o arretado

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a música nordestina e sua qualidade USJT segundo semestre grátis o arretado riscando a faca no fuleiro Dança e alegria moda da natureza humor da terrinha Axé, baião, forró e até rock inundam a cultura nordestina, e a musicalidade do povo é vista em todos os lugares do Brasil, com seus ritmos e danças únicas. O remelexo e a requebrada do forró atingem qualquer classe, cor e característica. O ritmo dançante faz a alegria dos salões, dos músicos e principalmente dos dançarinos Com o clima da região, a vestimenta nordestina faz fama e deixa os entusiastas ansiosos por novos lançamentos. A cultura é tão forte que influencia em cada peça. Engraçado e inteligente, o humor do nordeste faz piada com atualidades e se renova a cada dia. Com personagens marcantes, a comédia se faz parte do dia-a-dia. Essa característica de miscigenação é uma das mais marcantes na nossa cultura. A mistura do nordestino com o resto da população incrementa os ritmos com suas características, fazendo deles uma música totalmente brasileira. O Brasil todo agradece a riqueza da cultura que contribui a cada dia com nossos costumes. PÁGINA 4 PÁGINA 6 PÁGINA 5 PÁGINA 7 olegaldaweb.com

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Jornal experimental do 3o ano de Jornalismo da Universidade São Judas Tadeu

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Page 1: O Arretado

a música nordestina e sua qualidade

USJT segundo semestre grátis

o arretadoriscando a faca no fuleiro

Dança e alegria moda da natureza humor da terrinha

Axé, baião, forró e até rock inundam a cultura nordestina, e a musicalidade do povo é vista em todos os lugares do Brasil, com seus ritmos e danças únicas.

O remelexo e a requebrada do forró atingem qualquer classe, cor e característica. O ritmo dançante faz a alegria dos salões, dos músicos e principalmente dos dançarinos

Com o clima da região, a vestimenta nordestina faz fama e deixa os entusiastas ansiosos por novos lançamentos. A cultura é tão forte que influencia em cada peça.

Engraçado e inteligente, o humor do nordeste faz piada com atualidades e se renova a cada dia. Com personagens marcantes, a comédia se faz parte do dia-a-dia.

Essa característica de miscigenação é uma das mais marcantes na nossa cultura. A mistura do nordestino com o resto da população incrementa os ritmos

com suas características, fazendo deles uma música totalmente brasileira. O Brasil todo agradece a riqueza da cultura que contribui a cada dia com nossos costumes.

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olegaldaweb.com

Page 2: O Arretado

expediente Editorial

zóia lá!

Este jornal não tem medo. Não tem medo de olhares feios, de palavras desnecessárias nem de críticas sem sentido.

Este jornal é independente como o Brasil não depende de qualquer outro país. Ele é isento de classe social, de religião ou de localidade. Principalmente de localidade.

Por mais que ele seja um jornal que circulará em São Paulo, ele não é um jornal paulistano. Ele é de todos, paulistanos, baianos ou paranaenses. Este jornal é para todos.

O tema principal de suas notícias, artigos e reportagens é o nordeste, a riquíssima região do Brasil. O mesmo nordeste que muitos rejeitam é tão rico quanto qualquer parte do Brasil.

Com isso em mente, o jornal O Arretado é como o nome diz, é espevitado, rápido, direto e eficaz. A notícia na mão dos jornalistas não é bobagem, mas é riqueza.

Esta primeira edição do jornal O Arretado traz informações provenientes da cultura nordestina na cidade de São Paulo.

Ao mesmo tempo que este jornal não tem medo e é independente, este jornal pede desculpas se ofendeu alguém. Sua intenção é exaltar a cultura brasileira em sua totalidade e mostrar a riqueza da cultura do nordeste.

Este jornal não é meu, ou seu, ou do nordestino ou do paulistano Ele é O Arretado, aquele que risca a faca no fuleiro e traz a informação.

Ltal

leandro medeiros

thaís vannucci

a n g e l o d i a s

l i s a s s i sO jornal O Arretado é um projeto experimental do 3º ano de Jornalismo sob orientação gráfica e editorial da professora Ieda Santos.

O Centro de Tradições Nordestina trouxe o Primeiro Festival de Cordel de São Paulo, em outubro. Será que essa moda pega? O festival teve aulas de xilogravura, cinema e literatura.

Divulgação

Page 3: O Arretado

3Arrasta-pé

A produção cinematográfica brasileira se utiliza de várias locações para seus filmes, e o nordeste não foge desta utilidade. Filmes como “O Auto da Compadecida” (Guel Arraes, 2000), “Lisbela e o Prisioneiro” (Guel Arraes, 2003) e “O Homem que Desafiou o Diabo” (Moacyr Góes, 2007) são comédias e romances que se passam no sertão nordestino. Mas qual a realidade encontrada neles?

O primeiro exemplo, “O Auto da Compadecida”, do livro homônimo de Ariano Suassuna, é rodeado pelo tema religioso. Conta a história das peripécias de João Grilo (Mateus Natchergaele) e Chico (Selton Mello), dois sertanejos caricatos que tentam se dar bem com a desgraça alheia. Quando José

Grilo morre, tem que pelejar com o diabo no julgamento final para que não vá para o inferno.

“Lisbela e o Prisioneiro” é uma adaptação da peça homônima de Osman Lins, conta a história de Leléu (Selton Mello), um malandro conquistador que é preso acaba por escapar da prisão, e Lisbela (Débora Falabella), uma noiva de casamento marcado que é conquistada pelo galã.

O último filme desta lista é “O Homem que Desafiou o Diabo”. Zé Araújo (Marcos Palmeira) é um caixeiro viajante que, na obrigação de se casar, se transforma em Ojuara, um herói andarilho. Em suas viagens, faz uma aposta com o diabo, o que muda sua vida.

Os três filmes se baseiam na religiosidade. Tanto o primei-ro como o último tem divindades aparentes (como o diabo). “Lisbela e o Prisioneiro” não tem religio-sidade explícita, mas mostra um forte pensamento católico. Ander-son Vidal da Silva, 32, veio para São Paulo de Aracaju, no Sergipe, aos 17 anos. Casado desde os 15, confirma muito do que viu nos fil-mes. “Sempre tem o malandro, o matador, o covarde e a mocinha. E tudo é em nome de Deus, que as vezes se confunde com Iemanjá. A vida lá [no nordeste] é assim mes-mo, como nos filmes, só que muito mais pobre”, comenta.

A polícia, que é cômica e inati-va nos filmes, é diferente sob o olhar de Silva. “Lá tem muita corrupção, mas muita mesmo. A diferença é que policial não é bobo como nos filmes. Tem muito policial bom, mas tem muito ruim também”.

Para Silva, os filmes que re-tratam o nordeste são bons. “Já basta a tristeza que meu povo vive no nordeste. A vida lá é difícil, e quem tem acesso ao cinema quer assistir coisas felizes.”

O cineasta Vinícius Muderno crê que estes filmes tem uma vi-são relativa. “O jeito que um di-retor retrata uma região no seu filme não pode ser comparado ao jeito de outros diretores”. Em sua opinião, o modo que cada autor retrata o nordeste não pode ser comparado com a realidade.

Cinema nordestino agrada nativoA busca da realidade nos longas que retratam o nordeste

Angelo Dias

Divu

lgação

Divu

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4 Arrasta-pé

Rala coxa é mania em todo o BrasilDesde que surgiu, o ritmo ganhou fãs em âmbito nacional e internacional

Lis Assis

O verdadeiro forró tem origem nordestina, a dança é praticada em festas juninas do Brasil todo. Com influencias do xaxado, baião, e outras, vindas da região. Em São Paulo, existem escolas especializadas na música, lá os alunos aprendem os passos e se divertem com a cultura do nordeste. Casas de forró espalhadas pela capital paulista, também são bastante comum. Num som bem animado, casais se unem para fazer paços juntos e bem agarradinhos.

Essa cultura nordestina é bem praticada e popular nas seguintes regiões: Campina Grande, Fortaleza, Natal, Recife, entre outras. Grupos espalhados por essas cidades, treinam o ano todo para se apresentar em datas comemorativas da região, como: nas festas juninas, que é realizada todos os anos no meses de junho a julho.

A professora Giovanna Grassi diz que o forró é uma das danças mais gostosas de se dançar. “Eu adoro ir em lugares que tocam esse tipo de música, as coreografias

são bem variadas. Existem alguns passos complexos e outros simples, mas é fácil de aprender.”

Segundo a estudante pernambucana Bianca Soares, a origem da palavra Forró veio através do contato de norte-americanos com a música. “Pelo que sei algumas pessoas dos EUA tiveram contato com o som nordestino, e acharam legal e fácil de dançar. Então, a partir disso começaram a chamar o ritmo de for all (para todos), por isso se convencionou a chamar de forró”.

O forró não é só música: é uma grande festa!

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ltura.co

m.br

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5Arrasta-pé

A música que toca o nordesteDo popular ao rock, músicos e ritmos que encantam o país

Thaís Vannucci

A cultura nordestina é bastante diversificada, pois foi influenciada por indígenas, africanos e europeus. Essa região já revelou grandes nomes

da música, como: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Daniela Mercury, Luiz Gonzaga, que são cantores e compositores que conquistaram

fama nacional e mostraram seu grande talento.

Na música popular se destacam os ritmos como: coco, martelo agalopado, samba de roda, xaxado, baião, forró, axé e frevo. Dentre esses, o destaque vai para o forró e axé que se popularizaram em diversas partes do Brasil. O professor de Axé, Adriano Reis mostra sua paixão pelo gênero. “Eu acho que o axé já ta no sangue do baiano, essa vontade de dançar e se divertir com a canção”.

O ritmo do forró também agrada muito em outras regiões, foi popularizado por bandas como: Falamansa, Aviões do Forró e Cal-cinha Preta. Mariana Coelho, estu-dante de Publicidade do Mackenzie revela que é fã do gênero. “Eu gosto bastante, é muito bom pra dançar também. Em São Paulo o Canto da Ema é um lugar onde frequento para ouvir e dançar forró”.

Do nordeste também surgi-ram talentos em outros gêneros da música, como o rock, um exem-plo disso é a cantora baiana Pitty, nascida em Salvador, já foi muito premiada e vendeu dois milhões de cópias na carreira além de cantar em grandes festivais como o Rock in Rio 2011. Todos esses cantores e diferentes gêneros são frutos de uma região que é muito rica em sua cultura e tem a música como característica marcante.

A sanfona é o instrumento do nordeste

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6 arrasta-pé

Sol, mar, paisagens de tirar o fôlego. O nordeste é repleto de belezas naturais que caracterizam essa região e atrai muitos turistas. Essas características também se refletem na moda local. Cores quentes, panos leves, estampas fortes e um estilo todo diferenciado mostram a autenticidade nas roupas.

Por conta do clima, as roupas são mais leves, mas a influência que o sudeste e outras regiões têm sobre esses estados é também a influência evidente que o nordeste tem sobre várias partes do Brasil. A estudante de moda pela FAAP, Monique Alfendas relata sobre essa questão. “Hoje em dia apesar da cultura de cada região, a moda tem sido um pouco universal e as tendências que estão aqui, estão por todo lugar. No verão a moda dessa parte do Brasil sempre está em alta”, conclui Monique.

As tradicionais rendas nordestinas, c a r a c t e r i z a m diversos produtos da moda, que são

Inventando ModaOs detalhes são diferenciais que atraem consumidores em todo o mundo

Thais Vannucci

confeccionados com matérias-primas naturais, retiradas da biodiversidade brasileira de forma sustentável. Essas rendeiras que sempre ganharam a vida com trabalhos artesanais, recentemente por conta de divulgação e incentivo tiveram reconhecimento mundial, tendo encomendas de suas rendas inclusive para lojas na França.

O que é diferente sempre atrai

estilistas e lojas de alto padrão, o que chama muito atenção são os trabalhos manuais desenvolvidos nessa parte do nosso país, como também os bordados, que são vistos como exóticos. Lara Serafim, nascida em Salvador, “Acredit que a moda do nordeste se diferencia pelos detalhes, um bordado, uma renda, uma estampa que mostra um pouco do clima, é como se transmitisse na roupa a energia local.”

A moda do nordeste retrata suas paisagens

paraibabrasil.co

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7oxente!

Nos últimos anos, o humor nordestino pode ser apontado como um dos mais fortes do Bra-sil, pois criou grandes nomes do humorismo nacional, ao come-çar pela antiga geração com Chi-co Anísio, Renato Aragão, Tom Cavalcante, Shaolin, Tiririca até chegar à nova geração com Ceará do Pânico na TV e Murilo Gun, destaque no gênero Stand Up Co-

Humor nordestino é sinônimo de inteligênciaA mais árdua missão do comediante é fazer as pessoas rirem

Leandro Medeiros

medy. A comédia dessa região di-verte e arranca gargalhadas de to-dos em diversos cantos do Brasil a cada novo dia.

Conforme a célebre frase de Chico Anísio: “o nordestino é o povo mais bem-humorado do mundo, pois devido ao sofrimen-to causado pela seca, é preciso rir para não chorar”, retrata de fato o espírito de vida desses brasilei-

ros, que apesar de viver em um ambiente de dificuldades, os nor-destinos conseguem ver o lado fa-vorável das coisas, e ainda fazer piadas com as situações precárias em que vivem.

Para o balconista alagoano e também contador de piadas, Da-niel Gonzaga, o humor nordesti-no é inteligente porque o artista da comédia precisa estar antenado com os últimos acontecimentos que ocorreram na sociedade e fa-zer piadas com eles. “O humoris-ta deve ler os jornais, pesquisar na internet e ver se os acontecimentos recentes novo está sob o conheci-mento das pessoas, pois senão nin-guém vai entender a piada.”

Segundo Gonzaga, a pessoa que trabalha com a comédia, tem a missão mais árdua que existe: fazer as pessoas rirem. E ainda tem que renovar todo o seu trabalho a cada dia. “Fazer as pessoas rirem é um trabalho extremamente difícil, porque às vezes o humorista não sabe a reação que as pessoas vão ter ao ouvir o que ele conta. Também acho que o trabalho desse profissional é detalhoso, pois ele precisa renovar todos os dias as suas piadas, ainda mais se ele toma como base de criação as últimas notícias do Brasil e do mundo.”

Reconhece essas figuras? Todos do nordeste!

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Page 8: O Arretado

8 oxente!

Cabra da Peste!Um nordestino que veio, viu e venceu a grande metrópole de São Paulo

Angelo Dias

Há 27 anos, José Gentil Pa-rente chegava no bairro da Mooca, em São Paulo. Depois de uma via-gem da cidade de Sobral, no Ceará, o jovem de 15 anos estava disposto a tentar a sorte na cidade grande. Com 42 anos, Parente, hoje co-nhecido como Choró, é dono de 21 imóveis, todos na Mooca, incluin-do um bar com seu nome.

Quando sua região sofria um período de seca, o jovem mudou de vida. “Eu não ti-nha muita escolha. Ou tra-balhava ou sobrevivia”, diz Choró. Veio para São Paulo sozinho, e ao chegar aqui foi procurar emprego com uma pessoa que só conhecia de nome. Conseguiu o cargo em um bar, seu primeiro serviço.

Após dois anos e seis me-ses, o jovem abriu seu próprio negócio na rua Tobias Barre-to, na Mooca. Um ano depois, abriu o Choró’s bar, com seu irmão Carlos Aurélio Parente, na esquina da rua Taquari com a rua Bresser. Tendo clientela comum, o bar ocupava um es-paço não muito grande.

Mas, em 1993 a universida-de São Judas Tadeu, no mesmo quarteirão, inaugurou sua nova entrada frontal, o que alavancou os negócios. “Em 93 as coisas mu-daram. Com a faculdade, a clien-tela aumentou muito, o que me

fez ampliar o bar. Agora em 2009 ampliei mais uma vez, pois o espa-ço ficou pequeno”.

Choró conta que sua maior dificuldade foi a habitação. Quan-do veio para São Paulo, morou no porão de seu primeiro emprego. Ao abrir o Choró’s Bar, dormiu nele por um ano, antes de comprar sua casa. “Eu não queria pagar alu-guel. Queria comprar tudo a vista, sem dívidas”, relata.

Sua vida teve altos e baixos, e também teve preconceito. “Eu nunca sofri preconceito por que não ligo, então, não sofro. Mas teve um acontecimento que mar-cou minha juventude”, conta. Ele foi comprar um Ford Escort XR3

Conversível a vista, na época o carro nacional de maior valor. Como era jovem e nordestino, o gerente da concessionária des-confiou e chegou a perguntar da procedência do dinheiro. Choró o levou ao banco e seu gerente to-mou suas dores e autorizou o pa-gamento, provando ao vendedor que não tinha motivo pra descon-fiar do rapaz.

Seus empregados são todos conterrâneos, e ele quer con-tinuar assim. “Eu emprego como me empregaram um dia. Meu funcionário é um recruta. Eu trago ele pra São Paulo, dou moradia e em-prego certo, ele cresce e cor-re atrás da própria vida, que nem eu”. Ele acredita que é mais fácil trabalhar com con-terrâneos. “Ainda existe pre-conceito hoje. Meu RG vale aqui ou lá, não sei porque ser tratado de modo diferente”, comenta Choró.

Com uma história de sucesso, o cearense vive uma vida simples,

mesmo com todas as suas con-quistas. Mesmo com ensino fun-damental incompleto, ele tem 20 imóveis alugados e não pensa em fechar seu bar. Mas de onde vem o seu apelido? “Eu tinha o cabelo do Chitãozinho e Chororó. Me apeli-daram de Choró... e ficou!”.

José Gentil Parente, o Choró

Angelo Dias

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9empanzinado

Descubra um pouco mais sobre o prato Baião de DoisA mistura de ingredientes dá origem a um delicioso prato

Lis Assis

Rica em cores e sabores, a culinária nordestina, assim como toda a cultura do Brasil, carrega elementos estrangeiros, trazidos principalmente da África e Europa e adaptados pelos índios. Essa gostosa mistura de ingredientes deu origem a pratos que se tornaram tipicamente brasileiros, como o tradicional arroz com feijão.

Dessa combinação, surgiu também o Baião de Dois. Apreciado de ponta a ponta do país, o prato traz a efervescência do nordeste em seu nome, já que o baião é para ser dançado a dois com a alegria que é própria do povo brasileiro.

Em São Paulo, O Brasileirinho, restaurante do Mercado Municipal, une feijão de corda com arroz, car-ne seca, costelinha de porco, pernil e fatias de queijo coalho no Baião de Dois de seu cardápio. “O prato é o grande sucesso da casa e chega a ser pedido, aproximadamente, 20 vezes ao dia”, diz a ge-rente do restaurante Luiza da Silva.

O cozinhei-ro Marcelo Congas da Silva conta um

pouco sobre os ingredien-tes. “Primeiro se cozinha o arroz cru no feijão (pode ser feijão verde ou novo) com caldo cozido, depois coloca o tempero, que é: cebola, tomate, pimentão e cebolinha. Torresmo eu costumo colocar na par-te superior do prato, para dar uma incrementada”, diz o cozinheiro.

Em lugares do mun-do, existem pratos seme-lhantes ao Baião de dois. Como na República Domi-nicana. Aqui no Brasil é normal encontrar em vá-rias cidades a influencia

do prato que possui característi-cas do nordestina.

Restaurante O Brasileirinho serve o prato

O Baião de Dois

Lis A

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10 empanzinado

Comida baiana também dá água na boca dos paulistanosAcarajé é um dos pratos que não podem faltar em nenhum estabelecimento

Leandro Medeiros

A cada novo ano, os restau-rantes paulistanos ganham inú-meros clientes ao oferecer um cardápio rico e diversificado da comida baiana. Há pratos que são indispensáveis e não podem deixar de serem servidos, como o acarajé, a moqueca, baião de dois e o arrumadinho. Doces baianos também são sucesso de vendas em quermesses e festas típicas da cidade de São Paulo.

A Bahia é um lugar aonde se pode comer bem, lá é tradicional ter grandes banquetes em festas ou até nos velórios. Os baianos

também usam a comida como for-ma de oferenda para os Orixás, divindades da religião mais prati-cada do lugar, o Candomblé. Essa peculiar culinária não faz só su-cesso na Bahia, mas já se espalhou por outras cidades brasileiras, in-clusive por São Paulo.

Segundo o gerente do res-taurante Roda do Acarajé, Ricardo Gil, o principal prato que faz e que todos os clientes preferem é o aca-rajé, mas há outros que também são vendidos constantemente. “O acarajé é o carro chefe, todas as pessoas sempre procuram por ele,

porém temos outros pra-tos deliciosos que a gale-ra sempre pede como a moqueca, baião de dois, cuscuz, bobó de camarão e o arrumadinho”, conta.

Gil fala que a mo-queca e o arrumadinho são os mais caros, por-que usam mais ingre-dientes. “Na moqueca é usado dois quilos de peixe, alho, um quilo de tomates bem maduros, duas grandes rodelas de cebolas, um pimentão, um maço de coentro, banhado com azeite de

dendê e leite de coco. E no arru-madinho é usado bastante peda-ços de carne seca acebolada com feijão fradinho e farofa.”

A cozinheira e vendedora Clarice Bittencourt, comerciali-za doces da culinária baiana na capital de São Paulo há quinze anos, e conta que uma boa parte deles fazem grande sucesso entre os paulistanos. “Eu trabalho em quermesses e festas típicas nas paróquias de várias regiões, e os doces mais vendidos são a tapioca de brigadeiro, o quindim e a co-cada branca”, frisa.

O Acarajé, prato típico baiano

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Page 11: O Arretado

11conversando água

Na pele e na conversa somos iguaisAngelo Dias

Ao sentar numa mesa de bar e pedir um lanche conven-cional vi dois rapazes conver-sando ao meu lado. Como todo bom jornalista e curioso, apro-veitei minha solidão sem um li-vro ou um companheiro de pro-sa para tentar descobrir qual era o assunto que os dois falavam com tanto entusiasmo. Fiquei surpreso quando não entendi nenhuma palavra.

Os dois homens estavam gesticulando e conversando rá-pido, em uma língua que eu co-nhecia mas não entendia. Depois de alguns minutos, percebi que estavam falando em espanhol. No início achei curioso o fato de duas pessoas falando espanhol

nesse Brasil do português. Mas nada disso é estranho.

Se você perceber, nosso país é uma mistura louca de nações. E digo louca no sentido de desen-freada, sem controle, sem censo nem contagem. Temos bolivianos, japoneses, alemães, israelenses e coreanos. Temos um bairros de ita-lianos, como a Mooca, e de orien-tais, como a Liberdade.

Se o Brasil está tão diversifi-cado, imagine São Paulo. A maior cidade do país tem de todas as ra-ças, cores e origens. Além dos es-trangeiros, temos conterrâneos que vieram de outros lugares para morar aqui. É o caso de nordesti-nos, sulistas, entre outros. Qual o motivo de tanto preconceito contra

estas pessoas? O brasileiro tem que aprender que o seu país não é seu, mas de todos.

Neste mesmo bar encon-tro meu amigo, japonês. Peço ao garçom do ceará um copo de refrigerante. Os rapazes continuam sua conversa sem ligar para os passantes. Em um momento curioso, um grupo de jovens senta-se na mesa do lado e começam a conversar sem soltar uma palavra. Entre gestos e expressões faciais, um grupo de surdos começa a con-versar utilizando Libras – Lín-gua Brasileira de Sinais – e com ela, pedem comida, bebida e se comunicam normalmente.Na cidade da comunicação,

não devemos ter preconceitos. Se eu posso viver lá como qualquer cidadão, você não deve me julgar se sou negro, branco, índio ou estrangeiro. A vida é maior que isso, e as pessoas são mais que simples origens.

Queria eu que todos os bra-sileiros tivessem curiosidade de conversar em espanhol com os rapazes da mesa ao lado só pra conhece-los. Queria eu que todos quisessem aprender Libras. Mas o que eu queria mesmo é que cada um pudesse viver na sua, sem ter que aguentar preconceitos e jul-gamentos. Que todos nós possa-mos viver e nos comunicar com todos sem restrição.

Um bar, várias origens

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12 embromação

Figurinhas

Os Cabra machinhos

Binho, o fotógrafo

por Leandro Medeiros

eventoseste mês o centro de tradições nordestinas traz o melhor do sertanejo e forró para os admiradores. Veja

abaixo os eventos mais cotados para o fim do ano. Veja mais em www.ctn.org.br/agenda/.

Bred e Breno:10/12 as 23h

Tayrone Cigano 14/11 as 22h

Marcos Rogério 14/11 as 22h

Divulgação Divulgação Divulgação