nutrição do cavalo atleta

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  • 7/30/2019 Nutrio do cavalo atleta

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    Nutrio do cavalo atletaNo importa o tipo de esporte que estamos falando, seja Marcha, Salto, Provas de Trabalho e Rdeas,Enduro, CCE, etc., quando queremos alimentar um cavalo de esporte, nutricionalmente falando, asbases de sua dieta so as mesmas. O que vai diferenciar a quantidade de nutrientes, principalmenteenergticos, e a qualidade dos suplementos que devemos oferecer ao animal. A alimentao docavalo de esporte deve ser adaptada conforme as exigncias. A dieta deve ser balanceada eequilibrada, suprindo as necessidades do cavalo sem deficincias nem excessos. Partindo-sesempre da disponibilidade de volumoso com quantidade e qualidade adequadas, preferencialmentegramneas, gua fresca e limpa e sal mineral especfico vontade, devemos escolher qual ocomplemento e suplemento adequados s necessidades do cavalo, que sero diferentes conforme o

    esporte e o cavalo como indivduo.

    Aqui, os fatores individuais devem ser levados em consideraode forma mais acentuada, quando da determinao das necessidades de cada animal. Mesmo atravsda utilizao de tabelas de necessidades especficas conforme o esforo do animal, o oferecimento deuma suplementao concentrada deve ser feito levando-se em considerao:

    Raa do Animal: algumas raas tm aproveitamento mais eficiente que outras (raas pesadaspossuem melhor converso alimentar que raas mais leves)

    Temperamento: animais com temperamento mais nervoso possuem necessidades maiores queanimais mais calmos.

    Digestibilidade Individual: variao de indivduo para indivduo. (ate 20% de variao) Clima: 10 a 20 % de variao. Baia ou pastagem: animais estabulados tm restrio no fornecimento de volumoso, o que pode

    aumentar as necessidades de concentrado. Estado Geral: muito importante ao se avaliar as necessidades do animal em funo tambm do

    peso, pois se o animal estiver muito magro devemos superestimar suas necessidades at eleobter o peso ideal. O contrrio tambm ocorre, isto , se o animal estiver acima do peso,devemos fazer com que emagrea at o peso ideal e estimarmos novamente suasnecessidades.

    As necessidades especficas do trabalho so de gua, Energia (mais sob a forma de gordura leos -e menos sob a forma de amido gros), Sais Minerais (mais especificamente os eletrlitos: Ca, Mg, K,Na e Cl) e Aminocidos, oriundo de fontes proticas de qualidade.

    GUA: Para animais de trabalho ela fundamental no treinamento, antes da competio, durante esta(em provas de longa distncia) e ao final. Ou seja, sempre que o animal tiver sede, devemosdisponibilizar gua fresca e limpa. O cavalo pode perder toda sua gordura corporal e at metade de suaprotena, porm se perder 15% de sua reserva hdrica pode ser fatal. Deve-se evitar gua muitogelada, especialmente em corpo aquecido e no permitir que o cavalo beba muito rapidamente.

    ENERGIA: As necessidades energticas so as muito importantes, pois a base fundamental parauma boa performance esportiva. Devemos fornecer uma quantidade adequada de energia, de fontefacilmente assimilvel pelo cavalo, isto , que no gaste muita energia para ser aproveitada (EnergiaLquida Alta). A quantidade de energia a ser fornecida varivel, dependendo principalmente daquantidade do esforo a que o cavalo submetido (horas/dia). Em animais de esforo intenso, asnecessidades energticas dobram em relao s de manuteno. Devemos priorizar o fornecimentode raes de alta energia, com extrato etreo elevado (acima de 6%) dependendo da intensidade doesforo. Raes com alta energia tm a grande vantagem de serem oferecidas em menor quantidade,sobrando mais espao para o fornecimento de volumoso, o que evita uma sobrecarga gstrica eintestinal. O extrato etreo, que o valor de gordura de um alimento, indica-nos uma boa qualidade daenergia disponvel. Entretanto, devemos estar atentos para a quantidade da gordura total da dieta, parano sobrecarregar o organismo do eqino nem permitir que ele enjoe da rao. O volumoso devevariar de 70 a 50% do total da dieta, sendo que a rao dever ser de 30 a 50% da dieta total (semprelevando em conta somente a matria seca do alimento). Caso a quantidade de concentrado no sejasuficiente para o cavalo desempenhar a funo desejada, deve-se utilizar uma rao mais energtica

    ou um suplemento energtico, mas jamais o concentrado dever ultrapassar os 50% da dieta, sobriscos de clicas. Uma menor quantidade de volumoso diminui o preenchimento do volume intestinal,diminuindo a quantidade de peso que o animal sustenta, o que pode ser favorvel para o exerccio decurta durao.Por outro lado, em exerccios de longa durao, deve-se fornecer uma maior quantidadede volumoso, pois a forragem aumenta o consumo hdrico, eletroltico e de nutrientes, o que aumenta adisponibilidade durante o exerccio. Devemos tomar cuidado com o aporte vitamnico suficiente paraabsoro dos cidos graxos (energia) contidos na alimentao. A utilizao de uma dieta muito rica emenergia aumenta tambm as necessidades vitamnicas do cavalo, j elevadas pelo exerccio fsico. Nastransies alimentares, devemos evitar o aumento excessivo de energia atravs de gordura na raonas trs semanas que antecedem uma competio, pois necessrio um perodo mnimo de trinta diaspara que o animal esteja adaptado ao novo alimento. Raes muito ricas em energia, como comcereais (muita aveia ou milho) com 60-70% de amido acarretam enormes problemas. O intestinodelgado no pode digerir todo o amido contido nos cereais, o intestino grosso que recupera oexcesso podendo a levar a complicaes como: Fermentaes Microbianas, Timpanismo com

    Formao de Gases, Diarria / Queda do Tnus Digestivo, Dilatao do Ceco levando a quadros deClicas, Degenerao Cardaca, Heptica e Renal e Dismicrobismo (alterao da microflora digestiva),podendo levar a quadros de Laminite. Por isso prefervel raes com mais leos que cereais.

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    Entretanto, deve-se limitar tambm a quantidade total de energia a 30% alm das necessidades, pois oexcesso de cidos graxos essenciais (energia) na alimentao impede a absoro normal deMagnsio, mineral responsvel pelo relaxamento da musculatura. Portanto, em dietas muitoenergticas para animais que no necessitem de tanta energia, haver indisponibilidade de Magnsio,dificultando o relaxamento da musculatura deste an imal. O animal trava a musculatura. Devemostomar certos cuidados no fornecimento de energia ao animal para que esta no esteja em excesso,pois pode prejudicar o desempenho do animal.

    MINERAIS:Alm do sal mineral, especfico para eqinos que deve ser deixado em um cocho parte,os minerais necessrios em quantidade mais elevada e que devem ser suplementados na alimentaoso os eletrlitos (Cloro, Sdio, Potssio, Clcio e Magnsio). Esta suplementao depende daintensidade do esforo e varia de animal para animal, mas sempre deve ser fornecida com gua vontade e tem validade apenas aps o exerccio fsico, pois os elementos eletrolticos ofertados a umorganismo bem alimentado e equilibrado, no fica armazenado, apenas repe a perda aps oexerccio.

    PROTENA: Em primeiro lugar devemos ressaltar que o trabalho muscular no condicionado aoconsumo de protena, mas de energia. Estamos falando de animais de esporte, portanto animaisadultos, j formados e no em reproduo. Portanto sua dieta deve ter um limite de protena para queno haja queda na Performance Esportiva. As necessidades proticas dos cavalos de esporte sopequenas (1000 a 1400 g/dia) quando comparadas s necessidades de guas em reproduo, quepodem chegar a 2000 a 2800 g/dia. Lembre-se que os excessos de protena podem comprometer a

    boa performance do animal. Muita ateno deve ser dada escolha do alimento, devendo-se evitarconfundir qualidade de protena com excesso. Devemos ainda evitar as matrias primas ricas emprotena, como soja e alfafa. Uma complementao concentrada ideal no deve jamais ultrapassaros 12% de protena bruta e a dieta total no devendo ultrapassar os 14% de protena bruta. Em todosestes casos, devemos valorizar o fornecimento de alimentos de alta qualidade, onde possamosadministrar uma menor quantidade de alimento para suprir as necessidades do animal. A grandedificuldade de se avaliar realmente os malefcios dos excessos (energticos, protico ou mineral) queisto no ocorre da noite para o dia, mas demora certo tempo (6 at 18 meses), o que dificulta o corretodiagnstico de erro no manejo alimentar.

    Manejo Alimentar na Competio

    Evitar alteraes bruscas na dieta nas trs semanas que antecedem competio; No oferecer alimentos a base de gros nas 2 a 3 horas que antecedem uma competio. Esta

    alimentao eleva a concentrao de insulina sangnea, diminuindo a utilizao de gorduras.Este alto valor de insulina sangnea, levar a uma hipoglicemia no incio da competio,quando o animal dever ter maior disponibilidade energtica, diminuindo a resistncia e avelocidade, com conseqente queda na performance.

    Os gros devem ser oferecidos, no mnimo, 4 a 5 horas antes da competio. Se a competio for de longa distncia (CCE, Enduro, etc.) manter o animal com gua e volumoso

    vontade. A forragem aumenta o consumo hdrico, de eletrlitos e nutrientes, aumentando adisponibilidade durante o exerccio de longa durao, auxiliando na performance do animal.

    Se a competio for de curta distncia (corrida, trabalho, rdeas, salto, etc.) manter o animal somentecom gua vontade. A diminuio da disponibilidade do volumoso neste momento, diminui opreenchimento intestinal, diminuindo a quantidade de peso que o animal sustenta, auxiliando naperformance do animal. Claro que se o animal for ficar o dia todo em um local de competio, nopodemos priv-lo totalmente de se alimentar, mas devemos faz-lo com ponderao .