viaimpressa. O endereço para envio domaterial é: Rumo Editorial Produçõese Edições Ltda. - Av.Prof.Sylla Mattos,652 - cjto.12 - São Paulo. CEP 04182-010. Maiores detalhes constarão dacorrespondência específica quedeverá chegar aos autores em breveou podem ser obtidos pelo telefone(11) 9182-4815, com Marcos Salun oupelo email [email protected] desde já seus melhores textose participe de mais esta granderealização da Sobrames-SP.

Ficam todos os membros da SociedadeBrasileira de Médicos Escritores,regional do Estado de São Paulo -SOBRAMES-SP convocados para aAssembléia Geral Ordinária que serealizará no dia 18 de setembro de2008 na pizzaria “Bonde Paulista”situada na Rua Oscar Freire, 1597, emSão Paulo, às 20h00, em primeiraconvocação, com a presença decinqüenta por cento dos MembrosTitulares, Acadêmicos e Colabo-radores quites com a tesouraria dasociedade e dos Membros Eméritos,Honorários e Beneméritos e, emsegunda convocação às 20h30, comqualquer número de membros daSOBRAMES-SP, para deliberar sobrea seguinte pauta do dia: 1.Leitura daAta da última AGO; 2. Apresentaçãode relatório da Diretoria; 3.Apre-sentação de balanço e tomada decontas pela Tesouraria; 4. Análise evotação de assuntos gerais inscritoscom a antecedência mínima de5(cinco) dias; 5. Eleição da novaDiretoria para o Biênio 2009-2010.

Edital de Convocação

Assembléia GeralOrdinária

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O Bandeirante - Julho de 20088(Continuação da primeira página)

Escritores Médicos” – Sbem. Tratava-se de um instrumento legal que davaapoio à formação, em outros estados,de novos núcleos administrativo-literários.

Em ordem cronológica foramfundadas na gestão de Carlos da SilvaLacaz a regional da Bahia (5/12/1968);a regional da Guanabara (12/2/1969)que, com a fusão do Estado daGuanabara, em 1975, passou a serdenominada regional do Rio deJaneiro, e a regional do Paraná (14/8/1969).

Os sucessivos presidentesmantiveram o mesmo propósito dedifundir a entidade. Na gestão deOctacílio de Carvalho Lopes (1970-1972) foram fundadas as regionais deMinas Gerais (7/8/1970) e a de SãoPaulo (28/12/1971), sendo seuprimeiro presidente Paulo de AlmeidaToledo (1972-1973), que tomou posseem 24 de fevereiro de 1972, no IVCongresso Brasileiro de EscritoresMédicos realizado na Bahia. Osegundo presidente da regionalpaulista da Sbem foi João CarvalhalRibas (1974-1975) e o terceiro foiLycurgo de Castro Santos Filho (1976-1977).

Ao término da gestão deOctacílio de Carvalho Lopes e noinício do mandato de Inaldo de LyraNeves Manta (1972-1974) foi fundadaa regional de Pernambuco (24/2/1972).

A regional da Paraíba foifundada em 10/8/1974, na gestão deAntônio Carlos Pacheco e Silva (1974-1976). A primeira diretoria da regionaldo Maranhão tomou posse em 25/3/1976 quando era presidente LuísFerreyra dos Santos (1976-1978). Sobseu mandato foi também fundada aregional de Alagoas (19/3/1977).

Mudança do Nome eAuto-Exclusão da

Regional Paulista da SbemNos anos setenta, começou a ser

ventilada a mudança do nome de“Sociedade Brasileira de EscritoresMédicos” (Sbem) para “SociedadeBrasileira de Médicos Escritores”(Sbme e, posteriormente Sobrames). Arazão dessa alteração era motivada pelofato de que os seus participantes eram

originária e primordialmente médicos,e, depois escritores. O inverso parecianão se coadunar com a realidade.

Essa idéia teve inícioembrionário numa reunião da regionaldo Rio de Janeiro, estando presentesMateus Vasconcelos (presidente), Titode Abreu Fialho, Luiz Gondim deAraújo Lins, Orlando Orlandi eArnaldo Sparapani. Tito de Abreu foio autor da proposta que fora aceitapelos demais participantes. MateusVasconcelos foi um dos seus maisferrenhos entusiastas nessaempreitada.

Os fundadores e os membrosmais antigos da entidade não sesensibilizaram com tal argumentaçãoe tornaram-se intransigentes com essaidéia, pois, pensavam, que além dealterar a tradição já em curso e esta-bilizada, não seguia a nomenclaturada entidade-mãe internacional.

Deve ser salientado que EuricoBranco Ribeiro, embora nunca tivesseexercido o mandato presidencial,sempre fora muito respeitado pelosseus pares. No cargo de secretário-tesoureiro controlava e influía nasdecisões da sociedade, como se fosseum “primeiro-ministro”.

Eurico, por motivos dedoença, não pôde participar do VIICongresso Nacional da entidade,vindo a falecer em 1o de março de1978, poucos dias após a realizaçãodesse evento. Entretanto, foramratificados na ocasião os nomes deDuílio Crispim Farina para presidenteda nacional e de Divaldo Gaspar deFreitas como secretário-tesoureiro,ambos indicados por Eurico BrancoRibeiro.

Entretanto, desavenças ocor-reram entre ambos logo no início dagestão, pois Duílio Crispim Farina nãoaceitava que Divaldo Gaspar de Freitas

tivesse poderes plenos e inde-pendentes do presidente. Assim,obrigou Divaldo Gaspar de Freitas quese demitisse do cargo, em maio de1978. Em março de 1979, treze mesesapós ter assumido a presidência,Duílio Crispim Farina renunciou aocargo, sendo o único presidentedemissionário em toda a história daSobrames nacional.

Olivar Dias da Silva (MG), queassumiu a presidência após a demissãode Duílio Crispim Farina, consultoutodas as regionais, a fim de que fossemdecididos os rumos da entidade,através da mudança do estatuto e donome da instituição, alteração essa quejá vinha sendo aspirada e discutida porvários membros.

A mudança do nome foiaprovada em Assembléia Geral adredeconvocada para esta finalidade erealizada em Belo Horizonte, aos 27de setembro de 1979. Houve consultaà Union Mondiale des ÉcrivainsMédicins que não se opôs que aentidade passasse a ser denominadade Sociedade Brasileira de MédicosEscritores, continuando a ela filiada.

A adequação da sigla Sbmepara Sobrames ocorreu pouco tempodepois, começando a ser utilizada emnovembro de 1981. Foi uma sugestãoda regional do Paraná sendo aceitapelas demais regionais. Tal fatoocorreu quando Mateus Vasconcelos(1980-1982) era presidente daSobrames nacional.

A concretização dessa singelainversão de vocábulos, quatorze anosapós a fundação da sociedade, trouxeconseqüências catastróficas. A regionalda Sbem de São Paulo, onde berçou edifundiu a entidade para os demaisestados da federação, não aceitou e nãoreconheceu essa decisão. Contra-riamente ao que fora aprovado pelamaioria, manteve o nome de Sbem;segregou-se das demais regionais,ignorando-as. Enfim, caminhouisoladamente por mais alguns anos e,sem renovação e motivação de seuquadro, definhou-se.

(Leia a conclusão desteartigo na próxima edição)

Um pouco de história - I