o amor faz parte dos objetivos da sua empresa

6
O AMOR FAZ PARTE DOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA SUA EMPRESA? Eu tenho consciência que não sei tudo, mas a resposta a essa pergunta eu sei. Só eu não, eu e vocês todos sabemos na ponta da língua: NÃO! Nenhuma empresa tem este objetivo estratégico. Nem de curto prazo. Aliás, a pergunta será, certamente, motivo de chacota na grande maioria das empresas. Em resposta a ela, como tática para aumentar a produtividade, essa mesma maioria de empresas realiza, no seu setor de Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas, apenas treinamento para o seu pessoal adquirir habilidades que resultem em aumento de produtividade e, consequentemente, em lucro. E como a grande parte de seu pessoal não tem conhecimento do que seja desenvolvimento de pessoas aceita o que a empresa “gentilmente” está oferecendo (não há almoço de graça) achando que vai enriquecer seu currículo. E vai, não é? Só que tudo continua do mesmo jeito na empresa. Não haverá o salto de qualidade porque este só é dado quando são realizados programas sérios de Desenvolvimento de Pessoas. E só podemos considerar sérios os programas que contam com a inclusão dos dirigentes. Não será serio um programa no qual o dirigente diga: “Vocês vão fazendo aí depois me tragam o resultado”. Se um dirigente de uma dessas empresas for perguntado se quer participar, certamente responderá que “Amor” é programa de Igreja, e que “a empresa não está evoluída a tal ponto”. Outro dirigente, com visão ainda nebulosa acerca da ética na empresa, e que eu espero que não seja o seu chefe, dirá que “Amor” remete a sexo na mente de seu pessoal. Se ele tivesse dito isso para mim, eu responderia com assertividade que a maioria do seu pessoal sabe que amor quer dizer respeito, confiança, lealdade, tolerância, simpatia, humildade, paciência, solidariedade, atenção, alegria, cortesia, generosidade, companheirismo, flexibilidade, dar valor ao outro, ouvir o outro com atenção, não julgar o outro, agir com ética, entre outras virtudes congêneres. Mas, vamos acreditar no futuro. Que as empresas resolvam implantar o projeto “Amor”. Assim fazendo, vão elevar o potencial latente das pessoas que ali trabalham, intelectual e emocionalmente, resultando uma equipe eticamente preparada para os grandes desafios. É escusado dizer que a lucratividade vai ser elevada de uma forma absoluta, normalmente, mesmo não sendo uma meta. Será um resultado natural.

Upload: jose-affonso-fausto-barbosa

Post on 18-Jul-2015

36 views

Category:

Business


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: O Amor Faz Parte dos Objetivos da sua Empresa

O AMOR FAZ PARTE DOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA SUA EMPRESA?

Eu tenho consciência que não sei tudo, mas a resposta a essa pergunta eu sei. Só eu não, eu e

vocês todos sabemos na ponta da língua: NÃO!

Nenhuma empresa tem este objetivo estratégico. Nem de curto prazo. Aliás, a pergunta será,

certamente, motivo de chacota na grande maioria das empresas.

Em resposta a ela, como tática para aumentar a produtividade, essa mesma maioria de

empresas realiza, no seu setor de Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas, apenas

treinamento para o seu pessoal adquirir habilidades que resultem em aumento de

produtividade e, consequentemente, em lucro. E como a grande parte de seu pessoal não tem

conhecimento do que seja desenvolvimento de pessoas aceita o que a empresa “gentilmente”

está oferecendo (não há almoço de graça) achando que vai enriquecer seu currículo. E vai, não

é? Só que tudo continua do mesmo jeito na empresa. Não haverá o salto de qualidade porque

este só é dado quando são realizados programas sérios de Desenvolvimento de Pessoas. E só

podemos considerar sérios os programas que contam com a inclusão dos dirigentes. Não será

serio um programa no qual o dirigente diga: “Vocês vão fazendo aí depois me tragam o

resultado”.

Se um dirigente de uma dessas empresas for perguntado se quer participar, certamente

responderá que “Amor” é programa de Igreja, e que “a empresa não está evoluída a tal

ponto”.

Outro dirigente, com visão ainda nebulosa acerca da ética na empresa, e que eu espero que

não seja o seu chefe, dirá que “Amor” remete a sexo na mente de seu pessoal. Se ele tivesse

dito isso para mim, eu responderia com assertividade que a maioria do seu pessoal sabe que

amor quer dizer respeito, confiança, lealdade, tolerância, simpatia, humildade, paciência,

solidariedade, atenção, alegria, cortesia, generosidade, companheirismo, flexibilidade, dar

valor ao outro, ouvir o outro com atenção, não julgar o outro, agir com ética, entre outras

virtudes congêneres.

Mas, vamos acreditar no futuro. Que as empresas resolvam implantar o projeto “Amor”. Assim

fazendo, vão elevar o potencial latente das pessoas que ali trabalham, intelectual e

emocionalmente, resultando uma equipe eticamente preparada para os grandes desafios. É

escusado dizer que a lucratividade vai ser elevada de uma forma absoluta, normalmente,

mesmo não sendo uma meta. Será um resultado natural.

Page 2: O Amor Faz Parte dos Objetivos da sua Empresa

Ao aceitarem participar do programa “Amor”, já se sabe que estamos diante de dirigentes que

se transformaram, e, portanto, têm princípios, crenças e valores que privilegiam o ser humano

em sua empresa. Certamente terão colocado o Desenvolvimento de Pessoas como um

objetivo estratégico.

Certa vez, implantei o programa “Amor” em uma grande empresa (o programa foi chamado de

“Espiritualidade na Empresa”, com o mesmo conteúdo), que teve a participação do presidente

e de superintendentes. Os resultados são facilmente apreciáveis pela leitura das declarações

abaixo apresentadas:

FRANCISCA:

“Minha experiência foi enriquecedora – saí do automático no ambiente de trabalho. A gente

lida com seres humanos. Estou olhando mais a todos, estou captando melhor. Minha equipe

está dando mais retorno. Estou mais sensível às pessoas. Para mim foi muito importante e será

importante em minha atuação futura”.

ANA PAULA:

“Temos um Presidente iluminado. Ele é profundamente alinhado com os valores. Participar

deste programa foi um presente. Aqui é um oásis, a gente se estabiliza e se reenergiza, me dei

mais conta em ver que meus valores estão alinhados com os valores esperados. Estou em um

momento de crescimento. Neste momento podemos estar próximos uns dos outros. São

pequenas coisas com grandes prazeres. Foi superpositivo, acredito na espiritualidade. Ganhei

um presente por estar fazendo este programa”.

IVAN:

“Esse conteúdo traz reflexões: como estou? Como deveria estar? Cada um tem seus monstros

internos, tem suas coisas a resolver – minhas falhas começam a me cutucar e sem isso não há

transformação. Temos que repensar e cuidar no dia a dia. Eu levo muita coisa daqui (do

programa) para trabalhar intensamente no meu dia a dia”.

GLAUCIO:

“Como a autorreflexão é difícil! Para ser bastante sincero, estes momentos foram muito bons.

Serviram para burilar e ter mais confiança para também ser multiplicador. Representar o papel

que a gente tem na empresa e agora bem mais embasado, mais estruturado, para praticar os

Page 3: O Amor Faz Parte dos Objetivos da sua Empresa

exemplos. A gente tem que se lembrar disso tudo e praticar. Estou uma fazendo uma burilação

para aplicar”.

FLÁVIA:

“Sempre achei que não daria tempo para estar aqui. Vi que estar aqui foi bom e não fiquei

devendo nada. O bem que levei compensa tudo. Até quando entro na empresa estou mais

alegre, mais feliz, parece que estou chegando a casa. Está tudo dando certo agora. Dá tempo

para parar, para pensar e dá tempo para as coisas se encaixarem”.

MARTA:

Lado pessoal: fiz uma releitura da minha personalidade acho que sou muito intuitiva. Para o

mercado de trabalho eu mantive uma couraça de razão e agora eu reaprendo a ser intuitiva,

mas sou razão. Em relação ao trabalho pouco vai mudar, pois eu já faço tudo com muita

brincadeira, com muita alegria. Eu ganhei muito mais como pessoa, em casa, no trânsito. Estou

fazendo uma releitura geral.

MAURO:

“Para mim, este programa já devia ter começado há mais tempo, este tema foi surpresa; só o

fato de falar no tema espiritualidade. Passo mais de meia vida na empresa. Passei a enxergar

coisas que não enxergava. Passei a ter maior atenção com as pessoas, cuidado com as palavras

e com a interação com as pessoas”.

FERNANDO:

“O momento do início do programa já foi especial e se confirmou depois. Passei a me aceitar

melhor. A maneira que eu gosto – ouvir atentamente, se confirmou ser a melhor prática. Eu

me sentia diferente e aqui me sinto feliz em confirmar minha forma de agir e ter confiança de

continuar a agir como sou. Já estou com saudade de estar aqui neste programa, sentindo a

aproximação do seu término, vendo todos que estão aqui muito felizes”.

ERMÍNIO:

“Falar de intuição foi difícil. O tema principal só não se interessa quem não quer. Há muito

tempo, eu não me lembro de ter tido nada parecido. Temos que acertar muita coisa que eu

não revia, temos que rever com relação a ouvir, mudar as palavras. Muita coisa vai ficar na

cabeça. Fiquei sensibilizado com o assunto, comecei a usar mais a intuição e entendo porque a

uso. Fico feliz com a forma que está sendo feito”.

Page 4: O Amor Faz Parte dos Objetivos da sua Empresa

MARIA YOUNG:

“É muito importante ter a reflexão entre cada etapa e ir experimentando em cada pessoa.

Ouvir com amor eu tenho praticado. Falar com amor eu não sei fazer. Tenho que melhorar

muito. Tenho que usar melhor as palavras. Pretendo praticar, é necessário no trabalho e fora

do trabalho”.

ANA MARIA:

“Comecei a parar para pensar e refletir sobre nossas maneiras de agir. Como eu poderia fazer

diferente? Eu passei mais a ouvir as pessoas e deixar as outras pessoas proporem outras

formas e vi que muita coisa poderia ser feita de forma melhor. Eu pouco parava para ouvir as

pessoas”.

_

É de longa data a necessidade de enfatizar o Amor. Daí estar esta palavra inserida na mente

das pessoas através dos tempos.

Segundo Dorothy Marcic, em seu livro “Managing with the wisdom of Love”, Editora Jossey-

Bass, o conceito de Amor, na realidade, precede a Jesus e tem sido parte integrante de quase

todas as religiões, desde o judaísmo, o hinduísmo, o budismo e até o antigo zoroastrismo:

Judaísmo (14° século a.C) O que é detestável para você, não faça ao seu próximo; este é todo o Torah. Babylonian Talmud, Shabbat

Hinduísmo (Sânscrito Védico do 13° século a.C., Upanishads do 15° século a.C.) Não faça ao outro o que você não deseja que ele faça a você. O Mahabharata

Zoroastrismo (12° século a.C.) A natureza humana é boa somente quando não faz ao próximo o que não é bom para si mesmo. Dadistan-e-Dinik

Budismo (6° século a.C.) Não impute dor ao próximo nas formas que você mesmo se acharia atingido por ela. Udanavarga

Yainismo (6° século a.C.) Na felicidade e no sofrimento, na alegria e na dor, veja todas as criaturas como se você tivesse vendo a você mesmo. Yoga-Sastra

Page 5: O Amor Faz Parte dos Objetivos da sua Empresa

Confucionismo (6° século a.C.) Não faça aos outros aquilo que você não quer que façam a você mesmo. Confúcio, Os Analetos,

Cristianismo (1° século da Era Cristã) E o que quereis que vos façam a vós os homens, isso mesmo fazei vós a eles. Lucas

Islamismo (7° século da Era Cristã) Nenhum de vocês detém o conhecimento até que desejem para o próximo aquilo que desejam para vocês mesmos. O Suna

Sikismo (15° século da Era Cristã) Não levante rancor ao próximo porque, em cada coração, reside Deus. Sri Guru Granth Sahib

José Affonso

Page 6: O Amor Faz Parte dos Objetivos da sua Empresa

Confucionismo (6° século a.C.) Não faça aos outros aquilo que você não quer que façam a você mesmo. Confúcio, Os Analetos,

Cristianismo (1° século da Era Cristã) E o que quereis que vos façam a vós os homens, isso mesmo fazei vós a eles. Lucas

Islamismo (7° século da Era Cristã) Nenhum de vocês detém o conhecimento até que desejem para o próximo aquilo que desejam para vocês mesmos. O Suna

Sikismo (15° século da Era Cristã) Não levante rancor ao próximo porque, em cada coração, reside Deus. Sri Guru Granth Sahib

José Affonso