nuno lacerda lopes - repositorio-aberto.up.pt · ra aberta à investigação e à experimentação...

29
NUNO LACERDA LOPES ARCHITECTURE Da representação ao projeto

Upload: hangoc

Post on 08-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

NUNO LACERDA LOPES ARCHITECTURE

Da representação ao projeto

NUNO LACERDA LOPES ARCHITECTURE

Da representação ao projeto

SUMÁRIO

07

13

22

36

69

74

96

113

118

136

155

162

174

201

206

228

242

262

266

Prefácio

IntroduçãoUm modo de ver a arquitetura

Capelas Mortuárias

Multimeios

“A propósito de um novo/velho edifício”

TeCA

Casa Braga

“Da Inovação”

Escola de Mouriz

V8 I TD

“Da Ideia”

Estádio Sporting Clube de Espinho

Escola de Vilela

“Do Projeto”

CIARV

Olimpic Tower

Casa Valongo

Ficha técnica

Biografia

9

Prefácio

Há arquiteturas que nos tocam, obras que nos perturbam e ou-tras que nos questionam. Mas também há processos, modos de fazer e de conceber, ideias que se desenvolvem e que estão por trás de muitos desses edifícios que ora nos impressionam e mar-cam, ora são capazes de se apagarem em anonimato, quase sem-pre tão importante como a exceção, que importa conhecer e so-bretudo tentar compreender.

Por vezes, o agrupamento de um conjunto de obras realizadas num determinado período temporal permite compreender, mais do que umas obras isoladas, o percurso e sobretudo as ideias que lhes estão subjacentes e que atravessam e são transversais a mui-tas das arquiteturas que se criam, apesar das aparentes diferen-ças formais, geométricas e materiais.

Poder-se-ia dizer que este é um livro sobre obras de arquitetura e de certo modo são obras, projetos e ideias que aqui se apresen-tam. Mas, procura também ser uma proposta de reflexão acer-ca de um modo de ver, de pensar e de construir uma arquitetu-ra aberta à investigação e à experimentação e por isso dizemos uma arquitetura com olhos postos no mar, que nos carateriza. Ou seja, com olhos postos no infinito que mais não é do que a nossa capacidade de imaginação, criação e de superação. Melhor terá dito Vergílio Ferreira, “da minha língua vê-se o mar”, esse mar infini-to e universal tão próprio da nossa cultura que é Portugal.

There are architectural projects that move us, works that disturb us and others that question us. But there are also processes, ways of doing and conceiving, ideas that are developed and that are behind many of those buildings which can either impress and mark us, or be obliterated into anonymity, almost always as impor-tant as the exception and that we should know about and above all try to understand.

Sometimes the combination of a group of projects built during a particular period allows a better percep-tion than an isolated project of the evolution, and es-pecially the ideas behind it, that run through and are transversal to many architecture projects which are created despite the apparent formal, geometric and material differences.

It could be said that this is a book about works of archi-tecture and in a sense they are works, projects and ide-as that are presented here. But it also tries to be a pro-posal for reflection about a way of seeing, of thinking and of constructing, an architecture open to investiga-tion and experimentation and that is why we say an architecture with its eyes on the sea, that characterises us, in other words, with its eyes on infinity which is no more than our capacity for imagination, creation and overcoming. It was said better by Vergílio Ferreira, “from my language you can see the sea”, that infinite and uni-versal sea so typical of our culture that is Portugal.

Preface UMA ARQUITETURA PARA VER O MARAN ARCHITECTURE TO VIEW THE SEA

10

Mais do que um mero agrupar ou um simples desfilar de pro-jetos, obras diversificadas, de níveis de complexidade distintas, podemos descobrir que nestes projetos de arquitetura aqui reu-nidos procuramos referenciar um alinhamento conceptual que revela os diferentes tipos de intervenção, pensamento e estraté-gias que se colocam à arquitetura na atualidade e, nessa medi-da, apresenta-nos a divergência como método de trabalho para a criação de uma identidade arquitetónica.

Os projetos aqui apresentados são elementos de um processo evolutivo que ao longo de 20 anos fomos produzindo e são re-sultado de um permanente e rico diálogo com as pessoas, com os cidadãos, com as cidades e as diferentes exigências e culturas que experimentamos. Por isso, são reveladores do nosso proces-so de participação e de conhecimento da realidade e, nessa me-dida, procuram traduzir de modo inequívoco a presença do quo-tidiano como parte ativa do processo de criação e construção da arquitetura. Desta forma, o projeto e a consequente construção dos edifícios apresenta-se como um instrumento eficaz e por isso responsável para a criação de uma identidade coletiva, ou seja, de uma cultura.

Nestas arquiteturas resultado deste “living and working by the sea” encontramos um processo, uma metodologia, um posicio-namento,… do escritório e todo um racional que justifica, moti-va e condiciona esta ou aquela opção, esta ou aquela intenção. Raramente, a seleção é prévia, ou seja, raramente estamos presos a uma forma ou “tendência” de gabinete. A criação é livre e sem preconceitos mas orientada segundo princípios, causas e estru-turas, um objetivo que nos impede de escolher pela forma ou por critérios meramente estéticos e que apesar de tudo são tão legítimos como outros pois, dizia Óscar Niemeyer, “a justificação de um objeto belo está na sua própria beleza.” Dizemos ser possível. No entanto, não temos andado por aí.

Disse Picasso que “nem todos os quadros têm de ser obras-primas” Precisamente! Pintar é que importa. Pintar, ou se quisermos ar-quitetar, projetar, VIVER, viver todos os dias. E tal como o nevoeiro matinal de qualquer praia do Norte, quando confrontados com uma obra de arte, surge sempre aquela questão de saber se “Há mais alguma coisa para ver para além do que os olhos veem?” – E a resposta, é: “Sim!” Diz-nos Miller que “No objeto mais humilde pode-

More than a mere grouping and a simple parade of di-verse projects and works of varying levels of complex-ity, we can discover that in the architecture projects presented here we seek to highlight a conceptual align-ment which reveals the different types of intervention, thoughts and strategies that face architecture now-adays and, in that sense, it presents divergence as a working method to create an architectural identity.

The projects presented here are elements of an evolu-tionary process which we have produced over 20 years and are the result of a rich ongoing dialogue with the people, with the citizens, with the cities and the differ-ent demands and cultures that we experience. This is why they are revealing of our process of participating and of knowing reality and, in this sense, they seek to unequivocally translate the presence of daily life as an active part of the process of creation and construction of architecture. Thus, the design and resulting construc-tion of buildings is an effective instrument and there-fore responsible for the creation of a collective identity, which is to say, of a culture.

Consequently, in these architectures that stem from this “living and working by the sea” we find a process, a methodology, a position,… of the office and of all the rationale that justifies, motivates and conditions this or that decision, this or that intention. Rarely is the se-lection pre-defined, in other words, rarely are we fixat-ed on a shape or an office “trend”. Creation is free and without preconceptions but guided by principles, caus-es and structures, a complete rationale that is objec-tive and that stops us from making a choice based on shape or merely aesthetic criteria, which despite every-thing are as legitimate as any others because, as Óscar Niemeyer said, the justification of a beautiful object is in its own beauty. We say it is possible. Nevertheless, we have not taken that route.

Picasso said that “not all paintings need to be master-pieces” Precisely! painting is what matters. Painting, or if we will architecting, designing, LIVING, living eve-ry day. And just as any morning fog on any beach in the north, when facing a work of art, that question al-ways arises about “Is there anything more to see be-sides what the eyes can see?” – And the answer is: “Yes!” Miller tells us that “In the most humble object we can

11

mos encontrar o que quer que procuremos, seja beleza, verdade, rea-lidade ou divindade. O artista, o arquiteto, não cria estas qualidades, descobre-as ou oculta-as, no processo de produção. Quando perce-be a verdadeira natureza do seu papel pode continuar a pintar sem que haja o perigo de pecar, porque sabe que pintar ou não pintar sig-nifica o mesmo. Afinal não cantamos porque esperamos um dia en-trar numa ópera, canta-se porque os pulmões estão cheios de alegria e ninguém pode ser pago por irradiar alegria. Assim, esteja o mundo a desintegrar-se ou não, estejam vocês do lado dos anjos ou do pró-prio demónio, tomem a vida pelo que ela é, divirtam-se, espalhem alegria e muita confusão.”

Alguns destes trabalhos de escalas variadas e de programas tão diversificados e geometrias tão diferentes são disso verdadeiro exemplo: de descoberta, verdade, realidade e diversidade mas também de diversão, alegria, e seguramente, procuram espalhar alguma confusão.

Nuno Lacerda Lopes, Espinho, junto ao mar.

find whatever we are looking for, whether it is beauty, truth, reality or divinity. The artist, the architect, does not create these qualities, he discovers them or hides them, in the production process. When he realises the true nature of his role he can continue to paint without the danger of sinning, because he knows that to paint or not to paint means the same. After all we do not sing because one day we hope to be in an opera, we sing because the lungs are filled with joy and no one can be paid for radiating joy. Therefore, whether the world is disintegrating or not, whether you are on the side of the angels or the devil himself, take life as it is, have fun, spread the joy and a lot of chaos.”

Some of these works, with their varying scales and such diverse programmes and such different geometries, are a true example of this: of discovery, truth, reality and di-vinity but also of fun, joy and, surely, they try to spread some chaos.

Nuno Lacerda Lopes, Espinho, by the sea.

13

Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei.

Continuamente me estranho. Nunca me vi nem achei.

De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma.

Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo, Torno-me eles e não eu.

Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu.

Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem,

Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo Como páginas, meu ser.

O que segue não prevendo, O que passou a esquecer. Noto à margem do que li

O que julguei que senti. Releio e digo: "Fui eu ?"

Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa - Alberto Caeiro

I don’t know how many souls I have.I’ve changed at every moment.

I always feel like a stranger.I’ve never seen or found myself.

From being so much, I have only soul.A man who has soul has no calm.

A man who sees is just what he sees.A man who feels is not who he is.

Attentive to what I am and see,I become them and stop being I.

Each of my dreams and each desireBelongs to whoever had it, not me.

I am my own landscape,I watch myself journey -

Various, mobile, and alone. Here where I am I can’t feel myself.

That’s why I read, as a stranger,My being as if it were pages.

Not knowing what will comeAnd forgetting what has passed,

I note in the margin of my reading What I thought I felt.

Rereading, I wonder: “Was that me?”God knows, because he wrote it.

Fernando Pessoa - Alberto Caeiro

“I dON’T kNOW HOW MANY SOULS I HAVE”

“NãO SEI QUANTAS ALMAS TENHO”

Penso nunca ter encarado o trabalho de projeto de arquitetura com vista à sua publicação e divulgação através da imprensa ou dos media, e agora ao rever todo este trabalho (e muitos outros havia para além dos aqui reunidos), percebo que tem sido uma vida de muito trabalho, alegria e de intensa atividade. Talvez seja este o meu jeito de ser, Intenso e Ativo, mas também alegre, com gosto pela vida e com gosto pelas coisas boas da vida, como ir à praia, banhar-me no mar, contemplar com os amigos um belo pôr do sol, enfim, viver em contato com as forças da natureza que o mar sempre nos recorda.

Claro que nisto, incluo também a arquitetura como uma das me-lhores coisas da vida. Como a criação, a invenção, as pessoas, os amigos e alunos, os desafios, as incertezas, os nossos secretos de-sejos... e a outro nível, o respeito e a admiração por ideias, experi-ências, instabilidades, utopias, que se exprimem através das artes plásticas, da escultura, do cinema, do teatro, de tantos escritores e autores que também nos influenciam e nos tocam profunda-mente. E que, tal como o vento Norte, não se vê mas se sente (e de que maneira!) aqui nesta pequena cidade de Espinho onde vivo, e que nos proporciona uma grande dose de felicidade e por isso de alegria, humor, mas também de profunda intensidade.

Penso que não é possível entender estas obras sem perceber um difícil e complexo sistema de preocupações, do qual obra é tes-temunho, ou seja, uma tentativa de resolução. Por isso, estas ar-

I don’t think I have ever faced an architecture project with a view to publishing and disseminating it through the press or the media and now looking back on all this work (and there have been many others besides the ones gathered here), I see that it has been a life filled with work, joy and intense activity. Perhaps this is the way I am, Intense and Active, but also joyous, with a zest for life and a taste for the good things in life, like going to the beach, bathing in the sea, contemplat-ing a beautiful sunset with some friends, living in con-tact with the forces of nature that the sea always re-minds us of.

Of course, in this I also include architecture as one of the best things in life. Like creation, invention, people, friends and students, the challenges, the uncertain-ties, our secret desires... and on another level, the re-spect and admiration for ideas, experiences, instabili-ties, utopias, which are expressed though plastic arts, sculpture, cinema, theatre, so many writers and au-thors who also influence us and touch us profoundly and that, just like the north wind, cannot be seen but is felt (and how!) here in this small city of Espinho, where I live and that provides us with a huge amount of hap-piness and therefore joy, humour, but also profound intensity.

I think that it is not possible to appreciate these works without understanding a difficult and complex system of concerns, of which the work is a testament or, in oth-

INTrODUcTION UM MODO DE VER A ARQUITETURAintrodução

A WAY OF SEEING ARCHITECTURE

15

quiteturas encerram de algum modo um registo autobiográfico, dos pensamentos, dúvidas, algumas certezas, experiências pu-ras, ora formais, ora metodológicas, ora construtivas, ora tipoló-gicas… que os projetos permitem realizar e, nessa medida, pare-cem ter um sabor experimental.

Têm sobretudo a preocupação da não criação de um estilo, que sempre recuso e que me assusta profundamente. Daí a ânsia da quase permanente tentativa da não repetição de modelos for-mais ou espaciais que já abordei noutros trabalhos. Procuro sem-pre acrescentar uma outra visão, um outro enquadramento, uma outra dificuldade que me estimule e incentive na criação, na reso-lução de programas, dos sítios, das encomendas e das necessida-des, que os meus clientes, amigos e colaboradores me solicitam.

Nunca foi minha preocupação compilar uma obra, demonstrar princípios ou descobrir novos e sábios métodos para a discipli-na, que viverá sempre muito bem sem nós. No entanto, nunca procurei também reproduzir métodos, formas, “estilos”, tendên-cias, modos de projetar - desta ou de outra escola - que não fos-sem também os meus princípios, os meus modos de entender, a minha aprendizagem, o meu percurso,… com a minha inteira responsabilidade.

A proximidade do mar, da praia e do sol, oferece-nos desde cedo o assumir do nosso corpo e da nossa nudez, pelo que viver junto ao mar ensina-nos a manter uma boa relação com o Corpo e com a Matéria, sem complexos e sem ambiguidades.

Talvez por isso, desde cedo decidi desenvolver os meus traba-lhos em escritório próprio. Tem as suas vantagens: liberdade de conceção, independência metodológica, responsabilidade nas opções e estratégias,... bem como desvantagens: multiplicação de erros e sua manutenção, aprendizagem mais demorada, quer dos aspetos de gestão de um escritório, da procura da organiza-ção de um trabalho e quer dos modos de atuar face aos clientes e suas encomendas,… e descobri que este não é um mundo per-feito… e ainda bem!

er words, an attempt to resolve them. Consequently, these architectural projects in some way close an au-tobiographical record, of thoughts, doubts, some cer-tainties, pure experiences, be they formal, methodo-logical, constructive, typological… which the projects make it possible to bring to fruition and, in that sense, they seem to have an experimental flavour.

They are mostly concerned with not creating a style, which I have always refused to do and that scares me deeply. Hence the anxiety of an almost perpetual en-deavour to not repeat formal or spatial models that I have employed in other works. I always try to add an-other viewpoint, another framework, another difficulty that will stimulate and motivate me in the creation, in the resolution of programmes, of places, of orders and of needs, which my clients, friends and collaborators request of me.

It was never my concern to compile a work, to demon-strate principles or to discover new and wise methods for the discipline, which will always live on fine without us. Nevertheless, I also never tried to reproduce meth-ods, forms, “styles”, tendencies, ways of designing – from this or that school – if they were not my principles too, my ways of perceiving, my learning, my journey,… with my entire responsibility.

The proximity of the sea, the beach and the sun, pro-vides us early on with security in our body and our na-kedness, so living by the sea teaches us to have a good relationship with Body and Matter, without complex-es or ambiguities.

Perhaps that is why I decided to have my own work-space from early on. It has its advantages: conceptual freedom, methodological independence, responsibility for choices and strategies,... as well as disadvantages: multiplication of errors and their maintenance, slower learning, in terms of managing an office, searching for the organisation of a project and the way to behave in front of clients and their orders,… and I discovered this is not a perfect world… and that is just as well!

16

O meu interesse em tantas áreas disciplinares como o desenho, a pintura, a cenografia, o teatro, a música, a fotografia, o mobiliá-rio, a arquitetura de interiores, o cinema, o cinema de animação, a banda desenhada, o design gráfico; não me permitiu o desen-volvimento de um escritório centrado exclusivamente na arqui-tetura ou no projeto de arquitetura, “pura e dura”!

Assim, desenvolvi o atelier CNLL com as vertentes da arquitetura, engenharia, cenografia, planeamento, paisagismo, design e pro-dução de mobiliário, que tem o projeto e o desenho, a criação e a invenção, como base comum e que depois se estruturam e se organizam em metodologias, processos e objetivos distintos.

É precisamente este processo metodológico que este livro pro-cura evidenciar. Mais do que projetos ou singulares arquiteturas, obras-primas geniais que não pretendi alguma vez fazer, foi in-tenção descobrir caminhos sem medo de errar, ou melhor, onde o erro – o envelhecimento, a miscigenação – possam fazer par-te, também, do próprio processo de trabalho.

A ideia da arquitetura, neste processo, não é entendida como algo definitivo e estável (não é um dado adquirido) mas um pro-cesso que se reinventa, uma onda que vem e vai e que, por ve-zes, apaga a jura de amor que na areia desenhamos.

O desenho é um vício subtil, é um instrumento para criar, para inventar objetos, para estabelecer relações, para estimular expe-riências, que provocam sentimentos, exprimem conflitos, po-tenciam desejos, paixões e raivas que os bosquejos que procuro fazer poucas vezes se aproximam de um ideal de síntese, per-correndo outros caminhos que conhecemos bem e sempre em contramão!

Sempre estive atento a esta ideia de Miller que nos diz que “Segundo a estética japonesa, a poesia deve ser como a seda, lisa e elegante. Mas a poesia suprema é como um papel ordinário e deve manter uma certa rugosidade”. Não sendo poesia certamente, a arquitetura que procuramos fazer persegue no entanto esse ide-al de “rugosidade”, da procura de uma “certa rugosidade”.

My interest in such areas as drawing, painting, set de-sign, theatre, music, photography, furniture, interior de-sign, cinema, animation, comic strips, graphic design means that I have not created an office centred exclu-sively on architecture or on architectural project, “pure and simple”!

As a result, I created the CNLL atelier with the areas of architecture, engineering, set design, furniture design and production, which has design and drawing, crea-tion and invention, as a common basis and which are later structured and organised into different methodol-ogies, processes and objectives.

It is precisely this methodological process that this book seeks to underline. More than projects or singular archi-tectures, genius masterpieces which I never meant to do, the intention was to discover paths without fear of making mistakes, or rather, where the mistake – age-ing, blending – can be a part of the actual work proc-ess too.

The idea of architecture, in this process, is not seen as something definitive and stable (it is not a foregone conclusion) but a process that is reinvented, a wave that comes and goes and that sometimes erases the promise of love that we draw in the sand.

drawing is a subtle addiction, it is an instrument to create, to invent objects, to establish relationships, to stimulate experiences, which provoke feelings, express conflicts, heighten desires, passions and rages that the outlines that I try to do seldom come close to the ideal synthesis, taking other courses we know so well and al-ways against the flow!

I always paid attention to this idea of Miller’s which tells us that “According to the Japanese aesthetic, po-etry should be like silk, smooth and elegant. But su-preme poetry is like an ordinary paper and should maintain a certain roughness”. As it is definitely not po-etry, the architecture that we try to do nevertheless pur-sues this ideal of “roughness”, of the quest for a “certain roughness”.

17

Por isso, os meus projetos não são como a água cristalina (se é que existe ainda algo cristalino?!), estes seguramente não o são! São projetos impregnados de situações, circunstâncias, de uma vida quotidiana, que pretendemos rica e de confronto, onde a contaminação de outros olhares, outras experiências, outros campos disciplinares, são disso riqueza e testemunho, e por isso não são cristalinos, nem se viram sobre si ou exclusivamente so-bre a disciplina da arquitetura.

Há outras motivações, outros textos, outras ideias, outros riscos que se pretendem explorar. Umas vezes mais evidentes, outras menos. No entanto e dada a diversidade, existem alguns concei-tos, ideias, estratégias ou intenções que de algum modo atraves-sam o modo de projetar ou trabalhar e que estão sempre presen-tes como código ou ADN.

Conceitos como verticalidade, compressão, vertigem, transfigu-ração, luz, movimento, corpo e sua espacialidade,… são temas que o sentido do “sensual” pode sistematizar e que, de algum modo, podem caraterizar o percurso de investigação e de criação de objetos, espaços e acontecimentos, que tenho vindo a produ-zir. A arquitetura é privilegiadamente a de maior expressão.

Em cada trabalho que se desenvolve, ora se dá continuidade a experiências de outros, ora se redefinem estratégias, ora se reci-clam ideias, ora se experimentam materiais, ora se questionam os programas e as encomendas, os sítios, os clientes, a nossa pró-pria ideia, a certeza ou incerteza da nossa ideia, a emoção de criar mais cinco abordagens diferentes para o mesmo problema, mas sempre com muita dedicação, convicção e alegria de ainda não o termos feito.

Disse Henry Miller: “Nesta altura já perdi muitas ilusões, mas feliz-mente não o meu entusiasmo nem a alegria de viver, nem a minha curiosidade insaciável. É talvez esta curiosidade sobre todas as coisas que faz de mim o «escritor» que sou. Nunca me abandonou. disposto a ouvir! Até a maior maçada pode suscitar o meu interesse.” E assim o digo eu.

This is why my projects are not like crystalline water (if there still exists anything crystalline?!), they certainly are not! They are projects imbued with situations, cir-cumstances, a daily life, which we desire to be rich and of confrontation, where the contamination of oth-er views, other experiences, other disciplines, are its wealth and testament, and therefore they are not crys-talline, nor do they focus on themselves or exclusively on the discipline of architecture.

There are other motivations, other texts, other ideas, other risks that are meant to be explored. Sometimes more evident, at others less so. Yet, and given the diver-sity, there are some concepts, ideas, strategies or inten-tions that in some way traverse the way of projecting or working and which are always present like a code or dNA.

Concepts like verticality, compression, vertigo, transfig-uration, light, movement, body and its spatiality,… are themes that the sense of the “sensual” can systematise and that, in some way, may characterise the journey of investigation and creation of objects, spaces and events, which I have produced. Architecture is over-whelmingly the most meaningful one.

Therefore, in each project that is developed, either con-tinuity is given to the experiences of others, or strategies are redefined, or ideas are recycled, or materials are ex-perimented with, or questions are raised about the pro-grammes and the specifications, the places, the clients, our own idea, the certainty or uncertainty of our idea, the thrill of creating another five different approaches to the same problem, but always with plenty of dedica-tion, conviction and joy that we have not done it yet.

Henry Miller said: “At this point I have lost many illu-sions, but fortunately not my enthusiasm, nor my joy of living, nor my unquenchable curiosity. It is perhaps this curiosity about everything that makes me the “writer” that I am. It has never left me. Willing to listen! Even the most boring thing can arouse my interest.” And I agree.

18

Aprendi com Thomas Bernhard acerca dos perigos do conforto, do medo do novo e do gosto pela estabilidade, e que este pro-cesso nos leva a transformação e aceitação do clássico ou seja de que hoje nada se põe em causa pois “hoje a Humanidade está em casa!” Os clássicos, a literatura, a pintura clássica não nos incomo-dam e a arquitetura rapidamente se transforma num clássico – até os jogos de futebol se tornam “clássicos” – e o que é necessá-rio fazer hoje em dia é, segundo este autor, perturbar. Um artista que se preze tem de perturbar, perturbar sempre, disse-nos em “Minetti – retrato de um artista quando velho”, peça que trabalhei com Ricardo Pais no Teatro D. Maria II, em Lisboa, em 1990.

Dessas perturbações destaco três áreas que contaminam o meu pensamento, a minha abordagem, a minha existência: as artes plásticas, o teatro e a literatura. Se bem que a literatura, a lingua-gem escrita, seja algo condicionante, orientada por um fio con-dutor, previamente definido por um autor onde não é possível fa-zer atalhos, divergir ou intersetar leituras como na pintura onde somos livres de “criar” a nossa visão – da esquerda para a direita, de cima para baixo ou vice-versa, visão global ou parcial. O te-atro é a arte que melhor une, confronta e exprime visualmen-te ideias, conceitos e visões disciplinares tão distintas ou contra-ditórias que se percebe o enorme sucesso e influência que esta arte tem no Homem e que é capaz de tornar a sua emotividade, na sua própria legitimidade. A emoção, a dramatização do espa-ço, a luz, o assombro, a perturbação, a cor, o tempo e a não linea-ridade do tempo, são alguns dos fatores que nos fazem sistema-ticamente reavaliar o nosso próprio percurso.

É através do projeto e de uma metodologia divergente que me permite trabalhar em áreas tão diferentes como o desenho de joias, a criação de identidades corporativas, ao desenho de um planetário, à criação de um novo modelo de sanitários ou o de-senho de luz para uma exposição. Não separo portanto o meu campo de trabalho como arquiteto em áreas estanques onde é necessário “vestir ou despir uma farda” para trabalhar na conce-ção de uma casa ou no planeamento de uma parte da cidade, na redistribuição funcional de um layout para uma fábrica ou, na conceção de um modelo de agências de um banco, ou no dese-nho da frente marítima de uma cidade, a título de exemplo. Por

I learnt with Thomas Bernhard about the perils of com-fort, the fear of the new and the taste for stability, and that this process leads us to the transformation and acceptance of the classic or, in other words, that today nothing is questioned because “today Humanity is at home!” The classics, literature, classical painting does not bother us and architecture rapidly becomes a clas-sic ¬– even football games become “classics” – and what is necessary nowadays, according to this author, is to disturb. A worthy artist must disturb, always dis-turb, he told us in “Minetti – portrait of an artist as an old man”, a play I worked on with Ricardo Pais at the d. Maria II Theatre in Lisbon in 1990.

Of these disturbances I highlight three areas that con-taminate my thought, my approach, my existence: plastic arts, theatre and literature. Though literature, the written language, is somewhat constraining guid-ed by a central thread, previously defined by an author where it is not possible to take shortcuts, to diverge or intersect readings like in painting where we are free to “create” our vision – from left to right, from top to bot-tom or vice-versa, global or partial vision. Theatre is the art that best combines, confronts and visually express-es ideas, concepts and visions so distinct or contradic-tory that the huge success and influence that this art form has had on Man is understandable as it is able to turn its emotiveness into its own legitimacy. The emo-tion, the dramatisation of space, the light, the wonder, the disturbance, the space, the colour, the time and the non-linearity of time, are some of the factors that make us systematically reassess our own journey.

It is project and a divergent methodology that ena-ble me to work in such diverse areas as jewellery de-sign, the creation of corporate identities, the design of a planetarium, the creation of a new model of toilets or the lighting design for an exhibition. This means I do not separate my field of work as an architect into com-partmentalised areas where it is necessary to “put on or take off a uniform” to design a house or plan part of a city, to redistribute the functional layout of a fac-tory or conceive a new model of bank branches, or to

19

isso, é sempre redutor um tema como este de Arquitetura, quan-do a Arquitetura é sempre muito mais do que construímos e pro-jetamos e está sempre muito para além do que os olhos veem.

Algumas desta obras procuram tão apenas espelhar alguma da diversidade que o projetar em Arquitetura permite realizar crian-do edifícios que antes foram desejo, depois desenho, em seguida criação e posteriormente representação e projeto, num fio con-dutor cheio de momentos e circunstâncias, num encadeamento de situações e de histórias, de mitos, memórias individuais e co-letivas e por isso veículos de cultura, tão nossa que parece que-rer tocar o mar.

design a city’s seafront, for example. Thus a theme like Architecture is always limiting, when Architecture is al-ways so much more than what we build and design and extends beyond what the eyes see.

Some of these works merely seek to reflect some of the diversity that Architecture projects can bring into being by creating buildings that began as desire, then draw-ing, followed by creation and later representation and design, in a central thread filled with moments and cir-cumstances, a chain reaction of situations and sto-ries, of myths, individual and collective memories and therefore vehicles of culture, so typically ours that it seems to want to touch the sea.

20

21

264

Ficha TécnicaTechnical informaTion

V8 i TD_Habitação Coletiva e Comércio

Localização . location | Vila Nova de GaiaProjecto . Project | 2003_2007Dono da Obra . client | V8- Gestão Imobiliária, S.A.arquitetura coordenação . architecture’s coordination | Nuno Lacerda Lopesarquitetura colaboração . architecture colaborations | CNLL | Natália Rocha, Augusto Rachão, Paula Araújo, Maria João Venâncio, Ângelo Monteiro, Ana Maria Viana, Ana Luísa TeixeiraEspecialidades . Specialties | CNLL | Teixeira DuarteÁrea do Lote 10 . lot area 10 | 2.288,00 m2Área do Lote 14 . lot area 14 | 1.311,00 m2Área Bruta de construção 10 . Gross Building area 10 | 15.758,00 m2Área Bruta de construção 14 . Gross Building area 14 | 13.096,00 m2Simulações 3D . 3D Simulations | CNLLMaqueta . model | CNLLFotografia . Photography | Nelson Garrido

centro Multimeios_Obra Institucional

Localização . location | EspinhoProjeto . Project | 1996_2000Dono da Obra . client | Câmara Municipal de Espinhoarquitetura coordenação . architecture’s coordination | Nuno Lacerda Lopesarquitetura colaboração . architecture colaborations | CNLL | Augusto Rachão, João Garrido, Maria João Venâncio, Paula AraújoEspecialidades . Specialties | CNLLÁrea Bruta de construção . Gross Building area | 4.650,00 m2Simulações 3D . 3D Simulations | CNLLMaqueta . model | CNLLFotografia . Photography | Luís Ferreira Alves I Jorge Santos | Nelson Garrido

capelas Mortuárias_Obra Institucional

Localização . location | EspinhoProjeto . Project | 1990Dono da Obra . client | Comissão Fabriqueira da Paróquia de Espinhoarquitetura coordenação . architecture’s coordination | Nuno Lacerda LopesEspecialidades . Specialties I Eng.º Napoleão Amorim | OrgelÁrea Bruta de construção . Gross Building area | 320,00 m2Simulações 3D . 3D Simulations | CNLLFotografia . Photography | Luís Ferreira Alves

Escola Mouriz_Centro Escolar

Localização . location | Mouriz | ParedesProjeto . Project | 2009_2010Dono da Obra . client | Câmara Municipal de Paredesarquitetura coordenação . architecture’s coordination | Nuno Lacerda Lopesarquitetura colaboração . architecture colaborations | CNLL | Márcia Areal, Vanessa Tavares, Hélder Lopes, Augusto Rachão, Natália Rocha, Paula AraújoEspecialidades . Specialties I CNLL I Central de projetos, IPC, Ac + CogerÁrea do Lote . lot area | 11.000 m2Área Bruta de construção . Gross Building area | 3.742 m2Simulações 3D . 3D Simulations | CNLLMaqueta . model | CNLLFotografia . Photography | Fernando Guerra | FG + SG – Fo-tografia de arquitetura

265

Escola Vilela_Centro Escolar

Localização . location | Vilela | ParedesProjeto . Project | 2009_2010Dono da Obra . client | Câmara Municipal de Paredesarquitetura coordenação . architecture’s coordination | Nuno Lacerda Lopesarquitetura colaboração . architecture colaborations | CNLL | Márcia Areal, Vanessa Tavares, Hélder Lopes, Augusto Rachão, Natália Rocha, Paula AraújoEspecialidades . Specialties I CNLL I Central de projetos, IPC, Ac + CogerÁrea do Lote . lot area | 10.440 m2Área Bruta de construção . Gross Building area | 3.597 m2Simulações 3D . 3D Simulations | CNLLMaqueta . model | CNLLFotografia . Photography | Fernando Guerra | FG + SG – Fo-tografia de arquitetura

Teca_Obra Institucional

Localização . location | PortoProjeto . Project | 2000 _ 2003Dono da Obra . client | Porto 2001, S.A.arquitetura coordenação . architecture’s coordination | Nuno Lacerda Lopesarquitetura colaboração . architecture colaborations | CNLL | Natália Rocha, Augusto Rachão, Ana Maria Viana, Maria João Venâncio, Ana Luísa Teixeira, Ana ReisEspecialidades . Specialties | CNLLÁrea Bruta de construção . Gross Building area | 3.650,00 m2Simulações 3D . 3D Simulations | CNLLMaqueta . model | CNLLFotografia . Photography | Luís Ferreira Alves | João Tuna | CNLL

Estádio Sporting clube de Espinho_ Estádio e Pavi-lhão Desportivo

Localização . location | EspinhoProjeto . Project | 2008Dono da Obra . client | Sporting Clube de Espinhoarquitetura coordenação . architecture’s coordination | Nuno Lacerda Lopesarquitetura colaboração . architecture colaborations | CNLL | Natália Rocha, Augusto Rachão, Ana Maria Viana, Maria João Venâncio, Paula Araújo, Márcia Areal Especialidades . Specialties | CNLLÁrea do Lote . lot area | 37.500,00 m2Área Bruta de construção . Gross Building area | 20.500,00 m2Simulações 3D . 3D Simulations | CNLLMaqueta . model | CNLL

casa Braga_Habitação Unifamiliar

Localização . location | BragaProjeto . Project | 2007_2011Dono da Obra . client | Ângulos da Cidade, Ldaarquitetura coordenação . architecture’s coordination | Nuno Lacerda Lopesarquitetura colaboração . architecture colaborations | CNLL | Natália Rocha, Augusto Rachão, Ana Maria Viana, Maria João Venâncio, Ângelo Monteiro, Ana Luísa TeixeiraEspecialidades . Specialties | CNLL | Sá MachadoÁrea do Lote . lot area | 450,00 m2Área Bruta de construção . Gross Building area | 358,00 m2Maqueta . model | CNLLFotografia . Photography | Nelson Garrido

266

Nota:Os textos foram escritos especificamente para este fim e são resultado de sínteses das memórias descritivas e de apontamentos pessoais do autor. A todos os que contribuíram direta ou indiretamente para a realização destas obras, o nosso agradecimen-to por tornarem possível a realização deste livro e des-ta Obra.

NB: The texts were written specifically for this purpose and are the result of the descriptives synthesis and personal notes from the author. To all of those who contributed directly or indirectly to the realization of these works, our thank for making possible the realization of this book and this work.

ciaRV_Centro de Interpretação Ambiental do Rio Vez

Localização . location | Arcos de Valdevez Projeto . Project | 2011Dono da Obra . client | Câmara Municipal de Arcos de Valdevez arquitetura coordenação . architecture’s coordination | Nuno Lacerda lopesarquitetura colaboração . architecture colaborations | CNLL | Natália Rocha, Augusto Rachão, Ana Maria Viana, Maria João Venâncio, Vânia Moreira, Vasco CortêsEspecialidades . Specialties | CNLLÁrea do Lote . lot area | 14.000,00 m2Área Bruta de construção . Gross Building area | 4.805,83 m2Simulações 3D . 3D Simulations | CNLL

MTower_Edifício de Habitação, Comércio e Serviços

Localização . location | MoçambiqueProjeto . Project | 2012Dono da Obra . client | Promovalor, sgps, S.A.arquitetura coordenação . architecture’s coordination | Nuno Lacerda Lopesarquitetura colaboração . architecture colaborations | CNLL | Márcia Areal, Augusto Rachão, Ana Maria Viana, Maria João Venâncio, Nuna Castro, Vânia Moreira, Vasco Cortês, Vanessa Tavares, Bruno Maia, Rubina Afonseca, Paula Araújo, Pedro Botelho Especialidades . Specialties | CNLLÁrea do Lote . lot area | 600,00 m2Área Bruta de construção . Gross Building area | 540,00 m2Simulações 3D . 3D Simulations | CNLL

casa Valongo_Habitação Unifamiliar

Localização . localização | ValongoProjeto . Project | 2007_2010Dono da Obra . client | Antónia Rochaarquitetura coordenação . architecture’s coordination | Nuno Lacerda Lopesarquitetura colaboração . architecture colaborations | CNLL | Natália Rocha, Augusto Rachão, Maria João Venâncio, Ana Maria Viana, Paula Araújo, Bruno MaiaEspecialidades . Specialties | CNLL Área do Lote . lot area | 2.406,00m2Área Bruta de construção . Gross Building area | 1.222,28m2Maqueta . model | CNLLFotografia . Photography | Nelson Garrido

cEnTRO EScOLaR | Paredes | 2011Fotografia . Photography | Nelson Garrido

Carlos Nuno Lacerda Lopes, é Arquiteto e Professor na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Autor da tese de dou-toramento “Projetos e Modos de Habitar” apresentada em 2007 à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto; investi-ga temas relacionados com a Inovação em Arquitetura, Design, Construção, Cenografia, Modos de Habitar e desenvolve ativida-de profissional na CNLL I Arquitetura, Design e Engenharia.

Movida por este criador, a CNLL espelha os valores, metodologias, critérios de qualidade e a sua ideia de arquitetura, que assenta no Homem como a figura central do espaço construído, num eterno apelo aos sentidos e à inesgotável vontade de experimentação.

NUNO LACERDA LOPES ARQUITETO

carlos nuno lacerda lopes is an architect and lecturer at the faculty of architecture at the University of Porto. author of the doctoral thesis “Projects and Ways of liv-ing” presented in 2007 to the faculty of architecture at the University of Porto, his research focuses on topics related to innovation in architecture, Design, construc-tion, Scenography, Ways of living and develops profes-sional activity in the cnll i architecture, Design and engineering. Driven by this author, cnll mirrors the values, meth-odologies, quality criteria and his idea of architecture, which is based on man as the central figure of the built environment, in an eternal appeal to the senses and to the inexhaustible desire for experimentation.

archiTecT

Com larga experiência profissional em programas de diferentes escalas, dimensões e complexidade, vem desenvolvendo inúme-ros projetos de referência em Portugal e no estrangeiro.

Das obras institucionais às de habitação coletiva e individual; dos espaços empresariais, comerciais e de serviços à indústria; dos equipamentos urbanos ao projeto urbano e de planeamento; até ao desenho de cenários para os mais relevantes Teatros Nacionais e para Televisão, ou através do design de mobiliário, de produto e de equipamentos, percebemos para além do lado empreende-dor e inovador que coloca no seu trabalho, o novo entendimen-to e dinâmica que o profissional criativo adquire na atualidade, assumindo-se como agente privilegiado na transformação e na criação de novos espaços, lugares e desejos.

Ao longo da sua atividade, participou em diversas exposições individuais e coletivas de Arquitetura, Design e Cenografia, tra-balhos que valeram já, em conjunto com a sua atividade de ar-quiteto, vários prémios e diversas publicações nacionais e inter-nacionais.

With an extensive professional experience in programs of different scales, sizes and levels of complexity, he has developed countless reference projects in Portugal and abroad.

from the institutional projects to the multi-family and single-family housing ones; from the business, com-mercial and services spaces to industry; from the urban infrastructure to the urban and planning projects; to the design of sets for the leading national theatres and television, or through the design of furniture, product and equipment design, we can perceive, apart from the entrepreneurial and innovative side of his work, the new understanding and dynamics that creative profes-sionals have today, as key agents in the transformation and creation of new spaces, places and desires.

Throughout his career he has taken part in several indi-vidual and group exhibitions in the field of architecture, Design and Scenography, projects which, alongside his work as an architect, have already won him various awards and publications, both national and interna-tional.

FICHA TÉCNICA

EditorTransnética

CoordenaçãoPedro BotelhoRubina afonseca

Design GráficoTransnética

Fotografiaarquivo cnLLFernando GuerraJoão TunaJorge SantosLuís Ferreira alvesnelson Garrido

ImpressãoOrgal, Porto

ISBN978-989-97480-6-4

Depósito Legal343850/12

© atelier nuno Lacerda LopesRua 62, n. 259, 4500-366 Espinho, PortugalT. (+351) 227 347 599 F. (+351) 227 314 633© dos desenhos, esquissos, fotografias, textos e traduções: autores of drawings,sketches, photographs, text and translations: the authors

copyright ©, TransnéticaTodos os Direitos Reservados

impresso em PortugalProduzido em Portugal

[email protected]

Troca chapa de preto

NU

NO

LA

CER

DA

LO

PES

ARC

HIT

ECTU

RE