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Boletim informativo da Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial - ABAPI Ano 2 - Número 7- Novembro/Dezembro de 2010 O AGENTE Encontro em Angra amplia a troca de idéias e soluções e ainda... A cobertura completa do Encontro com palestras, homangem e os eventos sociais Páginas 4 a 12 A cada Encontro promovido pela ABAPI, surgem novas idéias e opiniões necessárias ao aprimoramento do trabalho dos Agentes. No evento realizado em Angra dos Reis não foi diferente. Esta edição traz alguns dos pensamentos e análises dos participantes. Para o Dr. Jorge Carvalho, uma das principais preocupações dos Agentes hoje é a Ação Civil Pública contra o INPI. Ele argumenta, entre outras considerações, que o conhecimento é o bem maior da humanidade e que profissionais, administradores ou auto- ridades despreparadas não podem a- tuar em favor do que quer que seja, sem o risco evidente de causar pre- juízos e danos à sociedade. “Pipo- queiro faz pipoca, palhaço faz palha- çada e Propriedade Industrial não é milho ou piada.. ou é?” sentencia o Dr. Jorge. Para ele, a ABAPI é o refúgio, o porto seguro, o elo mais forte desta classe profissional. “O API e todos os profissionais que atuam em PI, através dos Encontros promovidos pela Asso- ciação têm a oportunidade de trocar idéias, obter e transmitir conheci- mentos, discutir e avaliar fatos de in- teresse coletivo e principalmente, mos- trar a força que temos e o quanto po- demos alcançar”, declara o Dr. Jorge. (continua na página 3). Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, se mostrou um lugar perfeito para o encontro da Associação. Feliz Natal e um próspero Ano Novo!

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Page 1: O AGENTEAno 2 - Número 7- Novembro/Dezembro de 2010 › publicacoes › oagente7.pdfBoletim informativo da Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial - ABAPI O

Boletim informativo da Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial - ABAPI

Ano 2 - Número 7- Novembro/Dezembro de 2010

O AGENTEEncontro em Angra ampliaa troca de idéias e soluções

e ainda...

A coberturacompleta doEncontro com

palestras,homangem e oseventos sociais

Páginas 4 a 12

A cada Encontro promovido pelaABAPI, surgem novas idéias e opiniõesnecessárias ao aprimoramento dotrabalho dos Agentes. No eventorealizado em Angra dos Reis não foidiferente. Esta edição traz alguns dospensamentos e análises dosparticipantes.

Para o Dr. Jorge Carvalho, uma dasprincipais preocupações dos Agenteshoje é a Ação Civil Pública contra oINPI. Ele argumenta, entre outrasconsiderações, que o conhecimento éo bem maior da humanidade e queprofissionais, administradores ou auto-ridades despreparadas não podem a-tuar em favor do que quer que seja,sem o risco evidente de causar pre-

juízos e danos à sociedade. “Pipo-queiro faz pipoca, palhaço faz palha-çada e Propriedade Industrial não émilho ou piada.. ou é?” sentencia o Dr.Jorge.

Para ele, a ABAPI é o refúgio, oporto seguro, o elo mais forte destaclasse profissional. “O API e todos osprofissionais que atuam em PI, atravésdos Encontros promovidos pela Asso-ciação têm a oportunidade de trocaridéias, obter e transmitir conheci-mentos, discutir e avaliar fatos de in-teresse coletivo e principalmente, mos-trar a força que temos e o quanto po-demos alcançar”, declara o Dr. Jorge.

(continua na página 3).

Angra dos Reis, no Rio de Janeiro,se mostrou um lugar perfeito para oencontro da Associação.

Feliz Natal e um próspero Ano Novo!

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2 Edição 7 - Novembro/Dezembro de 2010

ABAPIO AGENTE

Palavra do Presidente

ABAPI comemora um de seusmais eficazes encontros

Vivemos em Angra um dos maiscompletos Encontros da ABAPI. Poruma conjunção de fatores que nos pro-porcionaram momentos de entrosa-mento, seja pelo interesse dos temaslevados a conhecimento dos partici-pantes, seja pela alegria e emoção quenos envolveram em diferentes situa-ções.

Neste ano, além dos temas esco-lhidos para fortalecer a atividade dosAgentes, era preciso informar a todossobre a Ação Civil Pública movidacontra o INPI, o que foi feito de formacompleta pelo Dr. Gabriel Leonardos,com uma abordagem didática, apre-sentando desde os motivos anterioresa este momento atual, a situação do a-

tual processo e principalmente aposição adotada pela ABAPI em de-fesa da profissão de Agente, bemcomo as medidas e instrumentos queestamos adotando. Desta forma, assimcomo nas demais palestras, o Encontroteve um conteúdo bastante objetivo.

Dentro deste principio o Dr. LuizFernando e o Dr. Luiz Henrique doAmaral abordaram com muita pro-priedade o tema Metodologias de Co-brança, analisando as formas atuais decobrança e os novos mecanismos quepodem ser adotados pelos Agentes pa-ra minimizar custos e melhorar seus re-sultados. O Dr. Leonardo Barém Leitenos brindou com uma excelente e em-polgante palestra, tratando do Rela-

cionamento entre Empresas e Agentese a Fidelização de clientes. Certamenteresultado de sua expertise de anos deatividade profissional junto a grandesescritórios corporativos e pelo contatodireto com empresas, trazendo umavisão interessante sobre as diversasformas de relacionamento profissionale, principalmente, como poderiam osAgentes angariar e fidelizar suaclientela.

Acredito que de fato este é nossoobjetivo quando realizamos um eventodeste porte, ou seja, fortalecer nossosassociados em todos os sentidos. Alémdo conteúdo, as iniciativas de con-graçamento com o campeonato de vô-lei une ainda mais Agentes e seus fa-miliares, promove uma descontraçãoagradável entre todos, valorizando ain-da mais nosso convívio, o que se re-petiu nos jantares e na empolganteapresentação da banda convidada quea meu ver terá presença obrigatória em2011. E se existe um ponto alto quenão pode ser deixado em segundo pla-no, este foi a homenagem prestada àDra. Lilian de Mello Silveira, pelaABAPI, ASPI e por seus familiares.Um justo reconhecimento por toda asua caminhada profissional em prol doAgente e um momento inesquecívelpara todos que ali estiveram.

O Encontro de Profissionais daABAPI é um evento destinado a con-gregar e aproximar os Agentes e seusfamiliares, mesclando momentos dedescontração, como as atividades des-portivas e de aprendizado acadêmico.Além disso, tem-se plantado, desde oinício, a idéia de sempre render-se jus-tas homenagens a pessoas que tenhamcontribuído para o crescimento e esta-belecimento da profissão. Temos acerteza de que a contribuição e partici-pação dos associados é importante erelevante para que o Encontro continueatendendo esses objetivos.

Dr. Fabiano de Bem da Rocha

“Acredito que de fato este é o nossoobjetivo quando realizamos um eventodeste porte, ou seja, fortalecer nossos

associados em todos os sentidos.”

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Edição 7 - Novembro/Dezembro de 2010 3

ABAPI O AGENTE

Encontro

Encontro em Angra ampliatroca de idéias e soluções

Ele entende que devem ser rea-lizados Encontros com mais fre-qüência, além dos anuais, e sempre quepossível levar os responsáveis e compoder de decisão sobre os temas,como por exemplo os Magistrados,

nas mãos das empresas e do poderpúblico, uma vez que é preciso quesejam feitos mais investimentos emPesquisa e Desenvolvimento para queo País seja também um gerador deinovações e consequentemente de pa-tentes. De acordo com o Dr. OrlandoSouza, é necessário também criardentro do cenário nacional, uma culturade proteção à propriedade intelectual.Outro ponto fundamental, além demostrar as vantagens da proteção demarcas e patentes, é ter um INPI cadavez mais eficiente, segundo ele, umavez que a demora na tramitação nãoatende mais às necessidades do País.

para que possam externar seu pen-samento e ouvirem as razões dosintegrantes da ABAPI.

O Dr. Paulo Figueiredo, por suavez, acredita que um dos maiores de-safios em Propriedade Industrial está

“...é preciso que sejam feitos maisinvestimentos em Pesquisa e

Desenvolvimento para que o País sejatambém um gerador de inovações e

consequentemente de patentes.”

Dr. Paulo Figueiredo

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4 Edição 7 - Novembro/Dezembro de 2010

ABAPIO AGENTE

Além destas questões, a existência dosEncontros da ABAPI é decisiva paraa discussão de todos estes assuntos epara a atualização constante dosAgentes.

Pensar em ter um INPI funcionandode um modo cada vez melhor é tam-bém o pensamento do Dr. MarcosGuerra, para quem a minimização dosprazos para análise de pedidos demarcas e, principalmente, de patentesé uma prioridade. Ele lembra ainda quea ABAPI deve continuar a agir de mo-do intenso contra as empresas queenviam cobranças indevidas. “Essesmaus profissionais trazem descréditojunto aos clientes em geral, precisamosdenunciar esta ação constantemente”,enfatiza. Para ele, os Encontros daABAPI estimulam a boa concorrênciaentre os Agentes, possibilitando aindaque os anseios de todos sejam de-batidos e levados adiante por parte daAssociação.

Em sua avaliação, a Dra. Elisa San-tucci comenta que um dos principaisdesafios da atualidade é conscientizara população de que é possível con-ciliar as políticas públicas de incentivogeral à inovação e concessão depatentes com as da área de saúde queincentivam a produção dos medica-mentos genéricos. “Somos da opiniãode que se trata de políticas comple-mentares e não contrárias ou anta-gônicas, como alguns imaginam”, es-clarece.

Ela comenta, também, que osEncontros anuais têm muitos objetivos.Além de proporcionar momentos deconfraternização ajudam a manter osAgentes a par do que está ocorrendocom a classe profissional.

“O nosso dia-a-dia é tão corridoque muitas vezes nos atemos somenteàs necessidades dos clientes e esque-cemos das nossas. Estarmos atua-lizados sobre os problemas da cate-goria é fundamental para que nossosmovimentos em prol de nossa atividadeganhem força. Além disso, a soluçãoencontrada por um colega para re-solver um problema administrativo deseu escritório pode ser também a solu-ção para os demais. Vale a pena esta apar das novidades!” comemora.

Galeria de imagens do encontro

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Edição 7 - Novembro/Dezembro de 2010 5

ABAPI O AGENTE

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6 Edição 7 - Novembro/Dezembro de 2010

ABAPIO AGENTE

Homenagem

Com atuação marcante em diversasentidades ligadas ao Direito e, espe-cialmente, à Propriedade Intelectual eIndustrial, a Dra. Lilian de Melo Silveirafoi a homenageada do XXVIIIEncontro Nacional ABAPI. Este foi,sem dúvida, um dos momentos maismarcantes do evento, pela emoção detodos e dela própria, ao obter maiseste reconhecimento de seus colegas,tanto da ABAPI como da ASPI, alémde seus familiares presentes.

“Considero importante esta home-nagem que, no entanto, estendoexpressamente aos meus companhei-ros da gestão 1996/97 e 1998/99, quecom um forte espírito de equipe e uniãoprepararam a Associação para os de-safios do século XXI”, afirmou a Dra.Lilian.

Ela recebeu também uma placa da

Emoção na homenagem àDra. Lilian de Melo Silveira

São Francisco, sendo pós graduadaem Direito de Autor, Direito Civil eDireito do Trabalho pela mesmainstituição, onde também foi profes-sora. Foi, ainda, professora convidadapela FAU/USP e FAU/Mackenzie,para a cadeira de Legislação Profis-sional no curso de Arquitetura.

Além de administrar escritóriopróprio, é fundadora do Instituto Inte-ramericano de Direito de Autor, inte-grante da Federação Interamericana deAdvogados e de Associações comoAASP, IBPI, ABPI, AIPPI, ASPI,ABMCJ, IIDA e IABA, ocupandocargos eletivos e cuidando de publi-cações. Participou dos SemináriosNacionais da Propriedade Intelectual,organizados pela ABPI, desde 1982até 2009, muitas vezes como modera-dora, palestrante ou debatedora.

ASPI, assinada pela Presidente, Dra.Ivana Có Crivelli. A entidade destacoua sua atuação como jurista de renome,sua carreira pautada pela cordialidade,pela ética e espírito associativo, recor-dando que a Dra. Lilian contribuiu econtribui de modo inestimável para odesenvolvimento dos Direitos Inte-lectuais e de Propriedade Industrial.

Atuação e dinamismo

A Dra. Lilian de Melo Silveirapossui longa lista de serviços prestadostanto à ABAPI quando a outrasentidades na área da propriedadeintelectual. Foi Presidente da ABAPInas gestões de 1996/1997 e 1998/1999. É advogada formada pelaUniversidade de São Paulo, a conhe-cida Faculdade de Direito do Largo

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Edição 7 - Novembro/Dezembro de 2010 7

ABAPI O AGENTE

Palestras

No breve ciclo de palestras doEncontro da ABAPI, outro tema atuale de sentido prático foi o de “Meto-dologias de Cobrança: formas eficazesde otimizar resultados”, trazido peloDr. Luis Fernando Matos Junior e quecontou com a presença do presidenteda ABPI, Dr. Luiz Henrique Oliveirado Amaral e do presidente da ABAPI,Dr. Fabiano de Bem da Rocha naqualidade de moderador.

Ao abrir seu pronunciamento, o DrLuis Fernando fez uma exposiçãosobre o baixo rendimento da atividade,tanto para Advogados quanto paraAgentes, provocado por uma série defatores. Dentre eles, destacou a aci-rrada concorrência, em decorrência daqual as tarefas administrativas junto aoINPI tornaram-se serviços de baixovalor agregado. A valorização da moe-da brasileira, que gerou uma acentuadaperda cambial, é outro fator preo-cupante, uma vez que o mercado re-siste a um aumento de honorários,previamente fixados na moeda norte-americana, para a prestação de servi-ços a empresas estrangeiras.

Lembrou, ainda, que são atribuídasaos Agente de PI responsabilidades

Remuneração dos serviçosdos Agentes de PI

processuais por longo período. Nocaso das marcas, isso exige um acom-panhamento por um período nunca in-ferior a 30 meses e, em patentes, esteprazo é ainda superior. Os períodosvão de quatro a seis anos, boa partedevido à lentidão nos exames por partedo INPI. Outra característica atual domercado é que os clientes passaram aexigir estruturas físicas suntuosas nosescritórios, sem a contrapartida emtermos de remuneração.

“Como em qualquer setor, tem-seainda que contar com mão de obracada vez mais qualificada e, com oaumento da internacionalização dosserviços, são necessários profissionaisbilíngües, habituados com outrasculturas - consequentemente, maiscaros”. Ressaltou ainda que também épreciso contar com assistentesadministrativos - “paralegais”- cadavez mais eficientes, executando tarefasque antes eram feitas por advogados.Da mesma forma, há também umaresistência para pagamento porremuneração fixa, preferindo-se aopção por pagar honorários por tarefa.Para ele, uma das necessidades dos

escritórios é tentar garantir o paga-mento misto de tarefa e homem/horaou simplesmente por homem/hora.

Quanto aos métodos de cobrança,explicou que, com a estabilização damoeda brasileira e sua constantevalorização, os mecanismos decobrança de prestação de serviçoprecisam ser ágeis - , caso contrário,corre-se o risco de ter uma perdaconsiderável no reembolso das taxasantecipadas para o cliente, convertidasem dólar por ocasião do faturamento.

As questões de remuneração levamainda a eventuais perdas de clientes emfunção do tratamento dado ao assunto,nem sempre com a devida flexibilidadepor parte do cliente diante de pro-blemas financeiros. “Esta diminuição daremuneração para os serviços tradi-cionais de propriedade industrial nãoé uma particularidade do Brasil. É umamudança que acontece em todo omundo. Por outro lado noto que muitasnovas atividades surgiram na prestaçãodos serviços, que está cada vez maissofisticado. Cabe a nós acompanharesta evolução e modificar nossas açõeso quanto possível”, finalizou o Dr. LuisFernando.

“... as tarefasadministrativasjunto ao INPItornaram-se

serviços de baixovalor agregado.”

“Esta diminuição daremuneração para

os serviçostradicionais dePropriedade

Industrial não éparticularidade do

Brasil.”

“... os clientespassaram a exigir

estruturas suntuosasnos escritórios, sema contrapartida em

termos deremuneração.”

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ABAPIO AGENTE

Palestras

A sequência de apresentações paraos integrantes do XXVIII Encontro daABAPI foi encerrada com a exposiçãodo Dr. Leonardo Barém Leite,advogado e executivo jurídico,especializado em direito empresarial,societário, mercado de capitais, fusõese aquisições e governança corporativa,com passagem por escritórios derenome internacional no Brasil e noexterior. Leonardo é estudioso dagestão jurídica estratégica, sendo pro-fessor e coordenador de cursos deespecialização na área.

Pautado em sua experiênciaprofissional no campo empresarial, oDr. Leonardo abordou o tema: “Orelacionamento entre empresas eAgentes: como fidelizar a clientela”,destacando a postura moderna eempresarial que o Advogado e/ouAgente deve procurar ter na sua

Uma postura capaz defidelizar o cliente

relação de prestador de serviços.O ponto central para a fidelização

reside na excelência da prestação doserviço, de forma global e completa,além de ser ético, ter qualidade ecompetência, boa comunicação efacilidade de relacionamento. Tambémsão imperativos o conhecimentoespecífico do negócio do cliente,mentalidade e postura empresarial,acessibilidade.

“Atualmente os relacionamentosentre contratante e contratado sãocurtos e frágeis. Para muitos, todos osfornecedores são iguais; querem tersempre rapidez e baixo custo em tudo”,comenta o Dr. Leonardo. Para não ser“mais um” no mercado, é preciso iralém dos assuntos jurídicos e tornar-se parte do “time do cliente”. Nãobasta pensar em dar segurança jurídicaem termos de contratos ou de marcas

e patentes; cabe também assumir opapel de apoiador, conhecendo asestratégias comerciais do cliente e omercado no qual atua. O caminho éconhecer profundamente o cliente,pensar e agir como ele e atuar de formaestratégica, sabendo o que ele quer,proporcionando resultados positivos.

Para o Dr. Leonardo Leite, certosconceitos precisam ser vistos à luz donegócio do cliente. “Uma empresa po-de, por exemplo, preferir perder ou de-sistir de certas questões e buscar cami-nhos mais eficazes, e o Advogado ouo API precisa estar à frente desta deci-são”. Da mesma forma, este profissio-nal não pode se mostrar como alguém“diferente” do empresário e de seusauxiliares, precisa ser um “igual” inte-grado ao dia a dia da empresa - atémesmo na maneira de escrever, vestir-se e falar.

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Edição 7 - Novembro/Dezembro de 2010 9

ABAPI O AGENTE

Além das palestras de conteúdoprático apresentadas durante oEncontro da ABAPI, uma em especialtratou de um tema do maior interessede todos os Associados: a Ação CivilPública do Ministério Público Federalcontra o INPI, analisada em detalhespelo Dr. Gabriel Leonardos.

Em seu pronunciamento, fez umresumo dos procedimentos legaisregulamentando o trabalho dos APIjunto ao INPI, indicou como está oandamento do processo e o como aABAPI pretende atuar neste momento.Para esta edição especial do boletimO Agente, o Dr. Gabriel enviou o textoa seguir, que esclarece compropriedade a situação.

“A investida contra os APIs doMinistério Público Federal em SãoPaulo, contraria o entendimento domesmo órgão, no Rio de Janeiro.Precisamos recordar que, em 08 desetembro de 2009, o Procurador Re-gional dos Direitos do Cidadão em SãoPaulo, Dr. Jefferson Aparecido Dias,integrante do Ministério Público Fede-ral, no Estado de São Paulo (MPF/SP), ingressou com uma Ação CivilPública perante a Justiça Federalpaulista, a fim de que seja asseguradoa qualquer pessoa física ou jurídica,independentemente de habilitação ouqualificação profissional, a pos-sibilidade de atuar como procurado-res de terceiros perante o InstitutoNacional da Propriedade Industrial(INPI).

A regulamentação legal ainda hojeem vigor, no que diz respeito aoexercício do procuratório perante oINPI está praticamente inalteradadesde 1933, quando foi editado oDecreto (na época, com força de lei)nº 22,989, de 26.07.1933, poste-riormente substituído pelo Decreto-Lei(este ainda hoje em vigor) nº 8.933,

Ação contra o INPI: temaprioritário para os Agentes

de 26.01.1946.A partir de uma decisão de força

da ditadura militar, que governava oBrasil, em 1973, e até 1998, o INPIdeixou de aplicar a legislação queregulamenta o exercício doprocuratório perante aquela autarquiafederal. Após mais de quatro anos deandamento do Processo Admi-nistrativo INPI/PR/nº 00621,instaurado em 17 de novembro de1993, por iniciativa da ABAPI, o qualfoi instruído com diversos pareceresdos mais variados órgãosgovernamentais e por brilhantesjuristas, o então Ministro da Indústriae Comércio, Dr. Francisco Dornelles(atual Senador pelo Estado do Rio deJaneiro) editou a Portaria nº 32, de19.03.1998, ainda hoje em vigor, pormeio da qual foi reconhecida a plenavigência das normas do Decreto-Lei8.933/45.

O processo

A partir de 1998, portanto, o INPI

voltou a realizar os concursos dehabilitação dos Agentes dePropriedade Industrial. Tais concursosnão possuem número de vagaslimitado. Todos os aprovados sãoautomaticamente habilitados aoexercício da profissão de Agente daPropriedade Industrial - API.

A primeira tentativa de impugnaçãoà regulamentação da profissão de APIocorreu em 1999, quando o entãoDeputado Milton Temer fez umarepresentação ao Ministério PúblicoFederal do Rio de Janeiro (MPF/RJ),com argumentos semelhantes aos queestão sendo utilizados na Ação CivilPública agora proposta. Naquelaocasião, a ABAPI apresentou suasrazões ao Ministério Público Federal,as quais foram acatadas no brilhanteparecer da lavra do então ProcuradorRegional dos Direitos do Cidadão noRio de Janeiro, Dr. Daniel Sarmento,de 4 de maio de 1999, que arquivouaquela representação.

Quanto a esta nova Ação CivilPública, a Juíza Federal, Dra. LeilaPaiva Morrison, da 10ª Vara Federalde São Paulo, concedeu, em 7 de maiode 2010, a liminar solicitada pelo MPF/SP. Contra esta decisão, foraminterpostos agravos de instrumentospela União Federal, pelo INPI, e pelaABAPI. Ao decidir monocra-ticamente, em 10 de agosto de 2010,a respeito do pedido feito pela ABAPIde efeito suspensivo da liminar, feito emsede de agravo de instrumento, oilustre Juiz Federal Convocado, Dr.Miguel di Pierro, do Tribunal RegionalFederal da 3ª Região (em São Paulo),reformou parcialmente a liminarconcedida em primeira instância.

Esta última decisão – que está emvigor na data de fechamento destaedição do boletim ”O Agente” –determinou que a profissão do Agente

Palestras

“A regulamentaçãolegal hoje ainda em

vigor, no que dizrespeito aoexercício doprocuratório

perante o INPI estápraticamente

inalterada desde1933...”

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10 Edição 7 - Novembro/Dezembro de 2010

ABAPIO AGENTE

de Propriedade Industrial (API) estáem vigor, conforme regulamentadapelo Decreto-Lei nº 8.933/46, apenascom uma pequena modificação, qualseja: o procuratório perante o INPI,antes privativo de advogados e APIs,provisoriamente passou a poder serexercido por qualquer pessoa.

Esta última decisão judicial,poderíamos dizer, foi “salomônica”,pois, ao mesmo tempo em quedeterminou que qualquer pessoa podeatuar como procurador perante oINPI, independentemente dequalificação profissional oudemonstração de conhecimentosespecíficos, também reconhece avalidade de toda a normatização doINPI com relação à fiscalização dequem atua como procurador peranteaquela autarquia.

Veja-se, a seguir, trechos damencionada decisão do TRF-3:

“Desse modo, qualquer pessoapode, em seu nome ou através de umprocurador legalmente constituído,pleitear o registro junto ao INPI. Isso

não afasta, contudo, numa análise inicialque se faz da questão jurídicacontrovertida, o regular exercício daatividade de Agente de PropriedadeIndustrial. O que me parece não existiré a exclusividade, ou seja, que o registrosomente pode ser requerido poragente devidamente registrado oucadastrado pelo INPI, o que afasta,no momento, a relevância da questãoatinente às condições previstas para oexercício dessa atividade, nos termosdo inciso XIII do artigo 5º daConstituição, que não é objeto dademanda.

(...)Assim, nada impede que o INPI

tenha seus cadastrados, e a elesimponha regulamentação tal qualocorre com os músicos ou com osjornalistas. O que não se pode, porém,é exigir exclusividade, condicionandoo registro à atuação desse profissionalporque assim não diz a lei, nem assimse compatibiliza com a Constituição daRepública.

(...)Ressalte-se, a fiscalização e a

disciplina a respeito do registro ficaa cargo do INPI, independentementede quem for realizar ou buscar oregistro.”

Em que pese o respeito devido aoPoder Judiciário, bem como ao doutoprolator desta decisão, a ABAPIentende que a solução correta para estademanda consistirá na manutençãoplena da vigência da regra de que oprocuratório perante o INPI somentepode ser exercido por advogados eAPIs.

A questão ainda será objeto dedecisão de mérito neste processo ju-dicial. A ABAPI contratou advogadosde renome para a defesa dos interessesda nossa Associação os quais, aliás,são os interesses de toda a naçãobrasileira, na medida em que o pleitodos APIs é fundamentado na aspiraçãode desenvolvimento econômico, sociale tecnológico de nosso País.”

“... o pleito dos APIs é fundamentado naespiração de desenvolvimento econômico,

social e tecnológico de nosso País.”

Na edição de JaneiroNão perca a cobertura completa

Inauguração do novo auditório da AssociaçãoJantar de confraternização ABAPI e ABPI

As perspectivas para o ano de 2011e muitos outros assuntos de interesse do API.

E ainda...

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Edição 7 - Novembro/Dezembro de 2010 11

ABAPI O AGENTE

O Torneio de Vôlei “Lilian de MeloSilveira” foi um dos mais concorridose emocionantes dos últimos 10 anos.As cinco equipes disputaram cadaponto até o final, com o apoio de ani-mada e barulhenta “torcida”. Esta nãosomente incentivava as equipes como,também, exercia grande “pressão” so-bre os juízes da disputa - membros daequipe de recreação do Hotel.

O inicio de forte chuva no começoda tarde não permitiu a realização dosjogos finais. Um empate de pontos ede número de vitórias entre as equipesAbapisul e Dannemann, fez com que adecisão fosse tomada no “tapetão” peloComitê Técnico (Juízes do Hotel) e

Chuva leva Torneio de Vôleipara decisão inédita

Eventos sociais

pela Comissão formada pelo Pre-sidente e pelos Vice-Presidentes daABAPI.

Por decisão unânime das duasComissões, anunciada apenas nomomento da entrega dos troféus emedalhas, o time da Abapisul foi ocampão pelo critério de confrontodireto entre as duas equipes.

Da quadra para a pista

O Encontro da ABAPI, em Angrados Reis, teve uma atração inédita: aapresentação da banda ParaJazz, logoapós o jantar. Novidade mais do queaprovada, com os associados e

familiares se divertindo e dançandomuito até 4h da manhã.

Vale destacar a atuação do Dr.Paulo Figueiredo, líder da Banda eConselheiro da ABAPI. “Se a distintaplatéia presente gostou do que ouviu ese divertiu, garanto a todos que nós,integrantes do trio, também apro-veitamos esse momento especial. Atroca de energias em clima tão des-contraído parece ter sido do agradogeral”, lembra do Dr. Paulo. Ele narraainda que “a emoção já corria solta porforça da homenagem à Dra. Lilian eque o repertório da banda, recheadode boas canções, veio emoldurar agrande noite”.

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12 Edição 7 - Novembro/Dezembro de 2010

ABAPIO AGENTE

O Agente – Ano 2 – Nº 7

Boletim informativo eletrônico dirigido aosassociados da ABAPI. Distribuição gratuita.

© 2009 ABAPI - Todos os direitos reservados.

ABAPI - Associação Brasileira dos Agentes da PropriedadeIndustrial – Av. Rio Branco, 100 – 7º andar – Centro – Rio deJaneiro – RJ – Brasil – Cep: 20040-007 - Telefone: (21) 2224-5378 - Fax: (21) 2224-5942 - www.abapi.org.br - E-mail:[email protected]

Diretoria: Presidente: Fabiano de Bem da Rocha; 1º Vice-Pre-sidente: Gabriel Francisco Leonardos; 2º Vice-Presidente: Antonio

Ferro Ricci; 3º Vice-Presidente: Hélio Fabbri Junior; 4º Vice-Presidente: Eduardo Conrado Silveira; 1º Diretora-Secretária: DianaMarques Vieira de Mello; 2º Secretária: Maria Elisa SantucciBreves; Tesoureiro: Andréa Gama Possinhas; Diretor de Estudos:Daniel Adensohn de Souza; Diretora de Comunicação: ElisabethSiemsen do Amaral; Diretor de Relações Institucionais: AlvaroLoureiro Oliveira; Procurador: Marcelo Martins de AndradeGoyanes; Procurador Adjunto: Ricardo Fonseca de Pinho;Procurador Adjunto: André Zonaro Giacchetta; ProcuradoraAdjunta: Carla Tiedemann da Cunha; Procurador Adjunto: MiltonLucídio Leão Barcellos.

Boletim O Agente: Editora – Elisabeth Siemsen do Amaral;Jornalista Responsável – Emílio Ipaves Cruz (MTB - 15.890);Produção – Writers Editora e Comunicação Ltda. Revisãotécnica: Alvaro Loureiro Oliveira.

O presidente da ABPI, LuizHenrique Oliveira do Amaral,participou ativamente do Encontro daABAPI e destacou que, para ele epara a entidade que preside, foi umahonra integrar este momento tãovalioso de união entre as duasassociações. “Pude compor a mesarelativa a Metodologias de Cobrança,apresentada pelo Dr. Luis FernandoMatos Junior e gostei muito da

ABPI e ABAPI unidas pelavalorização do trabalho do API

atualidade do tema para Advogados eAgentes. O evento como um todosempre trás importantes benefícios epara mim o fato mais importante ésolidificar a harmonia e parceriaexistentes entre ABAPI e ABPI”,argumentou.

Para ele, um dos pontos maissensíveis tratados neste XXVIIIEncontro foi a Ação Civil Públicamovida contra o INPI. O Dr. Luiz

Henrique entende que não existe aeventual “reserva de mercado”questionada por alguns, quanto ao fatode somente APIs atuarem junto aoINPI. “O trabalho dos APIs exigeespecialização. Você não pode permitirque alguém entre num hospital e façauma cirurgia sem ser qualificado.Existem conhecimentos essenciais queo Agente possui e que não podem serdeixados de lado e dentro desteprincípio acompanhamos um padrãointernacional”, afirmou.

O Presidente da ABPI avalia que ainsistência em um debate que não existemais em outros países e a eventualperda da exclusividade para atuaçãodos Agentes terá sérias consequênciaspara o Brasil, com a queda naqualidade na proteção de marcas epatentes, enfraquecendo o inventorbrasileiro aqui e no exterior. “Processosmal executados serão questionados emoutros países. Isso equivale a dizer queo acervo de registro de PropriedadeIntelectual e Industrial terá baixíssimaqualidade e não se dará o suportenecessário aos investimentos empesquisa e desenvolvimento e tambémao nosso capital intelectual. Acholamentável existir uma discussão sobreesta prerrogativa, que nos faz imaginarque estamos debatendo um tema ligadoà década de 30”, sublinhou.

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