o 8 de julho na historia de sergipe
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Professor Jorge Marcos
O 8 de julho na história de Sergipe.
O 8 de julho é a data
política mais importante da história de
Sergipe.
Um pouco de história. A
História política de Sergipe começa
efetivamente no ano de 1590 com a
criação da Capitania de Sergipe del-
Rei, durante a União Ibérica ou Domínio
Espanhol (1580-1640), pelo rei Felipe II
da Espanha e Portugal. Esta capitania
ficava subordinada politicamente
à Capitania da Baía de Todos os Santos.
O primeiro cidadão-mandatário a ocupar
o governo da recém criada capitania foi
Cristóvão de Barrosi.
Vale ressaltar que,
geograficamente, o território da
Capitania de Sergipe, na época, era
aproximadamente o dobro do atual
estado de Sergipe. Este tema alimentou
uma discussão entre sergipanos e
baianos no que diz respeito aos limites
entre as duas Capitanias. Consumiu-se
muito tempo e papel esta discussão.
Basta ver a produção historiográfica no
século XIX e, principalmente, grande
parte do século XX.
Em 1696, Sergipe ganha
autonomia judiciária – é criada a
Comarca de Sergipe. Essa autonomia
durou muito pouco tempo. A situação
politica de Sergipe não sofreu grandes
modificações até o século XIX. Na
década de 1820, o rei D. João VI, por
Decreto régio, tornava a capitania de
Sergipe autônoma, independente da
Bahia. O brigadeiro Carlos César
Burlamárquiii foi nomeado o primeiro
governador da nova província. Foi
Primeiro Governador de Sergipe
(independente da Bahia). Foi nomeado
em 25.07.1820, empossado somente a
20.02.1821.
Quando declarada a
independência da capitania de Sergipe
d’El Rei, até então sujeita à Bahia, foi
nomeado seu governador em
25.07.1820. Encontrava-se em Oeiras,
no Piauí, de onde saiu em fins de 1820,
com dois filhos, chegando a Bahia em
03.01.1821. De lá saiu somente em 5 de
fevereiro e, depois de 14 dias de viagem,
chegou a Sergipe, tomando posse do
Governo em 20.02.1821. Depois de todo
este esforço, governou poucos dias.
Tornou-se brasileiro pela independência
do Brasil. Cavaleiro da Ordem de Cristo
a 20.06.1805.iii
Segundo alguns
historiadores, tal decisão satisfazia
algumas “aspirações populares”
defendidas pelo Capitão-Mor Mesquita
Pimentel, restituindo-lhe os antigos foros
de Capitania independente da Bahia.
Segue-se um breve período
conturbado, marado por lutas entre as
forças luso-brasileira e Sergipe não ficou
imune a estas disputas: autoridades
locais (São Cristóvão), une-se a baianas
e anula a autonomia sergipana.
Somente ao final dessas
disputas, D. Pedro I confirmou a
soberania sergipana em relação a Bahia.
Com esta nova situação, foi nomeado
Manuel Fernandes da Silveiraiv (1725-
1829),
primeiro presidente da província de Ser
gipev, presidindo a província de 5 de
março de 1824 a 15 de fevereiro de1825.
Com a proclamação da
República, Sergipe se tornava Estado.
Um dos símbolos mais importantes do Estado de Sergipe.
i Cristóvão de Barros atuou como grande lutador e administrador em três estados brasileiro, onde registrou nos anais
da nossa história o seu nome e obra. Sergipe, Rio de Janeiro (junto com o governador geral Mem de Sá, com o propósito
de defender a Capitania da investida dos franceses, auxiliados por seus aliados, os índios Tamoio e assumiu o governo
da Capitania do Rio de Janeiro) e Bahia (membro da Junta Governativa do Brasil, com sede na Bahia, entre 1587 e
1591). Foi o fundador da primeira capital de Sergipe, São Cristóvão. Foi um verdadeiro um “cabo de guerra”. Conforme
um registro de 1587 aí possuía “um formoso engenho de bois”, com grandes edificações e uma igreja devotada a Santo
Antônio. ii Nasceu no ano de 1775, em Lisboa, e faleceu em 23.05.1844, no Rio de Janeiro. Filho de Ippólito Burlamaqui e de
Mathilde Valentina Pedegache. Como militar, chegou ao posto de Tenente-Coronel do Estado Maior do Exército.
Coronel. Passou ao Brasil, em 1806, onde tornou-se o patriarca da família Burlamaqui, que teve berço no Piauí.
Nomeado pelo Rei de Portugal para o cargo de Capitão-Mor da Capitania de São José do Piauí, tomou posse do cargo
em 21.01.1806, sendo então Capitão de Infantaria, exercendo o cargo até 20.10.1810, quando foi afastado do governo,
sendo preso e seus bens confiscados pelo capitão-general do Maranhão. Por Carta Régia do príncipe regente de
08.03.1811, foi restituído à liberdade com a posse dos seus bens e soldos vencidos, reprovando o príncipe o ato do
capitão-general. iii http://www.cbg.org.br/novo/wp-content/uploads/2012/07/sergipe-I.pdf iv Filho do sargento-mor Antonio Fernandes da Silveira e de Francisca Catarina Soutomaior. Assentou praça de soldado
no 1º regimento de infantaria da Bahia em 20.08.1775, Foi reconhecido cadete a 25.03.1777. Promovido a alferes em
17.12.1787. Promovido a tenente em 13.05.1796, sendo confirmado nesse posto pelo real Decreto de 19.08.1796.
Capitão-Mor Governador da Capitania do Espírito Santo por Decreto de 31.05.1797 e patente de 05.12.1796. Passados
alguns meses foi chamado à Corte de Lisboa para tratar de vários negócios, seguindo na esquadra que em 1798 partira
da Bahia, de onde regressou para reassumir o governo da Capitania do Espírito Santo, onde permaneceu até 29.03.1800.
Ao terminar o governo do Espírito Santo, foi agregado como sargento-mor no 2.º regimento de linha por Decreto der
24.05.1800. Foi efetivado nesse posto em 17.04.1805. Promovido a Tenente-Coronel em 06.02.1808. Servia, então, na
Bahia, onde foi um dos membros da comissão militar que, a 11.06.1817, condenou alguns dos revolucionários de
Pernambuco. Promovido a Coronel por Decreto Real de 21.07.1819, sendo mandado comandar a legião de caçadores
da Bahia, em cujo posto se reformou com as honras de Brigadeiro por ato da Junta Governativa da Bahia de11.04.1821.
Era tio materno do Capitão-Mor Joaquim Martins Fontes, que foi nomeado Governador interino do Sergipe, empossado
em 23.07.1839. Ver http://www.cbg.org.br/novo/wp-content/uploads/2012/07/sergipe-I.pdf v Nomeado por carta imperial de 25 de novembro de 1823,