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O AÇUDE DE BODOCONGÓ E O SEU POTENCIAL PARA TURISMO NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB Simone Tavares da Silva 1 ; Lívia de Almeida Rocha 1 ; Everton John Camelo Alves 1 ; Rosires Catão Curi 2 1) Mestrando em Eng. Civil e Ambiental pelo PPGECA da UFCG, Av. Aprígio Veloso, 882 - Bloco CM - 1° Andar - CEP 58429-900 - Campina Grande - PB Fone: (83) 2101- 1050. 2 ) Docente da Unidade Acadêmica de Eng. Civil da UFCG. Av. Aprígio Veloso, 882 - CEP 58429-900 - Campina Grande - PB Fone: (83) 2101-1050, [email protected]. O Açude de Bodocongó, localizado na cidade de Campina Grande/PB, no bairro que leva o mesmo nome da bacia, vem sendo degradado ao longo dos anos, provocado por fontes difusas de poluição, tanto a poluição industrial, quanto a poluição resultante do lançamento de esgotos domésticos in natura em suas águas, bem como o assoreamento decorrente do escoamento superficial do solo desnudo de vegetação no seu entorno. Somado a isso tudo o crescimento da construção de residenciais em seu entorno inflige diretamente o Novo Código Florestal, lei número 12.727/2012 que prever uma margem de no mínimo trinta (30) metros destinados a APP (Área de Preservação Permanente) . Diante desta problemática, aliado a falta de práticas recreativas voltadas ao esporte aquático na cidade de Campina Grande, o presente trabalho vem propor que se busque identificar as possíveis soluções da problemática ambiental na bacia de Bodocongó, bem como sugerir ações que visem recuperar a qualidade da água do reservatório e a reestruturação paisagística do local. deve-se destacar a importância econômica para o turismo da região e o bem-estar da população em se ter um espelho de água totalmente apropriado ao uso como fonte de lazer e esporte aquático. Utilizou-se o método “ check-list” (lista de checagem) para fazer a caracterização dos aspectos qualitativos dos impactos ambientais sofridos pelo açude de Bodocongó ao longo de décadas de sua utilização como manancial receptor de efluentes domésticos e industriais. A metodologia utilizada, conforme Rovere (1992) e Rocha (1997), conferem à pesquisa a possibilidade de identificar e listar de maneira sistêmica os fatores ambientais importantes resultantes de um empreendimento ou projeto específico que tenham gerado impactos destrutivos na área de estudo. Através de imagens de satélites atuais e fotografias de anos longínquos, bem como visitas in loco, foi possível constatar o processo de degradação ambiental na região de estudo. O Açude de Bodocongó é, sem dúvidas, um marco histórico na cidade de Campina Grande, foi fonte de lazer e entretenimento em tempos longínquos, porém hoje está sofrendo vários tipos de degradação e poluição de suas águas e entorno. Leis federais estão sendo descumpridas, tornando o manancial fonte de doenças e preocupação ao invés de saúde, beleza e bem estar. Soluções e medidas mitigadoras precisão ser postas em práticas com urgência, sob pena de se perder um belo cartão postal da cidade e possível fonte de lazer e esportes aquáticos, bem como um grande potencial turístico para a região da Borborema. Figura 2. Açude de Bodocongó – Fotografada em 19.06.2014, com destaque para vegetação típica de poluição (macrófitas). Figura 3. Lago Negro, Gramando RS, destaque para turismo da região. Fonte: Pereira, 2012. Figura 1 – Imagem de satélite do Açude de Bodocongó - com destaque para a grande área assoreada do manancial representada pela linha amarela. Linha lilás representa as macrófitas. A linha verde representa o espelho de água. Fonte: Google Earth 2014. Diante do resultado estimado, propõem-se as seguintes medidas quanto ao uso das águas do açude para permitir condições de balneabilidade, lazer e a prática de esportes aquáticos: Restauração do leito do açude; O tratamento dos efluentes domésticos e industriais antes destes serem lançados no açude, em conformidade com a Resolução do CONAMA 274/2000; Reurbanização do entorno do açude, promovendo harmonia com a natureza, limpeza, conforto e lazer; Projeto paisagístico do seu entorno, em consonância com a área legal de APP, que tire vantagem da natureza, do espelho de água, da vegetação típica da região. Isto possibilitaria uma área a mais de lazer contemplativo para Campina Grande, que é uma cidade notadamente carente de áreas para esta modalidade de lazer. PPGECA/UFCG

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Page 1: O AÇUDE DE BODOCONGÓ E O SEU POTENCIAL PARA TURISMO NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB Simone Tavares da Silva 1 ; Lívia de Almeida Rocha 1 ; Everton John

O AÇUDE DE BODOCONGÓ E O SEU POTENCIAL PARA TURISMO NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB

Simone Tavares da Silva1; Lívia de Almeida Rocha1; Everton John Camelo Alves1; Rosires Catão Curi2

1) Mestrando em Eng. Civil e Ambiental pelo PPGECA da UFCG, Av. Aprígio Veloso, 882 - Bloco CM - 1° Andar - CEP 58429-900 - Campina Grande - PB Fone: (83) 2101-1050.

2 ) Docente da Unidade Acadêmica de Eng. Civil da UFCG. Av. Aprígio Veloso, 882 - CEP 58429-900 - Campina Grande - PB Fone: (83) 2101-1050, [email protected].

O Açude de Bodocongó, localizado na cidade de Campina Grande/PB, no bairro que leva o mesmo nome da bacia, vem sendo degradado ao longo dos anos, provocado por fontes difusas de poluição, tanto a poluição industrial, quanto a poluição resultante do lançamento de esgotos domésticos in natura em suas águas, bem como o assoreamento decorrente do escoamento superficial do solo desnudo de vegetação no seu entorno. Somado a isso tudo o crescimento da construção de residenciais em seu entorno inflige diretamente o Novo Código Florestal, lei número 12.727/2012 que prever uma margem de no mínimo trinta (30) metros destinados a APP (Área de Preservação Permanente) .

Diante desta problemática, aliado a falta de práticas recreativas voltadas ao esporte aquático na cidade de Campina Grande, o presente trabalho vem propor que se busque identificar as possíveis soluções da problemática ambiental na bacia de Bodocongó, bem como sugerir ações que visem recuperar a qualidade da água do reservatório e a reestruturação paisagística do local. deve-se destacar a importância econômica para o turismo da região e o bem-estar da população em se ter um espelho de água totalmente apropriado ao uso como fonte de lazer e esporte aquático.

Utilizou-se o método “check-list” (lista de checagem) para fazer a caracterização dos aspectos qualitativos dos impactos ambientais sofridos pelo açude de Bodocongó ao longo de décadas de sua utilização como manancial receptor de efluentes domésticos e industriais. A metodologia utilizada, conforme Rovere (1992) e Rocha (1997), conferem à pesquisa a possibilidade de identificar e listar de maneira sistêmica os fatores ambientais importantes resultantes de um empreendimento ou projeto específico que tenham gerado impactos destrutivos na área de estudo. Através de imagens de satélites atuais e fotografias de anos longínquos, bem como visitas in loco, foi possível constatar o processo de degradação ambiental na região de estudo.

O Açude de Bodocongó é, sem dúvidas, um marco histórico na cidade de Campina Grande, foi fonte de lazer e entretenimento em tempos longínquos, porém hoje está sofrendo vários tipos de degradação e poluição de suas águas e entorno. Leis federais estão sendo descumpridas, tornando o manancial fonte de doenças e preocupação ao invés de saúde, beleza e bem estar. Soluções e medidas mitigadoras precisão ser postas em práticas com urgência, sob pena de se perder um belo cartão postal da cidade e possível fonte de lazer e esportes aquáticos, bem como um grande potencial turístico para a região da Borborema.

Figura 2. Açude de Bodocongó – Fotografada em 19.06.2014, com destaque para vegetação típica de poluição (macrófitas).

Figura 3. Lago Negro, Gramando – RS, destaque para turismo da região. Fonte: Pereira, 2012.

Figura 1 – Imagem de satélite do Açude de Bodocongó - com destaque para a grande área assoreada do manancial representada pela linha amarela. Linha lilás representa as macrófitas. A

linha verde representa o espelho de água. Fonte: Google Earth 2014.

Diante do resultado estimado, propõem-se as seguintes medidas quanto ao uso das águas do açude para permitir condições de balneabilidade, lazer e a prática de esportes aquáticos:Restauração do leito do açude;O tratamento dos efluentes domésticos e industriais antes destes serem lançados no açude, em conformidade com a Resolução do CONAMA 274/2000;Reurbanização do entorno do açude, promovendo harmonia com a natureza, limpeza, conforto e lazer;Projeto paisagístico do seu entorno, em consonância com a área legal de APP, que tire vantagem da natureza, do espelho de água, da vegetação típica da região. Isto possibilitaria uma área a mais de lazer contemplativo para Campina Grande, que é uma cidade notadamente carente de áreas para esta modalidade de lazer.

PPGECA/UFCG