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1 O abc dos trava-línguas Vera Lucia Pereira Borges Silva 1. Justificativa O presente pré-projeto de letramento será aplicado na Escola Municipal Fazenda Miya Polo, de Dourados, Mato Grosso do Sul. É uma escola rural que está completando cinquenta anos de instituição organizada e, durante esse período, sempre participou da vida da comunidade, principalmente nas festividades juninas. Nesse sentido, valorizando o aspecto histórico e cultural da região e por sentir necessidade do envolvimento dos alunos no processo de leitura e escrita, buscamos estimular pesquisas que, de forma lúdica e prazerosa, pudesse contribuir para práticas de letramento com base no gênero Trava-línguas. A construção desse projeto na sala de aula é importante pedagogicamente, pois os estudantes poderão produzir seus trabalhos, inserindo nesse contexto suas motivações e a participação da família, o que é altamente relevante para eles. Além de estimular a escrita e o pensamento crítico, pretendemos construir um espaço propício para que os discentes exercitem suas ações de leitura junto com a comunidade escolar. Ressalta Azevedo (2006): Com a incorporação e valorização programática da cultura popular na escola é possível imaginar – pelo menos sonhar – que certo aluno volte para casa, conte o que aprendeu na escola e, no dia seguinte, traga novo material contado pelo pai ou algum parente. Através da criação de uma espécie de ponte entre o modelo culto e o popular, a chamada escolarização pode ganhar novo significado, propiciando aos alunos maior sintonia, identificação e grande sentimento de inclusão.

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O abc dos trava-línguas

Vera Lucia Pereira Borges Silva

1. JustificativaO presente pré-projeto de letramento será aplicado na Escola Municipal Fazenda

Miya Polo, de Dourados, Mato Grosso do Sul. É uma escola rural que está completando cinquenta anos de instituição organizada e, durante esse período, sempre participou da vida da comunidade, principalmente nas festividades juninas. Nesse sentido, valorizando o aspecto histórico e cultural da região e por sentir necessidade do envolvimento dos alunos no processo de leitura e escrita, buscamos estimular pesquisas que, de forma lúdica e prazerosa, pudesse contribuir para práticas de letramento com base no gênero Trava-línguas.

A construção desse projeto na sala de aula é importante pedagogicamente, pois os estudantes poderão produzir seus trabalhos, inserindo nesse contexto suas motivações e a participação da família, o que é altamente relevante para eles. Além de estimular a escrita e o pensamento crítico, pretendemos construir um espaço propício para que os discentes exercitem suas ações de leitura junto com a comunidade escolar.

Ressalta Azevedo (2006):

Com a incorporação e valorização programática da cultura popular na escola é

possível imaginar – pelo menos sonhar – que certo aluno volte para casa, conte o

que aprendeu na escola e, no dia seguinte, traga novo material contado pelo pai ou

algum parente. Através da criação de uma espécie de ponte entre o modelo culto

e o popular, a chamada escolarização pode ganhar novo significado, propiciando

aos alunos maior sintonia, identificação e grande sentimento de inclusão.

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O pré-projeto de letramento intitulado “O ABC dos trava-línguas” reúne as disciplinas de língua portuguesa, matemática e história e busca analisar os trava--línguas como fonte histórica e lúdica. Dessa forma, esse projeto pedagógico visa despertar nos estudantes o interesse em desenvolver habilidades na escrita e na leitura, assim como estimular a criatividade, ajudando-os a se reconhecerem como sujeitos históricos.

Como é uma escola rural e de difícil acesso, deparamo-nos com algumas dificuldades na elaboração e execução do pré-projeto. Entre as ações propostas, está a visita de uma pessoa da comunidade que irá recitar alguns trava-línguas. Em um segundo momento os alunos farão pesquisas para descobrir e construir trava-línguas junto com a família.

Logo, o gênero textual escolhido será o Trava-línguas. Contudo, outros gêneros estarão presentes para dar suporte às práticas de multiletramento: gravação e filmagem do visitante, além da análise de livros e de textos variados.

Sendo os trava-línguas extremamente úteis para aperfeiçoar a pronúncia, podem ser utilizados como excelente exercício fonoaudiológico, o que poderá aprimorar a dicção dos alunos, pois a consciência fonológica é um vasto conjunto de habilidades que permite refletir sobre a sonoridade das palavras e manipulá-las intencionalmente. Conforme Artur Gomes de Morais (2004), a consciência fonológica não só se diferencia quanto ao tipo de operação realizado na mente como também aos tipos de segmentos sonoros; varia também quanto à posição em que as partes sonoras ocorrem no interior das palavras. Os trava-línguas fazem parte do nosso folclore, e sofrem variações conforme os costumes de cada região, são conjuntos de palavras que privilegiam encontros consonantais dificultosos de se falar, que podem servir muito bem para se melhorar a dicção, ajudando também a tornar mais clara a fala.

Araujo (apud Weitzel, 2002, p. 21) “frisa este seu valor educativo, por exercitar a boa pronúncia da criança, desenvolvendo-lhe a perfeita enunciação das palavras. E chega a aconselhar os educadores, os professores, a se valerem dos trava-línguas, para a promoção da boa dicção dos educandos”.

Penteado (apud Weitzel, 2002, p. 21) “recomenda os trava-línguas para aper-feiçoar a articulação, a qual se consegue através de penosos exercícios que desenvolvam a musculatura do céu da boca, da língua e dos lábios. Principalmente em se tratando de dislálicos, os quais neles encontrarão a forma agradável e divertida de corrigirem sua pronúncia viciada”.

Também Melo (apud Weitzel, 2002, pp. 21-22) “reconhece a utilidade pedagógica dos trava-línguas, por incentivarem nas crianças o gosto pela pronúncia correta, mesmo das palavras mais difíceis”.

Como se trata de um passatempo instrutivo e agradável, sua aceitação é geral, haja vista que as crianças repetidamente se entretêm no seu exercício. Assim, surge a ideia da construção dos trava-línguas em sala de aula junto com a busca de estratégias

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que incentivem os alunos a ler e escrever. No nosso contexto a leitura e a escrita não são valorizadas, a maioria de nossos alunos não gostam de ler, não escrevem bem e não têm o estímulo da família para tal atividade. E o trava-língua surgiu como mais uma ferramenta de aprendizagem. À medida que os alunos saírem “a campo” para fazer pesquisas com seus pais e vizinhos, irão anotar os trava-línguas encontrados e socializá-los em sala, tendo, assim, um desafio lúdico e maior desenvolvimento não apenas linguístico como de memorização, além do prazer em escrever e apresentar. Esse fato proporcionou um diferencial à proposta, visto que os trava-línguas são recitados durante a quadrilha realizada na festa junina. Os alunos vão escrever e ler sobre algo que alguém do seu convívio conhece, gosta e compartilha. Assim o envolvimento se torna prazeroso.

2. Fundamentação teóricaAo longo do tempo as práticas de ensino em sala de aula vêm abrindo as portas

para o multiletramento. Como indica Brandão (2011), essas práticas contribuem para a formação de leitores e escritores competentes capazes de interpretar os gêneros textuais na esfera em que circulam. Para Rojo (2012), deve-se considerar os contextos nos quais os trabalhos são produzidos e quais suas funções sociais para a formação de leitores e escritores competentes plenamente letrados, ou melhor, multiletrados.

Assim, o trabalho com os gêneros textuais em sala de aula é uma ferramenta para o alargamento de possibilidades e de enfoques. Esse pré-projeto vem contribuir para a leitura e a escrita dos alunos.

O estímulo à leitura e à escrita deve ser iniciado com o hábito de ler e escrever, com a colaboração da família no processo de alfabetização, fazendo-se da leitura e da escrita algo cotidiano, um processo simples e natural. Entretanto, há certa falta de participação da família nesse processo de ensino-aprendizagem.

Conforme Brito (2005, p. 16),

o grande desafio da educação está exatamente, em vez de se preocupar em

ensinar as letras, numa perspectiva redutora de alfabetização (ou de letramento),

construir as bases para que as crianças possam participar criticamente da cultura

escrita, conviver com essa organização do discurso escrito e experimentar de

diferentes formas os modos de pensar escrito.

Com a aplicação do pré-projeto O ABC dos trava-línguas, os alunos terão incentivo

à leitura e à escrita por meio do lúdico, sendo direcionados pela professora no

decorrer do trabalho.

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De acordo com Didonet (2002, p. 94),

a ludicidade é uma característica essencial da criança. Tudo para ela é um jogo. O

brinquedo é sua forma própria de relacionar-se com o mundo. Pelo brinquedo ela

mergulha no significado dos objetos e das situações, apreende-os, incorporan-

do-os ao seu conhecimento e a seu mundo. Brincar é a coisa mais séria, mais

absorvente de uma criança. É brincando que ela se desenvolve física e psiquica-

mente. Todas as atividades educativas em instituições devem ter um caráter lúdico.

Assim, trabalhar com Ensino Fundamental é entrar para esse universo fantástico onde o lúdico prevalece, é participar do imaginário da criança, atribuindo significados para essa imaginação. Pois o lúdico não é algo inato, e sim uma interação com o outro, e dessa forma aproxima professor e aluno, que por sua vez faz do brincar um aprendizado para a vida.

Este pré-projeto está relacionado intimamente à esfera social e política, pois concordamos com Kleiman (2010, p. 380) quando ela diz:

Uma perspectiva escolar de letramento – que, afirmo, não é contraditória a uma

perspectiva social da escrita na esfera de atividades escolares – tem por foco

atividades vinculadas a práticas em que a leitura e a escrita são ferramentas para

agir socialmente. Aliás, as práticas escolares de aprendizagem e uso da língua

escrita, ainda que “estritamente escolares”, são também práticas sociais, sendo

que muitas delas [...] tomam por base práticas sociais e, portanto, recontex-

tualizam as práticas com as quais os alunos convivem fora da escola, tornando-as

mais significativas para eles.

A produção dos trava-línguas e a revelação deles possibilitam aos alunos exporem pontos de vista, após observação, investigação e crescente interesse pela leitura, pela escrita, pela pesquisa e pelo prazer em desenvolver as atividades propostas.

3. Pré-projeto de práticas de letramento em sala de aula3.1. Discussão dos aspectos culturais e sociolinguísticos implicados no projeto

Considerando o percurso do pré-projeto, ele possui diversidade linguística; contudo, apresenta aspectos culturais que certamente estarão na apresentação do visitante, como os diferentes usos da fala tendo por base as diversidades no que se refere a sexo, classe social, região, faixa etária do colaborador. Então, buscaremos compreender e investigar os porquês de determinadas falas e expressões, visto que

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entrevistaremos pessoas de um contexto rural, não com o propósito de ridicularizá-las, mas para fomentar o respeito ao diverso, na ampliação e constituição da nossa língua tanto no uso formal quanto no coloquial. Assim, poderá ser feito um estudo sobre variação vocabular, abreviação de palavras, palavras desconhecidas. Outra estratégia seria confrontar falas gravadas em áudio e/ou vídeo. Contudo, nosso foco são os trava-línguas; portanto, deve-se aplicar linguagem de prestígio, tendo em vista sua escrita e reescrita para que tenham todos os aspectos sociolinguísticos.

Inicialmente destacaremos os trava-línguas que os alunos trouxerem de casa. Quais os aspectos importantes do texto? Sobre o que fala? Como é lido? Construiu sozinho ou alguém o ajudou? Em um segundo momento, os alunos irão elaborar alguns travas-línguas relacionados à realidade local, pesquisando em livros e na internet, consequentemente irão se deparar com novas descobertas. Na prática da escrita irão construir uma coletânea de produções com gravuras e escrita dos trava-línguas.

Por se tratar de trava-línguas, a linguagem será bem próxima da que os alunos estão acostumados no dia a dia. O padrão culto da língua irá prevalecer, mas existirão textos com linguagem coloquial, usada no cotidiano, sempre tendo o cuidado de não empregar palavras desrespeitosas.

Será convidada também uma pessoa da comunidade para recitar alguns trava-línguas em sala de aula. Em seguida, os alunos comentarão a forma como ela abordou a leitura, os gestos e a entonação, os conhecidos e os não conhecidos da turma, de forma que venham a perceber o resgate histórico dos trava-línguas.

As atividades serão ministradas de maneira a integrar os estudos de língua portuguesa, matemática e história, visando à compreensão dos trava-línguas como fonte de informação e entretenimento e um meio para práticas de leitura e escrita e de interpretações. Dessa forma, objetiva-se utilizar outros espaços da escola, propícios para o desenvolvimento da leitura e da pesquisa, como a biblioteca e a sala de informática, onde podem fazer uso da internet, ver vídeos indicados pelo professor e pesquisar outros, ligados ao gênero.

3.2. Estratégias gerais para promover a motivação e a adesão dos alunos ao projeto

Através de todas as ações teremos uma ramificação de atividades a serem realizadas para o produto final.

Os alunos serão estimulados por vídeos, como Trava-língua Cocoricó, Patati e Patatá, Manhã criança; leituras de livros sobre o tema: Quem lê com pressa tropeça – O ABC do trava-língua e Trava-língua, quebra-queixo, rema-rema, remelexo; alguns trava--línguas do livro Folclore infantil; e pesquisas em sites indicados pelo professor, textos impressos, construção feita por eles e conversas com os familiares, que também os auxiliarão na construção escrita de alguns trava-línguas.

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3.3. Definição do tratamento a ser dado aos gêneros envolvidos na prática

Pretendemos desenvolver os seguintes temas durante a disciplina:• Livro didático como fonte histórica – Trabalhando com o gênero Trava-línguas,

suas características e finalidades para diagnosticar o conhecimento prévio do aluno em relação ao gênero proposto.

• Literatura – Quem lê com pressa tropeça e Trava-língua, quebra-queixo, rema-rema, remelexo, como instrumento de inspiração, observação e reconhecimento de alguns trava-línguas.

•Vídeos – Observação das falas, do ritmo, das imagens e da leitura.

•Sujeitos históricos – A família como elemento das esferas social, política e educacional.

•Trava-línguas impressos – Histórico, segmentos e processo de produção, gênero impresso como modelo e objeto de estudo para as futuras produções.

•Colaboração de uma pessoa da comunidade, para resgatar o encantamento dos trava-línguas.

•Trava-língua escrito – Fonte de pesquisa e de produção própria.

•Prática da leitura, escrita, digitada e pesquisa com o uso das novas tecnologias como ferramentas que auxiliam na aprendizagem e na produção dos trava- -línguas.

•Duelo de trava-línguas com uso de microfone e de cartaz com a escrita.

•Textos recortados de trava-línguas com palavras embaralhadas.

•Cartaz com a relação de trava-línguas difíceis de recitar.

•Palavras-chaves dos trava-línguas, tendo como base a ordem ortográfica, acentuação, número de sílabas e memorização das palavras.

• Lançamento de uma coletânea para a escola e a comunidade onde está inserida.

Para desenvolver os temas acima, as aulas serão ministradas sempre às segundas, quartas e quintas-feiras, durante um período de quatro meses. Para começar os trabalhos, dedicamos o primeiro mês para as discussões iniciais, sondagem dos conhecimentos dos alunos, análise do gênero Trava-línguas, suas características e finalidades. Apresentação e apreciação de trava-línguas impressos e de vídeos para iniciação da pesquisa na comunidade.

À medida que os alunos forem conversando com familiares e vizinhos mais antigos e escrevendo os trava-línguas, irei realizando a correção dos textos e eles mesmos irão digitar e guardar em arquivos para a montagem final da coletânea. E a culminância dos trabalhos se dará com o lançamento da primeira coletânea de

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trava-línguas na escola. Para a produção de um livro de trava-línguas na escola e para sua apresentação, faremos o uso de trava-línguas escrito pelos próprios alunos e imagens produzidas por eles para ilustrar os trava-línguas, ou imagens retiradas de revistas, panfletos, livros ou jornais e sites.

3.4. Levantamento da multimodalidade a que a prática de letramento submete todos esses textos

Nessas análises e produções está presente a multimodalidade, pois utilizaremos vários suportes escritos ou não, como vídeos e gravação em áudio e pesquisa na internet, para compor a nossa primeira coletânea. E, como aprendemos, a leitura e a produção de textos escritos envolvem a leitura e a produção de textos não verbais que se associam à escrita, uns com mais intensidade que outros. Às vezes as imagens dispensam as palavras, e os alunos fazem muito bem essa leitura; dessa forma, as ilustrações complementam e interpretam suas produções, com informações e construção de significados. Os vídeos despertam novos olhares e levam a novas pesquisas na internet e em livros.

O uso do microfone incentiva a fazer prática de uma boa leitura e da observação da leitura do colega, aprimorando atenção na escrita e na leitura.

3.5. Investigação sobre as possibilidades de integração do projeto com outras disciplinas

O desenvolvimento desse projeto dará oportunidade a um trabalho interdisciplinar porque as leituras a serem realizadas abordam algumas disciplinas e conteúdo:

•história: entrevista com pais, vizinhos e outras pessoas da comunidade sobre os trava-línguas que eles recitavam e em que momento ocorria; por que continuamos fazendo uso dos trava-línguas;

•matemática: contagem do total de pesquisas e de escritas próprias, situação- -problema, gráficos e tabelas, medidas de tempo;

• língua portuguesa: leitura, produção dos trava-línguas, sequência de atividades, relato de experiência e produção da coletânea.

3.6. Eventos de letramento decorrentes do trabalho dentro e/ou fora do ambiente escolar

A culminância dos trabalhos realizados se dará com o lançamento da nossa coletânea de trava-línguas, que poderá ocorrer num período de grande festa da cidade, onde a participação da comunidade e dos membros da escola é indispensável, com as festas juninas. Para esse acontecimento distribuiremos convites para os pais ou responsáveis e vizinhos que também colaboraram para esse momento.

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3.7. Avaliação dos trabalhos

A proposta de avaliação será contínua e processual e abordará:• reconhecimento da função social dos trava-línguas na discussão oral;

• conhecimento obtido na pesquisa, durante a coleta de dados;

• construção dos trava-línguas, confecção da coletânea, desenvolvimento de competências e habilidades de escrita e de leitura no processo de letramento.

Também estamos estudando a possibilidade da elaboração de um questionário para que as pessoas que participarão do lançamento da edição número 1 da coletânea possam dar opinião e sugerir ideias para futuras edições.

4. Referências bibliográficas AZEVEDO, R. “Formação de leitores, cultura popular e contexto brasileiro”, in: Jornal da USP, ano

XXI, nº- 749, 16 a 22 jan., 2006.

BRANDÃO, H. N. “Texto, gêneros do discurso e ensino”, in: BRANDÃO, H. N. (coord.). Gêneros do

discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso político, divulgação científica. 5ª- ed., v. 5. São

Paulo: Cortez, 2011.

BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto

nacional pela alfabetização na idade certa – A aprendizagem do sistema de escrita alfabética.

Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão

Educacional, ano 1, unidade 3, 2012.

BRITTO, L. P. L. “Letramento e alfabetização: implicações para a educação infantil”, in: GOULART,

A. L. F.; MELLO, S. A. (orgs.). O mundo da escrita no universo da pequena infância. Campinas:

Autores Associados, 2005. pp. 5-20.

CORREIA, A. Trava-língua, quebra-queixo, rema-rema, remelexo. São Paulo: Cortez, 2008.

DIDONET, V. “Educação infantil”, in: Humanidades. Brasília: UnB, 2002.

ELIAS JOSÉ. Quem lê com pressa tropeça – O ABC do trava-língua. 2ª- ed. Belo Horizonte: Lê, 2012.

KLEIMAN, A. B. “Trajetórias de acesso ao mundo da escrita: relevância das práticas não escolares

de letramento escolar”, in: Perspectiva. Florianópolis: Editora UFSC, v. 28, nº- 2, jul./dez., 2010,

pp. 375-400.

MORAIS, A. G. “Apropriação do sistema de notação alfabética e o desenvolvimento de habilidades

de reflexão fonológica“, in: Letras de Hoje. Porto Alegre: PUC-RS, v. 39, nº- 3, 2004, pp. 35-48.

ROJO, R. “Pedagogia dos multiletramentos: diversidade cultural e de linguagens na escola”, in:

ROJO, R.; MOURA, E. (orgs.). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola, 2012, pp. 11-31.

WEITZEL, A. H. Folcterapias da fala: breve estudo dos trava-línguas e da linguagem secreta,

colhidos em pesquisa na região de Juiz de Fora (MG). Juiz de Fora: UFJF, 2002.