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Núcleo de Aquarelistasboletim informativo

da FASM

AQUAREL I S TA S

N Ú C L E O D EF

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SÃO PAULO, SETEMBRO 2004N o 81

A AQUARELA NOS 450 ANOS DESÃO PAULO a cidade, a paisagem, a arquitetura,

as gentes, a poética

Sara Goldman-BelzPrioridade, 2004, aquarela, colagem

e pigmentos s/ papel, 52 x 36 cm

Jorge HenriquePombas brancas, 2004, aquarela s/ papel, 25 x 42 cm

Manhã ensolarada, 23 denovembro de 2003, Dia Mundial daAquarela, Parque do Ibirapuera.

Encontro, esboços, cores eaquarela; São Paulo pronta paracomemorar seus 450 anos e o Núcleode Aquarelistas da FASM iniciando suashomenagens.

Na Galeria Eugenie Villienmostramos hoje nossas imagens.

São Paulo caótica e bucólica,seus prédios, praças, jardins emonumentos; seu céu, lagos, árvores eflores, seu povo.

Memórias de São Paulo antigacontrastando com sua supermo-dernidade; o contraste da beleza com aviolência e degradação.

Aquarelas diversas: ingênuas,elaboradas, informais, figurativas,místicas e realistas, uma grandeexperimentação de materiais.

São Paulo representada comamor por um grupo de aquarelistas queaqui nasceu ou a elegeu como suamorada.

O Núcleode Aquarelistas,juntando-se àsh o m e n a g e n sprestadas a estanossa São Paulo,pelos seus 450anos, mostra, nestasua exposiçãoanual, São Paulovista e sentida por51 de seus inte-grantes e por seisconvidados atravésda aquarela. Maisde uma centena detrabalhos que testemunham a força, ascores, a beleza velada/escancarada, assutilezas, os dramas, “a elegânciadiscreta” desta quase órfã cidade-mãe.

A Galeria Eugenie Villien naFASM hospeda este caleidoscópio deimagens de 9 a 30 de setembro de 2004.

A exposição teve a curadoria deEddy Ticerri, coadjuvada pelo críticoOscar D’Ambrosio (ABCA) que

trabalhou em cimado texto SeisPropostas para oPróximo Milêniode Italo Calvino,direcionando-opara o mundo daarte e da aquarela.Contou ainda naorganização com otrabalho de inte-grantes do Con-selho do Núcleo ecom as inesti-máveis parceriasda FASM, daPintar !, da WhiteCastle e do apoiocultural de IsidoroZakon.

Enio Sque f fPaisagem urbana - Vila Madalena, 2002, aquarela

s/ papel, 22 x 32 cm CPN Eddy Tricerri - Curadora

- 2 - Núcleo de Aquarel i s tas da FASM Boletim 81

MERGULHO POÉTICO NA CAPITALPAULISTA

Meio de expressão delicado, caracterizado pelo uso de transparências evelaturas, a aquarela exige um trabalho geralmente rápido e sem retoques, no qualnão há espaço para o erro. O aquarelista é justamente um mestre do acerto ou daarte de transformar o aparente erro em reveladora descoberta estética.

A exposição A aquarela nos 450 anos de São Paulo: a cidade, apaisagem, a arquitetura, as gentes, a poética mostra, em mais de 150 trabalhosde mais de 50 artistas do Núcleo de Aquarelistas da Faculdade Santa Marcelina eseus convidados, visões múltiplas de São Paulo. Elas foram organizadas seguindoos seis princípios que, segundo o intelectual de língua italiana Ítalo Calvino, devemnortear este milênio.

Assim, a mostra apresenta trabalhos marcados pela:- Exatidão (imagens fiéis ao referente paulista concreto);- Rapidez (o ritmo do gestual predomina e começa a desconstrução dos objetos);- Leveza (o referente começa a surgir envolto em misteriosas nuvens dominadaspela volatilidade)- Visibilidade (processos imaginativos geram numerosas leituras ilusórias e simbólicasrumo ao abstracionismo e à interiorização)- Multiplicidade (entrelaçamento de fatos estéticos e de linguagens, com grafismos,elementos pictóricos e originalidade a toda prova); e- Consistência (aqueles que atingiram, com a aquarela, maestria estética, metafóricae alegórica).

Gradualmente, o visitante passará das imagens mais conhecidas da cidade para mergulhos poéticos em busca daessência de São Paulo. Ela pode ser encontrada nos mais diversos lugares, principalmente quando se manobra com a tinta daaquarela, com o aglutinante e com a água, matérias-primas a serviço de uma técnica na qual o maior talento está em ter umaidéia na cabeça e um perfil realizador para concretizá-la imageticamente. Oscar D’Ambrosio

Infelizmente, Italo Calvino faleceu antes de escrevera conferência na qual explicaria melhor o seu conceito deconsistência. O que se deduz de escritos anteriores é que,nessa categoria, ele incluiria aqueles que apresentam umtrabalho pleno em coerência, firmeza e solidez na sua posturaartística e existencial. Verdadeiros consigo mesmos e honestosem relação à arte que praticam, os participantes deste módulotransformam a melhor teoria da aquarela em prática dequalidade, são eles Enio Squeff, Iole Di Natale, JorgeHenrique, Ruth Sprung Tarasantchi, Sara Goldman-Belze Walter Miranda. OD’A

Ruth Sprung Tarasantch iIb i r a p u e r a , s / d , a q u a r e l a s / p a p e l , 3 9 x 5 7 c m

Walter MirandaFlores do asfalto, 2004 aquarela s/

papel,56 x 38

CONSISTÊNCIA - Coerência, firmeza,solidez. Estabilidade de pensamento e açãoque qualifica uma pessoa como confiável.Afinação entre o pensar, dizer e fazer. Pediremprestado e pagar, só prometer se pudercumpr i r. Ser cons is tentemente honestomesmo ao mudar de opinião ou situação.Fazer da prática o espelho da teoria.

C O N S I S T Ê N C I A

Tereza Halliday in Propostas Decentes

Iole Di NataleSão Paulo no 12, 1995, aquarela s/ papel, 22 x 30 cm

Boletim 81 Núcleo de Aquarel i s tas da FASM - 3 -

E X A T I D Ã O

Gladys Maldaun Brás, 1996, aquarela s/ papel,

76 x 56 cm

Ser exato, para Calvino,significa ter a boa definição de um projetode obra, formando idéias visuais nítidasnuma linguagem precisa. Os trabalhosinseridos neste módulo são justamenteaqueles que apresentam ao observadoruma realidade facilmente identificável.Isto não elimina a presença doimaginário, mas indicia um respeito peloreferente, embora sempre com umapoética própria, na qual detalhes podeminterferir e enriquecer a realidadeobservável.

Podemos ver nesta seção ostrabalhos de Deli Ribeiro, Elza Oda,Francisca do Val, Gladys Maldaun,Isabel Cardoso, Lucy Araujo, MariaSerena, MLM Panizza, MarinaCaetano, Nair Fredianelli, NilmaManfrinato e Rosemary Granata. OD’A

Nair FredianelliLago Ibirapuera, 2004, aquarela s/ papel, 36 x 53 cm

MLM PanizzaJardim da Luz I, 2004, aquarela

s/ papel, 40 x 30 cm

Deli RibeiroPrimeira Câmara da cidade de São Paulo, 2004, aquarela s/

papel, 29 x 42 cmL u c y d e A r a ú j o

Vista do Parque Ibirapuera II, 2004, aquarela s/ papel, 45 x 57 cm

R o s e m a r y G r a n a t aLargo São Francisco, 2004,aquarela s/ papel, 24 x 31 cm


Maria SerenaParadoxal I, 2004, aquarela s/ papel, 42 x 30 cm

I sabe l CardosoSão Paulo e seus habitantes, s/d, aquarela s/ papel, 24 x 32,5 cm

Marina CaetanoViaduto Santa Ifigênia, 2004, aquarela s/ papel, 18 x 23,5 cm

N i l m a M a n f r i n a t oTeatro Municipal de SãoPaulo e Viaduto do Chá, 2004,

aquarela s/ papel, 35 x 50 cm

E l z a O d aAv 23 de Maio/Rua Vergueiro, 2004, aquarela s/ papel, 35 x 48 cm

EXATIDÃO - Entre os ant igos egípcios era s im-bo l i zada po r uma p luma chamada Maat - deusa doequilíbrio preciso da balança. Com esta metáfora Calvinon o s i n s t a a s e ricást icos , is to é,d o t a d o s d e f i -del idade e preci-são ao expres-sa r i dé ias e re -p a s s a r i n f o r m a -ções. Somente nal i n g u a g e m p o é -t i ca , a amb igü i -dade é vir tude.

Franc i sca do Va lMarina no parque, 2004, aquarela s/ papel, 31 x 41 cm

Tereza Hallidayin Propostas Decentes


O ritmoutilizado pelosartistas neste mó-dulo começa aquestionar a exa-tidão da repre-sentação figura-tiva. Surgemassim correla-ções invisíveis egestos com maiorliberdade. O cam-po da sugestãoganha espaçoimagético e otempo ganha no-vas conotações, ora sendo mais linear, ora mais descontínuo. A velocidademental é associada à das imagens, num universo em que o referente começa adiluir em função da emoção e da intuição.

Participam deste segmento Anna Vieitas, Beth Faria, ConceiçãoBorges, George Sheetikoff, Ivone Beltran, Madalena M, Maria InêsLukacs, Marina Martinelli, Silvia Raso, Sima Woiler e Zilá Troper. OD’A

R A P I D E Z

Si l v ia RasoO lago do Ibirapuera, 2004, aquarela s/ papel, 35,5 x 51 cm

Sima WoilerFuturo de São Paulo, 2004, aquarela s/ papel, 38 x 55 cm

Beth FariaPaulista noturna, 1997, aquarela s/ papel, 38 x 56,5 cm

Maria Inês LukacsNas marginais da i lusão, 2004, aquarela s/

papel 26 x 56 cm

Madalena MSão Paulo dos grandes contrastes, 2004, aquarela s/ Papel 38 x 56 cm

Conceição BorgesViaduto do Chá, 2004, aquarela s/

papel, 43 x 31 cm


George SheetikoffContos do Rio Tietê raptado pelo progresso, 2004,


RAPIDEZ - Não a pressageradora de maus resultados,como sabiamente registram osditados Quem tem pressa comecru e A pressa é inimiga daperfeição. Mas sim, a rapidez


Filho de pais italianos, Italo Calvino nasce no ano de 1923, em Santiago deLas Vegas, Cuba. Dois anos depois, a sua família muda-se para San Remo, Itália,onde Calvino viria a dedicar a maior parte do seu tempo aos livros. Durante a

Segunda Guerra Mundial, ingressa no departamento de agronomia da Universidade de Turim, masinterrompe o curso para integrar a resistência italiana anti-fascista em 1943, época em que, comoviria a confessar mais tarde, desenvolveu a sua arte de contar histórias. Após a guerra, regressa àuniversidade, para estudar literatura - Calvino terminou a sua licenciatura em 1947, com uma tesesobre Joseph Conrad. Nesse ano, após diversas publicações em jornais e revistas, que lança o seuprimeiro romance, “O Atalho dos Ninhos de Aranha”. No início dos anos 50, é admitido na editoraEinaudi como redator, profissão que manterá durante largos anos.

Instala-se em Paris a partir de 1967, iniciando uma estreita ligação com o movimento deescritores e matemáticos da OULIPO. Em 1972, publica um dos seus romances mais célebres e belos,“As Cidades Invisíveis”, recebendo o Prêmio Felrinelli, e, em 1979, lança “Se numa Noite de Invernoum Viajante”. “Palomar” (1983) foi o último livro que publicou em vida, uma obra marcada por sucessivasinterrogações e fragmentos, cujo último texto tem o curioso título “Como aprender a estar morto”.Calvino morre subitamente em setembro de 1985, em Siena, Itália, de AVC. O caráter experimental eapaixonante da sua obra transformou-o num dos maiores escritores italianos do século XX.

para aprender, agir e, falhando,“levantar, sacudir a poeira e dar avolta por cima”.

como diligência que previneconseqüências desastrosas e fazas coisas acontecerem. Presteza

Italo Calvino, Um dos MaioresEscritores Italianos do Século XX

Zilá TroperSonho, 2004, aquarela s/ papel, 58 x 50 cm

Anna VieitasIbirapuera II, s/d, aquarela s/ papel,

37,5 x 27 cmMarina Martinelli

Casal e árvore, 2004, aquarela s/ papel, 57 x 38 cm

Ivone BeltranSilêncio frio, 2002, aquarela s/ papel, 38 x 56 cm


L E V E Z A

M a r i a L a u r a B . A M a r q u e sJacarandá florido II, 2004, aquarela s/ papel, 22 x 32 cmMarilu F Queiroz

Série Miragens, 2003, aquarela s/ papel, 27 ,5 x 38 cm

As figuras visuais leves predominam neste conjunto por um sucessivoprocesso de diluição das formas que introduz o observador numa crescenteverticalização. O mundo concreto passa ser substituído por digressões poéticassobre as mais diversas visões de São Paulo. A cidade passa a ser vista com novosolhos, marcados pelo lirismo, pela desconstrução de formas e pela busca daoriginalidade, um dosmaiores desafios dequalquer artista.

Neste seçãoe n c o n t r a m o strabalhos de Ada BizziRadi, H. Pessôa,Ivani Castilho, LuciaMachado, LuciaNovo, Marco SãoPedro, Maria LauraB . A . M a r q u e s ,Marilu F Queiroz,Paula de Medeiros eTereza Rangel. OD’A

São PedroSão Paulo-Oeste, 2004, aquarela s/ papel, 38 x 56 cm

Lucia MachadoNoite Paulistana, 2003, aquarela s/ papel, 20 x 30 cm

H. PessôaPacaembu, 2004, aquarela s/ papel, 36 x 38

Ada Bizzi RadiRelógio da Luz, 2004, aquarela s/ papel, 25 x 33 cm


Ivani CastilhoPaisagem Paulistana, 2004, aquarela

s/ papel, 31 x 21 cm

Tereza RangelMASP, 2004, aquarela s / papel ,

55 x 35 cm

Paula de Mede i rosSão Paulo 450 I, 2004, aquarela s/

papel, 35 x 50 cm

Lúc ia NovoMedicar, 2004, aquarela s/ papel, 30 x 21,5 cm

LEVEZA - Se o ser leve demais não se sustenta,como assinala Milan Kundera, a leveza no ter promove odesenvolvimento sustentável da alma: menos roupas esapatos, menos objetos que atravanquem a casa, menosdesperdício, comidas mais leves e a leveza advinda dejogar fora os ressent imentos.


Pouco a pouco, os processos imaginativos dominam a visão que se tem dacidade de São Paulo. As imagens concretas se perdem perante construções estéticasem que os jogos de cores e formas ganham relevância. O processo de abstraçãorevela a capacidade de buscar as essências, numa incessante procura por aquiloque há de essencial em cada detalhe da cidade e em cada sentimento. O resultado

é encantatório, gerainterrogações e pro-voca o observador adesenvolver a sua ca-pacidade de percep-ção.

Aparecem nestesegmento obras deCassiano PereiraNunes, CatherineKafiris, Helena Mül-ler, Ilma Ponte, Ma-ria Cristina Libardi,Margarida Gregori ePaula Csillag. OD’A

Margarida GregoriFendas na metrópole III, 2004,aquarela s/ papel, 40 x 30 cm

Helena MüllerSobrevoando a cidade - As cores, 2004,


V I S I B I L I D A D E


P a u l a C s i l a gRhapsody MASP’s Colours # 3, 2004,



Ilma PonteEnergia de São Paulo, 2004, aquarela s/ papel,

29,2 x 57 cm

C a s s i a n o P e r e i r a N u n e sA r r a b a l d e 2 0 0 4 0 4 2 2 , 2 0 0 4 ,

a q u a r e l a s / p a p e l , 3 0 , 2 x 4 5 , 2 c m

VISIBILIDADE - É a antítese da ocultação deobjetivos e sentimentos, não revelados por

medo de de-sagradar oufalhar, por in-c a p a c i d a d ede admití-losou ameaça de sanções. Nãosignifica exibição mas sim,atuação. Em vez do barulhentoe fútil “Cheguei!”, um suave eprodutivo “Estou presente”. Napolítica e na administraçãopúb l ica , é a v i r tude datransparência.

Trechos deAs Cidades Invisíveis

de Italo Calvino...Ao entrar

no território que temEutrópia como capi-tal, o viajante não vêuma mas muitas ci-dades, todas domesmo tamanho e

não dessemelhantes entre si, espalhadas por um vasto e onduladoplanalto. Eutrópia não é apenas uma dessas cidades mas todasjuntas; somente uma é habitada, as outras são desertas; e isso se dápor turnos.Explico de que maneira. No dia em que os habitantes de Eutrópia sesentem acometidos pelo tédio e ninguém mais suporta o própriotrabalho, os parentes, a casa e a rua, os débitos, as pessoas que

Catherine Kafir isSem título, 2001-4,

aquarela s/ papel, diptico, 25 x 28 cm

Maria Cris t ina LibardiZoon mental III, 2004, aquarela e

texturas s/ papel, diptico, 50 x 40 cm

devem cumprimen-tar ou que os cum-primentam, nessemomento todos oscidadãos decidemdeslocar-se para acidade vizinha queestá ali à espera, vazia e como se fosse nova, onde cada um escolheráum outro trabalho, uma outra mulher, verá outras paisagens ao abriras janelas, passará as noites com outros passatempos, amizades,impropérios.Assim as suas vidas se renovam de mudança em mudança, através decidades que pela exposicão ou pela pendência ou pelos cursos deágua ou pelos ventos apresentam-se com alguma diferença entre si.


O poder de surpreendercontantemente é um dos fatores quediferencia os seres comuns dos artistas.É na mistura de linguagens e na buscade novos pensamentos que a arte serenova. Grafismos interagindo comimagens e soluções inventivas – e atéousadas – propiciam maneiras de ver acidade que nos levam a observar ocotidiano de outra forma. Aoconcretizarem esse desafio, as obrasdeste módulo alertam: a capacidade deSão Paulo e da arte nos surpreender éfelizmente ilimitada. Encontramos nestaseção os trabalhos de Célia Custarella,Celia Marcassa, Eddy Tricerri,Isméria Corrocher, Lia Robba, LílianArbex, Maria Luiza Mello, NilzeteJansen, Regina Y Komatsu, RosaliaLerner, Suely Cauduro. OD’A

L í l i a n A r b e xCatedral da Sé, 2004, aquarela s/ papel, 29,5 x 40,5 cm

Maria Luiza MelloSérie Urbanitas - versão IV, 2004,


M U L T I P L I C I D A D E

C é l i a M a r c a s s aPresente, 2004, aquarela s/ papel, 27 x 36 cm

R o s a l i a L e r n e rS ã o P a u l o c o m m o t o e f l o r e s , 2 0 0 4 ,

a q u a r e l a s / p a p e l , 3 6 x 4 7 c m

E d d y T r i c e r r iViaduto Santa I f igênia , 2004,aquare la s / papel , 56 x 38 cm

Isméria CorrocherSé, 2004, aquarela s/ papel, 56 x 35cm


L i a R o b b aSão Paulo 450 anos – uma janela para o céu, para os

arcos, 2004, aquarela s/ papel, 34 x 46 cm

S u e l y C a u d u r oSem título, 2004, aquarela e colagem s/ papel, 32 x 50 cm

Nilzete JansenAnjo paulista, 2004, aquarela s/ papel, 40 x 56 cm

C é l i a C u s t a r e l l aSão Paulo, 2004, aquarela s/ papel, 38 x 56 cm

R e g i n a Y K o m a t s uSão Paulo em 48 faces, 2004, aquarela s/

origami,35 diam.

MULTIPLICIDADE - O adjetivo correspondenteé multíplice: relativo a mais de três. Cultivar estevalor é aceitar que tudo pode ser visto por mais detrês ângulos, que a sociedade é multípl ice, comdiferentes habilidades individuais dignas de estímuloe limitações dignas de respeito. A tolerância com amultiplicidade de jeitos de ser e de fazer nos tornaseres amplos em vez de estreitos. Assim, o coraçãocabe melhor no peito.


Tereza Halliday é escritora, jornalista e analista de discurso; autora de inúmeros livros, artigos, crônicas e reportagenspublicados em jornais e revistas. Os textos de sua autoria inseridos neste boletim, fazem parte do artigo Propostas Decentes,publicado no Diário de Pernanbuco, em 4-9-2003, sua reprodução foi autorizada gentilmente pela autora.

No artigo mencionado, Tereza Halliday, além dos trechos que ilustram esta edição, ainda acrescenta: Há lições preciosasa extrair das Seis Propostas para o Próximo Milênio, de Italo Calvino (Cia. das Letras). Ele as escolheu como temas depalestras que daria na Universidade Harvard se não tivesse morrido subitamente em 1985, aos 62 anos. Tratou-as como virtudesque deveriam guiar a atividade do escritor. Mas são úteis também como valores para nortear todos os viventes neste primeiroséculo do milênio que apenas começou. Ei-las redirecionadas para o nosso quotidiano, numa releitura pessoal e transferível.

São seis propostas decentes, chamamentos para todos nós, sobreviventes milênio adentro, com a missão de bem administraras tecnologias criadas pelos mais novos, se competentes, e honrar a sabedoria legada pelos mais velhos, quando sábio.


OS TEXTOS PUBLICADOS NO BOLETIM INFORMATIVO DO NÚCLEO DE AQUARELISTAS DA FASM SÃO DE TOTAL RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES.

AREZZO, cidade nascolinas da Toscana, deorigem etrusca, com igrejasromânicas abarrotadas deafrescos, onde a Basílica deSão Francisco hospeda a“Lenda da verdadeira cruz dePiero della Francesca”,monumento da pintura doQuatrocento Italiano.

Arezzo abrigou a exposiçãoTRENT’ANNI PERL’ACQUERELLO 1974-2004 de 29 junho a 1o deagosto de 2004, o MuseuCivico d’Arte Moderna e Contemporanea, que exibiu as aquarelas desta MostraInternacional organizada pela A.I.A. (Associazione Italiana Acquerellisti), localiza.-se aolado da Basílica de São Francisco e o Brasil ocupou o segundo andar junto com outrasrepresentações estrangeiras, mas, em uma sala que recebia luz indireta vinda de umterraço fechado, iluminado por cima e que era a continuação da própria Basílica.

No primeiro andar estavam expostas as aquarelas dos italianos e subindo ao segundoandar éramos atraídos por essa diáfana luz e lá estava o Brasil com nossas aquarelaslindamente expostas.

Foi importante conferir e marcar presença nesta mostra, na qual os italianos renderamhomenagem à aquarela num museu (Museo Civico d’Árte Moderna e Contemporanea) eao lado da origem da pintura Italiana (Afrescos de Piero della Francesca), no mais alto

nível possível, na cidade do poeta Petrarca e de Vasari., que também é uma cidade de fabricantes de jóias e um centro de visitaçãointernacional.

O primoroso catálogo da Mostra com excelentes reproduções das obras e breves citações sobre as associações dosaquarelistas no mundo, nos mostra também os patrocínios obtidos e que são de tintas e papéis concorrentes demonstrando queem artes é preciso unir forças e que os dirigentes dessas empresas têm visão histórica. Parabéns à A. I. A. por ter feito acontecertudo isto na Itália, que é o berço da arte, devolvendo à Aquarela sua maior força e reconhecimento internacional.

Estive em Arezzo com meu companheiro Federico e lá passamos dias mágicos, envolvidos por arte, gastronomia epessoas maravilhosas.

A Q U A R E L A S D O B R A S I L E M A R E Z Z O

Iole Di Natale diante do Museu Civicod’Arte Moderna e Contemporanea

de Arezzo

Aspecto da exposição

Iole Di Natale

Abertura dia 23 de setembro de 2004 , às 20hExposição de 24 de setembro a 19 de outubro ,das 10h às 19hWorkshops nos dias 24 de setembro e 4, 14 e 18 de outubro,das 14h às 16:30 h, aulas gratuítas de aquarela(limite de 20 vagas por workshop, inscrições no local ou pelotelefone da Cultural Blue Life 3884.9084)Local: Avenida Brasil, 298 (estacionamento vallet no local)

C U LT U R A L B L U E L I F E EA T E L I ÊI VA N IC A S T I L H OC O N V I D A MPA R A AE X P O S I Ç Ã OD EA Q U A R E L A S

4 DE OUTUBRO 2004 : FORUM DEAQUARELAS DO NÚCLEO

NÚCLEO DE AQUARELISTAS DA FASM, fundado em 1987. Rua Dr. Emílio Ribas, 89 - CEP 05006-020, São Paulo, SP, Brasil(55-11) 3824-5800 [email protected] Coordenação Geral: IOLE DI NATALE (55-11) 3105-9743 [email protected]: SILVIA RASO (55-11) 3167-1149 fax: (55-11) 3071-0925 [email protected] Secretaria Internacional: MARIA INÊS LUKACS(55-11)3887-6557 fax: (55-11) 3887-0339 [email protected] O Boletim Informativo é uma publicação do Núcleo de Aquarelistas da FASMEditoria e Projeto gráfico: CASSIANO PEREIRA NUNES (55-11) 5549-3146 [email protected] Circulação: DENISE PRADOtel-fax (55-11) 3846-1654 Tiragem 1000 exemplares.

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